RESENHA:

O DOCUMENTÁRIO “BARBACENA HOSPÍCIO” E O INSTITUTO DA INTERDIÇÃO

A violência institucional é tão abominável quanto criminosa. Velada sob o manto

estrutural, seja particular ou público, a conduta desumana dos agentes profissionais
que se dignam a “proteger” aqueles sob seus cuidados não passa despercebida pelas
pessoas ao redor, todavia, permanece impune majoritariamente. Assim, mais
importante que alterar os sujeitos de uma relação social defeituosa é aperfeiçoar sua
estrutura jurídico-normativa e, consequentemente, sua organização cotidiana. Esse é o
paralelo possível entre a conjuntura que existiu no Hospício de Barbacena e o instituto
legal da Interdição/Curatela que assopra uma melhor adequação jurídica às relações
sociais e, até mesmo, humanitárias no correr do tempo; isso porque, atualmente,
passou-se a dar relevo à perspectiva pessoal do sujeito, analisando-se minuciosamente
cada situação para que se restrinja ao mínimo sua dignidade existencial. Diante dessa
análise, os tempos nos quais uma pessoa era reduzida a um objeto irrelevante tal
como no início da filmagem documentária tendem a ficar no passado, ainda que
persistam resquícios institucionais (não noticiados ou desmerecidos) na atualidade,
bem como sujeitos profissionais e familiares que insistem em suprimir a humanidade
das pessoas vulneráveis que possuem deficiências. Daí a importância que se adjunta
aos novos ares que a Interdição e Curatela compreendem recentemente, no intuito de
ver prestado mais um apoio que uma substituição nas vontades do sujeito interditado.

REFERÊNCIA:

ARBEX, Daniela. Manicômio de Barbacena foi palco de maus-tratos, torturas e

mortes. Disponível em: <http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2013/10/
manicomio-de-barbacena-foi-palco-de-maus-tratos-torturas-e-mortes.html>. Acesso
em 27 nov. 2018.

GABEIRA, Fernando. Holocausto Brasileiro Manicômio de Barbacena. Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=u2qf5ZKS5A4>. Acesso em 27 nov. 2018.

João Pedro Ferreira de Oliveira

7º semestre Direito B noturno FAINOR
Direito Processual Civil IV – Atividade III unidade