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Venho por meio deste email solicitar a interposição de recurso para revisão de algumas
questões das provas de Português e Raciocínio Analítico, conforme especificado. O pleito é
para a anulação das seguintes questões.
Português
Questão 51 - Assinale... uma afirmação que encontra respaldo na última frase do texto.
Conforme a última frase do texto: O mais comum é que encontremos o que jamais
procuramos, seja a desgraça, seja a felicidade. Esta última frase constitui um reforço da frase
imediatamente anterior: Meu Deus, nada é como planejamos, encontramos o que não
procuramos, e o que procuramos nem sempre achamos.
Gabarito ANPAD B - Na verdade não há uma única alternativa que contemple o sentido da
última frase do texto, podendo assim respaldá-la. Afirmar que as pessoas nunca procuram a
felicidade torna o sentido incompleto e categórico, uma vez que o sentido pretendido é que “é
mais comum (ou seja não é regra!) as pessoas encontrarem o que não/nunca procuram
(felicidade ou desgraça)”. O sentido pretendido aqui é o de que é comum achar/encontrar
aquilo que nunca procuramos. Portanto, o correto seria afirmar que “as pessoas podem
encontrar o que não/nunca procuram”. O “podem” utilizado aqui para atenuar uma afirmação
categórica, afinal o enunciado diz “o mais comum é que”.
Raciocínio Analítico
Questão 70 - O enunciado pede uma premissa, ou seja, uma ideia, um argumento.
Gabarito ANPAD A
A) Na história, a tecnologia está em evolução.
O texto trata da história do desenvolvimento tecnológico (1ª frase: A história do
desenvolvimento tecnológico é muito interessante). Afirmar que “na história” (A) confere um
aspecto temporal que foge à argumentação. Outro aspecto interessante é que a palavra
evolução não é um sinônimo perfeito para o termo desenvolvimento no contexto em questão.
Ao falarmos em evolução, pensa-se em progresso, em melhoria tecnológica. Por outro lado,
no texto o autor não faz esse tipo de juízo acerca das novas tecnologias. Ele afirma que novas
tecnologias eliminam tecnologias anteriores (não que as anteriores sejam piores ou as novas
melhores) e que o desenvolvimento tecnológico é algo interessante. Assim, a equivalência da
palavra evolução com a palavra desenvolvimento parece um tanto forçada.
B) A filosofia tem por ofício a descoberta... Sua evolução é marcantemente perene... sempre
recriando ou reformatando ideias...
Pode-se inferir que apesar da evolução/desenvolvimento, as novas ideias não eliminam uma
ideia anterior. Ao contrário existe uma recriação ou reformatação. Portanto, argumento
contrário, afinal não se está “eliminando soluções anteriores”, mas recriando a partir delas.
D) A evolução das armas é interessante.... ápice foi atingido com a bomba atômica. Agora,
líderes mundiais negociam para eliminá-la, buscando interromper o desenvolvimento de
novas armas.
A negociação pela eliminação da bomba atômica consiste na eliminação de uma tecnologia
“evoluída”, nova, que em algum momento substituiu soluções anteriores (sim, é possível
inferir isto, posto que o “ápice foi... a bomba atômica”); ainda que em detrimento da
negociação de líderes mundiais para pôr um fim a bomba (fim que ainda é mera especulação).
O que acaba por não contradizer os argumentos, portanto. O trecho final ainda diz “buscando
interromper o desenvolvimento de novas armas”, o que dá a entender que se trata de armas de
destruição em massa ou caímos numa generalização falaciosa.
E: Rômulo Machado, 51, se formou em engenharia mecânica em 1989. / Com a crise deste
ano, foi parar na área comercial. Observe os elementos sublinhados na estrutura. Temos 2
períodos. Nome próprio + idade. O conectivo “com”. E o nexo lógico que é o seguinte: ele se
encontra em determinada área e passa a outra.
B) João da Silva, 52, estava na área comercial. / Para crescer profissionalmente, ingressou
em um curso de engenharia mecânica.
João estava numa área e passa a outra. Conectivo “para” ao invés de “com” pode-se
considerar uma leve discrepância na estrutura.
D) Pedro da Silva, 50, ingressou na área comercial... / Com seus esforços até hoje, conseguiu
chegar à alta administração.
Pedro estava numa área e passa à alta administração. O que compromete a estrutura aqui é que
não é possível saber se “alta administração” pode ser considerada uma outra área. Afinal, ele
está dentro da mesma empresa e pode ter ascendido ao cargo de Diretor Comercial, por
exemplo, mantendo-se na mesma área, porém na alta administração. Isto constitui uma grave
discrepância na estrutura.
A questão, portanto, está muito mal elaborada, pois confunde conceitos como tema,
justificativa, premissa e conclusão no âmbito da estrutura textual.