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São Paulo
2003
1
Área de Concentração:
Engenharia de Produção
Orientador:
Prof. Doutor
Fernando J. B. Laurindo
São Paulo
2003
2
FICHA CATALOGRÁFICA
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais e irmãos, por me apoiarem durante todo o curso, especialmente no
período de confecção desse trabalho.
RESUMO
O objetivo desse trabalho é desenvolver um modelo para análises setoriais. Foi dada
prioridade às questões estratégicas. Após a construção do modelo, o mesmo foi
aplicado ao mercado brasileiro de telecomunicações.
ABSTRACT
The goal of this paper is to elaborate a model for market analysis. Strategic questions
were prioritized. Following the discussion of the model, the same is applied to the
Brazilian Telecommunications Market.
In order to construct the proposed model, some acknowledged and well known
methodologies were studied, such as Porter's competition models and the BCG
Framework. The resulting model consists of six steps, which were studied at great
depth for the telecommunications market.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................12
1.1. O Estágio onde o trabalho foi desenvolvido ..........................................13
1.2. Escopo e objetivos do trabalho...............................................................14
1.3. A importância do estudo da Estratégia para o Engenheiro de Produção 15
2. REVISÃO TEÓRICA ......................................................................................16
2.1. Parte I - Estudo dos Mercados................................................................16
2.1.1. Forças estruturais da indústria............................................................16
2.1.2. A influência do Governo na concorrência da indústria ......................20
2.1.3. Configurações de mercado .................................................................21
2.2. Parte II - Estudo da Concorrência ..........................................................22
2.2.1. Metodologia para análise da concorrência .........................................22
2.2.2. Sinais de mercado...............................................................................29
2.2.3. Modos de identificar as estratégias dos concorrentes ........................30
2.2.4. Movimentos competitivos ..................................................................30
2.2.5. Táticas Defensivas..............................................................................33
2.2.6. Atacando o líder da indústria .............................................................34
2.3. Parte III - Posicionamento Estratégico...................................................37
2.3.1. Posicionamento da empresa dentro do mercado ................................37
2.3.2. A matriz de Crescimento do Mercado vs. Market Share ...................40
2.3.3. Construindo uma estratégia ................................................................45
2.3.4. Cenários futuros e estratégia competitiva ..........................................46
2.4. Parte IV - Análise de informações financeiras.......................................49
3. MODELO DE ANÁLISE SETORIAL...........................................................53
3.1. Introdução...............................................................................................53
3.2. Passos para a aplicação do modelo.........................................................54
3.3. Plano de atualização do modelo .............................................................59
4. APLICAÇÃO DO MODELO AO MERCADO BRASILEIRO DE
TELECOMUNICAÇÕES .......................................................................................61
4.1. Metodologia de levantamento de informações.......................................61
4.2. Descrição do mercado ............................................................................63
4.2.1. Mercado de telefonia fixa local ..........................................................66
4.2.2. Mercado de telefonia móvel ...............................................................73
4.2.3. Mercado de longa distância................................................................78
4.2.4. Mercado de transmissão de dados ......................................................80
4.3. Descrição das empresas..........................................................................82
4.3.1. Telemar (Tele Norte Leste) ................................................................83
4.3.2. Brasil Telecom ...................................................................................86
4.3.3. Telefônica...........................................................................................89
4.3.4. Embratel .............................................................................................92
4.4. Análise das forças estruturais do mercado .............................................94
4.4.1. Barreiras de entrada............................................................................94
4.4.2. Rivalidade entre concorrentes ............................................................96
4.4.3. Pressão de produtos substitutos..........................................................97
4.4.4. Poder de barganha dos compradores ................................................100
4.4.5. Poder de barganha dos fornecedores ................................................100
8
Índice de Figuras
Índice de Tabelas
1. INTRODUÇÃO
A essência da formulação de uma estratégia competitiva é relacionar uma empresa ao
seu meio ambiente (PORTER, 1991). A intensidade e os resultados da concorrência
em uma indústria não estão ligados ao acaso ou à sorte (embora esses fatores devam
sempre ser considerados). A estrutura de um mercado é resultado da combinação das
forças que regem a sua dinâmica, combinadas às características das empresas
participantes.
O estágio foi realizado durante todo o ano de 2003 em uma consultoria estrangeira,
presente no Brasil há 9 anos. As atividades realizadas pela empresa podem ser
classificadas como consultoria estratégica, ou consultoria de alta gestão.
Escopo do
trabalho • Identificação das oportunidades de crescimento (ou melhora
da situação atual)
• Identificação das ameaças à posição da empresa
Ao final desse trabalho, o objetivo é que se tenha uma ferramenta que, uma vez
aplicada a qualquer indústria, permita o entendimento do mercado e das empresas
15
O Engenheiro de Produção, uma vez generalista, deve ter como habilidade básica a
capacidade de abordar problemas de maneira abrangente, sempre a partir de uma
visão diferenciada, em um plano mais elevado. Essa habilidade está intimamente
ligada ao estudo da Estratégia. O termo Estratégia abrange quaisquer atividades com
as quais um Engenheiro de Produção pode se relacionar.
2. REVISÃO TEÓRICA
Intensidade da
Poder de Poder de
rivalidade entre os
negociação dos negociação dos
concorrentes
fornecedores compradores
existentes
Novos entrantes representam mais capacidade, mais recursos e o desejo de obter uma
parcela do mercado. Uma aquisição de um concorrente já existente por parte de uma
17
entidade externa ao mercado também pode ser encarada como uma entrada neste
mercado.
Custos de mudança para Custos enfrentados pelo consumidor • Treinamento dos empregados;
o consumidor ao trocar de produto
• Perda de descontos e promoções;
• Aquisição de equipamento auxiliar
de novos produtos ou serviços etc. Porter (1991) identificou fatores que explicam o
grau de rivalidade entre concorrentes. São eles:
Custos fixos elevados fazem com que a capacidade ociosa seja fortemente
combatida. A pressão pelo aumento nos volumes de produção (ou na escala de
prestação de um serviço) aumenta a rivalidade entre os competidores. A exigência de
um nível mínimo de vendas pode deflagrar guerras de preço e gastos elevados de
recursos para assegurar parcelas de mercado.
Outros fatores que contribuem para a rivalidade entre concorrentes são: crescimento
lento da indústria, a capacidade aumentada em grandes incrementos e a presença de
concorrentes divergentes.
A atuação do governo diante dos mercados a serem analisados nesse trabalho pode se
configurar de duas formas: defesa da concorrência ou regulação.
21
Defesa da Concorrência
Regulação
Uma visão mais ampla do mercado permite uma avaliação prévia das forças
estruturais e do papel do governo. Os mercados analisados nesse trabalho
assemelham-se a duas classificações largamente conhecidas: monopólios e
oligopólios. Uma breve explanação sobre essas duas configurações de mercado é
apresentada a seguir.
Monopólio
• a inelasticidade da demanda;
• barreiras de escala.
Oligopólio
• Todos os níveis da • O concorrente está satisfeito com a sua • Forma como o negócio
administração posição atual? está competindo no
• Vários níveis • Quais os principais movimentos momento
estratégicos esperados desse
Hipóteses concorrente? Capacidades
• Onde o concorrente é vulnerável?
• Que movimentos provocarão maior
• Sobre si mesmo retaliação do concorrente? Qual é a • Pontos fortes
• Sobre os concorrentes capacidade de retaliação do • Pontos fracos
concorrente?
O estudo das metas de um concorrente nos permite inferir se este está satisfeito com
seus resultados e, assim, estimar a probabilidade desse concorrente alterar a sua
estratégia em vigor. O estudo das metas de um concorrente também nos permite
24
Não se deve considerar somente as metas financeiras de uma empresa, mas também
metas relacionadas a liderança de mercado, posição tecnológica, atuação social etc.
• Composição da diretoria;
A estratégia de uma empresa, seja ela mais ou menos elaborada, sempre existe. A
estratégia adotada por um concorrente pode ser explícita ou não, mas é um ponto
crucial em uma análise da concorrência. A metodologia para identificação da
estratégia de um concorrente é resultante deste estudo como um todo e se fará mais
clara com o andamento do trabalho.
• Produtos;
• Canais de distribuição;
• Marketing e vendas;
• Operações;
• Pesquisa e Engenharia;
• Custos;
• Finanças;
• Organização;
• Administração;
• Portfólio empresarial.
Capacidades centrais
• Consistência da estratégia;
Capacidade de crescimento
Poder de permanência
• Reservas de caixa;
A partir das análises anteriores, teremos subsídios para avaliar a satisfação de cada
concorrente com a sua situação atual. Teremos condições também de prever
movimentos prováveis e a intensidade destes movimentos. Além do estudo dos
29
É a comunicação formal por parte de um concorrente de que ele tomará uma decisão.
Os avisos prévios não precisam necessariamente se converter em ações e podem, em
muitas ocasiões, ser utilizados como ameaças ou blefes, utilizados para testar as
reações do mercado.
Discussões públicas são interessantes, uma vez que se queira observar as hipóteses
que cada concorrente alimenta sobre a indústria. Essas discussões são também
excelentes oportunidades para revelar pleitos de empresas relativos a ações e
comportamentos desejados por elas.
A Defesa Cruzada
Caso uma empresa, ao ter o seu mercado atacado, responda atacando um outro
mercado do concorrente que iniciou a disputa, podemos obter pistas valiosas sobre a
importância estratégica de cada mercado para diferentes empresas. A escolha dos
mercados em batalhas entre a concorrência também nos fornece pistas sobre o grau
de informação detido por cada empresa.
Outros sinais de mercado citados por Porter (1991) são os anúncios de resultados, a
maneira segundo a qual mudanças estratégicas são postas em prática e a divergência
entre metas anteriores.
Movimentos não-ameaçadores
Movimentos Ameaçadores
• A probabilidade da retaliação;
• A rapidez de resposta;
• A eficácia da retaliação;
Movimentos Defensivos
• Proteção do know-how;
• Redução dos lucros atualmente auferidos em um certo mercado, uma vez que
a lucratividade do mercado é um dos principais fatores que atraem novos
concorrentes;
• Melhor logística;
36
O aumento do escopo de atuação pode fazer com que uma empresa aproveite
oportunidades de sinergias e integração, enquanto a restrição do escopo competitivo
permite trabalhar mais intensamente sobre uma parcela da cadeia de valor. Porter
(1985) identifica quatro tipos de escopos:
Uma empresa pode ainda utilizar várias das estratégias acima para obter vantagens
relacionadas a escopo.
Weakness (Fraquezas)
Opportunities (Oportunidades)
Threats (Ameaças)
B
A
F
C
E
D
G
• Análise de tendências;
• Previsão de reações;
A figura a seguir ilustra uma matriz BCG. O eixo X corresponde ao market share da
empresa em relação ao seu maior competidor e representa a força relativa da empresa
em um determinado negócio. O eixo Y corresponde ao crescimento do mercado no
último ano e representa a atratividade desse mercado. Os círculos representam os
negócios e as áreas de cada círculo são representações das receitas totais (DYSON,
1990).
41
25%
Taxa de crescimento do mercado
10%
A matriz BCG não deve ser enxergada como algo estático. Os ciclos de vida dos
produtos ou serviços devem ser considerados, de forma a auxiliar a visualização dos
estados futuros do portfolio da empresa.
Mercado total
Fases do mercado
Além da visualização dos negócios de uma empresa, a matriz BCG permite também
a análise das transferências de caixa entre os negócios, visto que todos pertencem à
mesma empresa, embora sejam representados de maneira independente.
42
Estrela Interrogação
Alto
Pequeno
Fluxo de caixa
desequilíbrio de
altamente negativo
caixa
“Vacas
Cães
caixeiras”
Baixo
Pequeno
Fluxo de caixa
desequilíbrio de
altamente positivo
caixa
Alto Baixo
Estrelas
“Vacas caixeiras”
Esses negócios são grandes fontes de caixa para a empresa. Os negócios na situação
de “vacas caixeiras” possuem uma forte posição competitiva em mercados
estabilizados ou declinantes. A geração de caixa é superior à necessidade de
reinvestimento no negócio, de forma que o balanço é positivo.
Interrogações
Cães
Esses negócios podem ser considerados “armadilhas”, pois são fracos e os mercados
em que se situam possuem baixa atratividade. O pouco caixa que geram é totalmente
consumido para a sua manutenção e não se espera uma reversão desse quadro. Caso
um negócio apresente de fato esse diagnóstico, as medidas adequadas são usufruir
quaisquer benefícios no curto prazo e finalmente desinvestir.
Alto
potencial antes Seletividade
crescimento
de investir
Avaliar o
Médio
Finalizar/
potencial antes Seletividade
Desinvestir
Baixo de investir
Finalizar/ Finalizar/
Seletividade
Desinvestir Desinvestir
Figura 8 - Recomendações os negócios com base na Matriz BCG (adaptado de Dyson, 1990)
Cães Cães
Fase
embrionária
Figura 9 - Possíveis caminhos para a evolução dos negócios (elaborado pelo autor)
45
Segundo Hamel apud Carvalho & Laurindo (2003), a adoção de uma posição
estratégica pode ser utilizada para classificar as empresas em três grupos:
Encontrar
uma posição
estratégica,
única na atual
indústria
Competir
nessa posição
tornando-se
melhor que os
concorrentes
Fazer a
Buscar novas transição da
posições posição antiga
estratégicas para a
posição nova
Gerenciar
posições
antigas e
novas
simultanea-
mente
Um cenário não se trata de uma previsão, mas sim de uma estrutura possível no
futuro. A construção de cenários deve partir do levantamento das incertezas da
indústria, com especial atenção àquelas incertezas que podem representar
descontinuidades (sejam elas tecnológicas, regulatórias, macroeconômicas etc).
47
Demanda casual
dos consumidores
Baixa/ Média/ Alta/ Alta/
previsível previsível previsível imprevisível
Domínio dos
revendedores autorizados
Mix dos
canais de Alta participação de
comerciantes alternativos
distribuição
Inversão do mercado no
curto prazo em favor dos
comerciantes alternativos
Cenários não-razoáveis
Uma vez desenhados os cenários possíveis, uma empresa pode tomar as seguintes
atitudes frente a eles:
• Utilizar os seus recursos para influenciar um cenário que lhe seja mais
favorável.
Obviamente, nem todas as empresas podem escolher entre as cinco opções acima.
Essa escolha depende da quantidade de recursos disponíveis, das metas já definidas,
da aversão ao risco por parte dos acionistas, entre outros fatores.
49
Receita
O conceito de Receita pode ser traduzido pela entrada de elementos para o ativo,
sobre a forma de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, à
venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Uma receita também
pode derivar de juros sobre depósitos bancários ou títulos e de outros ganhos
eventuais (IUDÍCIBUS et. al., 1998).
Despesa
Custo
Receita de Vendas
(-) Custo dos Produtos Vendidos
(=) Lucro Bruto
EBITA
Cálculo do EBITA
Receita de Vendas
(-) Custo dos Produtos Vendidos
(-) Despesas Gerais, Administrativas e de Vendas
(=) EBITDA
(-) Depreciação
(=) EBITA
Caso a Depreciação dos ativos fixos não seja subtraída das receitas, obtém-se o
EBITDA (Earnings Before Interest, Depreciation,Taxes and Amortization), que é
uma medida com propósitos semelhantes.
Índices de retorno/lucratividade
Os autores Gitman (1997) e Copeland et. al. (2002) propõem uma série de
indicadores de lucratividade. A partir da extensa lista de indicadores existentes,
podemos destacar os seguintes:
1
O EVA é uma medida de lucro econômico criada pela consultoria Stern Steward. O conceito básico
é medir o caixa gerado pelas operações após o desconto dos custos financeiros (decorrentes da taxa de
juros média) e dos custos do capital próprio (decorrentes da taxa de remuneração dos acionistas).
53
3.1. Introdução
Para satisfazer tais objetivos, o autor buscou obras já consagradas sobre análise das
indústrias e de negócios. O modelo aqui apresentado é uma contribuição do autor,
com base na extensa bibliografia disponível. A partir de metodologias já
comprovadas de análise de indústrias, o autor propõe um modelo, cuja aplicação a
uma indústria qualquer permite responder às seguintes perguntas:
O público a que se destina esse trabalho pode ser composto por leigos, acadêmicos,
empresas do mercado alvo, consultorias, bancos, institutos de pesquisa entre outros.
54
Para que os objetivos propostos sejam atingidos, são necessárias várias análises. O
processo de aplicação do modelo foi dividido em 6 passos. Em cada passo, o objetivo
é responder uma série de perguntas. As informações obtidas, compiladas de uma
maneira lógica, permitem um profundo entendimento do mercado em questão.
Passo 3
Análise das forças estruturais do mercado
Entendimento das regras
Passo 4
Estudo do papel do governo
Passo 5
Análise da concorrência Entendimento do
comportamento dos
Passo 6 concorrentes
Análise do posicionamento estratégico das empresas
Figura 16 - Passos para a aplicação do modelo de análise setorial (elaborado pelo autor)
Uma vez estudado o ambiente em questão, parte-se para o estudo das empresas que
atuam no mercado. Para ampliar a cobertura do modelo, pode-se incluir também os
potenciais entrantes no estudo.
É importante notar que nesse passo ainda não são estudadas as interações entre as
empresas. Os aspectos relacionados com a competição são abordados nos passos
seguintes. Nesse passo, cada empresa é estudada individualmente e as seguintes
perguntas devem ser respondidas:
forças deve ser estudada em separado e para cada uma delas é proposto um conjunto
de perguntas a serem respondidas.
Barreiras de entrada
Aqui são levantadas perguntas para averiguar fatores que contribuem para o aumento
da rivalidade:
Em relação ao modo de operação das empresas, quais são as regras mais relevantes
impostas pelo governo?
• Que tipos de metas são exigidas das empresas para que essas possam atuar no
mercado em questão?
Em primeiro lugar, estudam-se as forças que orientam a empresa. Para tal, são
formuladas duas perguntas:
Informações valiosas sobre a estratégia dos concorrentes podem ser obtidas através
da cuidadosa observação de sinais de mercado. Para orientar tal observação, os
principais e mais valiosos sinais de mercado foram resumidos, como abaixo:
O modelo proposto não estaria completo sem um plano de atualização das análises.
O trabalho de atualização é bem menor que o já realizado para a construção das
análises, porém exige o acompanhamento de diversas variáveis.
• Quais novas regras foram impostas pelo governo e qual é o impacto dessas
regras no ambiente competitivo e no desenvolvimento do mercado?
Associações Comerciais
Muitas indústrias possuem Associações Comerciais que possuem uma vasta base de
dados contendo principalmente estatísticas sobre a indústria. Em muitos casos,
porém, o propósito destas bases de dados é servir unicamente os interesses dos
participantes da indústria e o público em geral tem acesso restrito às informações.
Periódicos Especializados
Fontes Governamentais
• Transmissão de dados
64
Receitas - Telecomunicações
R$ bilhões, 2002
5,5 68,0
17,0 8%
25%
12,0
33,5 18%
49%
A distribuição das receitas (ou market share) dentro dos quatro segmentos do
mercado é ilustrada a seguir.
65
R$ bilhões, 2002
Telefônica / Vivo
40 Telemar / Oi
35 Brasil Telecom
Embratel
30
25
20
15
10
0
Telefonia fixa Longa Distância Telefonia Móvel Dados
local
Até 1930 não havia uma legislação nacional para os serviços de telecomunicações,
de forma que cada estado era incumbido da regulação do seu setor. O resultado dessa
prática foi um sistema ineficiente, com várias incompatibilidades e com um grau de
cobertura extremamente baixo. Apesar de alguns esforços do governo federal, tal
quadro se manteve até 1960.
Em 1965, foi criada a Embratel, que passaria a ser responsável pela telefonia de
longa distância intra-estaduais e inter-estaduais. Concomitantemente foi criado do
FNT (Fundo Nacional de Telecomunicações) para o financiamento das atividades da
Embratel. Os recursos para esse fundo seriam arrecadados através de uma sobretaxa
de 30% sobre os serviços de telecomunicações. A Constituição de 1967 estabeleceu o
Ministério das Comunicações, formalizando a centralização do controle
2
Segundo dados da Anatel (a), em 1994 a densidade telefônica na Região Sudeste era de 12,1
linhas/100 habitantes, enquanto na Região Norte era de 4,4 linhas/ 100 habitantes e na Região
Nordeste era de 3,9 linhas/ 100 habitantes
69
49,2 49,4
47,8
22,1% 21,3%
21,8%
38,3
19,3%
27,8
10,1% 77,9% 78,7%
22,1 78,2%
18,8 9,5%
8,5% 80,7%
89,9%
90,5%
91,5%
18,2
12,3
9,3
99
84
62
20
5
A B C D E
Fonte: Anatel
Figura 24 - Penetração da telefonia fixa por classe social (elaborado pelo autor)
71
Telemar (incumbent) e
Empresas
Vésper (espelho)
População 40%
Teledensidade 24% *
* Teledensidade = Assinantes/Populacão
Fontes: IBGE; Anatel; Projeções do autor
Brasil Telecom
Empresas (incumbent) e GVT
(espelho)
População 44%
Teledensidade 11% *
* Teledensidade = Assinantes/Populacão
Fontes: IBGE; Anatel; Projeções do autor
Telefonica (incumbent) e
Empresas
Vésper (espelho)
População 16%
Teledensidade 39% *
* Teledensidade = Assinantes/Populacão
Fontes: IBGE; Anatel; Projeções do autor
Existem mais duas operadoras de telefonia fixa de porte razoável, além das citadas
nas figuras: a Sercomtel e a CTBC. A área de atuação da Sercomtel corresponde à
região de Londrina e a CTBC atua em trechos restritos nas três regiões de concessão.
A evolução do acesso à telefonia móvel no Brasil foi ocasionada quase que em sua
totalidade pela introdução do celular pré-pago. O menor custo fixo e a possibilidade
de controle da conta fizeram do modelo pré-pago um grande sucesso. A evolução do
número de usuários de telefonia móvel é ilustrada a seguir.
75
28,7
73%
23,2
71%
68%
15,0 60%
40%
7,4
4,6
60% 40% 32% 29% 27%
100%
100%
Vivo
Banda A
Banda B
Banda D/E
Claro
Banda A
Banda B
Banda D/E
TIM
Banda A
Banda B
Banda D/E
Oi
Banda A
Banda B
Banda D/E
Opportunity
Banda A
Banda B
Banda D/E
88% 89%
86%
Figura 34 - Evolução das receitas do mercado de longa distância (elaborado pelo autor)
44.404
41.216
36.257 33%
15%
39%
67%
65%
61%
Figura 35 - Evolução do tráfego de ligações de longa distância nacional (elaborado pelo autor)
80
2.387
2.295
2.000 17% 20%
15%
80%
83%
85%
• Aumento do acesso à Internet via outros meios que não a linha discada.
Podemos citar alguns fatores que podem contribuir para a expansão desse mercado:
O maior player desse mercado é a Embratel, que desde a sua privatização em 1998
vem ampliando a sua área de atuação e a sua oferta de serviços de dados, que
representam um quarto de seu faturamento. Atualmente, a empresa possui a maior
rede de dados do Brasil e seu foco é a transmissão de dados em longa distância e os
serviços de Internet. A Embratel possui cerca de 40% do mercado de dados, mas
sofre forte concorrência, principalmente das incumbents nas suas áreas de concessão.
Outros players de destaque nesse mercado são a AT&T Latin America, Pegasus,
Metrored, Diveo, Impsat, PrimeSys, Vicom/Globocabo, Comsat, Engeredes, Copel e
Equant/Global One.
Para selecionar as empresas a serem abordadas nesse estudo foram considerados três
critérios:
Figura 37 - Concentração de mercado na telefonia fixa (elaborado pelo autor). Fontes: Anatel;
Teleco.
3
A Brasil Telecom alega ter 96,5% do mercado de telefonia fixa em sua região, ao contrário dos
dados da Agência. A diferença se deve às diferentes áreas de atuação consideradas nos dois casos para
a operadora GVT. A área de atuação da GVT é um subconjunto das localidades em que a Brasil
Telecom atua e nessas áreas a operadora espelho apresenta um market share de aproximadamente
10%
83
Grande parte do estudo se dará sobre as três principais empresas desse mercado:
Telemar, Brasil Telecom e Telefônica. Além das três incumbents da telefonia fixa,
também foi incluída a Embratel, por ser um competidor significativo e um potencial
entrante no mercado de telefonia local.
História
A Tele Norte Leste foi criada a partir da privatização do sistema Telebrás. A empresa
foi transformada em Telemar em abril de 1999. A Telemar é a incumbent da Região
I, que compreende os Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo,
Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará,
Maranhão, Pará, Amazonas, Amapá e Roraima. A Telemar é hoje a maior empresa
de telecomunicações do Brasil, em faturamento e em número de linhas instaladas.
Organização do Negócio
A operadora de telefonia fixa Telemar está inserida no grupo Tele Norte Leste, que
possui as seguintes operações (principais)4:
4
O diagrama de negócios não têm o objetivo de refletir participações acionárias, mas simplesmente os
negócios do grupo.
84
*controlada indireta
Figura 38 - Negócios da Tele Norte Leste (elaborado pelo autor). Fonte: Relatório anual 2002
.
Tabela 3 - Planta da Telemar (elaborado pelo autor). Fonte: Relatório anual 2002
Tabela 4 - Resultados da Telemar (elaborado pelo autor). Fonte: Relatório anual 2002
85
Receitas - Telemar
R$ milhões, 2002
Figura 39 - Distribuição das receitas da Telemar (elaborado pelo autor). Fonte: Relatório anual
2002.
86
R$ milhões, 2002
Figura 40 - Distribuição dos custos da Telemar (elaborado pelo autor). Fonte: Relatório anual 2002.
História
A Brasil Telecom é controlada por três empresas: Techold Participações S/A (19%
do capital votante; 47,5% do total); Telecom Itália International N.V. (19% do
capital votante; 31,6% do total) e Timepart Participações S/A (62% do capital
votante; 20,9% do total). Em agosto de 2002, a Telecom Itália reduziu a sua
participação no capital votante de 37,3% para 19% para atender restrições quanto ao
5
As metas de qualidade impostas pela Anatel são abordadas no estudo do papel do governo.
87
Organização do Negócio
A operadora de telefonia fixa Brasil Telecom está inserida no grupo Brasil Telecom
Participações, que possui as seguintes operações (principais):
Figura 41 - Negócios da Brasil Telecom (elaborado pelo autor). Fonte: Relatório anual 2002.
Tabela 5 - Planta da Brasil Telecom (elaborado pelo autor). Fonte: Relatório anual 2002.
6
No momento de conclusão desse trabalho, o Opportunity ainda era o controlador da Brasil Telecom,
apesar da disputa corrente pelo controle da companhia.
88
Tabela 6 - Resultados da Brasil Telecom (elaborado pelo autor). Fonte: Relatório anual 2002.
R$ milhões, 2002
Figura 42 - Distribuição das receitas da Brasil Telecom (elaborado pelo autor). Fonte: Relatório
anual 2002.
89
R$ milhões, 2002
Figura 43 - Distribuição dos custos da Brasil Telecom (elaborado pelo autor). Fonte: Relatório
anual 2002
4.3.3. Telefônica
História
A Telefônica detém 84,34% das ações ordinárias e 88,87% das ações preferenciais
da sociedade Telecomunicações de São Paulo S/A (Telesp). O Grupo Telefônica está
entre os líderes mundiais do setor de telecomunicações, com presença marcante em
90
Organização do Negócio
Grupo Telefônica
Telefônica Engenharia
Telefônica Empresas Terra Mobile Telefônica Celular
de Segurança
Serviços de Serviços de tecnologia Serviços e conteúdo Serviços de telefonia
comunicação e TI para em segurança para telefones móvel
o segmento corporativo empresarial celulares
Figura 44 - Negócios do Grupo Telefônica (elaborado pelo autor). Fonte: Relatórios anuais 2001 e
2002
Tabela 7 - Planta da Telefônica (elaborado pelo autor). Fonte: Relatórios anuais 2001 e 2002
91
Tabela 8 - Resultados da Telefônica (elaborado pelo autor). Fonte: Relatórios anuais 2001 e 2002
Receitas - Telefônica
R$ milhões, 2002
Figura 45 - Distribuição das receitas da Telefônica (elaborado pelo autor). Fonte: Relatórios anuais
2001 e 2002
92
R$ milhões, 2002
Figura 46 - Distribuição dos custos da Telefônica (elaborado pelo autor). Fonte: Relatórios anuais
2001 e 2002
4.3.4. Embratel
A Embratel foi uma empresa criada juntamente com o sistema Telebrás para a
prestação de serviços de longa distância nacional e internacional. Atualmente, a
empresa possui posições de destaque no mercado de longa distância e no mercado de
transmissão de dados.
Tabela 9 - Resultados da Embratel (elaborado pelo autor). Fonte: Relatório anual 2002
Receitas - Embratel
R$ milhões, 2002
Figura 47 - Distribuição das receitas da Embratel (elaborado pelo autor). Fonte: Relatório anual
2002
94
R$ milhões, 2002
Figura 48 - Distribuição dos custos da Embratel (elaborado pelo autor). Fonte: Relatório anual
2002
Segundo a configuração atual das redes telefônicas, a quase totalidade dos clientes
“pertencem” às incumbents, pois a rede de acesso, que leva os pares de cobre até os
usuários finais pertence a elas. A rede de acesso atual já tem capacidade para atender
virtualmente todos os usuários e a sua duplicação é demasiado custosa e não
justificável, a não ser em casos muito especiais.
Sem acesso à rede local, as operadoras espelhos (ou incumbents de outras áreas) não
conseguem ter acesso ao usuário final. Sabendo disso, as incumbents de várias
regiões criam empecilhos para que outras operadoras interconectem-se às suas redes
ou utilizem a sua infra-estrutura para a prestação de serviços de qualquer natureza.
Além disso, a remuneração pelo uso das redes encontra-se hoje acima dos custos de
operação associados e até mesmo acima dos preços de público para a telefonia de
voz local. Dessa forma, mesmo tendo acesso à infra-estrutura das incumbents, outras
operadoras não podem competir nos serviços de telefonia de voz local.
96
Custos de mudança
Telefones celulares
Região %
Nordeste 7,0
Sudeste 7,8
Sul 12,8
Centro-Oeste 11,0
Brasil 8,8
Tabela 10 - Substituição da telefonia fixa pela telefonia móvel (elaborado pelo autor). Fonte: IBGE
Redes de TV a cabo
A telefonia IP utiliza redes de dados (ex.: a Internet) para o transporte das chamadas.
As informações são convertidas em pacotes e trafegam de maneira dispersa. Cada
pacote possui uma camada de sinalização e contém os endereços de origem e destino.
Algumas vantagens dessa tecnologia são custos muitos mais baixos de transmissão e
a menor capacidade de banda exigida para chamadas de voz (uma chamada de voz
tradicional exige uma banda de 64 Kb, enquanto uma chamada de VoIP utiliza
apenas 10 Kb).
STFC
Gateway
STFC* -
acesso Rede
de Destino
Destino
dados
STFC - Provedor de
STFC/
acesso acesso à rede
Matriz de Link banda
de dados
comutação larga
• PC
PC-to-PC • Programas gratuitos disponíveis na
Internet (ex.: MSN Messenger)
• PC
• Telefones IP
phone-to-phone • Infra-estrutura de rede compatível de ponta
Telefone Telefone a ponta
IP IP
Outro fato a favor das operadoras é que, após a construção da rede, o fornecedor
responsável pela tecnologia é geralmente incumbido da manutenção, o que gera
contratos de longo prazo muito interessante para os fornecedores. Além disso, vários
101
− Para cada 100 linhas em serviço numa localidade, não pode haver
mais do que três solicitações de reparos no mês;
− Em uma localidade, para cada 100 telefones de uso público não pode
haver mais que 15 solicitações de reparo no mês;
103
− Ao menos 50% dos TUPs devem funcionar 24h por dia e ter
capacidade de originar e receber chamadas;
104
As tarifas de interconexão são uma alavanca poderosa que pode ser utilizada pelo
governo para influir no grau de competição do mercado, bem como na viabilização
de certos negócios. Para ilustrar a influência dos valores das tarifas de interconexão
no mercado de telefonia, são apresentados três casos que refletem situações e
conflitos atuais.
106
Grande parte dos celulares em uso no Brasil são pré-pagos. Pode-se afirmar que o
modelo de celulares pré-pagos foi o grande responsável pela expressiva evolução do
número de usuários de telefonia móvel.
O modelo pré-pago é bastante simples. O usuário não paga para receber chamadas
(desde que em sua área de registro), mas paga um valor mais elevado em relação ao
plano pós-pago para realizar chamadas. Além disso, o uso do celular não está
associado a uma conta telefônica, mas sim à compra de cartões pré-pagos (daí o
nome do modelo).
Com o recente lançamento das operações de longa distância por parte das incumbents
da telefonia fixa (Telemar, Brasil Telecom e Telefônica), aumentou-se a competição
no mercado de telefonia de longa distância. As chamadas carriers puras, isto é, as
operadoras de longa distância que não prestavam serviços de telefonia local
7
Outras razões para a compra de celulares pré-pagos são relacionados à necessidade de mobilidade
nacional e internacional de alguns profissionais, a exemplo dos consultores.
107
Telemar iG
Telefônica iTelefônica
Embratel Click 21
GVT pop
Outra prática comum às operadoras é atraírem call centers para as suas redes,
também com o objetivo de criar sorvedouros de tráfego.
uso das redes e avaliar as implicações de decisões nessa área sobre a dinâmica do
mercado. De uma maneira geral, a política adotada para regular as tarifas de
interconexão pode atender a um ou mais dos seguintes princípios:
• Orientar as tarifas a custo, ou seja, o valor das tarifas deve ser somente o
suficiente para cobrir os custos de prestação do serviço de acesso à rede;
Atualmente, todos esses princípios estão de certa forma presentes por trás dos valores
praticados para as tarifas de interconexão.
4.6.1. Telemar
Metas futuras
Hipóteses
Quanto a si mesma:
111
• Toma como aceitável o prejuízo de sua operação móvel em sua fase inicial
(EBITDA negativo de R$ 303 milhões em 2002);
Quanto ao mercado:
Estratégia corrente
Capacidades do negócio
• Reservas de caixa
Poder de
• Estratégia unânime entre a administração
permanência
• Metas de longo prazo
Sinais de mercado
Metas futuras
Hipóteses
Quanto a si mesma:
Quanto ao mercado:
Estratégia corrente
8
As incumbents são autorizadas a reajustarem a sua cesta de serviços até um valor máximo de 9% ao
ano. Os reajustes individuais aplicados a cada serviço não precisam obedecer esse teto.
116
Capacidades do negócio
• Reservas de caixa
Poder de
• Estratégia unânime entre a administração
permanência
• Metas de longo prazo
Sinais de mercado
4.6.3. Telefônica
Metas futuras
• A matriz tem como objetivo ser líder nos mercados em que atua;
Hipóteses
Quanto a si mesma:
Quanto ao mercado:
Estratégia corrente
Capacidades do negócio
Sinais de mercado
4.6.4. Embratel
Metas futuras
Hipóteses
Quanto a si mesma:
Quanto ao mercado:
Estratégia corrente
9
O modelo de unbundling utilizado nos EUA é o UNE-P (Unbundled Network Element - Platform).
Esse modelo consiste em obrigações impostas às incumbents par que elas tornem disponíveis
conjuntos de elementos de rede necessários e suficientes para a prestação de qualquer serviço de
telefonia local.
121
Capacidades do negócio
• Reservas de caixa
Poder de
• Estratégia unânime entre a administração
permanência
• Metas de longo prazo
Sinais de mercado
Nesse item, os negócios de cada empresa são posicionados dentro dos mercados,
resultando no posicionamento da empresa como um todo.
Ampliação do volume /
Negócio grande
market-share
4.7.1. Telemar
A partir das informações e análises já realizadas nos itens 4.3 ("Descrição das
Empresas") e 4.6 ("Análise da Concorrência"), é possível construir o mapa
estratégico a seguir, que proporciona uma visão geral dos negócios da Telemar.
A
Dados
Telefonia
móvel
B
Longa
Distância
C D
Telefonia
fixa
E
Amplitude de atuação
A- Transmissão de dados
Telemar – Dados
25%
• Mercado promissor
Taxa de crescimento do mercado no segmento
corporativo
• Expansão das
operações para todo
o território nacional
10%
B- Telefonia móvel
25%
Taxa de crescimento do mercado
• Forte crescimento do
negócio
• Aumento da
importância da
operação móvel
10%
C e D- Longa Distância
25%
Taxa de crescimento do mercado
• Pequeno ganho de
mercado
• Declínio do mercado
10%
E- Telefonia fixa
25%
Taxa de crescimento do mercado
10%
Sem
movimentação
Análise SWOT
• Monopólio da telefonia fixa local na sua região • Criação de uma operadora nacional
original de atuação (maior escala, poder de • Aumento das sinergias entre as operações de
barganha) telecomunicações
• Atuação nos quatro segmentos de mercado • Consolidar a presença no segmento corporativo a
(telefonia fixa, móvel, longa distância, dados) nível nacional/intrernacional
• Maior integração entre as operaçôes de telefonia
fixa e móvel em relação a seus concorrentes
O mapa estratégico a seguir representa uma visão geral dos negócios na Brasil
Telecom.
Dados
Telefonia
móvel
Longa
Distância
B C
Telefonia
fixa
D
Amplitude de atuação
A - Transmissão de dados
25%
• Mercado promissor
B e C - Longa distância
Assim como as demais operadoras locais, a Brasil Telecom pretende expandir suas
operações de longa distância para outras regiões, inclusive para o segmento de
ligações internacionais. Na sua região, a Brasil Telecom apresenta supremacia no
mercado de ligações de longa distância intra-regionais.
• Pequeno ganho de
mercado
• Declínio do mercado
10%
D - Telefonia fixa
25%
Taxa de crescimento do mercado
Sem
movimentação
10%
Análise SWOT
• Monopólio da telefonia fixa local na sua região • Criação de uma operadora nacional
original de atuação • Lançamento de uma operação móvel alinhada
• Decidiu por não antecipar as metas da Anatel, o com a operação fixa
que não desgastou muito sua capacidade de • Consolidar a presença no segmento corporativo a
investimentos nível nacional/intrernacional
• Reduzido grau de endividamento e de exposição à
variação cambial
• Devido à não antecipação das metas da Anatel, a • Entrada de outras empresas na sua Região de
operadora teve seu acesso tardio às outras atuação para competir pelos clientes corporativos
regiões (tanto empresas de nicho como as demais
• Não possui uma operação de telefonia móvel incumbents)
• Obrigação de atender metas de qualidade e de • Alteração do sistema de remuneração das redes
universalização para todo o mercado de telefonia com a eliminação das práticas anti-competitivas na
fixa residencial telefonia fixa e dos subsídios indiretos às
operações de telefonia móvel e de longa distância
• Saturação do mercado de telefonia móvel, antes
que a sua operação seja estabelecida
4.7.3. Telefônica
O mapa estratégico a seguir representa uma visão geral dos negócios da Telefônica.
132
Região original da
telefonia fixa local
Dados
Telefonia
móvel
B
Longa
Distância
C D
Telefonia
fixa
E
Amplitude de atuação
A- Transmissão de dados
Telefônica – Dados
25%
• Mercado promissor
B - Telefonia móvel
Consolidação e
expansão das
operações
10%
C e D- Longa Distância
• Pequeno ganho de
mercado
• Declínio do mercado
10%
E - Telefonia fixa
25%
Taxa de crescimento do mercado
10%
Sem
movimentação
Análise SWOT
• Monopólio da telefonia fixa local na sua região • Criação de uma operadora nacional
original de atuação, que é a mais rica do país • Aumento das sinergias entre as operações de
• Atuação nos quatro segmentos de mercado telecomunicações
(telefonia fixa, móvel, longa distância, dados) • Consolidar a presença no segmento corporativo a
• Pertence a um grande grupo mundial com elevada nível nacional/intrernacional
capacidade de investimento
• Sua operação móvel é dona de quase metade do
mercado nacional
• O mau desempenho de outros negócios da matriz • Entrada de outras empresas na sua Região de
(ex.: operação na Argentina) pode prejudicar de atuação para competir pelos clientes corporativos
maneira indireta as operações no Brasil (escassez (tanto empresas de nicho como as demais
de investimentos) incumbents)
• Obrigação de atender metas de qualidade e de • Alteração do sistema de remuneração das redes
universalização para todo o mercado de telefonia com a eliminação das práticas anti-competitivas na
fixa residencial telefonia fixa e dos subsídios indiretos às
operações de telefonia móvel e de longa distância
4.7.4. Embratel
O mapa estratégico a seguir representa uma visão geral dos negócios da Embratel.
Dados
A
Telefonia
móvel
Longa
Distância
B
Telefonia
fixa
C
Regional Nacional/ Internacional
Amplitude de atuação
A - Transmissão de dados
Embratel – Dados
25%
Taxa de crescimento do mercado
10%
Acompanhamento
da evolução do
mercado
B - Longa Distância
Perda de parte do
mercado para
incumbents locais
10%
C - Telefonia fixa
• Entrada no mercado de
25%
nacional
• Limitações de competição
com as incumbents locais
(market-share não será
maior que 25%)
10%
Análise SWOT
• Dona da maior rede de dados do país, com • Entrada no mercado de telefonia local, através de
importantes parcerias internacionais regulamentos favoráveis impostos pelo governo
• Serviço de longa distância estabelecido, com • Provimento de serviços de valor adicionado, com
liderança absoluta do mercado base na rede de dados instalada
• Fusão com uma das operadoras locais, para
formar um grande grupo nacional (inclusive com a
possibilidade de atuação no exterior)
• Não possui uma operação local de grande porte • O regulamento de interconexão pode não evoluir
• Alta exposição às variações cambiais para uma situação favorável às operadoras de
• Controladora (WorldCom) em grave situação longa distância
financeira • As demais incumbents têm capacidade para
dominar tanto o mercado de dados como o de
longa distância
O quadro abaixo reúne sugestões para fontes de informações que podem ser
utilizadas nas atualizações do modelo.
Informação Fonte
Resultados financeiros das operadoras CVM; Relatórios anuais (sites das operadoras)
Evolução histórica dos mercados Institutos de pesquisa (ex.:IDC); Anatel (balanço anual)
Configuração dos negócios das empresas Relatórios anuais, sites das operadoras (ou matrizes)
Regras e metas impostas pelo governo Anatel; Institutos de pesquisa; Relatórios anuais
Estratégia corrente das empresas/ sinais de Relatórios anuais; Clipping de mídia; Entrevistas com
mercado operadoras
Nesse cenário, foram destacados quatro grandes grupos: Telemar, Telefônica, Brasil
Telecom e Embratel.
5. CONCLUSÕES
6. BIBLIOGRAFIA
ANATEL (a). PASTE: Perspectivas para Ampliação e Modernização do Setor de
Telecomunicações. Disponível na Internet: http://www.anatel.gov.br. Data de
Acesso: 03/06/2003
COPELAND et. al. Avaliação de Empresas - Valuation. São Paulo: Makron, 2002.
3 ed.
IUDÍCIBUS, Sérgio et. al. Contabilidade Introdutória. São Paulo: Atlas, 1998. 9
ed.
PORTER, Michael E. Competitive Advantage. New York: The Free Press, 1985.
Internet:
http://www.gazetamercantil.com.br
http://www.valoronline.com.br
http://www.agestado.com.br
http://www.rnt.com.br
http://www.teletime.com.br
http://www.idg.com.br
http://www.idc.com
http://www.teleco.com.br
http://www.anatel.gov.br
http://www.mc.gov.br
147
7. ANEXOS
Nota do autor
Essa notícia aborda a questão do uso de provedores gratuitos de Internet como
"sorvedouros de tráfego" para desbalancear o pagamento de tarifas de interconexão
(a favor da Telemar nesse caso).
Interesse continua
(Fonte: Teletime, 10/04/03)
Nota do autor
A Telemar demonstra aqui o seu interesse em entrar no mercado de telefonia móvel
de São Paulo, o maior do Brasil. Essa estratégia está alinhada com o objetivo de se
tornar uma operadora nacional de telefonia móvel.
Nota do autor
Essa notícia é apenas uma das várias relacionadas a empecilhos impostos pelas
incuments locais à concorrência. Como a Embratel tem interesse declarado em
prestar telefonia local, principalmente no segmento corporativo, ela é o principal alvo
dessas barreiras.
A Oi iniciará dentro de algumas semanas um teste com a Siemens para oferecer aos
usuários dos terminais M50 e C55, da fabricante alemã, a possibilidade de realizar
download de jogos em Java. A idéia é oferecer um ou dois jogos gratuitamente em
uma primeira etapa para que os clientes se acostumem com o serviço e aprendam a
realizar o download. Em um segundo estágio, o serviço começará a ser cobrado,
novos jogos estarão disponíveis e celulares de outros fabricantes também poderão
fazer os downloads. “Os preços ainda não foram definidos, mas posso garantir que
não constituirão uma barreira”, afirmou Alberto Blanco, diretor de marketing da Oi.
Para se ter uma idéia, na Europa e nos EUA são cobrados cerca de US$ 4 por
download de jogo – valor que especialistas consideram alto para o mercado
brasileiro.
Os primeiros jogos a serem fornecidos gratuitamente são de propriedade da Siemens
e estão hospedados em um servidor da companhia na Alemanha. O usuários dos
celulares M50 e C55 poderão acessar o portal de jogos por meio de um link no menu
de seus aparelhos. A transmissão será feita via GPRS.
Nota do autor
As operadoras móveis buscam novas fontes de receitas para aumentar a lucratividade
dos usuários. O segmento de dados na telefonia móvel é promissor e as operadoras
estão investindo nesse sentido.
Telemar
O lucro líquido da Telemar, que inclui a Pegasus, foi de R$ 252 milhões (redução de
50% ante o último trimestre do ano passado, quando registrou R$ 502 milhões). O
Ebitda foi de R$ 1,451 bilhão (R$ 1,398 bilhão no trimestre anterior). A margem
Ebitda ficou em 47,7% (46,9% no trimestre anterior).
A Telemar encerrou o primeiro trimestre de 2003 com uma receita líquida de R$
3,041 bilhões (R$ 2,980 bilhões no último trimestre de 2002). As linhas em serviço
estavam em 15 milhões em março, resultado pouco abaixo de dezembro, quando
eram 15,1 milhões. A capacidade instalada é de 17,5 milhões.
Oi
Nota do autor
A análise dos resultados da Telemar aponta claramente um subsídio cruzado entre as
operações fixa (altamente superavitária) e móvel (deficitária). O objetivo é alavancar
a operação móvel para que ela se torne, juntamente com a fixa, um dos grandes
competidores do mercado.
A Telemar sugeriu à Anatel a criação de uma nova classe de serviço para atender às
necessidades das populações de renda mais baixa: o “telefone virtual”. Trata-se de
um número de caixa postal, que poderia ser acessado de qualquer telefone pelo dono.
A idéia foi apresentada nesta quinta-feira, 15, pelo diretor de estratégia e
regulamentação da Tele Norte Leste Participações, Ivan Ribeiro de Oliveira, durante
o seminário “Questões regulatórias atuais e a experiência britânica”, realizado no Rio
de Janeiro.
A idéia do “telefone virtual” surgiu com o intuito de ajudar na universalização,
enquanto os testes com telefones pré-pagos fixos não avançam, devido a uma série
de problemas operacionais. Para a oferta de caixas postais, a operadora precisaria
investir em plataformas, mas o custo ainda não foi calculado. Um plano para a
adoção do serviço ainda está sendo elaborado e deve ficar pronto entre 30 e 60 dias.
“Ainda não definimos como seria a cobrança. Uma das possibilidades é estipular
apenas uma pequena mensalidade”, informou o executivo.
Nota do autor
A Telemar, bem como as demais operadoras fixas, não pretendem expandir a rede
para atender a população de baixa renda. A estratégia é então buscar novas formas de
universalização. A rede fixa deveria crescer somente vegetativamente ou através da
aquisição de grandes clientes corporativos.
A Telemar está evoluindo para expandir toda a cesta de produtos - dados, voz, longa
distância nacional e internacional e mobilidade - para todo o território nacional. A
intenção da operadora, que acabou de assinar contrato para infra-estrutura de dados
da rede Ponto Frio (no valor de R$ 22 milhões), é estender as demais ofertas de seu
portfolio para esses clientes corporativos.
Em março, a tele fechou contrato semelhante com o ABN Amro, no valor de R$ 180
milhões, também com abrangência nacional.
Para atender o Ponto Frio, com 70% de seus pontos fora da sua área originária de
concessionária (16 estados do Sudeste, Norte e Nordeste), a Telemar contratou
circuitos locais das incumbents das outras áreas. No entanto, o backbone usado é
somente o da operadora. “Uma grande preocupação do mercado corporativo é que o
backbone seja nacional. O fio de cobre é da operadora local, mas o equipamento de
ponta é nosso”, afirma o diretor da Telemar Corporate, João Silveira.
A rede da Telemar São Paulo (antiga Pegasus) é a segunda maior rede metropolitana
depois da Telefônica, segundo Silveira. A Telemar integrou totalmente a rede da
Pegasus com sua rede original e todo o backbone é gerenciado a partir do Rio de
Janeiro, o que garante, segundo o diretor, a capacidade de controlar a implantação de
projetos completos para o cliente.
Silveira reconhece que a capacidade de fibra óptica no Brasil é muito grande ainda e
está longe de ser plenamente ocupada. Mas, diz, algumas rotas no País podem ser
mais rapidamente ocupadas. A rede da Telemar tem 2,3 milhões de quilômetros de
fibra óptica, com pontos de presença em 142 localidades dentro da região I (área
original de cobertura) e, segundo a empresa, é a maior rede IP da América Latina.
Nota do autor
Essa reportagem explicita a estratégia da Telemar de se tornar uma operadora
nacional em todos os segmentos do mercado (fixa, longa distância, móvel e dados).
Há menção também dobre o desejo de crescer em São Paulo (maior mercado do
Brasil) através inicialmente da Pegasus.
152
Fontes bem informadas não consideram absurda as especulações sobre uma eventual
fusão entre Telemar e Brasil Telecom. Por trás desse movimento estaria a Telecom
Italia. Explica-se: a Telecom Italia terá, em breve, a chance real de voltar em grande
estilo ao controle da Brasil Telecom (falta apenas o sinal verde da Anatel sobre o
cumprimento de metas da concessionária). Se fizer isso, a BrT ficaria impedida de
prestar serviços móveis. Para resolver o impasse, os italianos proporiam aos
acionistas da Telemar a troca da Oi pela participação que a Telecom Italia tem na
BrT. Assim, duas fusões aconteceriam ao mesmo tempo: Oi e TIM de um lado e BrT
e Telemar do outro. Até o momento, a Telecom Italia tem negado internamente essas
negociações e nem há elementos concretos de que ela de fato esteja acontecendo. São
especulações. Como resíduo dessa movimentação, o Opportunity venderia Telemig e
Amazônia Celular para a Vivo ou para a Telecom Americas.
Negativa
Nota do autor
Apesar da possibilidade de fusão da Telemar com a Brasil Telecom, os desejos de
consolidação de mercado por parte do governo partem da manutenção das três
incumbents locais.
A Oi, primeira operadora de tecnologia GSM no país, completa um ano hoje com
2,25 milhões de clientes, número mais de quatro vezes superior à meta de 500 mil
clientes anunciada em junho do ano passado. "Estamos bem na foto", brincou o
diretor para Minas Gerais e Espírito Santo da empresa, Luiz Gonzaga Leal. A
expectativa é de fechar o ano com 3 milhões de clientes em oito Estados.
De acordo com Leal, a média de participação da Oi no mercado de telefonia móvel é
de 12%. A empresa não revela os números de penetração no mercado de cada praça.
O Rio representa o maior mercado para o operadora, seguido por Minas Gerais.
As pesquisas da Oi mostraram que a tecnologia moderna é um marco na imagem da
empresa. Mas a principal razão de compra ainda é o preço do aparelho. "O custo do
153
Nota do autor:
Com o crescimento da Oi (que vem sendo bancado com elevados investimentos),
aumentam as possibilidades de sinergia entre as operações fixa e móvel. Por
enquanto, ambas estão confinadas na região original de concessão da telefonia fixa.
A Telemar, operadora de telefonia do Rio de Janeiro que atua em todo país desde o
ano passado, fechou um contrato de 12 milhões de dólares com o ABN Amro. O
acordo, anunciado nesta terça-feira (22/7), é para o fornecimento de serviços de
longa distância nacional - o que significa que a partir de agora todos os telefones do
banco estão programados para fazer interurbanos usando o código 31, da Telemar.
Este é o sétimo grande contrato fechado pela empresa para fornecer serviços de
telecomunicações em todo o país neste ano. O mercado nacional era exclusividade da
Embratel (e da sua empresa-espelho Intelig), que desde o ano passado divide a
demanda do mercado corporativo com empresas como a Telemar e a Telefônica -
autorizadas a atuar em longa distância nacional depois de cumpridas as metas
impostas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no final de 2001.
Em 2002, a receita originada com serviços de dados da Embratel se manteve
praticamente estável: cresceu apenas 1%.
154
Os grandes contratos da Telemar fechados em 2003 foram com o próprio ABN, para
transmissão de dados (180 milhões de reais); com a Caixa Econômica Federal e a
Câmara dos Deputados, nas áreas de voz, dados e atendimento 0800 (37,9 milhões);
e com a Petrobras (4 milhões), a rede Ponto Frio (22 milhões) e a Norsa,
distribuidora da Coca-Cola (5 milhões), todos também para transmissão de dados. No
total, os principais contratos somam 260 milhões de reais.
Nota do autor
Antes exclusividade da Embratel, o mercado de clientes nacionais é um dos maiores
alvos da Telemar e deve ser a porta de entrada para que ela se torne uma operadora
nacional.
Nota do autor
Além do mercado nacional, a necessidade de atendimento dos clientes exige que a
operadora também seja capaz de prestar serviços de transmissão internacional de
dados. Os acordos internacionais estão alinhados com a estratégia de conquistar
grandes clientes corporativos e oferecer a eles um portfolio completo de serviços.
155
Nota do autor
A contratação de serviços de satélite reforça o portfolio da Telemar e a sua
capacidade de oferecer serviços integrados, principalmente para clientes
corporativos.
Foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta, dia 22, a decisão do Conselho
Diretor da Anatel de adotar medida preventiva solicitada pela Embratel contra a
Telemar. A Embratel entrou no ano passado com o pedido alegando práticas
anticompetitivas da Telemar ao oferecer preços discriminatórios para a interconexão
da última milha. A agência aceitou os argumentos da concessionária de longa
distância de que poderia haver dano irreparável ou de difícil reparação à
concorrência no mercado de comunicação de dados. A medida preventiva traz as
seguintes determinações:
* até a decisão final do processo, a Telemar deve cobrar pelo acesso local, insumo
para a prestação do serviço de comunicação de dados, os menores valores praticados
(considerando os critérios de descontos) nas licitações das quais participou com os
seus concorrentes;
* a operadora local pagará multa diária de R$ 106 mil, caso descumpra a medida
preventiva.
A operadora Telemar acaba de fechar contrato com a TAM para prestar serviços de
comunicação de dados para a companhia aérea em todo o País. A Telemar vai
interligar toda a rede corporativa da companhia, com expectativa de reduzir custos de
telecomunicações em cerca de 30% para a TAM.
Paralelo ao monitoramento exercido pela TAM em sua rede, a Telemar fará a
verificação remota da rede de dados da companhia a partir de seu Centro de Gerência
de Serviços (CGS), localizado na Vila Olímpia, em São Paulo. Do CGS, será
acompanhado o funcionamento dos circuitos e equipamentos distribuídos pela rede,
disparando ações corretivas, quando necessário.
O contrato tem duração de dois anos com possibilidade de prorrogação por mais
dois. Com a assinatura do acordo, 70% das soluções de telecomunicações da TAM
passam a ser fornecidas pela Telemar.
A Telemar fechou com a Gol um contrato de dois anos para fornecer infra-estrutura
de transmissão de dados à companhia aérea. Ao todo, serão interconectados 40
pontos espalhados pelo Brasil e pelos EUA. Será montada uma rede IP com
tecnologia MPLS, em substituição à antiga rede Frame Relay da Gol. O valor do
contrato não foi revelado pelas partes.
A velocidade de transmissão acordada pode variar de 64 kbps até 155 Mbps,
dependendo da utilização. Caberá à Gol estabelecer os serviços que terão prioridade
de banda, seguindo o conceito de QoS (Quality of Service), incluído no contrato.
A Telemar também será a responsável pelo monitoramento e pelo gerenciamento
remoto da rede da Gol, através de seu Centro de Gerenciamento de Serviços (CGS),
localizado em São Paulo.
Ranking
Nota do autor
A Vivo representa quase a metade do mercado brasileiro de telefonia móvel. A
estratégia do grupo é, além de manter a liderança do mercado, expandir o volume das
operações. A posição de liderança da Vivo no médio prazo só pode ser ameaçada por
uma ou mais fusões entre as demais operadoras.
As sete operadoras da Vivo - Telesp Celular, Global Telecom, Tele Sudeste Celular
(RJ e ES), Tele Leste Celular (BA e SE) e Celular CRT (RS) - registraram receita
líquida de R$ 1,735 bilhão no primeiro trimestre deste ano (ante R$ 1,617 bilhão no
mesmo período de 2002). No mesmo período, essas operadoras somaram prejuízo de
R$ 75,4 milhões (ante lucro líquido de R$ 3,4 milhões no primeiro trimestre de
2002). Juntas, essas operadoras detinham 12,5 milhões de assinantes até março deste
ano (11 milhões no mesmo período de 2002). Nesses resultados, ainda não estão
computados os números da TCO/NBT, adquirida pela Vivo em janeiro deste ano.
Telesp Celular
Crescimento modesto
Telefônica Celular
Das cinco operações da Telefônica Celular - RJ, ES, BA, SE e RS - a CRT foi a que
obteve o melhor resultado: R$ 42,4 milhões de lucro líquido no primeiro trimestre
deste ano. O pior desempenho foi da Tele Leste (BA e SE), com prejuízo de R$ 16,2
milhões. Também a melhor margem EBITDA foi da CRT, de 46%. A operadora do
Rio Grande do Sul, com 2,126 milhões de assinantes, deve promover o overlay de
sua rede TDMA para o CDMA no próximo semestre deste ano.
A receita média por assinante (ARPU) se manteve nas cinco operadoras da
Telefônica entre R$ 35 e R$ 40 (média dos assinantes pré e pós-pagos).
Nota do autor
Apesar do elevado volume das operações e da liderança do mercado, a Vivo ainda
não se mostrou lucrativa. O mercado de telefonia móvel encontra-se em fase de
consolidação e espera-se que os investimentos comecem a gerar os retornos
esperados. Caso isso não ocorra, o modelo de telefonia móvel pode ser
completamente reformulado, com menos operadoras e maior seletividade quanto ao
público de assinantes.
Padinha não revelou o investimento programado para este ano. Apenas que será
equivalente a 12% da receita líquida da companhia. Considerando o faturamento de
2002, de R$ 9 bilhões, a Vivo investiria cerca de R$ 1,08 bilhão.
A empresa pretende mais do que dobrar a receita com a área de dados neste ano. Ela
passaria de R$ 88 milhões para R$ 180 milhões. Caso a meta seja cumprida, a
participação do segmento na receita total da companhia será ampliada de 1,44% para
3,3%.
Segundo Padinha, o crescimento em dados atende a uma preocupação que já paira
sobre as empresas de telefonia móvel. Após a expansão acentuada dos últimos anos,
chegará o momento em que o mercado de celular, a exemplo da telefonia fixa,
praticamente não terá para onde crescer (em termos de aumento da base de cliente).
Com isso, disse o executivo, as empresas terão de buscar novos caminhos para
aumentar suas receitas.
No caso da Vivo, a diferença será a inovação, antecipou Padinha. Segundo ele, a
empresa prepara para este ano um calendário "agressivo" de lançamentos.
Padinha fez palestra ontem na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). Ele
disse que há excesso de oferta e previu novo movimento de consolidação. Na visão
do executivo, talvez não haja espaço para Vivo, TIM, Oi e Telecom Americas
coexistirem. " Não estou vendo mercado para quatro operadores por região " ,
afirmou.
Ele ressalvou, porém, que, ocorrendo fusões, devem atingir "mais os outros
operadores do que nós próprios". Não existe, segundo ele, nenhuma orientação dos
acionistas da Vivo para novas aquisições. "Nós já atingimos o objetivo que tínhamos,
que era controlar em termos de negócio o eixo Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro",
complementou.
Padinha aproveitou para reafirmar a posição sobre a operação de compra das ações
preferenciais da Tele Centro-Oeste (TCO). O processo, ainda em curso, está sendo
questionado pelos acionistas minoritários da TCO e foi, mais de uma vez, objeto de
críticas do presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Luiz Leonardo
Cantidiano. "A operação está perfeitamente enquadrada na lei brasileira " , frisou
Padinha.
Nota do autor
Juntamente com o crescimento da base de clientes, que já demonstra sinais de
arrefecimento, as operadoras preocupam-se também com novas fontes de receitas de
usuários de telefones celulares. Espera-se um expressivo crescimento dos serviços de
dados via celular, o que já provoca investimentos e planejamentos atualmente.
Serviço local será oferecido em oito cidades, com prioridade para o segmento
corporativo
A Telefônica começa hoje a oferecer linhas telefônicas fora do Estado de São Paulo.
A operadora está lançando o serviço local nas capitais Porto Alegre, Curitiba,
161
Nota do autor
A estratégia da Telefônica de expansão da telefonia local é semelhante às das demais
incumbents: buscar clientes corporativos fora de sua região de concessão. A
princípio, clientes residenciais só serão atendidos se houver necessidade.
Nota do autor
A estratégia de não adquirir novas operações pode eliminar a possibilidade de a Vivo
incorporar a Telemig Celular, que apresenta uma sinergia muito interessante com o
seu foot print.
Nota do autor
O lançamento de um provedor de Internet gratuito comprova o interesse da
Telefônica (bem como de outras operadoras) de atrair sorvedouros de tráfego para
suas redes.
A Vivo planeja concluir até outubro o overlay CDMA sobre parte das redes TDMA
das operadoras TCO e CRT, devendo escolher nas próximas semanas o fornecedor
dos equipamentos. Segundo Gilson Rondinelli, vice-presidente executivo de
marketing e inovação da joint venture entre a Portugal Telecom e Telefónica
Móviles, as primeiras localidades a receberem o padrão tecnológico serão Brasília e
Goiânia. No Rio Grande do Sul, o overlay cobrirá nesta primeira fase Porto Alegre,
Torres e Serra Gaúcha. O executivo da Vivo participou do lançamento em São Paulo,
nesta quinta, 26, da primeira megastore da operadora, loja para a venda e
demonstração de aparelhos e serviços móveis, com 1.200 metros quadrados.
De acordo com Rondinelli, para este ano está prevista a instalação do overlay apenas
nas localidades citadas. A escolha dos fornecedores da nova rede CDMA será feita
entre Lucent, Ericsson, Nortel e Motorola.
Outra solução para aumentar a capacidade roaming digital da Vivo será a adoção de
handsets dual mode GSM/CDMA, a serem produzidos até o final do ano pela
Samsung.
Nota do autor
O overlay a ser realizado pela Vivo torna-a uma operadora mais integrada, o que
reflete a estratégia de uma única operadora nacional.
Nota do autor
Apesar da redução da América Latina na participação, essa região ainda representa
um terço do negócio mundial da Telefônica, o que leva a matriz a estar disposta a
defender suas posições na América Latina de maneira mais agressiva.
A partir da próxima semana, a Telefônica dá início a uma nova estratégia para captar
para sua carteira as pequenas empresas. Graças a uma parceria com a Siemens para
comercialização do PABX HiPath 1100, desenvolvido e fabricado no Brasil, a
operadora poderá oferecer o DDR Smart, um pacote de comunicação que envolve a
venda de troncos digitais E1 fracionados e acesso à Internet em banda larga por um
custo mais acessível.
O diretor de marketing empresas da Telefônica São Paulo, Ronaldo Cerqueira
Varela, explica que os 30 ramais digitais de um tronco E1 poderão ser fracionados
em blocos de 10, 15 ou 20 ramais. A solução será oferecida pelos canais indiretos de
venda da Telefônica e da Siemens. Varela calcula que o mercado-alvo potencial,
apenas no Estado de São Paulo, gira em torno de 100 mil a 150 mil pequenas
empresas. Os clientes poderão contar ainda para a aquisição do equipamento com
uma linha de financiamento do BNDES, por meio da Caixa Econômica Federal e do
banco Finasa, oferecida pela Siemens. A parceria não é exclusiva. Segundo Varela, a
Intelbras, fabricante nacional de PABX, deve entrar em breve no mercado com uma
solução semelhante.
Nota do autor
O mercado de pequenas empresas não é tão atrativo quanto o de grandes negócios,
mas certamente representa uma boa opção de clientes para as operadoras de telefonia
fixa. O mercado potencial visionado pela Telefônica está provavelmente associado a
metas de atendimento total na sua região de concessão.
Vivo lança os dois primeiros serviços da categoria: o Video On Demand, que permite
baixar videoclips e trailers de filmes, e o Spicy TV, canal de vídeos eróticos. O
usuário pagará a tarifa de tráfego para baixar a aplicação e pode optar por pagar cada
vídeo em separado (R$ 2) ou fazer uma assinatura mensal de uso ilimitado (R$ 9,90
por mês).
O serviço de vídeo usa a tecnologia Brew, licenciada pela Vivo da Qualcomm.
Segundo Avelar, hoje 30 mil dos 18 milhões de usuários da Vivo têm aparelhos
compatíveis com a tecnologia, mas a expectativa da operadora é alcançar 200 mil até
o final do ano. "Estamos com uma série de promoções e campanhas e ainda teremos
as ações do Natal", explica Avelar, para justificar seu otimismo.
Nota do autor
A estratégia de expansão dos serviços de dados adotada pela Vivo é bastante
semelhante ao caso de sucesso da NTT DoCoMo (operadora de telefonia móvel do
Japão). Segundo o modelo adotado, as operadoras fornecem a infra-estrutura de rede,
enquanto parceiros são responsáveis pelo desenvolvimento e provisão de conteúdo.
165
Nota do autor
Com o adiantamento das metas acordadas com a Anatel, a Brasil Telecom poderá
prestar serviços de longa distância e de telefonia local fora da sua região de
concessão. Tal movimento dá início à estratégia de expansão da operadora, para se
tornar um player nacional.
Nota do autor
Caso tal movimento se concretize, o grupo Brasil Telecom pode visionar uma
operação de telefonia móvel com grande cobertura territorial, uma vez que a empresa
possui também licenças de operação móvel na sua região de concessão.
A Brasil Telecom (BrT) mantém as negociações para compra da Intelig, depois das
aquisições já anunciadas de MetroRed e Globenet. Por cláusulas de
confidencialidade do contrato, no entanto, os detalhes ainda não podem ser
conhecidos, segundo Carla Cico, presidente da Brasil Telecom.
Ela reiterou que a empresa "ainda está interessada" na aquisição, cujas negociações
acontecem desde novembro passado e com a qual a operadora poderia reforçar sua
presença na longa distância nacional e internacional.
A Brasil Telecom aguarda a certificação da Anatel às suas metas para entrar na
telefonia móvel e expandir a presença na longa distância para fora de sua região. De
acordo com Carla, o uso do CDMA na rede de telefonia móvel não está descartado,
apesar de a Anatel ter reiterado a proibição à Vésper para que use o CDMA na faixa
de 1,9 GHz. A BrT poderia usá-lo na faixa de 1,8 GHz, como propõe a Samsung.
Segundo Carla, "GSM e CDMA são duas tecnologias muito boas". Por isso, a
operadora continua analisando as propostas dos fornecedores nos dois padrões para
decidir com base no volume de investimento necessário.
A expectativa da executiva é que os serviços móveis sejam iniciados para sua base de
usuários entre julho e agosto. O plano de investimento da BrT para a área móvel é de
US$ 350 milhões em três anos. Ela espera se beneficiar de sinergias na negociação
com os fornecedores fazendo as compras em parceria com a Telemig e a Amazônia
Celular, que hoje usam TDMA, mas precisam atualizar suas redes.
Disposta a reduzir a dependência da receita de voz, que tende a se estabilizar, a
Brasil Telecom vem concentrando esforços para ampliar a presença em comunicação
de dados. Nos três primeiros meses do ano, por exemplo, a receita de dados saltou
65,8% na relação com o mesmo trimestre de 2002, para R$ 171,4 milhões. A
presença dos dados na receita total da companhia passou de 5,4% em dezembro de
2002 para 6,6% no final de março.
Segundo Carla, o segmento de dados foi um dos responsáveis pelo bom desempenho
da companhia no período. Os lucros da BrT cresceram 42,6% na comparação com o
mesmo trimestre de 2002, alcançando R$ 101,4 milhões.
167
A receita do serviço local de voz, por sua vez, cresceu 9,5% em relação ao mesmo
período do ano anterior, enquanto o faturamento da longa distância cresceu 7,2%.
A executiva também lembrou que, com a ampliação dos serviços de dados a partir da
mesma rede da companhia, "as margens do segmento tendem a ficar cada vez
maiores". Segundo ela, da receita atual do segmento, 80% é gerado pelos serviços
corporativos e 20% pelos usuários domésticos, com a venda de linhas ADSL, para
navegação rápida na internet.
A empresa contabilizava 165 mil usuários de linhas ADSL no final de março,
número três vezes superior aos 55 mil existentes no primeiro trimestre de 2002. Nos
últimos 12 meses, foram investidos R$ 296,4 milhões na rede de dados da
companhia.
Nota do autor
O interesse da Brasil Telecom pela Intelig demonstra uma estratégia de se tornar uma
operadora nacional integrada. A extensão da rede da Intelig permitiria à Brasil
Telecom oferecer serviços a clientes corporativos em todo o território nacional.
Nota do autor
Essa declaração da Brasil Telecom representa uma crítica comum das incumbents
quanto à forma de competição verificada. As operadoras entrantes só desejam atrair
os clientes corporativos (mais lucrativos). As incumbents, no entanto, são obrigadas a
atender todas as classes do segmento residencial, em que muitas vezes o
investimento não pe recuperado.
Nota do autor
A rede da GlobeNet permite à Brasil Telecom expandir suas operações. Esse tipo de
investimento comprova a estratégia de expansão da operadora.
A empresa conta com uma base de 200 mil clientes para o serviço de acesso rápido
à Internet e quer chegar a 385 mil usuários até o final deste ano.
São Paulo - Enquanto a concorrência pesada não chega, a Brasil Telecom corre para
expandir a rede de serviços em banda larga em sua área de concessão. A empresa
conta com uma base de 200 mil clientes para o serviço de acesso rápido à Internet e
quer chegar a 385 mil usuários até o final deste ano. Para tanto, fechou no mês
passado um contrato de instalação de novos portais ADSL com a Lucent
Technologies, que garantirá a ampliação do serviço.
De acordo com o gerente de banda larga da BrT, Ildeu Borges, o objetivo da
operadora é ampliar a capilaridade da rede do grupo nas 200 cidades onde já atua e
estender a oferta para as cidades menores dos Estados da sua área Região Sul e
Centro-Oeste, além de Tocantins, Rondônia e Acre.
Para ele, a redução de preços dos equipamentos, como o modem, que já é fabricado
localmente, garante o aumento da escala para o serviço. "Há dois anos o modem
custava cerca de R$ 800 e agora custa R$ 300", destaca. Além do modem, o usuário
precisa pagar um provedor para obter o acesso rápido à Internet.
Nota do autor
Os serviços de banda larga são uma forma de aumentar a receita gerada por clientes
residenciais, inclusive fora de sua região de concessão.
Brasil Telecom, no entanto, já havia anunciado que não pretende ser um grande
operador, mas apenas complementar sua oferta de serviços aos assinantes da
telefonia fixa.
Segundo Carla, o "breakeven" da operação - a primeira geração de caixa positiva -
deve acontecer no início do segundo ano de operação. O programa de investimentos
para o serviço celular será de, "no máximo", US$ 300 milhões pelos próximos dois
anos.
A executiva confirmou a informação fornecida na segunda-feira pelo presidente da
Telemig Celular, João Cox, de que a tentativa de formação de um consórcio entre as
duas companhias e a Amazônica Celular (dos mesmos controladores da Telemig) não
avançou e que as compras das duas empresas serão feitas distintamente.
Nota do autor
Essas declarações demonstram duas disposições da Brasil Telecom: 1) a entrada no
mercado de telefonia móvel será agressiva, para conquistar o número de clientes
desejados em um ano; 2) a operadora estará disposta a arcar com os prejuízos iniciais
da operação móvel, com um provável subsídio vindo da telefonia fixa.
A Brasil Telecom (BrT) lançou o PABX Virtual Net, serviço baseado em NGN,
sobre rede IP, que oferece todas as facilidades de um PABX convencional para
terminais localizados em qualquer parte do mundo. A novidade estará disponível na
171
segunda quinzena de outubro nos nove estados do Sul, Centro-Oeste e Norte, mais o
Distrito Federal, onde a operadora tem concessão.
Com a implantação do serviço, a BrT padronizou a infra-estrutura básica, permitindo
estender os serviços do PABX a qualquer terminal. O serviço tem funções como
chefe-secretária, rechamada automática em caso de linha ocupada, utilização de
aparelhos IP e transferência temporária de ramal para uma linha convencional.
O gerenciamento dessas funções pode ser feito pelo usuário via internet, tanto para
programar as funções quanto para acompanhar as chamadas por relatório on-line.
Nota do autor
A expressão "PABX virtual" foi utilizada em referência às redes NGN (rede baseada
em IP, com processamento remoto). As redes NGN são a evolução esperada para as
redes tradicionais comutadas por circuitos. As grandes vantagens das redes NGN são
os custos operacionais bem menores e a possibilidade de oferecer uma grande
variedade de serviços integrados de voz e dados. A Brasil Telecom já lançou seu
projeto piloto.
172
Nota do autor
A Embratel tem como hipótese o ponto de que somente através da conquista de
clientes residenciais (além dos clientes corporativos) ela poderá se consolidar na
prestação de telefonia local. Tal fato levará a empresa a tomar atitudes mais
contundentes em relação ao unbundling.
Contas do governo
descontos oferecidos às empresas não são sempre iguais, o que depende do porte
(volume de tráfego) do serviço contratado.
Nota do autor
A Embratel pretende expandir seu foco de atuação original de operadora de longa
distância para uma operadora de serviços integrados de telefonia fixa. A meta de
atendimento do segmento corporativo é bem ambiciosa, 35%.
Unbundling no Brasil
A redação do artigo 155 da LGT (que aliás, diz respeito a todas as prestadoras de
serviços de telecomunicações de interesse coletivo, e não apenas ao STFC), refere-se
à “rede” e prevê a regulamentação da Anatel para determinar as condições em que
174
Nota do autor
Como a Embratel pretende ingressar no segmento de telefonia fixa local de maneira
significativa, ela tem se mostrado a maior defensora do unbundling junto à Anatel.
Espera-se que os estudos já apresentados pela operadora tenham alguma influência
no modelo de unbundling a ser eventualmente adotado.
A Embratel mudou sua estratégia e pretende, a partir de agora, levar telefonia local a
clientes residenciais, como alternativa às operadoras fixas Telefônica, Telemar e
Brasil Telecom. Para isso, a empresa pretende usar a própria rede de suas
concorrentes, colocando em prática um conceito de compartilhamento ainda inédito
no Brasil mas relativamente disseminado no exterior, denominado UNE-P.
O UNE-P pressupõe o "aluguel" da rede completa da concessionária dominante, das
centrais de comutação até o par de cobre que chega à casa do cliente, incluindo os
sistemas de transmissão. "Ao vender a telefonia local ao cliente da concessionária, a
Embratel passaria a receber toda a sinalização do movimento telefônico, para poder
tarifar as chamadas e dar o tratamento de marketing adequado àquele cliente",
afirmou Roberto Durães, gerente geral de negócios da Embratel.
Até há pouco tempo, a operadora tinha como objetivo apenas o mercado de voz
corporativo, que é mais rentável, e a ele acrescentava seus serviços tradicionais de
longa distância e dados. Os residenciais continuavam convidados a utilizar o 21
somente nas chamadas de longa distância nacional e internacional.
A mudança de foco ocorreu porque a Embratel entendeu que não poderia ficar de
fora do segmento de voz local sem que isto acarretasse prejuízos relevantes no médio
e longo prazos. "Concluímos que seria um erro estratégico grave não disputar o
cliente residencial agora", afirmou Purificación Carpinteyro, vice-presidente de
serviços locais e relações externas da companhia, em seminário realizado sobre
UNE-P, em Teresópolis (RJ).
À primeira vista a decisão causou estranheza, porque atuar no mercado residencial de
voz representa incorrer em investimentos elevados, capazes de tornar o negócio
inviável. Prova disso são as espelhos Vésper e GVT, que enfrentaram sérios
transtornos na tentativa de duplicar a infra-estrutura, embora com tecnologia sem fio.
Além disso, o "unbundling", como é denominado o compartilhamento de última
milha (relativo ao par de cobre), não foi implementado até o momento por
desentendimento sobre preços. "O valor que a Telefônica estipulou pelo aluguel da
última milha é mais elevado do que a mensalidade que ela própria cobra dos clientes
para os quais vende o Speedy", acusou Durães.
175
Nota do autor
A disposição de permanência no mercado por parte da Embratel é demonstrada pelo
desenvolvimento de projetos de tecnologias como o NGN e o VoIP, que só devem se
tornar operacionais no médio prazo.
“Vamos oferecer um serviço de acesso em ADSL com uma garantia maior de banda
e com maior agilidade na recuperação”, adianta Aloysio Xavier, diretor de marketing
e produtos da Embratel Empresas.
Neste momento, a operadora realiza testes com modems ADLS no Rio de Janeiro e
realiza um estudo para definir em quais cidades oferecerá o serviço primeiro.
Voz sobre IP
Outro novo produto a ser lançado pela Embratel é a transmissão de voz sobre IP,
previsto para ser comercializado a partir de junho. A operadora pretende, com isso,
expandir sua atuação junto ao mercado de pequenas e médias empresas.
Os sites estão localizados em Goiânia, Ribeirão Preto, Juiz de Fora e Vila Velha e
equipados com equipamentos e software dos seguintes fornecedores: Avaya,
Ericsson, Siemens, Cisco, IBM, SUN, Siebel, Oracle, Microsoft e CPM.
“A Embratel oferece a solução completa de call center. Isto implica não só a venda
de posições de atendimento, mas tratamento da chamada, software de atendimento
automático, relatórios estatísticos, enfim uma série de combinações para suprir a
necessidade específica de cada cliente”, ressalta Patitucci.
Entre estas combinações, a solução Call Center 21 pode ser tanto a oferta da
conectividade de voz, a terceirização de recursos humanos ou a terceirização de
infra-estrutura
Nota do autor
Pode-se supor que a estratégia de oferecer call centers atende a outros objetivos,
além da prestação de serviços a clientes corporativos, uma vez que os call centers
também se configuram como sorvedouros de tráfego (fonte de receitas de
interconexão).
177
Nota do autor
Os elogios constantes a políticas de implantação do unbundling são sinais evidentes
da disposição da Embratel para entrar no mercado de telefonia fixa local. A empresa
só aguarda condições mais favoráveis para tomar, supostamente, atitudes mais
agressivas nesse sentido.
Embratel não consegue sumidouro com UOL, mas lança “Click 21”
(Fonte: Teletime - 18/07/2003)
Nota do autor
O lançamento do Click 21 faz da Embratel mais uma operadora a se aproveitar da
discrepância no sistema de remuneração de redes (interconexão), que permite a
utilização de sorvedouros de tráfego (nesse caso, provedores de Internet gratuitos)
como fonte de receita.
Embratel negocia parceria com NET para ter acesso à rede local
(Fonte: Valor Econômico - 04/08/2003)
Nota do autor
A utilização da infra-estrutura de TV a cabo é uma possibilidade de acesso à
telefonia local. Os dirigentes da Embratel sabem, no entanto, que a TV a cabo não
apresenta penetração suficiente para estabelecer uma presença significativa no
mercado residencial, feito que só pode ser alcançado com o unbundling das linhas
das incumbents.
Sinergia
A Embratel aposta na sinergia entre sua estrutura de marketing e venda, bem como
sua infra-estrutura de dados e de longa distância, para impulsionar os serviços da
empresa de telefonia local. Como observou Sílvia Pereira, a rede da espelho poderá
beneficiar-se, se efetivado o negócio, da escala superior da rede da Embratel,
especialmente na interconexão para longa distância. O objetivo anunciado pela
Embratel é de que o EBTIDA hoje negativo da Vésper chegue a zero no início do
próximo ano, para tornar-se positivo em seguida.
Pelo acordo, a Qualcomm e a Vésper acertarão a venda e leasing das torres de
transmissão da rede para levantar recursos para amortizar as dívidas da espelho junto
aos bancos.
Opção fraca
O acordo envolve também a opção de compra das licenças da Vésper para telefonia
móvel em 1,8 GHz (compatível economicamente com o padrão GSM), mas a
Embratel diz que não tem o interesse de exercer este direito pelo menos no curto
prazo. As licenças móveis da Vésper são para Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e interior de São Paulo.
Vivo Vivo
Claro Claro
(Telesp TIM - (Telesp TIM -
(BCP) (TESS)
Celular) Celular)
Vivo Telemig
Oi TIM Oi
(Telefônica Claro (ATL) TIM Celular -
(Telemar) (Opportunity) (Maxitel) (Telemar)
Celular)
182
Vivo
Claro
TIM (Global - - Vivo (CRT) TIM -
(Telet)
Telecom)
Amazônia
Claro Oi
Vivo (TCO) TIM - Celular Vivo (NBT) TIM
(Americel) (Opportunity) (Telemar)
183
Vivo
Oi TIM Oi
TIM Claro (BSE) - (Telefônica -
(Telemar) (Maxitel) (Telemar)
Celular)
16 17
10 10 10 10
9
8
5 5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Fontes: Anatel; Relatórios das operadoras; Análises do autor
184
18 18
13
10
9
8
7 7
5 5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Fontes: IBGE; Análises do autor
16
11 11
10 10
9 9 9 9
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Fontes: IBGE; Análises do autor
185
22
19 18 19
11 11 12
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Fontes: Anatel; IBGE; Análises do autor