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Universidade Federal do Maranhão

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas

Coordenação de Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária

Disciplina: Resíduos Sólidos – Manejo, Limpeza Pública, Tecnologias de Tratamento


Prof. Msc. Talita D. Pedrosa

Aluno: John Kennedy A. de O. Filho

DIAGNÓSTICO DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO ECOPONTO


TURU EM SÃO LUIS DO MARANHÃO

São Luís – MA

2018
1 INTRODUÇÃO

Como objeto de estudo deste trabalho, verificamos o desenvolvimento das


atividades voltadas à triagem e destinação correta de resíduos originados no Bairro do
Turu e adjacências na cidade de São Luis do Maranhão. A temática é de fundamental
importância haja vista o crescimento acelerado da geração de resíduos por parte da
população e a necessidade iminente de criar uma gestão eficiente para o problema.

Bacia hidrográfica do Rio Mearim: possui uma área de aproximadamente 99.058 km2
(MARANHÃO, 1991, p.45). Conta com uma extensão de 930 km e deságua na baía de São
Marcos. No baixo curso, as marés se estendem por mais de 200 km. Tem duas sub-bacias: a do
Rio Pindaré e a do Rio Grajaú. Compreende um total de 83 municípios, dos quais, 65 possuem
sedes localizadas dentro dela, outros dezoitos municípios estão totalmente inseridos na bacia
do Mearim. Com população de 1.681.307 habitantes, representa aproximadamente 25,6% da
população do Maranhão, com densidade demográfica de 16,97 hab./km2 (MARANHÃO, 2011,
p.13). Os principais problemas ambientais dessa área, destacados por Valente (2006), são:
desmatamento; erosão das margens do rio; poluição devido ao lançamento dos esgotos

2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Avaliar, através de um levantamento de dados, a geração de resíduos sólidos de


um Ecoponto Municipal por meio de um diagnóstico dos resíduos gerados diariamente
no local.

2.2 Específicos

 Verificar os materiais que são recebidos pelo local e aqueles que o


Ecoponto não recebe.
 Identificar a destinação dos materiais
 Analisar de que modo a existência de PEV´s pode auxiliar no
Gerenciamento de Resíduos Sólidos da cidade.

3 METODOLOGIA ADOTADA

A metodologia empregada neste trabalho consistiu inicialmente numa pesquisa


bibliográfica que pudesse nortear os caminhos necessários para alcançar os objetivos
propostos no capítulo 2. Com o intuito de aproximar a realidade encontrada no dia-a-dia
do local, foi necessária a presença diária ao longo de sete dias de operação do Ecoponto
a fim de verificar o andamento das atividades exercidas pelos funcionários. Isto garante
uma maior confiabilidade nos dados coletados bem como vem a originar novas dúvidas
e sugestões que podem ser implementadas no cotidiano do local.

Em seguida, de posse dos dados, foi feito uma análise da geração diária do que
foi coletado. Essa quantificação ajuda a definir políticas públicas e ações voltadas à
destinação e dimensionamento correto das unidades de acondicionamento, transporte,
tratamento e disposição do volume gerado.

Como o trabalho se trata de um diagnóstico da geração de resíduos de um


Ecoponto municipal, os seguintes aspectos foram levados em consideração:

 Levantamento da origem dos resíduos gerados (qual setor o mesmo foi


gerado);
 Levantamento das características básicas do resíduo (perigoso/não
perigoso, orgânico/inorgânico);
 Levantamento do volume de resíduo gerado por dia;
 Identificação das formas de acondicionamento;
 Identificação das formas de destinação e disposição dos resíduos.

Por fim, por meio de tabelas e gráficos pode-se ilustrar a real situação do que foi
verificado ao longo dos dias de visita ao local. Com isso, espera-se contribuir com uma
abordagem simples ao tema visando sempre um completo entendimento do que foi
proposto nos objetivos deste trabalho.

4 BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MEARIM

Bacia hidrográfica do Rio Mearim: possui uma área de aproximadamente 99.058 km2
(MARANHÃO, 1991, p.45). Conta com uma extensão de 930 km e deságua na baía de São
Marcos. No baixo curso, as marés se estendem por mais de 200 km. Tem duas sub-bacias: a do
Rio Pindaré e a do Rio Grajaú.

Compreende um total de 83 municípios, dos quais, 65 possuem sedes localizadas


dentro dela, outros dezoitos municípios estão totalmente inseridos na bacia do Mearim. Com
população de 1.681.307 habitantes, representa aproximadamente 25,6% da população do
Maranhão, com densidade demográfica de 16,97 hab./km2 (MARANHÃO, 2011, p.13). Os
principais problemas ambientais dessa área, destacados por Valente (2006), são:
desmatamento; erosão das margens do rio; poluição devido ao lançamento dos esgotos

4.1 Localização

 Ecoponto Turu - Travessa G, S/N, Habitacional Turu

 O horário de funcionamento do local é de segunda à sábado das 7h às


19h.

 Coordenadas Google: -2.5027331S,-44.2269738,15º

Figura 1 - Entrada do local. Autor, 2018.

4.2 Materiais Recebíveis e Não-Recebíveis

Materiais recebidos no Ecoponto: Plástico, Vidro, Papel, Metal (até 200 kg/dia
por pessoa), Gesso, Resíduos de construção civil, Resíduos de poda (2 m³/dia por
pessoa, Móveis velhos (até 2m³/dia por pessoa), Pneus (4 unidades/dia por pessoa),
Óleo de cozinha (5 litros/dia por pessoa), Eletrônicos (Impressoras, Televisor, Monitor,
Celular e etc. Até 3 unidades).
Figura 2 - Fichas catalográficas dos materiais recebidos. Fornecido pelo local, 2018.

Figura 3 - Local para disposição de papéis. Autor, 2018.

Figura 4 - Local para disposição de metais. Autor 2018.

Figura 5 - Local para disposição de vidros. Autor, 2018.


Figura 6 - Local para disposição de plásticos. Autor 2018.

Figura 7 - Material volumoso acodicionado de forma inadequada. Autor 2018.

Figura 8 - Caixas de acondicionamento de entulhos e podas de árvores. Autor 2018.

Materiais não recebidos no Ecoponto: Lixo doméstico, Animais mortos,


Embalagens contaminadas, Resíduos hospitalares, Resíduos Perigosos/Contaminados
(Pilhas Baterias, Cartuchos e Tonners).
Figura 9 - Resíduo disposto de maneira inadequada. Autor, 2018.

Figura 10 - Resíduo disposto em local inapropriado. Autor, 2018.

4.3 Vantagens e Desvantagens

É inegável o benefício que a presença de um ponto de entrega voluntário como o


Ecoponto Turu pode oferecer à região pesquisada. Dentre esses benefícios, o fato de
ajudar a população a destinar adequadamente seus resíduos colaborando com o meio
ambiente da região. Entretanto, ocorre um fenômeno adverso diante da inoperância de
determinados setores da sociedade como da própria população que por muita das vezes
descarta resíduos não recebíveis por parte da Unidade. Isso representa na prática a
ocorrência de depósitos a céu aberto de lixo doméstico, resíduos orgânicos em geral
além de animais mortos e resíduos perigosos que por inobservância do setor público ou
da falta de educação ambiental da população, acaba por colocar em risco o meio
ambiente periférico e atraindo vetores de doenças como animais peçonhentos e demais
elementos nocivos à saúde humana.
Figura 11 - Usuário do Ecoponto relatando a adversidades encontradas. Autor, 2018.

Figura 12 - Material jogado pela população nas imediações do Ecoponto. Autor, 2018.

Figura 13 - Resíduo espalhado pela vizinhança. Autor, 2018.


Figura 14 - Baterias descartadas de forma inadequada. Autor, 2018.

5 RESULTADOS OBTIDOS

Ao longo dos dias de visita ao local entre 19 e 26 de Julho de 2018, foram


verificadas as seguintes quantidades de materiais recebidos:

Item Und. Classe Und Geradora Acondicionamento Freq de Geração Total Coletado
Papel/Papelão Kg Classe II-ABairro Baias Diária 81,2
Vidro Kg Classe II-BBairro Baias Diária 73,5
Metal Kg Classe II-BBairro Baias Diária 110
Plástico Kg Classe II-ABairro Baias Diária 65
Eletrônico Kg Classe II-ABairro Baias Diária 23
Entulho M³ Classe II-BBairro Caixas Basculantes Diária 63
Mat.Volumoso M³ Classe II-ABairro Caixas Basculantes Diária 72
Madeira M³ Classe II-ABairro Caixas Basculantes Diária 38
Oléo L Classe I Bairro Barris Diária 15,2
Pneu Und. Classe II-BBairro Solo Diária 19
Tabela 1 - Detalhamento de material recebido ao longo das visitas. Autor, 2018.
TOTAL COLETADO
Madeira Oléo Pneu Papel/Papelão
7% 3% 3% 14%

Mat.Volumoso
13% Vidro
13%
Entulho
11% Metal
Plástico 20%
12%

Eletrônico
4%

Gráfico 1 - Porcentagens absolutas do que foi coletado. Autor, 2018.

6 CONCLUSÃO

Em todo o país as prefeituras estão se adequando à Política Nacional de


Resíduos Sólidos - PNRS - (Lei Nº 12.305), aprovada em 2010. Ela foi um marco no
setor por tratar de todos os resíduos sólidos, sejam eles domésticos, industriais,
eletroeletrônicos, entre outros, e também por tratar a respeito de rejeitos, incentivando o
descarte correto de forma compartilhada ao integrar poder público, iniciativa privada e o
cidadão.

Em São Luís o tratamento adequado dos resíduos sólidos é uma responsabilidade


da administração municipal de forma que há legislações municipais específicas para
setor. Com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos a Prefeitura de São
Luís tenta profissionalizar a gestão de resíduos sólidos o intuito de garantir que a
limpeza urbana funcione de forma mais eficaz. Para isso em 2016, iniciou um projeto de
criação de Pontos de Entrega Voluntária – PEV’s, que auxiliam na gestão adequada do
resíduo gerado pela população ludovicense.

Os Ecopontos ajudam a prevenir o descarte irregular de resíduos. Com estes


equipamentos, também se revitaliza áreas abandonadas e terrenos baldios, deixando os
bairros mais limpos. Além disso, essas unidades dão alternativas adequadas de descarte
para materiais que antes eram descartados em terrenos baldios ou vias públicas. De fato
isso estimula o envolvimento de toda a população em ações de preservação e
sustentabilidade.
Por fim, verifica-se que a destinação dos materiais recebidos ocorre de maneira
sistemática de acordo o material a ser beneficiado. Isto é, o entulho, podas de árvores,
madeira e os materiais volumosos são transferidos para usinas que beneficiam o
material para usos menos nobres. Enquanto que matérias como plásticos, metais,
papel/papelão, eletrônicos, vidros e demais materiais são direcionados a um cooperativa
que detém o direito de beneficiar o material. Isso significa que a população em si, não
pode fazer uso deliberado e direto do material, pois os mesmos depois de entregue são
de posse da empresa que recebe a concessão de uso do mesmo. Não há vinculo
monetário nesse sentido.

Após o tratamento dos dados e estudo dos resultados obtidos, chega-se ao


consentimento de que os materiais mais recebidos no local são aquele de origem
domiciliar oriundos de reformas e grande partes destes, em número absoluto, fruto da
conscientização ambiental que determinada parte da população vem tendo. Esse
trabalho ajuda diretamente na criação de renda para diversas famílias e
concomitantemente no auxílio do controle de inundações haja vista que todo esse
material recolhido deixará de ir para locais indevidos, como leito e margens de rios em
que por lixiviação e intemperismo, acaba por assorear corpos hídricos da região.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Comitê de Gestão de Limpeza Pública - Prefeitura de São Luís. Disponível em


https://www.saoluis.ma.gov.br/. com Acesso em 21 de Out de 2018.

- Lei Federal 11.445/07, que define as Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico;

- Decreto Federal 7.217/10, que regulamenta as Diretrizes Nacionais para o Saneamento


Básico;

- Lei Federal 12.305/10, que definiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS);

- Decreto Federal 7.404/10, que regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos


(PNRS).

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