You are on page 1of 218

FUNCIONAMENTO MNEMÔNICO DO SER HUMANO

PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E MEMÓRIA


CURSO DE PSICOLOGIA – PROF. Dr. Jefferson Cabral Azevedo
MACAÉ
MEMÓRIA

Imagine sua vida sem memória. Não haveria como saborear as


recordações de momentos alegres, nem sentimento de culpa ou
angústia por recordações dolorosas. Cada momento seria uma nova
experiência. Mais cada pessoa seria um estranho, cada tarefa – como
vestir, cozinhar, andar de bicicleta -, um novo desafio.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


MEMÓRIA

Para um psicólogo, memória é qualquer indicação de que a


aprendizagem persistiu ao longo do tempo. É a nossa capacidade de
arquivar e recuperar informações.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


MEMÓRIA

O conceito de memória prende-se com a capacidade de armazenar,


processar e recuperar informações que vêm do exterior. Por outras
palavras, ela é um sistema de armazenamento e recuperação de
informação.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


HISTÓRIA DA PESQUISA SOBRE MEMÓRIA

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


HISTÓRIA DA PESQUISA SOBRE MEMÓRIA

1885 – TUDO COMEÇA COM O ESQUECIMENTO


O estudo pioneiro de Hermann Ebbinghaus estuda quão
rapidamente as pessoas reaprendem sílabas sem sentido. Ele
apresenta evidências convincentes de que o esquecimento ocorre
rapidamente, a princípio, mas depois se estabiliza ao longo do
tempo.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


HISTÓRIA DA PESQUISA SOBRE MEMÓRIA

1932 – MEMÓRIA RECONSTRUTIVA


O psicólogo Frederic Barlett sugere que a memória humana envolve
reconstrução e que as memórias das pessoas são influenciadas por
crenças prévias, desafiando a idéia de que a memória registra
objetivamente a experiência.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


HISTÓRIA DA PESQUISA SOBRE MEMÓRIA

DÉCADA DE 1940 – BUSCANDO O ENGRAMA


Ao buscar a localização cerebral física da memória, chamada de
engrama, Karl Lashley conclui que o cérebro funciona como um
todo para armazenar memórias.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


HISTÓRIA DA PESQUISA SOBRE MEMÓRIA

1953 – AMNÉSIA E OS LOBOS TEMPORAIS MEDIAIS


Brenda Milner publica o famoso caso do paciente H.M., que foi
submetido a uma cirurgia para epilepsia, e, posteriormente,
experienciou profunda perda de memória.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


HISTÓRIA DA PESQUISA SOBRE MEMÓRIA

1956 – ALCANCE DA MEMÓRIA


George Miller, um dos intelectuais fundadores da neurociência
cognitiva, observa que a memória de curto prazo é limitada e
demonstra que as pessoas organizam a informação em unidades, ou
blocos significativos.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


HISTÓRIA DA PESQUISA SOBRE MEMÓRIA

DÉCADAS DE 1960 – 1970 TEORIAS DA MEMÓRIA EM ESTÁGIOS E


ESTUDOS DE CASO NEUROPSICOLÓGICOS
Desenvolvimento de teorias da memória em estágios. Relato de
estudos de caso de indivíduos com lesão cerebral e déficits
específicos de memória.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


HISTÓRIA DA PESQUISA SOBRE MEMÓRIA

DÉCADA DE 1970 – MODELOS ANIMAIS DE MEMÓRIA


Experimentos com animais não humanos.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


HISTÓRIA DA PESQUISA SOBRE MEMÓRIA

1978 – REALISMO ECOLÓGICO


Ulric Neisser enfatiza que os pesquisadores precisam prestar
atenção em como a memória funciona no mundo real, fora dos
laboratórios.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


HISTÓRIA DA PESQUISA SOBRE MEMÓRIA

DÉCADA DE 1980 - SISTEMAS MÚLTIPLOS DE MEMÓRIA


É identificada uma variedade de processos de memória envolvendo
sistemas cerebrais separados, mas interatuantes, o que desafia a
idéia de que a memória é uma entidade unitária.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


HISTÓRIA DA PESQUISA SOBRE MEMÓRIA

DÉCADA DE 1990 – IMAGEM E MEMÓRIA


Pesquisadores como John Gabrieli e Steven Petersen utilizaram
imagens cerebrais para explorar a base neural da memória.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


TEORIAS DA MEMÓRIA

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Arquitetura Processos
Modo como o Atividades
sistema da ocorridas dentro
memória é do sistema da
organizado memória

TEORIAS
DA
MEMÓRIA

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


PROCESSO DA MEMÓRIA

Como um processo, a memória refere-se aos mecanismos dinâmicos


associados à retenção e à recuperação da informação sobre a
experiência passada.
Sistema formado por três fases:

- CODIFICAÇÃO: consiste em transformar a informação que nos


chega através dos sentidos em representações mentais
armazenadas;

Profª Hellena Jacone


PROCESSO DA MEMÓRIA

- ARMAZENAMENTO: consiste na conservação da informação


durante um certo tempo, variável em função da necessidade que se
tem dessa informação;
PROCESSO DA MEMÓRIA

- EVOCAÇÃO: consiste na recuperação da informação previamente


armazenada.
ARQUITETURA DA MEMÓRIA

Três tipos de armazenamento da memória:

1) Armazenamento Sensorial – retenção extremamente breve


das informações e limitação a uma modalidade sensorial.

2) Armazenamento de curto prazo – de capacidade muito


limitada.

3) Armazenamento de longo prazo – capacidade essencialmente


ilimitada (retenção de informações por períodos de tempo
extremamente longos).

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Concepção Clássica da Memória
modelo de Atkinson

SUBSISTEMAS
RELATIVAMENTE
INDEPENDENTES

MEMÓRIA MEMÓRIA MEMÓRIA DE


SENSORIAL DE CURTO-PRAZO LONGO-PRAZO
Armazenamento sensorial

Nossos sentidos são constantemente bombardeados com


informações, a maioria das quais não recebe nenhuma atenção.

Armazenamento icônico ou visual (Sperling, 1960).


Armazenamento ecóico ou auditivo transitório

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Armazenamento da Memória de Curto Prazo

Entre as vastas quantidades de informações registradas pela


memória sensorial, iluminamos algumas com o foco de nossa
atenção. Mas, ao menos que codifiquemos de forma significativa
ou ensaiemos, a informação logo desaparece.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Armazenamento da Memória de Curto Prazo ou
Memória de Trabalho

99546445
99546445
99546445
99546445

A memória do número do telefone


desaparece se você não fizer um
esforço para mantê-lo na consciência.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Armazenamento da Memória de Curto Prazo ou
Memória de Trabalho
O armazenamento da memória de curto prazo é limitado não
apenas na duração, mas também na capacidade.

“O MÁGICO NÚMERO SETE MAIS OU MENOS DOIS”


Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ
Armazenamento da Memória de Curto Prazo ou
Memória de Trabalho
A MÉDIA DE DURAÇÃO É DE 15 SEGUNDOS.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Armazenamento da Memória de Curto Prazo ou
Memória de Trabalho
EFEITO DE RECÊNCIA – os últimos itens de uma lista são em geral
mais bem lembrados na recordação imediata do que os itens do
meio da lista.

Efeito de
primazia

Efeito de
Recência

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Armazenamento da Memória de Curto Prazo ou
Memória de Trabalho
O princípio básico: em qualquer momento determinado, só
podemos processar conscientemente uma quantidade bastante
limitada de informações.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


MEMÓRIA

Repetição
Inf. Entrada Atenção Codificação

MEMÓRIA MEMÓRIA MEMÓRIA DE


SENSORIAL DE TRABALHO LONGO-PRAZO

Recup

Informação Esquecimento Esquecimento


descartada
Memória de Trabalho por Baddeley

Bloco de notas Alça Fonológica

Repetição
Repetição

visuoespacial (fala, palavras,


(material visual e números)
espacial)

Executivo Central
(coordena o material)

Memória de Longo Prazo

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ
Esboço visuoespacial

Forma visual, cor, informações espaciais e do movimento.

NL – Derrame, achava difícil descrever detalhes do lado esquerdo


das cenas nas imagens visuais (negligência representacional
unilateral).

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Executivo Central – Lobo Frontal

Síndrome disexecutiva
Pacientes com lesão frontal às vezes se comportam como se não
possuíssem um sistema de controle que lhes permitisse direcionar
e redirecionar apropriadamente seus recursos de processamento.

Phineas Gage (1823-1860)


Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ
CADA NUNCA TUDO NUNCA

NUNCA TUDO NADA NADA

TUDO CADA CADA NADA

NADA NUNCA TUDO NUNCA

NADA CADA NUNCA CADA

TUDO NADA CADA TUDO


AMARELO AZUL VERMELHO VERDE

VERMELHO VERDE AMARELO AZUL

AZUL AMARELO VERMELHO VERDE

AZUL VERMELHO VERDE AMARELO

VERDE AMARELO AZUL VERMELHO

VERMELHO AMARELO AZUL VERDE


Armazenamento da Memória de Longo Prazo

Nossa capacidade para armazenar memórias de longo prazo é


essencialmente ilimitada.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Referências:

EYSENCK, M.W. & KEANE, M.T. Manual de Psicologia Cognitiva.


Porto Alegre: Artmed, 2007.

IZQUIERDO, I; BEVILAQUA, L. M.; CAMMAROTA, M. A arte de


esquecer. Estud. Av., São Paulo, v. 20, n. 58, Dec. 2006.

IZQUIERDO, I. Memória. Porto Alegre: Artmed,2002.


A ESTRUTURA DA MEMÓRIA:
RETENÇÃO DE MEMÓRIAS
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E MEMÓRIA
CURSO DE PSICOLOGIA – PROF. Dr. Jefferson Cabral Azevedo
MACAÉ
Armazenamento da Memória de Longo Prazo

Nossa capacidade para armazenar memórias de longo prazo é


essencialmente ilimitada. Por uma estimativa meticulosa, o adulto
médio tem cerca de um bilhão de informações na memória.
Descontando tudo o que o cérebro deve fazer para codificar, arquivar,
recuperar e manipular essas informações, a capacidade de
armazenamento é provavelmente de mil a um milhão de vezes maior.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória de Longo Prazo (MLP)
Memória de Curto Prazo (MCP)
DURAÇÃO E CAPACIDADE
Estudo de caso HM, em que o sistema de MCP estava perfeitamente
normal e grande parte do sistema de MLP estava intacta, mas ele não
conseguia transferir novas informações de MCP para a MLP.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


PROCESSO EXPLÍCITA IMPLÍCITA PROCESSO

CONTEÚDO CONTEÚDO

SEMÂNTICA EPISÓDICA
Armazenando memórias Implícitas e Explícitas
Estudos de pacientes com lesão cerebral revelaram dois tipos de
memória:
Memórias explícitas processadas pelo hipocampo.
Memórias implícitas processadas por outras regiões do cérebro como
amígdala, núcleo accunbens.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


A MEMÓRIA EXPLÍCITA ENVOLVE UM ESFORÇO CONSCIENTE

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória Explícita

A memória explícita se refere a fatos e eventos, ao lado de sua


percepção consciente de sabê-los: sou um mamífero, hoje é
segunda-feira, Lucio da seleção tem sobrancelhas grossas.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória Explícita
As memórias explícitas são aquelas sobre as quais podemos falar
como foi o jantar de ontem a noite ou a data de um acontecimento
histórico. Tais memórias envolvem o pensamento consciente.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória Explícita

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória Explícita

O que significa a palavra dilatório?

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória Explícita

A memórias declarativas podem envolver palavras ou conceitos,


imagens visuais ou ambos.
Imagine o satélite da Terra

LUA

Você provavelmente recupera tanto a imagem como o nome lua.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Em 1972, Endel Tulving introduziu uma outra distinção na memória
explícita: memória semântica e memória episódica.

PROCESSO EXPLÍCITA
A memória semântica representa o nosso
IMPLÍCITA PROCESSO

CONTEÚDO CONTEÚDO
conhecimento de fatos triviais ou
SEMÂNTICA EPISÓDICA importantes independentes da experiência
pessoal.

A memória episódica se refere às nossas


experiências passadas.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória Explicita ou Declarativa
Memória Semântica
Quando aprendemos os significados das palavras, cavalo, casa etc,
ou quando aprendemos os nomes das pessoas. A memória
semântica trabalha com CONCEITOS – idéias as quais uma pessoa
pode associar várias características e com as quais ela pode conectar
várias outras idéias.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória Explicita ou Declarativa
Memória Episódica
Usamos a memória episódica quando precisamos lembrar algo que
nos ocorreu em um determinado tempo ou num determinado
contexto.
Por exemplo, se eu precisasse lembrar meu primeiro dia na
faculdade.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória Explicita ou Declarativa

Se eu precisasse lembrar que vi a Décio no consultório odontológico


ontem.
Estaria recorrendo a memória EPISÓDICA.

Mas, se precisasse recordar o nome da pessoa que vejo agora na


sala de espera (“Décio”).
Estaria recorrendo à memória SEMÂNTICA.

Não há uma etiqueta de tempo especial


associada ao nome dessa pessoa como
sendo Décio, mas há uma etiqueta de
tempo associada ao fato de tê-lo visto no
consultório odontológico ontem.
Décio
Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ
Memória Explícita
Sabemos que o hipocampo é necessário para a aquisição desses
tipos de memórias, pois, as lesões nessa região impedem os
indivíduos de estabelecerem novas memórias explícitas.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


A MEMÓRIA IMPLÍCITA OCORRE SEM ESFORÇO DELIBERADO

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória Implícita

As memórias implícitas processuais têm a


ver com habilidades e hábitos, com fazer
coisas mesmo sem ter de pensar
conscientemente nelas: mudar as
marchas do carro, andar de bicicleta.
PROCESSO EXPLÍCITA IMPLÍCITA PROCESSO

CONTEÚDO CONTEÚDO

SEMÂNTICA EPISÓDICA
Memória Implícita
Memória de Procedimento

Movimentos com objetivo determinado


Memória Implícita
Memórias implícitas são normalmente memórias de procedimento ou associativas
em sua natureza e freqüentemente são adquiridas de forma inconsciente. Por
exemplo, aprender a andar de bicicleta ou tocar um instrumento musical é um
conhecimento de procedimento que depende do aprendizado de habilidades
motoras específicas e normalmente requerem múltiplas repetições.
Com prática suficiente, essas memórias podem ser transferidas entre as formas
explícita e implícita de armazenamento.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória Implícita
Memória de Procedimentos - Na próxima vez que estiver
caminhando pense em cada passo envolvido no processo.

Pensar conscientemente sobre comportamento automáticos


interfere na produção fácil e suave desses comportamentos.
Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ
Memória Implícita

Memória de Procedimentos – Psicologia do esporte


Pensar conscientemente sobre comportamento automáticos
interfere na produção fácil e suave desses comportamentos.

Estado de fluidez

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória Implícita

Condicionamento Clássico/ Resposta emocional


Consultório Dentista – Dor - Medo

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória Emocional : Memória Relâmpago

É quando você se recorda de fatos que tiveram uma importância


um colorido emocional forte. Por exemplo, a maioria das pessoas vai
se lembrar onde estava, com quem estava e o que estava fazendo
quando soube da morte trágica de Ayrton Sena.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória Emocional : Memória Relâmpago
Os americanos com mais de sessenta anos lembram quando ouviram
a notícia da morte do presidente Kennedy, ou quando viram pela
televisão o homem tocar pela primeira vez o solo lunar. Quem não se
lembra do seu primeiro beijo romântico? Essa memória vem como
um flash e traz consigo detalhes mínimos do momento em que a
pessoa viveu a situação.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Referências:

EYSENCK, M.W. & KEANE, M.T. Manual de Psicologia Cognitiva.


Porto Alegre: Artmed, 2007.

IZQUIERDO, I; BEVILAQUA, L. M.; CAMMAROTA, M. A arte de


esquecer. Estud. Av., São Paulo, v. 20, n. 58, Dec. 2006.

IZQUIERDO, I. Memória. Porto Alegre: Artmed,2002.


MEMÓRIA, ESQUECIMENTO E AMNÉSIA
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E MEMÓRIA
CURSO DE PSICOLOGIA – PROF. Dr. Jefferson Cabral Azevedo
MACAÉ
COMO A INFORMAÇÃO É REPRESENTADA
NA MEMÓRIA DE LONGO PRAZO?
As memórias são armazenadas de maneira organizada.
Princípios temporais
Princípios Organizacionais
Ex: locadora de vídeos

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


O armazenamento de longo prazo baseia-se
no significado
Os esquemas proporcionam uma estrutura organizacional.

Ex: Teste Neuropsicológico de Memória lógica – influência dos


esquemas para ajudar no significado.

ANA / SOARES / DO SUL / DO PARANÁ/ EMPREGADA / COMO FAXINEIRA / NUM


PRÉDIO / DE ESCRITÓRIOS / RELATOU / NA DELEGACIA / DE POLÍCIA / QUE TINHA
SIDO ASSALTADA / NA RUA DO ESTADO / NA NOITE ANTERIOR / E ROUBADA / EM
150 REAIS. / ELA DISSE QUE TINHA QUATRO / FILHINHOS, / O ALUGUEL / NÃO
TINHA SIDO PAGO / E ELES NÃO COMIAM / HÁ DOIS DIAS. / OS POLICIAIS, /
TOCADOS PELA HISTÓRIA DA MULHER, / FIZERAM UMA COLETA / PARA ELA.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


O procedimento é realmente muito simples. Em primeiro lugar,
organize as coisas em pilhas diferentes, de acordo com as
características. Não faça demais de uma vez só. No curto prazo isso
pode não parecer importante, mas as complicações surgem
facilmente. Um erro pode custar caro. A seguir, encontre instalações
adequadas. Algumas pessoas talvez tenham de ir a algum outro
lugar para isso. A manipulação dos mecanismos apropriados deveria
ser auto-explicativa. Lembre-se de incluir todos os suprimentos
necessários. Inicialmente, a rotina pode ser esmagadora, mas logo
se tornará apenas mais uma faceta da vida. Finalmente, reorganize
tudo em seus grupos iniciais. Devolva-os a seus lugares habituais.
Eventualmente eles serão novamente utilizados. Então todo ciclo
terá de ser repetido.
(Bransford e Johnson, 1972)
Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ
Você achou fácil entender?
Se tivesse que lembrar frases desse parágrafo, seria capaz
de fazer isso?

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Em pesquisas estudantes universitários acharam fácil lembrar.
Como isso é possível?

É fácil se você souber que o parágrafo descreve lavar roupas!

Leia novamente o parágrafo.


Observe como o seu esquema para lavar roupas o/a ajuda a
compreender e lembrar como as palavras e frases estão
conectados entre si.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Lavar roupas

O procedimento é realmente muito simples. Em primeiro lugar,


organize as coisas em pilhas diferentes, de acordo com as
características. Não faça demais de uma vez só. No curto prazo isso
pode não parecer importante, mas as complicações surgem
facilmente. Um erro pode custar caro. A seguir, encontre instalações
adequadas. Algumas pessoas talvez tenham de ir a algum outro
lugar para isso. A manipulação dos mecanismos apropriados deveria
ser auto-explicativa. Lembre-se de incluir todos os suprimentos
necessários. Inicialmente, a rotina pode ser esmagadora, mas logo
se tornará apenas mais uma faceta da vida. Finalmente, reorganize
tudo em seus grupos iniciais. Devolva-os a seus lugares habituais.
Eventualmente eles serão novamente utilizados. Então todo ciclo
terá de ser repetido.
(Bransford e Johnson, 1972)
Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ
Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ
A informação é armazenada em redes
associadas
Uma rede semântica em que conceitos semelhantes são conectados
por suas associações.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória dependente do contexto

A memória dependente de contexto pode basear-se em coisas


como odores, música de fundo e localização física.
Refazer o caminho
para lembrar o
que ia dizer.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória dependente do estado
O estado interno serve como uma deixa de recuperação adicional
capaz de facilitar a recuperação de informações da memória de
longo prazo.
Ex: Álcool – cheque
Maconha – lista de palavras

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Memória dependente do estado

Em todos os casos as pessoas que estudaram sóbrias e foram


testados sóbrias se saíram melhor que os intoxicados em qualquer
fase da pesquisa.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


QUANDO É QUE AS PESSOAS ESQUECEM?

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


ESQUECIMENTO

Esquecimento é a incapacidade de recuperar memórias do


armazenamento de longo prazo.
O esquecimento é uma experiência cotidiana perfeitamente
normal.
Ex: Último Filme que assisti.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Esquecimento

Nós esquecemos muito mais do que lembramos.

Ex: lembrar de todas as senhas não usadas mais.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Não ser capaz de esquecer é tão desadaptativo como não ser capaz
de lembrar.

O esquecimento normal ajuda a lembrar e utilizar as informações


que são importantes.
Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ
A força das lembranças traumáticas e
persistentes
Após estupro, guerra, acidentes, catástrofes....
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) Pode acometer 1
em cada 10 pessoas.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


A força das lembranças traumáticas e
persistentes
Características do TEPT
Pensamentos indesejáveis freqüentes e
recorrentes relacionados ao trauma,
incluindo pesadelos, pensamentos intrusivos
e flashbacks.

Associação com hormônios liberados


durante o estresse.
A memória fica superconsolidada.

Amígdala – memória emocional/


Hipervigilância

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Os sete pecados da memória (Schacter, 1999)

Pecados da omissão:
Transitoriedade, Distração e Bloqueio;

Pecados da ação:
Atribuição errada, Sugestionabilidade, Distorção e Persistência

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Os sete pecados da memória (Schacter, 1999)
Pecados da omissão:

Transitoriedade: um enfraquecimento ou perda da memória ao longo do


tempo – a ponto de lembrarmos o que fizemos hoje, mas em alguns
meses provavelmente teremos esquecido por causa da deterioração. Cada
vez que rememoramos determinado acontecimento ele é ligeiramente
alterado.
Distração (falha de concentração): um defeito na interface entre a
atenção e a memória – em vez de perder informação ao longo do tempo,
simplesmente não registramos a informação ou não a procuramos quando
necessário, porque nossa atenção está direcionada para outra coisa;
Bloqueio (dificuldade em resgatar uma informação): a busca sem sucesso
por informações, as quais tentamos recuperar desesperadamente – o
“fenômeno da ponta da língua” é um exemplo desse mau funcionamento;

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Os sete pecados da memória (Schacter, 1999)

Pecados da ação:

Atribuição errada ou Cometimento (confusão entre fantasia e


realidade): associar a memória à fonte errada – você pode ouvir
sobre algo na televisão e se lembrar da informação como se ela
tivesse sido fornecida por um colega de trabalho. Quando
confundimos fantasia com realidade (muito comum na infância).

Sugestionabilidade (falsas lembranças criadas por indução de


terceiros): as memórias que estão implantadas como resultado de
questões, comentários e sugestões orientadores – em conjunto com
o cometimento, isso pode causar sérios problemas no contexto
judicial. Quando as lembranças são influenciadas pelo modo como
são rememoradas: por exemplo, ao responder uma pergunta
"maldosa".
Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ
Os sete pecados da memória (Schacter, 1999)
Pecados da ação:

Distorção (influência do presente no passado): a influência


poderosa do conhecimento e das crenças prévias sobre como nos
lembramos do nosso passado – distorcemos eventos passados ou
materiais aprendidos de maneira inconsciente, à luz da nossa
perspectiva atual e na tentativa de nos apresentarmos de maneira
positiva perante os outros;

Persistência (incapacidade de esquecer algo) : recordação repetitiva


de informações ou eventos perturbadores que preferiríamos
esquecer – isso pode ir de simples constrangimento no ambiente de
trabalho a uma experiência extremamente traumática (no estresse
pós-traumático).

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


TRANSITORIEDADE É CAUSADA
PELA INTERFERÊNCIA
Interferência proativa – informações anteriores inibem a nossa
capacidade de lembrar novas informações.
Ex: Nova senha do banco interferência da antiga.

Interferência retroativa – novas informações inibem a nossa


capacidade de lembrar antigas informações. Agora que você
finalmente sabe a nova senha do banco talvez descubra que
esqueceu a antiga.

Ex: RAVLT

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


TRANSITORIEDADE É CAUSADA
PELA INTERFERÊNCIA
Interferência proativa
Interferência de
informações anteriores
Nº de acertos B1
dividido por
nº de acertos A1

Interferência retroativa
Interferências de novas
informações na
capacidade de lembrar
antigas informações
Nº de acertos A6
dividido por nº de
acertos A5

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


O BLOQUEIO É TEMPORÁRIO

O bloqueio ocorre quando a pessoa apresenta uma incapacidade


temporária de lembrar alguma coisa que ela sabe.

Bloqueios temporários são comuns e frustrantes: esquecer a fala


durante uma peça, uma palavra durante a prova, o nome da pessoa
que estamos apresentando a alguém.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


O BLOQUEIO É TEMPORÁRIO

Outro bom exemplo de bloqueio é o fenômeno na ponta da língua.

“Patrocínio concedido a um parente em um negócio ou na política”.

R: Nepotismo

O bloqueio normalmente ocorre pela interferência de palavras


semelhantes em som ou significado. Essas palavras semelhantes
ficam recorrendo enquanto tentamos lembrar a palavra-alvo.
Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ
A DESATENÇÃO RESULTA DE UMA
CODIFICAÇÃO SUPERFICIAL
A desatenção descreve a codificação desatenta ou superficial de
eventos – por exemplo, esquecer onde você deixou as chaves ou se
tomou as vitaminas esta manhã.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


A DESATENÇÃO RESULTA DE UMA
CODIFICAÇÃO SUPERFICIAL

“Cegueira para mudança”


https://www.youtube.com/results?search_query=CEGUEIRA+DE+MUDAN%C3%87A

Vídeo
Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ
A AMNÉSIA É UM DÉFICIT NA MEMÓRIA DE
LONGO PRAZO
A amnésia se refere a déficits na memória de longo prazo,
resultantes de doenças, lesão cerebral ou trauma psicológico.

Existem, essencialmente, dois tipos de amnésia: retrógrada e


anterógrada.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Amnésia retrógrada – as pessoas perdem memórias passadas de
eventos, fatos, pessoas ou mesmo informações pessoais.
Ex: Pessoa que acorda de um coma sem saber quem ela é.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Amnésia anterógrada – as pessoas perdem a capacidade de formar
novas memórias. Exemplo clássico de HM, pacientes com lesão nos
lobos temporais mediais.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Síndrome de Korsakoff – uma forma grave de perturbação da
memória associada ao alcoolismo crônico. O abuso de álcool
prolongado pode levar ao déficit de vitaminas que resulta em dano
talâmico e, subseqüentemente, amnésia.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Amnésia global – Os eventos ocorridos antes e após o trauma não
são lembrados.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


COMO AS LEMBRANÇAS SÃO DISTORCIDAS

Pesquisas mostram claramente que a memória humana é


tendenciosa, imperfeita e distorcida.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Criptomnésia – Um exemplo fascinante de atribuição errada da
fonte, ocorre quando as pessoas pensam que tiveram uma idéia
nova, quando na verdade recuperaram da memória uma antiga
idéia, deixando de atribuir a idéia à sua fonte correta.
Ex: Plágio em trabalhos acadêmicos.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Criptomnésia
Ex: George Harrison, ex Beatle sua música “My Swet Lord” é
espantosamente semelhante à música “He’s So Fine”, gravada em
1962 pelos Chiffons. https://www.youtube.com/watch?v=0kNGnIKUdMI e
https://www.youtube.com/watch?v=rinz9Avvq6A

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Amnésia da Infância - parecem associadas à falta de capacidade
lingüística, lobos frontais e hipocampo imaturos.
Criando falsos reconhecimentos – O evento realmente aconteceu
ou a pessoa imaginou? Problema de monitoramento da fonte.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Confabulação
Confabulação – Alguns tipos de lesão cerebral estão associados à
falsa recordação de uma memória episódica, o que é chamado de
confabulação.
“Mentir honestamente” Morris Moscovitch (1995).
A pessoa não tem nenhuma intenção de enganar e não está
consciente da falsidade de sua história.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Caso H.W. grave lesão no lobo temporal após uma
hemorragia cerebral.

61 anos, pai biológico de quatro filhos, todos eles já adultos.


Parte da entrevista clínica (Moscovitch, 1995):

P. Você é casado ou solteiro?


H.W. Casado.
P. Há quanto tempo você é casado?
H.W. Há cerca de quatro meses.
P. Quantos filhos você tem?
H.W. Quatro (ele ri). Nada mal para quatro meses.
P. Que idade têm seus filhos?
H.W. O mais velho tem 32, seu nome é Bob, e o mais jovem tem 22, seu nome
é Joe.
P. Como você conseguiu esses filhos em quatro meses?
H.W. Eles são adotados.
P. Tudo isso não soa estranho para você, isso que você está dizendo?
H.W. (Ele ri) Eu acho que é um pouco estranho.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Confabulação

Pacientes como H.W. recordam fatos equivocados e, quando


questionados, tentam dar sentido às suas recordações
acrescentando fatos que tornem a história coerente.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Síndrome de Capgras

Um exemplo dramático de confabulação ocorre com a Síndrome de


Capgras, em que os pacientes têm a crença delirante de que os
membros de sua família foram substituídos por impostores.
Nenhuma evidência os convence de que seus irmãos, pais, cônjuges
e filhos são genuínos. Os pacientes com Capgras geralmente
apresentam lesões nos lobos frontais e nas regiões cerebrais
límbicas.

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ
“A leitura é o melhor remédio para a memória.”
Ivan Izquierdo

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ


Referências:

EYSENCK, M.W. & KEANE, M.T. Manual de Psicologia Cognitiva.


Porto Alegre: Artmed, 2007.

IZQUIERDO, I; BEVILAQUA, L. M.; CAMMAROTA, M. A arte de


esquecer. Estud. Av., São Paulo, v. 20, n. 58, Dec. 2006.

IZQUIERDO, I. Memória. Porto Alegre: Artmed,2002.


TIPOS DE APRENDIZAGENS

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo


Introdução
• Processo pelo qual modificações duradouras
ocorrem no comportamento do sujeito como
resultado de sua interação com o meio ambiente.

• Diversos fatores podem influenciar o fenômeno


aprendizagem como: cultura, sociedade,
educação, família, valores, entre outros diversos.
Behaviorismo

Prof. Doutor Jefferson Cabral


Azevedo
Influências Anteriores
• Na segunda década do século XX, nos EUA, o funcionalismo
estava amadurecendo e o estruturalismo ainda ocupava
posição forte
• Comportamentalismo: movimento deflagrado em 1913 por
John B. Watson contra o funcionalismo e o estruturalismo:
– uma psicologia objetiva, uma ciência do comportamento que só
lidasse com atos comportamentais observáveis, passíveis de
descrição objetiva em termos de estímulo e resposta
• Os interesses de Watson lançaram luz sobre aquilo que ele
queria descartar: todos os conceitos e termos mentalistas
• Características positivistas e mecanicistas, mesmo que
comprovassem em ato o que negavam com palavras.
A psicologia animal
• O antecedente mais direto do comportamentalismo foi
a psicologia animal – teoria evolutiva
• Tentativas de demonstrar a existência da mente em
organismos inferiores e a continuidade entre as mentes
animal e humana
• Loeb – teoria do comportamento animal baseada no
tropismo (movimento forçado involuntário): a resposta
do animal é uma função direta de um estímulo ou
reação a ele
• Hans – o cavalo inteligente
– Demonstrou a necessidade de uma abordagem
experimental para o estudo do comportamento animal,
gerando ceticismo sobre a inteligência animal – revelou no
entanto que os animais são capazes de aprender
Edward Lee Thorndike (1874-1949)
 CONEXIONISMO ou ASSOCIACIONISMO
 Aprender é estabelecer conexões. A mente é o sistema de conexões
do homem.
 Situação S  resposta A  satisfação  fortalecimento S-A
 Situação S  resposta B  desconforto  enfraquecimento S-A
 O estudo do comportamento implica em decompô-lo ou reduzi-lo
aos seus elementos mais simples: as unidades estímulo resposta.
 Partilhava com os estruturalistas um ponto de vista analítico e
atomista. Essas unidades são os elementos do comportamento (e
não da consciência), os blocos de construção a partir dos quais se
compõem comportamentos mais complexos
 Tendências de resposta malsucedidas são obliteradas depois de
algumas tentativas. Tendências de resposta que levam ao êxito
são incorporadas nas mesmas circunstâncias. Esse tipo de
aprendizagem tem sido chamado de aprendizagem por tentativa e
erro.
Thorndike
• LEIS DE THORNDIKE:
 LEI DO EXERCÍCIO OU FREQUÊNCIA: Quanto mais vezes se
repetia a conexão Estímulo – Resposta, melhor era aprendido.
 LEI DO EFEITO: A conexão entre o Estímulo e a Resposta pode ser
reforçada ou enfraquecida.
Ivan Petrovich Pavlov
• Nasceu a 14 de Setembro de 1849 e morreu a 27 de Fevereiro de
1936.
• Era um fisiólogo russo que ganhou o Prémio Nobel de Fisiologia ou
Medicina de 1904, pelas suas descobertas sobre os processos
digestivos dos animais.
• Mas foram os seus estudos sobre o papel do condicionamento na
Psicologia do comportamento que o tornaram conhecido.
• Pavlov, ao estudar as secreções gástricas, descobre que sempre
que era apresentado um estímulo eram produzidas secreções, facto
que acontecia de um modo semelhante em todos os elementos de
uma espécie animal: são chamados reflexos inatos. (ex. num cão
verifica-se a produção de saliva quando é apresentado um alimento,
facto que serve para ajudar a ingestão do alimento.)
• Para além destes reflexos descobre que se podem desenvolver
reflexos aprendidos podendo assim proceder-se a uma alteração
dos comportamentos.
Condicionamento clássico
• Associar um estímulo neutro a um estímulo que provoca
uma reação
• Aprender - desaprender
Experiência de Pavlov

Carne Salivação
Estimulo não condicionado Resposta não condicionada

Carne + Campainha Salivação


E. não condicionado + E. neutro Resposta não condicionada

Campainha Salivação
E. Condicionado Resposta Condicionada
CONDICIONAMENTO CLÁSSICO

• RNC – Resposta não condicionada. A salivação do


alimento na boca não era aprendida
• ENC – Estímulo não condicionado. O alimento na boca
dispara automaticamente o reflexo salivar do cão
• RC – Resposta condicionada. A salivação do cão em
resposta ao sinal sonoro estava condicionada à
aprendizagem da associação entre sinal sonoro e
alimento
• EC – estímulo condicionado. O estímulo sonoro
previamente irrelevante que agora dispara a salivação
condicionada
• Aquisição
– Aprendizagem inicial da relação estímulo-resposta
– O tempo entre a apresentação do estímulo neutro e o estímulo
não condicionado deve ser inferior a 30 segundos
• Extinção e Recuperação Espontânea
– Extinção – diminuição da resposta que ocorre quando o EC (sinal
sonoro) não sinaliza mais um ENC (alimento) iminente
– Recuperação espontânea – o reaparecimento de um
(enfraquecida) RC depois de uma pausa para descanso
• Generalização
– Tendência para responder a estímulos semelhantes ao EC
• Discriminação
– Habilidade aprendida para distinguir entre um estímulo
condicionado (que prediz o ENC) e outro estímulo irrelevante.
John Watson (1878-1958)
• Nasceu numa fazenda perto de Greenville, Carolina do
Sul
• Sua educação elementar ocorreu numa escola de uma
única sala
• Sua mãe era extremamente religiosa; o pai bebia
bastante, era dado à violência tendo várias ralações
extraconjugais.
• Possuía uma ambivalência diante do sucesso e Trabalhou
em várias profissões antes de doutorar-se
• Tinha ataques agudos de ansiedade
• Doutorou-se em 1903. Em 1908 assume em Johns
Hopkins
• Demite-se em 1922 devido a um escândalo amoroso
• Ingressou na agência J. Walter Thompson em 1921
• Em 1936 assume outra agência e se aposenta como vice-
presidente em 1945
• Em 1957 recusa a presença numa homenagem da APA
• Falece em 1958, queimando todas suas notas e
manuscritos
O que era ou deveria ser a psicologia

• Deveria ser a ciência do comportamento - e não o


estudo introspectivo da consciência - e um ramo
experimental puramente objetivo das ciências naturais.
• Dever-se-iam pesquisar tanto o comportamento animal
como o humano. A nova psicologia descartaria todos
os conceitos mentalistas e só usaria conceitos
comportamentais como estimulo e resposta.

Finalidade ou
• Prever e controlar o
objetivos da
psicologia comportamento
O objeto de estudo

Atos passíveis de
Itens do descrição
comportamento: objetiva em
movimentos termos de
musculares ou estímulo e
secreções resposta,
glandulares. formação de
hábitos.
Watson declara explicitamente que os
MÉTODOS a serem usados seriam:

• A observação, com e sem o uso de


instrumentos;
• Os métodos de teste;
• O método de relato verbal;
• O método do reflexo condicionado.
Instinto Todos os aspectos do comportamento humano que
parecem instintivos são, na realidade, respostas
socialmente condicionadas

Aprendizagem Watson nunca desenvolveu uma teoria satisfatória da


aprendizagem e suas concepções estavam mais
relacionadas com Thorndike

Emoção Eram tão somente respostas corporais a estímulos


específicos

Pensamento Assim como os outros aspectos do funcionamento


humano, tem de ser um comportamento sensório-motor
de alguma espécie: movimentos implícitos da fala
B. F. Skinner (1904-1990)
• Graduou-se em letras, aspirava à carreira de
escritor, mas, em busca de nova direção,
entrou para o curso de pós-graduação em
psicologia.
• Seu trabalho foi elaborado a partir da lei do
efeito (Edward L. Thorndike / 1874-1949): É
provável que o comportamento
recompensado se repita.
• Desenvolveu uma "tecnologia
comportamental" que revelou princípios de
controle do comportamento.
• Esses princípios lhe possibilitaram ensinar a
pombos comportamentos não típicos desses
animais como andar sobre a figura de um 8
(oito), jogar pingue-pongue e manter o curso
de um míssil, bicando sobre um alvo na tela.
Condicionamento Operante
• Na perspectiva do reflexo condicionado, a aprendizagem
poderia ser concebida como um processo de desenvolvimento
de reflexos condicionados que se obteriam substituindo os
estímulos não condicionados por estímulos condicionados.
• Condicionamento operante:
 Aprender é resolver um problema que tem uma solução
esperada.
• O condicionamento operante é o processo de aprendizagem
através do qual uma resposta se torna mais provável ou mais
frequente.
• A partir do condicionamento operante, a tônica é posta na
resposta e nas suas consequências, pela teoria desenvolvida
por Thorndike.
Aprendizagem
 Processo de aprendizado = mudança
do comportamento através do
condicionamento operante.
 Conceito-chave: condicionamento
operante – resposta mais provável ou
mais frequente.
 Modelagem de um novo
comportamento pelo reforço:
consequência de uma ação quando
percebida por quem a pratica.
• Reforço positivo – recompensa
• Reforço Negativo - ação que evita
uma consequência indesejada.
• Punição - consequência
desagradável ou nociva após
determinada resposta.
• Modelagem
– um procedimento no qual reforços, como
comida, orientam gradualmente as ações
dos animais em direção ao comportamento
desejado.

• Aproximações Sucessivas
– recompensar as respostas que são mais
próximas do comportamento final desejado
e ignorar todas as outras.
Reforço

• Qualquer evento que aumente a frequência de


uma resposta anterior. - O que é um reforço para
uma pessoa pode não ser para outra

REFORÇO POSITIVO REFORÇO NEGATIVO

• fortalece uma resposta • fortalece a resposta ao


ao apresentar um estí- reduzir ou remover um
mulo tipicamente estímulo adverso. Ao
agradável depois de contrário do pen-
uma resposta. samento popular, o
reforço negativo remove
o evento adverso.)
REFORÇO PRIMÁRIO
E REFORÇO CONDICIONADO

Primário Condicionado

• obter alimento • também


quando faminto ou denominado reforço
ser liberado de secundário, é
choque elétrico - é aprendido. Ele
uma satisfação inata. obtém seu poder
pela associação com
o reforço primário
• Reforço contínuo
– A resposta desejada é reforçada toda vez que ela
ocorre. Sob tais condições, a aprendizagem ocorre
rapidamente
• Reforço parcial – intermitente
– Nos quais as respostas às vezes são reforçadas, às
vezes não. A aprendizagem inicial é tipicamente mais
lenta com o reforço intermitente, o que toma o
reforço contínuo preferível até que um
comportamento seja conquistado
– Produz maior persistência - maior resistência contra a
extinção - do que a adquirida com o reforço contínuo
• Aquisição
– É o fortalecimento, de uma resposta reforçada.

• A extinção
– Ocorre quando a resposta não é mais
reforçada.

• A generalização e a discriminação
– Ocorrem à medida que os organismos
respondem a vários estímulos e experienciam
as consequências
PUNIÇÃO

• Seu efeito é oposto ao do reforço.


• O reforço aumenta um comportamento; a punição o
diminui.
• Um evento punitivo é qualquer fato que diminui a
frequência de um comportamento precedente, em
geral provocando uma consequência indesejável ou
retirando uma desejável
• O comportamento punido não é esquecido; ele é
suprimido.
• A punição física pode aumentar a agressividade ao
demonstrar que a agressão é um meio de enfrentar os
problemas
• A punição pode criar medo; a pessoa que recebe a
punição pode associai 'o medo‘ não só ao compor-
tamento indesejável mas também à pessoa que
administra a punição ou à situação na qual ela ocorreu
• A punição diz a você o que não fazer; o reforço diz a
você o que fazer
Contiguidade X Contingência
• Contiguidade - estreita
relação temporal existente
entre os elementos
envolvidos no processo de
condicionamento.
• Contingência - relação
preditiva (causal) entre os
elementos envolvidos no
processo de
condicionamento.
• Numa relação operante, a mudança ambiental segue a
resposta e é produto dela. Dizemos, nesse caso, que a
mudança ambiental é contingente à resposta.
• Entretanto é possível identificar relações meramente
temporais entre a resposta e os eventos que a seguem
e, nesses casos, falamos de uma relação de
contiguidade.
• Assim, mudanças ambientais contingentes são aquelas
produzidas pelo responder; já as mudanças ambientais
que têm com a resposta apenas uma relação temporal
são apenas contíguas (ANDERY e SÉRIO)
Aprendizagem supersticiosa e
Desamparo aprendido
• Aprendizagem supersticiosa
– aprendizagem operante
provocada pela contiguidade
e não pela contingência
entre os elementos.
• Desamparo aprendido -
processo através do qual
organismos expostos
repetidamente a estímulos
aversivos inevitáveis passam
a ignorar a relação entre seu
comportamento e os
resultados ambientais.
Controle aversivo do Comportamento

• O controle é aversivo porque o


indivíduo se comporta para que
algo não aconteça, para
subtrair um estímulo do
ambiente ou para fazer com
que ele nem mesmo ocorra.
• O controle aversivo diz respeito
à modificação na frequência do
comportamento utilizando-se o
REFORÇO NEGATIVO (aumento
da frequência) e PUNIÇÃO
(diminuição da frequência).
Para Lembrar!!!

• Punição – Todo estímulo que reduz a


frequência de uma determinada resposta
operante através da apresentação de um
estímulo desagradável (punição positiva) ou
da retirada de um estímulo agradável (punição
negativa).
• Reforço negativo – fortalecimento do
comportamento emitido através da retirada
de uma consequência aversiva para o sujeito.
A TEORIA DE BANDURA

• Albert Bandura (1925….

• Prof. Doutor Jefferson Cabral Azeve


• A teoria desenvolvida por Bandura acentua a importância dos processos
vicários, simbólicos e auto reguladores ignorados em outros sistemas.
• Parte de um modelo de determinação recíproca entre o ambiente, a
conduta e os fatores pessoais (cognitivos, emocionais, etc) conhecido
como reciprocidade triádica.
• A maior parte do comportamento humano é aprendido por
observação, mediante a modelação, entretanto, o que se permite
que seja observado varia de cultura para cultura.
• A aprendizagem observacional acelera e possibilidade o
desenvolvimento de mecanismos cognitivos complexos e pautas
de ação social.
• As primeiras pesquisas de Bandura referiam-se a condutas
agressivas, concluindo que a observação de modelos agressivos
tem um efeito desinibitório sobre a agressão.
• Na década de 60 Bandura realizou
experimentos com crianças a fim de estudar
um tipo de aprendizagem na qual o
comportamento de um observador se
modifica em consequência à exposição do
comportamento de um modelo.
• A este tipo de aprendizagem Bandura
denominou modelação.
Cuidado!!!!
Modelação se refere ao processo de
aprendizagem social (através de um modelo).

Modelagem se refere ao processo de aproximação


sucessiva de um comportamento desejado através
da aplicação de reforços (condicionamento
operante).
A TEORIA DE BANDURA
• Na teoria da aprendizagem
social de Bandura, o indivíduo
é visto como autorregulado,
proativo e reflexivo.
• Seu pensamento e sua ação
são visto como produtos da
relação dinâmica entre
características pessoais e
ambientais.
• Para Bandura, a psicologia
deve estudar a maneira como
as pessoas, ao olharem para o
conteúdo de suas mente, tiram
significados das mesmas,
• Embutida na visão de
Bandura está a ideia de
que o indivíduo possui
certas capacidades, como
simbolizar e planejar
ações futuras, que lhe
proporcionam estratégias
cognitivas importantes
que serão utilizadas em
suas experiências.
• Entre estas capacidades
estão as expectativas de
auto-eficácia, que seriam
um conjunto de crenças
que o indivíduo utiliza
rotineiramente para fazer
julgamentos acerca da sua
capacidade de ter um
desempenho adequado a
cada situação, ou seja,
todos nós, antes e
enquanto estamos tendo
um desempenho, julgamos
se seremos capazes ou não
de iniciar e manter
adequadamente o mesmo.
• As expectativas de auto-
eficácia determinam a
motivação para iniciar um
desempenho, os estados
afetivos e a persistência para
continuar o desempenho em
face dos obstáculos que
podem surgir. Isto explica o
porquê, apesar do indivíduo
apresentar habilidades em
determinadas situações, ele
não consegue ter um bom
desempenho, pois ele tem
expectativas de auto-eficácia
negativas ou reduzidas.
• Deve-se, porém, distinguir
expectativas de auto-eficácia
de: expectativas acerca das
consequências futuras (o que
eu acredito que acontecerá
caso eu tenha um
determinado
comportamento); e
expectativas de desempenho
(crenças acerca do
desempenho em si).
Aprendizagem Social
• Teoria da Aprendizagem Sócio-Cognitiva : Estudo dos
processos de pensamento subjacentes à aprendizagem uma
vez que esta envolve pensamento, memória e
processamento de informação.
• A teoria da aprendizagem enfatiza a capacidade de aprender
através da observação de um modelo, ou ainda, receber
instruções sem experiência direta do sujeito.
• Aprendizagem latente: o novo comportamento é aprendido mas
só é executado quando é apresentado o reforço.
• Os indivíduos possuem mapas cognitivos - representação
mental de localizações espaciais e direccionais
Aprendizagem por observação
(aprendizagem social, modelação ou imitação)

Pode-se entende a aprendizagem por observação quando o


comportamento muda de modo relativamente permanente como
resultado da observação dos atos de outro sujeito.
Não há aprendizagem:
 Quando a mudança de comportamento não é duradoura.
 No caso dos padrões fixos de atuação pois estes não são
aprendidos, embora os contextos em que são utilizados o
possam ser.
Efeitos possíveis da aprendizagem por observação:

1. Efeito instrutor – aquisição de resposts e habilidade


cognitivas novas por parte do observador.
2. Efeito de inibição ou desinibição de condutas
previamente aprendidas
3. Efeito de facilitação – evoca-se uma resposta já
aprendida e que não estava inibida
4. Incremento do estímulo ambiental – aumenta a
tendência de se usar características do ambiente
5. Ativação das emoções
• O modelo utilizado pode
ser tanto da vida real,
como também um
modelo simbólico
(observado em um filme,
novela, comercial,
revista...)
• Os comportamentos
específicos exibidos pelo
modelo são chamados
pistas de modelação.
• Na sociedade atual a televisão, o cinema e
outros meios de comunicação transmitem
atitudes, padrões de pensamento, tendências
emocionais e novos estilos de condutas e, na
medida que aumente o número de modelos
simbólicos, os pais, professores e outros
modelos tradicionais irão tendo menos
influência na aprendizagem social.
• O conceito de modelação é mais amplo que o de
imitação, incluindo não apenas a observação e
réplica do comportamento mas também a
modelagem verbal, cada vez mais importante de
acordo com o nível de competência linguística.
• Modelos congruentes (modelação verbal compatível com a
modelação comportamental) são mais eficazes do que os
modelos incongruentes.
• A teoria cognitivo social considera
que o aprendiz é um preditor ativo
dos sinais do meio, aprendendo,
além de respostas, expectativas
(através da atribuição de valores
preditivos aos estímulos
ambientais).
• As consequências antecipadas, mais
do que as reais, controlam a
conduta. Assim, afirma-se que são
as elaborações cognitivas
(predição), mais do que as
contingências reais do meio que
afetam os comportamentos do
indivíduo.
PADRÕES FIXOS DE ATUAÇÂO
São comuns a todos os
membros da mesma
espécie;
São executados quase
sempre da mesma maneira;
Quando iniciados são
completados e tendem a
resistir à mudança;
Não exigem treino
específico e normalmente
resultam de um
determinado estímulo
ambiental.
Fases do Processo de aprendizagem
por observação
AQUISIÇÃO: Observa um modelo de Prestar atenção e percepcionar
comportamento e reconhece o que as características mais
o caracteriza. importantes do modelo;

RETENÇÃO: Retém na memória as Recordar o comportamento;


respostas modelo.

DESEMPENHO: Se o comportamento do Reproduzir o comportamento;


modelo for aceite como próprio e tiver
consequências positivas é susceptível de
conduzir à sua reprodução.

CONSEQUÊNCIAS: A consequência do Estar motivado para aprender e


comportamento irá enfraquecer (ou reproduzir o comportamento.
aumentar) a frequência com que ocorre.
Na aprendizagem social
destacam-se quatro processos

• Atenção – é necessária a atenção ao modelo e as


aspectos críticos do seu comportamento.
• Retenção – o comportamento do modelo precisa ser
codificado ou simbolicamente representado e retido na
memória.
• Reprodução motora – cópia fiel dos movimentos do
modelo.
• Processo motivacional – forma de reforço da resposta
aprendida (que pode ser direto, vicário ou
autoproduzido)
Auto eficácia
• Um dos conceitos centrais na teoria do Bandura
é o de auto eficácia, que se refere à convicção
que o sujeito tem de que pode executar algo
com êxito e a confiança em sua capacidade de
alcançar objetivos em situações específicas
graças às próprias ações.
Fontes da auto eficácia
• Concretização do desempenho – esta se
constitui na principal fonte de elevação
ou redução de nossas experiências de
auto eficácia. Em geral, famílias muito
exigentes desenvolvem crianças com
baixa auto eficácia.
• Persuasão verbal (encorajamento) –
consiste em levar outra pessoa,
oralmente ou por escrito à acreditar do
que pode ser bem sucedida. O limite do
encorajamento deve ser a certeza de
que o indivíduo pode fazer a atividade
ou então de que o fracasso é irrelevante
para o mesmo.
• Experiências vicárias – consiste na observação de desempenhos de
outros sujeitos.
• Estimulação emocional – São as pistas internas (afetivas ou
fisiológicas) que as pessoas usam para julgar seu entusiasmo ou
vulnerabilidade em relação a determinados desempenhos. As
pessoas experimentam níveis de ansiedade diferenciados em
relação à novas situações. Quem apresenta uma maior
estimulação emocional tende a evitar novas situações.
• Qualquer aprendizagem ou modificação de
comportamento só é bem sucedida se quando
se cria ou fortalece a crença do sujeito em sua
eficácia pessoal.
Dificuldades na Avaliação
da Aprendizagem através da Avaliação do Desempenho
a) Muita da aprendizagem é latente, logo não leva a reações que
possa ser observadas, não sendo possível efetuar a medição do
desempenho.
b) Nem toda a aprendizagem se traduz em desempenho (e.g.
raciocínio lógico).
c) Nem sempre o desempenho reflete com precisão a
aprendizagem pois depende de muitos outros factores
(e.g. cansaço, motivação, etc.)
Aprendizagem significativa
Ausubel (1960).
• Primeiras propostas psicoeducativas que tentam explicar a
aprendizagem escolar e o ensino
• estimula uma reflexão individual, de modo que cada aluno busque na
sua própria experiência uma relação desta mesma com o conteúdo
que está sendo transmitido.
2 condições para aprendizagem significativa

• 1ª O aluno tem que ter boa vontade para aprender.


• 2ª O conteúdo escolar tem que ter lógica.
A partir de então a aprendizagem parte de uma assimilação
hierárquica e subjetiva, com conteúdos selecionados
socialmente como relevantes e organizados nas áreas de
conhecimento.
Círculo vicioso da aprendizagem significativa

Aprendizagens
novas
Conteúdo
Aplicação à
estímulo
novos
conteúdos

Lembranças de
acontecimentos
anteriores
Três vantagens na aprendizagem significativa de
Ausubel

• 1ª O conhecimento que se adquire de maneira


significativa é retido e lembrado por mais tempo;

• 2ª Aumenta a capacidade de aprender outros


conteúdos de uma maneira mais fácil, mesmo se
a informação original for esquecida;

• 3ª Uma vez esquecida, facilita a aprendizagem


seguinte – a “reaprendizagem”, ou seja, pode-se
esquecer o conteúdo, mas a experiência não.
GESTALT

Prof. Doutor Jefferson Cabral Azevedo


A Palavra Gestalt

• GESTALT
– Termo alemão de difícil tradução. O termo próximo
em português seria forma ou configuração.
• Não confundir Psicologia da Gestalt com
Gestalt-terapia
– A Gestalt-terapia é uma escola humanista de
psicoterapia que surge posterior à Psicologia da
Gestalt, sob sua influência, mas também e
principalmente de diversas outras linhas de
pensamento
Representantes

• Max Wertheimer (1880-1943)


• Wolfgang Köhler (1887-1967)
• Kurt Koffka (1886-1941)
• Kurt Lewin (1890-1947)
Max Wertheimer (1880-1943)
• O fenômeno Phi como um exemplo de nativismo na
percepção (1912)
• Ilusão perceptiva em que duas luzes estáticas, mas
intermitentes, parecem ser uma única luz que se
movimenta de um lugar para outro
• Sujeitos dessa pesquisa: K. Koffka e W. Köhler

“Há todos, cujo comportamento não é determinado por aquele dos


seus elementos individuais, mas onde os processos parciais são eles
mesmos determinados pelo valor intrínseco do todo. O objetivo da
teoria da Gestalt é determinar a natureza desses todos.”
Wolfgang Köhler (1887-1967)
• Mentality of Apes (Inteligência dos antropóides -
1925)
• Aprendizagem por “insight”: Percepção de relações
que levam a uma solução de um determinado
problema de forma súbita ou repentina
• Animais podem desenvolver uma representação
interna da estrutura do problema (vs.
Aprendizagem gradual por repetição)
Kurt Koffka (1886-1941)

• Princípios de Psicologia da Gestalt (1935)


• Interesses empíricos: percepção de
movimento e de ritmo
Assume-se que uma linha de 2
cm parece mais longa que uma
linha de 1 cm porque ela é
mais longa. A despeito da
veracidade da percepção, o
pesquisador deve sempre
perguntar “por que as coisas se
parecem como tais?"
A Escola da Gestalt
• Objetivos
– Determinar os princípios que determinam e
organizam a nossa percepção, ou seja o modo
como estruturamos a realidade
• Objeto
– Na visão dos gestaltistas, o comportamento deve
ser estudado em seus aspectos mais globais,
levando em consideração as condições que
alteram a percepção do estímulo.
• Temas
– Percepção, aprendizagem
OS PRINCÍPIOS GESTALTISTAS
DA ORGANIZAÇÃO DA PERCEPÇÃO
Princípios Gestaltistas

• Os gestaltistas iniciaram seus estudos pela percepção e sensação


do movimento.
• Estavam preocupados em compreender os processos psicológicos
envolvidos na ilusão de ótica,
quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito como uma forma
diferente da que ele tem na realidade.
• O todo é diferente da soma das partes e, além disso, os processos
parciais são determinados pela natureza intrínseca do todo (ex:
sistema solar)
• A forma (fraca ou forte), se impõe sobre as partes
Percepção

• Encontra-se entre o estímulo que o


meio fornece e a resposta que o
indivíduo emite.

• O que o indivíduo percebe e como


percebe são dados importantes para a
compreensão do comportamento
humano.
Proximidade

• Partes que estão próximas no tempo ou no


espaço parecem formar uma unidade e
tendem a ser percebidas juntas

Vemos três colunas e não três linhas na figura.


Continuidade

• Há uma tendência da nossa percepção de


seguir uma direção, de vincular os elementos
de uma maneira que os faça parecer contínuos
ou fluindo numa direção particular
Semelhança

• Partes semelhantes tendem a ser vistas juntas


como se formassem um grupo

Vemos três linhas e não quatro colunas.


Fechamento / Complementação

• Ocorre uma tendência de completar os


elementos faltantes da figura para garantir
sua compreensão.

Vemos um triângulo e não três traços.


Boa forma ou pregnância
• Tendemos a ver uma figura tão boa quanto possível sob as
condições de estímulo
• A percepção do estímulo é mediatizada pela forma como
interpretamos o conteúdo percebido.
• Se nos elementos percebidos não há equilíbrio, simetria,
estabilidade, não alcançaremos a boa forma.
• No processo perceptivo, tendemos a emprestar a melhor
forma possível ao conteúdo percebido.
Relação figura-fundo

Tendemos a organizar percepções no


objeto observado (a figura) e o
segundo plano contra o qual ela se
destaca. A figura parece ser mais
substancial e destacar-se do fundo.
Psicologia da Gestalt
Fundadores: Max Wertheimer, Kurt Koffka e Wotgang
Kohler (anos 1930)
 Laços históricos com a psicologia de Wundt (escolas
alemãs): método introspectivo para estudo das
sensações, atenção, percepção como elementos da
mente que se relacionam em um todo;
 Vertente estruturalista que enfatizava o estudo das
totalidades “o todo é mais que a simples soma das
partes” (música): qualidade e natureza da totalidade;
 Busca a descrição “fenomenológica” (como ocorre) dos
fenômenos superiores da mente: totalidades
significativas;
 Estuda as estruturas, esquemas e leis que operam nos
processo mentais e que organizam, interpretam,
elaboram criativamente e dão significado a realidade;
 Estudo da sensação, percepção, aprendizagem,
pensamento e solução de problemas;
 Aprendizagem por “insight”
Psicologia da Gestalt
Concebe a função cerebral em termos de organização dos
componentes como e atividade superior (combinar, integrar a
informação, operar em termos de totalidades);
• A Gestalt é bastante conhecida pela frase “o todo é diferente da
soma das partes”, “o todo é mais que a simples soma das partes”;
• Relação entre elementos: ordem superior;
• Atividade perceptiva estruturante do sujeito: reflete o caráter
estruturado dos processos corticais superiores;
“O todo é diferente da
soma das partes”
A compreensão holística dos eventos
psicológicos/ mentais;
 As totalidades não são determinadas pelos
comportamentos dos elementos individuais;
 Não se deve efetuar uma análise apenas
reducionista das partes elementares para
conhecer um fenômeno;
Privilegia a compreensão dos eventos
psicológicos / mentais no momento presente;
Aprendizagem
• Aprendizagem por “insight”:
• Descoberta súbita de solução depois de várias tentativas;
• Reestruturação perceptual da situação (integrar passado e presente,
novos configurações perceptuais)
• “Introversão”, “visão interior”: realce de um processo interno de ver
claramente as coisas;
• Percepção de relações entre eventos ou coisas anteriormente não
percebidas como aspectos fundamentais,
• Vê e aplicar a relação “correta” para a solução de uma tarefa;
• Vê a situação total de uma nova maneira: inclui compreensão das
relações lógicas ou percepção das conexões entre meios e fins;
JEAN PIAGET (1896- 1980)
Princípios que fundamentam sua
teoria:
• O desenvolvimento tem base
genética, caráter universal e é
independente da
aprendizagem.
• Interacionismo – conhecimento
resulta de trocas realizadas
pelo sujeito com o meio ou
com os objetos de
conhecimento (idéias,
sentimentos, valores, crenças).
TEORIA DA APRENDIZAGEM PIAGETIANA

CONCEITOS BÁSICOS
• Para se compreender o
processo de aprendizagem, é
necessário evidenciar a
configuração dos sistemas
que integram os processos de
como o individuo se
desenvolve, adquire novos
conhecimentos e a
importância da interação
entre o sujeito e o objeto.
Para tanto, é necessário
conhecer com clareza o que
significa os seguintes
conceitos:
ORGANIZAÇÃO

• Não pode haver adaptação (assimilação e acomodação)


proveniente de uma fonte desorganizada, pois a adaptação tem
como base uma organização inicial expressa no esquema (ponto
de partida para a ação do indivíduo sobre os objetos do
conhecimento). O pensamento (interiorização da ação) se
organiza mediante a constituição de esquemas que formam
através do processo de adaptação. A adaptação e organização
são os processos indissolúveis do pensamento.

195
ASSIMILAÇÃO

A assimilação é o processo
cognitivo pelo qual uma
pessoa classifica um novo
dado perceptual, motor ou
conceitual às estruturas
cognitivas prévias
(WADSWORTH, 1996). Ou
seja, quando a criança tem
novas experiências (vendo
coisas novas, ou ouvindo
coisas novas) ela tenta
adaptar esses novos estímulos
às estruturas cognitivas que já
possui.
ACOMODAÇÃO
• A acomodação pode ser de duas formas,
visto que se pode ter duas alternativas:
Criar um novo esquema no qual se possa
encaixar o novo estímulo, ou
• Modificar um já existente de modo que
o estímulo possa ser incluído nele.
• Após ter havido a acomodação, a criança
tenta novamente encaixar o estímulo no
esquema e aí ocorre a assimilação.
Por isso, a acomodação não é
determinada pelo objeto e sim pela
atividade do sujeito sobre este, para
tentar assimilá-lo.
O balanço entre assimilação e
acomodação é chamado de adaptação
ADAPTAÇÃO

• É um processo dinâmico e contínuo no qual


a estrutura hereditária do organismo
interage com o meio externo de modo a
reconstituir-se. Ela é a essência do
funcionamento intelectual e biológico. É um
movimento de equilíbrio contínuo entre a
assimilação e a acomodação, que são
processos distintos, porém indissociáveis
que compõem a adaptação, processo este
que se refere ao restabelecimento de
equilíbrio. O indivíduo modifica o meio e é
também modificado por ele. A adaptação
intelectual constitui-se então em um
"equilíbrio progressivo entre um mecanismo
assimilador e uma acomodação
complementar" (Piaget, 1982).
ESQUEMA
 São as estruturas mentais ou cognitivas pelas quais os indivíduos
intelectualmente organizam o meio.
São estruturas que se modificam com o desenvolvimento mental e
que tornam-se cada vez mais refinadas à medida em que a criança
torna-se mais apta a generalizar os estímulos.

 Por este motivo, os esquemas cognitivos do adulto são derivados


dos esquemas sensório-motores da criança e, os processos
responsáveis por esses mudanças nas estruturas cognitivas são
assimilação e acomodação.
 O próprio Piaget define a assimilação como (PIAGET, 1996, p. 13):
... uma integração à estruturas prévias, que podem permanecer
invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria
integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto
é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova
situação
• Isto significa que a criança tenta
continuamente adaptar os novos estímulos
aos esquemas que ela possui até aquele
momento.
• Por exemplo, imaginemos que uma criança
está aprendendo a reconhecer animais, um
cachorro.
• A diferenciação do cavalo para o cachorro
deverá ocorrer por um processo chamado de
acomodação.
• Ou seja, a criança, apontará para o cavalo e
dirá "cachorro". Neste momento, uma adulto
intervém e corrige, "não, aquilo não é um
cachorro, é um cavalo".
• Quando corrigida, definindo que se trata de
um cavalo, e não mais de um cachorro, a
criança, então, acomodará aquele estímulo a
uma nova estrutura cognitiva.
Piaget e a Língua
 O aparecimento da linguagem seria decorrência de algumas
das aquisições do período sensório-motor.
 Ao longo desse período a criança adquire a capacidade de
substituir ou representar eventos que não se encontram
presentes.
 Assim ela pode atuar sobre o seu ambiente dispensando a
presença da realidade imediatamente perceptível.
 Objeto e eventos são, agora, substituídos por símbolos
mentais.
 A formação desses símbolos se dá a partir da imitação. A
imitação é a grande responsável pela aquisição da
linguagem.
Piaget e a Língua

 Inicialmente a criança imita


determinados comportamentos em
função de simples exercitação.
 Essa primeiras ações imitativas são
imprecisas e mesmo rudimentares,
aos poucos a criança vai
aperfeiçoando seus movimentos,
até ser capaz de reproduzir
internamente tais ações. Os
símbolos mentais são as ações
internalizadas.
Piaget e a Língua
 Cabe a imitação o papel de
intermediária entre as ações
concretas, explícita e exteriores e
as ações figuradas, implícitas e
interiores que constituem a
essência da linguagem e,
consequentemente do
pensamento.
 O aparecimento dos sons e das
palavras segue uma evolução
semelhante, ou seja, os sons são
associados a determinadas ações, e
a aquisição da linguagem se
processa através da imitação
destes sons.
 A primeiras palavras estão assim,
intimamente ligadas com os
desejos e as ações da criança.
Processamento da leitura
• Período crítico  todos as teorias concordam
que os primeiros anos são decisivos
• As crianças se tornam linguisticamente
tolhidas quando isoladas da língua durante o
período crítico
OS ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO
• De acordo com Piaget, o
desenvolvimento cognitivo é um
processo de sucessivas mudanças
qualitativas e quantitativas das
estruturas cognitivas derivando
cada estrutura de estruturas
precedentes. Ou seja, o indivíduo
constrói e reconstrói
continuamente as estruturas que
o tornam cada vez mais apto ao
equilíbrio.
• Essas construções seguem um
padrão denominado por Piaget de
ESTÁGIOS que seguem idades
mais ou menos determinadas.
Todavia, o importante é a ordem
dos estágios e não a idade de
aparição destes.
SENSÓRIO-MOTOR – 0 A 2 ANOS
• A partir de reflexos neurológicos
básicos, o bebê começa a construir
esquemas de ação para assimilar
mentalmente o meio. A inteligência é
prática. As noções de espaço e tempo
são construídas pela ação. O contato
com o meio é direto e imediato, sem
representação ou pensamento.
• Exemplos:
O bebê pega o que está em sua mão;
"mama" o que é posto em sua boca;
"vê" o que está diante de si.
Aprimorando esses esquemas, é capaz
de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a
boca.
PRÉ-OPERATÓRIO – 2 A 7 ANOS
• Também chamado de estágio da Inteligência
Simbólica . Caracteriza-se, principalmente, pela
interiorização de esquemas de ação construídos
no estágio anterior (sensório-motor).
A criança deste estágio:
• É egocêntrica, centrada em si mesma, e não
consegue se colocar, abstratamente, no lugar do
outro.
Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma
explicação (é fase dos "por quês").
Já pode agir por simulação, "como se".
Possui percepção global sem discriminar detalhes.
Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.
Exemplos:
Mostram-se para a criança, duas bolinhas de
massa iguais e dá-se a uma delas a forma de
salsicha. A criança nega que a quantidade de
massa continue igual, pois as formas são
diferentes. Não relaciona as situações.
OPERATÓRIO CONCRETO - 7 A 11 ANOS
• A criança desenvolve noções de
tempo, espaço, velocidade, ordem,
casualidade, ..., já sendo capaz de
relacionar diferentes aspectos e
abstrair dados da realidade. Não se
limita a uma representação imediata,
mas ainda depende do mundo
concreto para chegar à abstração.
• Desenvolve a capacidade de
representar uma ação no sentido
inverso de uma anterior, anulando a
transformação observada
(reversibilidade).
Exemplos:
despeja-se a água de dois copos em
outros, de formatos diferentes, para que
a criança diga se as quantidades
continuam iguais. A resposta é afirmativa
uma vez que a criança já diferencia
aspectos e é capaz de "refazer" a ação.
OPERATÓRIO FORMAL- 12 EM DIANTE
A representação agora permite a abstração total. A criança não se limita mais a
representação imediata nem somente às relações previamente existentes, mas é
capaz de pensar em todas as relações possíveis logicamente buscando soluções a
partir de hipóteses e não apenas pela observação da realidade.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais
elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas
as classes de problemas.
Exemplos:
Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o
papo", a criança trabalha com a lógica da ideia (metáfora) e não com a imagem de
uma galinha comendo grãos.
Vygotsky
• LEV S. VYGOTSKY (1896-1934)
Desenvolvimento do indivíduo
• resultado de um processo sócio histórico;
• linguagem central neste processo
• aprendizagem enfatizada
• Cerne da teoria - aquisição de conhecimentos pela
interação do sujeito com o meio.
• Análise genética na compreensão do desenvolvimento
dos processos mentais.
Origem e desenvolvimento psicológico
• Filogenético: desenvolvimento da espécie humana.
• Ontogenético: desenvolvimento do indivíduo dentro
da sua espécie.
• Sociogenético: história dos grupos sociais.
• Microgenético: história de processos psicológicos
específicos da história singular de cada sujeito.
Vygotsky
• Capacidades Mentais: desenvolvem-se a partir da
comunicação e interação com o meio, através da aquisição de
experiências dos outros.
• Ser Social: o ser humano é essencialmente um ser social.
• Desenvolvimento - pressupõe a inserção do homem em um
ambiente histórico-cultural
• Linguagem: instrumento central no desenvolvimento
humano. Através dela transmite-se o legado cultural das
gerações anteriores.
Vygotsky
Aprendizagem e desenvolvimento
Aprendizagem essencial ao ser
social
Desenvolvimento: maturação
biológica (depende do sistema
nervoso); e aprendizagem
(necessária para o desenvolvimento
das funções psicológicas superiores
– consciência, intenção,
planejamento, ações voluntárias).
A aprendizagem produz
desenvolvimento de um esquema
intelectual.
Desenvolvimento e aprendizagem estão relacionados desde o
nascimento da criança
– a aprendizagem resulta do desenvolvimento e
este não ocorre sem aprendizagem.
• há uma potencialidade no homem que, a partir da
relação com o meio, é colocada em ação.

You might also like