You are on page 1of 12

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA

RICARDO MATOS SANTOS

SISTEMAS DE COGERAÇÃO COM USO DO GÁS NATURAL

Salvador - Ba
2018
RICARDO MATOS SANTOS

SISTEMAS DE COGERAÇÃO COM USO DO GÁS NATURAL

Trabalho avaliativo apresentado para a


disciplina Engenharia do gás, do curso
Engenharia do Petróleo, do Centro
Universitários Estácio da Bahia.

Professora: Sheila Feio

Salvador - Ba
2018
RESUMO

Avaliando o sistema energético nacional, percebe-se a necessidade do


desenvolvimento de novas tecnologias para o avanço na eficiência da geração de
energia.
A disponibilização do gás natural para a indústria brasileira, requer uma
adaptação para o correto uso desse combustível. Dentro desse contexto atual, a
cogeração torna-se uma alternativa viável para atender as demandas da indústria,
pois o aumento da eficiência energética superior a 80%, comprova a grande
importância da cogeração.
Este trabalho tem como objetivo principal, apresentar os aspectos positivos da
cogeração com o uso do gás natural, não deixando de mostrar as suas
desvantagens, mas mostrando que aplicado de forma eficaz, traz grandes benefícios
econômicos.

Palavras-Chave: cogeração, gás natural, energia.


SUMÁRIO

1 Introdução ............................................................................................................ 4
2 Por Que Cogeração? ........................................................................................... 4
3 Gás Natural E A Cogeração ................................................................................... 5
4 Incentivos E Entraves À Cogeração No Brasil .................................................... 5
4.1 Incentivos Regulatórios ...................................................................................... 6
4.2 Incentivos Creditícios ......................................................................................... 7
4.3 Incentívos Tributários ......................................................................................... 7
4.4 Entraves Ao Desenvolvimento Da Cogeração .................................................. 7
5 Legislação Nacional ............................................................................................... 8
6 Benefícios Da Cogeração A Gás Natural.............................................................. 9
7 Desvantagens ........................................................................................................ 9
8 Conclusão ............................................................................................................... 9
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 10
1 INTRODUÇÃO

Cogeração é a geração simultânea e combinada de energia térmica e energia


elétrica a partir de uma única fonte energética. A cogeração apresenta benefícios
implícitos no setor industrial, refletido pela economia na energia primária, petróleo, gás
natural, carvão mineral e biomassa, ao fazer uso mais eficiente e aproveitar
energéticos disponíveis no próprio processo.
No contexto do desenvolvimento sustentável, diversos autores têm apontado a
cogeração como a alternativa mais viável para atender demandas térmicas e elétricas,
com elevada confiabilidade, podendo chegar a uma eficiência global de até 86%, o
que torna essa solução praticamente sem desperdício, além de proporcionar uma
redução significativa da emissão de poluentes quando comparada, por exemplo, à
produção das mesmas utilidades de maneira independente. Ou seja, além de reduzir
seus custos com energia (elétrica e térmica), a cogeração contribui para o meio
ambiente.
A cogeração constitui-se uma das formas de geração distribuída (GD), quando
realizada por pequenas unidades próximas aos consumidores.
A GD supre energia localmente e aumenta a reserva de potência próxima ao
centro consumidor.
Apesar de ser apontada como econômica e vantajosa, nota-se que no Brasil a
cogeração ainda é pouco difundida e extremamente concentrada em alguns poucos
setores industriais. Esse fato pode ser atribuído à tradição brasileira de geração de
energia em hidrelétricas. Entretanto, com o fim do monopólio estatal e esgotamento
dos recursos de maior rentabilidade, impõem-se novas oportunidades na área de
geração e conservação de energia, aumentando a atratividade da implantação de
sistemas de cogeração.

2 POR QUE COGERAÇÃO?


A necessidade de aumentar a competitividade e pressões por redução de
custos são continuamente requeridas nas organizações. Energeticamente isso se dá
pela operação mais eficiente. A Cogeração apresenta-se como alternativa por meio
da geração total ou parcial on-site de energia elétrica e térmica. O aumento da
eficiência energética utilizando a Cogeração tem o potencial de reduzir custos com
energéticos e reduzir as emissões por unidade de energia produzida. Quando aplicada
efetivamente, o sistema de Cogeração permite menor dependência em relação ao grid
elétrico.

3 GÁS NATURAL E A COGERAÇÃO


O gás natural é apontado como excelente combustível para uso em sistemas
de cogeração, devido às suas características termodinâmicas, ao elevado poder
calorífico e disponibilidade atuais; além dos aspectos ambientais, por suas baixas
taxas de emissão de resíduos na atmosfera. Além disso, o uso do gás natural contribui
para promover o desenvolvimento tecnológico do setor energético nacional,
favorecendo os processos de racionalização de energia, além de incentivar a
modernização produtiva da economia brasileira.
Equipamentos para geração de energia, como as turbinas a gás, têm sido
difundidos em instalações que necessitam de calor residual para o processo ou
grande quantidade de eletricidade, obtidos em sistemas de cogeração que dispõem
de gás natural. Estes equipamentos permitem diversas configurações e níveis de
potência, adequando-se às necessidades de cada indústria avaliada. Como o gás
natural é um combustível alternativo, pouco poluente, que permite grande flexibilidade
nas instalações, seu uso torna-se bastante atrativo.

4 INCENTIVOS E ENTRAVES À COGERAÇÃO NO BRASIL


Por falta de políticas permanentes, a cogeração fica ao sabor de eventos
positivos ou negativos.

Fonte: ABEGAS
Fonte: Distribuidora de Gás Natural, Aneel e Ipea

O preço do gás tem apresentado crescimento maior do que o da eletricidade.


Com o aumento da produção nacional de gás nacional, espera-se menor volatilidade
e um declínio no preço do gás. O aumento da geração termelétrica e os custos
crescentes de transmissão e distribuição devem elevar os preços da eletricidade.

4.1 INCENTIVOS REGULATÓRIOS

 Decreto nº 2.003/96 permite os cogeradores comercializar energia


elétrica com integrantes de seu complexo industrial ou comercial.
 A Resolução Aneel nº 21/2000 regulamenta o conceito de cogeração
qualificada para participar em políticas de incentivo governamentais.
 A Lei nº. 9.991/2000 isenta a cogeração qualificada, assim como eólica,
solar, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas, de aplicar de 1% da
receita operacional liquida da venda de energia em P&D.
 A Lei nº. 10.438/2002, regulamentada pela Resolução Normativa Aneel
nº, reduz em 50% a TUST ou TUSD para a venda de excedentes da
cogeração qualificada até 30 MW.
 O Decreto nº. 5.163/2004 permite a compra pelas distribuidoras de
energia de geração distribuída, incluindo termelétricas com eficiência
acima de 75%.
 A estrutura tarifária do gás natural em alguns estados estabelece preços
diferenciados para a cogeração, com isenção do pagamento mensal por
disponibilidade (eg. Portaria da Comissão de Serviços Públicos de
Energia - CSPE nº. 412, de 26 de maio de 2006).
4.2 INCENTIVOS CREDITÍCIOS
O BNDES possui uma linha de financiamento específica para programas de
eficiência energética, o PROESCO, além do PROESCO o banco também possui o
tradicional FINAME.
Outro produto do banco para aquisição de maquinas e equipamentos é o
Programa de Sustentação do Investimento (PSI). A Nossa Caixa Desenvolvimento
tem uma linha de financiamento, chamada Economia Verde, que tem como objetivo o
promover projetos que proporcionam a redução das emissões de gases do efeito
estufa no meio ambiente. Teto de R$ 20 milhões, com até 100% de participação, prazo
de até 120 meses, carência máxima de 24 meses.
O Decreto Estadual 57.610/11, de São Paulo, promoveu alterações tributárias
para importação de equipamentos de termelétricas a gás, sem similar nacional.

4.3 INCENTÍVOS TRIBUTÁRIOS


O REIDI é um programa de incentivo federal destinado a empresas que tenham
projeto aprovado para implantação de obras de infraestrutura. Em energia contempla
projetos de geração, cogeração, transmissão e distribuição de energia elétrica
O incentivo consiste na suspensão do PIS e do COFINS incidentes sobre a
venda e importação de máquinas e equipamentos, materiais de construção e
prestação serviços e a empreendimentos habilitados. A utilização dos benefícios do
REIDI exige prévia habilitação do interessado junto à Secretaria da Receita Federal
do Brasil e após enquadramento do projeto pelo ministério responsável.

4.4 ENTRAVES AO DESENVOLVIMENTO DA COGERAÇÃO


 Faltam uma política governamental e ações indutoras permanentes de
incentivo à cogeração.
 Não há obrigatoriedade das distribuidoras comprarem energia de
geração distribuída e, quando o fazem, o preço é geralmente baixo.
 Instabilidade legal no setor elétrico brasileiro.
 Incertezas quanto à garantia do suprimento de gás natural.
 Incerteza quanto aos preços futuros do gás natural frente aos da energia
elétrica. Falta transparência na formação do preço do gás devido ao
monopólio da Petrobras e à interferência do governo na empresa.
 Acesso limitado a rede de gás natural na maior parte dos estados devido
à baixa capilaridade da infraestrutura de transporte e distribuição.
 Falta no Brasil a cultura de Gastar para Economizar.
 Alta percepção de risco tecnológico pelos potenciais usuários da
cogeração.
 Empresas de menor porte desconhecem as tecnologias de cogeração e
a tecnologia é muito custosa para elas.
 Dificuldade de implantação de cogeração em empreendimentos em
operação.
 Investimento em cogeração compete com outras prioridades, por
exemplo aumento da produção industrial.
 Falta conhecimento das distribuidoras de gás natural sobre seus
consumidores para promover a cogeração.

5 LEGISLAÇÃO NACIONAL
Outro fator preponderante na atratividade de sistemas utilizando cogeração, é
a legislação em vigor no Brasil. Em diversos países, a legislação tem tornado a
cogeração interessante para os autoprodutores, com bons preços de venda de
excedentes. Como exemplo, podermos citar os EUA, onde a publicação da lei PURPA
de 1978 impôs às concessionárias a compra de energia de cogeradores e pequenos
produtores qualificados, criando grandes perspectivas para o crescimento da
cogeração. A legislação do setor elétrico brasileiro, no que diz respeito à atividade da
cogeração, começou a dar os primeiros passos a partir do Decreto-lei n. 1872, de 21
de maio de 1981, que dispôs sobre a aquisição, pelos concessionários, de energia
elétrica excedente dos autoprodutores. A portaria DNAEE (Departamento Nacional de
Águas e Energia Elétrica) 246/88 regulamenta a aquisição de excedentes e introduz
a figura da cogeração.
A cogeração teve novo impulso no Decreto 915/93, que autorizou a formação
de consórcios, permitindo uma maior flexibilidade na composição da figura do
autoprodutor e assegurando maiores facilidades na implantação de novas usinas.
Esse decreto estabelece a comercialização de excedentes com concessionários
públicos de energia elétrica, sendo vedada, portanto, a comercialização ou cessão a
terceiros.

6 BENEFÍCIOS DA COGERAÇÃO A GÁS NATURAL


 Autossuficiência energética: a rede elétrica se transforma em seu backup.
 Cogeração é o processo mais eficiente de produção de energia.
 Maior qualidade da energia elétrica gerada.
 Consumo junto à geração, evitando perdas com o transporte / distribuição.
 Eficiência energética: aproveitamento de subprodutos energéticos em outras
aplicações.
 Confiabilidade: a possibilidade de produção de energia com paralelismo
permanente da concessionária elétrica garante que seu empreendimento sempre
tenha energia.
 Diminuição da carga elétrica interligada do país (alivia o sistema de
distribuição elétrico).
 Benefícios ambientais.

7 DESVANTAGENS
 Operação com gás a alta pressão;

 Rendimento reduzido a carga parcial;

 Potência de saída diminui com o aumento da temperatura ambiente;

 Ineficiente em processos com poucas necessidades térmicas.

8 CONCLUSÃO

A análise do panorama energético brasileiro aponta uma grande necessidade


de investimentos no setor de geração de energia elétrica. O governo federal tem feito
esforços para atender a demanda nacional, seja através de programas de economia
e eficiência energética, ou pela importação do gás natural, sendo necessário,
entretanto, o desenvolvimento e disponibilização de tecnologias consolidadas e
dominadas. É preciso adotar uma postura política que incentive a cogeração em todos
os setores produtivos, favorecendo os autoprodutores e investidores que possuem
projetos baseados na eficientização energética. Nesse contexto, a cogeração surge
como uma alternativa viável, com altos índices de eficiência e produtividade. A
implantação da cogeração na indústria nacional representa, entre outras vantagens,
aumento na eficiência energética, redução de impactos ambientais, confiabilidade e
baixos custos de instalação, fatores que conferem grande atratividade a essa forma
de produção energética.
REFERÊNCIAS

FAGUNDES, EDUARDO . Sistema de cogeração com gás natural torna empresas


autossuficientes em energia . 2016. Disponível em:
<http://efagundes.com/blog/sistema-de-cogeracao-com-gas-natural-torna-empresas-
autossuficientes-em-energia/>. Acesso em: 04 jun. 2018.
JÚNIOR, Lideir Viana . COGERAÇÃO – DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA
PARA AVALIAÇÃO ENERGÉTICA: ESTUDO DE CASO APLICADO A INDUSTRIA
DE PAPEL E CELULOSE. 2015. 104 f. Mestrado (Engenharia Elétrica)- PUC-MG,
Minas Gerais, 2015. Disponível em:
<http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/EngEletrica_VianaJuniorL_1.pdf>. Acesso
em: 04 jun. 2018.
MOISÉS, Marcos Aurélio Martins. Benefícios da Cogeração a Gás Natural para o
Estado de São Paulo : . 2008. 157 f. Dissertação (Engenharia de Processos
Químicos e bioquímicos)- Centro universitário do Instituto Mauá de Tecnologia, São
Caetano do Sul, 2008. Disponível em: <https://maua.br/files/dissertacoes/beneficios-
da-cogeracao-a-gas-natural.pdf>. Acesso em: 04 jun. 2018.
SCHECHTMAN, Rafael . Desafios à Cogeração a Gás Natural no Brasil : . 2012.
Disponível em:
<http://www.daelt.ct.utfpr.edu.br/professores/alvaug/Cogera%C3%A7%C3%A3o/Ince
ntivos-e-Desafios-%C3%A0-Cogera%C3%A7%C3%A3o-a-G%C3%A1s-Natural-no-
Brasil-Rafael-Schechtman.pdf>. Acesso em: 04 jun. 2018.
DE SÁ, André Fernando Ribeiro. Cogeração : A produção combinada e
descentralizada. 2011. Disponível em:
<http://www.planetazul.pt/edicoes1/planetazul/desenvArtigo.aspx?c=2252&a=20247
&r=37>. Acesso em: 04 jun. 2018.

You might also like