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GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Fundada em 08 de janeiro de 1928 da E.’. V.’..

AUG.’. E RESP.’. LOJ.’. SIMB.’. THEMIS Nº 157


Fundada em 24 de julho de 1998 da E.’. V.’..

Trabalho do Ir.’. Tiago Simões dos Santos – A.’.M.’.


Matrícula 19753 – Iniciado em 22/09/2017
Data: 09/11/2018

2ª instrução - Sentimentos das minhas viagens

Cada etapa concluída das instruções de aprendiz, em minhas obras procuro fazer um link do
tema proposto com a realidade da minha vida não só momentânea mas um rascunho onde procuro
descrever os meus mais sinceros e profundos sentimentos, que absorvo nas boas energias que
emanamos em cada sessão e que muito contribuem na minha caminhada Maçônica, se enriquece
por poder expressar e compartilhar com os fraternos irmãos em loja.
É interessante, que até hoje vivencio a sensação da iniciação, desde a câmara de reflexão, a
entrada no Templo e as viagens que realizei. A diferença é que não estou vendado. Meu mapa
mental que conduz as minhas razões, vai dando prioridades a busca pelo conhecimento e da
verdade.
Passados um pouco mais de um ano desde meu nascimento na Maçonaria, hoje é
perceptível mudanças de curso, pensamentos e preocupações comigo são cada vez menos
importantes à medida que meu mundo vai se abrindo para outros valores pessoais e sociais.
Abro a janela da minha vista imaginária, vejo um vasto jardim sendo cuidado para cada dia
estar mais verde e limpo que vai se estendendo para os horizontes cada vez mais distantes, cheio
de luz e esperança. Atento mais na magnitude da natureza e me interesso pela magia que ela
proporciona de graça para o nosso bem estar, garantindo a energia vitalizante para percorrermos
na longa estrada da transformação do valores morais, desprendendo da curiosidade do que há no
destino para melhor apreciar as paisagens do agora. Penso na experiência da minha primeira
viagem na iniciação: “que representam o homem nos primeiros anos, dominados pelas paixões e
desprovidos da razão”.
No aprendizado que é contínuo na vida, tenho procurado escutar mais as pessoas e
compreendê-las antes de formar qualquer opinião no intuito de estar sempre pronto para ajudar,
pois me satisfaço quando posso servir alguém que necessita da minha ajuda, mesmo nas
pequenas ações como simples palavras, mas que já vale muito para aqueles que já perderam a
esperança e a fé.
Tento estabelecer diálogos que confrontam meus preconceitos, buscando respostas
diferentes para multiplicar as infinitas possibilidades que filosoficamente permitem nos auto avaliar,
aperfeiçoar e talvez evoluir. Respiro todas as manhãs nosso ar puro, como se o estivesse
apreciando pela primeira vez, sensação Divina que faz oxigenar o sangue, concentrando todos os
esforços para atrair as energias positivas, nos encorajando nas lutas que somos submetidos para
vencer nossas paixões das tentações que assombram e testam a todo instante, mesmo que só em
pensamentos, nosso compromisso para estar sempre atentos e em retidão para não nos
sujeitarmos ser traídos por nós mesmos. Por isso lembremos do “ruído das armas” na nossa
segunda viagem da iniciação: “nos alerta que são os combates necessários para chegar ao estado
de equilíbrio, representam as lutas constantes para vencer desafios”.
Harmonizo minhas inquietudes e tristezas ouvindo canções que acalmam meu coração, esse
mecanismo liberam as boas lembranças, como o belo sorriso e um abraço bem apertado da minha
filha que faz aliviar qualquer dor ou problema, exercício para equilibrar a mente e espírito,
necessários para enfrentar todos os desafios que nos deparamos, por que se esses não
acontecessem, talvez não apreciaríamos o sabor das conquista e superação. Bem como nos é
ensinado na terceira viagem: “o estado de paz e tranqüilidade é resultante da moderação das
paixões e do amadurecimento do homem”.
Quando somos telhados com a pergunta “que vindes fazer aqui”? Respondemos que viemos
“vencer as paixões, submeter a vontade a razão, e fazer novos progressos na maçonaria,
estreitando os laços de fraternidade que nos unem como verdadeiros irmãos”.
A frase é curta e fácil de lembrar exercitando. Mas percebo que não é suficiente só recitar
palavras, mas sim praticar e aperfeiçoar dentro do Templo para conduzirmos diariamente na vida
profana. Trago para mim esse alerta por que no meu humilde entendimento, a trilha individual é
misteriosa e devemos estar atento aos perigos do bem e do mal que nos acompanha, a dualidade
que pode confundir nossos sentimentos quando não estamos bem. Essa etapa no meu entender, é
a ponte da edificação da obra individual para desbastar a pedra bruta e formar as pedras polidas ou
angulares, como descreveu o nosso irmão Redaelli ao se referir aos aprendizes.
Procuro sempre meditar ao GADU sempre que me preparo para respeitosamente ingressar
no Templo, ao sinal de quando as portas se abrem, a primeira vista é o pavimento mosaico e a orla
dentada, que representam a união de todos maçons pelo amor fraternal, indiferente de crenças
religiosas e políticas. Mas além disso, também representam o bem e o mal que nos acompanha em
nossas trilhas. A dualidade está presente em tudo e em todos nós, se faz necessário a reflexão e
auto conhecimento dessas duas forças, para com elas, equilibrarmos as nossas energias com
temperança, prudência e serenidade.
Criei uma metáfora, para trazer aos irmãos um pouco das minhas vivencias, algumas faltas
no passado que não dei ouvidos para pessoas que precaviam meus excessos, momento pelo qual
o ego criava um véu que tudo estaria sob controle e não enxergando os riscos envolvidos, como
uma encruzilhada que surge na vida de todos nós nos dando direções distintas para escolhermos.
Numa direção, enxergamos uma estrada bela, pavimento novo, liso, cheio de belas
paisagens, com pessoas bonitas em seus carros luxosos nos dando a sensação de um caminho
fácil, se vê o brilho do sol mas como se estivesse desenhado numa tela de pano, porque nunca
esteve ali de verdade, direcionando placas para um destino sombrio e improvável. Um verdadeiro
labirinto que uma vez estando dentro, tão difícil retornar ao ponto inicial só para termos uma nova
oportunidade de recomeçar. E quantas pessoas levam uma vida inteira para até compreender que
sempre teve a chance de fazer diferente mas que agora parece ser tarde demais?!
Já na outra direção, aquela estrada feia, sem marcações, sinalizações, praticamente sem
asfalto, abandonada, esburacada, sinuosa, perigosa com ladeiras íngrimes, longa que causa
cansaço, suor, dor e que talvez não seja possível atravessar, mas que já foi trafegada por outros
que nos alertam que apesar dos desafios elas valem a pena. Por mais que tentemos ligar o GPS
para encontrar atalhos, o resultado vai ser igual ao ditado da antiga série Carga Pesada: “não vai
que é cilada Bino”.
Muito já me cobrei muito pelos erros, decisões precipitadas que naturalmente vem refletindo
atualmente. Se não reconhecesse meu atos, dispensaria qualquer comemoração nesse ano, meu
chão desabou e tudo o que tinha, ou que pensava que possuía, materialmente se perdeu. Construí
um lindo castelo, porém de areia que na primeira maré alta, levou tudo embora... O bom emprego,
imóveis, veículos, mas deixando comigo muitos desentendimentos familiares e a fragilidade no
casamento por problemas financeiros sérios.
Mas apesar de tudo, posso certificar o quanto eu e minha família estamos bem e o quanto
ganhamos positivamente com toda a dificuldade que passamos juntos. Força, sabedoria e fé nos
fizeram levantar e acreditar na nossa capacidade de nos reinventar e fazer muito melhor do que
antes. Por isso, não tenho nada a reclamar e só a agradecer, perdi valores materiais, mas ganhei
valores pessoais sem precedentes que estão edificando meus valores morais, melhorando a cada
dia no ambiente profissional, social e principalmente familiar.
Como diria o nosso falecido cantor nativista, compositor e poeta Leopoldo Souza Soares
Rassier: “Não podemos se entregar pros home de jeito nenhum amigo e companheiro, não ta morto
quem luta e quem peleia, pois lutar é a marca do campeiro”.
Por isso tenho a sensação de estar vivenciando todos os dias a minha iniciação, o profano
literalmente desprovido de metais, mas já purificado eliminando qualquer tipo de preconceitos
sociais e entregue pela busca da sabedoria, com sinceridade, coragem e perseverança para estar
sempre de pé a ordem com avental sempre pronto para o trabalho, do meio dia à meia noite,
servindo fraternalmente aos irmãos e visando o aperfeiçoamento progressivo na maçonaria.
Agradeço ao GADU e aos queridos irmãos que de alguma forma, os trabalhos contínuos
dessa loja, me ajudaram em muito a manter meus pilares erguidos. Nesse período de transição,
orei muito e procurei a Bíblia que é o meu amigo leal e Mestre que me ouve sempre que eu
necessito de ajuda, e que também me ensina a me tornar um ser humano um pouco melhor que fui
ontem. Para finalizar, gostaria de recitar um salmo que tem me ajudado nas minhas preces. Salmo
133:

Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo
precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que
desce à orla das suas vestes. Como o orvalho de Hermom, e como o que
desde sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida
para sempre.

Essas foram as minhas palavras...

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