Revisão da aula anterior (At 12.25 - 14.28) ► Por volta do ano 45/46 d.C, Barnabé e Paulo são chamados pelo Espírito Santo a iniciarem a 1º viagem missionária organizada para plantar comunidades cristãs em territórios gentílicos ► Viajam por Chipre e sul da Galácia (8 cidades), evangelizando judeus e gentios e sendo perseguidos, mas colhendo muitos frutos e iniciando igrejas por ondem passam ► No retorno da viagem visitam cada comunidade para escolher líderes locais, fortalecer a fé dos irmãos e encorajá-los a seguir a caminhada. A viagem dura 2 anos, encerrando-se entre 47/48 d.C Cronologia de Atos dos Apóstolos FATO HISTÓRICO NO LIVRO ANO OCORRIDO Pentecostes At 1 30 d.C Conversão de Saulo At 9 33 d.C Conversão de Cornélio At 10 36/37 d.C Evangelho em Antioquia At 11.26 40 d.C 1º viagem missionária At 12.25 – 14.28 45/46 até 47/48 d.C Concílio de Jerusalém At 15 49 d.C Atos 15.1-2: a questão judaizante e suas raízes ► Mesmo depois das explicações de Pedro sobre a conversão de Cornélio (At 11.1-18) e anos de missão entre os gentios, dúvidas permanecem: • Como seria a convivência entre gentios e judeus? • Qual seria o padrão de vida dos gentios? ► A ausência de respostas claras perturbou muitos cristãos judeus, especialmente os mais zelosos pela Lei (os “judaizantes”), que em At 15.1-2 vão à Antioquia dizer aos gentios que eles também precisavam da circuncisão e da obediência à Lei para serem salvos ► Sabendo que isso traria confusão e dificuldades para os cristãos gentios, envia a Carta aos Gálatas às igrejas da 1º viagem missionária (sul da Galácia) defendendo o Evangelho da graça pregado por ele Atos 15.1-2: a questão judaizante e suas raízes AS RAÍZES DO PROBLEMA ► Razão teológica: circuncisão e Lei eram sinais do povo da Aliança, o povo de Deus. Para ser salvo, era preciso fazer parte desse povo e ter seus sinais (como muitos gentios do AT que se converteram a Yahweh) ► Razão nacional: rejeição do Evangelho por judeus e aceitação massiva dos gentios parecia contradizer plano de Deus para nação de Israel ► Razão moral: possivelmente os cristãos gentios ainda não tinham absorvido os altos padrões morais judeus, causando escândalo a eles, que reagiram tentando corrigir os gentios pelo ensino da Lei ► Razão da convivência: judeus não podiam ter comunhão à mesa com gentios devido ao seu estado permanente de impureza cerimonial Atos 15.3-35: o Concílio de Jerusalém ► v.4-5: Paulo e Barnabé chegam a Jerusalém representando a missão entre os gentios. Ali relatam os fatos da 1º Viagem Missionária, mas são rebatidos por cristãos fariseus, que repetem os argumentos do v.1 ► Esse debate inicia o Concílio, cujo relato é bastante resumido no relato de Lucas, que enfatiza a fala dos principais apóstolos ali presentes: Pedro, Paulo e Tiago ► Tiago, o Justo, era irmão de Jesus e escritor da Carta de Tiago. Parece ter se tornado maior líder da igreja em Jerusalém enquanto apóstolos iam às nações. Era respeitadíssimo por sua devoção e santidade. É ele quem presidirá o Concílio, o primeiro da História da Igreja Atos 15.3-35: o Concílio de Jerusalém A FALA DE PEDRO (v.7-11) Ao relembrar o episódio de Cornélio, Pedro faz algumas argumentações: A. Deus aceitou Cornélio (gentio) e deu a ele Seu Espírito da mesma forma como deu o Espírito aos judeus. Não houve distinção alguma B. Deus purificou o coração de Cornélio pela fé em Jesus Cristo, não pela circuncisão, pela Lei ou pelo batismo judaico (reservado aos prosélitos). A pureza não era exterior, mas interior C. Se Deus já os aceitou pela fé, porque colocar sobre eles o peso da Lei, que a própria nação de Israel não conseguiu cumprir? D. A salvação é pela graça mediante a fé, e nada mais! Atos 15.3-35: o Concílio de Jerusalém A FALA DE BARNABÉ E PAULO (v.12) ► Barnabé relata 1º Viagem, mostrando que o que Deus iniciou em Pedro e Cornélio, continuou por ele e Paulo nas regiões gentílicas Atos 15.3-35: o Concílio de Jerusalém A FALA DE TIAGO (v.13-18) A. Deus se voltou aos gentios para “reunir um povo (laos) para Seu Nome”. O “povo para Nome de Yahweh” sempre foi Israel, mas Tiago reconhece que agora os gentios são parte disso B. Isso foi predito pelo profeta Amós (Am 9.11-12) que falara que Deus restauraria o “Tabernáculo de Davi”, para os povos O buscarem ▪ Eles buscarão ao Senhor como gentios pertencentes a outras nações, e não como gentios que se tornaram Israel ▪ Esse “Tabernáculo restaurado” é o Cristo ressurreto, a quem os gentios irão para buscar e invocar a Yahweh Atos 15.3-35: o Concílio de Jerusalém A CONCLUSÃO (v.19) Tiago termina sua fala unindo: 1. Autoridade escriturística e profética (texto de Amós) 2. Testemunho apostólico (experiência de Pedro) 3. Evidências práticas (relato de Barnabé e Saulo)
No v.19, Tiago, o maior ícone do conservadorismo judaico, conclui:
“"Portanto, julgo que não devemos pôr dificuldades aos gentios que estão se convertendo a Deus” ► Essa foi uma das grandes vitórias da missão e da Igreja: permitir que os gentios sejam livres do fardo da Lei judaica Atos 15.3-35: o Concílio de Jerusalém MEDIDAS EM PROL DA CONVIVÊNCIA (v.20-21) Apesar da liberdade em relação, Tiago pede que gentios evitem certas práticas de cunho cerimonial e moral, a fim de facilitar a convivência com os irmãos judeus nas igrejas: 1. Evitar comer alimentos sacrificados aos ídolos 2. Evitar carne de animais estrangulados 3. Evitar comer sangue 4. Evitar a imoralidade sexual
► As restrições parecem refletir aquelas que gentios morando em Israel
deveriam seguir (Lv 17-18); assim, não há nada de novo na indicações Atos 15.3-35: o Concílio de Jerusalém ► A igreja gentílica fica profundamente feliz ao receber a carta das mãos dos líderes da igreja de Jerusalém (v.30-35) ► A resolução desse ponto fortalecerá as preparações para o início da Segunda Viagem Missionária (iniciada no v. 36)
► Haenchen diz: “"O capítulo 15 é o ponto crucial, o 'divisor de águas'
do livro, o episódio que completa acontecimentos passados e o futuro da igreja possível” a. Libertou o Evangelho de suas vestimentas judaicas b. Deu à Igreja a identidade de “povo de Deus entre as nações” c. Deu aos gentios a mesma importância e papel que judeus (Ef 3.5-6) Ensinos permanentes do Concílio de Jerusalém ► Salvação: conquistada só por Jesus, recebida só pela fé. Jesus é o meio de salvação, não a Lei; ela é dada por graça, não conquistada por obediência; é recebida por fé, não por rituais. É “Jesus + nada” ► Igreja: uma comunidade de muitos povos e só um Rei. Igreja não é uma mera seita judaica, mas família internacional de pessoas sob o Rei Jesus ► Comunhão: uma questão de amor cristão. Verdade e unidade são mantidos ao apelar para a liberdade e a responsabilidade das igrejas. “ “Quanto à fé, devemos ser invencíveis, e mais duros, se possível, do que um diamante; mas quanto à caridade, devemos ser mansos, e mais flexíveis do que uma vara de cana ou uma folha levada pelo vento, e prontos para nos submeter a tudo” (Martinho Lutero) Ensinos permanentes do Concílio de Jerusalém ► Salvação: conquistada só por Jesus, recebida só pela fé. Jesus é o meio de salvação, não a Lei; ela é dada por graça, não conquistada por obediência; é recebida por fé, não por rituais. É “Jesus + nada” ► Igreja: uma comunidade de muitos povos e só um Rei. Igreja não é uma mera seita judaica, mas família internacional de pessoas sob o Rei Jesus ► Comunhão: uma questão de amor cristão. Verdade e unidade são mantidos ao apelar para a liberdade (da Lei) e a responsabilidade (um para com a consciência dos outros) das igrejas ► Cultura: uma questão de consciência. Distinção entre “Evangelho” e “cultura”: salvação não está ligada a traços culturais, mas só à fé em Cristo (1 Co 9.19-23). Evangelho pode ser encarnado em todas culturas Obrigado por ter vindo! Tem dúvidas ou sugestões? Você pode falar comigo em: andre_matheus91@hotmail.com (16) 98818-0344