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Índice

Resumo ............................................................................................................................. 1

Abstract ............................................................................................................................. 2

Capitulo 1 ......................................................................................................................... 3

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3

1.1. OBJETIVOS DO TRABALHO ............................................................................ 4

1.1.1. Objectivo geral deste trabalho: .......................................................................... 4

1.1.2. Específicos: ........................................................................................................ 4

1.2. METODOLOGIA .................................................................................................. 4

Capitulo 2 ......................................................................................................................... 5

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 5

2.1. Âmbito industrial ................................................................................................... 5

2.2. Elementos construtivos .......................................................................................... 5

2.3. Funcionamento “Ciclo Brayton” ........................................................................... 6

2.3.1. Ciclo aberto ........................................................................................................ 7

2.3.2. Ciclo fechado ..................................................................................................... 7

2.4. Classificação da Turbinas a Gás ............................................................................ 9

2.4.1. Quanto ao ciclo ................................................................................................ 10

2.4.2. Quanto à construção ......................................................................................... 10

2.4.3. Quanto ao número de eixos ............................................................................. 12

2.4.4. Quanto à aplicação ........................................................................................... 12

2.5. DIMENSIONAMENTO DE TURBINAS A GÁS ............................................. 13

2.5.1. Introdução ........................................................................................................ 13

2.5.2. Ciclo Brayton ................................................................................................... 14

2.5.3. Introdução técnica ............................................................................................ 15

2.5.4. Estudo do ciclo termodinâmico ....................................................................... 16


2.5.4.1. Ar como gás perfeito .................................................................................... 16

2.5.4.2. Mistura de gases ........................................................................................... 19

Turbina ........................................................................................................................... 19

2.6. PROJECTO DA TURBINA ................................................................................ 20

2.6.1. Dimensionamento da Palheta........................................................................... 20

2.6.2. Cálculo das Áreas de Escoamento entre as Palhetas ....................................... 25

Capitulo 3 ....................................................................................................................... 28

3. Conclusão ................................................................................................................ 28

Bibliografia ..................................................................................................................... 29
Índice de ilustrações:

Ilustração 1: Os ciclos Aberto (a) e Fechado (b) ............................................................ 10


Ilustração 2: Turbina Leve, estação de bombeamento da Avon ..................................... 11
Ilustração 3: Turbina para Serviços Pesados (Heavy-Duty GT – Siemens KWU) ........ 11
Ilustração 4: Esquema de uma Usina de Energia Elétrica com Turbina a Gás .............. 12
Ilustração 5: Turbina Marítima WR 21 ICR da Northrop Corporation .......................... 13
Ilustração 6: Etapas da turbina a gás. ............................................................................. 15
Ilustração 7: Aço SAE 4340 ........................................................................................... 16
Ilustração 8: Efeitos dos rendimentos do compressor e turbina no trabalho líquido do
ciclo. ............................................................................................................................... 17
Ilustração 9: Efeitos dos rendimentos do compressor e Turbina no rendimento do ciclo
com Regenerador η= 90%. ............................................................................................. 18
Ilustração 10: Diagrama T-s do ciclo da turbina a gás (em cima), com regenerador (em
baixo) .............................................................................................................................. 18
Ilustração 11: esquema da turbina .................................................................................. 20
Ilustração 12: Triângulo das velocidades. ...................................................................... 21
Ilustração 13: Valores possíveis de Mach e da velocidade relativa do fluido na entrada
da turbina ........................................................................................................................ 23
Ilustração 14: Valores possíveis de Mach e da velocidade relativa do fluido na saída da
turbina em relação aos ângulos δ e γ .............................................................................. 24
Ilustração 15: Eficiência do estágio em função de δ e γ ................................................. 24
Ilustração 16:tabela resumo ............................................................................................ 26
Ilustração 17: Perfil da Palheta ....................................................................................... 27
Resumo

O presente trabalho de carácter obrigatório é realizado no âmbito da Unidade


Curricular IV, Tema VI, que visa o desenvolvimento do conteúdo relativo a “turbinas a
gás” e desta forma proporcionar aos estudantes conhecimentos mais aprofundados com
relação ao conteúdo tratado. Desta forma alem do concito, e outros aspetos teóricos que
são abordados no mesmo, o presente trabalho mostra como dimensionar as “turbinas a
gás”, que são:

Máquinas térmicas na qual se aproveita diretamente a energia liberada na combustão,


armazenada nos gases produzidos que se expandem, de forma parecida que o vapor nas
turbinas a vapor, sobre as palhetas móveis de um rotor.

O avanço nas turbinas a gás ocorreu na época da 2ª Guerra Mundial devido a


aeronáutica que tinha necessidade de aumentar a velocidade de seus aviões, com a
industrialização após a 2ª Guerra e o conhecimento aprofundado com a evolução dos
motores térmicos, a cerca de 150 anos foi desenvolvida a 1ª turbina a gás. Por fim, com
o desenvolvimento da metalurgia nos últimos 30 anos foi possível obter materiais que
suportam temperaturas mais elevadas (superiores a ) e que permitiram o
desenvolvimento das turbinas a gás modernas.

Palavras-chave: Turbinas a gás. Velocidade. Dimensionamento.

1
Abstract

The present work of obligatory nature is carried out within the scope of
Curricular Unit IV, Theme VI, which aims to develop the content related to "gas
turbines" and thus provide students with more in-depth knowledge regarding the content
treated. In this way besides the agreement, and other theoretical aspects that are
approached in the same, the present work shows how to size the "gas turbines", which
are:
Thermal machines in which the energy released in the combustion is directly
utilized, stored in the produced gases that expand, like steam in the steam turbines, on
the movable vanes of a rotor.
The advance in the gas turbines occurred in the time of World War II due to the
aeronautics that needed to increase the speed of its airplanes, the industrialization after
the Second War and the in depth knowledge with the evolution of the thermal engines,
about 150 years the first gas turbine was developed. Finally, with the development of
metallurgy in the last 30 years it has been possible to obtain materials that withstand
higher temperatures (above 500 ) and that have allowed the development of modern
gas turbines.

Keywords: Gas turbines. Velocity. Sizing.

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Capitulo 1

1. INTRODUÇÃO

O termo turbina a gás é mais empregado em referência a um conjunto de três


equipamentos: compressor, câmara de combustão e turbina propriamente dita. Sendo
que esta configuração forma um ciclo termodinâmico a gás, cujo modelo ideal
denomina-se Ciclo Brayton, concebido por George Brayton em 1870. Ironicamente a
denominação turbina a gás pode ser associada a queima dos gases oriundo da mistura do
combustível utilizado com o fluido de trabalho “ar”, mas neste caso o combustível em si
pode ser gasoso, como gás natural, gás liquefeito de petróleo (GLP), gás de síntese ou
líquido, como querosene, óleo diesel e até mesmo óleos mais pesados.
De princípio este conjunto opera em um ciclo aberto, ou seja, o fluido de
trabalho (ar) é admitido na pressão atmosférica e os gases de escape, após passarem pela
turbina, são descarregados de volta na atmosfera sem que retornem à admissão.

Na atualidade as turbinas as gás são amplamente utilizadas na indústria


aeronáutica, devido a geração de considerável propulsão e empuxo, com varias
derivações de motores e configurações. As turbinas a gás são equipamentos muito
complexos que possuem grande tecnologia agregada, mas que depois de implantadas
demostram grande rentabilidade.

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1.1.OBJETIVOS DO TRABALHO

1.1.1. Objectivo geral deste trabalho:


 O dimensionamento de turbinas a gás.

1.1.2. Específicos:

Descrever de forma genérica os seguintes aspetos:


 Ciclo para a obtenção de potência em uma turbina a gás;
 Compressor, Câmara de combustão de uma Turbina a gás;
 Aplicação, Partes e Princípios de funcionamento;
 Ciclos termodinâmicos, rendimento e Potência;
 Utilização em ciclos combinados.
 Apresentar aspetos ligados a manutenção

1.2.METODOLOGIA

1.2.1. Revisão bibliográfica

Com o objetivo de enriquecer o trabalho foram lidas obras que abordam sobre
centrais turbinas a gás para permitir melhor compreensão sobre o tema em estudo e
originar a base de discussão do assunto.

1.2.2. Pesquisa virtual

Consistiu essencialmente em pesquisar na Internet temas relacionados com


dimensionamento de turbinas a gás na busca de dados técnicos como é o caso das
imagens ilustrativas no mesmo trabalho.

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Capitulo 2

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1.Âmbito industrial

As turbinas a gás são máquinas tecnicamente muito complexas, com inúmeras


partes móveis e sofisticados sistemas de lubrificação e controle eletrônico visando
basicamente a conversão da energia contida no combustível em potência de eixo. As
turbinas a gás são acionadas pelos próprios gases quentes, produto da combustão, o que
dispensa a utilização de um fluido de trabalho intermediário, como o vapor, ou outro
fluído. Isto leva a unidades mais compactas, para os mesmos níveis de produção de
potência, (FIALHO, 2011).

2.2.Elementos construtivos
As principais partes componentes da turbina a gás são:

1 2 3

Difusor Bocal

Figura 1:Componentes básicos de um motor turboajato

Tabela 1:Descrição dos Componentes

Nas turbinas a gás, o compressor utilizado geralmente trabalha


com fluxo axial, tipicamente com 17 ou 18 estágios de
1 compressão. Cada estágio do compressor é formado por uma
fileira de palhetas rotativas que impõem movimento ao fluxo de
Compressor ar (energia cinética) e uma fileira de palhetas estáticas, que utiliza
a energia cinética para compressão. O ar sai do compressor a uma
temperatura que pode variar entre 300°C e 450°C.
A câmara de combustão pode ser simples ou múltipla. As

5
múltiplas são sempre tubulares e as simples podem ser tubulares e
2 anulares. Por sua vez todos estes tipos podem ser de construção
Camara de horizontal ou vertical. As de construção horizontal são montadas
combustão
em cima ou ao redor da turbina a gás; as de construção vertical
são montadas ao lado da turbina a gás.
A câmara de combustão realiza as seguintes operações:
pulverização do combustível, vaporização do combustível, faz a
mistura ar-combustível, inflamação e combustão da mistura.
Podem ser radias ou axiais, constituída por rotor “parte móvel” de
rodas dinâmicas onde a sua volta é repleta de palhetas que são
3
fixadas a um disco rotativo.
Turbina  Axial “os produtos da combustão entearão e saem no
mesmo sentido, paralelo ao eixo”.
Fonte: adaptado el autor

2.3.Funcionamento “Ciclo Brayton”

O ciclo Brayton foi proposto por George Brayton, para ser utilizado no motor
alternativo desenvolvido por ele em 1870. Hoje, é apenas usado em turbinas a gás, nas
quais os processos de compressão e expansão ocorrem em um maquinário rotativo.
(Laurya, Junho 2014).

As turbinas a gás funcionam admitindo ar em condição ambiente ou refrigerado.


O ar entra no compressor, onde ocorre compressão adiabática com aumento de pressão e
consequentemente também aumento de temperatura. Cada estágio do compressor é
formado por uma fileira de palhetas rotativas que impõem movimento ao fluxo de ar
(energia cinética) e uma fileira de palhetas estáticas, que converte a energia cinética em
aumento de pressão. O ar pressurizado (e aquecido), segue para as câmara de
combustão, onde também é alimentado com um combustível que pode ser gasoso ou
líquido. Na combustão ocorre um aumento de temperatura a pressão constante,
produzindo um aumento de volume do fluxo de gases. Estes gases quentes e
pressurizados acionam a turbina de potência, gerando trabalho mecânico. Depois, os
gases, ainda quentes, são finalmente liberados ainda em alta temperatura. (ANDRADE)

6
2.3.1. Ciclo aberto

Os gases resultantes são rejeitados do sistema de forma que eles não recirculem
dentro do ciclo. Tem início com a admissão do ar, em condição ambiente, pelo
compressor, onde sofrerá compressão adiabática e isoentrópica e aumento de
temperatura, e consequente aumento da entalpia. Após isso, chegará à câmara de
combustão, onde irá se misturar com combustível e sofrerá combustão à pressão
constante. Ao sair da câmara de combustão, os gases à alta temperatura e pressão irão
sofrer uma expansão isoentrópica até a pressão ambiente, conforme passam pela turbina
de geração de potência. Na medida que o fluido exerce trabalho sobre as pás da turbina,
reduz-se a pressão e a temperatura até a
condição ambiente.

(1-2) Compressão adiabático-isentrópico.


(compressor), (2-3): adição isobárica de calor
(Câmara de combustão), (3-4): expansão
adiabático-isentrópico. (turbinas a gás), (4-1)
cessão isobárica de calor (atmosfera).
Figura 2:Esquemático do ciclo aberto

2.3.2. Ciclo fechado

No ciclo fechado, os processos de compressão e expansão permanecem iguais ao


ciclo aberto, porém, o processo de combustão é substituído por um processo de
fornecimento de calor, por um trocador de calor, à pressão constante, a partir de uma
fonte
externa, e o processo de exaustão é substituído por um processo de rejeição de calor a
uma pressão constante, permitindo a recirculação do ar no ciclo. Nesse processo:

 A possibilidade de se utilizar combustíveis


sólidos;
 A possibilidade de altas pressões em todo o
ciclo,
 Evita-se a erosão das palhetas da turbina;

7
Figura 3:Esquemático de um ciclo fechado
 Elimina-se o uso de filtros
 Aumento da transferência de calor devido a alta densidade do fluido de trabalho
(alta pressão);

Outros ciclos

Figura 4:Fonte: godoy,jorge, turbinas a vapor, petrobrás

O ciclo ideal também pode ser representado através de gráficos como: os


gráficos P-v e T-s. Através deles, pode-se observar que as áreas de cada figura podem
ser interpretadas como calor e trabalho por unidade de massa, onde no diagrama T-s a
área da figura em questão pode ser interpretada como calor líquido absorvido e no
diagrama P-v a área representa o trabalho líquido produzido.

8
Figura 5:Representação do ciclo ideal através dos gráficos P-v e T-s

Fonte: Análise de rendimento de uma turbina a gás

2.4.Classificação da Turbinas a Gás

Apesar das muitas aplicações e dos diversos tipos de turbinas a gás, há entre elas
uma série de aspectos que possibilitam uma classificação. Segundo Martinrlli (2002),
entre várias classificações, pode-se citar:

Quanto ao Ciclo:

 Aberto e;
 Fechado.

Quanto à Construção:

 Leves (Jet-derived GT - derivadas de turbinas aeronáuticas) e;


 Pesadas (Heavy-Duty GT -).

Quanto ao Método de Transmissão de Força

 Livres;
 Transmissão Directa;
 Transmissão por Engrenagens (Caixa de Redução ou Ampliação da Rotação).

Quanto à Rotação

 Operação em Velocidade Constante (turbo-alternadores);


 Operação em Velocidade Variável (turbo-bombas e turbo-compressores).

Quanto ao Número de Eixos

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 De um eixo e;
 De vários eixos.

Quanto à Aplicação

 Industrial;
 Marítima;
 Aeronáutica.

2.4.1. Quanto ao ciclo

As turbinas podem operar em um Ciclo Aberto ou Ciclo Fechado.

Por Ciclo Aberto entende-se que o fluido de trabalho não retorna ao início do
ciclo. O ar, retirado da atmosfera, é comprimido, levado à câmara de combustão onde,
juntamente com o combustível, recebe uma faísca, provocando a combustão da mistura.
Os gases desta combustão então expandem-se na turbina, fornecendo potência à mesma
e ao compressor, e, finalmente, saem pelo bocal de exaustão.

Ao contrário do ciclo aberto, no Ciclo Fechado, o fluido de trabalho permanece


no sistema. Para isso, o combustível é queimado fora do sistema, utilizando-se um
trocador de calor para fornecer a energia da combustão ao fluido de trabalho.

Ilustração 1: Os ciclos Aberto (a) e Fechado (b)

Fonte: Martinrlli (2002)

2.4.2. Quanto à construção

As Turbinas Leves têm como principais características:

 De construção leve;
 Alta velocidade e, geralmente,

10
 Mancais de rolamentos, que normalmente não são facilmente acessíveis.

Ilustração 2: Turbina Leve, estação de bombeamento da Avon

Fonte: Martinrlli (2002)

As Turbinas para Serviços Pesados (Heavy Duty Gas Turbine) são construídas
para aplicações estacionárias. Compreendem em uma vasta e diversa gama de
máquinas, indicadas para geração de energia (de 10MW a acima de 100MW). Enquanto
máquinas de menor potência são similares as “jet derived”, as turbinas de média e alta
potência possuem estruturas muito pesadas, volumosas. As câmaras de combustão não
são necessariamente circulares, dispostas entorno do cilindro da turbina. Ao contrário,
estas máquinas podem ter uma ou duas câmaras de combustão dispostas separadamente.

Ilustração 3: Turbina para Serviços Pesados (Heavy-Duty GT – Siemens KWU)

Fonte: Martinrlli (2002)

11
2.4.3. Quanto ao número de eixos

Um ciclo com um eixo apenas, parte da potência produzida pela Turbina é


fornecida ao Compressor. Apenas o restante da potência se destina a potência útil de
eixo. No caso de turbinas aeronáuticas, toda a potência gerada será utilizada
internamente.

Um ciclo com dois eixos é formado de um gerador de gás, que está ligado ao
primeiro eixo, e uma turbina livre, que está ligada ao segundo eixo. No caso de turbinas
aeronáuticas, a turbina livre é substituída por um bocal. A diferença entre os dois ciclos
está na operação.

Um ciclo com vários eixos tem aplicação na aeronáutica. Neste caso, o conjunto
pode ter um, dois ou três eixos concêntricos com a finalidade de aumentar a razão de
pressão do ciclo e consequentemente sua eficiência térmica. A divisão em vários eixos
do gerador de gás tem objectivo de aumentar a eficiência aerodinâmica da compressão
pois, a compressão em um único estágio diminuiria a operação da turbina e a eficiência
térmica.

2.4.4. Quanto à aplicação

As Turbinas Industriais são essencialmente fixas. São utilizadas para geração


de energia mecânica, com rotação constante ou variável.

Ilustração 4: Esquema de uma Usina de Energia Elétrica com Turbina a Gás

Fonte: Martinrlli (2002)

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As Turbinas Marítimas são utilizadas na geração de energia mecânica e
eléctrica em navios. São do tipo “on board”.

Ilustração 5: Turbina Marítima WR 21 ICR da Northrop Corporation

Fonte: Martinrlli (2002)

Sem dúvida o maior desenvolvimento tecnológico e científico da turbina a gás


está no campo aeronáutico. Por razões de segurança, estratégia, as grandes potências
mundiais investem grandes somas em dinheiro para a pesquisa e desenvolvimento de
equipamentos que possam ter grandes eficiências térmicas, grande potência (empuxo) e
que possibilitem altas velocidades (supersónicas). Possui eficiências térmicas altas,
chegando a 41% e altas temperaturas de combustão (1800K).

2.5.DIMENSIONAMENTO DE TURBINAS A GÁS


2.5.1. Introdução

O termo turbina a gás é mais comummente empregado em referência a um


conjunto de três equipamentos: compressor, câmara de combustão e turbina
propriamente dita. Esta configuração forma um ciclo termodinâmico a gás, cujo modelo
ideal denomina-se Ciclo Brayton, concebido por George Brayton em 1870. Este
conjunto opera em um ciclo aberto, ou seja, o fluido de trabalho (ar) é admitido na
pressão atmosférica e os gases de escape, após passarem pela turbina, são descarregados
de volta na atmosfera sem que retornem à admissão. A denominação turbina a gás pode
ser erroneamente associada ao combustível utilizado.

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A palavra gás não se refere à queima de gases combustíveis, mas, sim ao
fluido de trabalho da turbina, que é neste caso a mistura de gases resultante da
combustão. O combustível em si pode ser gasoso, como gás natural, gás liquefeito de
petróleo (GLP), gás de síntese ou líquido, como querosene, óleo diesel e até mesmo
óleos mais pesados.

2.5.2. Ciclo Brayton

O ciclo Brayton é um ciclo ideal, uma aproximação dos processos térmicos que
ocorrem nas turbinas a gás, descrevendo variações de estado (pressão e temperatura)
dos gases. O conceito é utilizado como base didáctica e para análise dos ciclos reais,
que se desviam do modelo ideal, devido a limitações tecnológicas e fenómenos de
irreversibilidade, como o atrito.

O ciclo se constitui de quatro etapas como podem ser vistas na figura abaixo.

Primeiramente, o ar em condição ambiente passa pelo compressor, onde ocorre


compressão adiabática e isentrópica, com aumento de temperatura e consequente
aumento de entalpia.

Comprimido, o ar é direccionado às câmaras, onde mistura-se com o


combustível possibilitando a queima e o aquecimento, à pressão constante. Ao sair da
câmara de combustão, os gases, à alta pressão e temperatura, se expandem conforme
passam pela turbina, idealmente sem variação de entropia. Na medida em que o fluido
exerce trabalho sobre as palhetas, reduzem-se a pressão e temperatura dos gases,
gerando-se potência mecânica. A potência extraída através do eixo da turbina é usada
para accionar o compressor e eventualmente para accionar outros órgãos de máquinas.
A quarta etapa não ocorre fisicamente, se tratando de um ciclo termodinâmico aberto.
Conceitualmente, esta etapa representa a transferência de calor do fluido para o
ambiente.

14
Ilustração 6: Etapas da turbina a gás.

Fonte: Pinto (2011)

Desta forma, mesmo se tratando de um ciclo aberto, parte da energia proveniente


da combustão é rejeitada sob a forma de calor, contido nos gases quentes de escape. A
rejeição de calor é um limite físico, intrínseco ao funcionamento de ciclos
termodinâmicos, mesmo nos casos ideais, como define a segunda lei da termodinâmica.

Segundo Pinto (2011), a perda de ciclo ideal pode ser quantificada pela potência
proveniente do combustível, descontando-se a potência de accionamento do compressor
e a potência líquida. Assim, diminui-se a perda à medida que se reduz a temperatura de
escape e se eleva a temperatura de entrada da turbina, o que faz da resistência, a altas
temperaturas, das partes da turbina um ponto extremamente crítico na tecnologia de
construção destes equipamentos.

2.5.3. Introdução técnica

As turbinas a gás apresentam uma solução alternativa viável técnica e


economicamente na geração de energia eléctrica devido a sua maior razão
potência/peso, oferecendo maior facilidade na logística do conjunto, custo inferior ao de
motores alternativos e menor gastos com matéria-prima. Além disso, as microturbinas
oferecem grandes atractivos para aplicações em geração distribuída. Além de emissões
de NOx relativamente pequenas, baixa manutenção, tamanho reduzido e operação
silenciosa, as microturbinas possibilitam aplicação em pequenos sistemas de co-
geração.

15
2.5.4. Estudo do ciclo termodinâmico
2.5.4.1.Ar como gás perfeito

A operação básica de uma microturbina a gás é similar a do ciclo de potência a


vapor, porém o fluido de trabalho utilizado é o ar. O ar atmosférico é aspirado,
comprimido no compressor e encaminhado, a alta pressão, para uma câmara de
combustão. Neste componente o ar é misturado com o combustível pulverizado e é
provocada a ignição.

Deste modo obtém-se um gás a alta pressão e temperatura que é enviado a uma
turbina onde ocorre a expansão dos gases até a pressão de exaustão.

Tomando como base o ciclo Brayton (considerando o Ar como Gás Perfeito)


com o sistema operando em regime permante, nesta seção será desenvolvida uma
análise do trabalho líquido ( ) e rendimento do ciclo ( ) em função da razão de
pressão com o intuito de se obter os valores máximos destas grandezas levando
em conta as eficiências das máquinas térmicas (compressor e turbina), assumindo o
trocador de calor como ideal.

Vale ressaltar que a temperatura é a temperatura de entrada na turbina e ela


depende do material do rotor. Os materiais que são empregados actualmente são aços
ligados e forjados, ligas com altas percentagens de níquel, cromo ou molibdénio, como,
por exemplo, a liga SAE 4340 (Tabela abaixo).

Ilustração 7: Aço SAE 4340

Fonte: Pinto (2011)

16
A seguir estão descritas, de forma resumida, algumas fórmulas finais envolvidas
no estudo sem regenerador:

Trabalho do Compressor:

Turbina:

Trocador de calor:

Trabalho liquido:

Rendimento do ciclo:

Utilizando as expressões acima, é possível obter os gráficos do rendimento e do


trabalho líquido variando em relação a taxa de compressão. Também é possível se ter
uma ideia do diagrama T x s do ciclo. Sem esquecer que os dados têm como base as
tabelas do ar como gás perfeito.

Ilustração 8: Efeitos dos rendimentos do compressor e turbina no


trabalho líquido do ciclo.

Fonte: Pinto (2011)

17
Ilustração 9: Efeitos dos rendimentos do compressor e
Turbina no rendimento do ciclo com Regenerador η= 90%.

Fonte: Pinto (2011)

Ilustração 10: Diagrama T-s do ciclo da turbina a gás (em cima), com regenerador (em baixo)

Fonte: Pinto (2011)

Para a obtenção da razão de compressão p2/p1 utilizou-se as propriedades para o


ar como gás perfeito, porém para o cálculo da vazão mássica de ar do ciclo, será
considerado o ar como gás não perfeito, o que leva a novas expressões de diferenças de
entalpia para o trabalho e para a troca de calor.

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Designadas como:

Trabalho do compressor:

Trabalho da turbina:

Calor Fornecido:

Desta forma, em função da potência limite estimada ̇ , a vazão mássica de ar é


calculada da seguinte forma:

̇
̇ ̇ ̇

2.5.4.2.Mistura de gases

Até este ponto do projecto as grandezas foram analisadas em cima de um Ciclo


Padrão Ar, Gás Perfeito e Gás não Perfeito. A partir de agora será estudado um caso
onde leva-se em conta a entrada de combustível no sistema, o que se aproxima do
funcionamento na prática.

Até este ponto do projecto as grandezas foram analisadas em cima de um Ciclo


Padrão Ar, Gás Perfeito e Gás não Perfeito. A partir de agora será estudado um caso
onde leva-se em conta a entrada de combustível no sistema, o que se aproxima do
funcionamento na prática.

O combustível considerado é o Gás Natural (GN), o qual, para efeito de estudo,


será considerado apenas metano (CH4). Este gás representa cerca de 90% da
composição total do gás natural. Com a entrada do combustível ocorre uma reacção
estequiométrica de combustão (1kmol de GN – sem excesso de ar) na câmara:

Conhecendo-se as proporções de CH4 e O2 a partir da reacção acima, é possível


obter a relação Ar / Combustível da mistura: AC=17,2 kg de ar / kg de GN.

Turbina
Já nesta parte do ciclo existe a passagem da mistura dos gases provenientes da
combustão ocorrida na câmara, portanto é necessário aplicar a 1 ª Lei com o valor das
propriedades diferentes em relação as utilizadas no ciclo padrão de Ar:

19
2.6.PROJECTO DA TURBINA

Nesta fase do projecto, a turbina propriamente dita foi projectada, de formas a


encontrar as dimensões adequadas, o número necessário de pás e o tamanho do rotor,
a fim de atender às exigências necessárias de potência. Além disso, será dimensionado o
bocal que antecede a turbina, o qual possui um papel importante na aceleração do
escoamento. Um detalhe importante é que o escoamento deverá ser subsónico, a fim de
se evitar a formação de ondas de choque. Para melhor compreensão no
dimensionamento, basear-se-á num esquema (Figura abaixo), bastante simples que
permitirá ter uma melhor ideia da disposição dos elementos.

Ilustração 11: esquema da turbina

Fonte: Pinto (2011)

2.6.1. Dimensionamento da Palheta

Para o projecto da turbina deve ser estudado o escoamento através das passagens
entre as palhetas, o qual terá como fundamento principal a teoria de “triângulo de
velocidades”, o que pode ser visualizado pela figura abaixo que representa um diagrama
vectorial com as velocidades absolutas e relativas onde representa a velocidade do
fluido que entra na passagem entre as palhetas e α indica o ângulo segundo o qual ele
entra. Já representa a velocidade relativa do fluido que entra na passagem e β o

20
ângulo segundo o qual ele entra. Analogamente, e representam a velocidade
absoluta e a velocidade relativa do fluido que sai segundo os ângulos δ e γ,
respectivamente.

Onde:

 -representa a velocidade do fluido;


 - Representa a velocidade relativa do fluido que entra na passagem;
 β – É o ângulo segundo o qual ele (fluido) entra;
 - Representa a velocidade absoluta do fluido que sai e o seu ângulo é δ;
 -representa a velocidade relativa do fluido que sai e o seu ângulo é γ;

Ilustração 12: Triângulo das velocidades.

Fonte: Pinto (2011)

O cálculo das grandezas envolvidas na dinâmica do escoamento pelas pás da


turbina na altura média da palheta, como se segue:

Cálculo de V1

Aplicando-se a 1ª Lei da Termodinâmica tomando como Volume de Controle o


bocal e como a área na entrada é muito maior que na saída (A0>> A1), o que leva a uma
velocidade V1>> V0 ≈ 0, pode se encontrar a velocidade do fluido em sua saída (V1)
através da seguinte expressão:

Onde h1 é obtido a partir do conceito de “Grau de Reacção” das turbinas:

21
De maneira conveniente, considerando-se um valor para GR, obtém-se a entalpia h1 e
portanto V1.

Cálculo de VB

Até ao momento foi analisado a cinemática na entrada e na saída da turbina do


ponto de vista do fluido, agora é necessário que se tenha algumas informações sob a
óptica da turbina, o que nos leva a encontrar a velocidade tangencial VB da palheta. Para
a seguinte relação se verifica a maior eficiência para um estágio de reacção:


√ , Logo

Determinação dos ângulos α, β, δ e γ

Para que se tenha ainda maior conhecimento da interacção dinâmica entre os


gases de combustão e as palhetas, é necessário encontrar as velocidades relativas do
fluido tanto na entrada quanto na saída da turbina propriamente dita. Com alguns
arranjos geométricos (Teorema dos Senos), chega-se à expressão que relaciona a
velocidade relativa com a velocidade absoluta em função dos ângulos em 1:

Como há a preocupação de se manter o número de Mach inferior a 1, ou seja,


escoamento subsónico, para que não ocorra a formação de ondas de choque no bocal ou
nas palhetas, é possível encontrar V1R a partir do número de Mach na saída do bocal
(entrada da turbina):

Substituindo a equação de V1R em M1, monta-se uma tabela, na qual pode-se


seleccionar os ângulos alfa e beta que ofereçam uma configuração geométrica que
mantenha Mach subsónico (M1 < 1). Nas tabelas a seguir, os resultados mostrados são
referentes a ângulos possíveis (α<β). Usando a expressão, obtêm-se também os diversos
valores para V1R em função da configuração geométrica. (Pinto, 2011)

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Tabela 13. Valores possíveis de Mach e da velocidade relativa do fluido na entrada da
turbina em relação aos ângulos α e β, considerando a relação . De

referenciar que este valores, M1 e V1R ficam sujeitos a C e V1, respectivamente.

Ilustração 13: Valores possíveis de Mach e da velocidade relativa do fluido na entrada da turbina

Fonte: Pinto (2011)

Da mesma forma como foi estudado o adimensional Mach e a velocidade


relativa na entrada, pode-se realizar os mesmos arranjos matemáticos no triângulo de
velocidades na região de saída da turbina e obter a seguinte expressão para a velocidade
do fluido em relação a palheta V2R (referencial móvel sobre a palheta):

O número de Mach na saída da turbina (M2) pode ser encontrado de forma


análoga à M1:

, Onde √

Substituindo a equação V2R e M2 e com o auxílio do Excel, monta-se uma tabela


que oferece referências entre o Mach e os ângulos γ e δ do triângulo de velocidades na
saída da turbina, podendo assim defini-los:

e,

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Tabela 14. Valores possíveis de Mach e da velocidade relativa do fluido na saída da
turbina em relação aos ângulos δ e γ. De referenciar que este valores M2 e V2R ficam
sujeitos a S e VB, respectivamente.

Ilustração 14: Valores possíveis de Mach e da velocidade relativa do fluido na saída da turbina em relação aos
ângulos δ e γ

Fonte: Pinto (2011)

Para seleccionar os ângulos adequados ao projecto, além do escoamento ser


subsónico (M <1), outros critérios devem ser levados em consideração. Um deles é a
suavidade dos ângulos a fim de não haver descolamento da camada limite.

Ilustração 15: Eficiência do estágio em função de δ e γ

Fonte: Pinto (2011)

Analisando a Tabela 6, podem-se escolher os ângulos (δ e γ) mais adequados do


ponto de vista da eficiência do estágio. A próxima etapa é a verificação pela Tabela 4,
se esses ângulos correspondem a um escoamento subsónico.

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Nesse ponto, é interessante obter um M1 conveniente a partir de M2, já
encontrado. Aplicando-se a 1ª Lei da Termodinâmica nas palhetas, tem-se:

Usando-se a equação anterior obtém-se o valor de M1. Consequentemente chega-


se aos valores de α, β e V1R, pela tabela 3. Os valores obtidos para os ângulos e números
de Mach terão que atender aos critérios pré-estabelecidos na altura média da palheta.

2.6.2. Cálculo das Áreas de Escoamento entre as Palhetas

Com os parâmetros obtidos até aqui, é possível calcular a massa específica da


mistura de gases.

̇
Da equação da continuidade tem-se: ̇ ̇ ̇

A geometria da palheta deve atender às áreas de escoamento calculadas da equação da


continuidade, sendo assim no dimensionamento é considerado uma rotação N rpm. A
partir desta velocidade e da velocidade tangencial VB, obtém-se o raio médio Rm
(conjunto disco e metade da altura da palheta), da seguinte forma:

Define-se o número de pás da turbina e o comprimento da palheta que,


experimentalmente, deve ter um valor entre 0,5~0,6 cm multiplicado pelo passo.

Visto que deve-se atender uma área de escoamento na entrada de A1 e A2 na


saída, tem-se que a área correspondente às palhetas na região de entrada do fluido deve
ser equivalente a A2-A1 levando em conta que a espessura vária, o que nos leva a definir
as seguintes grandezas para a pá:

 Número de Palhetas;
 Altura (h);
 Espessura na entrada (s);
 Passo (p);
 Comprimento da Palheta (c -“Chord”).

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Desta forma tem-se os seguintes raios externos e internos do rotor:

Desenvolvendo-se o mesmo procedimento e raciocínio algébrico realizado para


o raio médio da palheta, obtém-se as grandezas relacionadas à dinâmica do fluido, tais
como velocidades e ângulos, tanto no topo quanto na raiz da palheta, o que vêm
apresentados de forma resumida na tabela a seguir.

Resumo das grandezas relacionadas ao triângulo de velocidades nas extremidades


da palheta e no meio

Ilustração 16:tabela resumo

Fonte: Pinto (2011)

A partir destes dados, pode-se gerar o perfil das palhetas, o qual vem ilustrado
pela figura a seguir representando o “twist” devido à diferença entre os ângulos para
cada altura diferente de palheta.

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Ilustração 17: Perfil da Palheta

Fonte: Pinto (2011)

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Capitulo 3
3. Conclusão

As turbinas a gás têm sido componentes fundamentais para o desenvolvimento


de veículos aéreos visto que elas apresentam uma boa relação peso-potência. O
problema da aplicação dessas turbinas para a geração de energia eléctrica ou como fonte
motriz de uma máquina é o facto de uma parte da potência desenvolvida no rotor da
turbina ser utilizada para mover o compressor e isto constitui uma perda de potencia sob
o ponto de vista do balanço energético da turbina no geral, uma solução viável para esse
problema é o dimensionamento do rotor e a devida selecção do gás combustível para a
turbina de modo que as perdas não afectem a potencia de saída da turbina que será
utilizada como fonte motriz de outros equipamentos ou maquinas, resultando assim
numa aplicação segura e eficaz da turbina. Quanto ao ciclo de funcionamento as
turbinas podem ser de ciclo fechado ou de ciclo aberto e uma conclusão acerca dessa
classificação é que as de ciclo fechado são as mais recomendadas para aplicações em
múltiplos processos porque este ciclo permite um reaproveitamento do fluido de
trabalho que são os gases de escape que saem a altas temperaturas da câmara de
combustão e isto implica na utilização de materiais resistentes ao calor para o rotor da
turbina como é o caso do aço SAE 4340.

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Bibliografia
ANDRADE, D. A. (s.d.). MÁQUINAS TÉRMICAS. parana.

FIALHO, a. c. (2011). Turbina a Gás. In: a. c. FIALHO, Turbina a Gás (p. 8). Rio de
Janeiro: Eletrobrás.

Laurya, M. L. (Junho 2014). Análise de rendimento de uma turbina a gás. Rio de


Janeiro.

Martinelli, L. C. (2002). Máquinas Térmicas II. In: L. C. Martinelli, Máquinas Térmicas


II. Panambi: Detec.

Pinto, M. W. (Janeiro de 2011). DIMENSIONAMENTO DE UMA TURBINA A GÁS


PARA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA DOMÉSTICA.

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