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CRIME DE ESCRAVATURA

Segundo o Estatuto, os crimes contra a humanidade incluem o extermínio de civis, a


escravização, a tortura, a violação, a gravidez forçada, a perseguição por motivos políticos,
raciais, nacionais, étnicos, culturais, religiosos ou de género, e os desaparecimentos forçados,
mas apenas quando se inserem num ataque generalizado ou sistemático a uma população
civil.

Conceito de tráfico de pessoa


O recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas,
recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao
engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou
aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que
tenha autoridade sobre outra para fins de exploração. A exploração incluirá, no mínimo, a
exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual, o trabalho
ou serviços forçados, escravatura ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a
remoção de órgãos

 O tráfico internacional de pessoas atinge o elo mais fraco da civilização. Mulheres


e crianças são os que mais sofrem com esse crime que se disfarça de negócio muito
lucrativo e simples com base na exploração
 O tráfico de pessoas pode ser considerado como uma das formas existentes na
modernidade de escravidão. A prática fere completamente os direitos humanos,
previstos, principalmente, na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do
Cidadão, tais como os direitos da liberdade e a dignidade da pessoa humana.
Importante ressaltar que o tráfico de seres humanos leva em conta a
vulnerabilidade da vítima, o que dá ensejo à prática delitiva

CONCEITO DE ESCRAVIDAO NO ESTATUDO DE ROMA

Artigo 7o

Crimes contra a HumanidadePara os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "crime


contra a humanidade", qualquer um dos atos seguintes, quando cometido no quadro de um
ataque, generalizado ou sistemático, contra qualquer população civil, havendo conhecimento
desse ataque:

 Por "escravidão" entende-se o exercício, relativamente a uma pessoa, de um poder ou


de um conjunto de poderes que traduzam um direito de propriedade sobre uma pessoa,
incluindo o exercício desse poder no âmbito do tráfico de pessoas, em particular
mulheres e crianças;
Qual é a diferença entre o crime de escravatura moderna e do passado?

Escravatura. Esta é muitas vezes uma palavra que evoca imagens de tempos passados, dos
milhões de pessoas que foram um dia acorrentadas, despojadas da sua dignidade e tratadas
como se não fossem seres humanos. Gostamos de pensar que isto já não existe hoje em dia
na nossa sociedade. Mas, na verdade, se olharmos com atenção à nossa volta, estamos
rodeados de escravatura. Nos nossos campos, nos nossos barcos de pesca, nas nossas fábricas
e nos nossos lares, há pessoas presas a uma vida de sofrimento inimaginável.

Uns são vendidos ou traídos por entes queridos, outros enganados ou atraídos por criminosos
com promessas de uma vida melhor. Despojadas da sua liberdade, exploradas com fins
lucrativos, as vítimas são frequentemente sujeitas a violência, fome, violações e abusos. Os
danos emocionais, psicológicos e físicos são incalculáveis

Cidadãos que saem ou são tirados dos seus países pelos seus governos e vão trabalharem
em outros estados. Podem ser considerados escravos?

Escravatura moderna é mais rentável

Conduzido pelo norte-americano Siddharth Kara, o trabalho conclui que os actuais


exploradores do trabalho escravo lucram entre 25 e 30 vezes mais do que os traficantes de
pessoas dos séculos passados, num negócio anual de 130 mil milhões de euros

“A escravatura é hoje mais rentável do que poderia ter imaginado”, explicou o


economista ao jornal britânico. Segundo os seus cálculos, o lucro gerado por um escravo para
o seu explorador pode atinge os 3.600 euros. Quando a exploração é sexual, o lucro do
explorador é 10 vezes esse valor, podendo chegar a 35 mil euros.

O montante gerado com a escravatura moderna para fins sexuais corresponde a metade do
total gerado pelo crime na actualidade, embora esse tipo de exploração seja responsável por
apenas 5% das vítimas de trabalho escravo no século XXI.

“A vida humana tornou-se mais descartável do que nunca. A ineficiência da resposta global
à escravatura moderna permite que essa prática continue a existir. A não ser que a escravidão
humana seja entendida como uma forma cara e arriscada de exploração do trabalho alheio,
essa realidade nunca vai mudar”, defende Kara.
De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho, pelo menos 21 milhõesde
pessoas no mundo são exploradas em algum tipo de escravatura moderna, e segundo
defendem alguns especialistas, os conflitos bélicos e fluxos migratórios possuem um papel
importante nesse processo.

Enquadramento legislativo internacional

Dado que os sujeitos do direito internacional são os Estados, embora se comece a admitir que
também aos indivíduos poderá ser reconhecida essa qualidade, os instrumentos jurídicos
internacionais contém em geral orientações quanto à conduta que os Estados deverão adoptar.
No entanto, o problema fundamental que se coloca ao nível do direito internacional é o da
imposição do respeito das suas normas, assim como a possibilidade que os indivíduos têm de
apresentar queixas contra os Estados. E daí que seja frequentemente difícil invocar normas
internacionais para obter o respeito de princípios em que os Estados acordaram ao assinar e
ratificar esses instrumentos. No entanto, nem por isso deixam de ter uma importância e um
peso específico. Como poderemos verificar, existem um grande número de normas
internacionais que versam sobre a questão do tráfico de pessoas, embora o seu âmbito de
aplicação esteja desde logo delimitado pelo campo de actuação da organização que os produz
ou do grupo específico que pretende proteger.

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