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Autor: Fernando Francisco Silva Filho

Curso: Bacharelado em Física

Superfícies Mínimas e a Descrição quasi-local de


Buracos Negros.

Orientador: Fernando Manfio

IFSC-USP/17 de Outubro de 2018


Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia

Autor: Fernando Francisco Silva Filho

Curso: Bacharelado em Física

Título: Superfícies Mínimas e a Descrição quasi-local de Buracos


Negros.

Orientador: Fernando Manfio

IFSC-USP, 17 de Outubro de 2018.

1
Resumo
Uma superfície regular cuja curvatura média H é nula em todos os seus pontos é chamada de super-
fície mínima. Recentemente, a teoria de superfícies mínimas tem realizado um papel fundamental na
teoria de Buracos Negros, sendo aplicada no estudo dos MOTS (Marginally Outer Trapped Surfaces).
Neste trabalho serão estudados os teoremas básicos da teoria de superficies mínimas usando ferra-
mentas da Geometria Diferencial, tendo como principal exemplo as superfícies mínimas em R3 que
são folheadas por curvas de curvatura constante, ou seja, por retas e círculos. No final, serão descritas
resumidamente as aplicações da teoria de superfícies mínimas no estudo dos MOTS em Relatividade
Geral e em Geometria do Espaço Tempo.

1 Introdução
Uma superfície regular cuja curvatura média H é zero em todos os seus pontos é chamada de super-
fície mínima. O nome dessa classe de superfícies é oriundo de um problema proposto por Lagrange
[7] em 1760:"Dada uma curva fechada C, sem auto intersecções, encontrar a superfície de área mínima
que tem esta curva como fronteira."
Lagrange apresentou esse problema como um exemplo para um método desenvolvido por ele para
encontrar curvas e superfícies que minimizassem grandezas como distâncias, energias, áreas etc. Estes
métodos constituem hoje o Cálculo Variacional [3]. Atualmente, ao generalizar a busca de superfícies
mínimas na teoria de Variedades, muitas aplicações em Relatividade Geral surgem. Neste trabalho,
estudaremos a seguinte aplicação: Dado um buraco negro, o seu horizonte aparente com simetria
temporal é um análogo de superfície mínima na geometria Riemanniana.

1.1 Curvaturas Principais


Por definição, a curvatura média H é dada pela metade da soma das curvaturas principais de uma
superfície regular:

k1 + k2
H= (1)
2
A curvatura de uma curva expressa o quanto um vetor tangente a ela se afasta. Podemos gene-
ralizar essa ideia para uma superfície regular com as curvaturas principais. A descrição a seguir foi
proposta por Euler [9] em 1760 e elucidada por Do Carmo [3]:
Seja p ∈ M ⊂ R3 , onde M é uma superfície regular. Seja ~N(p) um vetor normal à superfície no

2
ponto p e ~v p um vetor tangente à superfície no ponto p ( ~v p ∈ Tp M, onde Tp M é o espaço vetorial
de todos os vetores tangentes à superfície no ponto p). Defina uma curva plana Cv : (−ε, ε) → M de
forma que o plano Pv gerado por ~v p e ~N(p) corte Cv em M (figura 1). A curvatura normal kv (p) da
superfície M, dada pelo ponto p e pelo vetor~v p , é definida pelo valor absoluto da curvatura da curva Cv
no ponto p. O sinal de kv (p) depende da direção de ~N(p), sendo ela positiva se ~N(p) está voltada para
a concavidade de Cv . Ao girar o plano Pv em torno do ponto p, forma-se uma circunferência unitária
S1 no plano tangente a p (Figura (1)).

Figura 1: No lado esquerdo: O plano gerado pelos vetores ~N e ~v corta Cv em p. No lado direito: Pela
rotação do plano Pv , forma-se uma circunferência homeomorfa a S1 .

Compilado pelo autor. Adaptado de [3].

Sendo f : S1 → R uma função contínua, f (S1 ) é compacto e pelo Teorema de Weierstrass[4].


Assim, f assume máximo e mínimo no domínio, como demonstra Elon L. Lima em [4]. O máximo
e o mínimo dessa função são definidos como as curvaturas principais k1 e k2 respectivamente. É
possível definir uma aplicação linear autoadjunta S p : Tp M → Tp M tal que S p (V ) := −DV P (DV (p) é
a derivada direcional de p na direção de V ). As curvaturas principais são autovalores da aplicação S p ,
como demonstram [1] e [10].

1.2 Variação Normal


A Variação Normal de um plano orientado M pode ser entendido como uma extensão de planos
paralelos a M (figura 2). Formalmente, essa família de planos pode ser escrita da seguinte maneira
[3]: Para dada função suave f : M → R, com f se anulando nas fronteiras delimitadas por uma curva
C ( f |C = 0), definamos a família Mt de planos paralelos a M pela com a equação:

3
pt = p + t f (p)~N(p) (2)

Com p ∈ M , pt ∈ Mt , ~N(p) um campo de vetores normais à superfície e t ∈ (−ε, ε) ⊂ R. Note


que M 0 = M.

Figura 2: Planos paralelos atravessados pelo vetor t f (p)~N(p).

Compilado pelo autor.

Seja D ⊂ M um domínio de f limitado em M e seja Dt = {pt ∈ Mt ; p ∈ D} a família de domínios


de f limitados à superfície Mt . Definamos A(t) = Área de Dt . Suponha, portanto, que exista a solução
para o problema de Lagrange [7]: para dada curva fechada C existe uma superfície M 0 cuja a área é
mínima. Dado f : M 0 → R com f |C = 0, é correto afirmar que A(0) ≤ A(t) ∀ t ∈ (−ε, ε). Assim, t = 0
é um ponto crítico da função A(t) e portanto A0 (0) = 0.
Pode ser provado que para toda função f definida no domínio definido acima [6], [15]:
Z
0
A (0) = − H f dA (3)
D

Onde H é a curvatura média de M. De fato, sendo H ≡ 0 temos A0 (0) = 0 para todo f . Reciprocamente,
tendo A0 (0) = 0, suponha que H(p) 6= 0 ∀ p ∈ D. Dessa forma, podemos escolher uma função f tal
que f |D = H(p) e f |C = 0 com f H = H 2 na região D. Pela equação (3):
Z Z
0
A (0) = − H f dA = − H 2 dA < 0
D D

Contradizendo a hipótese de que A0 (0) = 0. Assim, A0 (0) = 0 ⇐⇒ H(p) = 0 ∀p ∈ M. Em outras


palavras, toda superfície mínima tem a curvatura média igual a zero. Porém, nem sempre a recíproca
é verdadeira. Para garantir que o ponto crítico é mínimo precisamos do teste da derivada segunda, que
nos motiva a definição a seguir [3]:

4
Definição 1. Seja M com curvatura média igual a zero (H = 0) e D ∈ M um domínio limitado em M.
D é dito estável se A00 (0) > 0 para toda a variação normal de S fixa pela fronteira ∂D de D.

Acima definimos localmente uma superfície mínima. Para ter uma informação global sobre a
superfície M, é necessário saber sobre o comportamento de f ao longo de todo M.

1.3 Exemplos de Superfícies Mínimas


Considere a função bijetora f : R2 → R. Definimos o gráfico da função f como: G f = {(x, y, z) ∈
R3 ; z = f (x, y)}. O gráfico G f é uma superfície regular no R3 [1]. Em 1761 Lagrange [7] demonstrou
que o gráfico da função f é uma superfície mínima se e somente se f for solução da equação diferencial
abaixo:
(1 + fy2 ) fxx + 2 fx fy fxy + (1 + fx2 ) fyy = 0 (4)

Com a equação acima, conseguimos uma série de exemplos de superfícies mínimas. Tratare-
mos, então, dos exemplos de superfícies mínimas folheadas por curvas de curvatura constante (Círcu-
los e retas). Chamamos de superfícies regradas aquelas que podem ser escritas como uma união de
retas.

• Plano: Uma solução trivial da equação (4) é a função linear f (x, y) = ax + by + c, com a, b, c
∈ R. Nesse caso, G f é um plano em R3 .

• Catenoide: O catenoide é uma superfície de rotação obtida ao rotacionar o gráfico da função


f (x) = a cosh(x/a), com a ∈ R/{0}.
A parametrização da catenoide (solução da equação (4)) é descrita a seguir:

x = c cosh(v/c) cos(u)

y = c cosh(v/c) sin(u)

z=v

Com c ∈ R uma constante, u ∈ [−π, π[ e u ∈ R.

5
Figura 3: O Catenoide.

Fonte: Extraído de http://xahlee.info/surface/catenoid/catenoid.html

• Helicoide O helicoide é o único exemplo, além do plano, de superfície mínima regrada. Sua
parametrização pode ser escrita como:

x = u cos(cv)

y = u sin(cv)

z=v

Com c uma constante real e u, v ∈ R.

Figura 4: O Helicoide.

Fonte: Extraído de http://www.daviddarling.info/encyclopedia/H/helicoid.html

• Superfície Costa: Os exemplos citados acima foram os únicos conhecidos durante quase dois
séculos. Em 1982, em sua tese de doutorado [17], o matemático brasileiro Celso Costa, atual
pesquisador do IMPA, encontrou a parametrização da superfície que é atualmente denominada
como Superfície Costa (Figura(5)). A paramerização desta superfície será omitida pois envolve
conceitos matemáticos não definidos neste trabalho.

6
Figura 5: Superfície Costa: Obtida pelo matemático Celso J. Costa em sua tese de doutorado.

Fonte: Extraído de http://xahlee.info/surface/costa/costa.html

1.3.1 Equação de Young-Laplace

Um exemplo interessante de aplicação de estudo de curvaturas em física é o descrito na equação de


Young-Laplace [5]:

∆p = −γ∇ · n̂ = 2γH (5)

A equação (5) descreve a variação pressão de capilaridade que sustenta uma película entre dois
fluidos estáticos. H é a curvatura média da superfície formada pela película, γ é a tensão superficial e
n̂ é o versor normal à superfície da película. É fácil ver pela equação que H = 0 implica em equilíbrio
de forças na película (∆p = 0). A superfície formada pela película é uma superfície mínima quando
em equilíbrio. Na prática, podemos visualizar tal fato no formato das bolhas de sabão.

1.4 Equação de Einstein


A Equação de Einstein, enunciada pela primeira vez em [12], descreve a interação gravitacional
como resultado da distorção do espaço tempo causado pela presença de massa e energia. A forma
tensorial da equação é descrita a seguir:

1 8πG
Ric − Rgµν + Λgµν = 4 Tµν (6)
2 c
Onde Ric e R são, respectivamente, o tensor de Ricci e o tensor de curvatura que serão melhor
estudados na seção (2.3). O componente g = gνµ é o tensor da métrica (definido na seção 2.2). O
componente Λ é a constante cosmológica, que introduz uma repulsão gravitacional, presente em mo-
delos cosmológicos atuais que prevêm uma expansão acelerada do universo. [13], [14].

7
1.4.1 Tensor energia-momento

O componente T µν da equação (6) trata-se do tensor energia-momento que descreve o fluxo do


µ-ésimo componente do vetor momento na superfície de coordenada constante xν . Como mostrado
em [13], na relatividade geral o tensor energia-momento é simétrico:

T µν = T νµ

1.4.2 Buracos Negros

Os Buracos Negros foram previstos teoricamente como uma solução da equação de Einstein (6)
em 1917 por Karl Schwarzschild ao assumir Λ = 0. Tal solução apresenta um campo gravitacional
com simetria esférica. A borda desse campo é chamada de Horizonte de Eventos e o seu centro
apresenta uma singularidade de alta massa concentrada em um pequeno ponto (densidade → ∞). Uma
das formas que um buraco negro pode ser formado é com o colapso de estrelas massivas (> M ).
Também podemos definir um Buraco Negro como uma região do espaço cuja velocidade de escape é
maior que a da luz.

2 Definições e Teoremas Básicos


Nesta seção estudaremos algumas definições e teoremas básicos que compreendem a teoria de
superfícies mínimas, topologia e variedades métricas. Estudaremos também uma generalização de
superfícies no Rn . Essas superfícies servirão como exemplos "concretos"da abstração de Variedades
Diferenciáveis que serão definidas a seguir. Com essas generalizações conseguimos também resgatar
os conceitos de Geometria Diferencial para o Rn .

2.1 Espaços topológicos e Variedades Diferenciáveis


Definição 2. Seja τ uma família de subconjuntos de X que satisfaça as seguintes propriedades:

(i) X , 0/ ∈ τ;

(ii) Dados {Ai }i∈I ⊂ τ, então Ai ∈ τ. Com I ⊂ N;


S
i∈I
n
(iii) Dados {Ai }i=1,n ⊂ τ finitos. Ai ∈ τ;
T
i=1

8
O par (X, τ) é chamado de espaço topológico , τ é a topologia de X e o subconjunto A ∈ τ é chamado
de aberto em X.
Uma base enumerável de um espaço topológico X é uma família enumerável de abertos B =
{Bi }i=1,∞ de X em τ tal que qualquer aberto em X é escrito como uma união de elementos de B. Um
espaço topológico que obedece o segundo axioma da enumerabilidade [11] tem base enumerável,
por definição.
Um espaço topológico é chamado de Hausdorff se para dado dois pontos distintos x, y ∈ X existem
duas vizinhanças Vx 3 x e Vy 3 y de x e y respectivamente que são disjuntas: Vx ∩Vy = 0.
/ A definição
a seguir foi retirada de [2]:

Definição 3. Um espaço topológico Hausdorff com base enumerável é chamado de Variedade Di-
ferenciável se for localmente euclidiano, ou seja: Uma variedade diferenciável de dimensão n é um
conjunto M e uma família de aplicações biunívocas xα : Uα ⊂ Rn → M de abertos Uα em Rn em M
tais que:
S
(i) xα (Uα ) = M;
α

/ os conjuntos xα−1 e xβ−1 são abertos em Rn


(ii) Para todo par α, β, com xα (Uα ) ∩ xβ (Uβ ) = W 6= 0,
e as aplicações xβ ◦ xα são diferenciáveis;

(iii) A família {(Uα , xα )} é maximal relativamente às condições i) e ii). Isso significa que a família
em questão é a maior com as características supracitadas;
Seja S ⊂ M um subconjunto da variedade M. S é chamado de subvariedade de M se for dotado
de uma estrutura de variedade. Dado um ponto p ∈ M, podemos definir o espaço tangente Tp M que
é o espaço vetorial de todos os vetores paralelos à variedade M no ponto p. Por sua vez, o Fibrado
Tangente T M compreende-se como a união disjunta (ou seja, a união de cópias disjuntas dos conjuntos)
dos espaços tangentes ao longo da variedade. Em suma:

˙
[
TM = TM
p∈M p

Adota-se aqui o símbolo ˙ para união disjunta.


S

2.2 Variedades Riemannianas e Lorentzianas


É conveniente estabelecer uma forma de calcular a distância entre dois pontos em uma variedade.
Para isso, definimos uma métrica g da seguinte maneira:

9
Definição 4. Seja M uma variedade diferenciável de dimensão n. Para dado ponto p ∈ M defina:
h, i p : Tp M × T pM → R uma aplicação diferenciável. Dados { ∂x∂ i }i=1,n os elementos da base de Tp M
pelo sistema de coordenadas (U, x1 , ..., xn ), escrevemos:

∂ ∂
gi j := h , ip
∂xi ∂x j

Uma variedade dotada de uma métrica h, i em todos os seus pontos é chamada de Variedade Ri-
emanniana. Seja M := {M, h , i} uma variedade de dimensão quatro e com a métrica usual do Rn
h, i definida em todo os pontos em R4 e com as coordenadas usuais (x0 , x1 , x2 , x3 ). Escrevemos a
diferencial da distância s em relação com a escolha de coordenadas como:

(ds)2 = (dx0 )2 + (dx1 )2 + (dx2 )2 + (dx3 )2

Assim, a matriz g escrita na Definição 4 tem a forma g = diag(1, 1, 1, 1). Podemos definir uma métrica
na variedade M acima de forma que:

(ds)2 = −(dx0 )2 + (dx1 )2 + (dx2 )2 + (dx3 )2 (7)

isto é: definir uma métrica tal que g := diag(−1, 1, 1, 1). Nesse caso, temos uma Métrica Lorentziana
(ou pseudo-Riemanniana). O Espaço-Tempo da Relatividade Geral é uma variedade M 4-dimensional
com uma métrica pseudo-Riemanniana (Espaço de Minkowski) [13] . Em relatividade geral, x0 = ct,
onde c é a velocidade da luz.
A métrica g pode ser escrita em função dos campos vetoriais X , Y ∈ T M, elementos do fibrado
tangente de M (g(X,Y )). Dado uma variedade Lorentziana M, existem três regiões de M definidas
pelo sinal da métrica. Dado X ∈ T M:



g(X, X) > 0, Tipo Espaço

g(X, X) = 0, Nulo (8)



g(X, X) < 0, Tipo Tempo

Define-se por geodésica nula (null geodesic) a curva γ tal que g(Xγ , Xγ ) = 0, onde Xγ é o campo ve-
torial tangente à curva γ em todos os seus pontos. Pela equação (7) isso é equivalente a (dsγ )2 = 0.
Fisicamente falando, geodésicas nulas são "caminhos"feitos por partículas sem massa, como o fóton
[13].

10
2.3 Curvatura e Curvatura de Ricci
Serão definidas as curvaturas em uma Variedade Riemanniana, que intuitivamente medem o quanto
uma variedade deixa de ser Euclidiana [2]. Para isso, é importante definir a ideia de Conexões em Va-
riedades Riemannianas, que possibilita relacionar continuamente um campo de vetores a outro. Tais
definições serão feitas tendo como principal referência do Carmo [2] .

Definamos X(M) o espaço de todos os campos de vetores de classe C∞ em M e D(M) o anel


das funções reais de classe C∞ em M.

Definição 5. Seja M uma Variedade Riemanniana. Uma Conexão afim na variedade M é uma relação
entre campos vetoriais ∇ : X(M) × X(M) → X(M) escrita como ∇(X,Y ) := ∇X Y com as seguintes
propriedades:

(i) ∇ f X+gY Z = f ∇X Z + g∇Y Z;

(ii) ∇X+Y Z = ∇X Z + ∇Y Z;

(iii) ∇X ( fY ) = f ∇X Y + X( f )Y ;

∀ X,Y, Z ∈ X(M) e ∀ f , g ∈ D(M)

Ou seja, ∇X Y transforma suavemente dois campos em um terceiro Z = ∇X Y . Seja p um ponto


na Variedade M n e (U, (x1 , ...., xn )) uma carta coordenada na vizinhança de p. Seja Tp M = [{ ∂x∂ i }]i=1,n
e portanto X = ∑i µi Xi , Y = ∑ j ν j X j , com Xa = ∂x∂a . Z pode ser reescrito em função de Xk pelo Símbolo
de Christoffel Γkij :

∇X Y = ∑ xi ∇Xi (∑ y j X j ) = ∑ xi y j ∇Xi X j + ∑ xi Xi (y j )X j
i j ij ij

Desde que ∇Xi X j = ∑k Γkij Xk :

∇X Y = ∑(∑ xi y j Γkij + X(yk ))Xk


k ij

Uma conexão é dita compatível com a métrica h , i : T M ×T M → R se para quaisquer pares de cam-
pos vetoriais paralelos hP, P0 i = Constante. É possível provar que para dada Variedade Riemanniana
existe uma única conexão afim que é compatível e simétrica ( ou seja, [X,Y ] f := ∇X Y f − ∇Y X f = 0).
Essa conexão é chamada de Conexão de Levi-Civita. Uma demonstração completa da existência

11
dessa conexão pode ser encontrada em [2].

Temos as ferramentas necessárias para definir Curvatura em Variedades:

Definição 6. A curvatura é definida pela relação R : X(M) × X(M) × X(M) → X(M) dada por:

R(X,Y )Z = [X,Y ] + ∇[X,Y ] Z (9)

Onde ∇ é uma conexão afim e [X,Y ] = ∇X Y − ∇Y X

Quando M = Rn , R(X,Y )Z = 0. De certa forma, podemos interpretar R como sendo a grandeza


que "mede"o quanto dada variedade se distancia de ser euclidiana. Dada uma variedade M n e uma
carta coordenada (U, (x1 , ...., xn )), escrevendo Xi = ∂x∂ i , com Tp M = [{ ∂x∂ i }]i=1,n , R pode ser reescrita
na forma tensorial. De fato, seja X,Y, Z campos vetoriais, então se:

X = ∑ µi Xi , Y = ∑ ν j X j , Z = ∑ ωk Xk
i j k

então reescrevemos R(X,Y )Z :

∑ Ri jk µiν j ωk Xρ
ρ
R(X,Y )Z =
i, j,k

Rsi, j,k pode ser reescrita em função do símbolo de Christoffel:

∂ s ∂ s
Rsijk = ∑ Γ jk Γsjρ − ∑ Γ jk Γsiρ +
ρ ρ
Γik − Γ (10)
ρ ρ ∂x j ∂xi jk

A dedução completa da equação (10) pode ser encontrada em [2].


A seguir, a definição da Curvatura de Ricci [2], presente na equação (6) (Equação de Einstein):

Definição 7. Seja x = zn um vetor unitário em Tp M e uma base ortonormal {z1 , z2 , ..., zn−1 } do hiper-
plano de Tp M ortogonal a x. A curvatura de Ricci Ric(x) é a seguinte média:

1
Ric(x) = hR(x, zi )x, zi i, i = 1, 2, ..., n − 1 (11)
n−1 ∑
i

A curvatura de Ricci tem a importante propriedade de ser invariante sobre mudança de coordenada.
Assim, ela independe da base escolhida [2].

12
3 Desenvolvimento
Nesta seção serão desenvolvidos os conceitos definidos nas seções anteriores a fim de estabelecer
uma relação entre a noção de superfícies mínimas em Variedades Riemannianas (regidas, principal-
mente, pela equação 4) e as teorias quasi-locais de buracos negros. Para isso, é necessário compre-
ender a noção de horizontes aparentes (Apparent horizon) que estão contidas ou coincidem com o
horizonte de eventos. Em especial, será estudado o MOTS (Marginally Outer Trapped Surface) que é
um análogo de uma superfície mínima em uma Variedade Riemanniana [19], [20].

3.1 Horizonte Aparente e MOTS


Seja (M n+1 , g) uma Variedade Lorentziana e N ⊂ M uma subvariedade. Dizemos que N é uma
hipersuperfície nula (equação (8)) se g|N (X, X) = 0 para todo X ∈ T N. Toda hipersuperfície nula tem
um campo de vetores K direcionada para o futuro (positivamente no eixo x0 = ct) tal que g(K, K) = 0,
como demonstrado em [19].
Um importante exemplo de hipersuperfície nula em Relatividade Geral surge no Cone de Luz
(Figura (6)). Seja (R3 , g) uma variedade Lorentziana com x = (ct, x1 , x2 ) as coordenadas usuais do
espaço-tempo. A hipersuperfície desse espaço é umaa subvariedade de R3 tal que g(x, x) = 0. Porém:

g(x, x) = −(ct)2 + x12 + x22 = 0

De forma que temos a equação do cone em R3 :

(ct)2 = x12 + x22 (12)

Como mostrado na Figura (6), existem duas superfícies (∂J + − {p}, ∂J − − {p}) com a parametri-
zação definida pela equação (12). Pegando a superfície cujo o campo vetorial K é direcionada para o
futuro (ct positivo), temos a hipersuperfície nula de R3 dada por ∂J + − {p}. Qualquer curva contida
em ∂J + − {p} é uma geodésica nula. Fisicamente falando, partículas sem massa (como os fótons)
descrevem "caminhos"ao longo do cone ∂J + − {p}.

13
Figura 6: O cone de luz, onde ∂J + e ∂J − têm como vértice o ponto p (observador). As linhas ponti-
lhadas que têm p como origem referem-se às geodésicas que geram ∂J + .

∂J +

K
p
−K

∂J −

Compilado pelo autor.

Uma hipersuperfície nula é regrada por geodésicas nulas [19]. Chamaremos de geradores nulos
as curvas que geram uma hipersuperfície. Citando como exemplo o cone de luz da Figura (6), os
segmentos de reta pontilhados que têm como origem o ponto p são geodésicas nulas que geram ∂J + −
{p}.
Podemos mensurar a expansão média de geradores nulos ao longo do eixo do tempo e ao redor da
hipersuperfície nula. Para isso, é necessário definir uma função contínua que expressa o quanto o
campo vetorial K varia ao longo da hipersuperfície nula N. Seja p ∈ N um ponto da hipersuperfície
e Πn−1 um subspaço vetorial de Tp N n transversal ao K p . A métrica g restrita ao subespaço Πn−1 é
positivo definida (ver [19]). Sendo {e1 , e2 , ..., en−1 } uma base ortonormal de Πn−1 , definimos a função
contínua θ em função de p como:

n−1
θ(p) = ∑ g(∇ek K, ek ) (13)
k=1

A função θ é sensível às mudanças de K e portanto, variam com mudança de coordenadas [19,


20]. No exemplo da Figura (6), θ > 0 para ∂J + − {p} e θ < 0 para ∂J + − {p}.
É possível provar, usando métodos análogos aos usados com as hipersuperfícies nulas, que todo
subespaço N n−1 de (M n+1 , g) com n ≥ 3, assume dois vetores normais l+ e l− que apontam para
o eixo positivo do tempo (futuro) [19]. Sejam χ+ e χ− duas relações bilineares tais que para cada
p ∈ N n−1 , χ± : Tp N × Tp N → R tal que:

χ± (X,Y ) = g(∇X l± ,Y ), para todo X,Y ∈ Tp N

14
Em Geometria Diferencial, uma transformação dessa forma é chamada de Segunda Forma Fundamen-
tal. χ pode ser representado em forma matricial, considerando a interpretação matricial da métrica g
estabelecida na seção (2.2).
A função θ(p) pode ser estudada em ambas as direções determinadas por l+ e l− . Definamos θ+ e
θ− como os valores da função na direções determinadas, respectivamente, por l+ e l− . Fisicamente,
θ+ mede a divergência na saída dos raios de luz emanados de N.
Um fato importante, cuja demonstração se encontra em [19], é a relação entre os valores θ± e a
curvatura média de N. Seja χ a segunda forma fundamental em (M, g) e h uma métrica induzida em
N ⊂ M, uma subvariedade de M. A expansão nula θ± pode de ser escrita como:

θ± = trN K ± H (14)

Onde trN K é o traço da projeção de χ em N (K é escrito em sua forma matricial) e H é a curvatura


média de N.
Uma "superfície aprisionada"(trapped surface) surge quando θ+ , θ− < 0. Esses valores de θ± são
encontrados em regiões de forte campo gravitacional [19, 20], como por exemplo em um Buraco Ne-
gro. Quando θ+ = 0, N é chamado de marginally outer trapped surface (MOTS). Em situações de
simetria no tempo K é nulo (ver [19, 20, 21]). Portanto, para esses casos, N tem a curvatura média
H = 0 pela equação (14). Trata-se de uma superfície mínima.
O horizonte aparente, diferente do horizonte de eventos, é uma região de borda de campos gravitaci-
onais que são definidas localmente. Podemos definir o horizonte aparente como um MOTS maximal
(não contido em nenhum outro MOTS). Essa definição é conveniente para aplicações numéricas e
simulações de Buracos Negros, estudadas a seguir.

3.2 Aplicações
Um mérito fundamental da relação estabelecida na equação (14) é a aplicação numérica. Sabe-
se que a existência de um MOTS implica na existência de um Buraco Negro [20]. Assim, a busca
por um Buraco Negro muitas vezes se resume à busca de um horizonte aparente. As características
que definem um horizonte aparente são muitas vezes simulados em computador, usando métodos de
Relatividade Computacional e Geometria Numérica.
A equação (14) pode ser reescrita de forma a obter informações numéricas mais relevantes. Como
descrito em [20], para um MOTS o valor de θ é:

θ = ∇i si + Ki j si s j − K = 0 (15)

15
Onde si é um vetor unitário normal que aponta para o sentido externo da superfície N descrita acima.
A partir daqui, usaremos as seguintes notações para os índices dos vetores: i, j, k referem-se a vetores
e à metrica g no espaço tempo M. Por sua vez, µ, ν referem-se a vetores em N ⊂ M e à métrica h
induzida em N. Note que si é um vetor externo a N. A equação (15) pode ser reescrita em uma
equação diferencial parcial (EDP):

θ = θ(h, ∂µ h, ∂µν h, gi j , ∂k gi j , Ki j ) = 0 (16)

Que é obtida integralmente e resolvida para vários casos em simulações computacionals por Shibata
em [21].
Softwares que simulam horizontes aparentes são apelidados de Apparent Horizons Finders (AHFin-
ders) e suas metodologias e métodos numéricos costumam usar algumas compreensões de Geometria
Numérica, como ocorrem nos flow algorithms, que usam a equação de fluxo de curvatura, melhor
estudada na Seção (3.2.1).

3.2.1 Flow Algorithms

O flow algorithm descreve a variação do formato de uma superfície (variação de curvatura) em R3


para dada condição de contorno ao longo do tempo discretizado λ. Esse método foi sugerido por Tod
[22] e estabelece que para λ → ∞, a superfície em questão será mínima. Então, para dada superfície
de horizonte em uma região de alto campo gravitacional, o critério de parada da simulação ocorre
quando o horizonte aparente (MOTS) for encontrado. A equação (17) relaciona as coordenadas da
superfície horizonte com o fluxo de curvatura κ (curvatura média por tempo):

∂λ xi = −κsi (17)

Onde xi são as coordenadas da superfície horizonte e si são os vetores unitários ortogonais à superfície
em questão. A equação (17) pode ser relacionada com a função θ pela equação (18) (Fluxo de expansão
de θ) [22]. Dado uma simetria temporal e K = 0 na equação (14), temos:

∂λ xi = −θsi (18)

A equação (18) não tem demonstração, porém vai ao encontro de algumas observações numéricas,
como explica Thornburg [20]:

• As equações (17) e (18) coincidem no resultado final;

16
• A equação (18) converge para uma superfície mínima quando λ → ∞, como era esperado pela
equação (17);

Flows algorithms têm resultados interessantes quanto à evolução de curvatura de superfícies


e é eficaz ao encontrar horizontes de eventos não só localmente (em um aberto) como globalmente
(em todo o espaço). Porem, são lentos e só garantem resultados satisfatórios em simetrias temporais
(K = 0), como elucidado por Thornburg. [20].

3.2.2 Horizon pretracking e a simulação de Buracos Negros Binários (estrelas de neutrons)

O Horizon pretracking foi um termo introduzido por Schnetter [23] e se refere a eliminações de
possíveis indeterminações e ruídos que possam influenciar na curvatura da superfície horizonte de
um buraco negro binário (dois buracos negros com órbitas próximas), como o efeito de Gauge para
campos fortes, antes que eles apareçam. Assim, é possível determinar, com certa precisão, o horizonte
aparente de um buraco negro binário assim que ele surge. Para isso, consideram-se as superfícies de
expansão θ = E = constantes como candidatas ao "chute"inicial no input do software.

Figura 7: Convergência de θ ao longo do tempo para vários valores iniciais de E. θ é a função de


expansão e t o tempo discretizado de evolução do sistema binário de buracos negros.

Fonte: Retirado de [20] que refez e distribuiu gratuitamente o gráfico, com a autorização dos
autores, originalmente publicado em [23].

Como já discutido na Seção (3.1), valores de θ ≥ 0 estão associados com regiões de baixo campo
gravitacional. Suponha θ = E∗ o menor valor de θ 6= 0 para a região em questão. A afirmação é θ = E∗
é o melhor "chute"inicial que garante as aproximações do pretracking [20, 23]. Se E∗ convergir para 0,

17
o horizonte aparente é encontrado. Evidentemente, a eficácia do software depende de uma boa escolha
de E∗ , que deve ser o menor valor possível que convirja para zero [23].
A Figura(7) mostra o resultado de uma simulação obtida em [20] para diferentes variações da função
de expansão. Aqui, r é um parâmetro real que altera o shape da superfície estudada. Os valores de θ
convergem para 0 em torno de t = 1.1.

3.2.3 Conjectura da Massa Positiva

A conjectura da Massa Positiva afirma que, considerando a condição dominante de energia na teoria
clássica de campos, a massa de um espaço-tempo assintoticamente plano (uma variedade Lorentziana
cuja curvatura é nula em longas distâncias) é não negativa (≥ 0). A massa é zero no espaço de Min-
kowski [24]. A condição dominante de energia estabelece que, de maneira resumida e rudimentar, a
massa-energia não será observada viajando com velocidade superior a da luz [25].
Uma notável demonstração dessa conjectura, obtida em 1979 por Yau e Schoen [24], usa a teoria
de superfícies mínimas. O ingrediente principal da demonstração, como elucida Wang [26], está em
afirmar que, dado uma superfície mínima S em uma variedade Riemanniana, a segunda derivada da
área A(S) deve obdecer ao segundo critério de ponto crítico. Obtendo assim a seguinte desigualdade:
Z
0 ≤ A00 (S) = ||∇ f || − f 2 [Ric(v) + || ∑ ki ||2 ]dS
S i

Onde a parte da direita da equação acima deriva diretamente da equação (3). ki são as curvaturas
principais de S, v um vetor unitário normal a S e f é uma função nas mesmas condições exigidas pela
equação (3).

Conclusão
Este trabalho apresentou conceitos básicos de superfícies mínimas em variedades Riemannianas,
apresentando alguns exemplos no R3 . Foi realizada também uma análise da literatura básica sobre
horizontes aparentes e aplicações de superfícies mínimas em soluções numéricas de buracos negros.
O estudo da teoria de superfícies mínimas em Variedades Riemannianas é relevante para a compre-
ensão teórica de MOTS em simetria temporal e horizontes aparentes. Um MOTS em simetria temporal
(K = 0), por ser uma superfície mínima, é descrito pela equação diferencial (4), o que permite uma
conexão entre a teoria quasi-local de buracos negros e a teoria de superfícies mínimas e de estabili-
dade de superfícies em Geometria Riemanniana. Essa relação pode ser fundamental para obtenção
de resultados importantes, como a demonstração do Teorema da Massa Positiva obtida por Schoen e

18
Yau.
Em se tratando de aplicações numéricas e simulações computacionais, compreender o MOTS como
uma superfície mínima pode auxiliar na obtenção de horizontes aparentes (principal sinal da existência
de um buraco negro) aplicando conceitos já bem estabelecidos de Geometria Numérica e estabilidade
de superfícies mínimas. Como ficou evidenciado na Seção 3.2.1, uma relação entre curvatura e fun-
ção de expansão θ é importante por conceber uma possibilidade de obtenção numérica de horizontes
aparentes com ferramentas comuns da geometria diferencial, além de abrir um precedente para novas
pesquisas, já que a equação (18), apesar da eficácia, não tem demonstração completa.

Referências
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[2] M. P. do Carmo, Geometria Riemanniana, Projeto Euclides, IMPA, 1979

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https://pdfs.semanticscholar.org/d079/ ccde12a60cf9d27a81c590d314694da532f9.pdf

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