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HISTÓRIA – 2ª FASE
INTRODUÇÃO À PRÁTICA CIENTÍFICA
PROF. DR. FERNANDO VOJNIAK
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KANT. 1783.
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KANT. 1783. P, 1.
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“Ouse saber”, tradução própria.
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Nesse sentido, o ‘não’ uso da razão para buscar o esclarecimento, abre caminho
para que outros tomem as rédeas da vida do indivíduo, que se faz facilmente manipulável
e também impedindo-o de buscar o esclarecimento por si mesmo. Nesse contexto, Kant
dá este indivíduo o conselho Sapere Aude, ou seja, sair da ‘minoridade’ na busca pela
‘maioridade’, mesmo que sofra no início de sua caminhada.
Assim, o esclarecimento, para Kant, está andando de mãos dadas com a liberdade,
mesmo que a limitação da liberdade seja constante, sendo o motivo da carestia do
esclarecimento, pois questionar obedecendo não conduz ao esclarecimento. Assim, se faz
necessário o uso público da razão, sendo este o uso com liberdade, uma vez que o uso
privado da razão, é limitado e usado ante constrangimento. Portanto, o uso da razão para
Kant seria:
Entendo, contudo, sob o nome de uso público de sua própria razão aquele que
qualquer homem, enquanto sábio, faz dela diante do grande público do mundo
letrado. Denomino uso privado aquele que o sábio pode fazer de sua razão em
um certo cargo público ou função a ele confiado.
(KANT. 1783; p. 2.)
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Kant conclui: “[...]raciocinais tanto quanto quiserdes e sobre qualquer coisa que
quiserdes; apenas obedecei![...]”4. Portanto, o pensamento livre deve desenvolver-se até
as raízes do princípio do governo, achando conveniente para si próprio tratar o homem,
que neste momento passa a ser mais do que uma simples máquina, agindo de acordo com
a sua dignidade.
4 KANT. 1783. P, 7.