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Hernani Oliveira Miranda

ESTATÍSTICA

Caratinga - 2011
Centro Universitário de Caratinga-UNEC
ESTATÍSTICA

Apresentação
Caros Discentes,
Bem vindos à Disciplina de Estatística!

Os conhecimentos em Estatística estão cada dia mais ganhando importância em


nossa vida. A todo instante, os meios de comunicação nos informam das estatísticas em
diversos setores: trânsito, mercado financeiro, campeonatos esportivos, etc. As instituições
empresariais, organismos públicos e a própria sociedade civil necessitam cada vez mais de
rapidez na leitura de dados estatísticos dos mais variados aspectos, para sua manutenção
no mercado e elaboração de planos estratégicos.
Este material pretende dar aos discentes da disciplina “Estatística”, condições de a-
plicar os conhecimentos adquiridos na leitura e interpretação de diferentes conceitos e rela-
cioná-los com sua área de atuação profissional, utilizando corretamente as técnicas apropri-
adas e interpretando os seus resultados.
Hoje, dominar os conceitos essenciais de Estatística dará ao discente uma vantagem
especial em relação aos demais alunos e profissionais, pois, a Estatística está presente em
diversas áreas e como exemplo citamos: Pesquisa (Artes, Arqueologia, Ciências Agrárias,
Ciências Exatas, Ciências Sociais, Literatura, Meio Ambiente, Mercado, Petróleo), Indústria
e Negócio (Controle de Qualidade, Previsão de Demanda, Gerenciamento Eficiente, Mer-
cado e Finanças), Medicina (Diagnóstico, Prognóstico, Ensaios Clínicos), Direito (Evidência
estatística, teste de DNA, investigação criminal), Economia (Técnicas Econométricas e
Séries Temporais).
Pelas características atuais de nossos alunos, isto é, pela sua heterogeneidade (di-
versos cursos com perfis diferentes), este trabalho assume um perfil essencialmente teórico-
prático, com uma abordagem simples, mas rigorosa, visando um público aplicador da esta-
tística, não um profissional da estatística. Evidentemente, nada impede que nossos discen-
tes se aprofundem neste campo que é rico e de uma incrível beleza, tornado-se desta for-
ma, um investigador em estatística.
Reserve tempo para seus estudos e o faça com dedicação. Busque apoio nas indi-
cações fornecidas e em outras fontes para abrilhantar seu conhecimento. Este material, não
tem a pretensão de esgotar o assunto.

Tenham um bom estudo!


Prof. Hernani Oliveira Miranda

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ÍNDICE - UNIDADE I
UNIDADE 1 - Introdução à Estatística

1.1 Considerações iniciais .............................................................................................. 4


1.2 Definições ................................................................................................................. 6
1.2.1 Estatística ...................................................................................................... 6
1.2.2 Pesquisa Estatística ........................................................................................ 8
1.2.3 População ....................................................................................................... 8
1.2.4 Amostra .......................................................................................................... 9
1.2.5 Amostragem.................................................................................................... 10
1.2.6 Parâmetro ....................................................................................................... 11
1.2.7 Estimador ........................................................................................................ 11
1.2.8 Dados Brutos .................................................................................................. 11
1.2.9 Rol .................................................................................................................. 11
1.2.10 Censo ........................................................................................................... 11
1.2.10.1 Propriedades principais do censo .................................................... 11
1.2.11 Estimação ..................................................................................................... 12
1.2.11.1 Propriedades principais da estimação ............................................. 12

1.3 Método Estatístico .................................................................................................... 12


1.3.1 Método ............................................................................................................ 12
1.3.2 Método Experimental ...................................................................................... 12
1.3.3 Método Estatístico........................................................................................... 13
1.3.4 Fases do Método Estatístico ........................................................................... 13
1.3.4.1 Definição do Problema ......................................................................... 13
1.3.4.2 Planejamento ....................................................................................... 14
1.3.4.3 Coleta de Dados ................................................................................. 14
1.3.4.4 Crítica de Dados ................................................................................. 16
1.3.4.5 Apuração de Dados ............................................................................ 16
1.3.4.6 Apresentação de Dados ...................................................................... 16
1.3.4.7 Análise dos Resultados ....................................................................... 18

1.4 Estudo das Variáveis ................................................................................................ 18


1.4.1 Qualitativas ..................................................................................................... 19
1.4.1.1 Nominais ............................................................................................. 19
1.4.1.2 Ordinais .............................................................................................. 19
1.4.2 Quantitativas ................................................................................................... 19
1.4.2.1 Discretas ............................................................................................. 20
1.4.2.2 Contínuas ........................................................................................... 20

1.5 Principais Técnicas de Amostragem ......................................................................... 21


1.5.1 Amostragem Aleatória Simples ....................................................................... 22
1.5.2 Amostragem Estratificada ............................................................................... 23
1.5.3 Amostragem Sistemática ................................................................................ 26
1.6 Atividades ................................................................................................................. 28
Referências Bibliográficas ........................................................................................ 35

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Unidade 1 – Introdução à Estatística


1. Considerações iniciais

Os dados contidos no Anuário Estatístico de Acidentes de Trânsito - 2007 (A-


EAT – 2007) do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) apontam que os
acidentes de trânsito em Minas Gerais correspondem a 6,7% da totalidade de even-
tos no Brasil. Além disso, um total de 3,6% está associado a veículos de transporte
de cargas/produtos perigosos.
Estas informações são baseadas em dados estatísticos de órgãos oficiais do
governo, ou seja, em levantamentos estatísticos.
O vocábulo “Estatística” está associado à palavra latina STATUS (Estado), e
foi originalmente para denominar levantamentos de dados, cuja finalidade era orien-
tar o Estado em suas decisões(SILVA, 2006). A Estatística está interessada nos mé-
todos de coleta, organização, resumo, apresentação e análise de dados, assim co-
mo a obtenção de conclusões válidas e na tomada de decisões razoáveis baseadas
nestas análises.
Hoje a Estatística é utilizada em quase todos os
segmentos da vida humana, pois, conhecer e saber aplicar
os métodos estatísticos possibilita: ter melhor organização
e consolidação dos dados; ter maior agilidade no proces-
samento dos dados; ter a máxima informação extraída dos
dados; ter maior precisão na análise dos dados e final-
mente ter uma melhor apresentação de resultados.
A Estatística ou métodos estatísticos, como é de-
nominada algumas vezes, desempenha papel crescente e
importante em quase todas as fases da pesquisa humana. (...)a influência da estatís-
tica estendeu-se agora à agricultura, biologia, co-
mércio, química, comunicações, economia, edu-
cação, eletrônica, medicina, física, ciências políti-
cas, psicologia e outros numerosos campos da
ciência e engenharia(SPIEGEL, 1994. Prefácio).
É evidente que hoje, para se ter e dominar

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os conhecimentos da Estatística para torná-la “uti-
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lizável” com eficiência, é primordial que se tenha também conhecimentos das novas
tecnologias das quais dependemos cada vez mais.
Os conhecimentos em informática, em especial a planilha de cálculo, oferece
recursos que facilitam os trabalhos e permitem, a partir de dados coletados e dispos-
tos em tabelas, gerar e editar gráficos dos mais variados tipos e com a maior eficiên-
cia e rapidez. Havendo necessidade, é possível em qualquer tempo, fazer adequa-
ções à pesquisa, visualizando os gráficos antes mesmo do término da pesquisa pro-
priamente dita.
Mais recentemente podemos definir as maiores preocupações com a estatís-
tica resumindo da seguinte forma:

Pepino, no ano de 758, e Carlos Magno, em 762,


realizaram estatísticas sobre as terras que eram
Primeira Fase propriedade da Igreja. Essas foram as únicas es-
tatísticas importantes desde a queda do Império
Romano.
Na Inglaterra, no século XVII, já se analisavam
grupos de observações numéricas referentes à
saúde pública, nascimentos, mortes e comércio.
Segunda Fase Destacam-se, nesse período, John Graunt (1620-
1674) e William Petty (1623-1687) que procura-
ram leis quantitativas para traduzir fenômenos
sociais e políticos.
Também no século XVII, inicia-se o desenvolvi-
mento do Cálculo das Probabilidades que, junta-
mente com os conhecimentos estatísticos, redi-
Terceira Fase
mensionou a Estatística. Nessa fase, destacam-
se: Fermat (1601-1665), Pascal (1623-1662) e
Huygens (1629-1695).
No século XIX, inicia-se a última fase do desen-
volvimento da Estatística, alargando e interligan-
Quarta Fase
do os conhecimentos adquiridos nas três fases
anteriores.

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Nesta fase, a Estatística não se limita apenas ao


estudo da Demografia e da Economia, como an-
tes; agora, o seu campo de aplicação se estende
à análise de dados em Biologia, Medicina, Física,
Psicologia, Indústria, Comércio, Meteorologia,
Educação etc., e ainda, a domínios aparentemen-
te desligados, como Estrutura de Linguagem e
estudo de Formas Literárias.
Destacam-se, no período, Ronald Fisher (1890-
1962) e Karl Pearson (1857-1936).
Tabela 1 – Fases da Estatística(MEDEIROS, 2007)
1.2 Definições

1.2.1 Estatística: É uma parte da Matemática Aplicada que fornece métodos para a
coleta, organização, descrição, análise e interpretação de dados
e para a utilização dos mesmos na tomada de decisões (CRES-
PO, 2002, p. 13). É a ciência que se preocupa com coleta, análi-
se, interpretação e apresentação dos dados, permitindo-nos a
obtenção de conclusões válidas a partir destes dados, bem co-
mo a tomada de decisões razoáveis baseadas nessas conclu-
sões.

INTERPRETA
ESTATÍSTICA
ANALISA
DESCREVE
ORGANIZA
COLETA

Fig. 1 – Pirâmide de definição

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Observa-se pela Pirâmide Estatística, que teoricamente o maior trabalho é o


da coleta de dados, que nos remete à fase de maior importância que a fase de inter-
pretação dos dados, ou seja, a conclusão de todos os trabalhos.

Podemos dividir a Estatística em duas partes:


1)Estatística Descritiva: São características populacionais que podem ser quantifica-
das, sendo classificadas em discretas e contínuas, é aque-
la que se preocupa com a coleta, análise, interpretação e
apresentação dos dados estatísticos. O seu objetivo é in-
formar, prevenir, esclarecer.
A Estatística Descritiva, para efeito didático, pode ser apresentada com as seguintes
etapas:

ESTATÍSTICA
DESCRITIVA

Definição do Problema

Planejamento

Coleta dos Dados

Crítica dos Dados

Apresentação dos Dados


Tabelas Gráficos

Análise dos Dados

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2)Estatística Indutiva: Também conhecida como Amostral ou Inferencial é a parte da


estatística que baseando-se em resultados obtidos da análise
de uma amostra da população, procura inferir, induzir ou
estimar as leis de comportamento da população da qual a
amostra foi retirado. É através da estatística indutiva que
podemos aceitar ou rejeitar hipóteses que podem surgir sobre
as características da população, a partir também da análise da
amostra representativa dessa população. A estatística inferen-
cial implica, em um raciocínio muito mais complexo do que o
que pressupõe a Estatística Descritiva.

Estatística Indutiva é aquela que partin-


do de uma amostra, estabelece hipóte-
ses sobre a população de origem e for-
mula previsões com fundamentos na
teoria das probabilidades.

1.2.2 : Pesquisa Estatística: É qualquer informação retirada de uma população ou


amostra, podendo ser através de Censo ou Amostra-
gem.

1.2.3 População: é o conjunto de pessoas, coisas, animais, plantas, objetos, resul-


tados experimentais, da qual se podem recolher dados e que ne-
cessariamente tem pelo menos uma característica em comum.

Podemos também definir po-


pulação como um conjunto de
elementos abrangidos por
uma mesma definição.

A cada elemento da população dá-se


O nome de unidade estatística ou indivíduo.

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Caráter estatístico ou atributo: propriedade


dos indivíduos que foi ou vai ser estudada.

Levantamento estatístico: estudo de um ou


vários caracteres relativamente a um certo universo.

POPULAÇÃO

POPULAÇÃO FINITA POPULAÇÃO INFINITA


É a população em que é pos- É a população em que não é
sível enumerar todos os seus possível enumerar todos os
elementos componentes. seus elementos componentes.
Ex.: Número de alunos do se- Ex.: Grãos de areia em uma
xo masculino do UNEC. determinada praia.

1.2.4 Amostra: é um subconjunto de uma população ou universo, uma parte sele-


cionada do conjunto de observações abrangidas pela população da
qual se quer inferir alguma coisa, é uma parte representativa do u-
niverso objeto de estudo. A amostra deve ser selecionada seguindo
certas regras e deve ser representativa, de modo que ela represen-
te todas as características da população que se deseja pesquisar.
Deve ser obtida de uma população homogênea de forma aleatória
para que a amostra seja parte representativa da população ou uni-
verso.

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Popu-
lação

Amostra

Para que a pesquisa tenha êxito, o pesquisador deverá criteriosamente definir


a população antes de recolher a amostra, descrevendo as unidades estatísti-
cas(elementos) que deverão ser incluídas. Existem muitas amostras Possíveis para
cada população e qualquer delas deve fornecer informação dos parâmetros da po-
pulação ou universo correspondente.
Se todos os elementos da população têm igual probabilidade e serem sele-
cionados para constituir a amostra, dizemos que foi obtida uma amostra casual sim-
ples, ou uma amostra aleatória simples (VIEIRA, 2009).
Basicamente podemos citar:
1. Amostra Casual Simples. Constituída por elementos de população que têm,
todos, a mesma probabilidade de serem selecionados para a amostra.
2. Amostra estratificada. Consiste em dividir a população em subgrupos mais
homogêneos (estratos) e retirar amostras aleatórias simples dos subgrupos.
Conjunto de amostras(ao acaso ou sistemáticas) obtidas, cada uma, de um
estrato, quando a população apresenta-se subdividida em estratos.
3. Amostra sistemática. Constituída por elementos da população selecionados
por um sistema preestabelecido.

1.2.5 Amostragem: É o processo de coleta das informações de parte da população


chamada amostra, mediante métodos adequados de seleção
destas unidades. A utilização de técnicas de amostragem se
faz necessária quando, por questões práticas ou econômicas, é

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impossível estudar toda a população.

1.2.6 Parâmetro: É uma característica numérica estabelecida para toda uma popu-
lação.
1.2.7 Estimador: É uma característica numérica estabelecida para uma amostra.

1.2.8 Dados Brutos: Dados Brutos são aqueles que ainda não foram numericamen-
te organizados. Um exemplo é o conjunto das alturas de 100 estu-
dantes do sexo masculino, tirado de uma lista alfabética do registro
de uma universidade (SPIEGEL, 1994).
1.2.9 Rol: Um rol é um arranjo de dados numéricos brutos em ordem crescente ou
decrescente de grandeza. A diferença entre o maior e o menor nú-
mero do rol chama-se amplitude total dos dados. Por exemplo,
se a maior altura dos 100 estudantes do sexo masculino é 188 cm
e a menor é 152 cm, a amplitude total será de 36 cm.

1.2.10 Censo: É o conjunto dos dados estatísticos dos


habitantes de uma cidade, estado, etc.,
com todas as suas características, num
determinado período de tempo. É um
estudo estatístico que resulta da obser-
vação de todos os indivíduos da população relativamente a diferentes
atributos pré-definidos.
1.2.10.1 Propriedades principais do Censo1:
 Admite erro processual zero e tem confiabilidade 100%;
 É caro;
 É lento
 É quase sempre desatualizado;
 Nem sempre é confiável.

11
1
SILVA, 1999, p. 13.
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Fonte IBGE

1.2.11 Estimação: É uma avaliação indireta de um parâmetro, com base em um es-


timador através de cálculos de probabilidades.
1.2.11.1 Propriedades principais da Estimação2:
 É barata;
 É rápida;
 É atualizada;
 É sempre confiável.

1.3 Método Estatístico


1.3.1 Método - do Grego methodos, met' hodos que significa, literalmente, "caminho
para chegar a um fim". Método é o conjunto das atividades sistemáticas e ra-
cionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo -
conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, de-
tectando erros e auxiliando as decisões do cientista (Lakatos e Markoni, 2010,
p. 65).
1.3.2 Método Experimental: Este método consiste em manter constantes todas as
causas (fatores), menos uma, e variar esta causa de modo que o pesquisa-
dor possa descobrir seus efeitos, caso existam. A importância do método
experimental reside no fato da possibilidade da demonstração dos dados co-

12
2
SILVA, 1999, p. 13.
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letados. Muito usado nas áreas científicas, química, física, entre outras. Sua
função principal é a demonstrabilidade (CRESPO, 2002).

1.3.3 Método Estatístico: Existem casos em que o método experimental não se a-


plica, nas ciências sociais (CRESPO, 2002), já que os inúmeros fatores que
afetam o fenômeno pesquisado não podem permanecer constantes enquan-
to fazemos variar a causa que naquele instante nos interessa. Desta forma
diante da impossibilidade de manter as causas constantes, “admite-se” todas
essas causas presentes variando-as, registrando essas variações e procu-
rando determinar, no resultado final, que influências cabem a cada uma de-
las.

1.3.4 Fases do Método Estatístico


Podemos distinguir no método estatístico as seguintes fases:

1.3.4.1 Definição do Problema


Quais os vários aspectos do problema? Que informação é necessária?
Segundo Toledo (1995, p.21), a primeira fase do trabalho estatístico consiste
em uma definição ou formulação correta do problema a ser estudado. Saber
exatamente aquilo que se pretende pesquisar é o mesmo que definir correta-
mente o problema.
Além de considerar com minúcias o problema objeto de estudo, o pesquisador
deverá examinar outros levantamentos realizados no mesmo campo e análo-
gos, uma vez que parte das informações de que necessita pode, muitas ve-
zes, ser encontrada em estudos já feitos (TOLEDO, 1995). Não havendo es-
tudos semelhantes, o pesquisador deverá formular o problema de acordo com
suas próprias experiências.

Saber exatamente o que se pretende


pesquisar é o mesmo que
definir corretamente o problema.

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1.3.4.2 Planejamento
Após a definição do problema temos a fase onde se determina o procedimen-
to necessário para resolver o problema, como levantar informações sobre o
assunto objeto do estudo. Que dados deverão ser obtidos? Como se deve ob-
tê-los? Nesta fase a preocupação maior está na escolha das perguntas, que,
na medida do possível, devem ser fechadas. No caso de um experimento, de-
ve-se atentar para os objetivos que se pretende alcançar. É preciso planejar o
trabalho a ser realizado, tendo em vista o objetivo que se pretende atingir
(TOLEDO, 1995).
Nesta fase será escolhido o tipo de levantamento de dados a ser escolhido e
pode ser de dois tipos:
a) Censitário: quando envolve toda a população, todo o universo, contagem
completa.
b) Por amostragem: quando é utilizada uma fração da população, isto é,
quando a contagem for parcial.
Outros elementos do planejamento de uma pesquisa são: cronograma das a-
tividades, custos envolvidos, exame das informações disponíveis, delinea-
mento da amostra, a forma como serão escolhidos os dados, etc. (TOLEDO,
1995).

1.3.4.3 Coleta de Dados


É a fase operacional com o registro sistemático de dados, com um objetivo
determinado. A coleta de dados numéricos pode ser:
Direta: Quando feita sobre elementos informativos de registro obrigatório
(nascimentos, casamentos e óbitos, importação e exportação de mer-
cadorias), elementos pertinentes aos prontuários dos alunos de uma
faculdade ou, ainda, quando os dados são coletados pelo próprio
pesquisador através de inquéritos e questionários, como é o caso das
notas de verificação e de exames, do censo demográfico etc. (CRES-
PO, 2002).
A coleta direta de dados pode ser classificada relativamente ao fator
tempo em:

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a) contínua (registro) – quando feita continuamente, tal como a de


nascimentos, de casamentos, de óbitos e a de freqüên-
cia dos alunos às aulas;
b) periódica – quando feita em intervalos constantes de tempo, como
os censos (de 10 em 10 anos) e as avaliações periódi-
cas dos alunos;
c) ocasional – quando feita extemporaneamente, a fim de atender a
uma conjuntura ou a uma emergência, como no caso de
epidemias que assolam ou dizimam rebanhos inteiros.

Indireta: A coleta se diz indireta quando é inferida de elementos conhecidos


(coleta direta) e/ou do conhecimento de outros fenômenos relacio-
nados com o fenômeno estudado. Como exemplo, podemos citar a
pesquisa sobre a mortalidade infantil, que é feita através de dados
colhidos por uma coleta direta (CRESPO, 2002).

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1.3.4.4 Crítica dos Dados


Obtidos os dados, eles devem ser cuidadosamente criticados, à procura de
possíveis falhas e imperfeições, a fim de não incorrermos em erros grosseiros
ou de certo vulto, que possam influir sensivelmente nos resultados. Pode ser:
Externa: quando procura por erros por parte do informante devido principal-
mente por distração ou má interpretação das perguntas que lhe foram
feitas.
Interna: quando observa os dados coletados à procura de erros devidos, prin-
cipalmente, à digitação. Quando visa observar os elementos originais
dos dados da coleta (CRESPO, 2002).
A Crítica dos Dados objetiva a eliminação de erros capazes de provocar futuros
enganos. Faz-se uma revisão crítica dos dados, suprimindo os valores estra-
nhos ao levantamento.

1.3.4.5 Apuração dos Dados


Nada mais é do que a soma e o processamento dos dados obtidos e a disposi-
ção mediante critérios de classificação. Pode ser manual, eletromecânica ou
eletrônica (CRESPO, 2002).

1.3.4.6 Apresentação dos Dados


Por mais diversa que seja a finalidade que se tenha em vista, os dados devem
ser apresentados sob forma adequada (tabelas ou gráficos), tornando mais fá-
cil o exame daquilo que está sendo objeto de tratamento estatístico e ulterior
obtenção de medidas típicas (CRESPO, 2002).

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A apresentação por tabela ou tabular, ou seja, é uma apresentação numé-


rica dos dados em linhas e colunas distribuídas de modo ordenado, segundo
regras práticas fixadas pelo Conselho Nacional de Estatística (TOLEDO,
1995). Veja o exemplo abaixo.
INFLAÇÃO
Índice Mês/dia Valor
IPCA jun.11 0,15%
IPC-Fipe jul.11 0,30%
IGP-M jun.11 -0,18%
INPC jun.11 0,22%
12.Ago.2011 às 21h20 fonte: Thomsom Reuters

A apresentação gráfica dos dados numéricos constitui uma apresentação


geométrica permitindo uma visão rápida e clara do fenômeno. Veja os exem-
plos abaixo (Gráficos simulados pelo autor).

Vendas no Leste da Ásia(2010) - x 1.000 t

0
Argentina EUA Brasil Canadá

1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre

Vendas Restaurante - 2010 - UNEC


7%
40% 21%
1º Tri
2º Tri
3º Tri
32%
4º Tri

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Rendimento Escolar UNEC 2011/2 (0 a 6)


7
6 6
5,3
5 5 5
4,3 4,5
4 4 Estatística
3 3,2 3 Disciplina A
2,4 2,3
2 2 Disciplina B
1
0
1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação 4ª Avaliação

1.3.4.7 Análise dos resultados


O último objetivo da Estatística é tirar conclusões sobre o todo (população) a
partir de informações fornecidas por parte representativa do todo (amostra).
Assim, realizadas as fazes anteriores (Estatística Descritiva), fazemos uma a-
nálise dos resultados obtidos, através dos métodos da Estatística Indutiva ou
Inferencial, que tem por base a indução ou inferência, e tiramos desses resul-
tados conclusões e previsões.

1.4 Estudo das Variáveis

Chamamos de Variável o conjunto de resul-


tados possíveis de um fenômeno (CRESPO, 2002).
O termo “variável” é usado de uma forma geral para
indicar aquilo que é sujeito à variação dentro de
uma determinada pesquisa. No contexto da pesqui-
sa científica, uma “variável” é definida como a função que estabelece uma corres-
pondência entre os níveis de uma característica e os valores de um conjunto numé-
rico segundo uma escala de medida.
Em outras palavras, uma variável é uma característica populacional que pode
ser medida de acordo com alguma escala.
De uma forma geral podemos resumir assim:

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VARIÁVEIS

QUALITATIVAS QUANTITATIVAS

NOMINAIS ORDINAIS DISCRETAS CONTÍNUAS

1.4.1 Qualitativas - Uma variável é qualitativa quando seus valores são expressos
por qualidades (ou atributos) do indivíduo pesquisado. Exemplo:
sexo, educação, raça, classe social, estado civil (CRESPO,
2002). Podem ser:

1.4.1.1 Nominais - Se não for possível estabelecer uma ordem natural entre
seus valores, quando seus valores são expressos por atributos.
Ex.: cor dos olhos, da pele, do cabelo, religião, sexo, tipo de
condução, curso de graduação, nacionalidade, naturalidade, etc.

1.4.1.2 Ordinais - Se tais variáveis possuem uma ordenação natural, indican-


do intensidades crescentes de realização, ou apesar de não po-
der ser medida, a variável segue uma ordem. Ex.: escolaridade -
ensino, fundamental, médio, superior, pós graduação – (MO-
RETTIN, 2010), faixas de idade – criança, adolescente, adulto,
idoso – patente militar, cargos dentro de uma empresa, hierar-
quia no serviço público civil, classe social - baixa, média ou alta,
etc.

1.4.2 Quantitativas - Variáveis que assumem valores numéricos. São característi-


cas populacionais que podem ser quantificadas, sendo classifi-
cadas em discretas e contínuas. Podem ser:

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1.4.2.1 Discretas – São as Variáveis cujos possíveis valores formam um con-


junto finito ou enumerável de números (MORETTIN, 2010). Va-
riáveis discretas podem ser vistas como resultantes de conta-
gens, e assumem, em geral, valores inteiros, isto é não podem
ser, por exemplo: 2,6; 3,65; etc. Ex.: Número de filhos de um ca-
sal, quantidade de carros no estacionamento, quantidade de cur-
sos de uma escola, número de alunos nesta sala de aula, e ou-
tros.

As variáveis discretas só podem assumir valores


do conjunto de números inteiros não negativos(1, 2, 3, 4,...)

1.4.2.2 Contínuas - São as variáveis que podem assumir qualquer valor dentro
de um intervalo especificado, isto é, podem assumir qualquer va-
lor entre dois limites, valores inteiros e decimais, e são, geral-
mente, resultados de uma mensuração(obtidos por processo de
medição), (MORETTIN, 2010). Ex.: faixa etária, horas, faixa sa-
larial, comprimento, temperatura, peso, altura, etc.
Ex.: -8, -4, 0, 2, 8, , , e outros.
Ex.: Altura de Paulo, 2,72m; Peso de Priscilla, 48,50Kg; etc.

= 1,41421356...

 = 3,14159265358979323846264...

Ex. Quantos irmãos você tem?


-A variável discreta nós contamos!
Ex. Quantos quilos você pesa?
-A variável contínua nós medimos!
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ESTATÍSTICA

1.5 Principais Técnicas de Amostragem


Fazer levantamentos, estudos, pesquisas, sobre toda uma população (censo)
é, em geral, muito difícil. Isto se deve à vários fatores. O principal é o custo. Um cen-
so custa muito caro e demanda um tempo considerável para ser realizado. Assim,
normalmente, se trabalha com partes da população denominadas de amostras.
A Amostragem é uma técnica especial para recolher amostras que garante,
tanto quanto possível, o acaso na escolha, de modo a garantir à amostra o caráter
de representatividade (CRESPO, 2002).

Para fazer uma amostragem


coletamos uma porção(uma parte) de todos
os dados e usamos essa porção para tirar
conclusões do todo (fazer inferências).
Usamos uma amostra, porque analisar todos
os dados de uma pesquisa pode ser muito caro, mui-
to demorado e em alguns casos, o teste pode ser
destrutivo, aliado ao fato de que conclusões válidas
podem ser tiradas de uma quantidade relativamente
pequena de dados.

Num censo são observados todos os indivíduos


da população Relativamente aos diferentes atribu-
tos que estão sendo objetos de estudo.

Numa amostragem, o estudo estatístico baseia-se


numa parte da população, isto é, numa amostra
que deve ser representativa dessa população.

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ESTATÍSTICA

Se todos os
elementos da
população tiverem
PROBABILÍSTICA probabilidade
conhecida, e
diferente de zero, de
pertencer à amostra.

AMOSTRAGEM
Não se conhece a
probabilidade de um
elemento da
população vir a
NÃO pertencer à amostra.
PROBABILÍSTICA Não é possível
assegurar que as
amostras sejam
representativas de
toda a população.

A utilização de uma amostragem probabilística é a melhor recomendação que


se deve fazer no sentido de se garantir a representatividade da amostra, pois o aca-
so será o único responsável por eventuais discrepâncias entre população e amostra,
o que é levado em consideração pelos métodos de análise da Estatística Indutiva.
Daremos ênfase à Amostragem Probabilística e veremos três dos principais
tipos de amostragem:

1.5.1 Amostragem Aleatória Simples


Também chamada casual, este tipo de amostragem é o processo mais ele-
mentar e freqüentemente utilizado. É equivalente a um sorteio lotéri-
co(CRESPO, 2002). Pode ser realizada numerando-se a população de 1 a n e
sorteando-se, a seguir, por meio de um dispositivo aleatório qualquer, k nú-
meros dessa seqüência, os quais corresponderão aos elementos pertencen-
tes à amostra.
Exemplo: Vamos obter uma amostra, de 10%, representativa para a pesquisa
do peso de 90 alunos de uma escola:
1º - numeramos os alunos de 1 a 90.
2º - escrevemos os números dos alunos, de 1 a 90, em pedaços iguais de pa-
pel, colocamos na urna e agitamos, após misturarmos bem retiramos, um
a um, nove números que formarão a amostra. Neste caso 10% da popu-

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ESTATÍSTICA

lação.
Quando o número de elementos da amostra é muito grande, esse tipo de sor-
teio torna-se muito trabalhoso. Desta forma utiliza-se uma Tabela de núme-
ros aleatórios, construída de modo que os algarismos de 0 a 9 sejam distri-
buídos ao acaso nas linhas e colunas(CRESPO, 2002). Veja o exemplo:

Tabela de Números Aleatórios


7216598300048515911551425053892239304226269
2504354538175604655284852379345983563943075
7204377491600175828370303320339885458338155
0090333493302793425889936425139044325078387
6400779437292826986266795109872823219782040
6345764555559123840113235811126791832808757
0517284276691902213573115204609745339223263
9926696227248947899753944405202314972508697
0685762919424139992660761596148858860050813
7529461831443979474570777650040921576687691
0643305571488794709970972262383154641562107
5893162312442440837681545519850586484277664
1081655590789061587741058429959903022204266
7086246044412653425751886451350621634549353
8160789868437676565808986440913732606454889
4403770877341584520780914198606812941401772
6000729255233198106957246950919532127818848
4361002689362412213127002204918448442799708
6046155434791734980231709751760762874420186
8759503265271499667817151260956699749388427
8652715784696800580713056175587040118371208
8309895951225011387887700945784476529409282
5432354523253990892650236240111908648805036
3447964392547375750842033013520628883580464
1522061218779599921100314246154865443496465
3700203231629018812538757815752587608419579
6648655906102714610891840282870983027916103
3980129419759784312190444814718280968875571
5461461740357831149582874873330043356014011
6859580912599784871049155853962859429431107
2394296056601018586575814733263878640797318
3039063461211015856135981930545299699083513
5520715584791212036500790792178714079741565
8553084510387348756403728121608316720261533
7904282427086883444246891497475958145968684
3920471669978197160837272664084041940873592
5594049676396440749031638603933640892403688
3281882195775100407837359210064233095420887
2867472122091827751331963495785998571219497
9688806299583937644025652677237093928118945

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5486608647140174245089985155201244527545637
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ESTATÍSTICA

Com o auxílio de da Tabela de Números Aleatórios obtemos os elementos da


amostra sorteando um algarismo qualquer da mesma, a partir do qual iremos
considerar números de dois, três ou mais algarismos, de acordo com nossa
necessidade. Os critérios para a leitura da tabela devem ser feito antes de ini-
ciado o processo.
Desta forma, para exemplificar, iremos considerar a leitura da direita para a
esquerda na 6ª linha a partir do 4º algarismo, inclusive. Assim teremos:
57 64 55 55 59 12 38 40 11 32
O segundo número 55 foi desprezado, pois é repe-
tido. Logo, da população de 90 alunos da escola,
os alunos que farão parte da amostra são:

57 64 55 59 12 38 40 11 32
Pesando os alunos da amostra, obteremos uma
amostra do peso dos noventa alunos da escola.

1.5.2 Amostragem Proporcional Estratificada


Muitas vezes a população se divide em subgrupos ou estratos (sub popula-
ções), convém que o sorteio dos elementos da amostra leve em consideração
tais estratos, daí obtemos os elementos da amostra proporcional ao número
de elementos desses estratos. Em tais casos, se o sorteio dos elementos da
amostra for realizado sem se levar em consideração a existência dos estratos,
pode acontecer que os diversos estratos não sejam convenientemente repre-
sentados na amostra, a qual seria mais influenciada pelas características da
variável nos estratos mais favorecidos pelo sorteio. Evidentemente, a tendên-
cia da ocorrência de tal fato será tanto maior quanto menor o tamanho da
amostra. Para evitar isso, pode-se adotar uma amostragem estratificada. A
amostragem estratificada consiste em especificar quantos elementos da a-
mostra serão retirados em cada estrato (CRESPO, 2002).
Exemplo: Vamos obter uma amostra proporcional estratificada, de 10%, do
exemplo anterior, supondo, que, dos 90 alunos, 54 sejam meninos e 36 sejam

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ESTATÍSTICA

meninas. São portanto dois estratos (sexo masculino e sexo feminino). Assim,
temos:

Sexo População 10% Amostra

M 54 = 5,4 5

F 36 = 3,6 4

Total 90 = 9,0 9

Fonte: CRESPO, 2002, p. 21

Para determinar quais os alunos participarão da amostra, numeramos então


os alunos de 01 a 90, sendo 01 a 54 meninos e 55 a 90, meninas e procede-
mos ao sorteio casual com urna ou usamos a tabela de números aleatórios.
Podemos considerar três tipos de amostragem estratificada: uniforme, propor-
cional e ótima.
Na amostragem estratificada uniforme, sorteia-se igual número de elemen-
tos em cada estrato. Evidentemente, a amostragem estratificada uniforme se-
rá, em geral, recomendável se os estratos da população forem pelo menos
aproximadamente do mesmo tamanho; caso contrário, será em geral preferí-
vel a estratificação proporcional, por fornecer uma amostra mais representati-
va da população.
Na amostragem proporcional, o número de elementos sorteados em cada
estrato é proporcional ao número de elementos existentes no estrato.
A amostragem estratificada ótima, por sua vez, toma, em cada estrato, um
número de elementos proporcional ao número de elementos do estrato e
também à variação da variável de interesse no estrato, medida pelo seu des-
vio-padrão. Pretende-se assim otimizar a obtenção de informações sobre a
população, com base no principio de que, onde a variação é menor, menos
elementos são necessários para bem caracterizar o comportamento da variá-
vel.
Dessa forma, com um menor número total de elementos na amostra, conse-

25
guir-se-ia uma quantidade de informação equivalente à obtida nos demais ca-
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ESTATÍSTICA

sos. As principais dificuldades para a utilização desse tipo de amostragem re-


sidem nas complicações teóricas relacionadas com a análise dos dados e em
que, muitas vezes, não podemos avaliar de antemão o desvio padrão da vari-
ável nos diversos estratos.
Constitui exemplos em que uma amostragem estratificada parece ser reco-
mendável a estratificação de uma cidade em bairros, quando se deseja inves-
tigar alguma variável relacionada à renda familiar; a estratificação de uma po-
pulação humana em homens e mulheres, ou por faixas etárias; a estratifica-
ção de uma população de estudantes conforme suas especializações, etc.

1.5.3 Amostragem Sistemática


A amostragem sistemática é utilizada quando os elementos da população já
se encontram ordenados. São exemplos os prontuários dos pacientes de um
médico, os prédios de uma rua, os elementos de uma linha de produção, etc.
Assim, a seleção dos elementos que irão compor a amostra pode ser feita a-
través de um sistema definido pelo pesquisador (CRESPO, 2002). Neste caso
os membros da população que participam da amostra são determinados a
partir de intervalos fixos, e não há a utilização de tabelas de números aleató-
rios. É um processo de amostragem mais preciso que a aleatória simples e
tão preciso quanto à amostragem estratificada.
EX.: Em uma linha de produção industrial de torneiras, podemos tirar a cada
dez torneiras produzidas, uma (a sexta por exemplo) para análise de qualida-
de(chama-se “controle de qualidade”). A principal vantagem da amostragem
sistemática está na grande facilidade na determinação dos elementos da a-
mostra.
É mais fácil obter uma amostra sistemática do que obter uma amostra aleató-
ria. Por exemplo, se um gerente de vendas quer obter uma amostra dos clien-
tes cadastrados em sua empresa, e se as fichas desses clientes estiverem
organizadas por ordem alfabética, o gerente obterá uma amostra sistemática
se sortear uma das primeiras cinco fichas e, a partir dessa, escolher a quinta
de cada cinco fichas. Nesse caso, o tamanho da amostra será igual a 1/5 do
tamanho da população (VIEIRA, 209).

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ESTATÍSTICA

Suponhamos uma rua com 900 prédios, dos quais desejamos obter uma a-
mostra formada por 50 prédios para uma pesquisa de opinião. Podemos, nes-

te caso, usar o seguinte procedimento: como = 18, escolhemos por sor-

teio casual um número de 1 a 18 (inclusive), o qual indicaria o primeiro ele-


mento sorteado para a amostra. Os demais elementos seriam periodicamente
considerados de 18 em 18. Desta forma, suponhamos que o número sorteado
fosse o 4, tomaríamos, pelo lado direito da rua, o 4º prédio, e assim, 4 + 18 =
22; 22 + 18 = 40; 40 + 18 = 58, e assim sucessivamente, até voltarmos ao i-
nício da rua pelo lado esquerdo (CRESPO, 2002).
Nossa amostra seriam os prédios: 4º, 22º, 40º, 58º, etc.

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ESTATÍSTICA

ATIVIDADES
1. O que é Estatística?

2. O que faz a Estatística?

3. O que é Estatística Descritiva?

4. Quais são as etapas da Estatística Descritiva?

5. O que é Estatística Indutiva?

6. Explique o que é coletar dados.

7. Para que serve a crítica dos dados?

8. O que é apurar dados?

9. Como podem ser apresentados ou expostos os dados?

10. O método estatístico tem como um de seus fins:

11. Estudar os fenômenos estatísticos.

12. Estudar qualidades concretas dos indivíduos que forma grupos.

13. Determinar qualidades abstratas dos indivíduos que formam grupos.

14. Determinar qualidades abstratas de grupos de indivíduos.

15. Estudar fenômenos numéricos.

16. O que é uma pesquisa estatística?

17. Dê uma definição para população?

18. Quais são os tipos de população? Explique cada um deles.

19. O que é indivíduo?

20. O que é Amostra?

21. Quais são os tipos de Amostras? Explique cada um deles.

22. Qual a diferença entre população e amostra?

28
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ESTATÍSTICA

23. Qual a principal característica que deve apresentar uma amostra?

24. É dada uma população constituída pelas 12 primeiras letras do alfabeto. Ex-
plique o que você faria para obter uma amostra sistemática de três elemen-
tos.

25. Pretende-se obter uma amostra dos alunos do Centro Universitário de Cara-
tinga para estimar a proporção que tem trabalho remunerado.

26. Qual a população em estudo?

27. Qual o parâmetro que se quer estimar?

28. Obteríamos uma boa amostra dos alunos no Restaurante Universitário?

29. No ponto de ônibus mais próximo?

30. Nas portas das salas de aula?

31. Você tem outra alternativa melhor para obter uma boa amostra?

32. Pesquisa: Peso dos colegas de sua turma na escola, incluindo você.

Amostra – correspondente a 30% da população.


Sugestão: use a relação de alunos matriculados do portal e a tabela de
números aleatórios(escolha linha ou coluna e arbitre a forma de ler:
esquerda para a direita, de cima para baixo, etc.)

33. O que é parâmetro?

34. O que é estimador?

35. Quais os processos estatísticos de abordagem para o estudo de um fenôme-


no coletivo?

36. Em uma escola existem 250 alunos, sendo 35 na 1ª série, 32 na 2ª, 30 na 3ª,
28 na 4ª, 35 na 5ª, 32 na 6ª, 31 na 7ª e 27 na 8ª (CRESPO, 2002). Obtenha
uma amostra de 40 alunos e preencha o quadro a seguir.

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ESTATÍSTICA

Solução: Como, neste caso foi dado o número de elementos da amostra, de-
vemos, então, calcular o número de elementos de cada estrato proporcional-
mente ao número de elementos da amostra. Assim, para a 1ª série, temos:

250 40 a. 250x = 35 . 40  250x = 1400

35 x b. x =  x = 5,6  x = 6

Cálculo
Séries População Proporcio- Amostra
nal
1ª 35 5,6 6
2ª ................ ............... ................
3ª ................ ................ ................
4ª ................ ................ ................
5ª ................ ............... ................
6ª ................ ............... ................
7ª 31 4,96 5
8ª ................ ............... .................
Total 250 ___ 40

37. Uma determinada cidade apresenta o quadro relativo às suas escolas de en-
sino médio:

Nº de Estudantes
Escola
Masculino Feminino
A 80 95
B 102 120
C 110 92
D 134 228
E 150 130
F 300 290
Total 876 955

Obtenha uma amostra proporcional estratificada de 120 alunos

30
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ESTATÍSTICA

38. O que é Censo?

39. Quais as propriedades principais do Censo.

40. O que é Estimação?

41. Quais as propriedades principais da Estimação.

42. Para você o que são dados Brutos? Dê um Exemplo.

43. Para você o é um Rol? Dê um exemplo.

44. Construa o rol dos dados brutos abaixo (SILVA, 1999):

a) A: 2, 4, 12, 7, 8, 15, 20, 21.


b) B: 3, 8, 5, 12, 14, 13, 12, 18.
c) C: 12,2; 13,9; 14,7; 21,8; 12,2; 14,7.
d) D: 8, 7, 8, 7, 8, 7, 9.

45. O que é método?

46. O que é método Estatístico?

47. O que é método Experimental?

48. Quais são as fases do método estatístico?

49. Das fases listadas na questão anterior, para você, qual delas é a mais impor-
tante?

50. Classifique a coleta de dados.

51. O que são fontes primárias?

52. O que são fontes secundárias?

53. Para um trabalho seguro, qual a fonte nos é aconselhável usar? Por quê?

54. Classifique e explique a crítica de dados.

55. A apresentação de dados pode ser feita de que formas?

56. O que é uma variável?

31
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ESTATÍSTICA

57. Classifique as variáveis.

58. Classifique as variáveis abaixo em quantitativas ou qualitativas:


a) Número de livros em uma estante de biblioteca.
b) Freqüência cardíaca.
c) Diâmetro de artéria.
d) Raça
e) QI (Quociente de inteligência).
f) Diâmetro de esferas.
g) Número de casas de uma cidade sem rede de esgoto.
h) Classificação de um paciente quanto ao estagio de uma determinada do-
ença.
i) Nota em uma prova de Estatística
j) Classificação em um concurso
59. Classifique cada uma das variáveis abaixo em qualitativa (nominal / ordinal)
ou quantitativa(discreta / contínua):
a) Turma a que o aluno foi alocado (A ou B);
b) Intenção de voto para presidente (possíveis respostas são os nomes dos
candidatos, além de não sei).
c) Perda de peso de maratonistas na Corrida de São Silvestre, em quilos.
d) Tolerância ao cigarro (indiferente, incomoda pouco, incomoda muito)
e) Grau de satisfação da população brasileira com relação ao trabalho de
seu presidente (valores de 0 a 5, com 0 indicando totalmente insatisfeito e
5 totalmente satisfeito).
f) Tolerância ao cigarro (indiferente, incomoda pouco, incomoda muito).
g) Intensidade da perda de peso de maratonistas na Corrida de São Silves-
tre (leve, moderada, forte).
h) Ocorrência de hipertensão pré-natal em grávidas com mais de 35 anos
(sim ou não são possíveis respostas para esta variável).

60. Classifique as variáveis em qualitativas ou quantitativas (Contínuas ou des-


contínuas) (CRESPO, 2002).
a) Universo: alunos de uma escola

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Variável: cor dos cabelos
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b) Universo: casais residentes em uma cidade.


Variável: número de filhos
c) Universo: as jogadas de um dado.
Variável: o ponto obtido em cada jogada
d) Universo: peças produzidas por certa máquina.
Variável: número de peças produzidas por hora
e) Universo: peças produzidas por certa máquina.
Variável: diâmetro externo.

61. Diga quais as variáveis abaixo são discretas e quais são contínuas (CRESPO,
2002):

a) População: alunos de uma cidade


Variável: cor dos olhos
b) P: estação meteorológica de uma cidade
V: precipitação pluviométrica durante um ano
c) P: Bolsa de Valores de São Paulo
V: número de ações negociadas
d) P: funcionários de uma empresa
V: salários
e) P: pregos produzidos por uma máquina
V: comprimento
f) P: casais residentes em uma cidade
V: sexo dos filhos
g) P: propriedades agrícolas
V: produção de algodão
h) P: segmentos de reta
V: comprimento
i) P: bibliotecas da cidade de São Paulo
V: número de volumes
j) P: aparelhos produzidos em uma linha de montagem
V: número de defeitos por unidade
k) P: indústrias de uma cidade
V: índice de liquidez

33
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ESTATÍSTICA

62. Quais são as técnicas de amostragem?

63. O que é uma amostragem aleatória simples?

64. O que é uma amostragem proporcional estratificada?

65. O que é uma amostragem sistemática?

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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22. VIEIRA, Sonia. Elementos de Estatística. 4 .ed. São Paulo: Atlas: 2009.
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