Professional Documents
Culture Documents
CONCRETO ARMADO I
CISALHAMENTO
1. INTRODUÇÃO
Esta apostila não esgota todo o assunto, que é muito vasto e de grande
complexidade. Por isso, o aprendizado deve ser complementado com estudo dos itens
constantes nas Referências Bibliográficas e na bibliografias apresentadas na ementa
e no Plano de Ensino, dentre outras publicações.
2. REGIÕES DE ANÁLISE
Efetuando-se a ligação de uma viga em toda sua altura d com outra viga, a viga
que se apoia distribui sua carga ao longo da altura da alma da viga que serve de apoio.
Diz-se então que se trata de um carregamento ou apoio indireto.
Em ensaios específicos, notou-se que, na região de cruzamento dessas vigas, é
necessária uma armadura de suspensão, a qual deve ser dimensionada para a força
total atuante no apoio ou nó.
Uma viga no Estádio II transfere sua carga ao apoio primordialmente pela
diagonal de compressão, e as diagonais comprimidas no modelo treliça define
claramente a necessidade de montantes verticais de tração, ou seja, armadura de
suspensão.
Entretanto, fora da região de cruzamento, a viga não é influenciada pelo tipo de
introdução de carga ou de apoio, isto é, o comportamento em relação à força cortante
é o mesmo que para o apoio ou carregamento direto.
Essas mesmas considerações valem para o dimensionamento à força cortante.
Na região de cruzamento, a armadura de suspensão atende simultaneamente à
função de armadura de transversal.
As cargas penduradas na parte inferior de uma viga produzem tração na alma e
devem ser transferidas pelas barras de tração da alma ao banzo comprimido. Essa
armadura de suspensão é adicional à armadura transversal normal para a força
cortante.
Nas vigas de seção retangular (bf/ bw = 1), os estribos são submetidos a tensões
de compressão até que, pouco antes da carga de ruptura, uma fissura de
cisalhamento cruze o estribo.
Nas vigas T essas tensões no estribo aumentam para almas delgadas, em todos
os casos, porém, essas tensões ficam bem abaixo da tensão de escoamento do aço
a qual foi calculada de acordo com a analogia de treliça clássica de Mörsch (com
diagonais a 45º).
Ensaios mostraram também que a inclinação das fissuras inclinadas ou das diagonais
comprimidas varia com a relação bf/ bw, essa inclinação situa-se em torno de 30º para
bf / bw = 1 e cresce para cerca de 45º para bf / bw = 8 a 12.
O dimensionamento da armadura transversal da alma deve ser feito a partir da
distribuição dos esforços internos, pouco antes da ruptura, ou seja, deve ser
considerada a largura da alma em relação a largura do banzo comprimido.
Ensaios realizados segundo uma lei de semelhança com vigas sem armadura
transversal e diferentes alturas d, com igual porcentagem de armadura longitudinal de
mesma distribuição de barras, mostraram que a capacidade resistente à força cortante
diminui consideravelmente como aumento da altura d, quando a granulometria e o
cobrimento do concreto não variarem de acordo com a escala.
a fissura diagonal inclinada, segundo uma análise das tensões principais e em função
da resistência do concreto à tração, é maior que a verificada na realidade numa viga
sob flexão e forças cortantes.
Figura 03 – Comportamento de vogas com variadas alturas (SHIOYA et. al, 1989)
Figura 08 – Componentes de tensão segundo os estados de tensão relativos aos eixos principais.
7. MODOS DE RUPTURA
Ou, ainda:
𝑉
𝑅𝑐𝑏 = = √2 𝑉
𝑠𝑒𝑛 45°
𝑧
𝑑𝑝𝑒𝑟𝑝 = (1 + 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼)
√2
𝑧
𝐹 = 𝑏𝑤 (1 + 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼)
√2
𝑅𝑐𝑏 √2 √2 𝑉
𝜎𝑐𝑏 = 𝑧 =
𝑏𝑤 (1 + 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼) 𝑏𝑤 𝑧 (1 + 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼)
√2
2𝑉
𝜎𝑐𝑏 =
𝑏𝑤 𝑧 (1 + 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼)
𝑉 = 𝑅𝑠,𝛼 𝑠𝑒𝑛 𝛼
𝑉
𝑅𝑠,𝛼 =
𝑠𝑒𝑛 𝛼
𝑧(1 + 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼)
𝐴𝑠𝑤,𝛼 =
𝑠
𝑅𝑠,𝛼 𝑉 𝑠
𝜎𝑠𝑤,𝛼 = =
𝐴𝑠𝑤,𝛼 𝑧 (1 + 𝑐𝑜𝑡𝑔𝛼) 𝑧(1 + 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼) 𝑠𝑒𝑛 𝛼 𝐴𝑠𝑤,𝛼
𝑠
𝑉 𝑠
𝜎𝑠𝑤,𝛼 =
𝑧(𝑠𝑒𝑛𝛼 + 𝑐𝑜𝑠𝛼) 𝐴𝑠𝑤,𝛼
Assim, sendo V a força cortante que atua na seção 1-1 da treliça, a força na
diagonal comprimida (Rcb) é:
𝑉 = 𝑅𝑐𝑏 𝑠𝑒𝑛 θ
𝑅𝑐𝑏
σ𝑐𝑏 =
𝑏𝑤 𝑧 (𝑐𝑜𝑡𝑔 θ + cotg α) 𝑠𝑒𝑛 θ
Ou, ainda:
𝑉
σ𝑐𝑏 =
𝑏𝑤 𝑧 (𝑐𝑜𝑡𝑔 θ + cotg α) 𝑠𝑒𝑛² θ
𝑉 = 𝑅𝑠,𝛼 𝑠𝑒𝑛 𝛼
𝑧 (𝑐𝑜𝑡𝑔 θ + cotg α)
𝐴𝑠𝑤,𝛼 =
𝑠
R s,w
σ𝑠𝑤,𝛼 =
𝐴𝑠𝑤 𝑧 (𝑐𝑜𝑡𝑔 θ + cotg α)
𝑠
Ou, ainda:
V s
σ𝑠𝑤,𝛼 =
𝑧 (𝑐𝑜𝑡𝑔 θ + cotg α) 𝑠𝑒𝑛 𝛼 Asw,α
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, José Milton de. Curso de concreto armado. 4. ed. Rio Grande, RS: Dunas,
2014.
BASTOS, Paulo Sérgio dos Santos. Notas de aula da disciplina 1309 - Estruturas
de concreto II, FEC-Unicamp, Universidade Estadual Paulista, Campinas, São Paulo,
2008.
D’ÁVILA, Virgínia Maria Rosito. Notas de aula da disciplina ENG 01111 - Estruturas
de concreto armado I, UFRGS, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, Rio Grande do Sul, 2010.
FUSCO, P.B. Técnica de armar as estruturas de concreto. São Paulo, Ed. Pini,
2000, 382p.
PINHEIRO, Libânio M.; MUZARDO, Cassiane D.; SANTOS, Sandro P. (2003). Notas
de aula da disciplina CV714 Concreto I, FEC-Unicamp, Universidade Estadual
Paulista, Campinas, São Paulo, 2003.