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ABSOLUTISMO enfraquecimento da classe feudal e o fortalecimento do


Estado centralizado.

ASPECTOS GERAIS As características do Estado absolutista foram:

O Estado Moderno foi resultante da crise do  a grande centralização representada pelo grande poder
feudalismo e do debilitamento da Igreja e da nobreza e, ao do soberano, que não era controlado por outras
mesmo tempo, do desenvolvimento da burguesia. À instituições políticas ou por leis limitativas de sua
medida que era ampliada a circulação de mercadorias e se autoridade.
desenvolvia a produção manufatureira, como efeito de
novas forças produtivas no Modo de Produção Feudal,  o exercício da soberania, a noção de soberania do
diminuíam a base econômica da nobreza e da Igreja e a Estado expressava o domínio político exclusivo e único
tendência ao particularismo. Certas Formações Sociais sobre a formação social, sem restrições, o Estado
Regionais conseguiram, durante a crise feudal (sobretudo sendo a fonte de todo poder político no território
nos séculos XIV e XV) um maior progresso econômico e nacional; o soberano também a representava tanto no
um certo nível de centralização jurídico-política, e puderam próprio país quanto nas relações internacionais.
impor sua dominação sobre outras Formações Sociais
Regionais. Essa dominação foi realizada nos níveis  a razão de Estado, que significava a capacidade do
econômico, jurídico-político, ideológico, lingüístico e étnico Estado realizar práticas consideradas de interesse
e o resultado desse processo foi a elaboração das grandes coletivo.
Formações Sociais, identificadas com grandes nações de
acordo com as concepções burguesas.  o sistema jurídico, constituído de regras de Direito
válidas para todos e que substituíram os privilégios de
No nível jurídico-político, a monarquia foi o origem feudal; todos os indivíduos passaram a ser
principal instrumento dessa centralização que tanto considerados súditos do Estado.
interessou à burguesia comercial. Os recursos financeiros
facilitavam aos soberanos a organização de exércitos  uma burocracia, cujas funções têm caráter de funções
permanentes e de grande corpo de funcionários do Estado e não de interesses particulares.
(burocracia, burguesia funcionária). O desenvolvimento do
aparelho burocrático do Estado, que lhe permitia realizar  o exército permanente, a serviço do poder “público”, do
suas funções administrativas e políticas, facilitava a poder que é apresentado como estando a serviço do
eliminação da pluralidade das leis, dos impostos, dos interesse geral.
pesos, das medidas, dos padrões monetários, de
privilégios e de outros particularmente feudais. Assim era  a política econômica mercantilista, que intervinha na
ampliada a centralização; assim era diminuída a força da estrutura econômica sob diversas formas, ampliou o
nobreza e do clero; assim a burguesia ampliava seu raio estabelecimento de relações capitalistas de produção e
de ação. O crescente poder Real representava esse foi um dos aspectos da acumulação primitiva de capital.
processo.
 a subordinação de uma Igreja, como resultante da crise
Em termos jurídicos, as bases da centralização feudal e da soberania do Estado; as diversas Igrejas
foram realizadas por elementos burgueses especialistas em subordinadas, católica e protestante, passaram a fazer
Direito Romano (legistas), que dele retiraram não apenas a parte do Estado, justificando pela doutrina o direito
noção de propriedade absoluta, que legalizava a divino dos reis.
propriedade privada burguesa, mas também a de poder
público que legalizava o poder real. Ao mesmo tempo, foi  a ideologia nacionalista, que se contrapunha ao
sendo produzida, a partir da idea de nação, uma ideologia universalismo da Igreja, expressava as aspirações
nacionalista, que também justificava o poder público do rei. burguesas e sua competição e justificava a soberania
estatal.
No início de sua prática, o poder era limitado pelas
assembleias que reuniam os representantes da nobreza e  a noção de um soberano acima das classes sociais,
do clero. Aos poucos, à medida que se fortalecia, a produto da complexa situação social durante a
burguesia participou de suas reuniões e chegou a dominá- transição e de concepções ideológicas de origem feudal
las. Eram chamadas Cortes em Portugal e Espanha, (religião) e de origem burguesa (nacionalismo); na
Estados Gerais na França e nos Países Baixos, verdade, a atuação do soberano, cuja origem social era
Parlamento na Inglaterra, Dieta na Alemanha etc. a nobreza, atendia objetivamente aos grupos
dominantes.
O Estado Absolutista foi o Estado típico das
Formações Sociais de transição do feudalismo para o
capitalismo na Europa. Ele é o próprio Estado Nacional A prática absolutista, à medida que se realizava e
moderno e suas características foram se desenvolvendo aperfeiçoava, foi justificada e explicada ideologicamente
enquanto se desenvolvia a transição, enquanto era por doutrinas fundamentadas em noções religiosas e não-
realizado o progresso da produção manufatureira, da religiosas.
expansão europeia, da competição mercantil, das novas
concepções ideológicas etc., que aceleraram o

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Os principais doutrinadores do poder absoluto foram: administração. Porém o poder de decisão em última instância
é sempre do príncipe, sob pena de desmoronamento da
 Nicolau Maquiavel (1469-1527) - em suas obras O soberania, que é tão alta e tão sagrada. Dentre as demais
Príncipe e Discursos sobre a primeira década de Tito prerrogativas que o exercício da soberania confere ao
Lívio, fundamentava a necessidade de um Estado governante estão os direitos de decretar a guerra e a paz,
Nacional forte e independente da Igreja e encarnado na criar cargos públicos, condenar ou perdoar os réus, cunhar
pessoa do chefe do governo (o “príncipe”) para a moedas, estabelecer ou suspender impostos. Mas a
aplicação da razão do Estado, fortalecimento da nação monarquia de poder absoluto não é uma monarquia ilimitada
e o benefício coletivo, considerando válidos todos os ou despótica, e sim, "aquela em que os súditos obedecem às
meios utilizados para o alcance desses objetivos. leis do monarca e o monarca às leis da natureza, continuando
a pertencer aos súditos a liberdade natural e a propriedade
 Jean Bodin (1530-1595) - em Da República, dos bens".(citado por Chevalier., op. cit, p. 56.) O monarca
argumentava que a soberania do Estado personificada absolutista deve, pois, respeitar as leis naturais (como o
no rei tinha origem divina, não havendo impedimento à direito à liberdade e a vida e a lei que regula a sucessão ao
autoridade real. trono), bem como as propriedades dos seus súditos, não
podendo tomá-las sem-motivo justo.
 Bossuet (1627-1704) - Política Tirada da Sagrada
Escritura reforçou a doutrina do direito divino, que As noções de soberania de Bodin constituíram as
legitima qualquer governo, justo e injusto; todo governo bases da ciência política e do direito público durante o
é sagrado e revoltar-se contra ele é, portanto, um antigo regime e sua influência ultrapassou as fronteiras da
sacrilégio. França,
"considerai o príncipe em seu gabinete. Dali partem as
ordens graças as quais procedem harmonicamente os
Conheça mais sobre a teoria de Bodin magistrados e os capitães, os cidadãos e os soldados, as
províncias e os exércitos, por mar e por terra. Eis a imagem
“Nada havendo de maior sobre a terra, depois de Deus, de deus que, assentado em seu trono no mais alto dos
que os príncipes soberanos, e sendo por ele estabelecidos céus, governa a natureza inteira... enfim, reuni tudo quanto
como seus representantes para governarem os outros dissemos de grande e augusto sobre a autoridade real.
homens, é necessário lembrar-se de sua qualidade, a fim Vede um povo imenso reunido numa só pessoa, considerai
de respeitar-lhes e reverenciar-lhes a majestade com toda esse poder sagrado, paternal e absoluto; considerai a
a obediência, a fim de sentir e falar deles com toda a honra, razão secreta, que governa todo o corpo do estado,
pois quem despreza seu príncipe soberano, despreza a encerrada numa só cabeça: vereis a imagem de deus nos
deus, de quem ele é a imagem na terra". reis, e tereis ideia da majestade real". (Bossuet, citado por
Chevalier, j. j., op. cit. p. 88).
(Bodin, Jean. "a república". citado por Chevalier Jean-Jacques. as
grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias. Rio de
Janeiro, Livraria Agir Editora, 1966,1 p. 58.).
A política segundo as santas escrituras
O jurista francês Jean Bodin (1530-1596) publicou, Bossuet admite que existiu outrora um estado de
em 1576, o livro "De Lá Republique", vasta obra de teoria natureza. Para viver em segurança, o povo se organizou,
política, que se destacou pelos conceitos emitidos sobre a do ponto de vista político, e conferiu o poder supremo a um
soberania e o direito divino dos reis, as noções de soberano e aos seus descendentes legítimos. Surgiu,
soberania surgiram num momento em que a França se via assim, a monarquia, que é a mais comum, a mais antiga e
assolada pelas guerras de religião do século XVI. Foi o também a mais natural forma de governo.
medo da anarquia que levou Bodin a sustentar que para
preservar a ordem social deveria existir uma vontade A monarquia é sagrada, pois os príncipes são
suprema soberana. como ministros de Deus e seus representantes na terra é
absoluta, porque o príncipe não deve prestar contas a
A soberania foi definida pelo autor, como o poder ninguém. Paternal, porque como o pai de família em
absoluto que o chefe de estado tem de fazer leis para todo relação a seus filhos, o rei "não nasceu para si, mas para
o país, sem estar, entretanto, sujeito a elas nem às de seus o povo". E é justa, porque está sob a proteção de deus.
predecessores, porque "não pode dar ordens a si mesmo". (Nada melhor do que tais ideias, para os reis de um país
A república (sinônimo de estado ou de comunidade que vinha de um período agitado de guerras religiosas e
política), sem o poder soberano não é mais república. de enfrentamento com a nobreza.)
Além de absoluta, a soberania é também perpétua e Entretanto, já no final do século XVIII, na
indivisível. Segundo Bodin, a soberania pode ser exercida por Inglaterra, e durante o século XVIII, na França, surgiram
um príncipe (caracterizando uma monarquia), por uma classe fortes correntes de pensamento contrárias ao absolutismo
dominante (caracterizando uma aristocracia) ou pelo povo monárquico. As teorias políticas de Locke, Montesquieu e
inteiro (seria uma democracia). Mas, ela só pode ser efetiva Rousseau contribuíram de forma marcante para abalar a
na monarquia, porque esta dispõe da unidade indispensável estruturas do Antigo Regime.
à autoridade do soberano. Ao exercer a soberania, o
governante deve criar órgãos, associações ou conselhos No século XVIII, os reinados de Luís XV (1751-
(como os "Estados Gerais", na França) que facilitem a 1774) e de Luís XVI (1774-1792) transcorreram em crise,
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decorrente da difícil situação financeira do estado, das Durante o período Tudor, foi consolidado o Estado
reinvindicações políticas da burguesia, do absolutista inglês, em detrimento da nobreza e da Igreja. Essa
descontentamento das classes populares e das críticas consolidação foi paralela às transformações econômicas que
dos filósofos ao absolutismo. Em 1789, a Revolução mudaram cada vez mas rapidamente as condições de
Francesa pôs fim ao Antigo Regime absolutista francês. existência do Estado. Assim, já no fim do século XV, teve
início o processo de concentração capitalista da terra e o
Autores: Olga Maria A. Fonseca Coulon E Fábio Costa Pedro início da capitalização do campo (processo de formação de
Apostila: Dos Estados Nacionais À Primeira Guerra Mundial, 1995,
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“enclosures”). O confisco de terras de nobres que
contestavam o poder real foi ampliado no século XVI,
articulado e justificado pela reforma anglicana (Henrique VIII,
Thomas Hobbes (1588-1679) - no Leviatã (1651), 1509-1547), também instrumento de afirmação do Estado
abandonou a ideologia religiosa para justificar o Nacional Inglês. As enormes propriedades eclesiásticas das
absolutismo. Sua doutrina do “contrato” afirma que em ordens religiosas e bispados foram confiscadas. Parte delas
“estado natural” os homens lutam entre si. Então, para ficou com a Coroa, que assim obtinha fontes de renda e
sobreviverem, renunciam a seus “direitos naturais” através diminuía a necessidade de recursos aprovados pelo
de um contrato tácito, transferindo-os ao estado, cuja Parlamento. Outra parte foi vendida a alguns nobres aliados
soberania sobre os súditos é, assim, absoluta, indivisível e do rei e a burgueses, assim se formando uma burguesia
irrevogável; sua missão é reprimir o egoísmo e promover a agrária, que logo competiu com a antiga nobreza pelo
paz. O Estado está representado da forma mais perfeita controle das funções políticas locais. Durante o governo de
pelo rei. O filósofo Hobbes foi um dos ideólogos do Eduardo VI (1547-1553), o processo continuou. Ao mesmo
absolutismo Stuart (Inglaterra). Já na segunda metade do tempo, a eliminação de várias características católicas
século XVII, foi produzida a ideologia liberal, que retomou presentes na doutrina e nas práticas religiosas anglicanas,
a noção do contrato, dando-lhe outro conteúdo para com a adoção de dogmas calvinistas, marcou mais ainda o
combater o absolutismo real. Seu principal representante caráter antipapal do Estado Inglês; a Inglaterra passou a ser
no século XVII foi o filósofo John Locke, ideólogo da refúgio de protestantes. A reação feudal e católica de setores
“Revolução Gloriosa”(1688-1689), cujas ideias foram da nobreza foi realizada sob a liderança de Maria Tudor
desenvolvidas no século XVIII pelos iluministas”. (1553-1558), que tentou restaurar o catolicismo aliando-se a
Carlos I da Espanha (casando-se com o futuro Felipe II),
envolvendo a Inglaterra na guerra entre França e Espanha e
INGLATERRA perseguindo os protestantes. Espanha e Igreja Católica
passaram a ser considerados os maiores inimigos do Estado
Na Inglaterra, desde o século XIII (Carta Magna, inglês depois do período de Maria Tudor. O reinado de
1215), certas práticas jurídico-políticas, criadas pela Elizabeth I (1558-1603) foi o apogeu do absolutismo inglês. A
nobreza e pelo clero para limitar o poder real, foram importância do Estado nesse período foi marcada:
institucionalizadas solidamente. Assim, a lei estava acima
do soberano; ele não podia promulgar leis, aumentar os I. No nível econômico, pelo mercantilismo, caracterizado
impostos ou criar novos, sem consentimento do pelas seguintes práticas:
Parlamento; nenhum membro da nobreza e do clero podia
ser preso ou condenado sem especificação da culpa e sem  estímulo à construção naval, à produção metalúrgica e
julgamento legal por seus pares; os funcionários da Coroa têxtil.
podiam ser julgados por crimes cometidos em suas  concessão de monopólios a indivíduos ou grupos,
funções etc. inclusive para a formação de grandes companhias, a
Companhia dos Mercadores Aventureiros
O parlamento, inicialmente assembleia dos (empresários e corsários ao mesmo tempo) criou
senhores leigos e eclesiásticos, foi ampliando sua sociedades como a Companhia do Levante, mas a
participação e se divide (desde 1927) em: maior foi a Companhia das Índias Orientais (1600).
 início do sistemático esforço explorador (Orake, 2ª
 Câmara Alta ou dos Lordes - representantes da grande viagem de circunavegação) e colonial (Virgínia).
nobreza e do Alto Clero. controle da força de trabalho artesanal através do
 Câmara Baixa ou dos Comuns - representantes da "Estatuto dos Artesãos" e pela atração do trabalhador
pequena nobreza e da burguesia. qualificado no estrangeiro
 abertura da Bolsa de Londres (1571).
No final do século XV, a crise do feudalismo
manifestou-se na Inglaterra também por meio de uma enorme
crise política, inclusive com a divisão da grande nobreza em II. No nível jurídico-político, através do aperfeiçoamento
dois grandes grupos: o da dinastia York e o da dinastia do aparelho estatal (criação do Tribunal de Alta Exceção,
Lancaster. criação do Ministério e dos longos períodos sem convocar
O enfraquecimento da nobreza inglesa durante a o Parlamento, utilizando-se a prerrogativa real).
Guerra das Duas Rosas (1455/1485) e os interesses da
burguesia por um Estado centralizado impulsionador do
progresso comercial produziram o Estado moderno inglês, III. No nível ideológico, por meio do Ato de Supremacia de
com a dinastia Tudor (1485, Henrique VII) e a 1559, reafirmando-se a chefia da Igreja Anglicana pelo
subordinação efetiva do Parlamento à Coroa. monarca e consolidando-a. Externamente, o período
elizabetano marcou o início da expansão inglesa, com

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vitórias sobre os espanhóis. O desenvolvimento inglês e a companhias de Comércio. Os criadores eram interessados
derrota espanhola criaram condições para que amplos diretos no aumento da produção de tecidos e de sua
setores da burguesia, no final desse período, opusessem- exportação. A “gentry” ocupava a maior parte dos cargos
se aos monopólios e privilégios das Companhias político-administrativos locais e era contrária à política
comerciais e das corporações artesanais e às restrições fiscal e à concessão de privilégios da Coroa. A aristocracia
estatais ao processo de cercamento dos campos. Esses de origem feudal tinha diminuído durante o período Tudor
setores se identificavam geralmente com a religião e continuava apoiada na exploração de terras com práticas
puritana e com seitas não-conformistas em relação à Igreja feudais. Gozava de privilégios como a ocupação de altos
Anglicana. Os Stuart eram soberanos na Escócia e cargos, imunidades legais etc. e era a principal base social
herdeiros dos Tudor. do absolutismo Stuart, que procurou aumentar seu número
concedendo e vendendo títulos, distribuindo pensões,
Com a morte de Elizabeth, o rei Jaime da Escócia monopólios, terras, etc. Parte da aristocracia, porém tinha-
tornou-se também rei da Inglaterra. O desenvolvimento da se aburguesado, adotando as práticas capitalistas de
economia inglesa, herdado do impulso do período exploração rural, explorando minas e manufaturas,
elizabetano, continuou a ser realizado. As bases participando de companhias de comércio e da exploração
capitalistas cresciam rapidamente nos setores colonial na América. Mas a aristocracia também tinha
manufatureiro, mercantil, extrativista mineral (hulha) e problemas, como o grande endividamento para manter
agrário. Em muitos pontos, a Inglaterra tinha a economia seus negócios e seu padrão de vida luxuoso; sua influência
mais avançada da Europa e destacavam-se a produção de social também diminuiu.
tecidos, a metalúrgica, a construção naval, a mineração.
Entre os problemas do progresso econômico
No setor agrário, o movimento e cercamento dos inglês, estava o da necessidade de maior volume de
campos continuou. Mas as contradições também capitais. O mercantilismo Stuart e sua política fiscal
cresciam. O cercamento provocava desemprego, êxodo agravaram esse problema, no momento em que a Europa
rural, fomes (particularmente quando das más colheitas) já começava a receber menos metais preciosos
na crescente população rural. Nas cidades, muitos americanos. No nível jurídico-político, os problemas são
artesãos independentes se arruinaram diante da representados pela contradição entre o regime absolutista
concorrência da produção manufatureira e nem todos os e as necessidades de livre atuação da burguesia. Ao
recém-chegados dos campos e os artesão arruinados mesmo tempo, as reivindicações dos trabalhadores
conseguiram emprego nas manufaturas. O quadro dos diretos, camponeses e urbanos, determinavam a
trabalhadores diretos, em particular o das cidades, era necessidade de mudanças no quadro político. O
agravado pelos baixos salários, pelas dificuldades do absolutismo Stuart foi orientado ora pela doutrina do direito
abastecimento urbano e pelas epidemias. Frequentes divino (Bodin), ora pela doutrina do contrato (Hobbes). Era
revoltas, articuladas por projetos reformistas, foram produto da união de interesses do setor feudal
realizadas contra o cercamento dos campos, a ampliação sobrevivente e da grande burguesia mercantil, como
da criação de ovelhas e a diminuição das áreas de cereais demonstra o seu intervencionismo: concessão de
(que diminuíam o número de empregos e agravavam o monopólios e privilégios, tentativas de paralisação do
abastecimento de gêneros de primeira necessidade), e o movimento dos “enclosures”, sua imposição da Igreja
fim dos direitos comunais de caça, de pesca e de uso de Única, tentativa de anulação do Parlamento etc. Para sua
pastos pela apropriação privada de florestas, campos e sobrevivência, portanto, era necessária a instauração do
pântanos. Nesse quadro foi formado o excedente social absolutismo do direito. O Parlamento fora transformado,
que realizou a colonização da América do Norte e das desde o período anterior, no principal instrumento político
Antilhas; nesse processo os “servos por contrato” foram da burguesia.
muito utilizados. A grande burguesia urbana, voltada
principalmente para o grande comércio externo, desejava Nele repercutia, então, a oposição burguesa à
uma política externa de agressiva concorrência aos política absolutista dos Stuart. Esses procuraram governar
holandeses e de não-aceitação dos direitos adquiridos aumentando e criando novos impostos e editando leis sem
pelos Estados Católicos na América para ampliação de consultar aqueles, aproximando-se da França (Luiz XIII e
seus mercados. Richelieu; Luiz XIV) etc. No plano institucional, a crise se
revelou no choque entre o Parlamento e a Coroa. A
No campo, os pequenos proprietários e imposição do anglicanismo como religião oficial, da qual o
arrendatários (“Yeomen”) endividados sofriam com a baixa chefe era o soberano, fazia parte da tentativa de
dos preços provocada pela diminuição das entradas de estabelecimento do absolutismo de direito ou prerrogativa
metais preciosos na Inglaterra, com as pesadas condições real. Este necessitava de um poderoso instrumento
impostas pelos emprestadores (geralmente grandes ideológico de controle social para ser realizado. A
proprietários) com a política fiscal da Coroa e com as manutenção dos setores feudais e dos grandes grupos
obrigações financeiras impostas pela Igreja Anglicana, burgueses, privilegiados com monopólios e outras
além da eliminação dos velhos direitos comunais já práticas, exigia a repressão também na vida religiosa. Daí
referidos. Os grandes proprietários de origem burguesa (a as perseguições aos puritanos e outros “não-conformistas”
“gentry”, cerca de 17.000 famílias em 1600) eram que, muito mais que os católicos, representavam a
diretamente beneficiários do processo de cercamento; oposição burguesa e trabalhadora à política absolutista.
eram contra as tentativas reais de limitar a concentração Jaime I (1603 - 1625), também rei da Escócia,
da terra. Parte desse grupo teve dificuldades com a baixa logo provocou choques com o Parlamento, devido às suas
dos preços, mas parte enriquecia com as atividades concepções absolutistas e à sua política religiosa, que
extrativistas de hulha, estanho e sua participação em
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provocou, de imediato, a “Conspiração da Pólvora” (1605),  no outro extremo, estavam a pequena burguesia e os
organizada por católicos, que foram perseguidos. trabalhadores artesãos e agrícolas; em termos
religiosos, identificados como independentes, por
Em seu governo teve início efetivo a colonização pertencerem a diversas seitas. Projetos: igualdade
inglesa na América, com a emigração de puritanos e a política e religiosa com o fim da Monarquia, liberdade
ocupação das Antilhas. Os puritanos também se dirigiram de imprensa e de religião, e voto para a maioria dos
para a Holanda. O reinado de Carlos I (1625-1649) acentuou trabalhadores; eram liderados por Liburne e apelidados
as contradições já assinaladas. A luta contra a França (apoio de niveladores.
aos huguenotes - 1627) e a Espanha levou-o a solicitar
recursos financeiros ao Parlamento. Este tentou limitar a  setor mais radical - trabalhadores que tinham um
prerrogativa real através da Petição dos Direitos (1628), na projeto mais amplo: fim da propriedade privada,
qual eram pedidas garantias reais contra prisões arbitrárias e devolução aos camponeses das terras cercadas,
se condenava a cobrança de impostos não-autorizados pela ocupação das terras públicas (que chegaram
assembleia. No ano seguinte, o Parlamento foi dissolvido e o parcialmente a realizar); mesmos direitos políticos para
rei governou um longo período sem convocá-lo (período da todos os homens e, assim, plena igualdade; chamados
“Tirania”), utilizando-se de órgãos como o Conselho Privado, “diggers” (cavadores, desbravadores)
o Tribunal de Alta Exceção, a Câmara Estrelada, realizando
grandes perseguições, auxiliado sobretudo pelo conde
Strafford e pelo Arcebispo de Canterbury Willian Laud. Os Os niveladores tiveram forte influência sobre o
recursos financeiros foram obtidos, limitando-se os gastos exército parlamentar, cujos soldados, em sua maioria, eram
militares (política de paz), venda de cargos e sobretudo de origem trabalhadora. A maior parte da burguesia
cobrança de impostos, inclusive antigos, caídos em desuso, pretendeu eliminá-los, diminuindo o exército sob o pretexto
como o “ship money” ( imposto medieval cobrado das de falta de recursos para mantê-lo. O Conselho Geral do
populações litorâneas para a construção naval) que depois foi Exército, liderado por Cromwell, embora não partidário das
restabelecido e cobrado de toda a população. Ele muito medidas igualitárias, mas liberal e republicano, reagiu da
contribuiu para que fosse ampliada a oposição ao soberano. seguinte forma: ocupação de Londres, expurgo e prisão de
A tentativa de realização desse absolutismo na Escócia, presbiterianos do Parlamento (1648; passou a ser chamado
através da imposição do anglicanismo, produziu a rebelião Rump Parliament) , prisão e condenação à morte do rei
escocesa e a invasão do norte da Inglaterra. O rei convocou como traidor (1649) e estabelecimento de um Regime
o Parlamento para obter recursos financeiros para a guerra, Republicano baseado na maioria dos independentes e no
mas a exigência de paz e a anulação das medidas anteriores, exército. As contradições de formação social inglesa
consideradas ilegais pela Assembleia, levaram-no a dissolvê- produziram um regime político altamente centralizado. A
lo (Parlamento Curto). A não-obtenção de empréstimo e a instituição da República (Common Wealth) começou com a
continuação da luta determinaram uma nova convocação prática da supressão da Câmara de Londres, a repressão
parlamentar. O Parlamento Longo (1640-1653) aboliu os aos niveladores mais radicais, aos realistas (partidários da
impostos da Tirania e recuperou o poder de julgar monarquia), presbiterianos e anglicanos, e aos católicos,
"funcionários da Coroa", processando e condenando cujas terras foram confiscadas. Ao mesmo tempo, houve a
Stanfford e Laud, proibindo o rei de dissolvê-lo sem seu invasão da Irlanda, cujas melhores terras foram tomadas por
consentimento. A tentativa real de prender os líderes ingleses depois de grandes massacres justificados como
parlamentares e a revolta da Irlanda (1642) desencadearam combate ao catolicismo, e da Escócia, que pretendia o
então a guerra civil. As contradições sociais determinaram a retorno dos Stuart. O governo era exercido através do
divisão da Formação Social Inglesa em dois grandes grupos, Conselho de Estado, do Conselho de Oficiais e do
do ponto de vista político: Parlamento.A centralização chegou ao máximo com o
agravamento da situação devido a dificuldades econômicas
 o do Parlamento ou cabeças redondas, constituídos produzidas por más colheitas e pelo boicote das monarquias
pela burguesia, os pequenos proprietários, os europeias à competição com os holandeses, ampliada pelo
trabalhadores agrícolas e urbanos. Ato de Navegação de 1651. As iniciais vitórias holandesas
na primeira guerra anglo-holandesa, a insatisfação geral dos
 o realista ou dos cavaleiros, reunindo a nobreza feudal trabalhadores e o domínio dos militares intranquilizaram a
e burocrática, o clero anglicano e o setor da burguesia burguesia, que pretendia, na conjuntura, a ampliação da
mercantil e manufatureira privilegiada. força naval e a diminuição do exército. Daí a tentativa de
destruir Cromwell e perpetuar o Rump Parliament. Em 1653,
o conselho de Oficiais cassou o Parlamento e teve início a
Os dois grupos, com os respectivos exércitos, ditadura de Cromwell, baseada no “Instrumento do
defrontaram-se na Guerra Civil. O exército parlamentar, Governo”, texto elaborado pelo Conselho Militar, que o
reorganizado e comandado por Oliver Cromwell, derrotou nomeou Lord Protector das repúblicas da Inglaterra, Escócia
o exército real em Naseby (1645) e obrigou o rei a fugir e Irlanda. Por esse “instrumento”, o voto era censitário
para a Escócia, onde foi novamente derrotado e (baseado na renda) e por ele foram eleitos Parlamentos
aprisionado. Então, revelaram-se as contradições entre os frequentemente depurados; os três países foram divididos
vários grupos sociais representadas pelo Parlamento: em onze regiões governadas por generais com plenos
poderes; as vendas das terras confiscadas não podiam ser
 em um de seus extremos, estavam os grandes anuladas etc. O governo de Cromwell representou os
proprietários de terras; em termos religiosos, interesses da grande burguesia. Durante esse período, o
identificados como presbiterianos. Projeto político: processo de desenvolvimento do setor capitalista da
monarquia moderada; era a maioria no Parlamento. economia inglesa avançou:
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penetração de comerciantes e mercadorias inglesas em
 as terras confiscadas aos grandes proprietários Portugal, que também cedeu Bombaim (Índia) e Tânger
realistas foram vendidas frequentemente a (África) em troca do apoio inglês contra a Espanha e a
comerciantes e oficiais militares. Holanda (Tratado de “Paz e casamento” de 1661), pela
ampliação da colonização na América do Norte e nas
 não foi proibida a formação de “enclosures”. Antilhas. O processo de concentração da propriedade de
terra continuou. A realização de uma política externa de
 foram mantidos os privilégios das grandes companhias aliança com a França contra a Holanda foi acompanhada
de comércio de longa distância. pela Declaração de Indulgência de 1672, que permitia aos
católicos serem funcionários do Estado. O Parlamento
 com o Ato de Navegação de 1651, foram estimulados a reagiu e impôs ao rei Test Act (ou Bill of Test), que impunha
construção naval e o progresso da Marinha Inglesa. aos ocupantes de funções públicas a adesão ao
anglicanismo (1673). A questão da sucessão ao trono
também ampliou os choques entre o Parlamento e a
O Mercantilismo de Cromwell foi complementado, Coroa: Carlos II pretendia que seu sucessor fosse seu
no plano externo, pela extensão marítima e colonial, irmão Jaime, católico. A maior parte do Parlamento impôs
ativada pelo Ato de Navegação. Sua aplicação e a ao rei o Habeas Corpus Act (ou Bill of Habeas Corpus),
competição na Europa, nas Antilhas, na América do Norte pelo qual ficava garantida a liberdade individual e
e na Ásia foram os determinantes da primeira guerra anglo- impedidas as arbitrariedades policiais; e o “Bill” da
holandesa (1652-1654), vencida pela Inglaterra. A guerra Exclusão, pelo que o irmão do rei ficava excluído da
contra a Espanha, realizada em aliança com a França de sucessão. No nível político, as contradições inglesas se
Mazarino, rendeu a conquista de Jamaica (1655) e a de manifestaram nessa ocasião pela formação de duas
Dunquerque (na Europa, 1658). O Tratado de Comércio tendências e agrupamentos políticos:
com Portugal (1654) ampliou os mercados ingleses.
 os whigs, defensores do predomínio do Parlamento e
No nível ideológico, as grandes e numerosas contrários ao absolutismo e a Jaime.
contradições desse momento da Formação Social Inglesa
foram expressas sobretudo pela expansão das diversas  os tories, partidários da supremacia do rei (prerrogativa
seitas religiosas protestantes. O próprio governo se real); eram anglicanos na maioria.
orientava de acordo com a religião puritana, impondo uma
grande austeridade pública e privada.
Diante da supremacia whig, Carlos II governou
O nacionalismo inglês do período foi marcado pelo sem Parlamento nos últimos anos do seu reinado,
misticismo puritano: acreditava-se que o povo inglês era o contando com o apoio financeiro de Luiz XIV, da França, e
“povo eleito”, cuja vocação era reformar o mundo e com empréstimos da grande burguesia.
prepará-lo para o retorno de Jesus Cristo. A principal
exposição literária dessa ideologia foi o poema “Paraíso Com apoio dos tories, Jaime II assumiu o trono e logo
Perdido” (publicado em 1667), de John Milton. realizou uma política absolutista, agravada por seu catolicismo.
Nomeou católicos para funções importantes, contrariando o
Com a morte de Cromwell (1658), seu filho Ricardo Test Act; promulgou declarações de indulgências aos
assumiu o governo, porém logo abdicou, abrindo um católicos; o Habeas Corpus Act não foi respeitado.
período de lutas entre os principais generais, vencido pelo
General Monck. Um novo Parlamento (parlamento Ao mesmo tempo, a aproximação de Jaime II com
Convenção) foi organizado e foi aprovada a restauração a França, cujos projetos expansionistas estavam sendo
dos Stuart, com Carlos II (1660).O retorno da dinastia realizados (inclusive a ocupação da Holanda) e
Stuart foi facilitada pela aversão geral à ditadura militar. ameaçavam vários interesses comerciais, contribuiu para
Carlos II prometeu anistiar os participantes da Guerra Civil, diminuir sua base social de apoio.
reconhecer os direitos dos novos proprietários, respeitar a
liberdade religiosa e a autoridade do Parlamento no plano O batizado de seu filho na religião católica uniu
fiscal. Em princípio, sua ascensão ao trono significou a tories e whigs, que apelaram para Maria, a filha do Rei,
vitórias dos realistas (monarquistas), em maioria casada com o "estatuder" da Holanda, Guilherme de
anglicanos e grandes proprietários. Mas, facilitado pela Orange. Assim, teve início a Revolução Gloriosa. O rei
maioria anglicana no Parlamento eleito em 1661 fugiu para a França e o Parlamento proclamou soberanos
(Parlamento Cavaleiro), realizou uma política absolutista Guilherme III e Maria (1689), que se comprometeram a
inspirada na doutrina do direito divino e na experiência respeitar a Declaração dos Direitos (Bill of Rights), pela
francesa. Restaurou a Igreja Anglicana pelo Ato da qual os soberanos não podiam:
Uniformidade (1662), restabeleceu a Câmara dos Lordes,
perseguiu os partidários da supremacia do Parlamento e  suspender leis e sua execução.
do regime republicano: só os anglicanos tinham direitos
políticos. O exército de Cromwell foi dissolvido. A política  cobrar novos impostos sem aprovação do Parlamento.
econômica inglesa não foi alterada. A expansão marítimo-
mercantil foi reforçada por várias leis (entre elas o Ato de  prender cidadãos sem culpa formada.
Navegação de 1660) pela competição com a Holanda
(segunda e terceira guerras anglo-holandesas); pela

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 interferir na Justiça. FRANÇA

 convocar e manter o exército sem consentimento O Estado Nacional francês foi ampliado e
parlamentar. consolidado a partir do fim da Guerra dos Cem Anos,
quando a Coroa conseguiu estabelecer sua autoridade
efetiva sobre alguns grandes feudos, como é o caso da
E prometiam: Borgonha.

 respeitar as eleições parlamentares, que devem ser O poder dos reis crescia paralelamente à formação
livres e sem pressões. territorial. Os soberanos da Dinastia Valois (Luiz XII 1498-
1515; Francisco I 1515-1547; Henrique II 1547-1559), com
 respeitar a liberdade de expressão no Parlamento, a o apoio de largos setores da burguesia, impuseram o
qual só poderia ser diminuída por ele próprio. reconhecimento de seu poder absoluto, justificado pela
doutrina da origem divina de poder real, não convocando
 respeitar a liberdade de imprensa os Estados Gerais, escolhendo só funcionários, dirigindo a
justiça e fazendo executar as Duas Leis. Após a
Concordata de Bolonha (1516), o próprio clero ficou
A Declaração dos Direitos reafirmou o poder do subordinado à autoridade do rei, já que competia, daí para
Parlamento sobre a Coroa definitivamente, eliminando o frente, ao soberano nomear os chefes eclesiásticos da
absolutismo do conjunto das práticas da Formação Social França.
inglesa. O poder do Parlamento foi ampliado pouco depois
pelo Ato de Trienalidade (Triennal Act, 1669, obrigando os No nível econômico, o mercantilismo era de base
soberanos a convocarem eleições de três em três anos; metalista: a saída de metais preciosos da França era
depois esse período foi ampliado para sete anos) pela simplesmente proibida. A dominância da burguesia
elaboração anual do orçamento. As liberdades mercantil, ligada ao comércio mediterrâneo, impedia a
especificadas na Declaração foram ampliadas pelo Ato de ocorrência de um grande apoio estatal à expansão
Tolerância (Toleration Act, 1689), que estabeleceu a francesa no Atlântico.
liberdade de culto para todos os protestantes dissidentes,
embora mantendo a Igreja Anglicana como Igreja oficial do Além dos impostos, um dos recursos da Coroa era
Estado. Os católicos e judeus dela foram excluídos. A a venda de ofícios de finanças e da Justiça, sendo que, aos
rebelião dos irlandeses e seu apoio a Jaime II muito poucos, esses cargos foram sendo transformados em
contribuíram para a exclusão dos católicos. A elaboração funções hereditárias.
de um novo tipo de Estado, o Estado Liberal burguês, com
um novo regime político em que o poder é dividido O poder real era limitado pela sobrevivência de
(Legislativo e Executivo), deu base à doutrina do costumes e privilégios da nobreza, pelas dificuldades das
liberalismo formulada por John Locke. No século XVIII comunicações e pela relativa independência dos cargos
(Settlemente Act ), a sucessão ao trono foi regulada pela hereditários da burocracia. No plano da política externa, o
exclusão de pretendentes católicos, pela designação da período foi marcado pelas guerras na Itália contra os
Casa de Hannover à sucessão deste. A Grã-Bretanha Habsburgos, (Carlos V e Felipe II), que contribuíram para
(designação da união da Inglaterra e Escócia, 1707), sob reforçar o nacionalismo francês; e, por uma aliança com o
os primeiro Hannover (1714-1760), elaborou o Império Turco Otomano (1535), cujos objetivos eram a
parlamentarismo moderno: a maioria parlamentar governa conquista de um apoio contra Carlos V e o recebimento
formando o ministério presidido por um primeiro-ministro, o de privilégios para o comércio francês no Império Turco.
chefe de governo; este só é responsável diante do Durante o reinado de Francisco I e Henrique II, a doutrina
Parlamento. A burguesia inglesa, após a Revolução Calvinista foi propagada na França, conseguindo logo um
Gloriosa, acelerou sua acumulação de Capital, tornando- grande número de seguidores que eram denominados
se a principal potência econômica e política. huguenotes.

A hegemonia francesa no continente foi combatida À medida que a doutrina calvinista justificava as
em nome do equilíbrio europeu (guerras contra a França: práticas econômicas capitalistas, como o comércio e a
da Liga de Augsburgo, 1689-1697, em aliança com a usura, base mobiliária da riqueza da burguesia, podemos
Holanda e outros Estados, derrota francesa e guerra de entender que a maior parte da burguesia se tornou
sucessão da Espanha, 1701-1714, etc.) A decadência da praticante do calvinismo. O calvinismo também serviu para
Holanda, a fraqueza da Espanha, a derrota e o atraso da que uma parte da nobreza justificasse o seu interesse em
França facilitaram a penetração da França, dos produtos confiscar terras da Igreja e, assim, poder superar sua ruína
ingleses na Europa, a ampliação de seu império colonial econômica e tentar realizar o projeto de restabelecer sua
(apesar da independência das treze colônias americanas - autonomia política através do enfraquecimento do Estado
1716) e a realização de sua superioridade marítima. Tudo centralizado, que tinha na Igreja um de seus alicerces. Em
isso preparou a Revolução Industrial do Século XVIII. meados do século XVI, a França, política e
ideologicamente, era dividida em:

 católicos ou papistas, cujo líder era o Duque de Guise.

 calvinistas ou huguenotes, liderados por Henrique


Navarra, um membro da família dos Bourbons.
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huguenotes. Como garantia, os huguenotes conservaram
Cada uma dessas facções tinha como objetivo o o controle de mais de cem praças fortes, dentre as quais
estabelecimento de seu controle sobre o governo nacional La Rochelle era a mais importante, nas quais eles
francês. A luta entre elas, conhecida pelo nome de Guerra impunham suas leis e seu poder e, dessa forma, quase
de Religião, desenvolveu-se durante o reinado dos três chegaram a constituir um Estado autônomo dentro da
últimos Valois e o seu significado maior foi o França. O fim da Guerra Civil criou uma nova conjuntura,
enfraquecimento efetivo do estado francês. Durante o favorável à reafirmação do poder monárquico baseado no
reinado de Francisco II (1559-1560), os católicos direito divino e à reativação da economia. Henrique IV e
mantiveram total ascendência sobre a Coroa, mas os seus ministros, principalmente o Duque de Sully,
huguenotes fortaleceram-se com a adesão de muitos realizaram uma política econômica, visando diminuir as
nobres insatisfeitos com a Paz de Cateau-Cambrésis importações e evitar a saída de metais preciosos através
(1559) assinada por Henrique II com a Espanha e que do incremento da produção de objetos de luxo,
assegurou aos Habsburgos o controle do Reino de principalmente a seda. A nobreza rural foi autorizada a
Nápoles, dos Países Baixos e de alguns outros territórios exportar trigo, pantanais foram drenados, estradas foram
de menor importância. Tentando a conciliação entre as restauradas, enfim, foi realizado um grande esforço no
duas facções, com a finalidade de evitar a tutela dos sentido da reconstrução da economia da França. O grande
grandes nobres católicos sobre seu filho e, comércio marítimo, no entanto, não pôde crescer em larga
consequentemente, o enfraquecimento do poder real, escala em função do fracasso da criação de uma
Catarina de Médicis, rainha-mãe e regente do trono, fez Companhia das Índias. Em compensação, em 1608,
publicar o Édito de Tolerância de 1562, que concedia aos verificou-se a fundação de Quebec no estuário do Rio São
huguenotes liberdade de culto fora das cidades. No mesmo Lourenço, no Canadá. Para sustento do Estado, as
ano, os católicos realizaram o massacre de Vassy, chacina finanças foram alimentadas pela elevação de vários
de um sem número de huguenotes, durante a celebração impostos, pela obtenção de diversos empréstimos junto à
de um culto. Esse fato deu início à Guerra Civil que se burguesia e mediante a venda de cargos tornados
estenderia até 1598 e ao longo da qual ocorreram hereditários através do pagamento de uma garantia anual.
intervenções estrangeiras: alguns príncipes alemães e o Os burgueses que ocupavam altos cargos receberam
governo inglês de Elizabeth em apoio aos huguenotes; o títulos de nobreza, constituindo-se assim uma “nobreza de
governo espanhol de Felipe II em apoio aos católicos. A toga”. Essas medidas, aos poucos, foram provocando
guerra transcorreu em território francês e foi recheada de sérios descontentamentos, inclusive da nobreza tradicional
massacres. No reinado de Carlos IX (1560-1574), os (“a nobreza de espada”). Henrique IV era considerado por
huguenotes chegaram a possuir grande influência sobre o muitos católicos como tirano e usurpador. Vários atentados
rei, especialmente através de um de seus líderes, o foram perpetrados contra o rei. Um deles provocou a
Almirante Coligny, que era ministro do Rei. Essa ascensão expulsão dos jesuítas (1594-1603), acusados de apoiarem
motivou, em 1572, o Massacre da Noite de São o regicídio. O apoio de Henrique IV aos holandeses contra
Bartolomeu: milhares de huguenotes foram mortos em a Espanha e aos protestantes alemães contra o Imperador
Paris, onde estavam concentrados com o objetivo de Habsburgo católico ampliou o descontentamento dos
assistir ao casamento de seu líder, Henrique de Navarra, católicos franceses. Em 1610, Henrique IV foi assassinado
com a irmã do rei Carlos IX. Os católicos agiram motivados por Ravaillac, um fanático católico. A menoridade de Luiz
pelo temor de um golpe de Estado huguenote. XIII justificou a regência da rainha-mãe, Maria de Médicis,
grandemente influenciada por Concini, um nobre italiano.
Henrique III (1574-1589) aproximou-se dos
huguenotes com o intuito de fortalecer-se e poder se opor A nobreza francesa criticou a regente,
aos católicos que pretendiam depô-lo com o apoio de aproveitando para retomar sua plena autonomia através
Felipe II de Espanha, que pretendia o trono francês para da troca do seu apoio à regência por pensões e cargos
sua filha. políticos. Os huguenotes temiam a reaproximação com o
Estado líder da Contra Reforma, a Espanha, em função do
Henrique III promoveu o assassinato do líder casamento de Luiz XIII com a espanhola Ana Tereza da
católico, o Duque de Guise, em 1588, e, não tendo Áustria. A burguesia em geral temia o esgotamento das
descendentes, designou Henrique de Navarra como futuro finanças estatais. A tentativa de resolver esses problemas
rei. Em 1589, foi a vez de Henrique III ser assassinado. O mediante a convocação dos Estados Gerais, em 1614,
líder huguenote tornou-se Henrique IV (1589-1610) e foi o fracassou. Em 1617, a regência de Maria de Médicis teve
primeiro soberano da Dinastia Bourbon. Henrique IV fim através de um golpe de Estado liderado por Luynes. O
derrotou a Santa Liga (nome dado à organização da força novo governo teve de reprimir uma revolta da grande
católica), mas diante da resistência de Paris, da presença nobreza e uma de huguenotes. A consolidação do poder
de tropas espanholas, do esgotamento geral, da ruína real absolutista foi realizada sob a liderança do Cardeal
econômica, da sublevação de camponeses e objetivando Richelieu, chefe do Conselho de Ministros de 1624 e 1642,
obter o apoio da Igreja, o rei converteu-se ao catolicismo, cuja política pode ser resumida nos seguintes termos:
em 1593, entrando em Paris e sendo sagrado rei em 1594.
 afirmação do absolutismo de direito divino.
Os espanhóis foram expulsos da França e a
revolta dos camponeses foi contida através da diminuição  realização de ativa política econômica.
de alguns impostos e outras concessões menores. A
guerra civil terminou definitivamente com a promulgação,  estabelecimento da hegemonia francesa no continente.
em 1598, do Édito de Nantes, que determinou a liberdade
de culto e a igualdade política entre católicos e
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Para afirmar o absolutismo de direito divino, da renda da nobreza e da burguesia, fato que era
Richelieu empreendeu uma intensa luta contra os agravado pelas sucessivas altas nos impostos.
huguenotes, diminuindo seu poder através da conquista de
inúmeras praças-fortes, inclusive La Rochelle, que foi tomada  as tentativas da nobreza no sentido de eliminar o poder
em 1628. absoluto, sobretudo a nobreza provincial.

Em 1629, foi promulgado o Édito da Graça de  a oposição burguesa e camponesa aos aumentos nos
Alais, que manteve o Édito de Nantes, anistiou os impostos para a manutenção do esforço de guerra (a
huguenotes, mas proibiu-os de possuírem praças-fortes. guerra dos Trinta Anos) e para a manutenção da corte.
No mesmo sentido de consolidar o absolutismo, Richelieu
concedeu cargos militares à nobreza , proibiu os duelos,  a tentativa da nobreza de Toga no sentido de ampliar a
esmagou conspirações da nobreza e revoltas sua influência no aparelho estatal.
camponesas, reforçou o exército e a marinha, passou a
controlar diretamente as províncias através da nomeação  influência da Revolução Puritana na Inglaterra quando
dos intendentes que fiscalizavam os governadores, o Parlamento inglês derrubou o absolutismo Stuart.
interveio no clero submetendo-o efetivamente à Coroa.
Com o objetivo de ativar a economia, Richelieu promoveu
o desenvolvimento da marinha mercante, facilitou a criação Aproveitando-se da menoridade do rei, da
de manufaturas e companhias de comércio, incrementou impopularidade do Cardeal Mazarino, que era italiano, e do
os esforços colonizadores no Canadá e promoveu a fato do exército estar entrando na Alemanha, os líderes da
instalação francesa nas Antilhas, Guiana, Senegal e nobreza de Toga, membros do Parlamento de Paris (um
Madagascar. órgão judiciário), iniciaram, em 1648, a rebelião conhecida
como Fronda Parlamentar, que foi esmagada no ano
A política externa de Richelieu foi mantida para seguinte. Logo em seguida começou a rebelião da
dois objetivos: estabelecer a hegemonia francesa no nobreza, a Fronda dos Príncipes, que se estenderia de
continente e conquistar as “fronteiras naturais” da França, 1649 a 1653. O esmagamento das revoltas de Fronda foi
ou seja, o rio Reno e os Pirineus. A consecução dessa possível em função do temor da burguesia diante da
política só seria possível mediante a luta contra os sublevação popular e das exigências de caráter feudal da
Habsburgos. Para tanto, Richelieu promoveu a aliança da nobreza; e o fim da guerra dos Trinta Anos permitiu que
França com os príncipes alemães contra o Imperador Mazarino fizesse uso das tropas regulares do exército
católico Fernando II, na Guerra dos Trinta Anos (1618- contra os revoltosos. A Fronda dos Príncipes foi a última
1648). A intervenção nessa guerra aconteceu inicialmente rebelião na França contra o absolutismo, até as vésperas
apenas no nível diplomático, mas, a partir de 1635, deu-se da Revolução em 1789.Após a morte de Mazarino, em
também no nível bélico. Os Habsburgos foram derrotados 1661, Luiz XVI passou a exercer o poder pessoalmente;
e forçados a assinar, em 1648, o Tratado de Westfália, que ele foi a maior expressão do absolutismo de direito divino.
determinou: A Corte, mais do que nunca, foi utilizada como instrumento
político do domínio do rei sobre a nobreza, que preenchia
 o fim das guerras de religião na Alemanha através da cargos no ampliado aparelho burocrático do Estado,
presença da autonomia feudal dos príncipes. recebia pensões e outros favores e tinha uma vida
faustosa, cujo principal símbolo foi a construção do Palácio
 a Alemanha foi dividida em duzentos e noventa e seis de Versalhes. A administração do Estado era feita através
Estados e vários domínios dos “cavaleiros imperiais”. de um enorme conjunto de organismos, dentro dos quais
destacavam-se os ministros, o Conselho de Estado e o
 a França obteve a Alsácia e a Suécia, parte da Pomerânia. Conselho das Finanças. As províncias foram ampliadas em
detrimento dos governadores. As cidades eram
 foram reconhecidas as independências da Holanda, governadas pelos magistrados reis. O rei exercia também
Portugal e da Confederação Helvética. o seu poder despótico, intervindo na Justiça por meio das
“ordens de detenção” (Lettres de cache) e controlando
 a França foi conduzida à condição de árbitro da Europa. diretamente a política secreta. Seu despotismo também foi
expresso pela força da Igreja Católica, que era controlada
pelo Estado, e pelas perseguições ao huguenotes, cujos
Richelieu só deixou seu cargo com sua morte, em direitos foram acumulados pela revogação do Édito de
1642. No ano seguinte, Luiz XIII também morreu. Nantes através do Édito de Fontainebleau, de 1685.

A maioridade de Luiz XIV (1643-1715) determinou Milhares de huguenotes, na sua maioria


a regência de Ana da Áustria, na qual a figura dominante burgueses, fugiram da França para a Holanda, Inglaterra,
foi o Cardeal Mazarino. Ao longo desse período regencial, Suíça e Alemanha. O poder estatal foi exercido ainda
verificamos um relativo enfraquecimento do poder real em através do paternalismo sobre a produção artística,
conseqüência das chamadas Revoltas de Fronda.A orientada pelas academias e pelos padrões do
ocorrência das Revoltas de Frondas foi determinada classicismo, cujo objetivo precípuo era a exaltação da pena
basicamente em função dos seguintes fatores: e da obra do rei. A burguesia foi atendida pela política
econômica realizada por Colbert, expressão mercantilista
 grande crise econômica provocada pelas más colheitas de uma fase de crise, a segunda metade do século XVII,
que geraram fomes, epidemias, desemprego, declínio agravada pela diminuição dos estoques de metais

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preciosos na Europa, em função do declínio da mineração se as corporações de ofício, impedindo o rápido progresso da
na América espanhola. A escolha de burgueses para altos produção manufatureira no próprio momento dos primórdios
cargos administrativos também contribuiu para ligar a da Revolução Industrial. A agricultura francesa era realizada
burguesia francesa ao soberano. O objetivo principal do com a dominância de técnicas atrasadas e relações sociais
cobertismo era o fortalecimento do Estado e a criação das do tipo feudal com baixa produtividade. Essa agricultura não
condições financeiras necessárias à realização do atendia às necessidades de alimentos e matérias-primas do
absolutismo. Na política externa, Luiz XVI sustentou a povo francês.O envolvimento da França na Guerra dos Sete
política de hegemonia francesa na Europa, embasado em Anos (1756-1763) veio aprofundar todas as contradições
um poderoso exército, o melhor da Europa na época, e nos francesas. Essa guerra pode ser entendida como derivada
subsídios (ajuda financeira com fins políticos). Dentre os dos seguintes fatores principais:
principais aspectos dessa política externa, destacaremos:
 a competição mercantil e colonial entre a França e a
 a Guerra de Devolução (1667-1668) contra a Espanha Inglaterra.
e cujo objetivo era a obtenção dos Países Baixos
espanhóis; Inglaterra, Holanda e Suécia formaram a  a rivalidade européia entre a Prússia (aliada à
Aliança de Haia e impuseram a Paz de Aix-la-Chapelle, Inglaterra) e a Áustria e Rússia (aliadas da França).
segundo a qual a França obteve parte de Flandres.
 A Guerra dos Sete Anos findou com a assinatura, em
 o apoio aos governos ingleses de Carlos II e Jaime II 1763, do Tratado de Paris, pelo qual a Inglaterra tomou
com o objetivo de neutralizar a Inglaterra. posse do Canadá, de várias terras das Antilhas e de
praças francesas na Índia. Essa guerra aprofundou
 a Guerra da Holanda (1672-1678) na qual holandeses seriamente os já graves problemas econômicos e
e franceses disputaram os Países Baixos espanhóis; financeiros da França.
Holanda, Espanha e Sacro Império levaram a França a
aceitar a Paz de Nimeje pela qual ela obteve da
Espanha a região do Franco Nimeje e uma parte de No nível ideológico, a decadência do
Flandres. Antigo Regime era expressa pelas doutrinas liberais
desenvolvidas pelos pensadores do “Iluminismo”.
 a anexação de territórios do Sacro Império na bacia do
Reno (1679-1688), inclusive Estrasburgo e As diversas tentativas de modernização da
Luxemburgo, através do aproveitamento das administração e da economia, através da revogação de
dificuldades do Sacro Império em função das pressões alguns privilégios da nobreza e do clero, realizadas nos
do Império Turco. reinados de Luiz XV (1715-1774) e Luiz XVI (1774-1789),
fracassaram.
 a Guerra da Liga de Augsburgo (1689-1697) que foi
uma reação ao expansionismo francês através de uma O agravamento das contradições entre as
Liga que reunia a Holanda, Espanha, alguns príncipes reivindicações econômicas e políticas da burguesia e dos
alemães e Inglaterra; o Tratado de Ryswik obrigou Luiz trabalhadores, e a persistência do atraso econômico e dos
XIV a renunciar a quase todas as conquistas anteriores privilégios produziram o processo revolucionário francês
e a reconhecer o governo inglês de Guilherme de em 1789, que marcou o fim do Antigo Regime na França e
Orange. a criação de condições para sua transformação capitalista.

 a Guerra de Sucessão Espanhola (1701-1714),


motivada sobretudo pelo temor geral da formação de
uma superpotência através da união de França e
Espanha em conseqüência da ascensão de Felipe V, EXERCÍCIOS
neto de Luiz XIV, ao trono espanhol; e pela competição
marítimo-mercantil-colonial com a Inglaterra; os
Tratados de Utrecht (1713 e 1715) referendavam as 1) (Mack) O absolutismo e a política mercantilista eram
derrotas da França de Luiz XIV. duas partes de um sistema mais amplo, denominado de
Antigo Regime. O termo foi adotado para designar o
 Essas guerras esgotaram a economia do país, o que é sistema cujos elementos básicos eram, além do
evidenciado pela intensificação da exploração das absolutismo e do mercantilismo, a sociedade estamental e
massas trabalhadoras e manifesto nas várias revoltas o sistema colonial.
populares ocorridas durante o reinado de Luiz XIV. Assinale a alternativa que expressa, corretamente, uma
prática dos Estados Absolutistas.

No século XVIII, o estado absolutista francês a) Liberdade religiosa


manteve-se como a expressão da sobrevivência de práticas b) Centralização político-administrativa
feudais que impediam o desenvolvimento do capitalismo. O c) Enfraquecimento do poder real
Estado assegurava a manutenção dos privilégios da nobreza d) Abolição total dos privilégios da nobreza
e do clero, que não pagavam impostos e recebiam rendas do e) Política econômica liberal
Estado. O mercantilismo era praticado mantendo-se
monopólios e privilégios da grande burguesia e controlando-

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2) (PUCCamp) Dentre as instituições políticas do Estado pois, uma superexploração do trabalho dos servos,
Moderno, aquela que mais o caracteriza é o: exigindo-se destes um maior tempo de trabalho..."
O texto descreve uma das causas, na Europa, da:
a) absolutismo monárquico, nova forma política assumida
cujos fundamentos estavam expressos na SUMA a) formação do modo de produção asiático.
TEOLÓGICA de Tomás de Aquino. b) consolidação do despotismo esclarecido.
b) mercantilismo que serviam para justificar o c) decadência do comércio que produziu a ruralização.
enriquecimento da Igreja Católica, mas não traduziam d) crise que levou à desintegração do feudalismo.
os interesses do monarca absolutista. e) prosperidade que provocou o processo de
c) absolutismo monárquico que intervinha na vida industrialização.
econômica.
d) liberalismo praticado pelos Príncipes, mas limitado pela
tradição e pelo equilíbrio entre as classes sociais. 7) (UFRN) O pensamento político e econômico europeu,
e) absolutismo monárquico que punha em prática uma em fins do século XVII e no século XVIII, apresentou uma
política econômica de características não vertente de crítica ao Absolutismo e ao Mercantilismo,
intervencionistas, quase liberais - a política predominantes na Europa, na Idade Moderna.
mercantilista. Qual das ideias abaixo caracteriza essa nova corrente de
pensamento?

3) (FaZU) A formação do Estado Absolutista corresponde a) É necessária a regulamentação minuciosa de todos os


a uma: aspectos da vida econômica para garantir a
prosperidade nacional e o acúmulo metalista.
a) Aliança dos Senhores Feudais e o Clero b) O Estado, com função de polícia e justiça, deve ser
b) Limitação do poder do Clero governado por um rei, cuja autoridade é sagrada e
c) Exigência da Burguesia absoluta porque emana de Deus.
d) Articulação da Nobreza com a Burguesia c) A fim de proteger a economia nacional, cada governo
e) Aliança da Nobreza com a Burguesia deve intervir no mercado, estimulando as exportações
e restringindo as importações.
d) O poder do soberano era ilimitado, porque fora fruto do
4) (Mack) Nicolau Maquiavel (1469-1567), pensador consentimento espontâneo dos indivíduos para evitar a
florentino, afirmava que a obrigação suprema do anarquia e a violência do estado natural.
governante é manter o poder e a segurança do país que e) O Estado, simples guardião da lei, deve interferir pouco,
governa. E, para atingir seus objetivos, o governante deve apenas para garantir as liberdades públicas e a
usar de todos os meios disponíveis, pois “os fins justificam propriedades dos cidadãos.
os meios”. Suas ideias ficaram imortalizadas na obra:

a) Leviatã. 8) (Vunesp) ... o período entre 1640 e 1660 viu a destruição


b) Política Segundo as Sagradas Escrituras. de um tipo de Estado e a introdução de uma nova estrutura
c) A Arte da Guerra. política dentro da qual o capitalismo podia desenvolver-se
d) A Divina Comédia. livremente.
e) O Príncipe. (Christopher Hill, A revolução inglesa de 1640)

O autor do texto está se referindo


5) (Mack) "Art. 2 - O pretendido direito de dispensar as leis
ou de execução das leis pela autoridade real, como foi a) à força da marinha inglesa, maior potência naval da
usurpado e exercido ultimamente, é contrário às leis." Época Moderna.
"Art. 3 - O imposto em dinheiro para uso da Coroa, sob b) ao controle pela coroa inglesa de extensas áreas
pretexto de prerrogativas reais sem que haja concordância coloniais.
por parte do Parlamento, é contrário às leis." c) ao fim da monarquia absolutista, com a crescente
Os trechos anteriores foram retirados da DECLARAÇÃO supremacia política do parlamento.
DOS DIREITOS, elaborada em 1689, após a Revolução d) ao desenvolvimento da indústria têxtil, especialmente
Gloriosa, que implantou: dos produtos de lã.
e) às disputas entre burguesia comercial e agrária, que
a) uma monarquia absolutista. caracterizaram o período.
b) uma república parlamentarista.
c) uma monarquia parlamentarista.
d) uma república federativa. 9) (Faap) Principalmente a partir do século XVI vários
e) um principado vitalício. autores passam a desenvolver teorias, justificando o poder
real. São os legistas que, através de doutrinas leigas ou
religiosas, tentam legalizar o Absolutismo. Um deles é
6) (UEL) " ... o aumento demográfico, ocorrido do século XI Maquiavel: afirma que a obrigação suprema do governante
ao XIV, permitiu uma multiplicação da nobreza cada vez é manter o poder e a segurança do país que governa. Para
mais parasitária. Seus hábitos de consumo tornaram-se isso deve usar de todos os meios disponíveis pois que "os
mais exigentes e maiores, o que determinava uma fins justificam os meios." Professou suas ideias na famosa
necessidade de renda cada vez mais elevada. Segue-se, obra:
11
a) "Leviatã"
b) "Do Direito da Paz e da Guerra" (Alexandre Deleyre. Tableau de l’Europe. 1774)
c) "República"
d) "O Príncipe" Essa diferença entre a monarquia inglesa e as do
e) "Política Segundo as Sagradas Escrituras" continente deve-se

A) ao rei Jorge III que, acometido por um longo período de


10) (FEI) A famosa frase atribuída a Luis XIV: "O Estado loucura, tornou-se dependente do Parlamento para
sou eu", define: governar.
B) ao fato da casa de Hannover, por sua origem alemã,
a) o absolutismo; gozar de pouca legitimidade para impor aos ingleses o
b) o iluminismo, despotismo esclarecido.
c) o liberalismo; C) ao início da rebelião das colônias inglesas da América
d) o patriotismo do rei; do Norte contra o monarca, que o obrigou a fazer
e) a igualdade democrática. concessões.
D) à peculiaridade da evolução política inglesa a qual,
graças à Magna Carta, não passou pela fase da
11) (Fuvest-2001) “É praticamente impossível treinar todos monarquia absolutista.
os súditos de um [Estado] nas artes da guerra E) às revoluções políticas de 1640 (Puritana) e 1688
e ao mesmo tempo mantê-los obedientes às leis e aos (Gloriosa), que retiraram do rei o poder de se sobrepor
magistrados.” ao Parlamento.

(Jean Bodin, teórico do absolutismo, em 1578).


14) (FGV-2003) “Daqui nasce um dilema: é melhor ser
Essa afirmação revela que a razão principal de as amado que temido, ou o inverso? Respondo que seria
monarquias europeias recorrerem ao recrutamento de preferível ser ambas as coisas, mas, como é muito difícil
mercenários estrangeiros, em grande escala, devia-se à conciliá-las, parece-me muito mais seguro ser temido do
necessidade de que amado, se só se puder ser uma delas (...).”

a) conseguir mais soldados provenientes da burguesia, a MAQUIAVEL, N., O Príncipe. 2ª ed., Trad., Mira-Sintra — Mem
Martins,
classe que apoiava o rei. Ed. Europa-América, 1976, p. 89.
b) completar as fileiras dos exércitos com soldados
profissionais mais eficientes. A respeito do pensamento político de Maquiavel, é correto
c) desarmar a nobreza e impedir que esta liderasse as afirmar:
demais classes contra o rei.
d) manter desarmados camponeses e trabalhadores A) Mantinha uma nítida vinculação entre a política e os
urbanos e evitar revoltas. princípios morais do cristianismo.
e) desarmar a burguesia e controlar a luta de classes entre B) Apresentava uma clara defesa da representação
esta e a nobreza. popular e dos ideais democráticos.
C) Servia de base para a ofensiva da Igreja em confronto
com os poderes civis na Itália.
D) Sustentava que o objetivo de um governante era a
12) (Vunesp) A Declaração de Direitos (Bill of Rights) da conquista e a manutenção do poder.
Inglaterra de 1689, a Declaração de Independência dos E) Censurava qualquer tipo de ação violenta por parte dos
Estados Unidos da América de 1776 e a Declaração dos governantes contra seus súditos.
Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 da França são
documentos que expressam um processo revolucionário
abrangente que pode ser caracterizado como:
15) (Mack) Considere as afirmativas abaixo.
a) declínio da aristocracia feudal, fim do poder monárquico
e redemocratização dos Estados. I — O Absolutismo caracterizou-se como um tipo de regime
b) ascensão política da burguesia, queda do poder político que, durante a transição do feudalismo para o
absolutista e fortalecimento do liberalismo. capitalismo, preocupava-se com o desenvolvimento
c) igualdade de direitos para todos, fim das monarquias e econômico, principalmente comercial.
difusão das ideias iluministas. II — A nobreza feudal opôs-se ao regime absolutista, por
d) fim dos privilégios da nobreza, organização de considerá-lo prejudicial aos seus interesses. Ficou,
repúblicas e difusão do positivismo. por isso, restrita à posse das terras e dos títulos
e) ampliação dos direitos da burguesia, estabelecimento nobiliárquicos.
de democracias e declínio do liberalismo. III — Os monarcas absolutistas apoiavam seu poder
supremo em direitos consagrados por meio de uma
Constituição reconhecida pelo Papa.
13) (UNIFESP-2003) Nas outras monarquias da Europa,
procura-se ganhar a benevolência do rei; na Inglaterra, o Assinale:
rei procura ganhar a benevolência [da Câmara] dos
Comuns. a) se somente I estiver correta.
12
b) se somente III estiver correta. (...) Basta que o rei suspire para que todo o reino
c) se somente I e II estiverem corretas. gema.(Hamlet, 1603.)
d) se somente II e III estiverem corretas. Essas palavras, pronunciadas por Rosencrantz,
e) se todas estiverem corretas personagem de um drama teatral de William Shakespeare,
aludem

a) ao absolutismo monárquico, regime político


16) (UNIFESP) Nos reinados de Henrique VIII e de predominante nos países europeus da Idade
Elisabeth I, ao longo do século XVI, o Parlamento inglês Moderna.
“aprovava ‘pilhas de estatutos’, que controlavam muitos b) à monarquia parlamentarista, na qual os poderes
aspectos da vida econômica, da defesa nacional, níveis políticos derivam do consentimento popular.
estáveis de salários e preços, padrões de qualidade dos c) ao poder mais simbólico do que verdadeiro do rei,
produtos industriais, apoio aos indigentes e punição aos expresso pela máxima “o rei reina, mas não governa”.
preguiçosos, e outros desejáveis objetivos sociais”. d) à oposição dos Estados europeus à ascensão da
Essas “pilhas de estatutos”, ou leis, revelam a burguesia e à emergência das revoluções
democráticas.
A) inferioridade da monarquia inglesa sobre as europeias e) à decapitação do monarca inglês pelo Parlamento
no que diz respeito à intervenção do Estado na durante as Revoluções Puritana e Gloriosa.
economia.
B) continuidade existente entre as concepções medievais
e as modernas com relação às políticas sociais. 20) (UFPR) Nos séculos XVI e XVII prevaleceram na
C) prova de que o Parlamento inglês, já nessa época, havia Europa Ocidental sistemas de organização do poder
conquistado sua condição de um poder independente. genericamente denominados por Antigo Regime. Assinale
D) especificidade da monarquia inglesa, a única a se a alternativa que apresenta um conjunto de elementos
preocupar com o bem-estar e o aumento da população. INEXISTENTES no Antigo Regime.
E) característica comum às monarquias absolutistas e à
qual os historiadores deram o nome de mercantilismo. a) Absolutismo.
b) Taylorismo.
c) Mercantilismo.
d) Sistema Colonial.
17) (Mack) No século XVII, portanto, o quadro era este: de e) Sociedade Estamental.
um lado, havia as forças ligadas à tradição feudal,
composta pela nobreza tradicional, pelos bispos
anglicanos e pelo rei; de outro, as forças sociais, 21) (UEPA) “Enganam-se muito os que imaginam que se
representadas pelo empresariado urbano e rural (gentry), trate apenas de questões de cerimônia. Os povos
aos quais podemos acrescentar os camponeses sobre os quais reinamos, n„o podendo penetrar o fundo
proprietários que desfrutavam de certa prosperidade (os das coisas, costumam regular o seu juízo pelas aparências
yeomen); por fim, cabe assinalar a existência da grande que vêem, e o mais das vezes medem seu respeito e
massa de indivíduos expulsos do campo e vivendo em obediência segundo as procedências e as posições.”
condições miseráveis nas cidades”.
Luiz Koshiba IN: RIBEIRO, Renato Janine. A Etiqueta no Antigo Regime. São
Paulo: Brasiliense, 1983. P. 94
O fragmento anterior apresenta elementos que fazem parte
da História da Revolução:
O fragmento acima é parte das consideráveis do rei Luís
a) Americana. XIV, registradas em suas memórias. A leitura do fragmento
b) Francesa. e os estudos sobre o absolutismo francês possibilitam
c) Inglesa. concluir que:
d) Liberal.
e) Do Porto. a) as considerações do monarca referem-se a concepção
de poder do Estado absolutista, no sentido de que as
cerimônias tinham por finalidade fortalecer a imagem de
18) (UNIFESP) Do ponto de vista sócio-político, o Estado superioridade e de distinção do rei perante os súditos.
típico, ou dominante, ao longo do Antigo Regime (séculos b) Luís XIV afirmava que o governo deveria distinguir-se do
XVI a XVIII), na Europa continental, pode ser definido como público através das leis, porque o povo cultiva o errôneo
hábito de valorizar as aparências, razão pela qual estas
a) burguês-despótico. deveriam ser descredenciadas.
b) nobiliárquico-constitucional. c) para o monarca francês o rei, embora superior ao povo,
c) oligárquico-tirânico. deveria parecer um igual. Logo, a importância da
d) aristocrático-absolutista. cerimônia residia no fato de que, através dela, o rei
e) patrício-republicano. estaria nivelado ao mais simples súdito.
d) a corte luísquatorziana desvalorizava a cerimônia
porque se opunha ao desejo popular de ver no monarca
19) (VUNESP) Quando sucumbe o monarca, a majestade a imagem de Deus. Desse modo, a manutenção da
real não morre só, mas, como um vórtice, arrasta consigo cerimônia justificava-se pela imposição da tradição.
tudo quanto o rodeia
13
e) as ponderações do monarca francês sugerem que as Adaptado de Nicolau Maquiavel. O Príncipe.
cerimônias eram importantes enquanto fontes de
divertimento para o público, uma vez que o povo Indique qual das afirmações está claramente expressa no
governado aprendia a admirar seu governante pelas texto:
obras administrativas e não pela imponência ostentada
pelo rei. a) Os homens considerados bons são os únicos aptos a
governar.
b) O príncipe deve observar os preceitos da moral cristão
22 (FGV) A chamada Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) medieval.
foi considerada como a última grande guerra de religião da c) Fidelidade, humanidade, integridade e religiosidade são
Época Moderna. A seu respeito é correto afirmar: qualidades indispensáveis ao governante.
d) O príncipe deve sempre fazer o mal, para manter o
a) O conflito levou ao enfraquecimento do império governo.
Habsburgo e ao estabelecimento de uma nova e) A aparência de ter qualidades é mais útil ao governante
situação internacional com o fortalecimento do reino do que possuí-las.
francês.
b) O conflito iniciou-se com a proclamação da
independência das Províncias Unidas, que se 25) (FGV-1996) Acerca do Absolutismo na Inglaterra, NÃO
separavam, assim, dos domínios do império é possível afirmar que:
Habsburgo.
c) O conflito marcou a vitória definitiva dos huguenotes a) Fortaleceu-se com a criação da Igreja Anglicana.
sobre os católicos na França, apoiados pelo monarca b) Foi iniciado por Henrique VIII, da dinastia Tudor, e
Henrique de Bourbon, desde o final do século XVI. consolidado no longo reinado de sua filha Elizabeth I.
d) O conflito estimulou a reação dos Estados Ibéricos que, c) A política mercantilista intervencionista foi fundamental
em aliança com o papado, desencadearam a para a sua solidificação.
chamada Contra-Reforma Católica. d) Foi consequência da Guerra das Duas Rosas, que
e) O conflito caracterizou-se pelas intervenções inglesas eliminou milhares de nobres e facilitou a consolidação
no continente europeu, através de tropas formadas da monarquia centralizada.
por grupos populares enviadas por Oliver Cromwell. e) O rei reinava mas não governava, a exemplo do que
ocorreu durante toda a modernidade.

23) (Vunesp) Gerald Winstanley, líder dos escavadores da


Revolução Puritana na Inglaterra (1640-1660), definiu a
sua época como aquela em que “o velho mundo está
rodopiando como pergaminho no fogo”. Embora os
escavadores tenham sido vencidos, a Revolução Inglesa
do século XVII trouxe mudanças significativas, dentre as
quais destacam-se a

A) instituição do sufrágio universal e a ampliação dos


direitos das Assembleias populares.
B) separação entre Estado e religião e a anexação das
propriedades da Igreja Anglicana.
C) liberação das colônias da Inglaterra e a proibição da
exploração da mão-de-obra escrava.
D) abolição dos domínios feudais e a afirmação da
soberania do Parlamento.
E) ampliação das relações internacionais e a concessão de
liberdade à Irlanda.

24) (PASUSP-2009) Nicolau Maquiavel, em 1513, na Itália


renascentista, escreveu:
GABARITO
Um príncipe não pode observar todas as coisas a que são 01 – B 02 – C 03 – C
obrigados os homens considerados bons, sendo 04 – E 05 – C 06 – D
frequentemente forçado, para manter o governo, a agir 07 – E 08 – C 09 – D
contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião. (...) O 10 – A 11 – D 12 – B
13 – E 14 – D 15 – A
príncipe não precisa possuir todas as qualidades (ser 16 – E 17 – C 18 – D
piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso), bastando que 19 – A 20 – B 21 – A
parente possuí-las. Um príncipe, se possível, não deve se 22 – A 23 – D 24 – E
afastar do bem, mas deve saber entrar para o mal, a se a 25 – E
isso estiver obrigado.

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