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INTRODUÇÃO
Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos
ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.
João 14:26
Cana, junco - O termo grego cânon vem de uma palavra semítica que significa cana,
junco, que era utilizado inicialmente como instrumento de medida, partes de uma cana
eram utilizados como uma régua.
Aquilo que regula, que serve como norma - a partir desse uso o termo passou a ser
usado como aquilo que regula, a regra.
Gálatas 6. 16 – “E a todos quantos andarem conforme esta regra, paz e misericórdia
sobre eles e sobre o Israel de Deus.” No contexto dessa passagem Paulo fala aos Gálatas
sobre a circuncisão e a incircuncisão, porém a palavra utilizada para se referir a regra é
a palavra “cânon”, aqui apenas no sentido de regra/norma, ou seja, que não atribui a
sua salvação a coisas exteriores, mas apenas à cruz de Cristo. Esse é o sentido usado no
NT.
Séc. IV a palavra cânon veio a ser utilizada para as Escrituras. Significando o grupo dos
livros reconhecidos pela igreja como inspirados por Deus e normativos para a fé e vida
dos cristãos.
Primeiramente por Atanásio, em torno de 352 d.C, bispo de Alexandria e também em
360 d.C. foi usado também em Laodiceia. Assim, cânon passa a ter um sentido técnico.
2. IMPORTÂNCIA DO TEMA
Inicialmente, parece pouco relevante, pois temos uma Bíblia bem definida
Esse tema é importante para nós? Inicialmente, o tema parece não ser relevante, pois
nós praticamente nascemos com a bíblia. Tem uma propaganda de uma marca japonesa
que começa com um filme dramático de uma mãe dando a luz e de repente nasce a
criança e quando a criança olha para os pais ela tira uma máquina fotográfica e tira uma
foto dos pais. Nós somos mais ou menos assim, nós já nascemos com a bíblia, sabemos
que a bíblia tem 66 livros.
Quando só havia rolos, como era? Até uma certa altura os livros da bíblia só existiam
em rolos. Na igreja primitiva se liam muitos outros livros também. Isso nos mostra que
nem sempre foi tão óbvio assim a questão do cânon.
Há igrejas que têm cânon maior – Do ponto de vista católico por exemplo, eles sempre
tiveram um cânon maior com 73 livros.
Qual é o seu cânon? Quantos livros possui? Quantos livros tem o cânon ou quantos
livros deveriam ter? Ou uma pergunta pessoal, quantos livros tem o seu cânon? Quantos
livros efetivamente usamos em nossas vidas?
Será que pregamos regularmente sobre todos os 66 livros? Ou alguns não entram em
nossa pregação?
4. DOIS CÂNONES
Não há no Novo Testamento nenhuma referência a uma lista, sempre dissemos que são
27, mas não há nenhum lugar no próprio Novo Testamento que fala isso.
Carta de Atanásio em 367 d.C. – ele foi o primeiro a trazer a lista dos 27 livros canônicos.
Carta de Eusébio em 376 d.C. também confirma os 27 livros.
Concílio de Cartago em 397 d.C.
Antilegomena: são os escritos cristãos que são "disputados" ou, literalmente, as obras
em que há alguém que "falou contra". Nessa lista temos os seguintes livros: Hebreus,
Tiago, 2Pedro, Judas e Apocalipse.
5. CONCLUSÃO
O QUE É UM EVANGELHO?
A palavra evangelho é muito comum no meio evangélico, isso porque nós falamos a
respeito de pregar o evangelho, mas sabemos que existem livros do NT que são
chamados de evangelhos.
O Novo Testamento conecta a palavra evangelho à vinda do Senhor Jesus, sua Pessoa e
sua Obra salvadora. A chegada do Messias, quem ele é e o que ele fez, tudo isso é
chamado de evangelho.
1Anglada, Paulo Roberto Batista. Sola Escriptura: A doutrina reformada das escrituras. Knox Publicações.
2013.
Em 1 Coríntios 15:1 “Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho
anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis.” Paulo resume
a mensagem do evangelho. No evangelho de Marcos, este autor também chama sua
obra de evangelho.
Quando vamos para o livro de Atos, se formos descrever o gênero literário, trata-se de
uma narrativa, uma carta aos romanos é uma epístola, agora os evangelhos são o que?
Narrativa? Biografias?
O próprio evangelho de Lucas deixa claro que ele irá fazer uma narrativa histórica, ou
seja, uma descrição coordenada de fatos históricos. Mas não é apenas isso, pois os
evangelhos não seguem a ordem de uma narrativa daquela época, pois não estão
preocupados meramente em contar uma história, o interesse não é contar uma história,
mas contar verdades teológicas. Isso não significa que eles não estão preocupados com
a precisão dos fatos.
Por isso, cada um deles são escritos para adequar ao proposto teológico do escritor. Por
exemplo, o evangelho de João foi escrito para levar os leitores a crerem que Jesus era o
Cristo. Assim, João começa seu livro com o prólogo mostrando Jesus como o anunciado
por Deus, pega vários sinais e discursos de Jesus para mostrar que aquilo que existia no
Antigo Testamento a respeito do templo, festas e religião judaica agora se cumprem no
Senhor Jesus. Ou seja, João usa os eventos históricos para ensinar verdades teológicas.
Mateus também é construído em cima de citações do Antigo Testamento e de grandes
discursos de Jesus com o propósito de ensinar teologia.
João 20:31 “estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo”
São muito parecidos, não temos duas ou três descrições a respeito do crescimento da
igreja, apenas em Atos. Não temos mais descrições sobre o Apocalipse, apenas o
Apocalipse de João.
O evangelho de João não tem essa perspectiva, ele é mais teológico, no sentido de que
João escolhe fatos e eventos e trabalha em torno desses eventos. João não quer
simplesmente fazer um acúmulo de obras e milagres, ele pega milagres específicos, nos
quais Jesus multiplica o pão e ele trabalha a ideia de Jesus como o pão, ou a cura de um
paralítico no sábado e ele trabalha a ideia de Jesus curar no sábado. Assim, há mais
rebuscamento teológico.
O grande trabalho de Mateus é mostrar Jesus como conectado à raiz de Davi, por isso o
discurso é muito focado na questão do reino e os milagres também, ou seja, Jesus é
herdeiro de Davi.
O livro de Marcos enfatiza Jesus com base em Isaías, o servo, aquele que se dispôs a
servir.
Lucas, escrevendo para um grego Teófilo, enfatiza Jesus como sendo um descendente
de Adão e como Deus, o ente santo nascido concebido por Deus dentro de Maria, ou
seja, enfatiza a dupla natureza de Cristo, com sentimento, piedade, e eventos que
enfatizam a sua divindade.
João diz claramente sua intenção de que as pessoas cressem que Jesus é o Cristo, ou
seja, o verbo prometido no AT, ele é a videira, o pão, a luz, ou seja, os elementos do
Antigo Testamento.
Há uma distinção de destinatários.
Mateus, Marcos, Lucas e João não foram escritos para as mesmas comunidades e por
isso foram escritos para responder questões e necessidades diferentes.
Ou seja, vemos Jesus e sua Obra por vários ângulos, todos complementares e
verdadeiros.
Elementos culturais e sociais chaves para a compreensão satisfatória do que será visto
nos Evangelhos.
Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido
sob a lei” Gálatas 4:4 – o tempo correto para encerrar a antiga dispensação ou aliança
para enviar o Messias para o centro da história, sendo o período histórico devido para o
nascimento do Deus encarnado. Esse versículo nos mostra que a vinda de Jesus foi um
evento histórico, ou seja, série de fatores estão envolvidos que foram devidamente
preparados por Deus.
Assim, existiram uma série de fatores históricos que foram benéficos para a vinda de
Jesus sob o ponto de vista de Deus.
JUDAÍSMO
LINGUA GREGA
IMPÉRIO ROMANO