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Substâncias

Mutagênicas e
carcinogênicas

Gabriela Meireles
gabi_meireles@yahoo.com.br
Conteúdo Programático
• Segurança em laboratórios
• Mutagenicidade
• Carcinogenicidade
• Substâncias químicas
• Avaliação de Risco
• Anvisa e ensaios de mutagenicidade
• Proteção e EPIs
BIOSSEGURANÇA
• Ciência voltada para controle e minimização
de riscos advindos da prática de diferentes
tecnologias

• Assegurar o avanço dos processos


tecnológicos e proteger a saúde humana,
animal e meio ambiente

• Riscos: físicos, biológicos, químicos,


ergonômicos e riscos de acidentes
BIOSSEGURANÇA
• Riscos químicos
– Contaminantes do ar

– Substâncias tóxicas

– Substâncias explosivas

– Substâncias irritantes

– Substâncias oxidantes
BIOSSEGURANÇA
• Riscos químicos

– Substâncias corrosivas

– Líquidos voláteis

– Substâncias inflamáveis

– Substâncias mutagênicas e carcinogênicas


SUBSTÂNCIAS MUTAGÊNICAS
• MUTAÇÃO

• DNA
SUBSTÂNCIAS MUTAGÊNICAS
LESÃO NO DNA

Morte celular Processos de reparo

Reparo incorreto Reparo correto

MUTAÇÃO
DANOS AO DNA

• Reparo no DNA
– Reversão direta

– Reparo por excisão de base

– Reparo por excisão de


nucleotídeos

– Recombinação homóloga
SUBSTÂNCIAS MUTAGÊNICAS
MUTAÇÕES
• Replicação
• Espontâneas X Induzidas

Fundamentais para a evolução e


diversidade de espécies

• Detectáveis ou silenciosas
SUBSTÂNCIAS MUTAGÊNICAS
• Somáticas X Germinativas

• Micro X Macro lesões

• Mutações de ponto (substituição, perda ou


adição de alguma base)
– Transição (purinaXpurina ou pirimidinaXpirimidina)
– Transversão (purinaXpirimidina)
SUBSTÂNCIAS MUTAGÊNICAS
• Alterações na estrutura ou número
cromossômico
Exemplos de doenças humanas causadas por mutações em
células germinativas e o número de casos estimados nos
Estados Unidos

Doença No. de casos estimados nos EUA


Dislexia 15.000.000
Arteriosclerose 6.700.000
Câncer 5.000.000
Síndrome maníaco-depressiva 2.000.000
Esquisofrenia 1.500.000
Diabete juvenil 1.000.000
Doença do rim policístico em adultos 500.000
Doença familiar de Alzheimer 250.000
Esclerose múltipla 250.000
Síndrome do Cromossomo X-frágil 100.000
Anemia falciforme 65.000
Distrofia muscular de Duchene 32.000
Fibrose cística 30.000
Doença de Huntington 25.000
Hemofilia 20.000
Fenilcetonúria 16.000
Retinoblastoma 10.000
Fonte- BRUSICK et al
DANOS AO DNA
• Radiações ionizantes: quebras simples e
duplas na fita de DNA e lesões nas bases de
nucleotídeos

• Luz UV: dímeros de pirimidina

• Substâncias químicas: alterações diretas e


indiretas nas bases
DANOS AO DNA
• Agentes químicos:
– Análogos de base. Ex. 5 bromo-uracila

– Agentes de ação direta. Ex. Ácido nitroso e


hidroxilamina

– Agentes alquilantes. Ex. EES ou EMS

– Agentes intercalantes. Ex.acridina, brometo de


etídio e benzoapireno
DNA e as principais lesões
CÂNCER

• Multifatorial
• Envolve mutação, proliferação e crescimento
celular anormal
• Uma das maiores causas de morte
• Pode ser causada por agentes infecciosos,
radiação e substâncias químicas
• Carcinógenos podem ser genótoxicos ou não
genotóxicos
CARCINOGÊNESE EM MÚLTIPLAS ETAPAS
Agente químico

Inativação Excreção

Ativação Expansão
Clonal Seletiva Alterações
Alterações Genéticas
Genéticas
Vírus

Iniciação promoção progressão


Radiação
célula célula lesão
normal iniciada pré-neoplásica Câncer

Ativação de proto-oncogenes
Inativação de genes supressores
CARCINOGÊNESE
Carcinógenos diretos

Carcinógenos indiretos
CARCINOGÊNESE
• Classificação da carcinogenicidade
– É avaliada por diversas agências

– Baseada em dados epidemiológicos,


experimentais e testes in vitro

– International Agency for Research on Cancer


(IARC), FDA e EC

– 5 categorias
CARCINOGÊNESE
Classificação da IARC para avaliação da carcinogenicidade em
seres humanos

GRUPO DESCRIÇÃO EVIDÊNCIA


1 Carcinogênico para seres Dados em humanos e animais
humanos
2A Provavelmente Dados epidemio. sugestivos
carcinogênico para humanos e dados
positivos em animais
2B Possivelmente Dados epidemio. fracos e
carcinogênico dados positivos em animais
3 Não classificável quanto a Dados inadequados em
sua carcinogenicidade humanos e animais
4 Provavelmente não Dados negativos em humanos
carcinogênico e animais
CARCINOGÊNESE
• Carcinógenos genotóxicos

– Hidrocarbonetos poliaromáticos

– Agentes alquilantes

– Aminas aromáticas e amidas


CARCINOGÊNESE
• Carcinógenos inorgânicos
– Arsênio
• Homem
• Carcinoma de pulmão, linfoma, leucimia,
carcinoma de pele

– Berílio
• Animais
• Osteossarcoma e carcinoma de pulmão
CARCINOGÊNESE
– Cádmio
• Animais
– Sarcoma e teratoma
• Homem
– Pulmonar

– Cromo
• Animais
– Sarcoma e carcinoma
• Homem
– Carcinoma pulmonar e gastrintestinal
CARCINOGÊNESE
• Cobalto
– Animais
• Sarcoma

• Chumbo
– Animais
• Carcinoma
CARCINOGÊNESE
• Níquel
– Animais
• Carcinoma
– Homem
• Carcinoma pulmonar, nasolaringe, gástrico e
renal
• Titânio
– Animais
• Sarcoma
CARCINOGÊNESE
• Não genotóxicos
– Citotoxicidade
• Clorofórmio

– Indutores de estresse oxidativo


• Etanol
• Lindano e dieldrin
CARCINOGÊNESE
• Solventes e vapores
– Facilmente absorvidos pelos pulmões, pele e
sistema digestório
– Dissolver, diluir ou dispersar materias insolúveis
em água
– Elevada exposição
– Muitos são carcinogênicos aos animais
– Abuso de solventes
CARCINOGÊNESE
• Hidrocarbonetos clorados
– Tricloroetileno
• Câncer hepático, renal e pulmonar
– Tetracloroetileno
• Suspeitas de câncer esofágico e renal
– Cloreto de metileno
• Carcinogênico para roedores
– Clorofórmio
• Provável carcinógeno para humanos
CARCINOGÊNESE
• Hidrocarbonetos aromáticos
– Benzeno
• Leucemia

– Xilenos e etilbenzenos
• Carcinogênicos para animais

• Álcoois
– Etanol
AVALIAÇÃO DE RISCO
• Elevada exposição

Toda substância é tóxica


dependendo da dose
AVALIAÇÃO DE RISCO
Objetivos
• Determinar o potencial tóxico da substância

• Identificar efeitos adversos

• Garantir segurança da exposição humana


com base em todas evidências disponíveis
AVALIAÇÃO DE RISCO
RISCO PERIGO
AVALIAÇÃO DE RISCO
4 ETAPAS
• Identificação do perigo

• Caracterização do perigo

• Avaliação da exposição

• Caracterização e manejo do risco


AVALIAÇÃO DE RISCO
SUBSTÂNCIAS MUTAGÊNICAS E
CARCINOGÊNICAS

Limite de
segurança
Risco de substâncias carcinogênicas

10-1
Risco/freqüência do efeito

10-2

10-3

10-4

10-5

10-6

0,001 0,01 0,1 1,0 10


Dose (mg/kg/dia)
AVALIAÇÃO DE RISCO
Aceitação dos Riscos
• Benefícios adquiridos pelo uso da substância
química;

• Adequação e disponibilidade de outras


substâncias químicas para o mesmo uso;

• Extensão de seu uso pelo público e

• Considerações de ordem econômica


LEGISLAÇÃO NO BRASIL
• Anvisa
– Toxicidade:
• Oral

• Inalatória

• Cutânea

• Micronúcleo em medula óssea


OBJETIVOS DOS TESTES DE MUTAGENICIDADE

Identificar materiais e substâncias com capacidade


potencial de promover danos genéticos em
humanos;

Fornecer subsídios para o


estabelecimento de legislação e
tomada de decisão

Predizer o potencial de
carcinogenicidade de compostos
puros e misturas;

Pesquisa de substâncias com efeito


anti-mutagênico
ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS
MICRONÚCLEOS
Expressos em células em divisão

Formados por fragmentos ou cromossomos inteiros que não


migraram para os pólos durante a mitose

 Eritrócitos de medula óssea / sg. Periférico - roedores

 Cultura de linfócitos – seres humanos

 Células esfoliadas: mucosa oral; bexiga, cérvice uterino

 Células fígado, rim

 Células do sangue de peixes

 Células da raiz de plantas


SEMENTE DE ALLIUM CEPA

SEMENTES
Allium cepa

Roberto, M.M. (2007)


ENSAIO DO COMETA
TESTE DE AMES
• Ensaio de mutagenicidade com Salmonella typhimurium
• Muito utilizado na triagem de substâncias mutagênicas
• Baseado no número de revertentes
• Possível utilizar sistema de metabolização
• Alta correlação com carcinogenicidade em roedores
MEDIDAS PREVENTIVAS
• Eliminação ou redução

• Essencialidade

• Possibilidade de substituição

• Conhecimento das informações

• Uso de capela
MEDIDAS PREVENTIVAS
• Identificação da área utilizada
• Armazenamento adequado
• Manipulação correta
• EPIs (máscaras, luvas, aventais, óculos e
sapatos)
• Equipamentos devem ser exclusivos para
manipulação dessas substâncias
MEDIDAS PREVENTIVAS
• Descontaminação (usuário e local de
trabalho)

• Descarte

• Emergências

• Treinamento e conhecimento
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
“Quando uma atividade parece aumentar o
risco de danos à saúde humana e/ou ao
ambiente, medidas preventivas devem ser
tomadas, mesmo que as relações causa-efeito
não estejam totalmente definidas”

Wingspread Statement on the Precautionary


Principle, Jan. 1998
REFERÊNCIAS
LIVROS
• Klaassen, C. D.; Watkins, J. B. Fundamentos de Toxicologia
(capítulos 8 e 9)
• Ribeiro, L. R.; Salvadori, D. M. F.; Marques, E. K. Mutagênese
Ambiental (cap. 1, 2 e 3)
• Hirata, M. H.; Hirata, R. D. C.; Mancini Filho, J. Manual de
Biossegurança (cap. 1, 2 e 9)
• OGA, S.; CAMARGO, M. M. A.; BATISTUZZO, J. A. O.
Fundamentos de Toxicologia (cap. 1.6 e 1.7)
• Azevedo, F. A.; Chasin, A. M. As Bases Toxicológicas da
Ecotoxicologia (cap. 5)
• Zagatto, P.; Bertoletti, E. Ecotoxicologia Aquática (cap. 14)
LINKS DE INTERNET
• Replicação do DNA: http://www.youtube.com/watch?v=qF-
BGYz7wNc
• Revista Superinteressante:
http://super.abril.com.br/superarquivo/index.shtml?edn=305aEd&yr
=2012a&mt=junhom&ys=2012y
OBRIGADA

gabi_meireles@yahoo.com.br

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