Campus xxxxxxxx-IFTO – 6 a 8 de novembro – 2015
Desenvolvimento de metodologia para conservação de sementes de
cega-machado (Physocalymma scaberrimum Pohl.)
CELIO VINICIO SANTOS DA COSTA¹; ELIZEU ALVES PINTO¹; ROBSON JOSÉ ESTEVES PELUZIO²; CRISTIANE MIRANDA MARTINS²
¹Graduandos do Curso Superior Tecnólogo em Alimentos – IFTO Campus Paraíso do Tocantins. e-mail: celiovinicius33@hotmail.com
2 Docentes do Curso Superior Tecnólogo em Alimentos – IFTO Campus Paraíso do Tocantins. e-mail: robsonpeluzio@ifto.edu.br;
RESUMO
Resumo: Este trabalho teve como objetivo desenvolver uma
metodologia eficiente para a conservação de sementes de cega-
machado visando a produção de mudas desta espécie para fins
ornamentais e/ou de recuperação de áreas degradadas. O
experimento foi realizado no Laboratório de Fitotecnia e no
viveiro do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Tocantins - Campus Paraiso do Tocantins seguindo-se um
delineamento experimental em blocos ao acaso (DBC) em
esquema fatorial 3x2, três formas de acondicionamento (sacos
de papel, de pano e plástico) e duas temperaturas (ambiente e
refrigerado). Os testes realizados foram umidade e emergência.
Sementes de cega-machado apresentaram redução de
emergência e vigor após 60 dias de armazenamento,
independente do método de conservação empregado.
Palavras-chave: Physocalymma scaberrimum, embalagem,
conservação
1. INTRODUÇÃO
A manutenção, durante vários anos, de algumas atividades
agropecuárias, em especial aquelas baseadas na monocultura,
levaram a degradação ambiental do cerrado (MINISTÉRIO DO
MEIO AMBIENTE, 2014). São necessárias ações que possam
recuperar as áreas remanescentes de cerrado visando à
preservação dos recursos naturais mas, para isso, a produção de
mudas de espécies nativas é essencial (OLIVEIRA et al., 2016).
O cega-machado é uma arvore nativa do cerrado que possui
crescimento lento, mas uma vida longa. Deposita suas folhas no
solo contribuindo no aumento da matéria orgânica em áreas de
processo de recuperação, sendo muito recomendada para
ações de reflorestamento. É pouco empregada como espécie
ornamental, embora sua florada se iguale ou supere a beleza
dos ipês (LORENZI, 2014).
No entanto, são escassos os trabalhos empregando esta
espécie. Portanto, o objetivo deste trabalho foi encontrar uma
forma eficiente para conservação de sementes de
Physocalymma scaberrimum Pohl. visando a produção de
mudas.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Laboratório de Fitotecnia e no
viveiro de produção de mudas do IFTO - Campus Paraíso do
Tocantins. Foram coletadas sementes de cega-machado, em
áreas dos municípios de Palmas e Paraíso do Tocantins, a partir
de setembro de 2016, considerando o vigor, porte e sanidade
das matrizes selecionadas.
Após a coleta, foi realizado o beneficiamento das sementes
em laboratório, procedendo a secagem sobre papel toalha em
temperatura ambiente. Em seguida, as sementes foram
homogeneizadas e armazenadas em embalagens de papel,
plástico e pano em ambiente de laboratório e geladeira até a
realização das avaliações.
Empregou-se 3 g de sementes para a determinação do grau
de umidade em estufa a 105°C ± 3°C por 24 horas, de acordo
com a RAS (BRASIL, 2009).
Figura 1. Sementes de cega-machado (Physocalymma
scaberrimum Pohl) armazenadas nos diferentes recipientes.
O Teste de emergência foi avaliado seguindo a metodologia
descrita por Peluzio et al. (2014), com modificações. Foram
utilizadas quatro subamostras de 20 sementes, as quais foram
semeadas em bandejas plásticas com dimensões de 60 x 30 x 10
cm (comprimento x largura x profundidade) contendo areia a 0,5
cm de profundidade.
O delineamento experimental empregado foi em blocos ao
acaso, com quatro repetições, em esquema fatorial 3x2, , três
formas de acondicionamento (sacos de papel, de pano e plástico)
e duas temperaturas (ambiente e refrigerado). Os dados foram
submetidos a análise de variância e as médias foram comparadas
através do teste Tukey, a 5% de probabilidade, empregando o
programa estatístico Assistat versão 7.7.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As sementes de cega machado apresentaram grau de umidade
inicial em torno de 13,24% sendo classificadas como ortodoxas
(CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).
A análise de variância demonstrou que não houve interação
significativa entre os fatores estudados, contudo houve interação
significativa entre os fatores recipientes de acondicionamento e
temperatura de armazenamento.
Tabela 1 – Dados médios do grau de umidade, em porcentagem,
das sementes de cega-machado submetidas ao armazenamento
em diferentes recipientes (R1 = saco de papel; R2 = saco plástico;
R3 = saco de pano) e temperaturas (T1 = ambiente e T2 =
refrigerado) de acondicionamento.
Grau de umidade (%)
Recipientes
T1 T2
Saco de papel 13,72 aA 10,92 bA
Saco de plástico 11,43 aA 8,63 aB
Saco de pano 12,38 aA 10,20 aA
Médias seguidas pela mesma letra, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, não diferem entre
si pelo Teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Segundo os dados expostos na Tabela 2, as sementes
apresentaram maiores porcentagens de emergência quando
conservadas em ambiente refrigerado.
Tabela 2 – Dados médios do dos testes de emergência, em
porcentagem, das sementes de cega-machado submetidas ao
armazenamento em diferentes recipientes (R1 = saco de papel;
R2 = saco plástico; R3 = saco de pano) e temperaturas (T1 =
ambiente e T2 = refrigerado) de acondicionamento.
Médias seguidas pela mesma letra, minúsculas na linha não diferem entre si pelo Teste Tukey ao
nível de 5% de probabilidade.
Dados obtidos e apresentados na Tabela 3 indicam que a
porcentagem de emergência foi mais elevada no período inicial
dos testes (84,38%), com uma redução da emergência ao longo
do tempo.
Tabela 3 – Dados médios do dos testes de emergência, em
porcentagem, das sementes de cega-machado submetidas ao
armazenamento em diferentes recipientes (R1 = saco de papel;
R2 = saco plástico; R3 = saco de pano) e temperaturas (T1 =
ambiente e T2 = refrigerado) de acondicionamento.
Porcentagem de emergência
Tempo (meses) Emergência (%)
1 84,38 a
2 37,08 b
3 41,04 ab
4 38,54 ab
5 42,08 ab
Médias seguidas pela mesma letra, minúsculas na linha não diferem entre si pelo Teste Tukey ao
nível de 5% de probabilidade.
4. CONCLUSÃO
Sementes de cega-machado apresentam redução de
emergência após 60 dias de armazenamento, independente do
método de conservação empregado.
Há necessidade de maiores estudos sobre conservação e
propagação de sementes de cega-machado, assim como de uma
grande gama de espécies arbóreas do cerrado.
5. AGRADECIMENTOS
Aos professores orientadores por adquirirem todos os
materiais necessários à execução da pesquisa.
Ao IFTO pelo auxílio através do pagamento de bolsa de
pesquisa.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Regras para análise de sementes. Brasília: Mapa/ACS, 2009. 399
p.
CARVALHO, N. M; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia
e produção. 4. ed. Jaboticabal: FUNEP, 2000. 588 p.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e
cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa:
Instituto Plantarum, 2014. 384 p.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. PPCerrado – Plano de Ação
para prevenção e controle do desmatamento e das queimadas
no Cerrado: 2ª fase (2014-2015). Brasília: MMA, 2014. 132 p.
OLIVEIRA, M. C. et al. Manual de viveiros e produção de mudas:
espécies arbóreas nativas do cerrado.1.d. Brasília: Rede de
Sementes do Cerrado, 2016. 124 p.
PELUZIO, T. M. de O.; SILVA, M. P. da; SILVA, A. M. da; AZEVEDO,
J. M. G.de; PELUZIO, J. B. E. Emergência de plântulas de pimenta
rosa durante o armazenamento de sementes. In: Nativas 2014 –
SIMPÓSIO SOBRE PRODUÇÃO DE SEMENTES E MUDAS, 2014,
Viçosa – MG. Anais... Viçosa: UFV, 2014.