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Caderno - Metodologia do ensino jurídico 

Prof. José Eduardo Faria 


 
Aula 1 - 15/08/2018  
 
Apresentação do curso 
 
 
Aula 2 - 22/08/2018  
 
Não compareci 
 
 
Aula 3 - 29/08/2018 
 
1. Sistema legal: 
a. Composto de: 
i. Elementos estruturais 
ii. Elementos processuais 
iii. Cultura jurídica 
2. Sistema legal x estrutura social/econômica 
a. O  aumento  quantitativo  dos  litígios  é  correlacionado  com  uma  mudança 
qualitativa nos perfis deles (crise econômica e social) 
b. Exemplo de Moçambique 
3. Tipos ideais:​​ acoplamento do direito com a sociedade 
 
direito/sociedade  estável  em mudança 

estável  a  b 

em mudança  c  d 
 
a. Não factível em termos históricos 
i. Condição epistemológica para a tipologia 
b. Situação mais comum 
i. A sociedade muda naturalmente e o direito controla a mudança 
ii. Contratualismo, pluralismo, institucionalismo 
c. Ocorreu nos anos 1960 
i. Law and development 
1. Problemas: 
a. Fortemente  atrelado  a  uma  visão  autoritária  de  governo 
(ditaduras latino-americanas, revolução islâmica) 
ii.Ação  ativa  do  Estado  por  meio  da  substituição  de  importações  e  agenda 
macroeconômica 
iii. Direito público como instrumento para o planejamento econômico 
iv. Constituição dirigente 
d. As mudanças do direito e da sociedade são sincrônicas ou diacrônicas 
4. Tipos de sociedade: 
a. Sociedade de média complexidade: 
i. Estabilidade 
ii. Continuidade 
iii. Padronização 
iv. Universalidade 
v. Estado territorial 
vi. Sistema jurídico fechado 
b. Sociedade de alta complexidade:  
i. Mudança 
ii. Inovação 
iii. Flexibilização 
iv. Diferença 
v. Fluxos 
vi. Sistema jurídico aberto 
5. Problema de acoplamento entre estrutura social e estruturas jurídicas 
a. Mudanças nos esquemas cognitivos em sociedades de alta complexidade 
i. Como a ordem jurídica pode lidar com o estável e o indeterminado? 
1. Institucionalização do direito 
a. Habitualização:  ​desenvolvimento  de  comportamentos 
padronizados  por  meio  de  interações  regulares  e 
recorrentes a partir de valores comuns 
b. Objetivação:  ​generalização  desses  valores  e 
entendimentos, estabilização de um consenso em torno de 
uma  pauta  ética  e  de  “normalidade”  por  parte  da 
sociedade; consenso cognitivo e normativo 
c. Sedimentação:  ​solidificação  e  penetração  das  estruturas 
sociais;  as  instituições  ganham  a  característica  de 
exterioridade 
2. Desinstitucionalização do direito: 
a. Pressões  políticas:  ​questionam  a  legitimidade  das 
instituições 
b. Pressões  funcionais:  ​tensões  econômicas  e  crises  de 
governabilidade 
c. Pressões  sociais:  ​diferenciação  funcional  compromete 
consensos normativo e cognitivo 
6. Regras v. princípios: 
a. Regras: ​textura fechada 
b. Princípios: ​textura aberta 
i. Racionalidade material 
ii. Justiça substantiva 
iii. Estabilização de expectativas na incerteza 
iv. Função normativa: ​atribuir significado aos textos legais 
v. Problemas:  
1. Sobrecarga quantitativa: ​explosão de litigiosidade 
2. Sobrecarga  qualitativa:  ​interpretação  de  muitos  princípios 
(criação do direito) 
3. Sobrecarga  sistêmica:  ​perigo  de  abertura  excessiva  do  sistema 
jurídico 
4. Sobrecarga  institucional:  ​lidar  com  problemas  que  podem  ser 
solucionados  de  forma  realmente  satisfatória  apenas  pelo 
Executivo 
7. Arcaísmo institucional dos tribunais 
a. Ver trabalho do prof. Lawrence Friedman 
b. 98% dos juízes são contra o controle externo do CNJ 
c. Ver pesquisa ​“Corpo e alma da magistratura brasileira”  
d. Deslocamento dos aspirantes a magistrados determinado por níveis de formação 
8. Periferia: ​zonas de maior sensibilidade e contato com outros sistemas funcionais 
a. Filtra,  sensibiliza  e estabelece as premissas para funcionamento do núcleo central, 
amortecendo as questões levadas ao tribunal 
9. Trilema regulatório:  
a. Como decidir quando as normas não permitem decisões unívocas? 
b. Sem  filtragem,  conflitos  entram  nos  tribunais  com  carga explosiva, pressionando 
o juiz a decidir politicamente 
c. A  politização  leva  o Judiciário a se chocar com os demais poderes, adotando uma 
postura defensiva e gerando tensões 
10. Projetos de reforma do Banco Mundial: 
a. 1a  geração  (FHC):  ​reformas  estruturais  e  conjunto  de  medidas  com  forte  viés 
fiscal (enfoque macroeconômico) 
b. 2a  geração  (Lula  1):  ​reformas  legais  -  governança  com  segurança  jurídica 
(enfoque microeconômico) 
c. 3a geração: ​projetos de desenvolvimento compreensivos 
11. Reformas do Judiciário propostas pelo BM, BID e AID: 
a. Infraestrutura administrativa e tecnológica 
i. Melhoria das técnicas de investigação dos delitos 
ii. Criação de “conselhos superiores” 
iii. Treinamento de juízes e funcionários 
iv. Acesso  à  Justiça:  ​defensoria  pública,  centros  de  mediação,  conciliação 
extrajudicial 
b. Reformas de 2a geração: ​desjuridificação 
i. Deslegalização (ex: despenalização) 
ii. Desformalização da justiça (ex: justiça restaurativa) 
iii. Desjudicialização (ex: arbitragem, mediação) 
12. Neoinstitucionalismo: ​teorias econômicas dominantes 
a. Diretrizes: 
i. Proteção efetiva do direito de propriedade 
ii. Redução dos custos de transação 
iii. Descongestionamento dos tribunais 
iv. Valorização dos precedentes 
v. Eliminação do ativismo constitucional 
vi. Fortalecimento do sistema penal 
vii. Proteção dos “direitos de liberdade” 
b. Pressupostos: 
i. Instituições são regras do jogo 
ii. Estas regras geram incentivos 
iii. Desenvolvimento  depende  de  instituições  que  estimulam  investimento  e 
eficiência 
iv. Instituições  de  boa  qualidade  incentivam  um  “ambiente  saudável  de 
negócios” 
v. A ordem jurídica integra o cálculo dos custos de transação 
  
 
Aula 4 - 05/09/2018 
 
1. Modelo de sistema legal: 
a. Sistema legal: ​filtros/mediação 
i. Elementos estruturais: ​instituições 
ii. Elementos  processuais:  ​processo  civil,  processo  penal,  juízes, 
advogados, promotores 
iii. Cultura legal: ​percepção corporativa do direito 
2. Juristas v. economistas: 
a. Juristas: ​ética dos princípios e regras definidas ​a priori 
i. Acusam  os  economistas  de  descartar  a  representatividade  de  um 
pluralismo social conflitivo, filtrado e legitimado pela regra da maioria 
ii. Acusam  os  economistas  de  subordinar  a  gestão  econômica  a  uma  lógica 
própria abstrata e pretensamente racional, e não a uma vontade política 
iii. Acusam  os  economistas  de encarar as premissas da ação e as regras como 
instrumento 
b. Economistas: ​ética de resultados e ênfase nos meios 
i. Acusam o formalismo jurídico de irracionalidade decisória 
ii.Acusam  os  juristas  de  valorização  excessiva  dos  princípios,  com 
instabilidade de resultados 
3. Relação entre direito e poder: ​duas faces da mesma moeda 
a. Só o poder pode criar o direito 
b. Só o direito pode limitar o poder 
c. Estado  despótico  é  o  tipo  ideal  de  Estado  de  quem  se  coloca  do  ponto  de  vista 
do poder 
d. Estado  democrático é o tipo ideal de Estado de quem se coloca do ponto de vista 
do direito 
 
 
  legitimidade a priori  legitimidade a posteriori 

poder  legalidade/legitimidade/eficácia  efetividade/legalidade/legitimidade 

direito  vigência/eficácia  eficácia/vigência 

 
 
4. Agenda brasileira: 
a. Anos 1940: ​capitalismo tardio 
i. Eugênio Gudin v. Roberto Simonsen 
b. Anos 1950/1960: ​modernização e dependência 
i. Sociedade agrária v. sociedade industrial 
ii. Conflitos sindicais e reformas de base 
c. Anos 1980: ​transição democrática 
i. Governabilidade v. inflação 
ii. Legitimidade v. reconstitucionalização 
d. Anos 1990: ​globalização econômica 
i. Reformas macroeconômicas 
ii. Inclusão v. exclusão social 
e. Anos 2000: ​crise econômica v. crescimento 
i. Reformas microeconômicas 
ii. Protecionismo e BNDES 
5. Toda ​a legislação infraconstitucional é altamente influenciada pelos períodos ditatoriais: 
a. 1930-1945: ​desenvolvimentismo 
i. Código Penal 
ii. Código de Processo Civil 
iii. Lei das S/A 
iv. Lei de Concordatas e Falências 
v. Consolidação das Leis do Trabalho 
vi. Direito administrativo 
b. 1964-1988: ​desenvolvimentismo 
i. Código Tributário Nacional 
ii. Direito financeiro 
iii. Novo Código de Processo Civil 
iv. Nova Lei das S/A 
v. Direito urbanístico 
6. Características dos tipos de capitalismo 
 
tipo de capitalismo  clássico  tardio 

força motriz  empresário  Estado 

processo  inovação tecnológica  reserva/assimetria 

mercado  aberto  fechado 

objetivo principal  lucro  desenvolvimento e segurança 

direito  privado  público 


 
a. Consequências do capitalismo tardio: 
i. Urbanização 
ii. Migração 
iii. Mudanças geo-ocupacionais 
iv. Choques culturais 
v. Crise fiscal 
vi. Conflitos originais 
7. Fatores extra-legais: ​costume, cultura empresarial, arbitragem, tráfico de influências etc 
8. Evolução da população urbana (1940-1980): 
a. Troca da identidade geo-ocupacional 
b. Geração de problemas sociais 
c. Taxa  de  separações  e  divórcios  em  relação  a  casamentos/famílias  chefiadas  por 
mulheres 
d. Novas formas de conflitos 
e. Aumento do eleitorado brasileiro 
f. Aumento populacional 
9. Consequências da Era Vargas: 
a. Economia  fechou-se  para  dentro,  fechando-se  aos  fluxos  do  comércio 
internacional 
i. Reservas de mercado 
b. Intervencionismo estatal promoveu transferência de recursos escassos 
i. Concentração de renda e direitos adquiridos 
c. Alto grau de endividamento externo 
i. Dívida pública e crise fiscal 
d. Não  forjou  sistema  relativo  de  preços por conta dos monopólios e politização na 
fixação de preços, salários e tarifas 
i. Expansão do corporativismo e dos “anéis burocráticos” (FHC) 
e. Derrocada do crescimento do PIB 
f. Problemas  sociais:  ​descasamento  entre  as  taxas  de  natalidade  e  de  crescimento 
econômico 
i. Diminuição do emprego formal 
ii. Aumento das taxas de homicídio (principalmente juvenil) 
iii. Aumento das taxas de encarceramento 
10. 2o  PND  (Geisel):  ​maximização  de  tudo  o  que  os  generais  viram  como  positivo  na 
política econômica varguista 
a. Objetivos: 
i. Deslocar o eixo do modelo: ​do setor automotivo ao petroquímico 
ii. Desenvolver setor de bens de capital e equipamentos pesados 
iii. Antecipar investimentos em infraestrutura (1975-2000) 
iv. Substituir os setores beneficiados por incentivos fiscais 
v. Descongestionar o setor industrial do sudeste para o nordeste 
vi. Fonte  de  financiamento:  ​conjugar  endividamento  externo  com 
empenho das exportações futuras 
vii. Problema do PND: ​crise do petróleo 
viii. Consequências: 
1. Manteve a matriz energética e subestimou o choque do petróleo 
2. Imobilizou capital intensivo em projetos superdimensionados 
3. Término de grandes obras gera ociosidade e desemprego 
4. Inchaço da região metropolitana 
5. Crise fiscal 
6. Expansão dos “anéis burocráticos”  
11. Questões de alcance e eficácia jurídica: 
a. Escassez de consenso 
b. Erosão dos mecanismos de formação de identidades coletivas 
c. Ausência de cultura comum e valores sedimentados 
d. Diferentes graus de penetrabilidade do direito na sociedade 
i. Legisladores oficiais v. legisladores oficiosos 
ii. Normas positivas v. normas privadas 
iii. Vários graus de poder 
 
 
Aula 5 - 12/09/2018 
 
1. Partido sem legitimidade e pautas v. movimentos sociais 
2. Recomendação: ​G. K. Chesterton 
a. FHC v. Fábio Comparato 
b. Discussões sobre governabilidade (Estadão) 
i. “Os enlameados e a bandeira ética” (José Arthur Gianotti, entrevista) 
1. Governar é ​“cruzar a zona cinzenta da moralidade” 
2. Política  e  competição,  há  de  se criar um espaço de tolerância para 
certas falhas 
3. Simon  Schwartzman:  ​se  política  e  direito  são  superestrutura,  por  que  a  burguesia 
paulista  não  obteve  sucesso  em  suas  tentativas  de  implantação  de  um  capitalismo 
moderno? 
a. Revolução de 1930 
b. Derrota em 1932 
c. Golpe de 1964 
d. Estado  patrimonialista  +  elites  regionais  oriundas  de  setores  deprimidos  da 
economia 
e. Estar  no  poder  no  Brasil  não  significa  apenas controle de recursos (meio), sendo 
um fim em si mesmo 
i. Em suas memórias, Vargas diagnostica o mesmo problema 
4. Premissas  varguistas:  ​os  estados  economicamente  fortes  (sul/sudeste)  deverão  ser 
politicamente  fracos,  e  os estados economicamente fracos (norte/nordeste/centro-oeste) 
deverão ser politicamente fortes 
a. Empresariado  paulista  contra  a  redistribuição  de  renda  e  impede  projetos  de 
desenvolvimento em outras regiões 
b. Adotadas durante a ditadura militar 
i. Também por Ciro Gomes 
c. Werneck Viana: ​São Paulo é moderna e a política brasileira é pré-moderna 
5. Estados menos desenvolvidos: ​coronelato + patrimonialismo 
a. “Coronelismo, enxada e voto” (​ Victor Nunes Leal) 
b. Nos estados mais desenvolvidos, há demagogia e populismo 
i. Simplificação do processo político 
6. Democracia representativa: ​inspirada na Constituição Americana de 1787 
a. Princípios: 
i. Cada cidadão, um voto 
ii. Regra da maioria 
b. Legislativo  bicameral:  ​uma  casa  para  representar  os  eleitores,  outra  para 
representar os estados 
7. Ideologia liberal paulista: ​centralização é secessão, descentralização é união 
a. Sentimento anti-varguista (contra uma modernização autoritária) 
b. Getúlio Vargas: ​paulistas querem retroceder a uma república oligárquica 
8. Quanto maior a urbanização e a divisão social do trabalho, maior a autonomia do eleitor 
9. 1970: ​Copa do Mundo, altíssimas taxas de crescimento e inclusão social 
10. 1974: ​vitória esmagadora da ARENA (apenas dois senadores do MDB) 
a. A situação política começa a desandar 
i. II PND 
ii. Crise do petróleo 
iii. Taxas de mortalidade e natalidade 
11. 1978: ​o cenário se inverte a favor do MDB 
a. Senadores  obscuros  eleitos  pelo  MDB,  porque  todos  acharam  que  iriam  perder 
(ex: Orestes Quércia, Itamar Franco) 
b. Regras eleitorais impostas apropriadas pela oposição 
c. Pacote de Abril (Geisel e Golbery): 
i. Senadores biônicos 
ii. Cidade-estado  da Guanabara (cidade do RJ) vira Rio de Janeiro e se funde 
com o interior do estado 
iii. Divisão  entre  Mato  Grosso,  Mato  Grosso  do  Sul  e  Mato  Grosso  do 
Norte 
iv. “Grotões podres” 
12. Tancredo Neves fez alianças com os estados menos desenvolvidos levantando a premissa 
varguista 
a. Aumento dos senadores destas regiões 
b. Câmara: ​piso de oito deputados e teto de setenta 
c. Distorções na representação política 
d. Campanhas  políticas  mais  baratas  e  mais  efetivas  nos  estados  menos 
desenvolvidos 
13. Processo legislativo: 
a. Ordinário:  
i. PECs 
ii. PLs 
b. Extraordinário: ​medidas provisórias 
14. Utilização dos ministérios como moeda de troca 
a. Desde Figueiredo, aumento de 16 para 37 ministérios no governo Lula 
15. “Presidencialismo de coalizão” (Sérgio Abranches) 
a. Consequências:  
i. Executivo se torna poder sem objetivos e sem metas 
 
 
Aula 6 - 19/09/2018 
 
1. Modelo: ​sociedade como um grande sistema 
a. Subsistemas diferenciados: 
i. Política (representatividade) 
ii. Economia (eficiência) 
iii. Social (coesão social) 
iv. Cultura  
1. Funções: 
a. Neutralizar o excesso de interpretações 
b. Estabilização de expectativas 
b. Cada subsistema possui uma certa autonomia 
c. Capacidade  de  neutralizar  os  próprios  conflitos  em  seu  interior  (em  situações 
normais) 
d. Crise muito profunda pode se espalhar para outros sistemas 
e. PSDB = ​crise de hegemonia (ausência de valores dominantes) 
f. PT = ​crise da racionalidade decisória = ruptura da matriz organizacional 
2. Modelo de classificação de risco: 
a. Grau de investimento 
b. Grau especulativo 
3. Custos da inflação: ​radicalização política 
4. Planos de estabilização (1979-1991) 
5. Legitimidade v. governabilidade 
 
 
Aula 7 - 26/09/2018 
 
1. Direito como ferramenta de neutralização dos conflitos 
a. Diminuição da complexidade social 
b. Neutralização dos riscos de contingência 
c. Redução da tendência entrópica da sociedade 
​ u  poder, litígios por recursos 
2. Conflitos:  ​choques  por  expectativas,  contendas  por  ​status  o
escassos 
a. Objetivo de neutralização de adversários 
b. Durkheim/Parsons:  ​dependendo  da  recorrência,  pode  ser o sintoma de alguma 
patologia que pode levar à anomia social 
c. Marx/Hegel:  ​formas  de  interação  que  têm  potencial  revitalizante  para  as 
estruturas sociais 
3. Sociedades fechadas: ​o conflito é sempre reprimido 
a. Relações amigo-inimigo (polaridade) 
4. Sociedade aberta: ​tensões institucionalizadas em espaços definidos 
a. Neutralização dos conflitos pela via processual 
b. Litígios sociais -> ações judiciais 
i. Atomização dos conflitos sociais 
ii. CPC de 1940 e 1973 (ditadura) 
iii. Ainda assim, houve um aumento geral da conflituosidade social 
c. Reforma v. revolução 
5. No  Brasil,  os  juízes  adotam  uma  lógica  de  soma  zero  (caráter  adjudicatório),  sem  se 
preocupar com a efetividade das decisões 
a. Em nossas análises, muitas vezes não damos atenção à periferia do sistema (teoria 
dos sistemas) 
b. Grande intensidade de aumento dos conflitos 
c. O formalismo do Judiciário impede que ele enfrente adequadamente a “armadilha 
dos ativistas” 
i. Mobilização  dos  movimentos  sociais  pela  democratização  do  acesso  à 
justiça 
ii. Unidade de pautas nos movimentos sociais 
iii. Emprego do litígio estratégico 
iv. Novo CPC (2015) 
v. Pânico da magistratura 
vi. Surgimento dos juízes alternativos/juízes pela democracia 
vii. Desformalização do processo (Grinover, Scarance Magalhães) 
viii. Fortalecimento da primeira instância 
ix. Novos tribunais (descentralização) 
x. Conflito geracional 
xi. Razão prática v. razão técnica 
xii. Alargamento da jurisprudência e das formas de interpretação 
6. Evolução dos conflitos judiciais coletivos:  
a. Anos 1980/1990: ​litígios coletivos 
i. Ativismo judicial/mobilização 
b. Anos 1990/2000: ​litígio estratégico 
i. Ordens de execução complexas 
c. Anos 2000/2010: ​litígio estrutural 
i. Estado de coisas inconstitucional 
ii. Remédios estruturais 
7. Litígio estratégico: 
a. Tribunais organizados para lidar com conflitos interindividuais 
b. Processos organizados em termos bilaterais 
c. Há conflitos plurilaterais que não se resolvem individualmente 
d. Justiça distributiva é coletiva por definição 
e. Movimentos sociais divulgam precedentes progressistas 
f. Técnicas de dispersão de conflitos: 
i. Atomização 
ii. Trivialização 
iii. Repressão  
iv. Exclusão 
g. Técnicas de polarização de conflitos: 
i. Aglutinação 
ii. Polarização 
iii. Resistência 
iv. Inclusão 
h. Cartilhas da GAJOP/AJUP 
8. Tipos de assessoria jurídica popular: 
a. Tradicional: 
i. Atendimento individual 
ii. Atendimento paternal 
iii. Advocacia burocrática 
iv. Demandas clássicas 
v. Mistério 
vi. Exegese 
vii. Ética utilitária 
b. Inovadora: 
i. Atendimento coletivo 
ii. Conscientizadora 
iii. Advocacia engajada 
iv. Desencantamento 
v. Demandas com impacto social 
vi. Guerrilha jurídica 
vii. Ética comunitária 
 
 
Aula 8 - 03/10/2018 
 
1. Convergência dos institutos jurídicos da ​common law e​ da ​civil law 
2. Harmonização internacional dos institutos jurídicos 
a. Atuação dos organismos multilaterais 
3. Integração dos institutos jurídicos nacionais 
4. Ciências sociais: 
a. Velho paradigma: 
i. Crescimento econômico 
ii. Distribuição de renda 
iii. Constituição dirigente 
iv. Políticas públicas 
v. Pleno emprego 
vi. Justiça distributiva 
b. Novo paradigma: 
i. Interconexão financeira 
ii. Estabilização monetária 
iii. Deslegalização e flexibilização 
iv. Auto-regulação 
v. Privatizações e terceiro setor 
vi. Pluralismo decisório 
c. Problemas: 
i. Arcabouço institucional do comércio internacional 
ii. Reestruturação do FMI, BID e GATT 
iii. Regulação multilateral e acordos bilaterais 
iv. Reforma  trabalhista  para  maior produtividade e market share no mercado 
global 
5. Riscos inerentes aos mercados globalizados: 
a. Riscos financeiros 
b. Riscos cibernéticos 
c. Riscos tecnológicos 
d. Pirateamento 
e. Danos à reputação e/ou à marca 
f. Alterações regulatórias e legislativas 
6. Três tipos de capitalismo (Claus Offe): 
a. Capitalismo organizado 
i. Eixo automotriz 
ii. Produção seriada 
iii. Trabalho fabril 
iv. Petróleo  
v. Obrigações típicas 
vi. Direito do consumidor 
vii. Direito do trabalho 
b. Capitalismo desorganizado 
i. Ciência de ponta 
ii. Eixo universitário 
iii. Novas técnicas de produção 
iv. Serviços 
v. Obrigações atípicas 
vi. Direito do autor/propiedade intelectual 
vii. Contratos relacionais 
c. Capitalismo reorganizado 
i. Saber especializado 
ii. Eixo eletroeletrônico 
iii. Produção flexível 
iv. Direito da regulação 
v. Direito das fusões e incorporações 
vi. Direito antitruste 
7. Paradigma informacional: 
a. Informação como matéria prima 
b. Redes globalmente conectadas 
c. Flexibilização e adaptação como valores centrais 
d. Convergência de tecnologias específicas em sistemas integrados 
e. Criatividade  e  capacidade  de  inovação  passam  a  ser  vistos  como  ativos 
empresariais 
f. Interconexão de empresas sob a forma de redes e cadeias produtivas 
g. Poder  de  penetração  das novas tecnologias da informação e comunicação na vida 
social 
h. Novos padrões culturais 
8. Sociedade informacional: 
a. Complexidade crescente 
b. Autonomização das esferas sociais 
c. Sistemas têm lógica própria 
d. Sistemas mantêm relação de interdependência 
e. Nenhum sistema tem, isoladamente, força para alterar o contexto 
f. Revoluções: 
i. Tecnológica: ​aceleração do tempo 
ii. Econômica: ​autonomia do capital face ao poder político 
iii. Sociológica: ​desestruturação do mundo do trabalho 
iv. Política: ​erosão da soberania do Estado-nação 
v. Cultural: ​reconfiguração dos horizontes da vida 
9. Paradigmas: 
a. Velho: ​coordenação via Estado 
i. Direção centralizada 
ii. Direção hierárquica 
iii. Direção política 
iv. Debate público 
v. Representação parlamentar 
vi. Legitimidade procedimental deliberativa 
b. Novo: ​coordenação via mercado 
i. Direção descentralizada 
ii. Direção horizontal 
iii. Direção técnica 
iv. Debate privado 
v. Sistema de peritos 
vi. Legitimação pelo resultado 
vii. Competitividade 
 
Aula 9 - 10/10/2018 
 
Não compareci 
 
 
Aula 10 - 17/10/2018 
 
1. Relações de emprego:  
a. Racionalização:  ​fechamento  de  fábricas  e  desemprego  de  trabalhadores 
sindicalizados 
b. Mercantilização:  ​fechamento  de  postos  de  trabalho  nas  empresas,  atingindo 
trabalhadores de classe média e com carteira assinada 
c. Globalização:  ​relocalização  industrial  com  transferência  de  empregos,  deixando 
os trabalhadores vulneráveis 
d. Centralização  do  controle  nas  instituições  financeiras  e  descentralização  da 
produção 
e. Financeirização do capital e das decisões de investimento 
f. Caso do ABC paulista 
g. Transferência  de  empregos  de  qualidade  em  democracias  europeias/americanas 
para empregos de má qualidade em ditaduras asiáticas 
h. Informatização e robotização das linhas de produção 
2. Estado Schumpeteriano: ​sociedade informacional 
a. Novas tecnologias de produção -> novas relações econômicas mundiais 
b. Erosão do Estado corporativista 
c. Diminuição do peso da FIESP 
i. Representa executivos, não mais empresários 
d. Tripé: 
i. Privatização 
ii. Desregulamentação 
iii. Integração econômica 
e. Governança e heterarquia (mercado) 
f. Auto-financiamento previdenciário 
g. Governo (subordinação) v. governança (coordenação) 
h. Equilíbrio orçamentário e responsabilidade fiscal 
3. Sintomas de crise do Estado keynesiano: 
a. Anos 1950: 
i. Inflação prejudica o crescimento 
ii. Crítica da direita 
b. Anos 1960: 
i. Estado excessivamente burocrático 
ii. Crítica das esquerdas 
c. Anos 1970/1980: 
i. Estagflação, desemprego, sobrecarga estatal e crise fiscal 
4. Os bancos passam a interferir no dia a dia das empresas industriais 
5. A  incerteza  jurídica  no  Brasil  dificulta  a  convivência  entre  as  instituições  e  o  mercado 
financeiro 
6. Financeirização dos capitais 
7. Aumento da velocidade da rotação do ciclo de capitais 
8. Sociedade da austeridade: 
a. O  capital  financeiro  globalizado  muda  a  cultura  dos  mercados  e  do  Estado  ao 
definir  o  curto  prazo  como  um  dos  aferidores  de  rentabilidade  e  atratividade  do 
investimento.  Ele  só  se  interessa  por  ganhos  correntes crescentes, protegendo-se 
apenas de riscos imediatos 
b. A  conjugação  entre  visão  de  curto  prazo  e  ortodoxia  fiscal  faz  com  que  as 
decisões  alocativas  fiquem  distantes  da  sociedade,  não  sendo  assim  resultado  de 
escolhas coletivas 
9. O  capital  financeiro  da  sociedade  informacional:  ​a  hegemonia  do  capital  financeiro 
captura  tanto  o  braço  monetário  do  Estado,  levando  a  perder  a  capacidade  de 
planejamento  e  o  horizonte  de  longo  prazo,  quanto  o  capital  industrial,  que  se  dissolve 
numa intrincada rede de serviços industriais 
10. Rotação de capitais: 
a. Poupança 
b. Produção 
c. Atacado 
d. Varejo 
e. Consumidor 
11. Fases do desenvolvimento do capitalismo (Schumpeter): 
a. 1a fase: ​concorrencial 
i. Corte de custos 
ii. Diminuição da margem de rentabilidade 
iii. Destruição criativa (ou se cria ou é destruído) 
iv. Empresário schumpeteriano 
1. Maximização e reorganização dos fatores de produção 
2. Inovação 
3. Prêmio: ​núcleo do monopólio 
a. Quebra de um paradigma produtivo 
b. 2a fase: ​inovadora 
i. Ao longo do tempo, ocorre uma socialização da tecnologia inovadora 
ii. Ondas circulares 
iii. Não existe inovação sem ambiente competitivo 
c. Destruição  criativa:  ​empresário  ->  inovação  ->  difusão  da  inovação  -> 
exaustão e crise -> reinício do processo 
d. Schumpeter fala de ondas longas, que duram mais de cem anos 
i. Aceleração das ondas 
 
 
Aula 11 - 24/10/2018 
 
1. Schumpeter: ​fases do capitalismo (concorrencial e inovadora) 
2. Decisões econômicas tomadas mais rapidamente 
3. Fusões e incorporações de empresas 
4. Globalização 
a. Política: 
i. Organismos multilaterais 
ii. Tríade militar 
iii. Movimentos sociais 
iv. Estado-nação 
b. Social: 
i. Trabalho e inclusão 
ii. Pressões migratórias 
iii. Meio ambiente 
iv. Fronteiras 
c. Economia:  
i. Padronização do consumo 
ii. Produção e comércio 
iii. Desenvolvimento tecnológico 
iv. Sistema financeiro 
d. Cultura:  
i. Comunicação online 
ii. Identidades locais 
iii. Cyber comunidades 
iv. Transnacionalização da linguagem, valores e símbolos 
e. Uniformização dos padrões de consumo 
f. Acirramento das disputas comerciais 
g. Concentração do poder econômico 
h. Monetarização das esferas da vida 
i. Competitividade internacional: 
i. Flexibilidade e inovação com base na economia do conhecimento 
ii. Capacidade de mudança rápida de processos inovadores 
iii. Regulação de sistemas de divisas e créditos internacionais 
iv. Promoção de transferência de tecnologia 
v. Gestão de litígios comerciais 
j. Relocalização/vantagens comparativas: 
i. Menos encargos sociais 
ii. Mão-de-obra mais barata 
iii. Sindicalismo dócil 
iv. Benefícios fiscais compensatórios 
v. Crédito favorecido 
vi. Preços de terrenos mais baixos 
vii. Menores gastos com infraestrutura 
viii. Baixa densidade jurídica 
ix. Menos ativismo judicial 
x. Exemplo das fábricas do ABC 
 
 
 
  política  economia 

democracia  conquista civilizatória  custos jurídicos 

ditadura  não há direitos sociais  não há custos jurídicos 


 
5. OMC: ​salvaguardas trabalhistas 
a. Cláusulas sociais v. dumping social 
b. Objetivos:  
i. Evitar nivelar por baixo 
ii. Assegurar um ​level playing field 
c. Como? 
i. Comércio justo 
ii. Comércio leal 
iii. Comércio socialmente competitivo 
6. Mercadorias: 
a. Como valor de uso 
b. Modo como são produzidas (trabalho incorporado) 
7. Normas trabalhistas: 
a. Direitos básicos: 
i. Direito contra trabalho infantil 
ii. Direito contra a servidão involuntária 
iii. Direito contra a coerção social 
b. Direitos de sobrevivência: 
i. Direito a um salário de subsistência 
ii. Direito à indenização por acidentes 
iii. Direito a uma semana de trabalho limitada 
8. Crise mundial do sindicalismo 
9. Fukuyama: ​o liberalismo venceu 
10. Aumentos de gastos do orçamento com o Judiciário 
11. Uniformização da legislação contábil 
12. Principais barreiras à exportação: 
a. Burocracia 
b. Sistema judiciário 
c. Carga tributária 
d. Mão-de-obra 
e. Imagem institucional do Brasil 
 
 
 
Aula 12 - 31/10/2018 
 
1. Premissas: ​modelo de análise utilizado 
a. Sociedade conflitiva 
b. Tendência entrópica 
i. Papel do Estado 
2. Visão estrutural do Direito: 
a. Racionalidade lógico-legal 
b. Validez formal do direito, vigência 
c. Fontes formais 
d. Hermenêutica 
e. Visão mecânica do Direito 
3. Visão funcional do Direito: 
a. Parte da visão do direito estrutural 
b. Funcionalidade, eficácia do direito 
c. Olhar o direito em movimento 
d. Fontes materiais 
e. Visão interdisciplinar 
f. “Nomogênese do Direito” 
4. Componentes estruturais do Direito: 
a. Violência: 
i. Diversificação  dos  corpos  de  polícia  e  consolidação  do  movimento 
penitenciário 
ii. Transformação da segurança interna em forma de controle social 
b. Burocracia: 
i. Codificação da ciência do direito 
ii. Reflexão teórica em torno da sistematização das normas 
iii. Consolidação do poder Judiciário 
iv. Profissionalização do saber jurídico 
c. Retórica: 
i. Desajustes entre sistemas jurídicos e sistemas sociais 
ii. Regras e princípios 
iii. Dos conflitos interindividuais aos conflitos coletivos 
iv. Diferenciação funcional e fratura dos padrões morais 
5. Sistema normativo: 
a. Tipos de norma: 
 
 
tipo  função  objetivo a priori  objetivo a  sanção 
posteriori 

conduta  controle  proibir e prevenir  reprimir  penal 


organização  direção  promover e  recompensar  penal e premial 
estruturar 

processual  procedimental  prazos e recursos  garantir  nulidade 

programática  calibração  balizar as  estimular/ponderar  simbólica 


expectativas 
 
b. Problemas: 
i. Normas de conduta: 
1. Complexidade 
2. Exaustão dos códigos 
3. Leis especiais (hiperjuridificação) 
ii. Normas de organização: 
1. Crise fiscal 
2. Legitimidade v. governabilidade 
3. Focalização v. deslegalização 
iii. Normas procedimentais: 
1. Custos de transação (reformas judiciais) 
iv. Normas programáticas: 
1. Insegurança jurídica 
2. Juízes como co-legisladores 
3. Judicialização da política 
4. Crises institucionais 
6. Funções do direito:  
a. Instrumental: 
i. Decidir conflitos 
ii. Criar e evitar situações 
b. Política: 
i. Mecanismo de coesão social 
ii. Mecanismo de controle social 
c. Simbólica: 
i. Calibrar as expectativas jurídicas 
ii. Reforçar padrões de legitimidade 
7. Ângulos de análise do sistema jurídico 
 
 
oficial  não-oficial 

formal  informal 

tradicional  moderno 

monocultural  multicultural 
 
 
8. Interação entre direito e sociedade: 
a. O  direito  não  depende  apenas  da coerência lógica das regras, mas principalmente 
das relações sociais exprimidas em regras 
b. As  relações  sociais  confundem-se  com  as  relações  de  produção,  tornando-se 
independentes da vontade dos que delas participam 
c. Concepção dominante de positivismo jurídico não responde a padrões científicos 
9. Dilemas da construção da ordem moderna:  
a. Consenso sem autoridade? 
b. Estabilidade sem crença? 
c. Ordem sem justificativa? 
10. Princípios: 
a. Função normativa: 
i. Atribuir significado aos textos legais 
ii. Estabelecer critérios redefinitórios 
iii. Disciplinar a ação institucional dos juristas 
b. Função ideológica:  
i. Homogeneizar os valores jurídicos 
ii. Oferecer visão de mundo 
iii. Socializar os juristas com viés estamental 
11. Exaustão paradigmática do Direito positivo: 
a. Direito  codificado:  ​distanciamento  social  e  incompatibilidade  com  situações 
complexas 
b. Direito descodificado: ​excesso de princípios inviabiliza a estabilidade 
 
 
Aula 13 - 07/11/2018 
 
1. Consequências da globalização na sociedade informacional: 
a. Trabalho: 
i. Capitalismo sem trabalho 
ii. Trabalho flexibilizado e temporário 
iii. Nômades de trabalho, sem seguridade social 
iv. Pluralização  do  trabalho,  eliminação  da  diferença  entre  trabalho  e 
não-trabalho 
v. Multiatividade do trabalho feminino 
b. Política: 
i. Descentralização e pluralização da arena política 
ii. Novos atores não territoriais 
iii. O trabalho torna-se local, e o capital, global 
c. Individualização: 
i. Individualização além das classes 
ii. Pluralização dos estilos de vida  
iii. Internalização do medo e da angústia na presença do risco global 
2. Emergência do pluralismo jurídico: 
a. Usos e costumes 
b. Direito técnico da produção 
c. Direito da integração regional 
d. Direito econômico internacional 
3. Direito 
a. Reflexivo (Teubner, Laveur) 
b. Responsivo (Monet, Selznick) 
c. Autopoiético (Luhmann) 
4. Tendências: 
a. Soberanias compartilhadas e acordos institucionais diferenciados 
b. Novos espaços com diferentes relevâncias sociais e políticas 
c. Novos tipos de cidadania (organizacional e europeia) 
i. Democracia mediada por organizações 
1. Direção descentralizada 
2. Controles indiretos 
3. Sanções penal e pedagógica 
4. Campos normativos semi-autônomos 
5. Direito como pilotagem 
ii. Organizações 
1. Estruturam formas da vida social 
2. Impõem laços e vínculos sociais 
3. Substituem a cidadania cívica pela organizacional 
5. Mundos pós-Westfália: autodeterminação transnacional: 
a. Tensão entre espaços nacionais homogêneos vs. heterogêneos 
b. Estados  cedem  parte  da  soberania  para  o  exterior  para  garantir  provisão de bens 
comuns 
c. Complexidade de gestão e dilemas do Estado-nação 
i. A  autoridade  pública  carece  de  conhecimento  e  a  autoridade  privada 
carece de legitimidade 
d. Emergência  de  sistemas  híbridos  de  governança,  que  incluem  componentes  de 
auto-organização e supervisão pública 
e. Sistema  financeiro,  comércio  mundial  e  proteção  ambiental  são  muito 
importantes  para  ser  entregues  a  organizações  privadas,  e  muito  sofisticados  e 
complexos para serem geridos por administrações públicas tradicionais 
f. Da obsessão uniformizadora/codificadora para uma heterogeneidade reguladora 
g. O  espaço  mundializado  tem  identidades  porosas  e  múltiplas,  interações 
complexas e interdependências 
h. As  fronteiras  estatais  já  não  funcionam  mais  como  fronteiras  de  sentido  entre as 
esferas sociais, econômicas e culturais 
i. Ordoliberalismo:  ​propriedade,  contrato,  concorrência,  custos  de  transação  e 
instituições monetárias 
j. Quais  sujeitos  individuais  promovem  a  constitucionalização  de  determinados 
âmbitos globais no lugar do Estado nação? 
6. Nova arquitetura jurídica: territorialidade e funcionalidade: 
a. As  formas  territoriais  foram  um  fator  estabilizador  de  organização  do  poder  na 
primeira fase do mundo moderno 
b. Com  o  avanço  da  tecnologia,  e  da  transterritorialização  dos  mercados,  as 
estruturas  territoriais  de  organização  do  poder  já  não  conseguem  mais  enfrentar 
as novas dinâmicas econômicas e financeiras 
c. Muitos  dos  problemas  de ingovernabilidade do mundo atual se devem ao choque 
entre  os  sistemas  jurídicos  e  políticos,  que  têm  um  forte  contraponto  territorial, 
com  outros  sistemas  que  têm  uma  relação  fraca  com  os  espaços  físicos,  como  a 
economia e o meio ambiente 
7. Nova arquitetura jurídica: representação: 
a. Século  XX:  ​o  déficit  democrático  do  Estado-nação  é  aumentado  pelo 
crescimento  dos  regimes  regulatórios  globais  e  pela  privatização  dos  serviços 
públicos,  o  que  dificulta  o  escrutínio  democrático  dos  órgãos  legislativos 
nacionais 
b. Desafio:  ​tornar  a  democracia  compatível  com  a  realidade  de  espaços 
transterritorializados  e  com  a  aceleração  global  da  economia,  nessa  estrutura não 
hierárquica  o  poder  está  compartido  entre  diferentes  instituições  e  órgãos,  de  tal 
maneira que cada um acaba dispondo de poder de veto 
c. O  problema  central  da  legitimidade  é  a  inadequada  adaptação  do  Estado 
democrático de direito à interdependência social e econômica 
d. Transferência  de  competências  a  órgãos  multilaterais  com  o  chamado  déficit 
democrático, pois suas decisões têm efeitos extraterritoriais 
8. Ciência do direito: uma ciência conduzida: 
a. Exaustão  dos  conceitos  jurídicos  tradicionais  se  dá  numa  velocidade  maior  do 
que a capacidade de reposição da ciência do direito 
b. Uma  comunidade  epistêmica  é  uma  rede  de  pessoas  especializadas  numa área de 
conhecimento.  Essa  especialidade  se  traduz  por  competências  reconhecidas  por 
uma  autoridade  em  matéria  de  produção  de  conhecimentos  no  âmbito  de  uma 
comunidade,  que  partilha  crenças  e  motivos  comuns  e  princípios  que  fornecem 
uma justificativa para a ação de seus membros 
i. Essas  comunidades  são  força  motora  para  criação  e  circulação  de 
conhecimentos por meio de práticas profissionais 
9. Agenda contemporânea do direito - cenários: 
a. Perspectiva kantiana (Estado mundial e direito global) 
b. Estados republicanos, keynesianos e desenvolvimentistas 
c. Direito  mundial  sem  Estado  (governança  via  organismos  multilaterais  e  cadeias 
produtivas com códigos de ética) 
d. Reforços dos blocos regionais (tensões confederativas da UE) 
e. Proliferação de regimes normativos 
10. Poder existente v. ordem desejada 
a. Deslocamento da produção jurídica para instâncias não-legislativas 
b. Globalização é um fenômeno: 
i. Multicêntrico 
ii. Multitemporal 
iii. Multiforme 
iv. Multiespacial 
v. Multiescalar 
11. Fluxograma: 
a. Auto-regulação/auto-composição 
b. Aconselhamento de direitos com ou sem resolução de litígios 
c. Prevenção de litígios 
d. Profissões jurídicas (ou não) que resolvem litígios 
e. Conciliação 
f. Mediação 
g. Arbitragem 
h. Meios híbridos de resolução próximos do judicial 
i. Tribunal 
 
 
 

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