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Nome: Veida da Silva Sá (Mat: 1346218) – Turma A1 – Prof: Dra Danielli

Terapia Farmacológica no Infarto Agudo do Miocárdio

No que tange ao tratamento do infarto agudo do miocárdio, em conjunto com as terapias


de reperfusão (química, com trombolíticos, ou percutânea, por intermédio de angioplastia
primária), a terapêutica antiagregante e anticoagulante configura elementos fundamentais
na redução de mortalidade e recorrência de eventos cardiovasculares.

O uso do ácido acetilsalicílico (AAS, aspirina) no IAMCEST está embasado em


evidências sólidas, sendo o seu uso considerado imprescindível. É o antiplaquetário de
eleição a ser utilizado no infarto agudo do miocárdio, tendo sido demonstrado pelo estudo
ISIS-2 (Second International Study of Infarct Survival) que reduz a mortalidade em 20%,
isoladamente, quase tanto quanto a estreptoquinase. A dose recomendada é de 160-325
mg/dia a ser utilizada de forma mastigável quando da chegada do paciente ao hospital ou
ao ser atendido por emergência móvel. O uso do AAS deve ser contraindicado em
algumas situações excepcionais: hipersensibilidade conhecida (urticária, broncoespasmo
ou anafilaxia); úlcera péptica ativa; discrasia sanguinea ou hepatopatia grave

A utilização do clopidogrel, um derivado tienopiridínico inibidor da adenosina difosfato


(ADP), em SCA teve início com o estudo CURE9, que avaliou o uso de AAS isolado em
comparação com a associação de AAS e clopidogrel, no cenário de angina instável de
risco intermediário ou alto, e infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST
(IAMSEST). Tal estudo mostrou redução do risco relativo de 20% no caso de morte
cardiovascular. Frequentemente usado em associação com AAS, sua dose de ataque é de
300mg, seguida de 75mg/dia como dose de manutenção até 75 anos de idade e dose de
75mg/dia sem dose de ataque em pacientes acima de 75 anos. Quanto ao tempo de uso, o
clopidogrel deve ser administrado por 12 meses após o IAMCEST, principalmente se o
paciente foi submetido à ICPP

O ticagrelor, outro componente da classe dos antiagregantes plaquetários inibidores da


ADP, tem como características importantes ser um inibidor reversível dos receptores
P2Y12 da ADP, ser uma droga que não depende de metabolização primária (logo, não se
trata de uma pró-droga), além de obter efeito antiagregante mais intenso, rápido e
consistente em relação ao clopidogrel. Dessa forma, o uso do ticagrelor no IAM está
indicado em casos de pacientes com síndrome coronária aguda com ou sem elevação do
segmento ST, independentemente do conhecimento da anatomia coronária. O ticagrelor
deve ser administrado em dose de ataque de 180mg, com manutenção de 90mg duasx/dia,
e seu uso deve ser feito por 12 meses. O fármaco está contraindicado em associação com
a terapia trombolítica ou pacientes não reperfundidos (sem estudos nessa população). Em
caso de intervenção cirúrgica, o fármaco deve ser suspenso 5 dias antes do procedimento.

O benefício do uso da heparina não fracionada (HNF) nas síndromes coronárias agudas
foi reconhecido mesmo antes da utilização do AAS e da terapia trombolítica. A dose
recomendada de HNF é 60UI/kg EV (ataque), máximo de 4.000UI, seguido por infusão
contínua de 12UI/kg/hora, máximo de 1.000UI/hora, inicialmente. Manter por um
período mínimo de 48 horas com ajustes na infusão para que o TTPa permaneça entre 1,5
a 2,0 vezes o controle. É classe I de recomendação em pacientes com IAMCEST
submetidos à intervenção coronária percutânea primária (ICPP).

A enoxaparina deve ser administrada quando do diagnóstico do IAMCST nas seguintes


doses: em pacientes com idade < 75 anos: 30 mg IV em bolo e após 1,0 mg/kg de peso
subcutâneo de 12/12 horas até a alta hospitalar; em pacientes com idade > 75 anos: não
administrar o bolo e iniciar com 0,75 mg/kg subcutâneo de 12/12 horas.

A utilização em longo prazo de medicamentos redutores de colesterol, principalmente as


estatinas, apesar de não serem consideradas agentes anti-isquêmicos, tem demonstrado
redução da mortalidade por infarto recorrente e de re-hospitalização nos pacientes
sobreviventes às SCA. Provavelmente, os mecanismos básicos para tal benefício clínico
envolvam melhora da função vasomotora, menor inflamação da placa e redução dos
fatores pró-trombóticos. Essas alterações na biologia molecular afetam não apenas a lesão
culpada, mas também outras placas distribuídas nas artérias coronárias. O início da terapia
com estatinas durante o período de hospitalização tem se mostrado capaz de aumentar a
aderência a estes medicamentos, reduzindo, assim, os riscos de morte e eventos
cardiovasculares em longo prazo.

A utilização das estatinas baseia-se na redução das taxas sanguíneas de LDL-colesterol


(LDL-c), por estas representarem importante fator de risco independente para DAC. A IV
Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto Agudo do
Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST28 recomenda que a mensuração do LDL-
colesterol deve ocorrer de preferência na admissão do paciente, ou até 24 horas após a
internação, e deve ser usada para guiar a introdução de terapia hipolipemiante. Segundo
a Diretriz, nos pacientes com LDL-colesterol > 100 mg/dl, deve-se iniciar terapia
hipolipemiante ainda na sala de emergência. Nos pacientes com LDL-colesterol > 100
mg/dl em tratamento, a dose da medicação deve ser aumentada e, se necessário, uma
combinação de medicamentos deve ser utilizada. Nos pacientes com LDL-colesterol entre
70-100 mg/dl, é razoável reduzir o LDL-colesterol a níveis mais baixos.

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