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Reação Álcali-Agregado�Histórico e normalização

Conference Paper · November 2015

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Eduardo Brandau Quitete


Instituto de Pesquisas Tecnológicas
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Reação Álcali-Agregado
Histórico e normalização

Eduardo B. Quitete
Introdução à RAA
Reação álcali-agregado (RAA): reação química no concreto entre
alguns constituintes presentes em certos tipos de agregados e
componentes alcalinos (de Na e K) que estão dissolvidos na solução
dos poros (e fissuras) do concreto. Sua ocorrência está condicionada
à presença simultânea de três fatores: agregado potencialmente
reativo, umidade e álcalis.

Agregado
potencialmente reativo

Álcalis disponíveis água


Introdução à RAA

Figura 1 – Esquema apresentando as feições típicas de “fissuras em mapa” na


superfície e fissuras supparalelas em concreto afetado pela RAS. Fonte: ACI
221.1R-98 1998 Apud Fournier B. & Bérubé, M.A. 2000.
Introdução à RAA

Reação álcali
agregado

Reação álcali Reação álcali-


sílica carbonato

Reação álcali
silicato
Introdução à RAA
• A RAA pode ocorrer sem necessariamente afetar a
estrutura.

• Em geral leva anos para ser percebida.

• A RAA é particularmente prejudicial em estruturas


massivas, como barragens e pontes.
Introdução à RAA

Ponte Elgester em Trondheim, Noruega, construída em 1949-1951.


Expansões percebidas em 1985 e ASR confirmada em 1991
Fonte: Jensen, 2004.
Introdução à RAA
• A RAA pode ocorrer sem necessariamente afetar a
estrutura.

• Em geral leva anos para ser percebida.

• A RAA é particularmente prejudicial em estruturas


massivas, como barragens e pontes.

• A RAA é estudada no Brasil desde a década de 60, mas


por muito tempo foi considerada como um problema
restrito a barragens.
Introdução à RAA
• A RAA pode ocorrer sem necessariamente afetar a
estrutura.

• Em geral leva anos para ser percebida.

• A RAA é particularmente prejudicial em estruturas


massivas, como barragens e pontes.

• A RAA é estudada no Brasil desde a década de 60, mas


por muito tempo foi considerada como um problema
restrito a barragens.

• É muito mais fácil prevenir do que tentar mitigar.


Introdução à RAA
• O primeiro trabalho sobre a RAA foi publicado por Stanton
em 1940 (Rodrigues, 1994).
• No Brasil, o primeiro estudo sobre a RAA foi realizado no
início da década de 60 por Heraldo Gitahy para a
construção da barragem de Jupiá, no oeste paulista.
• No começo da década de 80 a RAA voltou a ser
preocupação no Brasil com o diagnóstico da reação na
barragem de Moxotó.
• 20 anos depois, a RAA voltou a ser tema de preocupação
depois dos diversos casos registrados em Recife, em ponte
e fundações de edifícios residenciais e comerciais.
• ABNT NBR 15577:2008
ABNT NBR 15577:2008

• Demandada pela sociedade


– “E agora?”
• Inspirada em norma canadense:
– CSA A23.2-27A, Practice to identify degree of alkali-
reactivity of aggregates and to identify measures to
avoid deleterious expansion in concrete
• Mais de 40 reuniões, com média de 10
participantes por reunião (85 colaboradores)
Empresa Nome
ABCP Arnaldo Forti Battagin
ABCP Flavio Munhoz
ABESC Arcindo Vaquero a
ABNT/CB-18 Inês Battagin
CHESF Alberto Jorge Cavalcanti
Copel/UFPR José Marques Filho
ELKEM Claudio K. Amaral
Embu S/A Iuri Bueno
IPT Eduardo Brandau Quitete
IPT Mariana Zuquim
L.A. Falcão Bauer Saulo Cesar Alves
LACTEC Eustáquio da Conceição Ferreira
LAFARGE Cesar Bertola
TECNOSIL João Paulo F. Guimarães
UFPE Tibério Andrade
CESP Flávio Moreira Salles
DESEK Selmo Chapira Kuperman
FURNAS Nicole Pagan Hasparyk
FAA Cláudio Sbrighi Neto
LUMANS Luiz Prado Vieira Jr.
MACKENZIE Simão Priszkulnik
USP-POLI Leandro Sanchez
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 1
A Parte 1 da Norma estabelece o procedimento para a
realização de análise de risco da estrutura quanto à
possibilidade de ocorrência de manifestações patológicas
relativas à reação álcali-agregado, prescreve os requisitos
para avaliação da reatividade potencial álcali-agregado e
recomenda medidas preventivas para o emprego de
agregado em concreto quando este for potencialmente
reativo ou quando houver dúvidas quanto a sua
reatividade.
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 1

• Parte 1
– 15 páginas
– Quando solicitar ensaios e como interpretar
resultados para tomada de decisão e tipo de
ação preventiva
(“desnecessária”, “mínima”, “moderada” ou “forte”)
– Figura 1 e Tabela 1 - SEMPRE
– Tabela 2 e 3 e Figuras 2 e 3 - PREVENÇÃO
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 1

Figura 1 – Fluxograma geral para uso de agregados em concretos


NBR 15577:2008- 1
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 1
Estruturas ou
Dimensões e condições de
Estruturas elementos Estruturas
exposição dos elementos
provisórias estruturais especiais
estruturais de concreto
correntes
Não massivo e seco Desnecessária Desnecessária Mínima
Não massivo e exposto a
umidade ou em contato com Desnecessária Moderada Forte
água
Moderada ou
Massivo e seco Desnecessária Forte
forte
Massivo e em contato com água Mínima Forte Forte

Tabela 1 – Classificação da ação preventiva em função do tipo de estrutura ou


elemento de concreto e das condições de exposição (sem as notas e
os exemplos).
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 1

Figura 1 – Fluxograma geral para uso de agregados em concretos


NBR 15577:2008- 1
Desnecessária Mínima Moderada Forte
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 1
Análise
petrográfica

Método acelerado
das barras de argamassa

Expansão aos 30 dias Expansão aos 30 dias


< 0,19%  0,19%

Método de longa duração


dos prismas de concreto

Expansão em 1 ano Expansão em 1 ano


< 0,04% > 0,04%

Potencialmente inócuo Potencialmente reativo


(Voltar ao fluxograma da Figura 1) (Voltar ao fluxograma da Figura 1)

Figura 2 – Fluxograma para classificação laboratorial do agregado quanto a RAA


Desnecessária Mínima Moderada Forte
Versão
2016?
Ou 30 dias

Figura 3 – Fluxograma da avaliação da eficiência de materiais inibidores da reação


ABNT NBR 15577:2008 – Parte 2 Amostragem
Visão geral da pedreira de Jaguariúna, SP.
Contato entre o diabásio e o gnaisse encaixante (em baixo,
de cor mais clara) em Pedreira de Jaguariúna, SP.
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 3 Petrografia

Diabásio com olivina pouco alterada (polarizadores ┴)


ABNT NBR 15577:2008 – Parte 3 Petrografia

Diabásio com olivina pouco alterada (polarizadores ∕∕)


ABNT NBR 15577:2008 – Parte 3 Petrografia

Quartzo microcristalino em granito


ABNT NBR 15577:2008 – Parte 3 Petrografia

8 Classificação do agregado quanto à RAA

Com base na análise petrográfica da rocha, classificar o agregado


quanto à RAA em potencialmente inócuo ou potencialmente reativo.

Os limites máximos de fases reativas geralmente adotados para


classificar um agregado como potencialmente inócuo são: 5%
(quartzo deletério), 3% (calcedônia), 1% (tridimita ou cristobalita), 3%
(vidro vulcânico) e 0,5% (opala). Entretanto, com base em sua
experiência e nas feições presentes, o petrógrafo pode admitir limites
distintos.
Quartzo criptocritalino (calcedônia) recobrindo grãos de quartzo em arenito.
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 4 Ensaio acelerado

Ensaio acelerado em barras de argamassa

• Solução concentrada de NaOH


• 80oC
• Resultado em 30 dias (+ preparação)
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 4 Ensaio acelerado
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 4 Ensaio acelerado
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 4 Ensaio acelerado

CP V ARI
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 4 Ensaio acelerado

Cimentos brasileiros:
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 4 Ensaio acelerado

<
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 4 Ensaio acelerado

24 h
H2O 80oC
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 4 Ensaio acelerado

NaOH 1N 80oC
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 4 Ensaio acelerado
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 4 Ensaio acelerado

Conforme o item 5.3 da Parte 1:

Para expansão menor que 0,19% aos 30 dias, o agregado pode ser
considerado potencialmente inócuo para uso em concreto. Caso se
deseje a confirmação deste resultado, o ensaio de longa duração dos
prismas de concreto (Parte 6) pode ser realizado, prevalecendo o seu
resultado.

Para expansão maior ou igual a 0,19 % aos 30 dias, o agregado é


considerado potencialmente reativo. A Parte 1, no item 5.3 estabelece
três alternativas:

I - realizar o ensaio de longa duração dos prismas de concreto (Parte 6), cujo
resultado prevalece sobre o resultado do ensaio a celerado.
II - utilizar mitigação da expansão (Parte 5)
III - uso de outro agregado, com o reinício do processo de avaliação.
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 5 Mitigação

Acelerado barras de argamassa 14 de imersão em NaOH 1N 80oC

Quaisquer dos tipos de cimentos portland normalizados


(CP I, CP II, CP III, CP IV ou CP V),
em combinação ou não com adições de materiais pozolânicos
(NBR 12653) ou de escória de alto-forno moída ou sílica ativa
(NBR 13956).

≤ 0,10 % 16 dias
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 5 Mitigação
Parte 1 (7.2.2):
Se as expansões obtidas forem iguais ou superiores ao limite de 0,10 % aos
16 dias, são necessários novos ensaios de forma a atender a esse limite a
partir de novas misturas, podendo-se optar por uma ou mais das alternativas
seguintes:
• utilizar um tipo de cimento Portland apropriado para inibir a reação;
• incorporar ou aumentar os teores de sílica ativa ou metacaulim na barra de
argamassa;
• trocar o agregado, quando o potencial reativo verificado for muito elevado
ou quando não se consegue comprovar a mitigação da reação com o uso
de inibidores.
A comprovação da mitigação da reação é obtida quando o resultado do
ensaio for menor que 0,10 % aos 16 dias.
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 6 Prisma de concreto

Prismas de concreto por pelo menos 1 ano a 38o C e > 95 % de


umidade.

250 mm x 75 mm x 75 mm

Cimento de acordo com NBR 5732 (CP I !) ou NBR 5733 (CP V ARI),
além de possuir finura de (4.900 ± 200) cm2/g, equivalente alcalino
total expresso em Na2Oeq (0,658K2O+Na2O) de (0,90 ± 0,10)%,
determinado de acordo e expansão em autoclave inferior a 0,20%.
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 6 Prisma de concreto

Graudo?  usar miúdo conhecido como inócuo e


módulo de finura = 2,7  0,2

Miúdo ?
O agregado miúdo deve ser ensaiado na granulometria
entregue ao laboratório.
ABNT NBR 15577:2008 – Parte 6 Prisma de concreto
Segundo o Guia (Parte 1)

Quando as expansões ≥ 0,04% em 1 ano o agregado é considerado


potencialmente reativo e são necessários novos ensaios de forma a atender a
esse limite a partir de novas misturas, podendo-se optar por uma ou mais das
alternativas seguintes:
• utilizar um tipo de cimento Portland apropriado para inibir a reação;
• incorporar ou alterar teores de sílica ativa ou metacaulim no concreto para
moldagem dos prismas;
• trocar o agregado, quando o potencial reativo verificado for muito elevado
ou quando não se consegue comprovar a mitigação da reação com o uso
de inibidores.
Nestes casos, a mitigação ocorre se < 0,04 % aos 2 anos.

NOTA 2-O método de ensaio que avalia a expansão devida à reação álcali-
agregado em prismas de concreto pode também ser aplicado na investigação
de combinações de agregados miúdos e graúdos para uma aplicação
específica de concreto, bem como da combinação com o cimento e eventuais
adições, não se dispondo, contudo, de dados estatísticos sobre limites
máximos de expansão aceitáveis.
Discussion—Some
aggregates with minor
amounts of reactive
constituents may
exhibit the symptoms
of AAR without
producing any damage
to the concrete; these
are termed as non-
reactive aggregates.
Para encerrar:
• “No caso de estrutura em serviço afetada pela
reação álcali-agregado, o gestor, atualmente,
não dispões de método que resulte na
supressão definitiva do fenômeno e de seus
efeitos.”
Para encerrar:
• “No caso de estrutura em serviço afetada pela
reação álcali-agregado, o gestor, atualmente,
não dispões de método que resulte na
supressão definitiva do fenômeno e de seus
efeitos.”
Porém:
• “...é muito raro que seja necessário demolir
uma estrutura devido à reação álcali-agregado.”
(Ollivier & Vichot. Durabilidade do Concreto. Versão em
português de 2014 da edição de 2008. Ibracon)
OBRIGADO !

quitete@ipt.br
Para consultar nome e versão de normas brasileiras e internacionais:

http://www.abntcatalogo.com.br
Referências

• Fournier B. & Bérubé, M.A. 2000. Alkali–aggregate reaction in concrete:


a review of basic concepts and engineering implications. Can. J. Civ.
Eng., 27: 167–191.

• Jensen, V. 2004. Alkali–silica reaction damage to Elgeseter Bridge,


Trondheim, Norway: a review of construction, research and repair up to
2003. Mat; Charact. 53: 155–170.

• Rodrigues, E. de P. 1994. Parâmetros texturais de deformação em


“granitóides” e sua relação com a reação álcali-agregado: Aplicação ao
concreto da Barragem de Pedro Beicht, SP. Tese de Doutoramento
apresentada ao Instituto de Geociências. USP. São Paulo.

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