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Sirley Almeida Adelino Baião | Rodrigo Miguel dos Santos | Silvan Silva de Araújo
Educação Física
ISSN 1980-1769
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
Cadernos de Graduação - Ciências Biológicas e da Saúde | Aracaju | v. 13 | n.13 | p. 19-29 | jan./jun. 2011
20 | ABSTRACT
KEYWORDS
INTRODUÇÃO
O futebol, assim como qualquer outro esporte em nível de alto rendimento, deve
contemplar uma planificação de treinamento adequada aos objetivos e à linha de tempo
disponível para o alcance destes. Tubino (1984) já alertava para a importância de se dividir
o treinamento desportivo em etapas, as quais envolvessem preparação técnica, preparação
tática e preparação psicológica para se atingir objetivos específicos.
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caracteriza-se como uma atividade intermitente e que depende da combinação de várias | 21
vias metabólicas. A partir desta perspectiva, a potência anaeróbia seria uma das aptidões
imprescindíveis para o atleta de futebol contemporâneo, a qual fornece subsídios para a
aquisição da velocidade em todas as suas formas de expressão (GONÇALVES; ARRUDA;
VALOTO et al., 2007).
A força e a velocidade estão interligadas nas intensas e curtas ações motoras físicas,
técnicas e táticas do futebol, com predominância na participação do sistema anaeróbio
(CAMPEIZ; OLIVEIRA, 2006). Segundo Gorostiaga, Izquierdo, Rusta et al. (2004), a habilidade
de realizar força máxima nos membros inferiores com alta velocidade de contração ao
executar as diversas ações inerentes ao jogo, como chutar, saltar, trotar e correr curtas
distâncias é o que diferencia os jogadores de diferentes níveis e posições.
Para McArdle, Katch e Katch (2001), os testes de potência anaeróbia são testes práticos
que avaliam a capacidade do atleta para a transferência de energia de curto prazo em
atividades de alta intensidade. São assim chamados, pois envolvem a realização da força
em máxima velocidade, são de grande importância no âmbito esportivo. Segundo Matsudo
(1988), a idéia de medir indiretamente a potência anaeróbia através de teste de corrida
são procedimentos que demonstram alta reprodutibilidade e objetividade interna. O autor
afirma, por exemplo, que o teste de 40 segundos apresentou validade testada frente a um
teste anaeróbio alático de 0,70 a 0,84; frente à concentração de lactato sérico que foi de 0,91
entre escolares de 7 a 18 anos. Embora, para garantir transferência efetiva seja importante
que os mesmos respeitem a especificidade das ações motoras da modalidade esportiva,
como mencionado anteriormente.
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22 | nas modalidades esportivas há a necessidade da realização de movimentos com grande
potência, instantaneamente ou em poucos segundos (BAR-OR, 1987).
Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo verificar a potência anaeróbia
em jogadores de futebol amador, através do RAST, além de avaliar a associação entre a
potência anaeróbia e os indicadores antropométricos da composição corporal, IMC e RCQ.
MÉTODOS
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos
da Universidade Tiradentes (Sergipe-Brasil) sob o parecer nº 120710-R. As condições
experimentais estavam de acordo com a Declaração de Helsinki e Conselho Nacional de
Saúde no Brasil atendendo à resolução 196/1996.
A amostra foi composta por seis jogadores (23,0 anos +5,06) de futebol, adultos do
sexo masculino, pertencentes à equipe universitária da Universidade Tiradentes, Sergipe. Os
testes foram realizados em pista de atletismo do campus da universidade a uma temperatura
de 28° C. As mensurações de massa corporal e estatura de cada jogador foram realizadas
conforme descrito em Petroski, Velho e De Bem (1999) e registradas com auxílio de uma
balança digital e um estadiômetro. Em seguida aferiu-se a frequência cardíaca de repouso
com cardiofrequencímetro da marca Polar®, Modelo RS-300X.
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Com a massa corporal e a estatura (Tabela 1), foi possível calcular o índice de massa | 23
corporal através da relação: MC(kg)/E(m)2 (PETROSKI, 1999). Cada sujeito foi conduzido
à pista de corrida, que foi demarcada a intervalos de 35 m, para a realização do teste.
Para a realização do RAST foram seguidos os procedimentos propostos por Roseguini,
Silva e Gobatto (2008): aquecimento preliminar, com duração de 10 minutos, recuperação
de 5 minutos, e em seguida a execução de 6 corridas de 35 m na máxima velocidade,
com intervalos de 10 segundos entre cada. O desempenho dos atletas em cada corrida
foi cronometrada manualmente por avaliadores experientes com precisão de centésimos
de segundos, fornecendo seis valores, os quais foram usados para a determinação dos
parâmetros dos testes através do Microsoft Excel®.
FC
Jogador Idade (anos) Altura (m) MC (kg) IMC RCQ
(bpm)
A 19 1,73 68 98 22,7 0,81
B 21 1,74 69 86 22,7 0,80
C 23 1,73 86 80 28,7 0,76
D 21 1,76 66 83 21,3 0,76
E 21 1,68 57 79 20,1 0,79
F 33 1,69 72 68 25,2 0,81
Md 23 1,72 70 82 23,5 0,79
DP(+) + 5,1 + 0,0 + 9,5 9,0 + 3,1 + 0,0
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24 | O índice de fadiga indica a taxa de redução da potência durante o teste para o atleta,
e quanto menor o valor, maior sua habilidade de manter um desempenho anaeróbico.
Um valor acima de 10s é considerado alto, segundo Bangsbo (1994), o qual pode indicar a
necessidade de melhorar a tolerância ao lactato do atleta.
RESULTADOS
A partir do teste do RAST foi possível obter os valores referentes à potência anaeróbia,
que está exposto na tabela a seguir. Sendo possível constatar uma grande variação na Pmáx
e Pméd absoluta entre a amostra pesquisada.
Tabela 2: Resultados do teste RAST aplicado nos seis sujeitos analisados no presente estudo.
*(p=0,048); **(p=0,020)
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DISCUSSÃO | 25
Em seu estudo com jogadores sub-13, sub-15 e sub-17, Asano, Barholomeu Neto,
Ribeiro et al. (2009) utilizaram o teste de Wingate e verificaram valores mais acentuados
nas duas últimas categorias, tanto na Pmáx, quanto na Pméd, ambas relativas, embora os
valores absolutos do presente estudo tenha apresentado maiores valores. Este fato indica
um nível de treinamento abaixo do esperado para esta categoria de jogadores com idade
média de 23 anos, ou ainda uma maior necessidade de enfatizar esta qualidade física.
Santos, Coledam e Santos (2009) realizaram em seu estudo uma comparação entre os
valores encontrados através do RAST em jogadores de futebol da 4ª divisão do futebol paulista
antes e após a pré temporada, com duração de 8 semanas, encontrando valores para a Pmáx
(W/kg) de 8,47 e 8,94; de 5,90 e 7,03 para Pmín; de 6,74 e 7,95 para Pméd; e 29,75 e 21,25 para
IF (s), respectivamente; sendo próximos aos valores encontrados no presente estudo.
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26 | Os valores de FC, IMC e de RCQ (tabela 1) encontraram-se dentro das faixas sugeridas
para valores adequados (CORBIN; LINDSEY, 2005; GUEDES; GUEDES, 1998) e mais qualificados
do que a média da população em geral, com pequenas discrepâncias individuais.
A tabela 3 evidencia correlação positiva e significante entre o IMC com a Pméd e o IMC
com o IF, o que pode parecer paradoxal considerando o princípio de que o incremento do índice
de massa corpórea está associado ao aumento da gordura corporal em indivíduos normais.
Com relação à RCQ, não foram encontrados estudos relevantes para efeito
comparativo com o presente. Porém, em estudo de Daros, Osiecki, Dourado et al. (2008),
os autores encontraram IMC nas categorias Júnior e Profissional, 22,1 (+1,6) e 23,1 (+1,6),
respectivamente, os quais se aproximam dos 23,5 (+3,9) do presente estudo.
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comprovadas pela utilização de cronometragem manual. Embora, este aspecto possa ser | 27
minimizado pelo treinamento dos avaliadores.
Esse artigo foi produzido a partir da disciplina Fisiologia do Esforço do período 2010/2.
Contato eletrônico com os autores do trabalho: rms.edf@hotmail.com. Silvan Silva de Araujo,
orientador do trabalho publicado, é professor da disciplina Fisiologia do Esforço, Mestre em
Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Sergipe prof.silvan@ig.com.br
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