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DOUTO(A) JUÍZO(A) DE DIREITO DA VARA DOS FEITOS DAS RELAÇÕES DE

CONSUMO, CÍVEL E COMERCIAIS DA COMARCA DE GUANAMBI – BAHIA

ISAURA MACEDO DE JESUS, brasileira, solteira em união estável, bancária, RG:


12345678, CPF/MF: 001.002.003-45, residente e domiciliada na Rua dos Prantos, nº 01,
Bairro: Tristeza, Cidade de Guanambi - BA, endereço eletrônico: isaurinha@emailx.br; por
intermédio do seu procurador(a) que assina e se qualifica neste corpo, vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, com esteio no artigo 226, §6º da Constituição Federal e artigo Art.
1.725 e seguintes do Código Civil, propor a presente:

AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C


PEDIDO DE GUARDA UNILATERAL, PARTILHA DE BENS E PENSÃO
ALIMENTÍCIA

Em face de NARCISO DE SOUZA FILHO, brasileiro, solteiro em união estável, mecânico,


RG: 87654321; CPF/MF: 003.002.001-10, residente e domiciliado na Avenida do Rancor, nº
02, Bairro da Picuinha, cidade de Salvador - BA, endereço
eletrônico: narcisogato@hemail.com.br, pelos motivos fáticos e legais a seguir:

I. PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO

Faz-se mister ressaltar, inicialmente, a prioridade absoluta na tramitação dos feitos


em que seja parte criança e adolescente, em observação ao espírito protecionista da
Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente, que aponta o dever do Poder
Público, com prioridade absoluta, à efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, máxime em seu art. 4º, parágrafo
único, b, o qual determina a precedência de atendimento nos serviços públicos ou de
relevância pública, devendo tal informação constar no rosto dos autos. Corroborando tais
argumentos, o Novo Código de Processo Civil dispõe no inciso II e no § 2º do artigo 1048 a
respeito da tramitação prioritária dos processos em que são partes crianças e/ou adolescentes.

II. DOS FATOS

As partes conviveram em união estável por 16 (dezesseis) anos e tiveram como


maiores frutos (03) três filhos que, atualmente, residem com a parte Autora:

a) KEITE MACEDO DE SOUZA, menor impúbere de 07 anos de idade,


brasileira, solteira, estudante, portadora de RG nº 165165165-65, SEM
CPF e SEM endereço eletrônico;

b) SHERON MACEDO DE SOUZA, menor impúbere de 09 anos de idade,


brasileira, solteira, estudante, portadora de Rg nº 123.123123-23, SEM
CPF e SEM endereço eletrônico; e

c) VAN DAME MACEDO DE SOUZA, menor impúbere de 13 anos de


idade, brasileiro, solteiro, portador de RG nº 567567567-56, CPF nº
123.456.789-10, sem endereço eletrônico.

Além disso, durante a constância da união construíram um patrimônio de bens


móveis e imóveis, qual seja:

1. Imóvel (casa residencial) em Guanambi, no valor de R$650.000,00, em título da


parte Autora;

2. Automóvel Hb20x, 1.6, automático, no valor atual de R$42.000,00, em título da


parte Autora;

3. Automóvel Ranger, 2.0, manual, no valor atual de R$120.000,00, em título da


parte Autora;

4. Terreno em Vitória da Conquista, no valor de R$ 85.000,00 em título da parte


Autora;

5. Maquinário para a oficina, financiado no banco por R$ 340.000,00, com R$


100.000,00 quitados e o restante parcelado em 72 vezes;
6. Dívida de mais R$34.000,00 de cartão de crédito.

Após tantos anos de convivência como se casados fossem, o casal decide não
conviver mais. Foram inúmeros os desentendimentos entre o casal no ultimo ano (2017),
tornando a relação insuportável. Por diversas vezes, ambos rompiam o relacionamento de
fato, suscitando o divórcio e após, conciliavam-se. Insta ressaltar que o esforço para a
convivência foi esgotado quando a requerente (Isaura) descobriu um relacionamento
extraconjugal que o requerido (Narciso) mantinha (e ainda mantém) há um ano com outra
pessoa. Há dois meses que os conviventes não vivem mais como tal, tendo o requerido se
mudado para Salvador.

Diante disso, nada mais acertado que o status quo do relacionamento se consolide
nos termos da guarda unilateral dos 03 filhos para a parte Autora, merecendo em
contrapartida pensão alimentícia no valor de um salário mínimo para cada filho.

III. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

A Constituição impõe:

Art. 226: A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 3º


Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre homem e mulher
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

O art. 1723 do Código Civil ratifica “É reconhecida como entidade familiar a


união estável entre o homem e uma mulher, configurada na convivência pública, contínua e
duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”.

Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-
se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.

III. 1 DA GUARDA UNILATERAL

Considerando todo contexto fático, necessária é a manutenção dos menores sob a


guarda unilateral da parte Autora, com fundamento no art. 1.583 do Código Civil, sob pena de
causar sérios danos à conjectura familiar e, até mesmo, dano psicológico maior frente a
situação vivenciada.

III. 2 DA PENSÃO ALIMENTÍCIA EM FAVOR DOS MENORES A SER PAGO


PELO DIVORCIANDO

Sabendo que o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos


conforme dispõe Art. 1.696 do CC e a constatação que a parte Autora possui demasiadas
despesas com os filhos, embora a parte Ré não contribua financeiramente com os custos por
mera desídia, diante disso, fica crível que a pensão alimentícia para os menores faz-se
necessária, para então se deve fixar valor não inferior a um salário-mínimo por filho,
considerando o bom status financeiro do divorciando.

III. 3 DOS BENS

Os bens elencados no item (II) são objetos do regime legal, haja vista a
consumação da união estável. Portanto, merecem a divisão equitativa.

IV. DOS PEDIDOS

(a) Requer que seja julgado procedente o presente pedido, em todos os seus termos,
reconhecendo e decretando a dissolução da união estável;

(b)Determinando a citação da Ré, para comparecer à audiência de conciliação, e não


logrando êxito esta, sendo-lhes entregue cópias da exordial para, querendo, contestar a ação
no prazo legal, se assim entenderem conveniente, sob pena de revelia ou confissão ficta
prevista no Código de Processo Civil Brasileiro. E, em caso do não comparecimento à
audiência de conciliação, sejam-lhes aplicada multa prevista na mesma Legislação;

(c) Requer o reconhecimento da união estável e o decreto que lhe põe fim;

(d)A divisão do patrimônio deverá ser em partes iguais, salvo tratativa a ser acordada;

(e) Que seja fixada a guarda unilateral dos menores de idade em favor da parte Autora;
(f) A fixação da pensão alimentícia em favor de cada um dos filhos no importe de 01
(um) salário-mínimo a serem pagos pelo genitor;

(g)A condenação do Requerido nas custas processuais e nos honorários advocatícios de


sucumbência, artigo 85, parágrafo 2º, do CPC;

(h)A intimação do Ministério Público, uma vez que há interesse de incapazes;

(i) Protesta pela produção de todos os meios de prova em Direito admitidos,


especialmente depoimento pessoal do Requerido, juntada de documentos, oitiva de
testemunhas, que comparecerá independente de intimação pessoal, e demais provas que se
fizerem necessárias;

(j) Dá-se o valor de R$963.000,00 (novecentos e sessenta e três mil reais) nesta causa.

Nesses termos, pede deferimento. Cidade, Estado – Dia, mês, ano.

ADVOGADO, OAB/XXX

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