Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro
Estudo 9 – A carta aos Efésios (IV) – A conduta do crente no mundo
Efésios 5 e 6
1. Introdução
Nestes dois capítulos da Carta aos
Efésios, seu autor, o apóstolo Paulo,
apresenta diversas questões referentes ao
crente, como ele se relaciona com a
sociedade onde vive, e com as pessoas
em geral.
Nesta oportunidade, concentraremos
nossa atenção em apenas parte desse
texto, nas questões referentes aos conflitos
e às lutas de natureza espiritual que os
crentes enfrentam, conforme Efésios 6.10-
18.
2. Conflitos e lutas espirituais
Conflitos e lutas fazem parte da natureza
humana, afetando tanto crentes quanto
não crentes. Praticamente em quase todas
as áreas da vida encontra-se algum tipo de
conflito ou luta. Sendo inevitáveis, o que
resta ao crente fazer, é preparar-se para
superá-las. Quando classificamos os tipos
de lutas, encontramos dois tipos: as
internas e as externas.
Algumas das lutas internas são:
i. Lutas para conhecer a vontade de
Deus. Nem sempre essa vontade é
claramente percebida pela pessoa.
ii. Há lutas para ajustar a própria vida à
vontade de Deus que inevitavelmente
requer mudanças e ajustes daqueles
que se propõem a obedecê-lo.
iii. Outro tipo de luta é aquela que ocorre
contra a vontade própria, que quase
sempre leva a pessoa a achar-se no
centro de tudo, colocando-se com isso,
contra a vontade de Deus.
iv. Há ainda a luta resultante do crente
conhecer a vontade de Deus e não
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Elaborado por Lincoln A. A. Oliveira
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fazê-la. Muitas vezes isso ocorre por
conta da questão da vontade própria
dominar a pessoa, conforme
mencionado, ou porque a pessoa
acaba por não confiar inteiramente na
vontade de Deus. Isso se dá por força
de uma percepção errada que ela
possui quanto à natureza do seu
relacionamento com Deus o que a leva
a não confiar no Criador.
v. Finalmente, há a luta que o crente
experimenta em seu dia a dia quando
exposto aos contrastes da cultura do
mundo onde vive, frente à cultura do
Reino de Deus da qual faz parte. Na
cultura do Reino, por exemplo, os
últimos são os primeiros, os pequenos
são grandes, os humildes são mestres,
os doentes são curados, os surdos
ouvem, os oprimidos são libertos, os
fracos são fortes, os pobres são ricos,
os perseguidos são heróis, os servos
reinam, as menores ofertas são as
maiores, os que morrem vivem e a
maior demonstração de força, é deixar-
se matar em uma cruz. Parece que
tudo é o contrário do que estamos
acostumados e o desafio de
compreender isso e viver esses
princípios, é imenso.
Quando agora consideramos as lutas do
tipo externas, destacamos duas delas:
a) A influência de Satanás na vida das
pessoas enseja sem dúvida muitas
lutas. Um dos grandes propósitos do
príncipe das trevas é fazer com que as
pessoas se afastem de Deus e de
Jesus como caminho da salvação. O
uso de tentações é uma de suas
táticas mais comuns, quase sempre
acompanhada de algum tipo de
engano. Como “pai de mentira”
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 Satanás consegue levar muitas
pessoas até a acreditarem que ele não
existe. Com isso, ele tem acesso direto
a essas pessoas para enganá-las
ainda mais e levá-las a se distanciarem
de Deus. A Bíblia garante que um
crente verdadeiro, aquele que aceitou
Jesus como Salvador e Senhor de sua
vida, não pode ser possuído por
Satanás. Pode contudo ser
influenciado por ele ocasionando
diversas situações de luta entre fazer o
que é certo e fazer aquilo que Satanás
deseja.
b) Uma outra luta da categoria externa, é
aquela referente a superar provações.
Provações diferem das tentações
porque provações podem vir de Deus
como uma forma de ensino ou
aperfeiçoamento do crente enquanto
que tentações, vem sempre de
Satanás.
3. O que fazer para vencer as lutas?
No texto considerado, o Apóstolo Paulo se
utiliza de uma linguagem militar para
instruir seus leitores crentes sobre o que
fazer para vencer as lutas espirituais.
A seguir, apresentamos oito medidas
essenciais para assegurar a vitória do
soldado. São elas:
i. Equipar-se (11;13-17): o autor se
utiliza da metáfora de uma armadura,
capacete, escudo, espada e calçado
para mostrar a importância do crente
estar bem equipado para poder vencer
a luta espiritual que o cerca.
ii. Estar no exército certo (11 e 17): a
armadura e a espada são fornecidas
por Deus, Senhor do exército. Isso
significa que estar no exército certo é
aceitar Jesus como Salvador e Senhor
e mesmo batizar-se como testemunho
público desse “alistamento”.
iii. Ter um bom general: um soldado
para ser vencedor precisa que sua
divisão seja dirigida por um general
competente em quem a tropa confie. O
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General supremo é Deus, Senhor dos
exércitos.
iv. Ter uma boa estratégia: um exército
para ser vitorioso necessita ter uma
estratégia vitoriosa. Ter uma
estratégia, não é tê-la guardada para si
mas tê-la conhecida e engajar-se nela.
Por isso, o crente também precisa ter
uma estratégia pessoal a qual deve ser
alinhada com a estratégia do seu
exército. A estratégia pessoal do
soldado começa por entrar para o
exército certo, e seguir a estratégia do
exército liderada pelo General. No
exército espiritual, a estratégia é
conquistar o mundo, não pela força
mas pelo poder do Espírito Santo
através do testemunho pessoal de
cada crente, falado e vivido.
v. Ter uma causa (v15): a causa do
soldado é a vitória no Evangelho da
paz.
vi. Conhecer o inimigo (v12): a luta não
é contras forças materiais, mas contra
as hostes espirituais da maldade.
vii. Estar alimentado e fortalecido (10):
“No demais, fortalecei-vos no Senhor e
na força do seu poder.
viii. Comunicar-se e vigiar (v18): o
soldado necessita estar em
comunicação com seu comandante. A
oração é uma das formas do crente se
comunicar com o seu General. O
soldado precisa também estar
vigilante.
As lutas são inevitáveis e o crente que
adotar as medidas essenciais aqui
apresentadas certamente será vitorioso,
não pelas suas virtudes, mas pelo poder
do Senhor dos Exércitos. E você, de qual
exército você faz parte?
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