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INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE Departamento DE HISTÓRIA
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“Apesar dessa vitória política, iniciando uma nova dinastia no poder, era necessário a legitimação simbólica do
governante e dos seus descendentes, ação na qual a Crónica de D. João I tem papel importante.” (Ziezer, 2012,
p. 273)
A utilização desses recursos se torna, assim “uma estratégia discursiva que não
poderia ser contestada no campo simbólico”, pois:
dos milagres que o cronista descreve acerca das ações
bélicas de D. João e D. Nuno, mostrando a preferência
de Deus pelo Messias e o consagrando no poder. Embora
bastardo, palavra nunca mencionada pelo cronista, D.
João foi rei pela “vontade divina” e por ser “filho de rei”,
já que era filho do rei anterior a D. Fernando, o monarca
D. Pedro (1357-1367). (Ziezer, p. 274)
Percebe-se, assim, como alinham-sese alinham, nos textos de Fernão Lopes, a função
narrativa do texto com e a sua função política. Os elementos narrativos, no entanto,
provinham também do imaginário cristão que alimentava a sociedade lusitana:
Fernão Lopes se apropria da expectativa de alguns
elementos da sociedade portuguesa sobre a vinda do
salvador ou messias que lutaria contra o Anticristo, que
no seu relato é representado pelo rei de Castela. A
ascensão de D. João ao poder é vista como um combate
entre o bem e o mal. Pelo fato de D. João apoiar o papa
de Roma, tido pelo cronista como o papa legítimo, e de
D. Juan de Castela apoiar o papa de Avignon, este
monarca será intitulado pelo cronista como “herético e
cismático” e suas ações apresentadas como condenáveis.
Já as de D. João de Portugal terão a proteção de Deus o
que é mostrado em vários momentos da crônica através
dos chamados “milagres” e “sinais” apontados pelo
cronista, em especial a vitória de D. João nos conflitos
bélicos. (Ziezer, p. 283)
Correção: 20.0 Precisa ter cuidado com a revisão do texto e acentuação de palavras
Bibliografia: 9.0
ABNT: 1,0
2. Pesquisa bibliográfica sobre crônicas medievais:
Os textos selecionados como referências bibliográficas para o estudo das crônicas
medievais foram os seguintes:
FRANÇA, S. S. L. A dimensão narrativa das crônicas de Fernão Lopes. Métis: História &
Cultura, vol. 2, n. 4, p. 167 – 178, 2003.
GUIMARÃES, J. S. Memória e Retórica: Mouros e Negros na “Crônica de Guiné” (Século
XV). In: Simpósio Nacional de História - ANPUH, 2011, São Paulo. São Paulo: ANPUH-SP,
16 p.
ZIEZER, A. M. S. Fernão Lopes e seu papel na construção da imagem de D. João I, o rei da
boa memória. OPSIS, vol. 12, n. 1, p. 269- 293, jan/jun. 2012. Commented [I7]: Podia ter colocado ao final da primeira
questão.