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Francisco Coelho

Nº13

GUIÃO PARA APRESENTAÇÃO DO TRABALHO PARA APRESENTAÇÃO ORAL

ETAPA 1:
A obra em estudo é o Nome da Rosa de Umberto Eco.

O livro foi publicado em 1980. Enquadra-se no género do romance com temáticas


da investigação criminal, da História da Idade Média, da Religião, da filosofia, entre
outras. Uma curiosidade: o livro não está dividido em capítulos, mas sim em dias. São 7
dias divididos em horas correspondentes ao ritmo de vida dos monges e das suas liturgias:
Matinas (entre as 2h30 e as 3h00 da manhã), Laudas (entre as 5h00 e as 6h00 da manhã),
Primas (cerca das 7h30 antes da aurora), Terças (cerca das 9h00), Sexta (ao meio
dia), Nona (entre as 14h00 e as 15h00), Vésperas (cerca das 16h30, ao pôr do sol) e
Completas (antes das 19.00) ao deitar dos monges).

A ação decorre no século XIV, em 1327 mais concretamente, numa Abadia


beneditina nos Alpes italianos. O narrador é Adso Melk, um monge beneditino que
recorda, já velho, os acontecimentos narrados, na altura em que era então um noviço que
percorria a Itália na companhia de Frei Guilherme de Baskerville, Monge franciscano e
conselheiro do Imperador, antigo inquisidor britânico. Ambos chegam à Abadia para
resolver um problema religioso, mas o Abade dessa mesma, pede-lhes para resolverem a
misteriosa e estranha morte de Adelme, monge miniaturista que parece ter caído do
telhado da biblioteca da abadia. Começa então uma verdadeira busca policial com
Guilherme de Baskerville a tentar achar provas científicas, recorrendo a uma filosofia
muito racional, para determinar as causas dessa morte e das outras que se veem
acrescentar ao longo da narrativa. A biblioteca acaba por ser o centro de atenção onde se
desenvolvem acontecimentos muitos misteriosos.

Para além da componente policial, o romance desenvolve profundamente a


componente histórica dando a conhecer os conflitos e debates da época no que diz respeito
à religião e às crises que aí surgiram naquela época.
É nesse preciso ponto que posso dizer que existe articulação com o Auto da Feira
de Gil Vicente que representa também uma crítica religiosa e social apresentando a crise
que afeta toda a cristandade e a própria Igreja precisamente dois séculos depois da ação
de O Nome da Rosa, em 1527.
Esse aspeto pareceu-me muito interessante porque existem precisamente 200 anos
entre a ação de O Nome da Rosa e o Auto da feira de Gil Vicente, sendo no entanto Eco
um escritor do século XX. Também achei a problemática interessante visto estarmos a
estudá-la nas aulas de história.

Embora seja um livro muito denso e de leitura relativamente difícil, é interessante


a forma como a narrativa é construída. As personagens principais sendo personagens
típicas da Idade Média e representando o lado mais científico (monge franciscano) dessa
mesma época, assemelham-se muito à dupla Sherlock Holmes/Watson do escritor Arthur
Conan Doyle.

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