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NOMOFOBIA: uma síndrome no século XXI

Autor: Luana Borges1


Coatora: Thelma Pignataro2

RESUMO

Assunto recente e recorrente na mídia nos dias atuais, o uso abusivo dos aparelhos
móveis, não é mais novidade entre as pessoas. No trabalho, na escola, no caminho
para casa, o celular tornou-se algo indispensável para a vida de boa parte da
população. Esse uso exarcerbado do aparelho tornou-se uma síndrome psicológica
reconhecida mundialmente como Nomofobia. Retratando os principais sintomas que
causam o medo de ficar sem o celular; objetivamos analisar a síndrome entre os
estudantes de graduação do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, buscando dados que evidenciem o curso mais
afetado e quais sintomas da síndrome são mais presentes no setor. Portanto, as
considerações feitas apontam que há evidencias dos sintomas da doença entre os
entrevistados mais jovens, com destaque para o curso de Turismo e Ciências
Contábeis. Para tanto, nos fundamentaremos em Yong (1996), Greenfield (2008),
Nardi (2013), entre outros.
Palavras-chave: Celular; síndrome; nomofobia; sintomas.

ABSTRACT

Recent and recurring theme in the media today, the abusive use of mobile devices is
not new among the people. At work, at school, on the way home, the phone has
become something indispensable for the life of much of the population. This
exarcerbado use of the apparatus became recognized as a psychological syndrome
Nomofobia. Portraying the main symptoms that cause the fear of running out of the cell
; we aimed to assess the syndrome among the Center's graduate students of Applied
Social Sciences , Federal University of Rio Grande do Norte , seeking data that show
the most affected and what course syndrome symptoms are more present in the sector.
Therefore, considerations suggest that there is evidence of disease symptoms among
respondents, especially in the course of Tourism and Accounting. Therefore, we will
base on Yong (1996), Greenfield (2008), Nardi (2013), among others.

Keywords: Cell-phone; syndrome; nomophobia; symptoms.

1 Bacharel em Administração. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E mail:


luanapinheiroborges@gmail.com

2Mestre em marketing na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e prof do Departamento de


Ciências Administrativas da UFRN. E mail: thelma.pignataro52@gmail.com
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1 INTRODUÇÃO

Com o surgimento dos Smartphones e suas infinitas funcionalidades,


diversos hábitos foram reinventados e outros surgiram para encurtar tempo e
distância; possibilitar maior flexibilidade e interação; assim como, informar em tempo
real endereços, opções de lazer, ou até mesmo pagamentos em um só clique. Bem-
vindo a era digital. Como não sentir-se atraído por um mundo sem fronteiras, que está
na palma da mão?
Se por um lado a facilidade as ferramentas de informações trouxeram vários
benefícios, já que a internet é algo inegavelmente útil, por outro o uso demasiado
dessas ferramentas está sendo objeto de estudo entre as universidades em diversos
países. A Nomofobia, ou seja, o medo de ficar sem celular e/ou tecnologia, cresce a
cada dia de forma rápida entre crianças, jovens e adultos. Para os indivíduos mais
jovens, a tecnologia começa a ser como ar: essencial, porém invisível (TAPSCOTT,
2010). O problema é tão grande, que o uso exarcerbado do aparelho é comparado ao
uso de drogas. Segundo, Susan Greenfield (2008), neurocientista e professora de
farmacologia na Universidade de Oxford, aponta que a utilização em larga escala do
celular faz com que o cérebro libere substâncias como a dopamina. Por isso, a
sensação de prazer, da imersão em algo interessante.
Percebemos que a concepção sobre o uso do celular para muitos ainda é
considerado algo corriqueiro. Além disso, apesar das pesquisas documentarem que
se trata de um problema crescente de atendimento à saúde que é tratada com terapias
e até medicamentos, o entendimento científico do problema ainda está em evolução.
Para sanar as dúvidas sobre o assunto, o artigo foi elaborado para informar aos
leitores sobre os maus causados sobre a doença, objetivando analisar a síndrome da
nomofobia entre os alunos do CCSA-UFRN, buscando, desta forma, dados que
evidenciem o curso mais afetado e quais sintomas são mais presentes no setor
entrevistado. Além disso, apontaremos quais os principais sintomas que
desencadeiam esse tipo de síndrome psicológica.

2 APORTE TEÓRICO
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O primeiro estudo sobre dependência em internet aconteceu no ano 1996


pela Dra. Kimberly Yong nos Estados Unidos da América. No estudo realizado, ela
apresentou seus achados sobre 600 sujeitos que satisfaziam uma versão modificada
dos critérios considerados para os viciados em jogos de azar. Seu artigo “Internet
Addiction: The emergence of new disorder” no início provocou controvérsias, mas
depois as pesquisas sobre a dependência nessa área só aumentaram com o passar
dos anos. Em 1999, a maior pesquisa feita sobre o assunto foi realizada com 17.000
pessoas detectando a dependência presente em 6% da população entrevistada nos
Estados Unidos. (YONG, 1996, p.240).
Depois desse fato, foi disseminado o assunto e rapidamente a dependência
virtual foi identificada como um problema nacional nos Estados Unidos da América,
China, Coréia do Sul e Taiwan. Nos últimos anos, o fenômeno clínico avançou, e as
pesquisas desencadearam a nova forma de usar a internet através dos telefones
móveis. E com isso, o surgimento de um novo termo nasceu na Inglaterra: nomofobia
– palavra recente que surgiu do inglês, nomo significando nomobile, ou seja, falta do
dispositivo móvel e fobia significando medo. Conforme Greenfield, (2008) há um
grande risco de as pessoas passarem a viver suas vidas exclusivamente em
ambientes virtuais. A neurocientista ainda afirma que assim como as produtoras de
tabaco negavam o poder viciante do cigarro, o mesmo ocorre hoje com as companhias
que lucram com o uso das redes sociais e videogames. Além disso, os viciados digitais
não acreditam na existência do problema e que ele deve ser tratado. Segundo a
neurocientista “o ambiente digital está alterando nosso cérebro de forma inédita.
Estamos cada dia mais dependentes de redes sociais e videogames”. No livro de
Private Life of the Brain, ela ainda prevê “um futuro sombrio para os "nativos digitais",
geração que passará a vida inteira online”. (GREENFIELD, 2008, p.36). Para muitos
autores a tecnologia é a principal causadora da dependência, é o caso de King,
Valença e Nardi (2010):

As interferências tecnológicas no comportamento humano requerem


acompanhamento constante, a fim de que seja possível avaliar passo a passo
as modificações e consequências resultantes. A convivência diária do
indivíduo com os veículos modernos de comunicação vem revelando
respostas “boas e ruins”, as quais precisam ser ininterruptamente estudadas
para que possam ser compreendidas. Podem-se observar conveniência,
conforto, segurança e bem-estar ao se dispor desses aparelhos, em contraste
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com dependência patológica, medo e angústia, entre outros sentimentos,


causados quando da impossibilidade de uso de tais dispositivos.”
(KING, VALENÇA & NARDI, 2010).

Concordando com a teoria dos malefícios da internet, outros estudiosos


abordam o perigo de “viver uma vida virtual”. É o caso, do Instituto Delete, que foi
criado em 2008 através de uma ação desenvolvida pela Universidade Federal do Rio
de Janeiro, com o intuito de orientar a população sobre o uso consciente das
tecnologias (educativo/preventivo) e oferecer suporte no uso abusivo (tratamento
através de análise até ingestão de medicamentos) o problema não está
no uso frequente do aparelho, e sim, da perda do controle de sua utilização. De acordo
com Eduardo Guedes (2015), diretor do Instituto Delete, “usar muito esses dispositivos
não configuram necessariamente uma dependência. A síndrome está relacionada à
perda de controle das cinco dimensões”. Estas, por sua vez, podem ser consideradas
como os sintomas que um dependente virtual possa desenvolver quando se priva da
tecnologia. Representados na figura 1 a seguir:

Figura 1: cinco sintomas


Excitação e segurança - Tentativa de esquecer problemas pessoais,
buscando a tecnologia como um meio melhor ou mais seguro. Primeiro
indício normalmente mascarado com a falsa sensação de satisfação
experimentada ao utilizar a tecnologia.
Relevância - Importância que dá à necessidade de se conectar e usar
dispositivos. Ocorre quando não consegue desligar o pensamento de forma
que a tecnologia começa a dominar lentamente o comando da sua vida.
Tolerância - Tempo dedicado e nível de controle que se tem dela. Gastam
cada vez mais horas para buscar as mesmas sensações experimentadas
antes. Perde o controle e substitui os programas reais do dia por maior
tempo na tecnologia.
Abstinência - Quando não estão conectados ou não conseguem usar certos
dispositivos ou aplicativos, tornam-se irritados, ansiosos e com medo,
podendo gerar alterações no padrão do sono ou alimentação e ainda sinais
de depressão.
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Conflitos da vida real - Quando o uso excessivo compromete as relações na


vida real. Este é o momento em que percebem a evidência do problema, mas
sentem-se incapazes de reduzir ou parar, podendo comprometer a
educação, desempenho profissional e social.
Fonte: Instituto Delete, 2015.
Outra forma de tratamento da doença está presente na Terapia
Conginitivo Comportamental, conhecida entre os estudiosos como TCC. “A TCC é um
tratamento muito conhecido, baseado na premissa de que os pensamentos
determinam os sentimentos. Em um estudo com 114 pacientes, a TCC foi usada para
ensiná-los a monitorar seus pensamentos,e identificar aqueles que desencadeavam
novas habilidades de manejo e maneiras de evitar recaída. A TCC requereu três
meses de tratamento,ou aproximadamente 12 sessões semanais de uma hora. O
primeiro estagio da terapia é comportamental, visando àqueles comportamentos e
situações específicos em que o transtorno do controle dos impulsos provoca a maior
dificuldade. Conforme a terapia progride, o foco passa para as suposições e
distorções cognitivas desenvolvidas e para os efeitos do comportamento compulsivo”.
(YONG & ABREU, 2011, p.23).
Pretendemos ressaltar que entre as várias edições publicadas sobre o assunto,
uma das mais respeitadas atualmente é o manual e guia de avaliação escrito pela
primeira difusora do assunto. Yong e Abreu, especialista em dependência virtual de
renome internacional, destacam que fatores etiológicos são os causadores da doença.
No livro, Yong e Abreu, 2011, p. 22, definem dependência como “compulsão habitual
a realizar certas atividades ou utilizar alguma substância,apesar das consequências
desvastadoras sobre o bem-estar físico, social, espiritual, mental e financeiro do
individuo”.
Nesse sentido, os relatos e estudos científicos mostram que a dependência no
aparelho móvel existe e já é fator preocupante em diversos países. Ansiedade, tremor,
sofrimento, desconforto, alívio quando aparelho está próximo, preocupação com a
quantidade de “likes”, insônia, e até depressão é apenas alguns sintomas que podem
ser sentidos por donos fixados pelo aparente afeto com seus inseparáveis aparelhos.
Na sociedade atual, o celular é como uma nova necessidade criada e fixada na
pirâmide das necessidades de Maslow. Afinal, construir uma sociedade que não tenha
esse transtorno psicológico é não está em tempos modernos.
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3 MATERIAL E MÉTODOS

Tratando-se de uma pesquisa exploratório-descritiva, buscou-se analisar e


detectar os sintomas que auxiliassem na compreensão e verificação da ocorrência da
nomofobia no Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UFRN. A Estatística Descritiva
é utilizada na etapa inicial das análises quando se toma contato com os dados pela
primeira vez, com o objetivo de explorar os dados pesquisados.
Segundo Magalhães (2010, p.3) a estatística descritiva pode ser definida como
um conjunto de técnicas destinadas a descrever e resumir os dados, a fim de que se
possa tirar conclusões a respeito das características de interesse. Com base em
Vergara (1997), para auxiliar na concretização deste projeto, utilizou-se ampla
pesquisa bibliográfica, desenvolvida a partir de materiais publicados em livros,
revistas, periódicos, a fim de subsidiar o referencial teórico e metodológico, além do
uso de formulários/ entrevistas na investigação de campo.
A partir da abordagem do problema, o presente trabalho teve como objetivo
tentar identificar os sintomas da nomofobia investigando os estudantes que compõem
o Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Foi feito um cálculo do tamanho da amostra utilizando confiança de 95%, que
resultou em uma amostra de 354 estudantes do CCSA/UFRN que compõe os cursos
de Administração, Biblioteconomia, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas,
Direito, Serviço Social, Turismo e Tecnólogo em Gestão de Cooperativas. Todos os
entrevistados se dispuseram a responder o questionário entre os dias 16 e 26 de
outubro de 2015. Trabalhou-se com uma amostra não-probabilística por conveniência
através de um questionário em papel. Malhotra, (2012) define população como: A
população de uma pesquisa é o conjunto total de elementos, itens, objetos ou pessoas
que possuem as informações buscadas pelos pesquisadores e sobre os quais serão
realizadas inferências.
Para realizar-se a coleta dos dados da pesquisa, capaz de identificar cinco
sintomas (Segurança e excitação, relevância, tolerância, abstinência e conflitos na
vida real); relacionados a síndrome nomofobia; foi adaptado um questionário “Mobile
Phone Problem Usage” (Apêndice 1) já utilizado em outros testes. Composto por trinta
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e quatro questões estruturadas em uma combinação de diversos tipos de perguntas


encadeadas, com escala de diferencial e fechadas, em conformidade com os objetivos
do estudo. Para que isso acontecesse, foram elaboradas questões que permitiram
identificar os fatores socioeconômicos dos entrevistados (questões de um a sete),
assim como alternativas (8 a 34) de atividades cotidianas que classificavam os níveis
de sintomas propostos de acordo com a Tabela 1 a seguir:

Tabela 1: Classificação dos níveis dos sintomas


Nível Excitação e Relevância Tolerância Abstinência Conflitos
Segurança

Baixo 0–1 0–2 0–1 0–1 0–1

Médio 2–3 3–5 2–3 2–3 2–3

Alto 4–5 6–7 4–6 4–6 4–5

Fonte: Pesquisa de campo, 2015.


Com isso, a aplicação ocorreu no mês de outubro de 2015, sendo informado
aos entrevistados do CCSA tratar-se de uma pesquisa sem quaisquer efeitos
avaliativos individuais e/ou institucionais e que as respostas seriam anônimas e
confidenciais, garantindo-se o anonimato e a confidencialidade dos dados obtidos.

4. RESULTADOS E DISCURSÕES

Com o objetivo de avaliar a possível dependência estudada na pesquisa,


utilizou-se a análise de correspondência, que permite identificar onde as associações
se encontram. Assim como, o software R (R Development Core Team, 2015). Trata-
se de uma linguagem de programação especializada em computação com dados.
Estes por sua vez, foram digitados e armazenados no programa Excel versão 2010.
O banco de dados foi exportado para o software R versão 3.2.1, em que nele foram
feitas todas as análises estatísticas como: gráficos, cálculos matemáticos e outros.
Para melhor entendimento do leitor, o presente artigo representará apenas os dados
mais relevantes para melhor compreensão da questão em foco. A seguir, o gráfico
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sintetiza o quão o aparelho faz parte do dia a dia dos entrevistados, sendo este quase
unanimidade entre eles com um total de 95,48% do total:

Gráfico 1: possui Smartphone

Sim Não
4,52

95,48

Fonte: Pesquisa de campo 2015

Nas figuras 1, 2, e 3 a análise de correspondencia feita mostra que existem


associações entre ano que nasceu, curso, gênero com o sintoma excitação e
segurança. Na figura 1 é notório que as pessoas mais jovens são mais adeptas a
tecnologia dos celulares em detrimento dos mais velhos. Já na figura 2 há destaque
para o curso de Turismo com alto índice de excitação e segurança. Por sua vez, na
figura 3 o gênero feminino apresenta índice médio de excitação e segurança e o
masculino nível baixo do sintoma representado. Isso demonstra que não há distinção
clara do sintoma ao gênero quando comparados. Conforme figuras abaixo:

Figura 1: Ano que nasceu/excitação e segurança


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Figura 2: Curso/excitação e segurança


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Figura 3: Gênero/ excitação e segurança

Quando o sintoma associado é relevância dos smartphones para os


entrevistados, há destaque para os cursos de economia e turismo apresentando
maiores índices de importância do aparelho, em detrimento ao curso Gestão de
cooperativas. Esse resultado pode ser explicado pelo curso Gestão de Cooperativas
ser composto por pessoas com idade mais avançada.

Figura 4: Curso/ relevância


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Por sua vez, quando associado ao sintoma tolerância o curso mais afetado é o
de Turismo diante dos demais. Na figura 5 é notório o alto índice dos estudantes
afetados quando analisado aos demais

Figura 5: Curso/Tolerância
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Nas figuras 6 e 7 a seguir quando associado ao sintoma abstinência há


destaque para os entrevistados mais jovens, assim como, para o curso de Turismo
mais uma vez. Demostrando, por sua vez, o nível alto dos entrevistados em potencial
com o sintoma associado.

Figura 6: Ano que nasceu/ abstinência


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Figura 7: Curso/abstinência

Por sua vez, quando o sintoma conflito é associado o curso com maior índice
em destaque é o de Ciências Contábeis, demonstrando que o uso excessivo do
aparelho está comprometendo as relações na vida real. Ou seja, os afetados sentem-
se incapazes de reduzir ou parar, podendo comprometer a educação, desempenho
profissional e social. Novamente o tecnólogo em Gestão de Cooperativas pontua com
baixo índice do sintoma, apresentando a falta do problema. Conforme figura 8 a seguir:
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Figura 8: Curso/conflito

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o uso de celulares como instrumento de comunicação indispensável, a


configuração das relações interpessoais mudou drasticamente. A nova construção
social se baseia em relações sem grandes intimidades, mas, virtualmente, as pessoas
se relacionam de maneira ilimitada. “É um contexto paradoxal, ao mesmo tempo em
que não há um contato com o outro, há um contato com o mundo consequentemente
o outro.” (PSICOQUE, 2013). As reportagens e notícias sobre a nomofobia é caso
frequente atualmente nas diversas mídias de comunicação. O vício digital que antes
era associado apenas ao uso do computador, atualmente é voltado para a utilização
exacerbada do telefone móvel.
A venda de aparelhos celulares não é somente uma ação do mercado de
comunicação. O “estilo de vida” de obter um telefone que seja considerado como
“completo”, é descobrir conhecimento e, consequentemente, aumentar a dependência
desses dispositivos, contribuindo, assim, para as doenças psicológicas. (IDGNOW,
2013).
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Esta pesquisa propôs identificar a síndrome nomofobia entre os alunos do


Centro de Ciências Socias Aplicadas, da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Buscou a opnião dos mesmos sobre situações cotidianas, através da aplicação
de um questionário. Assim como, alertar aos leitores sobre o perigo que o aparelho
representa. Para alcançar o objetivo geral, foram elaborados três objetivos
específicos. O primeiro objetivo específico foi levantar o perfil socieconomico dos
alunos, o segundo foi determinar o curso mais comprometido com a síndrome, e o
terceiro foi identificar quais sintomas da síndrome são mais presentes nos alunos do
CCSA. Contou com um total de 353 respondentes em todo o Centro. Todos os
objetivos foram alcançados de forma satisfatória demonstrando resultados relevantes.
Os resultados apresentados nesta pesquisa mostram a importância de se
estudar a Síndrome de nomofobia, apesar de ser considerada “algo novo”, e do
resultado da pesquisa ter constatado que 95,48% do total entrevistado possui o
Smartphone, demostrando, assim, a vasta usabilidade da ferramenta de
comunicação. Além disso, constatou-se que o uso exacerbado do aparelho está ligado
às gerações mais jovens. E o curso mais afetado pela síndrome é o de Turismo e o
de Ciência contábeis, respectivamente.
Entre as soluções para a síndrome, pode ser citada a prática de exercícios,
clínicas de desintoxicação e a ingestão de medicamentos. (INSTITUTO DELETE,
2015). Aguirre 2013, afirma que:
“Especialistas explicam que esta é uma dependência emocional e deve ser
feito para enfrentar o exercício de desconexão não apenas o telefone, mas
tudo isso significa que produz hábito: Facebook, Twitter, Chat, etc. Eles
apontam que para os seres humanos é o contato físico necessário e essencial
com seus pares em preferência àqueles que outro virtual. (AGUIRRE, 2013).

Algumas limitações, com relação ao acesso de bibliografias sobre o assunto


foram encontradas, principalmente de cunho científico. Isso demonstra a pouca
importância dada sobre o assunto, assim como, quanto ele precisa de mais
aprofundamento. O estudo sobre a nomofobia é um instrumento inegavelmente novo,
porém necessário, para que não haja ocorrência de possíveis danos a saúde mental
e física dos usuários da tecnologia móvel.
Como recomendações de estudos futuros sugere-se por parte dos centros
educacionais, tais como escolas e universidades, já que a utilização dos celulares
afeta grande parte do público jovem, que deem a devida importância ao uso do celular
em ambiente educacional, limitando o uso dos aparelhos. Desta forma, é preciso
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estimular a utilização desse tipo de ferramenta para elementos constitutivos de forma


correta e precisa.

REFERÊNCIAS
GREENFIELD, Susan. The private life of the brain. 2008 ed. inglaterra: PENGUIN
BOOKS LTD,2002. 272 p.

IDGNOW. Oito novas doenças provocadas pelo uso da internet. você tem
alguma?. Disponível em: <http://idgnow.com.br/internet/2013/10/16/oito-novas-
doencas-mentais-que-atingem-voce-por-causa-da-internet/>. Acesso em: 30 out.
2015.

INSTITUTO DELETE. Uso consciente. Disponível em:


<http://www.institutodelete.com/>. Acesso em: 08 out. 2015.

MAGALHÃES, Marcos Nascimento; LIMA, Antonio Carlos Pedroso de. Noções de


probabilidade e estatística. 7. ed. São Paulo: Edusp, 2010. p.3. (Acadêmica, 40)
ISBN: 9788531406775.

MALHOTRA, Naresh. Pesquisa de marketing. 6.ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.


NARDI, Antonio Egídio; QUEVEDO, João; SILVA, Antonio Geraldo da; (Orgs).
Transtorno de pânico (recurso eletrônico): teoria e clínica./ Dados eletrônicos, Porto
Alegre: Artmed, 2013.

TAPSCOTT, Don. A hora da geração digital: como jovens que cresceram usando a
internet estão mudando tudo, das empresas aos governos. Rio de Janeiro: Agir
Negócios, 2010.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de pesquisa em administração.


São Paulo: Atlas, 1997.

YONG, Kimberly. Internet Addiction: The emergence of new


disorder.CyberPsychology and Behavior, Estados unidos, v. 1, n. 3, p. 237-244,
ago.1996. Disponível em: <http://chabad4israel.org/tznius4israel/newdisorder.pdf>.
Acesso em: 20 out. 2015.

YONG, Kimberly S; ABREU, Cristiano Nabuco De. Dependência de internet: manual


e guia de avaliação e tratamento. 2011 ed. São Paulo: artmed, 2011. 19-317 p
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