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O segredo da fusão das pedras

Antes de se recolher à noite, Yaacov colocou doze pedras sob sua cabeça como um
travesseiro. Milagrosamente, todas as pedras fundiram-se em uma. O Rei David
também teve uma experiência semelhante de fusão de pedras quando as cinco pedras
que ele colocou em seu estilingue para matar Golias se fundiram em uma. Por que as
pedras de Yaacov e do Rei David fundiram-se e que segredo elas contêm para nós?

Nesta apresentação, o Rabino Ginsburgh revela como a unificação da diversidade


representada por essas pedras nos mostra o reconhecimento de que tudo, na
verdade, resume-se a “D’us é Um”.

As Doze Pedras e as Doze Tribos

O versículo 28:11 na porção semanal Vayetsê descreve como Yaacov pegou pedras
(no plural) para colocar debaixo de sua cabeça servindo de travesseiro. O versículo
28:18 refere-se somente a uma pedra, no singular, que Yaacov colocou sob sua
cabeça. Esta aparente discrepância fez nossos sábios concluírem que as doze pedras
que Yaacov colocou sob sua cabeça quando estava a caminho de Charan se fundiram
em uma única. Tanto no nível consciente ou inconsciente, o fato de Yaacov juntar
doze pedras refere-se às doze tribos que ele trará a este mundo como resultado de
seu casamento em Charan. Mais especificamente, a fusão das doze pedras refere-se
à fusão das doze tribos. Esta unificação dos doze filhos de Yaacov ocorreu um pouco
antes de sua morte. Em torno do leito de Yaacov, seus doze filhos proclamaram em
uníssono: “Ouve Israel (o nome de Yaacov), D’us é nosso Senhor, D’us é Um.”

Os Patriarcas serviram a D’us no nível de Atzilut (“emanação”). Eles estavam


completamente anulados para D’us e serviram como condutores através dos quais
D’us revelou a Si mesmo na terra. Os doze filhos de Yaacov estavam em um nível
inferior – o nível de Beriá (“criação”), no qual algum grau de autoconsciência existe.

Apesar de não estarem no mesmo nível de seu pai, as doze tribos declararam a ele,
em seu leito de morte, que compartilhavam a total e perfeita fé de Yaacov no D’us
Único. Com esta declaração, suas almas fundiram-se numa só.

Pai e Filho

A palavra hebraica para “pedra” é even, soletrada com alef, beit e nun. Isto é um
acrônimo para av ben, “pai filho”. Cada pedra é a união de pai e filho.

O Rei David e as Cinco Pedras

Outro exemplo única na Torá de pedras fundindo-se em uma só é quando o Rei David
mata Golias. Em Samuel 1 17:40, David pega cinco pedras para colocar em seu
estilingue. Aqui, também, as cinco pedras fundiram-se numa só.
Estatísticas Pétreas

Os números dessas pedras refletem um lindo fenômeno matemático que ilumina o


sentido oculto desses dois eventos de fusão. Existe uma importante relação
matemática entre 12 e 5. 12 ao quadrado é 144, enquanto 5 ao quadrado equivale a
25. 144 mais 25 é igual a 169, que é 13 ao quadrado. 13 é o valor numérico da palavra
echad (“um”). Isto reflete a pluralidade das várias pedras transformando-se em uma.

A Unificação das Doze Tribos Refletidas em Echad

A palavra echad é soletrada com alef (1), chet (8), dalet (4). Juntas, o chet e o dalet
representam as doze tribos. Eles combinam com seu pai, Yisrael, representado aqui
pelo alef em sua declaração de que D’us é Um. Os 12 filhos combinam com seu 1 pai
para manifestar a unicidade de echad (13).

As Pedras no Estilingue de David Refletem Echad

Nossos sábios explicam que, duas vezes por dia, Golias zombava estrondosamente
do acampamento de Israel. Ele sincronizava o momento de suas declarações de
desprezo de modo a coincidir com os momentos de manhã e à noite em que os
soldados israelitas recitavam a reza do Shemá Israel. Desta forma, Golias zombava
não só dos soldados israelitas, mas também do D’us de Israel. Ele queria desmoralizar
os Judeus pelo enfraquecimento de sua fé. O livro Tikunei Zohar explica que as cinco
pedras que David colocou em seu estilingue representavam as primeiras cinco
palavras do versículo: Shema Yisrael Hashem Elokeinu Hashem Echad

“Ouve Israel, D’us (é nosso) Senhor, D’us (é) Um”

O Completo Um na Criação

No livro Sefer Yetzirá, aprendemos que a realidade tem três dimensões: tempo,
espaço e alma – a dimensão humana. Paralelamente a essas três dimensões,
descobrimos que a palavra echad (“um”) é repetida três vezes no relato da criação.

A primeira menção de echad é em Gênesis 1:5: “E houve noite e houve manhã, um


dia.” Neste versículo, echad se compara à dimensão do tempo.

A segunda menção de echad é em Gênesis 1:9: “As águas sob os céus serão juntadas
num lugar...” Neste versículo, echad se compara à dimensão de espaço.

A terceira menção de echad é em Gênesis 2:25: “Um homem, portanto, deixará seu
pai e sua mãe e se unirá com sua mulher, e eles serão uma só carne.” Neste
versículo, echad se compara à dimensão humana.

Significantemente, cada um dos versículos acima tem 13 palavras. O primeiro


versículo tem 49 letras, o segundo versículo tem 52 letras e o terceiro versículo tem 43
letras. Juntas, esses três versículos têm 144 (12 ao quadrado) letras. Isto representa a
unidade manifesta nas três dimensões gerais da realidade – tempo, espaço e almas.
Se pudermos encontrar um versículo com 25 (5 ao quadrado) letras para somar a
esses três versículos, teríamos echad (13) ao quadrado. Espantosamente, o versículo
de 25 letras que estamos procurando é “Ouve Israel, D’us é nosso Senhor, D’us é
Um”.

Somando-se este versículo aos versículos correspondendo às dimensões gerais da


realidade, teremos um conjunto de versículos que reflete a absoluta unicidade de D’us
em todos os reinos da realidade criados. Este versículo se une com as três específicas
e individuais manifestações de tempo, espaço e almas para se transformar em 13 ao
quadrado – uma perfeita e realizada interinclusão de 13 em 13.

Cada detalhe manifesta o todo enquanto o todo se torna uma bela e completa coleção
que reflete que tudo, na realidade, é simplesmente “D’us é Um”.

Por Rabino Yitzchak Ginsburgh, traduzido por Maurício Klajnberg

Rabino Yitzchak Ginsburg é fundador e diretor do Instituto Gal Einai: Instituto de


Estudo Interdisciplinário Avançado de Torá, Arte e Ciências. Renomado explicador de
Cabalá e Chassidut, Rabino Ginsburg escreveu mais de quarenta livros esclarecendo
tópicos de Torá como psicologia, medicina, política, matemática e relacionamentos.

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