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60º Congresso Brasileiro de Cerâmica

15 a 18 de maio de 2016, Águas de Lindóia, SP

POLIESTIRENO EXPANDIDO (EPS), UTIZADO PARA FABRICAÇÃO DE BLOCO


DE CONCRETO VAZADO

J. M. Escola
Instituto Federal de Mato Grosso – Campus Cuiabá Octayde Jorge da Silva -DACC;
J. Santos
Instituto Federal de Mato Grosso – Campus Cuiabá Octayde Jorge da Silva –DACC.
Rua: Zulmira Canavarros, 95 – Centro – Cuiabá – MT
(juzeliasc@gmail.com)

RESUMO: A pesquisa possibilita melhor destino aos resíduos de Poliestireno


Expandido “EPS”. O material reutilizado gerou um novo produto. Um produto de alta
sustentabilidade, descartado sem ser reciclado. Por ser volumoso, acumulam -se em
terrenos baldios, encostas dos rios e aterros sanitários. Essa matéria prima contribui
para a conscientização da sociedade a manter o meio ambiente preservado. A
produção de “EPS” se mantém em ascensão, sendo utilizado para transporte de
produto do setor industrial, alimento e na área da construção civil. O EPS reciclado
foi utilizado para fabricar blocos de concreto vazado, substituindo uma porcentagem
do agregado natural por EPS. Após inúmeras dosagens, resultados significativos
para o bloco de concreto foram obtidos. Esses blocos podem ser utilizados em
alvenaria de vedação sem função estrutural, por serem mais econômicos e
sustentáveis. A avaliação dos resultados foi através de ensaios de resistência
mecânica, absorção por capilaridade, retração, de acordo com as especificações
técnicas vigentes.

Palavras-chave: Bloco de concreto. EPS. Reutilizar.

EXPANDED POLYSTYRENE (EPS) BLOCK USED TO MANUFACTURE OF


CONCRETE LEAKED

ABSTRACT: The research allows a better destiny for the Expanded Polystyrene "EPS”. The
reused materials generated a new product. A high sustainability products, discarded without
being recycled. For being full-sized, these materials build up in vacant lots, on the slopes of
rivers and landfills. The reuse of the raw materials may contribute for the society’ awareness,
in order to keep on people preserving the environment. The production of "EPS" remains on
the rise, being used for product transportation industry, food and construction area. The
recycled EPS to build concrete blocks, replacing a percentage of natural aggregate by EPS.
After carrying out various tests and numerous measurements, it was obtained considerable
results concerning the concrete block. This block can be used in sealing masonry without
structural function, because they are more economical and sustainable. The evaluation of the
results was through mechanical resistance, wicking, retraction, according to the current
technical specifications.

Keywords: Concrete block. EPS. Reuse.

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1_INTRODUÇÃO
Este estudo possibilitou uma avaliação para obtenção de melhor destino aos
resíduos de “EPS”. Utilizou-se o material para gerar um novo produto, uma vez que,
possivelmente esse material seria jogado de forma inadequada em lugares não
autorizados. Trata-se de um produto de alta sustentabilidade que foi utilizado no
sentido de propiciar economia no produto final. Esses materiais foram desenvolvidos
dentro das regulamentações técnicas, garantindo, desta forma a qualidade esperada.
A produção de Poliestireno Expandido “EPS” vem aumentando cada vez mais,
esses materiais são utilizados para transporte de alimento, proteção de
eletrodomésticos, eletrônicos, produtos do setor industrial e na área de construção
civil. Após a utilização, esse material é descartado, muitas vezes, sem destino
adequado, gerando dessa forma, acúmulo de resíduos na natureza. Os blocos de
concreto vazado com “EPs” foram moldados e testados, observaram-se as
qualidades técnicas em conformidade às normas vigentes, para que fossem
utilizados em alvenarias de vedação sem função estrutural. Procedeu-se várias
dosagens dos blocos de concreto, aumentando e diminuindo os agregados naturais,
levando em conta o efeito de finos de “EPS”.

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO
2.1 Poliestireno Expandido “EPS”

O Poliestireno Expandido “EPS” popularmente conhecido como (isopor), foi


descoberto na Alemanha em 1949, pelos químicos Frits Stasny e Karl Buchhol.
Segundo Manual de Utilização de EPS na Construção Civil, (2006) , é composto por
um plástico celular rígido obtido através da polimerização do estireno em água, na
sua composição contém o (Hidro Carbureto), que em contato com os raios solares
se deteriora rapidamente, é reciclável e pode voltar a sua condição de matéria prima
original.
Composto por 98% de ar e 2% de plástico, o “EPS”, por ser um material leve
resistente e de baixo custo é muito utilizado para o transporte de alimento, por ser
um excelente isolante térmico. O que garante ao produto no seu interior a
conservação da temperatura e também diminui o risco de sua deterioração.
Por não ter a propriedade de hidroscópica, oferece uma elevada resistência à
absorção de água, permitindo manter suas propriedades inalteradas e dos produtos

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embalados. Muito usado também para transporte de produtos congelados, peixes,


carnes, derivados de laticínios.
O “EPS” é mais utilizado em transporte de utensílios eletrônicos e eletrodomésticos,
e produtos industriais, oferece uma grande vantagem, a capacidade de resistência a
impactos, quedas e choques garantindo a proteção de equipamento acondicionado
no seu interior como exemplo: vidros, produtos cerâmicos, perfumes, utensílios de
jardinagem, sanitários entre outros.
Na construção civil o “EPS” é muito utilizado por sua propriedade de isolamento
térmico e acústico, é empregado em lugares com necessidades de melhorar a
temperatura do ambiente por condições climáticas de região e para melhorar
desempenho de equipamentos de climatização, garantindo menor perca de
temperatura, economizando energia. Também muito utilizado em ambientes que
precisa de isolamento acústico, exemplo: teatros, cinemas, estúdios. É uma matéria
prima barata, resistente e de fácil acesso.
Empregado em coberturas, paredes, em câmaras frigorificas, argamassa, concretos,
enchimento de lajes, como blocos, formas permanentes, painéis pré-moldados, junta
de dilatação e como concreto leve. Segundo a Associação Brasileira de Poliestireno
Expandido (ABRAPEX), 2006, o “EPS”, é produzido em duas versões: Classe P, não
retardante à chama, e Classe F, retardante à chama. Também três grupos de massa
específica aparente, de acordo com a Tabela 1.
Tabela 1 – Massa especifica do “EPS”
I- De 13 a 16 kg/m³.
II - De 16 a 20 kg/m³.
III - De 20 a 25 kg/m³.
Fonte: ABRAPEX/ 2006.
O “EPS” não contamina o solo e o ar, o maior problema é que depois de utilizado ele
é descartado na natureza gerando o acumulo desse material em aterros sanitários
sem que seja reaproveitado de forma a garantir sustentabilidade e economia.
Esse estudo é relevante no sentido de avaliar as demais propriedades, de forma a
fornecer a sociedade um produto ecologicamente correto, com qualidade e
sustentabilidade.
Incrementando dessa forma as políticas públicas de incentivo as cooperativas que
estão em consonância com as normas técnicas de reciclagem e de acordo com a
resolução 258 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 1999) e

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Resolução 307 (CONAMA, 2002 reformulada em 2012). O conselho nacional do


meio ambiente (CONAMA 307/2012) classifica os resíduos provenientes da
construção civil, seus geradores, os agregados que são reciclados, explica sobre
gerenciamento de resíduos e reciclagem para transformação e sua reutilização como
matéria prima.
Todo município deve criar um Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos
da Construção Civil, para seu uso de forma correta.
As exigências prescritas nas resoluções citadas são grandes, será necessário muito
mais que fiscalização será necessário à conscientização dos geradores, em conjunto
com sociedade e academia visando à utilização correta desses resíduos.

2.2 Bloco de concreto


O bloco de concreto é um componente industrializado, produzido em máquinas que
vibram e prensam, podendo ser fabricados com uma vasta variedade de
composições. Por serem moldados em fôrmas de aço, possuem precisão
dimensional que confere facilidade na execução da alvenaria.
Suas características e desempenho dependem do equipamento, da qualidade dos
materiais empregados e da sua proporção adequada.
Os blocos de concreto normalizados possuem formato e dimensões padronizadas,
que proporcionam um sistema construtivo limpo, prático, rápido, econômico e
eficiente. Além disso, o material concreto possui um módulo de elasticidade similar
ao da junta de argamassa, aproximando a resistência da alvenaria à do bloco.
Os aspectos técnicos, dos blocos de concreto devem estar conforme a norma, as
especificações da NBR 6136, da ABNT (2014).
Podem ser produzidos em resistências características variadas, em função da
necessidade estrutural das edificações.
Podem ser produzidas com diferentes formas, cores e texturas.
Possuem vazados de grandes dimensões que permitem a passagem de tubulações
elétricas e, em alguns casos, sanitárias.
Estes vazados também podem ser preenchidos com graute (micro concreto) para a
execução de cintas de amarração, vergas ou quando se deseja aumentar a
resistência da alvenaria à compressão.
São produzidos a partir da mistura de cimento, agregados miúdos e graúdos, estão
disponíveis em praticamente todas as cidades de médio e grande porte do País.

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Apresentam baixíssima variação de dimensões, que são modulares, evitando


desperdícios por quebras em obra e diminuindo substancialmente as espessuras
dos revestimentos aplicados.

2.3 Concreto leve com “EPS”


Geralmente o Poliestireno Expandido “EPS” é misturado com cimento, areia e água,
em uma sequência específica de mistura, obtendo assim o concreto leve para uso
na construção civil. O “EPS” mais utilizado na regularização de lajes, mas também
pode ser usados em quadras esportivas, bancos de jardim, vasos, balaústres, casas
pré-fabricadas, exceto estruturas.
Esse tipo de concreto geralmente é usado em locais que necessitam boa redução de
peso em elementos das edificações. O fato do “EPS” praticamente não absorver
água e ter um acabamento homogêneo, possibilita o uso do concreto leve em outros
elementos arquitetônicos e de paisagismo.

2.4 Cimento Portland


Popularmente conhecido como cimento, ele é um composto de clinquer e de adições.
O cimento Portland, foi descoberto por Joseph Aspdim, a mais de 150 anos. Tem
como característica desenvolver uma reação química em contato com a água,
primeiro ele se torna pastoso e depois endurece, essa é sua principal característica.
As adições são matérias-primas que, misturadas ao clínquer na fase de moagem,
permitem a fabricação dos diversos tipos de cimento Portland disponíveis no
mercado. Essas outras matérias-primas são o gesso, as escórias de alto-forno, os
materiais pozolânicos e os materiais carbonáticos (OLIVEIRA, 2013).

2.5 Agregados
Os agregados se classificam em naturais ou artificiais. Os naturais como areia de rio,
cascalho e pedregulho que são encontrados de forma particulada na natureza.
Artificiais são aqueles produzidos por processos industriais, (pedras britadas, areias
artificiais escorias de alto forno e argilas expandidas). O agregado tem influencia
significativa para aumentar a estabilidade, resistência o desgaste ao fogo e a
condutibilidade térmica.
2.6 Areia
Classificada como agregado miúdo, 0,075 mm < f < 4,8 mm. Possui grãos de
dimensões variadas, e angulosos, entra na composição das argamassas, e

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contribuem para diminuição da contração volumétrica da argamassa, tornando a


mais econômica. As areias dos rios são as mais puras, por isso são as mais usadas.

2.7 Granulometria
Utilizou-se a Composição granulométrica conforme a norma NBR 7211 da ABNT,
(2004) que diz que a distribuição que constitui os agregados, geralmente é expressa
em termo de porcentagens individuais ou acumulada retida em cada uma das
peneiras da chamada série normal ou intermediarias e sua grandeza é associada à
distribuição granulométrica do agregado corresponde á abertura nominal, em
milímetros, de malha da peneira da série normal e intermediaria (NETO, 2005).

2.8 Massa unitária solta e compactada


Massa unitária solta de um agregado é a relação entre sua massa e seu volume sem
compactar, considerando-se também os vazios entre os grãos. É utilizada para
transformar massa em volume e vice-versa. Massa unitária compactada é a relação
entre sua massa e seu volume compactado segundo um determinado processo,
considerando-se também os vazios entre os grãos. Pode ser feita com um único
agregado ou comum a composição destes. Utilizado na transformação de massa
para volume com vazios entre os grãos de agregados é aplicado em concreto
dosado em volume e para controle de recebimento e estocagem de agregados em
volumes. A massa unitária também serve como parâmetro para classificação do
agregado quanto à densidade (REIS e SANTOS, 2013).

2.9 Retração
A retração é o processo de redução de volume que ocorre na massa de concreto,
ocasionada principalmente pela saída de água por exsudação (retração plástica e
por secagem ou hidráulica).

3 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS

3.1 Cimento
O Cimento utilizado foi o Portland CP II- F – 32, de embalagem de 50 kg. Realizou-
se o ensaio de acordo com a norma NBR NM 23, da ABNT (2001), que prescreve o
método para determinação da massa específica do cimento Portland e outros
materiais em pó por meio do frasco volumétrico de (Le Chatelier), no qual o volume
de um corpo é medido através do deslocamento de um líquido. Foram utilizadas as
medida do tempo de pega, e resistência à compressão axial mencionada na

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embalagem do fabricante: NRB 11578, da ABNT (1991), cujos resultados se


encontram na Tabela 2.
Tabela 2 – Dados do Cimento Portland utilizado
Dados do Fabricante (embalagem) NRB 11578 da ABNT (1991)
Massa especifica cimento 2,909 g/cm³.
NBR 65: 2003 Tempo de inicio de pega Hora >= 1.
NBR 65: 2003 Tempo de fim de pega Hora <= 10.
Resistência à compressão axial 3 dias > =10,0 7 dias 28 dias
(MPa) > =20,0 > = 32,0
3.2 “EPS”
O Poliestireno Expandido “EPS” utilizado foi coletado em vias publicas e shoppings
da cidade de (Cuiabá - MT) onde foi descartado. Ralou-se e decidiu-se usar 1,5% de
“EPS”, substituindo parte da areia lavada. O material utilizado foi o passante na
peneira de malha quadrada 1,2mm da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnica).

3.3 Areia
Usou-se areia lavado de rio (SIO2 – Quartzo), substituindo uma fração de 1,5% por
“EPS”. Realizou-se o ensaio para determinar a granulometria da areia conforme
NBR NM 248, da ABNT (2003), na Figura 1 e apresentada a curva granulometrica.

Figura 1 – Curva granulométrica da areia de rio

3.4 Pedrisco
O Pedrisco utilizado na pesquisa foi procedente da empresa Caieira e Mineradora
Nossa Senhora da Guia Ltda. Localizada a 30 km da cidade de Cuiabá, na R. São
Benedito, 33- Ns. da Guia – MT, a empresa trabalha com extração e britagem de
pedras e outros materiais para a construção. Utilizou-se o pedrisco passante na
peneira quadrada de malha 2,4mm e retido na 1,2mm da ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnica). Na Tabela 3 temos os valores da massa unitária solta
e compactada e da massa específica.

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Tabela 3 – Valores da massa unitária solta e compactada e da massa específica do pedrisco.


Massa unitária solta (Média) 1,54 g/cm³
Massa unitária compactada 1,52 g/cm³
(Média)
Massa específica 2,31 g/cm³

3.5 Aditivo
Como aditivo utilizou-se o Adesivo à base de PVA, (cola branca, usada para colar
papel, madeira e materiais porosos em geral). Usou-se uma quantidade de 15 ml.

3.6 Água
A água utilizada tem como função fazer a mistura se tornar homogênea e causar o
endurecimento da pasta do cimento. Foi fornecida pela CAB (Companhia de
Abastecimento de Água, Cuiabá - MT), responsável pelo abastecimento de água na
capital de Cuiabá estado de Mato Grosso. Utilizou-se 6 litros.

4 METODOLOGIA
Iniciou-se este estudo coletando o “EPS” em vias publicas em shoppings e obras de
construção civil, onde foram descartados sem serem reciclados gerando, desta
forma, o acumulo deste material, como mostra a Figura 2.

Figura 2 – Matéria prima “EPS” descartada Fonte: acervo próprio


O Instituto Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá Cel. Octayde Jorge da Silva,
não possui triturador ou qualquer outro equipamento necessário para transformar o
“EPS” coletado na granulometria necessária passante e retido nas peneiras ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnica).
Construiu-se então, um ralador artesanal, feito com partes de uma lata de tinta e
pregos. Exemplo, Figura 3, ralou-se o “EPS” e colocou-se o material obtido na
peneira de malha quadrada com abertura nominal 2,4 mm e retido na peneira de
malha 1,2 mm, ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnica).

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Figura 3 – Amostra de “EPS” sendo ralado.


Fonte: acervo próprio

A investigação sobre a utilização do “EPS” em blocos de concreto vazados para


serem utilizados em alvenarias de vedação sem função estrutural ocorreu a partir da
escolha da granulometria dos agregados naturais, para assegurar melhor
entrosamento das partículas na mistura.
Utilizou-se como agregado areia de rio e brita passante nas peneiras conforme,
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnica).
Decidiu-se substituir 1,5% dos finos (areia), pelo “EPS”, através de ensaios
empíricos com diferentes quantidades na mistura.
Os blocos de concreto com a adição do “EPS” foram moldados, utilizando como
referência o concreto tradicional (cimento, areia de rio, brita).
O traço em massa utilizado foi 1:5, escolhido através do método de dosagem do
professor (PAULO HELENE, 2011). Com teor de argamassa de 51%, Sob-relação
água/cimento 0,55.
A mistura para moldagem das peças foi homogenia, depositadas numa prensa
manual vibratória, como mostra a (Figura 4).

Figura 4 – Prensa manual vibratório, para blocos de Concreto.


Fonte: acervo próprio.
A cura das peças moldadas ocorreu através de molhagem 3 vezes ao dia, em um
período de 07 dias, mantendo as peças cobertas por uma lona preta, (Figura 5).
A avaliação do produto (bloco de concreto vazado com EPS) foi feita sobre as
propriedades no estado endurecido aos 07, 14 e 28 dias.

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Figura 5 – Cura dos blocos de concreto Fonte: acervo próprio


5 ANÁLISE DE DADOS
As propriedades do “bloco de concreto vazado” contendo em sua composição EPS,
apresentaram-se bastante consistentes e coesas, (Figura 6 e Figura 7), com menor
absorção de água para ajuste da trabalhabilidade semelhante ao bloco de concreto
tradicional.
O produto (bloco de concreto vazado com adição de “EPS”), demostrou um perfeito
encaixe entre os agregados e o cimento Portland. Não apresentou trincas ou fraturas
que poderiam prejudicar no assentamento e durabilidade da construção.

Figura 6 – EPS adicionado à mistura Figura 7 – EPS homogeneizado Fonte:


acervo próprio acervo próprio
6 RESULTADOS
6.1 Resistência à compressão simples
Na Tabela 4 e Figura 8 encontram-se o resultado do ensaio de resistência à
compressão simples do “bloco de concreto vazado com EPS”, aos 07, 14 e 28 dias
de idade, a maior resistência ocorreu aos 28 dias 2,54 MPa.
Tabela 4 - Resistência à compressão simples do bloco de concreto com “EPS” em (MPa)
Idade Média tensão (MPa)
7 dias 1,64 MPa.

14 dias 2,05 MPa.

28 dias 2,54 MPa.

Figura 8 – Resistência à compressão simples do bloco de concreto com “EPS” em (MPa)

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6.2 Absorção de água por capilaridade


Ensaio de absorção de água por capilaridade, NBR 9779, da ABNT (2012) –
(Argamassa e concreto endurecidos - Determinação da absorção de água por
capilaridade), O resultado encontram- se na Tabela 5, Figura 9.
Tabela 5 - Absorção de água por capilaridade.
Hora g/cm²
3h 0,13 g/cm²
24h 0,13 g/cm²
48h 0,16 g/cm²
72h 0,16 g/cm²

Figura 9 – Resultado do ensaio de absorção de água por capilaridade.

7 CONCLUSÕES
Com base na NBR 6136, da ABNT (2014), como também nos resultados de
resistência a compressão simples, os estudos realizados com o “EPS” reciclados na
produção de (blocos de concreto vazado), mostrou-se bastante satisfatórios,
demostrando que a produção é viável para sua utilização em alvenarias de vedação
não estrutural, isso porque a referida norma exige uma resistência mecânica de 2,0
MPa para vedação internas.
O bloco de concreto vazado com “EPS” apresentou resistência de 2,54 MPa com 28
dias de idade, de acordo com a norma NBR 6136, da ABNT (2014). Os valores
encontrados foram expressivos em função da porosidade causada pelo “EPs”, que
contém muito ar na sua composição diminuindo, a resistência mecânica.
No ensaio de absorção por capilaridade o bloco apresentou resultado de 0,16 g/cm²
com 72 horas, ficando dentro do permitido pela NBR 6136, da ABNT (2014), Tabela
3 – Requisitos para resistência, características à compressão simples, absorção de
água e retração. A expansão no bloco foi de 3,13%.
O bloco ficou classificado na classe (D), agregado leve, (Tabela 3- requisitos para
resistência, característica à compressão simples, absorção e retração), conforme
norma NBR 6136, da ABNT (2014), (Blocos vazados de concreto para alvenaria
simples), sem função estrutural para uso em elementos acima do nível do solo.

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É de extrema importância a continuidade da pesquisa, realizando outras dosagens


ou a utilização de outros métodos experimentais, diminuindo e aumentando a
quantidade de Poliestireno Expandido “EPS”, e alterando sua granulometria. A
realização de ensaios sobre as propriedades térmica, acústica e resistência ao fogo,
devem também ser pesquisadas. Este estudo favoreceu a contribuição por uma
conscientização de sustentabilidade, diminuindo o impacto que esses resíduos têm
provocado no meio ambiente.
8 REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6136 - Blocos
vazados de concreto simples para alvenaria. – Métodos de ensaios, Rio de
Janeiro, 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9779 - Argamassa e
concreto endurecido - Determinação da absorção de agua por capilaridade, Rio
de Janeiro, 2012.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 248 - Agregados -
Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE POLIESTIRENO EXPANDIDO (ABRAPEX).
http://www.abrapex.com.br/ acessado 14/08/2015 às 22h47min.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA). Resolução CONAMA Nº 448, de 18 de janeiro de 2012. Alteram
parcialmente os artigos da Resolução CONAMA 307 de, 05 de julho de 2002.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Decreto Nº 7.404, de 23 de dezembro de
2010. Regulamenta a Lei Nº 12.305, de 02 de agosto de 2010.
HELENE, P. Manual de Dosagem e Controle do concreto, 2011, PINI.
OLIVEIRA, L. S. Reaproveitamento de Resíduos de Poliestireno Expandido
(isopor) em compósitos cimentícios, 2013.
NETO, Sbrighi Cláudio. Concreto: Ensino, Pesquisa e Realizações. Ed. Geraldo C.
Isaia. São paulo: IBRACON, 2005. 2v. 1600p.
PINI. Manual de Utilização de EPS na Construção Civil, maio de 2006
REIS, S. L.; SANTOS, J. Sustentabilidade com Artefato de Cimento Produzido
com Resíduo da Construção Civil – RCC e Pó de Pedra. Seminário Mato-
grossense de Habitação de Interesse Social - SHIS. Cuiabá, UFMT, 29 de novembro
de 2013.

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