da disciplina Psicologia Jurídica, da Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC, Campus Vitória da Conquista – BA.
Professor Orientador: Marta Amóras.
VITÓRIA DA CONQUISTA – BAHIA
OUTUBRO/2018 Resenha crítica do filme: A ira de um anjo
O filme A ira de um anjo é baseado na história real dos irmãos Beth e
Jonathan. O enredo começa quando os dois irmãos são levados aparentemente por uma assistente social para a residência da família que os adotaram. A primeira vista é possível perceber que Beth é uma criança que usa a sua personalidade autoritária e manipuladora para influenciar e impor medo ao seu irmão. Essa característica é notada pela pessoa responsável para a entrega deles ao casal que os adotou. As crianças são adotadas por um casal de religiosos. Nos primeiros contatos, os pais adotivos começam a ter uma noção e percepção acerca do perfil e do comportamento de Beth e como ela usa isso para intimidar e coagir o seu irmão. Ao ser levada pela mãe para o quarto onde ela passará a morar, Beth dá mais um sinal do seu comportamento autoritário, rejeitando a ajuda oferecida pela mãe. Da janela do seu quarto, Beth observa o bom relacionamento entre o seu irmão e o pai adotivo deles. Nesse primeiro contato, o novo pai de Beth, mostra a Jonathan, seu irmão, um ninho com aves recém-nascidas, acontecimento que também é observado por Beth na janela de seu quarto. A exteriorização dos comportamentos de Beth começam a serem observados com mais atenção a partir do momento em que ela mata os filhotes de pássaros e provoca um ferimento no cachorro da família. Outro ponto a ser observado é que, quando a menina não consegue manipular os pais com suas afirmações desconexas, elas simplesmente têm ataques de fúria e começa a destruir os objetos que vê pela frente. Por vezes, Beth tentou contra a vida do seu irmão Jonathan, a primeira vez foi quando ele confessou para a mãe que a sua irmã o agrediu. Quando ele estava dormindo, ela tentou sufoca-lo. Em outras oportunidades, ela tentou até mesmo mata-lo, fato que foi presenciado pelos pais. Após esse acontecimento, os pais de Beth e Jonathan buscaram meios para manter os irmãos afastados justamente para evitar que acontecesse algo pior. Percebendo uma anormalidade no comportamento de Beth, seus pais adotivos vão até a assistente social que fez os procedimentos para adoção, em busca de informações sobre o passado dos irmãos para tentar entender com o era a relação entre os pais biológicos e os irmãos. Informada pela assistente que a única pessoa que poderia dar informações acerca do passado de Beth e seu irmão era a sua tia, a mãe adotiva e a assistente social foram a um prostibulo onde, segundo informações encontrariam essa parente mais próxima dos irmãos. Chegando ao lugar mencionado e mediante ao pagamento de certa quantia em dinheiro, a tia das crianças relatou que após a morte da mãe das crianças, elas passaram a conviver com o pai e nesse período foram vitimas de uma série de abusos, assim como foram negligenciadas dos cuidados do pai. Beth sofreu abusos sexuais, assim como outros tipos de agressões. As condutas e os comportamentos de Beth só se agravavam com o passar dos tempos, e isso aumenta cada vez mais a preocupação dos seus pais. Em busca de ajuda para tentarem compreender o comportamento de Beth, os pais dela buscaram ajuda através de uma psicóloga. Através das primeiras análises, a psicóloga consegue perceber a constante mudança comportamento presente em Beth, variando de extremamente agressiva para extremamente carente de afetividade. Num desses atendimentos, a psicóloga conseguiu extrair uma confissão da menina que mostrou suas pretensões em matar toda a família. Submetida a varias sessões terapêuticas, os pais de Beth começam a entender as razões pela qual a filha apresentava aquele tipo de comportamento. É interessante observar também que constantemente Beth tinha pesadelos aos quais traziam recordações do seu pai biológico e as agressões cometidas por ele. Há também um momento no enredo em que Beth insinua tocar as partes intimas do seu avô, algo que também é reflexo de algo que ela vivenciou enquanto estava sob a guarda do seu pai biológico. É também importante ressaltar que boa parte dos comportamentos e ações que eram reproduzidos pela criança era reflexo daquilo tudo que ela vivenciou em determinado momento de sua vida. O filme em si não traz tantas informações no que cerne ao passado de Beth. Mesmo em determinada parte do filme onde a tia da menina faz um relato sobre o passado da criança, não é possível fazer uma relação completa com o comportamento da mesma, uma vez que esse depoimento da tia não traz toda riqueza de informações como o documentário apresenta através dos relatos pessoais e detalhados feitos pela criança. Inicialmente para quem começa a assistir o filme, o primeiro sentimento é o de revolta, uma vez que Beth utiliza de sua personalidade autoritária e manipuladora para gerar medo em seu irmão. Somente a partir da metade do filme e com o que é relatado pela tia da criança, é que conseguimos compreender o que Beth sofreu no passado e que tudo isso que ela reproduzia era um reflexo de algo que ela vivenciou. Embora o filme seja uma alternativa para as pessoas que não seja adeptas a produções legendadas, é importante ressaltar que o documentário produzido com entrevistas realizadas pelo terapeuta responsável pelo tratamento de Beth durante as sessões trazem uma riqueza maior de informações que não são apresentadas no enredo, além de ser possível através do documentário, presenciarmos a sinceridade e a naturalidade nas respostas dadas por Beth ao seu terapeuta. Atos que são abominados pela sociedade, como o abuso sexual, são relatados com total naturalidade pela criança. Embora as duas obras, filme e documentário, sejam de extrema relevância, para o público-alvo que almeja realizar uma análise mais aprofundada em torno do comportamento de Beth, recomenda-se o documentário, justamente por este trazer a possibilidade de verificação de diversos aspectos comportamentais da criança. Analisando-se o comportamento da personagem Beth à luz do conteúdo que foi exposto em sala de aula, é possível associá-la a algumas características como: a piromania, que é uma manifestação e apreço pela destruição, presentes quando a personagem começava a destruir objetos, ao perceber que não conseguia manipular os seus pais. O sadismo precoce, que são as manifestações sádicas voltadas aos animais, aparece no enredo quando a criança mata os filhotes da ave e quando atrai o cachorro da família para o seu quarto e provoca um ferimento no mesmo. O comportamento manifestado por Beth ao longo do filme nos permite associá-la a características típicas de pessoas que possuem tendências em se tornarem psicopatas, uma vez que ela apresenta as seguintes características: sua falta de empatia, culpa e remorso; sua incapacidade de formar laços emocionais em consequência dos traumas vividos no passado com o seu pai biológico; além de ser manipuladora e calculista com as suas ações. Os conhecimentos adquiridos em sala de aula nos permitem uma visão e análise aprofundada acerca dos temas centrais tratados nos enredos em questão, de forma que associar essas informações a situações reais torna a absorção e aplicação dos conhecimentos uma tarefa menos cansativa. REFERÊNCIAS
YOUTUBE. A ira de Um Anjo (1992) Dublado. Disponível em: