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Aymara Colen
Orientadora: D.Sc. Glaucia Eliza Gama Vieira
Palmas – TO
2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITÁIO DE PALMAS
PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM AGROENERGIA
Palmas – TO
2011
ii
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins
Campus Universitário de Palmas
CDD 333.79
iii
Caracterização físico-química e química do lodo de esgoto para
aplicação como fonte de energia em processo de pirólise
COMISSÃO EXAMINADORA
Presidente: Examinadores:
______________________________ ____________________________
Profª Drª Gláucia Eliza Gama Vieira Profª Drª. Arilza De Castilho Pickel
Universidade Federal do Tocantins - (CENPES/PETROBRAS) - RJ
UFT
Suplente Examinadores:
______________________________ _________________________
Prof. Dr. Joênes Mucci Peluzio Prof. Dr. Gino Capobbianco
Universidade Federal do Tocantins - Universidade Estadual de Ponta
UFT Grosa - UEPG
__________________________________
Profª Drª Gláucia Eliza Gama Vieira
ORIENTADORA
iv
DEDICATÓRIA
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha orientadora Gláucia Eliza Gama Vieira por toda esta
oportunidade de crescimento profissional e pessoal,
Aos meus pais Sol e Aymar, minha Irmã Aryanne Colen e todos os meus amigos
que apoiaram e me fortaleceram em momentos cruciais (Murillo Bastos; Lígia
Correia, Silvana Faria, Gerso Alexandre, Leandra Alencar, Laura Maria e Fredson
Aguiar, R. Kaminishi, Carlos Eduardo. Evandro Reina, Fábio Strieder, Paulo
André, Fernando Nunes, Weder, Júlio Bigeli, Sônia Brito e André Tavares,
Sanderson e Larrisa Chianca, Fernando do Vale e Teresa Cristina, Mariana e
Alecx, Elaine, Jardene, Danielle Guimarães, Flaviana Sales e Renê, R. Nonato e
Tanha, Nayon e Bianca, Arley dentre tantos outros.
vi
EPÍGRAFE
“A determinação, ou itinen, é algo que não pode faltar, pois é o que possibilita a
transformação de todas as circunstâncias a nossa volta.
Uma firme oração com a decisão de vencer qualquer obstáculo já é um grande
passo para a vitória. A sinceridade e a seriedade também são fundamentais. As
verdadeiras intenções, o que está no coração é o que direciona nossa mente e
isso reflete em nossa vida como um todo”.
Nitiren Daishonin
Nos Analectos, Confúcio diz a seu discípulo Tzu-kung: "O homem benevolente
nunca se preocupa; o homem sábio nunca se fica indeciso; o homem corajoso
nunca tem medo". Aqueles que se dedicam ao Kossen-rufu e vivem com
coragem, compaixão e sabedoria são pessoas confiantes e intrépidas e possuem
clareza de pensamento.
Nitiren Daishonin
Nitiren Daishonin
vii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
OBJETIVOS ........................................................................................................... 5
1. OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 5
1.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 5
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 6
1. TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS ................................................... 6
1.1 GRADEAMENTO ......................................................................................... 9
1.2 REATOR UASB .......................................................................................... 10
1.3 LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO FACULTATIVA ........................................... 12
2. LODO DE ESGOTO ...................................................................................... 12
2.1 COMPOSIÇÃO DO LODO DOMÉSTICO ................................................... 15
3. BIOMASSA – ENERGIA E AMBIENTE SUSTENTÁVEL............................... 20
4. CONVERSÃO ENERGÉTICA ........................................................................ 22
5. APROVEITAMENTO DO LODO RESIDUAL - PIRÓLISE ............................. 24
5.1 PRODUTOS DE PIRÓLISE ........................................................................ 26
MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................... 29
1. ÁREA DE ESTUDO E COLETA - ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE
ESGOTO VILA UNIÃO ......................................................................................... 29
2. COLETAS DAS AMOSTRAS......................................................................... 29
2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS AMOSTRAS ......................................................... 31
2.2 SECAGEM DO LODO RESIDUAL ............................................................. 31
2.3 PREPARO DAS AMOSTRAS PARA PROCEDIMENTOS ANALÍTICOS ... 34
3. CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E QUÍMICA DE AMOSTRAS DE
LODO ................................................................................................................... 34
3.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA ..................................................... 34
3.1.1 Determinação do teor de Umidade.......................................................... 34
3.1.2 Determinação dos sólidos voláteis .......................................................... 35
3.1.3 Determinação do teor de cinzas .............................................................. 35
3.1.4 Carbono fixo ............................................................................................ 36
3.1.5 Determinação da densidade ................................................................... 36
3.1.6 Determinação do poder calorífico superior (PCS) ................................... 37
viii
3.2 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA .................................................................. 38
3.2.1 Determinação de metais pesados ........................................................... 38
3.2.2 Extração sólido-líquido do lodo de esgoto............................................... 38
3.2.3 Preparo da amostra para análise no GCMS ........................................... 39
3.2.4 Condições do equipamento..................................................................... 39
3.2.5 FT-IR ....................................................................................................... 40
3.2.6 Microscopia eletrônica de varredura – MEV............................................ 41
3.2.7 Porosímero de mercúrio .......................................................................... 42
3.2.8 Análise elementar do lodo (C-N) ............................................................. 42
4. PROGRAMAÇÃO COMPUTACIONAL .......................................................... 43
4.1 Linguagem C e JAVA ................................................................................. 43
4.1.1 Tabulação de dados em Excel ................................................................ 43
4.2.1 Procedimentos Estatísticos ..................................................................... 44
RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................ 45
1. CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA ........................................................ 46
1.1 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE .............................................. 46
1.2 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CINZAS ................................................. 47
1.3 DETERMINAÇÃO DE TEOR DE SÓLIDOS VOLÁTEIS ............................ 49
1.4 DETERMINAÇÃO DE CARBONO FIXO .................................................... 50
1.5 DETERMINAÇÃO DE DENSIDADE ........................................................... 51
1.6 PODER CALORÍFICO ................................................................................ 52
2. ANÁLISES ESTATÍSTICAS ........................................................................... 54
2.1 ANÁLISE DE VARIÂNCIA .......................................................................... 54
2.2 CORRELAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS ................ 58
2.3 Correlações entre os parâmetros r (Pearson) ............................................ 58
3. CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA ..................................................................... 59
3.1 EXTRAÇÃO SÓLIDO-LÍQUIDO ................................................................. 59
3.1.1 Composição Química do FTIR e GCMS ................................................. 61
3.2 EXTRAÇÃO DA AMOSTRA LD 24 ............................................................. 69
3.2.1 Composição FTIR e GCMS ..................................................................... 69
3.3 EXTRAÇÃO DA AMOSTRA DE LODO LD 30............................................ 75
3.4 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA - MEV .......................... 86
3.5 POROSIDADE............................................................................................ 91
ix
3.6 ANÁLISE ELEMENTAR ............................................................................. 93
CONCLUSÃO....................................................................................................... 95
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 96
ANEXOS ............................................................................................................ 107
x
RESUMO
xi
ABSTRACT
The main objective of this study was to evaluate the physico-chemical and
chemical features of the sludge from the Station Sewage Treatment Vila União
located in the city of Palmas on the state of Tocantins.The sludge originated in the
UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket ) reactor was collected weekly in the
morning, during the months of May 2010 till October 2011. 10 kg of wet biomass
were collected and subsequently placed in a plastic container. The drying was
done in solar oven at the Laboratory for Testing and Development of Biomass and
Biofuels of UFT. All samples were mechanically crushed and sieved at 0.59 mm
opening (ABNT 30) in TYLER 28 to ensure the homogeneity of the sample and
facilitate the analytical procedures. The physical and chemical characteristics of
the sludge were determined by gravimetric analytical techniques (Moisture, Ash
and Volatile Solids) in addition to fixed carbon, density, calorific value and
Instrumental (Optical Emission Spectrometry Inductively Coupled Plasma (ICP -
OES) for heavy metals) and extraction with hexane, gas chromatograph coupled
to a mass spectrometer (GCMS), spectroscopy Fourier transform infrared (FTIR),
electron microscopy tection(EMD), porosity and elemental analysis. For the
physical-chemical analisys (moisture,ash, volatile solids and fixed carbon I) were
the softwares Assistat 7.6 Beta and BioEstatistic 5.0 in order to verify the
variability of the samples.
The results of the moisture content of sludge samples are between 5.0740% to
11.2988%. The highest ash content was observed in the sample LD-24
(44.9655%) the lowest concentration of organic substance was detected in LD-
26(59.7515%), being this sludge rich in ferric chloride . The main metals found in
sludge samples LD-32, LD-35 and LD-36 were the iron, zinc, manganese, copper
and total iron presented the highest concentration. The sample LD-17 has a
highest calorific value (22.2 MJ / kg), being the same sample with the bigger
amount of carbon in (33.4%). On the tatistical analysis were analised 72data,
being 18 plots and 6subplots . The main functional groups detected in the mud,
through FTIR were alcohol, carboxylic acid, amide, amine, phenol, silicate and
hydrocarbons, and cholesterol and esters.
xii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
xiii
Figura 31: Teor de cinzas. ................................................................................... 48
Figura 32: Gráfico dos teores de sólidos voláteis. ............................................... 49
Figura 33: Teor de Carbono Fixo ........................................................................ 51
Figura 34: Determinação de Densidade. ............................................................. 52
Figura 35: Espectro do FT-IR da amostra de lodo LD 17. ................................... 61
Figura 36: Cromatograma de íons totais do extrato apolar da amostra de lodo LD
17. ........................................................................................................................ 62
Figura 37: colestan-3-ol, (3-beta,5-beta), substância identificada no tempo de
retenção 49,784 min. ............................................................................................ 63
Figura 38: Espectro do FT-IR da amostra de lodo LD 24. ................................... 69
Figura 39: Cromatograma de íons totais do extrato apolar da amostra de lodo LD
24. ........................................................................................................................ 70
Figura 40: colestan-3-ol, (3-beta,5-beta), substância identificada no tempo de
retenção 49,698 min............................................................................................. 71
Figura 41: Espectro do FT-IR da amostra de lodo LD 30. ................................... 75
Figura 42: Cromatograma de íons totais do extrato apolar da amostra de lodo LD
30. ........................................................................................................................ 77
Figura 43: colestan-3-ol, (3-beta,5-beta), substância identificada no tempo de
retenção 49,698 min............................................................................................. 77
Figura 44: Estrutura do LD 17 - 50x. ................................................................... 86
Figura 45: Estrutura do LD 17 - 500x. ................................................................. 86
Figura 46: Espectro de MEV do LD 17. ............................................................... 86
Figura 47: Estrutura do LD 24 -50x. ..................................................................... 88
Figura 48: Estrutura do LD 24 - 240x. .................................................................. 88
Figura 49: Espectro de MEV do LD 24. ............................................................... 88
Figura 50: Estrutura do LD 30 - 100x. ................................................................ 89
Figura 51: Estrutura do LD 30 - 240x. ................................................................. 89
Figura 52: Espectro de MEV do LD 30. ............................................................... 90
Figura 53: Diâmetro x Tempo da amostra LD 17. ............................................... 92
Figura 54: Diâmetro do Poro x Tempo da amostra LD 24. .................................. 92
Figura 55: Diâmetro do Poro x Tempo da amostra LD 30. .................................. 93
xiv
LISTA DE TABELAS
xv
LISTA DE QUADROS
xvi
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIAÇÕES
xvii
INTRODUÇÃO
1
águas residuárias como lodo são biomassas e podem ser aplicadas como
matéria prima em processos de aproveitamento (VIEIRA, 2004).
Lodo é o termo utilizado para os sólidos gerados durante o processo de
tratamento de esgotos (MIKI et al., 2002), e seu processamento e disposição
pode ser considerado o problema mais complexo com que a engenharia
sanitária e ambiental se depara, sendo o custo para seu tratamento e disposição
final da ordem de 20 a 40% do custo operacional de uma ETE (TSUTIYA, 2002).
É um subproduto deste processo conhecido por conter inúmeras substâncias
químicas nocivas. Após o tratamento de esgoto o mesmo é destinado
improdutivamente, sendo incinerado ou disposto em aterros sanitários, o que
comprova a inaplicabilidade ambiental e economicamente adequada (JI et al.,
2009).
Estima-se que a produção de lodo no Brasil está entre 150 a 220 mil
toneladas de matéria seca por ano. Considerando que apenas 30% da
população urbana têm seu esgoto devidamente coletado e tratado, é de se
esperar que a geração de lodo superasse 400 mil toneladas de lodo seco por
ano caso os esgotos fossem totalmente tratados no país (SOARES, 2004).
Segundo Andreoli (2002), a ampliação dos serviços de coleta de esgoto tem um
potencial para multiplicar a produção desse resíduo no Brasil em 3 a 4 vezes.
Neste contexto 35,7% dos domicílios do país são atendidos por rede geral
de esgoto (IBGE, 2008). Já o índice de atendimento no sistema público de coleta
de esgotos no município de Palmas – TO somou quase 39% em 2006, sendo
superior ao do Estado, que, no mesmo ano, era de apenas 12,4% da população
urbana. Contudo segundo SANEATINS (2009), 100% do resíduo coletado, é
tratado.
Na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vila União localizada no
município em estudo processa de forma anaeróbia o efluente por meio de reator
UASB. É gerado entre 33,6 a 50 m3 mensal de lodo digerido proveniente de
esgotos domésticos (SANEATINS, 2009).
O lodo de esgoto pode ser considerado como uma fonte de energia
renovável e uma proposta de utilização em processos termoquímicos como a
pirólise (JI et al., 2009). Como matéria-prima, o lodo de esgoto pode ser utilizado
na obtenção de biocombustíveis a partir da aplicação de processo térmico que a
2
e apresenta como uma alternativa de longo prazo, econômica e ambientalmente
viável, com vantagens de prevenir impactos ambientais futuros, advindos da
disposição incorreta do lodo de esgoto no meio ambiente, e por possibilitar a
obtenção de um produto de valor econômico, como o bio-óleo combustível em a
produção e a utilização de energia se torna mais eficientes, mais produtivas e
mais limpas (VIEIRA, et. al., 2000).
Segundo Almeida (2010) a pirólise é uma degradação térmica de um
material sólido que pode ser realizada na ausência completa do agente oxidante
ou em uma quantidade que a gaseificação não ocorra extensivamente, no
processo ocorre formação de resíduo sólido rico em carbono, material inorgânico
inerte, neste caso a fração sólida e as cinzas, e uma fração volátil composta de
gases e vapores orgânicos condensáveis, neste caso o Bioóleo (Galembeck, et
al., 2009).
Segundo Goldemberg & Moreira (2005), a energia é um ingrediente
essencial para o desenvolvimento. Seu consumo per capita pode ser usado
como um indicador da importância dos problemas que afetam os países menos
desenvolvidos, onde se encontram 70% da população mundial.
Do ponto de vista do planejamento do setor energético, o Plano Nacional
de Energia 2030 considera que o aproveitamento dos resíduos sólidos urbanos
(RSU) apresenta incontestáveis vantagens socioambientais e econômicas e, por
isso, há um grande interesse em viabilizar o seu aproveitamento energético. A
produção de energia a partir desses materiais já apresenta alternativas
tecnológicas maduras (PNE 2030, 2010).
Segundo o FBMC – Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (2008), um
dos principais desafios globais nesse e nos próximos séculos é de reduzir as
influências antrópicas na questão das mudanças do clima. Para isto é
necessário mitigar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) acarretados na
atmosfera por diversas atividades.
Uma boa forma de sequestro de carbono nas nações seria o incremento de
biomassas extrativistas e especialmente as residuárias em suas respectivas
matrizes energéticas. Isso aliviaria a pressão sobre o meio ambiente e reduziria
o incremento de emissão de carbono fóssil na atmosfera a fim de aproveitar a
energia potencial desses recursos.
3
A caracterização físico-química e química do lodo de esgoto é de extrema
importância para verificar a variabilidade desta biomassa que está relacionada
com o tipo de tratamento de esgoto, os hábitos do município e com a
sazonalidade. Isto influencia no processo termoquímico em si e nos produtos.
A pirólise, portanto, é uma rota tecnológica promissora para geração de
energia por meio aproveitamento lodo como matéria prima.
4
OBJETIVOS
1. OBJETIVO GERAL
5
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
6
com uma grande extensão de área disponível para a implantação de unidades
de tratamento.
Considerando-se também como fatores favoráveis; às condições
climáticas tropicais, onde principalmente as altas temperaturas favorecem o
metabolismo microbiano, acelerando assim o processo de decomposição da
matéria orgânica; e a tecnologia aplicada para a depuração controlada dos
resíduos coletados, neste contexto, opera quatro sistemas distintos, sendo três
estações compostas por reator UASB, sendo dois dos reatores são seguidos de
filtros anaeróbios e o outro de uma lagoa facultativa, um sistema de três lagoas
de estabilização em série. Pode-se justificar esta ampla aplicação de reatores
anaeróbios e lagoas de estabilização por possuir um custo de implantação e de
operação relativamente baixos e uma alta eficiência nas regiões de clima
tropical.
O tratamento de esgotos utilizando reator UASB constitui um método
eficiente e relativamente de baixo custo para se removerem matéria orgânica e
sólida em suspensão, diminuindo consideravelmente o potencial poluidor dos
esgotos após o tratamento (BEZERRA et al.,1998).
A primeira vista, a grande vantagem de um UASB, relacionando com a
sua eficiência de remoção de DBO e de sólidos, é o seu curto tempo de
detenção hidráulica, em torno de 6 horas para remoção de cerca de 80% da
DBO e 75% dos sólidos em suspensão. Este tipo de reator pode ser usado, por
exemplo, em combinação com lagoas de estabilização, podendo-se obter um
efluente de boa qualidade higiênica em um sistema que ocupa menos que
metade da área necessária para um sistema de lagoas convencionais (DIXO
et.al., 1995).
Nesta estação o tratamento dos esgotos domésticos (ETE Vila União no
município de Palmas - TO) se dá em três etapas: tratamento primário (grade,
caixa de areia e caixa de gordura), tratamento secundário em um reator UASB e
uma lagoa facultativa. Após o tratamento do lodo descartado do reator UASB
segue para o leito de secagem e o efluente tratado é lançado no Córrego Água
Fria. A DQO é uma medida indireta da concentração de matéria orgânica, ou
seja, a quantidade de oxigênio exigida para a oxidação completa da matéria
7
oxidável total presente no efluente, tanto orgânica como inorgânica
(BAUMGARTEN; POZZA, 2001).
O Tratamento Secundário (ou biológico) tem como objetivo a remoção da
matéria orgânica, sendo esta dissolvida (DBO solúvel) ou em suspensão (DBO
suspensa), através de reações bioquímicas, realizadas por microrganismos. Na
ETE Vila União, o tratamento biológico é híbrido, envolvendo dois sistemas de
tratamento, um Reator UASB seguido de Lagoa Facultativa.
O tratamento adequado de esgotos tem como finalidade principal, corrigir
as suas características indesejáveis, possibilitando que o seu uso ou disposição
final possa ocorrer de acordo com as regras e critérios definidos pelas
autoridades legislativas e em função da qualidade mínima exigida do efluente.
O lançamento contínuo sem o devido tratamento dos efluentes gerados
não tratados acarreta na estabilização da matéria orgânica, e com esta criam
condições anaeróbias, eliminando assim a vida de microrganismos, peixes e
vegetais, tornando este corpo receptor inadequado para a maioria das
utilizações, como indica a resolução do CONAMA nº 20 (JACHETTI, 2005).
O sistema para o tratamento do esgoto é escolhido de acordo com suas
características. Os processos mais conhecidos são realizados por tratamento
biológico. Existem alguns sistemas que utilizam meios químicos para a
purificação do efluente (AISSE, 2000).
Atualmente a gestão dos resíduos sólidos provenientes de processos de
tratamento de efluentes industriais e sanitários é uma das questões de maior
relevância na agenda ambiental da maioria dos países (BORGES et. al., 2008).
O município de Palmas é uma das poucas capitais do Brasil que tem o
privilégio de destinar à estação de tratamento de esgoto (ETE) toda água
residuária coletada. Isto se deve ao fato de ser uma cidade nova, planejada e
com uma grande extensão de área disponível para a implantação de unidades
de tratamento (SANEATINS, 2009).
Conforme VON SPERLING (2003), as estações de tratamento biológico de
esgotos reproduzir o fenômeno da autodepuração por meio da introdução de
técnicas apropriadas que estabeleça a matéria orgânica presente nos esgotos.
As tecnologias mais utilizadas para o tratamento de águas residuárias
domésticas, para regiões de clima tropical é composta por reatores anaeróbios e
8
lagoas de estabilização, por possuir um custo de implantação e de operação
relativamente baixos e uma alta eficiência nas regiões tropicais, pois favorece o
metabolismo microbiano e decomposição de matéria orgânica. Verifica-se
também uma grande variedade de alternativas para pós-tratamentos e até
mesmo a combinação dos mesmos.
Essa estação tem a capacidade de tratar 110,0 l/s, mas atualmente trata
uma vazão média de 30 l/s de esgotos. A alimentação do sistema é feita através
de esgotos tipicamente domésticos. A seguir segue o esquema do
funcionamento do local de coleta das amostras da biomassa em estudo ( Figura
1).
1.1 GRADEAMENTO
9
fundo do tanque, enquanto a matéria orgânica presente no esgoto, sendo de
sedimentação mais lenta, permanece em suspensão, seguindo para o
tratamento biológico da ETE. Nesse processo a seguir, a gordura por apresentar
menor densidade que o esgoto, fica retida na parte superior da caixa (caixa de
gordura), e, é então recolhida manualmente para seu tratamento e disposição
final.
Após tratamento preliminar, o esgoto é conduzido a uma estação
elevatória, que tem como finalidade, bombear esgoto bruto, através do conjunto
motor-bomba, até o reator UASB.
10
local. Os custos de construção e de operação tendem a ser bem menores que
os de outros sistemas de tratamento de esgoto (PEDROZA et. al., 2010).
Entretanto o reator anaeróbio de fluxo ascendente possui significativa
desvantagem pela sua baixa eficiência quanto à remoção de patógenos e
nutrientes, sendo isto bastante compreensível, considerando-se o baixo tempo
de detenção hidráulica deste tipo de reator. Sendo assim, pode ser usado, por
exemplo, em combinação com lagoas de estabilização, podendo-se obter um
efluente de boa qualidade higiênica em um sistema que ocupa menos que
metade da área necessária para um sistema de lagoas convencionais (DIXO et
al., 1995).
11
1.3 LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO FACULTATIVA
2. LODO DE ESGOTO
12
100 toneladas de lodo seco por dia (OLIVEIRA, 2002). Na região metropolitana
de São Paulo, de acordo com a SABESP (2001), a produção diária das cinco
maiores ETEs está estimada em 540 toneladas/dia de lodo (base seca) para
2005. Conforme previsão de Tsutya (2000), a produção de lodo de esgoto em
base seca na região metropolitana de São Paulo será de 785 toneladas diárias
em 2015.
No estado do Paraná a produção de lodo saltou de 2000 m³/mês em 1999
para aproximadamente 4000 m³/mês em 2003. A produção de esgoto doméstico
no Brasil situa-se entre 80 a 200 litros/hab.dia sendo que, cada habitante produz
cerca de 150 g/dia de lodo centrifugado (SOBRINHO, 2001).
Em Curitiba, o esgoto sanitário é tratado principalmente na Estação de
Tratamento Belém (ETE-Belém), que gera 80 toneladas por dia de lodo, cerca
de 45g de lodo por habitante /dia (PEGORINI et al, 2003). O sistema carrousel
utilizado na ETE-Belém é predominantemente aeróbio, onde a quantidade de
lodo produzido é muito maior do que o tratado em reatores anaeróbios, que é de
aproximadamente 15g de lodo por habitante /dia (PEGORINI et al, 2003). O lodo
produzido neste sistema aeróbio apresenta uma composição media de matéria
orgânica e inorgânica de 60 e 40% respectivamente (ANDREOLI et al, 2001).
Enquanto o lodo produzido em um sistema anaeróbico tais porcentuais são de
aproximadamente 40 % de matéria orgânica e 60 % de inorgânica (MOCELIN,
2002).
Hossain, Strezov e Nelson (2009) citam que a produção de lodo de esgoto
no Reino Unido chegou a quase 1 milhão de m 3/ano, 50 milhões de m3/ano na
Alemanha, 4,2 milhões de m3/ano na Suíça e 170 mil m3/ano em Singapura.
Em Sydney a produção do biossólido atinge 190 mil toneladas/ano, atualmente.
Segundo Barneto et al., (2009), em 2005, a produção espanhola de lodo de
esgoto foi de 1.120.000 toneladas de matéria seca. Seu uso principal foi a
disposição no solo (725.000 toneladas). De acordo com Khai (2007), metade do
lodo de esgoto produzido nos Estados Unidos é aplicado ao solo. Na
comunidade europeia, mais de 30% do lodo de esgoto produzido é utilizado
como fertilizante na agricultura. Atualmente, cerca de 0,25 milhões de toneladas
(peso seco) de lodo de esgoto são produzidos anualmente na Austrália, sendo
que um terço do biossólido é aplicado na agricultura (MOLLOY et al., 2005).
13
O tratamento dos lodos de estações de tratamento vem ganhando cada
vez mais expressão no Brasil, em razão do aumento do número de ETEs
instaladas e da necessidade de se atender às exigências ambientais. Nesse
sentido, o desenvolvimento de novas tecnologias é o resultado dessa crescente
demanda pela disposição segura e com pequeno impacto ambiental desse lodo
gerado, garantindo maior segurança e bem-estar para as populações envolvidas
(Van HAANDEL, 2006).
A necessária e premente ampliação da quantidade de esgotos tratados
gerará um grande e inevitável crescimento da produção de lodo no Brasil.
Embora a tendência seja a aplicação de tecnologias que se reflitam em menor
produção de lodo, não se pode descartar o emprego dos sistemas
convencionais, que sabidamente geram quantidades apreciáveis de lodos. A
geração de grandes volumes de lodo e seu processamento e disposição final
talvez sejam o problema mais complexo com que a engenharia sanitária se
depara. No Brasil desde 2000 os sistemas aeróbios e sistemas anaeróbios
possuem finalidade de produzir maior volume de lodo e utilizá-lo diretamente
com combustível sólido em forno como a empresa Petroflex no Rio de Janeiro,
por isso visam a destinação final.
Várias tecnologias estão sendo desenvolvidas e representam alternativas
viáveis para o aproveitamento do biossólido. Dentre essas alternativas, citam-se:
a pirólise, a oxidação úmida e o processo de gaseificação. A pirólise apresenta
muitas vantagens, pois no processo pirolítico são gerados produtos que podem
ser usados, tais como óleo, gases e carvão, como fonte de combustíveis ou em
outros usos relacionados à indústria petroquímica (VIEIRA 2004;
KARAYILDIRIM et al., 2006).
Este resíduo pode ser transformado em combustível como uma fonte de
energia alternativa. Ainda, as cinzas resultantes da queima podem ser utilizadas
como fonte de material cerâmico devido à similaridade dos mesmos (STASTA et
al., 2006).
Estudos recentes reportam a fabricação de telhas, tijolos e cimentos com
as cinzas de lodo de esgoto (CUSIDÓ et al. 2003) e (MORAIS et al., 2006).
Os problemas relacionados às disposições em aterros estão relacionados
ao grande volume de lodo produzido e a disponibilidade de áreas, devido a
14
processos de lixiviação e produção de gases, principalmente do metano, que é
um dos mais significantes colaboradores das mudanças climáticas (PUCHONG
et al., 2005 e JINDAROM et al., 2007).
A incineração é outro processo extensamente utilizado para a destinação
de resíduos sólidos urbanos em alguns países da Europa e principalmente no
Japão, onde é um alvo de controvérsias em relação aos impactos ambientais e
efeitos na saúde humana, devido às emissões gasosas contendo furanos e
dioxinas e de suas cinzas (JINDAROM et al., 2007). O investimento em
equipamentos de controle para a purificação do ar torna este tratamento muito
caro, além disso, a remoção de poluentes não é muito eficaz (JINDAROM et al.,
2007).
A eliminação do lodo no oceano foi muito utilizada em cidade litorânea,
mas recentemente, esta prática tem sido proibida, devido aos danos ambientais
ocasionados (SHEN et al., 2003).
De acordo com Von Sperling (1996), os sólidos presentes em uma água
residuária podem ser classificados, de acordo com o seu tamanho e estado, em
sólidos dissolvidos (fração de sólidos orgânicos e inorgânicos que não são
filtráveis, menores que 0,45 μm) e em sólidos em suspensão (fração de sólidos
orgânicos e inorgânicos filtráveis.
A resolução número 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA, 2005), no seu capítulo IV, Artigos 24 e 30, proíbe o lançamento de
efluentes, direto ou indireto nos corpos de água, sem o devido tratamento e sua
diluição com águas de melhor qualidade. Desta forma, fazem-se necessários
estudos e avaliação de projetos que venham contribuir para uma alternativa de
tratamento adequada para líquidos tóxicos, de modo a atender a legislação.
15
A natureza do lodo depende do processo empregado no tratamento do
esgoto e da fonte geradora. É geralmente formado por uma mistura complexa de
sólidos de origem mineral e orgânica, que foram alterados por processos
químicos, físicos ou biológicos. Sua qualidade é muito variável, pois o uso
indiscriminado de diversos produtos químicos, incluindo-se aqueles empregados
na higiene humana, modifica as características do lodo. Então, o lodo pode
conter significativas quantidades de substâncias tóxicas tais como metais
pesados, substâncias orgânicas e microorganismos patogênicos (JINDAROM et
al., 2007). Sendo que cada componente do lodo tem seu próprio impacto
ambiental.
O lodo de esgoto doméstico geralmente possui 18% de lipídios, destes, 7%
são triglicerídeos também constituídos por ácidos carboxílicos de cadeia longa e
hidrocarbonetos. As gorduras e óleos podem ser pirolisados para a produção de
combustíveis líquidos ricos em hidrocarbonetos e com potencial para substituir
os derivados de petróleo (MOCELIN, 2007).
A concentração e a composição dos esgotos sanitários dependem das
características sociais e econômicas da população, bem como do nível de
industrialização da região, pois no Brasil é comum o lançamento ilegal d
efluentes industriais na rede coletora, sem qualquer tratamento ou com apenas
um simples pré-tratamento.
Os esgotos sanitários (domésticos) são constituídos essencialmente de
despejos domésticos, uma parcela de águas pluviais, água de infiltração,
eventualmente uma parcela não significativa de despejos industriais. Compõem-
se essencialmente da água de banho, urina, fezes, papel, restos de comida,
sabão, detergentes, águas de lavagem em geral.
As características físicas do esgoto podem ser interpretadas pela
obtenção das grandezas correspondentes às determinações tais como a de
matérias sólidas, de temperatura, do odor, da cor e da turbidez.
Considerando as características físicas, o teor de matéria sólida é o de
maior importância, em termos de dimensionamento e controle de operações das
unidades de tratamento. A remoção da matéria sólida é fonte de uma série de
operações unitárias de tratamento, ainda que represente apenas cerca de 0,08%
dos esgotos (água compõe os restantes 99,92%) (JORDÃO, 1995).
16
A composição química das diversas substâncias presentes nos esgotos
domésticos é extremamente variável, dependendo dos hábitos da população e
de diversos outros fatores.
As características químicas podem ser classificadas em dois grandes
grupos; as matérias orgânicas e as inorgânicas.
Os grupos de substâncias orgânicas nos esgotos são constituídos
principalmente por proteínas (40 a 60%), carboidratos (25 a 50%), gorduras e
óleos (10%) e uréia, surfactantes, fenóis, pesticidas, dentre outros (JORDÃO,
1995). As proteínas são produtoras de nitrogênio e contém carbono, hidrogênio,
oxigênio, enxofre, nitrogênio, ferro e algumas vezes fósforo. É o principal
constituinte de organismo animal, mas ocorrem também em plantas. O gás
sulfídrico presente nos esgotos é proveniente do enxofre fornecido pelas
proteínas (JORDÃO, 1995). Os carboidratos contêm carbono, hidrogênio e
oxigênio. São as primeiras substâncias a serem destruídas pelas bactérias, com
produção de ácidos orgânicos.
Dentre os principais exemplos de carboidratos citam-se o amido, a
celulose. A gordura é um termo que normalmente é usado para se referir ao
material graxo, aos óleos e às substâncias semelhantes encontradas no esgoto,
provenientes do consumo de manteiga, óleos vegetais, em cozinhas. Os óleos
derivados do petróleo em geral, são contribuições não permitidas que chegam
às tubulações em grande volume provocando entupimento e odores
desagradáveis, além de diminuírem as seções úteis; forma-se "escuma", uma
camada de material flutuante, nos decantadores, que poderá vir a entupir os
filtros; interferem e inibem a vida biológica; trazem problemas de manutenção
(JORDÃO, 1995).
Os surfactantes (detergentes) são constituídos por moléculas orgânicas
com a propriedade de formar espuma no corpo receptor ou na estação de
tratamento em que o esgoto é lançado. Tendem a se agregar à interface ar-
água, e nas unidades de aeração aderem à superfície das bolhas de ar,
formando uma espuma muito estável e difícil de ser quebrada. O tipo mais
comum é o chamado ABS (Alquil – Benzeno – Sulfonado), típico dos
detergentes sintéticos e que apresenta resistência à ação biológica (JORDÃO,
1995).
17
A matéria inorgânica contida nos esgotos é formada principalmente pela
presença de areia e de substâncias minerais dissolvidas. A areia é proveniente
de águas de lavagem das ruas e de águas de subsolo, que chegam às galerias
de modo indevido ou que se infiltram através das juntas das tubulações.
Raramente os esgotos são tratados para remoção de constituintes inorgânicos,
salvo a exceção de alguns despejos industriais (JORDÃO, 1995).
A base do tratamento do esgoto doméstico é a estabilização biológica que
envolve a transformação parcial da matéria orgânica em um gás e na produção
de um resíduo estabilizado com a ajuda das bactérias na ausência ou presença
do oxigênio que conduz a estabilização anaeróbia ou aeróbia do lodo (MÉNDEZ
et al., 2005).
As características do lodo dependem do sistema de tratamento, que podem
ser tanto anaeróbio como aeróbio e a sua composição tem relação com a fonte
geradora do esgoto que pode ser as mais variadas (MELO, 2000).
O lodo de esgoto sanitário em sua composição apresenta lipídios,
proteínas, e carboidratos e sua quantidade varia muito do tipo de alimentação de
cada região. O nitrogênio e enxofre são provenientes das proteínas (BOOCOOK
et al., 1992). São geralmente classificados de acordo com os estágios do
tratamento em que foram originados, e desta forma Os lodos primários podem
ainda ser designados como não digeridos (bruto).
Segundo Melo & Marques (2000), o lodo de esgoto digerido doméstico
apresenta composição em torno de 40% de matéria orgânica, 4% de nitrogênio,
2% de fósforo além dos macro e micronutrientes e de elementos potencialmente
tóxicos.
O Nitrogênio (N) é o elemento de maior valor econômico no lodo, sendo
também o elemento que as culturas necessitam para o seu desenvolvimento.
Sua origem provém dos dejetos presentes no esgoto e da biomassa microbiana
e encontra-se no lodo nas formas inorgânicas, como nitratos e amônio, e
orgânica, constituindo moléculas de proteínas, aminoácidos, aminoaçúcares,
amidos, associados a polímeros (ANDREOLI, 2001).
A fração orgânica constitui a maior porção do N do lodo, variando de 70 a
90 %, dependendo do tipo de lodo e da sua idade. As formas minerais (nítrica e
amoniacal), embora representem pequena fração do N total, apresentam-se
18
prontamente disponíveis para as plantas, enquanto o N orgânico deverá sofrer o
processo de mineralização, transformando-se lentamente em formas minerais,
para só então ser absorvido pelas plantas. A velocidade de mineralização do N
orgânico é muito variável em função da temperatura, umidade e atividade
microbiana no solo, entre outros fatores, com isso não se pode definir um valor
fixo para esta fração do lodo, podendo ocorrer variações amplamente de local
para local e de ano para ano; sabe-se, no entanto, que varia entre 20 e 70 % do
N orgânico aplicado (ANDREOLI, 2001).
O carbono (C) garante a ciclagem dos componentes físicos, químicos e
biológicos na biota terrestre. A conservação deste elemento. O carbono funciona
como uma esponja que minimiza os impactos na compactação de solo.
(AGÊNCIA BRASIL, 2004). O lodo também é rico em carbono.
O fósforo (P) do lodo provém dos dejetos, células de microrganismos que
atuam no tratamento do esgoto e detergentes e sabões que utilizam fosfatos
como aditivos. O lodo também é rico em fósforo, com uma biodisponibilidade de
40 a 80 % do total contido no material (ANDREOLI, 1998).
As plantas necessitam de quantidades pequenas de P para seu
desenvolvimento, no entanto, o P é o elemento mineral mais aplicado na
agricultura brasileira. Isso se deve pelo fato da baixa eficiência das adubações
químicas do solo, apenas 5 a 30 % do total de P aplicado são aproveitados
pelas plantas, fenômeno ocasionado pela alta capacidade de fixação de P dos
solos brasileiros (ANDREOLI, 1998).
Os teores de K no lodo sejam considerados muito baixos, não sendo
considerada fonte de K para os solos. Alguns autores relatam aumento nos
níveis do elemento em solos adubados com lodo, provavelmente associado à
redução das perdas em função do aumento da capacidade troca de cátion
(CTC). Estes aumentos, no entanto, são pouco expressivos e geralmente não
chegam a alterar a classe de disponibilidade do elemento no solo (ANDREOLI,
1998).
Os metais pesados são metais quimicamente altamente reativos e bio-
acumulativos, ou seja, o organismo não é capaz de eliminá-los. Os metais são
definidos como um grupo de elementos situados entre o cobre e o chumbo com
pesos atômicos ente 63,546 e 200,590 e gravidade específica superior a 4,0.
19
Considerando a presença de nutrientes e metais pesados na composição
do lodo de esgoto, ao mesmo tempo em que o seu emprego como fertilizante
e/ou condicionador de solo pode trazer vantagens por promover a reciclagem de
nutrientes e melhoria da fertilidade do solo, pode também trazer prejuízos se, por
ventura, viabilizar aumento na absorção e acúmulo de metais pesados em
plantas (SILVA et al., 1998).
A origem da contaminação microbiológica do lodo é principalmente em
razão do material fecal contido no esgoto, portanto, dependente das
características epidemiológicas da população local e dos efluentes lançados na
rede coletora. No esgoto são encontrados vírus, fungos, bactérias e parasitas
(protozoários e helmintos), e, embora a grande maioria desses organismos seja
inofensiva, alguns grupos de patógenos são considerados perigosos pelo risco
que representam para a saúde humana e animal, de acordo com a tabela a
seguir (ANDREOLI, 2001).
20
É uma importante fonte de energia para muitos países, mas suas formas
tradicionais de uso, que envolvem o consumo não-sustentável e de baixa
eficiência de conversão, não se manterão por muito tempo. Nesse sentido, as
perspectivas futuras para a biomassa estão voltadas para os vetores energéticos
modernos: a eletricidade e os combustíveis líquidos e gasosos em substituição
ao uso direto de combustíveis sólidos (FAAIJ et al, 2005). Contudo é
considerada como a maior fonte renovável de energia (ÖZÇIMEN e
KARAOSMANOGLU, 2004; SONG et al., 2004; PÜTÜN et al., 2004) e pode ser
usada de forma ambientalmente sustentável (FAAIJ et al., 2005). Além disso, o
incremento da biomassa vegetal (plantio de árvores - reflorestamento)
‘sequestra’ o dióxido de carbono da atmosfera e colabora para amenizar o
aquecimento do planeta.
Estima-se que 40% da energia utilizada no setor agropecuário brasileiro
seja produto da queima de combustíveis fósseis e 20% seja derivada da queima
de lenha (biomassa) (ZHENG, 2007). Em determinadas regiões, vem se
agravando em consequência do acelerado processo de industrialização, em
função da diversificação do parque industrial e da geração de ampla gama de
tipos de resíduos, aliados à elevação do crescimento demográfico (DE SENA,
2005).
O mesmo não se pode dizer quando combustíveis fósseis são utilizados,
porque sua queima emite dióxido de carbono que leva milhões de anos para
transformar a biomassa em material fóssil novamente, o que contribui para o
aumento do efeito estufa (MCKENDRY, 2002a). Com relação aos demais
poluentes, a biomassa apresenta um teor desprezível de enxofre e nitrogênio,
que gera emissões de SO2 e NOx muito baixas quando comparadas a qualquer
outro combustível fóssil convencional (QI et al., 2007).
O biocombustível gera significativamente menos emissão de gases de
efeito estufa do que os combustíveis de origem fóssil (HUBER et al., 2006),
sendo assim, o uso de biomassa como fonte alternativa poderia então trazer
benefícios ao ambiente (GOODRUM et al., 2003).
A produção de energia elétrica e térmica, a partir de biomassas,
atualmente é muito defendida como uma alternativa importante para países em
desenvolvimento (ANEEL, 2006). Sistemas de co-geração, que permitem
21
produzir, simultaneamente, energia elétrica e calor útil, configuram uma das
tecnologias mais racionais para a utilização de combustíveis.
Em condições favoráveis, a biomassa pode contribuir de maneira
significativa na produção de energia elétrica e térmica. A aplicação de resíduos
sólidos como biomassa e alternativa como combustível está intimamente ligada
às suas características físicas e químicas e ao seu comportamento frente a
condições de combustão e pirólise (ZHENG, 2000).
A exploração da biomassa permite a possibilidade de gerar produtos de
maior valor agregado, tais como produtos químicos e carvões ativados que
significam uma solução atrativa, econômica e tecnológica (GONZÁLEZ , 2009).
4. CONVERSÃO ENERGÉTICA
22
ou gordura com o metanol. Também pode ser realizada empregando enzimas
como catalisadores na reação.
Um dos métodos mais eficientes para conversão de biomassa em
combustível é a pirólise (OASMAA e CZERNIK, 1999; PÜTÜN et al., 2004). A
disposição adequada de biomassa é uma etapa problemática no processo
operacional de uma estação de tratamento, pois seu planejamento tem sido
negligenciado e apresenta um custo operacional que pode alcançar até 50% do
custo operacional de um sistema de tratamento. Essa grande massa de
produção de lodo vem incentivando nos últimos anos, a aplicação de tecnologias
que visem o reaproveitamento do lodo residual gerado (FONTS et. al., 2009;
DINIZ, 2005; CORTEZ et. al., 2008; VIEIRA, 2004).
Vieira (2004) apresenta uma solução a longo prazo para o lodo residual
produzido nos tratamentos de esgotos, a pirólise. Em seu estudo anterior
(VIEIRA, 2000) concluiu que a analise química e físico-química previa do
resíduo, nesse caso o lodo, auxilia na identificação dos principais componentes
orgânicos e inorgânicos, que influenciam diretamente nos compostos que serão
encontrados nas frações de rendimento em pirólise.
Nessa projeção propôs em seu trabalho uma metodologia a fim de
associar as características físico-químicas das biomassas e/ou resíduos sólidos
empregados em processo de pirólise, com as variáveis envolvidas no processo
de conversão térmica e a composição química dos biocombustíveis obtidos.
Denominou essa metodologia de Caminho de Conversão Térmica (CCT),
descrita no fluxograma abaixo (Figura 4).
23
Caracterização
do Resíduo
Conversão Térmica
M odo Batelada e Contínuo
Cinzas, U midade,
Poder calorífico
Análise
físico-químicas Destilação da FLO Classificação
FLO em óleo
Análise da combustível
ponto de fulgor, fração > 210°C e/ou em
fluidez, óleo parafínico,
teor de enxofre, Resultante: Saturados, naftênico,
teor de água, aromáticos,
aromático
viscosidade cinética, resinas e asfaltenos
poder calorífico
24
(BOTÃO e LACAVA, 2004). O uso de lodos de estações de tratamento de
efluentes como combustível alternativo na co-geração de energia vem sendo
estudado por diversos autores, porém seu emprego ainda não é bem difundido
(DE SENA et al., 2007; SANGER et al., 2001).
A pirólise é uma técnica de destilação destrutiva de materiais orgânicos,
os compostos mais leves são convertidos em frações líquidas que
consequentemente sofrem um processo de condensação em fase gasosa
favorecendo a formação de novas substâncias. Os processos de pirólise podem
ser divididos em: pirólise convencional ou lenta e pirólise rápida, dependendo
das condições operacionais usadas (VIEIRA, 2000, 2004, 2009a).
A composição química das frações obtidas no processo de pirólise é
função da matéria-prima de origem e da taxa de aquecimento, podendo
apresentar variações nos compostos formados, obtendo-se frações líquidas
orgânicas, compostas por ácidos graxos, fenóis, hidrocarbonetos alifáticos
saturados, insaturados de cadeia longa e aromáticos (VIEIRA, 2004).
A fração líquida (aquosa) e gasosa obtida durante o processo apresentam
elevados poderes caloríficos que podem ser reaproveitados no próprio processo
pirolítico. O resíduo sólido gerado durante o processo também pode ser
reaproveitado na construção civil (VIEIRA, 2004).
Os processos de pirólise quando aplicados têm como objetivo a obtenção
de produtos com melhores propriedades e densidade energética elevada. Na
pirólise do lodo de esgoto sanitário os gases, os líquidos e os sólidos são
gerados em diferentes proporções, dependendo dos parâmetros de operação,
que podem ser otimizados para a maximização de um produto, por exemplo, a
produção de gases (que é maior em temperaturas elevadas) (INGUANZO et al.,
2002) (DOMINGUÉZ et al. 2004).
O calor fornecido à biomassa provoca ruptura e recombinações de
ligações químicas e de interações físicas, fracionando assim a estrutura
molecular da biomassa, liberando compostos de carbono na forma líquida, sólida
e gasosas, que poderão ser utilizados como combustíveis ou insumos químicos
(DINIZ, 2005).
Vieira et. al., (2000), em estudos realizados com lodo residual de indústria
de bebida, no sistema de batelada de um reator pirolítico LTC - Low
25
Temperature Conversion, regulado a 380 ºC, em atmosfera contínua de
nitrogênio, obtive um rendimento de óleo na faixa de 6 – 7%, de carvão na faixa
de 40 - 50 %, gás entre 10 – 30% e água entre 20 – 35%. No entanto os mesmo
autores, utilizando lodo proveniente de um sistema de lodos ativados de uma
indústria de borracha, obteve rendimento de 35 – 40% de óleo, de carvão entre
43-55%, da fração gasosa entre 3 - 12% e de água na faixa de 7 – 9%, usando
reator pirotílico LTC em batelada na temperatura de 380 ºC.
Estudos mostram que a faixa de temperatura de operação do processo de
pirólise de lodo doméstico, por exemplo, influência no rendimento e na
composição elementar das frações líquidas e sólidas obtidas (INGUANZO et al.,
2002).
26
característica a baixa estabilidade, causada pela reatividade dos compostos
presentes no óleo. É um líquido de característica polar e odor característico
(DIEBOLD, 2000) sendo constituído por uma mistura complexa de moléculas de
diferentes tamanhos derivadas da despolimerização e fragmentação da celulose,
hemicelulose e lignina. Consequentemente, a composição elementar do bioóleo
é semelhante à biomassa.
O bioóleo tem sua composição relacionada com a composição química e
físico-química da biomassa. O bioóleo proveniente da umidade original da
biomassa e do produto de desidratação dos constituintes do bio-óleo durante a
reação de pirólise e estocagem (QI et al., 2007). O teor de oxigênio no bio-óleo
varia de 35 a 40 % em massa, distribuídos em mais que 300 compostos
identificados no óleo (CZERNIK e BRIDGWATER, 2004). Há uma quantia
significativa de ácidos carboxílicos, como ácido acético e fórmico, que resultam
em valores de pH entre 2 e 3 (QI et al., 2007).
A presença de oxigênio em muitos dos componentes do óleo é a primeira
razão para as diferenças entre as propriedades e o comportamento observado
entre hidrocarbonetos combustíveis e óleos resultantes da pirólise de biomassa.
Estas e outras propriedades do bio-óleo podem variar em função do processo de
obtenção e da biomassa utilizada.
O bio-óleo lignocelulósico também apresenta como característica a baixa
estabilidade térmica que é causada pela reatividade de muitos dos compostos
presentes no óleo (GARCIA-PÈREZ et al., 2006) e, que durante a estocagem
podem reagir entre si formando moléculas maiores e, consequentemente causar
mudanças nas propriedades físico-químicas do óleo, como o aumento da
viscosidade. Como esses processos podem ocorrer em função do tempo de
estocagem, o conjunto dos mesmos é dito envelhecimento (DIEBOLD e
CZERNIK, 1997).
Diebold (2000) descreve algumas dessas reações que podem ocorrer
durante a estocagem do bioóleo: desidratação; esterificação de ácidos
orgânicos; reações entre aldeídos, cetonas, e água para formar hidratos;
formação de acetal a partir de álcoois e aldeídos; formação de resinas a partir de
aldeídos e fenóis; dimerização de compostos orgânicos nitrogenados; e
oxidação de alcoóis e aldeídos formando outros ácidos carboxílicos.
27
No entanto, o bio-óleo deve ser aperfeiçoado ou misturado para ser usado
diretamente em máquina á diesel (HUBER et al., 2006). O desenvolvimento e
uso de emulsões bio-óleo/diesel representam um modo de explorar em curto
prazo os recursos da biomassa potencialmente disponíveis através do processo
de pirólise (CHIARAMONTI et al., 2003).
Os fenolatos extraídos apresentam características semelhantes aos
surfatantes, após serem misturados com compostos orgânicos de cadeia curta,
como álcoois, acetato e regulador de pH (HERNÁNDEZ e MORLÁ, 2003).
Mohan e colaboradores (2006) discutem vários procedimentos de fracionamento
do bio-óleo que vem sendo estudado por diferentes pesquisadores, no entanto,
todos baseados no princípio de solubilidade e acidez.
No Canadá, o bio-oleo está sendo comercializado no valor de $
50,6/barril. Esse valor representa 70% do valor do óleo bruto convencional
comercializado naquele país (Kim & Parker, 2008). Atribuem um valor de
densidade de 0,9 kg/L para o bio-óleo obtido através de pirólise de lodo, assim
sendo, para efeito de balanço energético será adotado nesse trabalho um valor
de 32¢/kg bio-óleo, o mesmo valor empregado por Kim & Parker (2008).
Apresenta as propriedades do pirolítico de (BAHADUR et al., 1995).
As reações que ocorrem no processo de pirólise são muito complexas e a
composição química do produto e os rendimentos do processo não são de todo
conhecidos (FAAIJ et al, 2005).
28
MATERIAIS E MÉTODOS
Lagoa de
ETE Vila estabilizaçã
União o
Palmas-
TO
Reato
r
UAS
Gradeament B
o
29
As coletas foram realizadas aproximadamente às 9 horas da manhã, de
acordo com a norma técnica NBR 10.007. Para a abertura da válvula de saída
de lodo do reator UASB é utilizada uma chave de ferro de aproximadamente 2
metros de comprimento. Após aberta a válvula, o lodo escoa (sai) por uma vala e
o lodo é transferido para o recipiente com uma pá.
Foram coletados 10 kg da biomassa aproximadamente na boca reator
UASB, livre de cálcio (Figura 7), e após serem capturadas num recipiente de
plástico foi levada á secagem para o forno solar (Figura 8) no LEDBIO
(Laboratório de Ensaio e Desenvolvimento de Biomassa e Biocombustíveis) da
UFT (Universidade Federal do Tocantins).
Como pode ser observado, o lodo possui uma textura pastosa com cor
bem escura (preto), devido ao fato da amostra ser formada por uma mistura de
lodo doméstico digerido proveniente de reator UASB.
Segue a Tabela 1 que mostra a realização e organização das coletas com
os códigos de cada amostra de lodo que se iniciou com o LD 13, ou seja, LODO
13, pois já existem outras amostras no LEDBIO já analisadas em outras épocas
para outros trabalhos. As amostras foram até o LD 36.
30
Coletas de lodo na ETE
Mês 2010/2011 Identificação das amostras
Maio LD13 LD14 LD15 LD16
Junho LD17 LD18 LD19 LD20
Julho LD21 LD22 LD23 LD24
Agosto LD25 LD26 LD27 LD28
Setembro LD29 LD 30 LD 31 LD 32
Outubro LD 33 LD 34 LD 35 LD 36
Pela NBR 10.004 este lodo é classificado como “resíduo sólido”, portanto
deve ser tratado e disposto conforme exigência dos órgãos reguladores. O lodo
de esgoto é o resíduo obtido após o tratamento das águas servidas (esgotos).
Nas estações de tratamento de esgotos domésticos, são gerados lodos ricos em
matéria orgânica e nutrientes. Podem ser classificados de classe II A (não
perigosos e não-inertes).
Quanto à amostragem do resíduo, foram feitas coletas no esgoto digerido
de acordo com o determinado pela NBR 10.007, em que se verifica a
quantidade, tipo de amostras, local de amostragem, frascos e conservação e
segurança da amostra, além da secagem.
31
de 2009 a outubro de 2011) a biomassa foi exposta ao sol em forno solar,
aproveitando o recurso natural abundante no estado do Tocantins, não utilizando
energia convencional.
A secagem do lodo provoca enorme impacto nos custos de disposição.
Quando o lodo é desidratado seu volume é reduzido em 90% (CASSINI, 2003).
Pesagem do lodo
Secagem em forno
55 Cº a 65 ºC em 30 dias
solar
Estocagem
32
do Ledbio. esgoto.
33
identificadas com código e data (Figura 14 e Figura 15), conforme a norma NBR
10007.
34
O teor de umidade foi determinado de acordo com o método ASTM D
3173-85, uma amostra de 1g do lodo em triplicata num cadinho de porcelana
com peso constante já pré-determinado. Em seguida a amostra aquecida em
estufa à de 110°C durante 1 hora. Estes foram colocados em um dessecador por
30 minutos para o resfriamento e em seguida forma pesados. Esta operação é
repetida até peso constante do cadinho já com amostra par determinar a perda
de água. O teor de umidade é determinado de acordo com a Equação 1.
35
onde este é armazenado em cadinhos de porcelana com o peso constante. Em
seguida foi realizado o aquecimento da amostra numa mufla à 900°C durante 1
hora, e por fim, o resfriamento num dessecador onde os cadinhos
permaneceram em repouso durante 30 minutos. Esta operação foi repetida até
peso constante do cadinho já com amostra.
O teor de cinzas é o resíduo que resulta quando a parcela da matéria
orgânica é carbonizada, calculado segundo a Equação 3:
% Cinzas = (P1-Po)/C x100 (Eq. 3)
36
colocada em um balão volumétrico com o auxilio de um funil (em triplicata). Em
seguida foram acrescentados 50 ml de álcool 70% em uma bureta de 50 ml, o
álcool é adicionado aos poucos e agitado até que a amostra esteja
completamente coberta, após este processo a amostra é fica em repouso por 15
minutos, que ao término do tempo é completada até os 50 ml do balão
completado.
A densidade do lodo de esgoto pode ser obtida a partir dos cálculos abaixo:
Dr = m/(Vb-Va) (Eq. 5)
Onde:
Dr = Densidade real (g/mL)
m = massa da amostra (g)
Vb = volume do balão volumétrico (mL)
Va = volume de álcool gasto para completar o balão volumétrico (mL).
37
3.2 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA
Figura 20: Esfriamento dos cadinhos Figura 21: Amostras preparadas para
em dessecador. análises de poder calorífico.
38
3.1.3 PREPARO DA AMOSTRA PARA ANÁLISE NO GCMS
Para a realização das análises foi utilizado hélio como gás de arraste, com
fluxo na coluna de 1 mL min-1; temperatura do injetor: 250°C, split 1:100;
colunacapilar (30 m x 0,25 mm) com fase estacionária VF-5ms (5% fenil, 95%
dimetil polisiloxano 0,25 μm). A seguinte programação de temperatura do forno
foi utilizada nas análises: isoterma a 60°C por 1 min, de 60 a 210ºC (taxa de
aquecimento de 15 ºC min-1, isoterma por 4 min), de 210 a 260 ºC (taxa de
aquecimento de 15˚C min-1) e de 260 a 300°C (taxa de aquecimento de 5˚C
min-1, isoterma final por 2,67 min).
No espectrômetro de massas as temperaturas do mainfold, íon trap e da
linha de 39 transferências foram de 60, 190 e 200 ºC, respectivamente. Para a
injeção da amostras foi utilizado injetor automático CP – 8400.
39
Figura 22: Início da extração das Figura 23: Extrator de soxhlet.
amostras.
3.1.5 FT-IR
40
3.1.6 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA – MEV
41
3.1.7 POROSÍMERO DE MERCÚRIO
42
4. PROGRAMAÇÃO COMPUTACIONAL
43
4.2.1 PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS
44
RESULTADOS E DISCUSSÃO
45
Em condições favoráveis, a biomassa pode contribuir de maneira
significativa na produção de energia elétrica e térmica. A aplicação de resíduos
sólidos como biomassa e alternativa como combustível está intimamente ligada
às suas características físicas e químicas e ao seu comportamento frente a
condições de combustão e pirólise (ZHENG, 2000).
Os resultados das amostras dos lodos (LD 13 ao LD 36) serão demonstrados
a seguir a fim de revelar os seus valores nas análises imediatas em gráfico e de
logo após a análise estatística.
1. CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA
46
Os resultados do teor de umidade das amostras de lodo encontram-se
entre 5,0740% a 11,2988% (Figura 30) confirmam a necessidade do
procedimento de secagem em forno solar para que a quantidade de água seja
diminuída ao mínimo possível até peso constante, visto que a água interfere no
processo pirolítico. Quanto à influência do clima, a evaporação é mais rápida
quando a temperatura é alta, a umidade do ar é baixa e há vento suficiente.
Umidade
12
10
Porcentagem (%)
0
LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
Teor
47
O elevado teor de cinzas pode estar relacionado à matéria-prima (esgotos
domésticos) rico em minerais associados à presença de areia, silte e argila,
provenientes de águas de lavagem das ruas e de águas de subsolo, que
chegam às galerias de modo indevido ou que se infiltram através das juntas das
tubulações (JORDÃO, 1995).
Segundo Tsutiya (2002), em lodos de esgoto não estabilizados
quimicamente, o teor de cinzas depende das características químicas do esgoto
que o deu origem, estando assim relacionado aos hábitos da população, que
tendem a sofrer variação em diferentes regiões do país e do mundo.
Um alto teor de cinzas no lodo usado como matéria prima na pirólise
favorece o contato entre os metais das cinzas e a matéria orgânica, fazendo com
que reações de desprendimento dos voláteis ocorram em temperaturas mais
baixas, favorecendo assim um aumento no rendimento da fração gasosa
(MOHAN et al., 2006; RAVEENDRAM et al., 1996; FAHMI et al., 2008). O
Gráfico (Figura 31) mostra que os valores de teor de cinzas foi de 28,0119 % a
56,3199%.
Cinzas
50
45
40
35
Porcetagem (%)
30
25
20
15
10
5
0
LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
Teor
48
a 550°C de acordo com a metodologia utilizada (44,9655% do LD 24) vindo a
fazer parte, ao final da pirólise, da fração sólida (YAMAN, 2004). Outro efeito é a
redução do rendimento em bioóleo, ocasionado pelo craqueamento dos vapores
condensáveis, formadores da fração oleosa, em gases não condensáveis
(FONTS et al., 2009).
Solidos Voláteis
70
60
Porcentagem
50
40
30
20
10
0
LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
Voláteis
49
Um alto teor de material volátil em lodos usados em processos de pirólise
se mostra interessante por proporcionar a obtenção de um alto rendimento em
bioóleo (FONTS et al., 2009). Pois as substâncias orgânicas que constituem a
fração de sólidos voláteis, sofrem desorção do lodo na primeira etapa da pirólise,
e posteriormente sofrem craqueamento e rearranjo químico, formando novos
compostos químicos que constituirão o bioóleo ao serem condensados (VIEIRA,
2004).
Dentre os compostos orgânicos que podem ser incluídos na fração de
sólidos voláteis e que contribuem para a formação do bioóleo, estão os materiais
lignocelulósicos (lignina, celulose e hemicelulose), que possuem a característica
de volatilizarem entre 200 e 400°C (dentro da faixa de temperatura de análise do
teor de sólidos voláteis) (FREITAS, 2000). Esta composição pode ser certificada
pela análise do MEV do LD 30 a seguir.
Na etapa de tratamento anaeróbio dos efluentes domésticos, a lignina
apresenta-se como o principal obstáculo à digestão microbiana das fibras
(FUKUSHIMA & HATFIELD, 2001). Por isso, acima de 550°C ainda há matéria
orgânica e exerce grande influência sobre a taxa de degradação efetiva da
parede celular dos alimentos fibrosos (FUKUSHIMA & HATFIELD, 2003), o que
contribui para a presença dos mesmos no lodo de esgoto doméstico.
Já Sánchez et al. (2009) realizou um trabalho sobre pirólise de lodo
doméstico anaeróbio sob diferentes temperaturas (350, 450, 550 e 950°C),
utilizando um reator de leito fixo. Nesse trabalho o autor obteve os maiores
rendimentos de fração orgânica (13%) a 450°C, fração sólida (52%) a 350°C,
fração gasosa (32%) a 950°C e fração aquosa (21%) a 550°C.
50
quanto menor o teor de matéria volátil e maior o teor de carbono fixo, melhor
será o combustível (MOTA, 2009).
Carbono Fixo
7
5
Porcentagem
0
LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
51
Logo os valores encontrados nesse estudo sugerem menor presença de
matéria carbonácea, que também pode ser comprovado na quantificação de
sólidos voláteis. Os resultados de densidade encontrados também dão subsídios
na quantificação do volume em massa de lodo gerado na ETE.
Densidade
2
2
Porcentagem (%)
1
1
1
1
1 Série1
0
0
0
LD 25
LD 13
LD 14
LD 15
LD 16
LD 17
LD 18
LD 19
LD 20
LD 21
LD 22
LD 23
LD 24
LD 26
LD 27
LD 28
LD 29
LD 30
LD 31
LD 32
LD 33
LD 34
LD 35
LD 36
Densidade
52
A energia liberada num processo de combustão normalmente é
quantificada pelo poder calorífico de um combustível, definido como a
quantidade de calor desprendido pela combustão completa de uma unidade de
volume ou massa do combustível. De acordo com De Sena (2005), para um bom
rendimento térmico na combustão, o combustível deve possuir uma elevada
quantidade de carbono fixo e materiais voláteis, além de alto poder calorífico.
Quanto maior o teor de carbono e hidrogênio, melhor será a eficiência
combustão na liberação de energia.
Shen e Zhang, (2004), estudaram um lodo que forneceu um poder
calorífico inicial de 20,90 kJ/g, e após a pirólise foi de 33,00 kJ/g e Inguanzo et
al., (2001) verificaram que o lodo analisado apresentava poder calorífico de 16,6
kJ/g.
Comparando-se o poder calorífico do óleo pirolítico com o do lodo de
esgoto seco e pulverizado (6,6 kJ/g), verifica-se que o processo de pirólise traz
grande melhoria energética do produto.
Na
Tabela 2 pode-se observar que análises realizadas na UFRN das amostras
do LD 17, LD 24 e LD30 obtiveram-se valores similares ao supracitado,
principalmente em relação ao LD 24.
53
2. ANÁLISES ESTATÍSTICAS
54
Tabela 4: Teor médio de Umidade (%) de 4 semanas em relação aos meses de
coleta de lodo LD 13 ao LD 16).
Semanas
Meses MEDIA
1ª 2ª 3ª 4ª
Maio 9,55 aA 8,40 aA 8,93 abA 8,71 aA 8,82 A
Junho 6,70 aA 5,23 aA 5,68 bA 4,90 bB 5,45 C
Julho 5,88 aA 5,50 aA 5,79 bA 6,42 aA 5,84 BC
Agosto 6,17 aA 6,16 aA 5,82 bA 5,53 aA 5,99 BC
Setembro 5,44 aA 6,26 aA 6,69 abA 6,44 aA 6,35 BC
outubro 7,28 aAB 5,02 aB 10,48 aA 8,81 aAB 8,05 AB
MEDIA 6,84 a 6,09 a 7,23 a 6,80 a
Medias seguida por mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não
diferem entre si, a 5% de probabilidade pelo teste t.
55
Medias seguida por mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não
diferem entre si, a 5% de probabilidade pelo teste t.
56
identificam estatisticamente, pois são meses de transição hídrica, índice
pluviométrico de acordo a sazonalidade do município de Palmas.
A tabela 7 mostra a interação dos meses com a semana em relação ao teor
de carbono fixo.
57
2.2 CORRELAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS
Por meio do programa Bio Estat 5.0 foram relacionados os 6 meses (maio
a outubro) das amostras d de lodo (LD 13 ao LD 36) com os parâmetros de
umidade, cinzas, sólidos voláteis, carbono fixo e densidade.
58
Pode-se dizer que quanto mais perto o valor da correlação perto do ‘1’ a
correlação é positiva e forte (tende do fraco para o forte). Contudo a medida que
se aproxima do ‘-1’ a correlação é consideradas negativa e forte (tende do fraco
para o forte).
Observa-se que quando aumenta o teor de cinzas, reduz o teor de umidade
concomitantemente e vice-versa. Para todas as combinações quando um reduz
o valor a outra aumenta, sendo assim uma correlação alta e negativa.
3. CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA
59
retenção. Os fragmentogramas (cromotogramas) de cada composto podem ser
observados nas Figuras 36, 39 e 42.
A presença dos compostos identificados pode estar relacionada às
características intrínsecas de um lodo gerado como resultado do tratamento de
um esgoto essencialmente doméstico, composto principalmente de lipídeos,
proteínas e carboidratos provenientes dos alimentos. Somando-se a estes, há a
contribuição dada pelo resíduo endógeno de bactérias anaeróbias formadoras
do lodo, uma importante fonte de aminoácidos, que após processo de
desnaturação, liberam aminas (MOCELIN, 2007; CHAGAS, 2000; LEAL, 2010).
Os compostos aromáticos e os éteres encontrados no lodo estão
associados à presença de substâncias húmicas, resultado do processo de
decomposição da matéria orgânica, sendo em geral divididas em: ácidos
fúlvicos, formados por anéis aromáticos com um grande número de cadeias
laterais, possuem oxigênio na forma de grupos funcionais (COOH, OH e C=O),
ácidos húmicos, compostos químicos de alto peso molecular, que podem formar
ligações de hidrogênio, contém oxigênio como componente estrutural (éter e
acoplamentos de éster), e humina, fração pobremente definida, insolúvel em
ácidos devido à firmeza da sua ligação a fração mineral (STEVENSON, 1994;
SCHNITZER, 1999; LEAL, 2010).
Ainda segundo Stevenson (1994) e Schnitzer (1999), os ácidos
carboxílicos benzênicos identificados nas amostras de lodo estão associados à
fração de ácidos fúlvicos formados no processo de decomposição da matéria
orgânica, na qual se incluem a lignina e os ácidos graxos de baixo peso
molecular.
60
3.1.1 Composição Química do FTIR e GCMS
61
Figura 36: Cromatograma de íons totais do extrato apolar da amostra de lodo
LD 17.
62
Figura 37: colestan-3-ol, (3-beta,5-beta), substância identificada no tempo de
retenção 49,784 min.
63
alquenos cis-dissubstituídos. Já a absorção em torno de 1.548 cm -1 pode ser
atribuída a vibrações de núcleo aromático, isonitrilas e compostos
tiocarbonilados.
A absorção na região de 1.452 cm-1 pode ser atribuída à deformação
angular simétrica no plano de CH2, deformação axial assimétrica e simétrica de
NO2. Na absorção 1.102 – vibrações de deformação axial de C-O característica
de alcoóis e fenóis, mas pode, também, ser atribuída a éteres alifáticos e
vibrações de deformação axial de ésteres. Na região de absorção de 1.033cm -1
podem ocorrer vibrações de deformação axial simétrica de éteres C-O. Na
região de absorção 913 cm-1, deformação axial da ligação C=C fora do plano
RCH=CH2 e C-H pode ser atribuído a presença de alcenos primários e,
finalmente, a região de absorção 808 cm -1, deformação axial da ligação C=C
fora do plano R2C=CH2 e C-H pode ser atribuído a presença de alcenos com
carbono terciário.
A deformação axial da ligação C-H de CH2 e CH3 de alifáticos foram
observadas por VIEIRA (2004). LEAL (2010) relatou sobre bandas de absorção
referente à presença de carbonila de ácidos graxos na região de absorção de
1.552 cm-1 com vibração de núcleo aromático, bandas 1.103 cm-1 com
deformação axial de ésteres CO e bandas de 1.034 cm-1 com deformação axial
de éteres C-O.
No Quadro 1 apresenta os resultados das estruturas encontradas na
amostra do lodo pela análise de CG/EM. No extrato do lodo foram identificados
11 compostos químicos e destes revela a presença de grupos cíclicos como
mostram os picos 4, 5, 6, 7, 8 e 9 com tempos de retenções 43,9; 46,8; 49,7;
50,0; 51,7 e 52,2; respectivamente.
64
Quadro 1: Relação FT-IR e CG/EM da amostra LD 17
FT-IR GCMS
Fragment
Tempo de o
Deformaç Ordem Pico
Banda Retenção Fórmula Função Fórmula Estrutural Química Compostos Detectados Caracterís
ão do Pico Base
(mim) tico Íon
(m/z)
O OH
Axial de Acido O
ácido benzeno-1,2-
1.103 ésteres C- 4 149 43,9 C16H22O carboxílico 278
O dióico,mono(2-etilhexil) éster
O e ésteres
65
FT-IR GCMS
Fragment
Tempo de o
Deformaç Ordem Pico
Banda Retenção Fórmula Função Fórmula Estrutural Química Compostos Detectados Caracterís
ão do Pico Base
(mim) tico Íon
(m/z)
Esterol
colestane, 3-(etiltio)-,(3-
_____ _____ 5 43 46,8 C29H52S com 432
beta,5-alfa)
enxofre
3.621, axial de
3.527 e ligações
6 43 49,7 C27H48O Colesterol colestan-3-ol, (3-beta,5-beta) 388
3.446 O-H livre
HO
66
FT-IR GCMS
Fragment
Tempo de o
Deformaç Ordem Pico
Banda Retenção Fórmula Função Fórmula Estrutural Química Compostos Detectados Caracterís
ão do Pico Base
(mim) tico Íon
(m/z)
Axial de
1.662 ligações 7 43 50,0 C27H46O Colesterol colestan-3-one (5-beta) 386
C=O
3.621, axial de
3.527 e ligações
8 233 51,7 C29H52O Colesterol estigmastanol 416
3.446 O-H livre
HO
67
FT-IR GCMS
Fragment
Tempo de o
Deformaç Ordem Pico
Banda Retenção Fórmula Função Fórmula Estrutural Química Compostos Detectados Caracterís
ão do Pico Base
(mim) tico Íon
(m/z)
pregnane-3,20-
O
O B dione,17,21[[(1,1-
O dimetiletil)borylene]bis(oxi)]-5-
C25H39B 414
_____ _____ 9 52,2 (beta)
O4
246
HO
axial de
1-octadecamine,n-(2-
ligações C23H49N Amina
54,2 N
O
3.527 10 O metoxipropil)-n-metil 355
N-H de
296
NH2
dimetildioctadecilamonio
axial de N Br brometo
ligações C38H80Br
3.527 11 57,9 Amina 629
N-H de N
NH2
296
68
3.2 EXTRAÇÃO DA AMOSTRA LD 24
69
biblioteca Library Search Spectrum do Plot Chromatograms and Spectra, através
da identificação dos picos.
O espectro de massa do composto ácido benzeno-1,2-dióico, mono (2-
etilhexil) éster apresenta um padrão definido para composto aromático. O íon
molecular observado no espectro de massa do composto ácido benzeno-1,2-
dióico, mono (2-etilhexil) éster (estrutura h) é m/z 149, onde apresenta o pico do
íon molecular com alta intensidade, característico de um composto aromático.
70
Figura 40: colestan-3-ol, (3-beta,5-beta), substância identificada no tempo de
retenção 49,698 min.
71
Quadro 2: Relação FT-IR e CG/MS da amostra de lodo LD 24.
FT-IR CG/EM
Ord
Tempo de Fragmento
Deformaçã em Pico Fórmula Estrutural
Banda Retenção Fórmula Função Compostos Detectados Característico
o do Base Química
(mim) Íon (m/z)
Pico
axial de
N
3.527 ligações N- 1 58 36,028 C20H43N Amina 1-octadecanamine, N,N-dimethyl 297
H de NH2
S S
S S
___ ____ Enxofre
2 64 38,775 S8 S S Cyclic octaatomic sulfuroso 256
Inorgânico
S S
3.621, axial de
HO
3.527 e ligações O- 3 45 43,876 C16H34O Álcool 2- Hexadecanol 242
3.446 H livre
O
Axial de O
1.103 4 O
1,2-Benzenedicarboxylic acid,
ésteres C-O 149 43,910 C24H38O4 Cetona, éster 390
diisooctyl ester
O
72
FT-IR CG/EM
Ord
Tempo de Fragmento
Deformaçã em Pico Fórmula Estrutural
Banda Retenção Fórmula Função Compostos Detectados Característico
o do Base Química
(mim) Íon (m/z)
Pico
3.621, axial de
3.527 e ligações O- 6
43 49,698 C27H48O Álcool Cholestan-3-ol, (3.beta.,5.beta) 388
3.446 H livre
HO
Axial de
1.662 ligações 7
43 50,058 C27H46O cetona Cholestan-3-one, (5.beta.)
C=O 386
O
8
43 50,127 C27H48O Álcool
Cholestan-3-ol 388
3.621, axial de HO
3.527 e ligações O-
3.446 H livre
9
233 51,656 C29H52O Álcool stigmastanol
416
HO
73
FT-IR CG/EM
Ord
Tempo de Fragmento
Deformaçã em Pico Fórmula Estrutural
Banda Retenção Fórmula Função Compostos Detectados Característico
o do Base Química
(mim) Íon (m/z)
Pico
10
43 52,102 C29H50O Álcool Beta-sitosterol 414
HO
11
233 52,205 C29H52O Álcool stigmastanol 416
HO
12 Dimethyldioctadecylammonium
58 54,163 C38H80BrN Haleto orgânico 629
bromide
axial de
Br
3.527 ligações N-
H de NH2
N
13 Dimethyldioctadecylammonium
64 57,821 C38H80BrN Haleto orgânico 629
bromide
Br
74
3.3 EXTRAÇÃO DA AMOSTRA DE LODO LD 30
75
A absorção na região entre 2.925 - 2.851 cm-1 referente as vibrações de
deformação axial de C-H, metileno (CH2), C-H terciário associado à deformação
assimétrica e simétrica que pode estar relacionado a C-H alifático.
Na banda 2.360 cm-1 Deformação axial de ligações triplas e duplas
acumuladas R−C≡N o que pode ser atribuída a presença de nitrila ou alquinos.
A absorção em 1.651 cm-1 provocado pela deformação axial de carbonila
C=O que pode estar associada às funções cetona, aldeído, ácido carboxílico ou
éster, mas também pode ser associado à deformação angular de N-H de amida
primárias e deformação angular assimétrica de CH3, deformação axial de
alquenos cis-dis-substituídos.
Já a absorção em torno de 1.548 cm-1 pode ser atribuída a vibrações de
núcleo aromático, isonitrilas e compostos tiocarbonilados.
Absorção na região de 1.452 cm-1 pode ser atribuída a deformação angular
simétrica no plano de CH2, deformação axial assimétrica e simétrica de NO2.
Na banda1.102 – vibrações de deformação axial de C-O característica de
alcoóis e fenóis, mas pode, também, ser atribuída a éteres alifáticos e vibrações
de deformação axial de ésteres.
Na banda 1.033 – vibrações de deformação axial simétrica de éteres C-O.
Em 913 – Deformação axial da ligação C=C fora do plano RCH=CH2 e C-H
atribuído a presença de alcenos primários e 808 - Deformação axial da ligação
C=C fora do plano R2C=CH2 e C-H atribuído a presença de alcenos com carbono
terciário.
76
Figura 42: Cromatograma de íons totais do extrato apolar da amostra de lodo LD
30.
77
nitrogênio; esteróides; compostos contendo halogênio e enxofre. Os compostos
aromáticos contendo nitrogênio podem vir das frações protéicas do lodo de
esgoto. O aumento dos compostos contendo halogênios pode ser esperado do
material inorgânico nas cinzas contendo elementos halogênios (FONTS, 2009).
Um alto conteúdo de hidrocarbonetos alifáticos e esteróides pode ser
interessante para uso dos líquidos da pirólise em aplicação como combustível
(FONTS, 2009).
78
Quadro 3: Relação FT-IR e CG/MS da amostra do lodo LD 30
FT-IR CG/EM
Pi
Fragmento
Ba Ordem co Tempo de
Defor Fórm Característi
nd do B Retenção Função Fórmula Estrutural Química Compostos Detectados
mação ula co
a Pico as (mim)
Íon (m/z)
e
deform Amina
N
Cl
3.5 ação
00 axial
C21H46 stearyltrimethylammoni
e assimé 1 58 36.063 58
CIN um chloride
3.4 trica do
00 N-H
livre
S S
__ S S
____ 2 64 38.810 S8 Enxofre Cyclic octaatomic sulfur 256/64/58
_ S S
inorgânico
S S
O
deform Éster
O
1.1 ação 14 C24H38 O benzenedicarboxylic acid,
3 43. 945 167 / 57
03 axial 9 04 diisooctyl ester
O
de
ésteres
79
FT-IR CG/EM
Pi
Fragmento
Ba Ordem co Tempo de
Defor Fórm Característi
nd do B Retenção Função Fórmula Estrutural Química Compostos Detectados
mação ula co
a Pico as (mim)
Íon (m/z)
e
C-O
axial
2.9 da
22 ligação Hidrocarbon
e C-H de 37 eto
4 46.864 C27H46 H cholest-3-ene, (5.beta) 370
2.8 CH2 e 0
52 CH3 de
alifátic
os
axial Hidrocarbon
2.9 37
da 5 47.139 C27H46 eto cholest-3-ene, (5.beta) 370,4
22 0
ligação
e
C-H de H
2.8
CH2 e
52
CH3 de
alifátic 6 43 47.397 C27H46 Hidrocarbon cholest-3-ene, (5.beta) 370/43
os eto
80
FT-IR CG/EM
Pi
Fragmento
Ba Ordem co Tempo de
Defor Fórm Característi
nd do B Retenção Função Fórmula Estrutural Química Compostos Detectados
mação ula co
a Pico as (mim)
Íon (m/z)
e
deform
ação
O
1.6 axial C33H56 Éster
7 43 47.878 O dehydrocholesterol isocaproate 43/81/274
62 de 02
ligaçõe
s C=O
deform
3.7 ação
00 axial Álcool
C27H48
e de O-H 8 43 49.698 Cholestan-3-ol, (5 beta.) 388/55
0 HO
32 livres
00 de
álcoois
deform
ação
1.6 axial C27H46 Cetona
9 43 50.059 Cholestan-3-one, (5 beta.) 386/81/55
62 de 0
O
ligaçõe
s C=O
81
FT-IR CG/EM
Pi
Fragmento
Ba Ordem co Tempo de
Defor Fórm Característi
nd do B Retenção Função Fórmula Estrutural Química Compostos Detectados
mação ula co
a Pico as (mim)
Íon (m/z)
e
deform
3.7 ação Álcool
00 axial
21 C27H48
e de O-H 10 50.127 cholestanol 388
5 0
32 livres HO
00 de
álcoois
deform
ação
1.6 axial 23 C27H46 Cetona
11 50.488 Cholestan-3-one 386/55
62 de 1 0 O
ligaçõe
s C=O
deform
3.7
ação
00
axial 21 C28H50 Álcool
e 12 50.728 ergostanol 387,4
de O-H 5 O
32
livres HO
00
de
82
FT-IR CG/EM
Pi
Fragmento
Ba Ordem co Tempo de
Defor Fórm Característi
nd do B Retenção Função Fórmula Estrutural Química Compostos Detectados
mação ula co
a Pico as (mim)
Íon (m/z)
e
álcoois
deform
3.7 ação Álcool
00 axial
C27H48 ergostanol-8(14)-em-3-ol,
e de O-H 13 43 51.003 HO
414,4/43
O (3.beta.)-
32 livres
00 de
álcoois
deform
ação Cetona
1.6 axial 12 C27H44
14 51.329 cholest-4-em-3-one 229/124
62 de 4 O O
ligaçõe
s C=O
3.7 deform
00 ação
23 C29H52
e axial 15 51.656 Álcool stigmastanol 416/43
3 O
32 de O-H
00 livres HO
83
FT-IR CG/EM
Pi
Fragmento
Ba Ordem co Tempo de
Defor Fórm Característi
nd do B Retenção Função Fórmula Estrutural Química Compostos Detectados
mação ula co
a Pico as (mim)
Íon (m/z)
e
de
álcoois
axial O
O B
da
O
2.9 ligação Cetona
pregnane-3,20-dione, 17,21
22 C-H de
24 C25H39 (((1,1
e CH2 e 16 52.137 414/43
6 BO4 Dimethylethyl)borylene)bis(oxy))-
2.8 CH3 O
, (5.beta.)-
52 de
alifátic
os
deform Álcool, éter O
ação e cetona
1.6 axial C22H34 HO Pregan-20-one, 2 hydroxy-5,6-
17 43 53.150 265/43/999
62 de O3 epoxy-15methyl-
O
ligaçõe
s C=O
84
FT-IR CG/EM
Pi
Fragmento
Ba Ordem co Tempo de
Defor Fórm Característi
nd do B Retenção Função Fórmula Estrutural Química Compostos Detectados
mação ula co
a Pico as (mim)
Íon (m/z)
e
deform
3.5 ação Haleto N
00 axial
29 C38H80 dimethyldioctadecylammlnium
e assimé 18 54.198 296/58
6 BrN bromide
3.4 trica do
Br
00 N-H
livre
deform
3.5 ação Haleto N
00 axial
29 C38H80 dimethyldioctadecylammlnium
e assimé 19 57.839 296/58
6 BrN bromide
3.4 trica do
Br
00 N-H
livre
.
85
3.4 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA - MEV
86
Como pode ser observado na Tabela 12, a amostra de lodo utilizada para
este experimento possui uma grande intensidade de oxigênio na sua composição
química. Além disso, percebe-se a presença de metais pesados como zinco e
ferro. Pode-se dizer que o material é composto por muitas partículas cristalinas,
que podem ser tanto um aglomerado de partículas menores como serem
partículas amorfas. Em geral, o material apresenta-se com partículas de formas
indefinidas e com poros com os mais variados tamanhos devido à composição
heterogênea (MOCELIN, 2007).
87
Figura 47: Estrutura do LD 24 -50x. Figura 48: Estrutura do LD 24 - 240x.
88
Elemento Intensidade Peso %
Ca 0,99100 2,02600
Fe 1,15200 7,58900
Zn 0,07300 0,18000
Br 4,77500 13,58000
Au 6,76600 20,84200
Total 100,00
89
Figura 52: Espectro de MEV do LD 30.
90
Com a identificação dos elementos químicos é possível prevê a aplicação
do lodo no solo e na obtenção de produtos como bio-óleo, carvão e gases através
da pirólise com forte potencial energético na utilização de combustível.
3.5 POROSIDADE
91
Diâmetro do Poro x Tempo (nm)
450000
400000
350000
300000
250000
200000 Pore Diameter (nm)
150000
100000
50000
0
0 20 40 60 80
92
Diâmetro x Tempo (nm)
450000
400000
350000
300000
250000
200000 Pore Diameter (nm)
150000
100000
50000
0
0 2 4 6 8 10
94
CONCLUSÃO
95
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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106
ANEXOS
107
ANEXO A – Tabela de coleta das amostras do lodo de esgoto da ETE Vila União.
108
ANEXO B – Pesagem das amostras do lodo de esgoto da ETE Vila União à peso
constante
109
ANEXO C – Tabela de das amostras analisadas do lodo de esgoto da ETE Vila União (características físico-químicas)
110
ANEXO D – Análises de metais pesados por Técnica EDX.
D.1 – Amostra LD 14.
111
112
113
D.2 – Amostra LD15.
114
115
116
D.3 – Amostra LD 16.
117
118
119
ANEXO E- Espectros de GCMS do lodo de esgoto da ETE Vila União.
E.1 – Espectro do LD 17
Pico 1
120
Pico 2
Pico 3
121
Pico 4
Pico 5
122
Pico 6
Pico 7
123
Pico 8
Pico 9
124
Pico 10
Pico 11
125
E.2 – Espectro do LD 24
Pico 1
126
Pico 2
Pico 3
127
Pico 4
Pico 5
128
Pico 6
Pico 7
129
Pico 8
Pico 9
130
Pico 10
Pico 11
131
Pico 12
Pico 13
132
E.3 – Espectro do LD 30.
Pico 1
133
Pico 2
Pico 3
134
Pico 4
Pico 5
135
Pico 6
Pico 7
136
Pico 8
Pico 9
137
Pico 10
Pico 11
138
Pico 12
Pico 13
139
Pico 14
Pico 15
140
Pico 16
Pico 17
141
Pico 18
Pico 19
142