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Introdução ao Estudo dos

Complexos dos Metais de


Transição
Camila Grossi Vieira
Alfred Werner
(1866-1919)
“Pai da Química de Coordenação”

• Iniciou o estudo formal sobre os compostos de


coordenação. Foi o primeiro a tentar explicar a ligação
química formada nesses complexos, introduzindo o
conceito de Número de Coordenação (NC).

• Prêmio Nobel de Química (1913) – Contribuições


relevantes na Estereoquímica dos Compostos de
Coordenação. 2
Teoria de Coordenação
de Werner

Contraíons

NH3 Cl

Co NH3 NH3 NH3 NH3 Cl

NH3 Cl

Teoria de Blomstrad e Jorgensen

Esfera de coordenação
Complexo de Coordenação

• Complexo: Átomo ou íon central


(geralmente metal) coordenado
por uma série de ligantes.

• Ligante: É um íon ou uma


molécula que pode ter uma
existência independente.
[Ni(CO)4]

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Complexo de Coordenação

Tabela 1: Alguns exemplos de complexos de coordenação.

Complexo Espécie Central Ligantes

[AuCl2]- Au(I) 2 íons cloreto

[BF4]- B(III) 4 íons fluoreto

[Cr(CO)6] Cr(0) 6 moléculas de monóxido de carbono

[V(CO)6]- V(-I) 6 moléculas de monóxido de carbono

[Co(NH3)6]3+ Co(III) 6 moléculas de amônia

[Cr(C2O4)3]3- Cr(III) 3 íons oxalato

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Ligantes
Tabela 2: Ligantes: nome, abreviação e tipo.
Nome da espécie Fórmula Átomo Abreviação Classificação
doador

Água H2O O - Monodentado

Amônia NH3 N - Monodentado

Íon cloreto Cl- Cl - Monodentado

Monóxido de carbono CO C - Monodentado

Íon cianeto CN- C(*) - Monodentado

Trifenilfosfina P(C6H6)3 P PPh3 Monodentado

Pidirina N py Monodentado
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Ligantes
Tabela 2: Continuação.
Nome da espécie Fórmula Átomo Abreviação Classificação
doador
Íon carbonato CO32- O(2) - Bidentado

Íon oxalato C2O42- O(2) ox Bidentado

Etilenodiamino N(2) en Bidentado

Íon acetilacetonato O(2) acac Bidentado

2,2’-dipiridina N(2) dipy Bidentado

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Ligantes
Tabela 2: Continuação.
Nome da espécie Fórmula Átomo Abreviação Classificação
doador

Dietiletilenotriamina NH(CH2CH2NH2)2 N(3) dien Tridentado

Íon etileno- O(4) edta4- Hexadentado


diamino- N(2)
tetraacetato

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Complexo de Coordenação

[Mn(CO)5(SnCl3)] [RuCl(NH3)4(SO2)]+

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Número de Coordenação 2
Complexos bicoordenados são encontrados para os
metais Cu2+, Ag+, Au+ e Hg2+ e são lineares, todos com
configuração d10.

Complexos lineares com outras configurações eletrônicas


são existem com ligantes extramemente volumosos.

Estes complexos frequentemente ganham ligantes


adicionais para formar complexos tri ou tetracoordenados.

[CuCl2]-, [Ag(NH3)2]+, [AuCl2]-, HgCl2 e [Fe[N(SiMePH2)2]2].

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Número de Coordenação 4
Complexos tetraédricos são favorecidos sobre números de
coordenação mais altos, quando o átomo central é
pequeno e os ligantes são volumosos (Cl-, Br- e I-).

Ocorrem normalmente com metais representativos com


metais de transição que não apresentam configuração
eletrônica d8 ou s1 d7.

[BF4]-, [AlCl4]-, [Li(H2O)4]+, [Ni(CO)4]


e [Zn(NH3)4]2+.

Complexo tetraédrico, Td 11
Número de Coordenação 4
Complexos quadráticos são característicos de metais de
transição que apresentam configuração eletrônica d8 ou s1
d7, em combinação com ligantes que podem formar
ligações π, aceitando elétrons do átomo metálico.

[Pd(NH3)4]2+, [Ir(CO)Cl(PǾ3)2], [PdCl4]2- e [AuCl4]-.

Complexo quadrado planar, D4h


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Número de Coordenação 5
Envolve complexos cujas geometrias limites são a
bipiramidal trigonal e a piramidal quadrática. A diferença de
energia entre essas formas não é muito grande.

Complexo bipiramidal trigonal, D3h Complexo piramidal quadrático, C4v

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Número de Coordenação 5

(a) [Fe(CO)5] bipiramidal trigonal distorce em (b) um isômero piramidal


trigonal quadrado e assim (c) torna-se novamente bipramidal trigonal, mas
com duas carbonilas, inicialmente em posições equatoriais, agora em
posições axiais.
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Número de Coordenação 5

[Ni(CN)5]3- [Ni(CN)5]3-
Conformação piramidal quadrada Conformação bipiramidal trigonal

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Número de Coordenação 6
A hexacoordenação é o arranjo mais comum para as
configurações eletrônicas no intervalo de d0 a d9. A
geometria octaédrica (perfeita ou distorcida) é a geometria
predominante com NC=6.

[Co(NH3)6]Cl3 Complexo octaédrico, Oh


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Complexos Quelatos
Ligantes polidentados podem produzir um quelato,
complexo no qual um ligante forma um anel que inclui o
átomo metálico.

N HN
N N
NH N

Estrutura da molécula de porfirina, exemplo de ligante que produz complexo


quelato de grande relevância em Química Bioinorgânica. 17
Complexos Quelatos
Necessária para a formação de células vermelhas do sangue,
síntese de DNA e bom funcionamento do sistema nervoso central.

Vitamina B-12 (ou cobalamina ou cianocobalamina): [a] Estrutura


tridimensional; [b] Estrutura bidimensional. 18

.
Complexos Quelatos
Complexos Quelatos
A dissociação dos complexos quelatos, quando
comparados com complexos formados por ligantes
monodentados semelhantes, é pouco favorecida, devido
ao aumento da entropia do sistema. Esse fenômeno de
maior estabilidade dos complexos formados com ligantes
polidentados é conhecido como efeito quelato.

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Isomerismo

Isomerismo

Geométrico Óptico de Ligação

cis/trans fac/mer

[MA2B2] [MA3B3]

[MA2B4]

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Isomerismo Geométrico
cis/trans
Werner estudou a reação, a seguir, para a formação de
compostos de fórmula empírica [MA2B2], a princípio, de geometria
tetraédrica.

PtCl2 + NH3 + HCl PtCl2.(2NH


(2NH3)
???
Formação de dois compostos coloridos

Qual a geometria? ou

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Isomerismo Geométrico
cis/trans
Werner conclui que o complexo de [PtCl2(NH3)2], portanto, só
podia apresentar a geometria quadrática plana.

Opostos.

Adjacentes.

Atividade antitumoral Sem atividade biológica


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Isomerismo Geométrico
cis/trans
Werner estudando a formação de compostos de fórmula empírica
[MA2B4], conseguiu isolar duas substâncias: uma de coloração
verde e outra de coloração violeta; ambas compatíveis com uma
geometria octaédrica para o complexo [CoCl2(NH3)4]+.

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Isomerismo Geométrico
cis/trans

[Co(CO3)(NH3)4]+(aq) + 2H+(aq) + 3Cl-(aq)

cis-[CoCl2(NH3)4]Cl2(s) + H2O(l) + CO(g)


VIOLETA

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Isomerismo Geométrico
cis/trans

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Isomerismo Geométrico
fac/mer
Compostos octaédricos de fórmula empírica [MA3B3], podem
formar dois isômeros geométricos distintos.

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Isomerismo Óptico
Enantiômeros são isômeros que são imagens especulares um do
outro, ou seja, são imagens não superponíveis.

Eles não podem apresentar o elemento de simetria plano.

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Isomerismo de Ligação

São isômeros originados de ligantes ambidentados, ou seja,


ligantes que apresentam dois ou mais átomos doadores de
elétrons distintos.

Ligante:NO2-.

: :
:

:
: :

:
:

:
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Nomenclatura –
Regrais Gerais
• Para complexos que consistem de um ou mais íons, os cátions
são nomeados primeiramente, seguidos pelos ânions e ligantes
em ordem alfabética.
• Os nomes dos ligantes (desconsiderando seus prefixos
numéricos) são seguidos pelo nome do metal e seu estado de
oxidação escrito entre parênteses.
• O número de um ligante em particular é indicado pelo prefixo
mono, di, tri e tetra.
• O sufixo – ato é adicionado ao final do nome se o complexo for
um ânion.
• Para evitar confusões com nomes de ligantes que inclui um
prefixo, como etilenodiamino, prefixos alternativos como bis, tris, e
tetraquis são usados antes, com o do nome do ligante entre
parênteses. 30
Nomenclatura –
Regrais Gerais
Complexo Nome Estrutura

[Ni(CO)4] tetracarbonilniquel(0)

[Co(NH3)6]3+ hexaminocobalto(III)

trans-[CoCl2(en)2]+ trans-diclorobis(etilenodiamino)cobalto(III)

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Nomenclatura –
Regrais Gerais
• A indicação de isômeros é feita pelo prefixo indicativo do mesmo
escrito em itálico ou sublinhado e seguido de hífen.
• Ligantes em ponte são denotados pelo prefixo µ (mi), seguido
pelo seu nome. Se houver duas ou mais pontes idênticas, usamos
os prefixos di-µ ou bis-µ, etc.

Complexo Nome Estrutura

[(H3N)5CoOCo(NH3)5]4+ µ-oxido-bis(pentaminocobalto)(III)

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Referências
[1] BARROS, H.L.C. Química Inorgânica: Uma Introdução. Belo
Horizonte, 1992.
[2] LEE, J.D. Química Inorgânica Não Tão Concisa. Tradutores
Henrique E. Toma, Koiti Araki, Reginaldo C. Rocha. 5 ed. São
Paulo: Blucher, 1999.
[3] SHRIVER, D.F.; ATKINS, P.W. Química Inorgânica. Tradutores
Roberto B. Faria, Cristina M. P. dos Santos. 4 ed. Porto Alegre:
Bookman, 2008.
[4] HOUSECROFT, C.E.; SHARPE, A.G. Química Inorgânica.
Tradutores: Edilson C. da Silva, Júlio Carlos Afonso e Oswaldo E.
Barcia. 4 ed, Rio de Janeiro: LTC, 2013. Vol. 2.

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