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Recebido em 08/11/2017. Aprovado em 26/06/2018.
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Universidade Federal do Maranhão, Chapadinha, MA, Brasil.
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Instituto de Ensino Superior Múltiplo, Timon, MA, Brasil.
*Autor correspondente: jordane-borges@hotmail.com
THERMAL COMFORT OF SANTA INES SHEEP FED DIETS CONTAINING THREE LEVELS OF
INCLUSION OF CONCENTRATES
ABSTRACT: This study aimed to evaluate the thermal comfort of feedlot sheep fed diet
with the inclusion of three different concentrate levels. 15 males from Santa Ines breed
were used, average weight 17±3.32 kg, age from 4 months to 1 year, receiving three
levels of concentrate (20, 40 and 60%). The environmental variables were determined
such as air temperature (AT), maximum temperature (maxT) and minimum (minT),
relative humidity (RH) and wind speed (WS)) and physiological parameters (respiratory
rate (RR), rectal temperature (RT) and surface (ST) at 8:00 a.m., 12:00 p.m., 2:00 p.m. and
5:00 p.m..The design was randomized blocks arranged in a split plot, using regression
analysis for AT, maxT, minT, RH and WS, orthogonal contrasts for unfolding interactions
and Tukey test for the analysis of the means of the variables RR, RT and ST. The inclusion
of concentrate in the diet of sheep over 20% affects thermal comfort.
Tabela 1. Composição químico-bromatológica dos ingredientes utilizados nas dietas dos ovinos.
Ingredientes Nutrientes
MS%1 MO2 PB3 EE4 FDNcp5 CNF6 CT7
Feno de capimTifton 85 90,70 95,60 7,57 0,25 71,37 16,41 87,78
Milho triturado 90,46 98,57 8,28 2,01 11,38 76,90 88,28
Farelo de soja 90,44 93,64 50,50 1,72 20,88 20,58 41,42
Farinha amilácea de babaçu 89,91 92,66 4,03 0,91 52,68 35,14 87,82
Farelo de trigo 87,82 94,41 18,09 2,69 42,93 30,70 73,63
Uréia 100,00 282,00
Matéria seca; 2Matéria orgânica; 3Proteína bruta; 4Extrato etéreo; 5Fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e
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Tabela 2. Composição percentual dos ingredientes, níveis de inclusão de concentrado e valor nutricional das
dietas experimentais utilizadas pelos ovinos.
Ingredientes Quantidade (Kg)
20% de inclusão 40% de inclusão 60% de inclusão
Milho triturado 64,26 49,06 27,41
Farelo de soja 13,71 21,59 28,62
Farinha amilácea de babaçu 12,94 17,43 25,82
Farelo de trigo 6,30 8,41 12,60
Uréia 1,12 1,49 2,23
Valor Nutricional (%)
PB (%) 1
19,19 23,48 29,75
NDT (%) 2
77,11 71,73 66,76
FDN 3
7,90 12,32 12,72
FDA4 2,65 4,40 4,74
Proteína bruta; Nutrientes digestíveis totais; fibra em detergente neutro (FDN); fibra em detergente ácido (FDA).
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Tabela 3. Médias das variáveis ambientais, temperatura do ar (TA), temperatura máxima (Tmáx), temperatura
mínima (Tmín), umidade relativa do ar (UR) e velocidade do vento (VV) em função dos horários de coleta,
as 08:00, 12:00, 14:00 e 17:00 horas.
Variáveis Ambientais Horário (h) Média P>F CV%
8 12 14 17
TA (°C) 28,5 31,9 33,4 33,0 31,7 0,09 5,13
Tmáx (°C) 28,8 32,1 34,0 33,3 32,0 0,11 5,58
Tmín (°C) 27,5 29,2 32,7 32,7 30,5 0,07 5,95
UR¹ (%) 42,8 35,6 32,24 31,8 35,6 0,04 14,52
VV (m/s) 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,00 57,97
¹
UR = -1,276x + 51,87(R2=0,89), CV = coeficiente de variação
de avaliação (8:00, 12:00, 14:00 e 17:00 h, P>0,05), não havendo correlação linear entre as variáveis,
apresentando média de 31,7±2,22ºC para tendo o seu coeficiente de determinação igual a
TA, 32±2,30ºC para Tmáx e 30,5±2,60°C para 0. Por não ter diferido em nenhum dos horários
Tmín. Observou-se que a TA ficou próxima da por todo o período experimental a VV não se
Tmáx, constatando-se que essas observações mostrou relevante neste estudo.
estiveram acima da zona de conforto para A FR (Tabela 4) apresentou diferença
ovinos jovens determinados por Eustáquio significativa apenas para T1 (P<0,05),
Filho et al. (2011), como sendo 25°C e até 30ºC observando-se menores valores em
para adultos determinados por Baêta e Sousa comparação com os demais tratamentos nos
(2010). diferentes horários de verificação, com média
Observou-se que o horário afetou a umidade de 35,1±3,37mov/min. Enquanto nos demais
relativa do ar (UR) (Tabela 3) de maneira tratamentos não houve diferença significativa
linear decrescente de acordo com a equação: entre si, independente do horário (P>0,05).
UR = -1,276x + 51,87 (R2=0,89), obtendo uma De acordo com Neiva et al. (2004), Furtado
taxa de -1,276 por unidade de tempo e uma (2007) e Oliveira et al. (2011), o aumento na
média geral de 35,6±5,08%. Todos os horários frequência respiratória, usando maiores teores
apresentaram UR fora da zona de conforto, de concentrados na dieta, pode ser resultado
pois segundo Baêta e Sousa (2010) a zona de do incremento calórico causado pelo maior
conforto encontra-se entre 50 e 80% para ovinos nível de energia pelos animais com inclusão de
adultos e segundo Eustáquio Filho et al. (2011) alimentos concentrados na dieta. Entretanto,
de 65%para ovinos jovens. neste experimento não foi avaliado o consumo
A susceptibilidade de ovinos ao estresse por de concentrado, não havendo evidências
calor aumenta na medida em que o binômio suficientes para afirmar este resultado.
umidade relativa e temperatura ambiente Resultados semelhantes foram encontrados
ultrapassa a zona de conforto térmico. Essa por Sousa et al. (2016) que estudando níveis
condição dificulta a dissipação de calor e de concentrado e gordura protegida sobre a
incrementa a temperatura corporal, e os termorregulação de ovinos machos inteiros da
mecanismos termoregulatórios são acionados raça Santa Inês, com peso inicial de 19,7±2,79
aumentando a perda de calor de forma kg e idade aproximada de 3 meses, criados em
insensível através da sudorese e respiração. sistema intensivo, constataram que a FR foi
Como consequência há o aumento na frequência significativamente maior quando se utilizou o
respiratória, ocasionando respiração acelerada nível 60% de concentrado na dieta. Entretanto,
e contínua que pode interferir na ingestão neste experimento devido às condições
de alimentos e na ruminação. Assim como, ambientais desfavoráveis (TA e UR) pode
adicionar calor endógeno a partir da atividade ter ocorrido aumento da FR na tentativa de
muscular e desviar energia que poderia ser dissipar calor, mesmo não havendo evidencias
utilizada em outros processos metabólicos sobre o efeito da inclusão de concentrado,
(Silva et al., 2010). devido à ausência de estudo de desempenho.
A velocidade do vento (VV) não apresentou A TR (Tabela 4) obteve diferença
efeito de regressão entre os horários avaliados, significativa (P<0,05) entre o T1 e T3 no horário
Tabela 4. Médias de Frequência respiratória (FR), Temperatura retal (TR) e Temperatura superficial (TS)
de ovinos em função dos níveis de inclusão de concentrado, 20% (T1), 40% (T2) e 60% (T3) nos horários de
08:00, 12:00, 14:00 e 17:00 h da coleta.
Variáveis
Horário Tratamento
FR (mov\min) TR (°C) TS (°C)
T1 30b 37,16b 32,7a
T2 36a 37,71ab 32,8a
08:00
T3 35a 37,85a 32,7a
CV% 10,51 0,88 4,89
T1 36b
37,98 a
35,2a
T2 41a 38,15a 35,7a
12:00
T3 41a 38,22a 35,4a
CV% 18,58 0,99 3,28
T1 37b
38,13 a
35,8a
T2 51a 38,57a 35,9a
14:00
T3 52a 38,51a 35,9a
CV% 21,77 0,83 3,85
T1 37b 37,56b 35,0a
T2 48a 38,19a 35,1a
17:00
T3 50a 38,03a 35,3a
18,25 0,94 1,72
Letras minúsculas distintas nas colunas dentro de cada horário indicam valores estatisticamente diferentes pelo teste
Tukey (P<0,05).