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Disciplina: Ecoturismo
Trilhas
Boa parte das trilhas hoje utilizadas em ecoturismo são caminhos
tradicionalmente utilizados por determinadas comunidades para se
locomoverem. Desde a época do Brasil colônia os portugueses utilizavam
os caminhos abertos pelos indígenas para alcançarem o interior do país.
Planejamento
O planejamento da implantação de trilhas visa assegurar que os impactos
negativos estarão dentro dos limites aceitáveis de mudança. Pode ser
entendida como os limites aceitáveis de mudança que um determinado nível
de uso de um sítio ou área pode suportar sem causar danos significativos
aos recursos e sistemas ecológicos necessários para o seu equilíbrio,
garantindo a qualidade da experiência do visitante.
- Avaliar o local, impactos e objetivos.
- Definir tipo de público.
- Trilha a ser mais informativa, sensibilizadora e educadora possível.
- Deverá localizar-se em uma paisagem comum, do dia a dia, viabilizando
uma relação direta.
- A mensagem deve ser simples, abrindo horizontes, suscitando a
observação e o respeito à vida.
A Forma
- Os meios e materiais devem ser simples, sem agredir ou poluir
visualmente o ambiente.
- Em círculos ou ovais, ou seja, não retornarem pelo mesmo local.
- Não serem longas, porém objetivas.
- Viabilizem uma interpretação com informações necessárias concisas,
transmitidas de forma mais completa.
Impactos Ambientais
Podemos citar alguns impactos negativos que qualquer tipo de trilha pode
gerar no solo (erosão e compactação), na fauna (alterações nas
populações) e na flora (desmatamento), tanto nas fases de implantação
como no uso. Porém, a lista é muito mais ampla e ainda não se conhece
todas as consequências de sua implantação. As técnicas para minimizar os
impactos basicamente restringem-se aos cuidados com o solo e a
vegetação. A fauna precisaria ser estudada durante meses (talvez anos)
para que se conheça todos os hábitos comportamentais de todas as
espécies presentes em determinada área, podendo-se, assim, estabelecer
sua capacidade de suporte.
Alguns Lembretes
A trilha interpretativa é, para muitos, o meio mais eficiente de interpretação,
por atender facilmente aos seus princípios e objetivos, destacando-se ainda
seu baixo custo. Para isso, recomendam-se algumas "regras"básicas:
a) As rotas devem ser planejadas com ajuda de conhecedores da área,
incluindo-se os recursos interpretativos mais importantes e evitando-se os
recursos frágeis e raros desprotegidos.
b) Sua "construção" deve ser de baixo impacto e deixar poucos vestígios.
c) Devem apresentar uma estética condizente com a "alma" do local,
evitando-se excessos.
d) Devem ser em forma geométrica fechada com o local de saída e
chegada coincidentes ou quase.
e) Geralmente são curtas (1 a 4 km), mas devem ser diversificadas para as
diferentes idades, preferências e habilidades.
f) Devem ser específicas quanto ao tipo de locomoção dos usuários.
g) Devem informar suas características gerais no início, como tempo de
percurso ou grau de dificuldade.
h) Devem ser mantidas limpas.
i) Devem ter sua capacidade de uso estudada e monitorada.
São caminhos traçados em um sítio natural, degradado ou não, como
explicação sobre o meio ambiente.
Estas trilhas, localizam-se dentro da floresta ou do ecossistema objeto,
aproveitando- se quando possível, traçados já existentes.
Quando bem elaboradas, conseguem promover o contato mais estreito
entre o homem e a natureza, possibilitando conhecimento das espécies,
animais e vegetais, da história local, da geologia, da pedologia, dos
processos biológicos, das relações ecológicas, ao meio ambiente e sua
proteção, constituindo instrumento pedagógico muito importante.
Este texto foi baseado nos seguintes autores: Marco Aurélio Leite Fontes,
Maria Rachel Vitorino (Ecoturismo - UFLA) e Sérgio Salazar Salvati.