Professional Documents
Culture Documents
Submete-se à apreciação superior novo relatório dos exames efetuados sobre a prestação
de contas em epígrafe, relativas às eleições de 2018, abrangendo a arrecadação e aplicação de recursos
utilizados na campanha, à luz das regras estabelecidas pela Lei n.º 9.504, de 30 de setembro de 1997, e
pela Resolução TSE n.º 23.553/2017, em razão de determinação do Excelentíssimo Juiz Relator (ID
668518) e da juntada de documentos realizada por meio da Prestação de Contas Retificadora
022330600000SE0498042 (ID’s 651668, 651718, 651768, 651818 e 651868).
ITEM 1.1.1 - Descumprimento de prazo de entrega de relatórios financeiros (art. 50, I, da Resolução
TSE nº 23.553/2017).
EXAME/CONCLUSÃO: O descumprimento de prazo configura falha insanável. Assim sendo, resta mantida
a conclusão do Parecer ID 519068.
MANIFESTAÇÃO DO PRESTADOR APÓS PARECER CONCLUSIVO: Por meio dos documentos de IDs
651668, 651718, 651768 e 651818 foram apresentadas as seguintes peças:
a) Demonstrativo de Receitas/Despesas assinado pelo prestador de contas e pelo profissional de
contabilidade (ID 651818)1.
b) Extrato da conta bancária destinada à movimentação de recursos do Fundo Partidário (conta bancária
nº 300004186-2, agência 59-0, banco 104) referente ao período de 20/9/18 a 30/10/18. Registra
movimentação financeira.
e) Documentos referentes a diversos gastos eleitorais realizados com recursos do Fundo Partidário e do
Fundo Especial de Financiamento de Campanha (ID 651718).
b) Comprovante de recolhimento ao Tesouro Nacional dos recursos do FEFC não utilizados (art. 56, inciso
II, alínea b, da Resolução TSE 23.553/17).
• Importa registrar que a prestação de contas registra que a sobra de campanha referente a este
recurso totaliza R$ 833,88 (oitocentos e trinta e três reais e oitenta e oito centavos).
c) Não foram apresentados todos os documentos referentes aos gastos eleitorais realizados com recursos
do Fundo Partidário e do FEFC (art. 56, inciso II, alínea c, da Resolução TSE 23.553/17). O exame
evidenciou que restaram sem a devida comprovação as despesas efetuadas no montante de R$ 317.645,00
(trezentos e dezessete mil, seiscentos e quarenta e cinco reais), que representam 17,96% do total de
despesas contratadas e pagas pelo candidato (R$ 1.768.809,34), conforme detalhado no Anexo I deste
Parecer.
Ante o exposto, tendo em vista que a ocorrência apontada compromete o exercício da fiscalização pela
Justiça Eleitoral, resta configurada irregularidade grave que enseja a desaprovação das contas, em razão
da ausência de informações/documentos essenciais ao exame, nos termos do art. 77, §§1º e 3º, Res. TSE
23.553/2017.
ITEM 2.1 - Doações recebidas de outros candidatos com informações divergentes nas prestações de
contas dos doadores, revelando inconsistência nas informações declaradas na prestação de contas
em exame (art. 31, § 3º da Res. TSE 23.553/2017.)
1 O demonstrativo de ID 651818 supre a ausência do Extrato da prestação de contas visto que possuem informações/dados
semelhantes.
MANIFESTAÇÃO DO PRESTADOR APÓS PARECER CONCLUSIVO: Não há.
ITEM 2.3 - Transferências de recursos realizadas pelo candidato a outros candidatos com
informações divergentes nas prestações de contas dos beneficiários
ITEM 2.4. Declaradas, por outros candidatos, transferências recebidas do prestador de contas em
exame, mas não registradas na sua prestação de contas (art. 31, § 3º c/c art. 34, § 1º,II)
EXAME: A documentação apresentada não abrange todas as despesas efetuadas e pagas com recursos do
Fundo Partidário. O exame evidenciou que restaram sem a devida comprovação os gastos eleitorais
referentes a 87 (oitenta e sete) despesas, no montante de R$ 259.645,00 (duzentos e cinquenta e nove mil,
seiscentos e quarenta e cinco reais), que representa 14,68% do total de despesas contratadas e pagas pelo
candidato (R$ 1.768.809,34), conforme detalhado no Anexo I deste Parecer.
Ante o exposto, tendo em vista que a ocorrência apontada compromete o exercício da fiscalização pela
Justiça Eleitoral, resta configurada irregularidade grave que enseja a desaprovação das contas, em razão
da ausência de informações/documentos essenciais ao exame, nos termos do art. 77, §§1º e 3º, Res. TSE
23.553/2017.
Além disso, a ausência de comprovação da utilização dos recursos do Fundo Partidário impõe a devolução
do valor correspondente ao Tesouro Nacional - R$ 259.645,00 (duzentos e cinquenta e nove mil, seiscentos
e quarenta e cinco reais) - conforme procedimento previsto no art. 82, § 1º da Resolução TSE 23.553/2017.
EXAME: A documentação apresentada não abrange todas as despesas efetuadas e pagas com recursos do
Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). O exame evidenciou que restaram sem a devida
comprovação os gastos eleitorais referentes a 29 (vinte e nove) despesas, no montante de R$ 58.000,00
(cinquenta e oito mil reais), que representa 3,28% do total de despesas contratadas e pagas pelo candidato
(R$ 1.768.809,34), conforme detalhado no Anexo I deste Parecer.
Ante o exposto, tendo em vista que a ocorrência apontada compromete o exercício da fiscalização pela
Justiça Eleitoral, resta configurada irregularidade grave que enseja a desaprovação das contas, em razão
da ausência de informações/documentos essenciais ao exame, nos termos do art. 77, §§1º e 3º, Res. TSE
23.553/2017.
Além disso, a ausência de comprovação da utilização dos recursos do Fundo Partidário impõe a devolução
do valor correspondente ao Tesouro Nacional - R$ 58.000,00 (cinquenta e oito mil reais) - conforme
procedimento previsto no art. 82, § 1º da Resolução TSE 23.553/2017.
EXAME/CONCLUSÃO: Os extratos bancários das contas abertas para movimentação dos recursos
oriundos do Fundo Partidário (Banco 104, Ag. 59-0, nº 300004186-2) e do FEFC (Banco 104, Ag. 59-0, nº
300004185-4) foram apresentados em sua forma definitiva e abrangem todo o período da campanha
eleitoral, em conformidade com o disposto no art. 56, II, alínea "a", da Resolução TSE nº 23.553/2017.
Entretanto, cumpre assinalar que o extrato da conta bancária aberta para a movimentação de Outros
Recursos (Banco 104, Ag. 59-0, nº 300004187-0) não abrange todo o período da campanha eleitoral, pois
se refere apenas ao período de 1/10/18 a 1/11/18. Cabe registrar, entretanto, que o extrato bancário
incompleto não prejudicou o exame das contas, pois o extrato eletrônico da referida conta bancária oriundo
do SPCE aponta que não houve movimentação financeira no período da campanha eleitoral.
Não obstante esta conclusão, cabe consignar que a ocorrência apontada caracteriza falha que compromete
a regularidade plena da prestação de contas do candidato, em virtude de descumprimento ao disposto no
art 56, Inciso II, alínea a, da Resolução TSE 23.553/17.
O valor das despesas pagas após a eleição totalizou R$ 47.295,00 (quarenta e sete mil, duzentos e
noventa e cinco reais), representando 2,67% do valor total das despesas contratadas (R$ 1.768.809,34),
conforme registrado no Demonstrativo das Despesas Pagas Após a Eleição.
A avaliação das despesas de campanha registradas nos demonstrativos de ID 651668 da PC retificadora foi
efetuada com base na documentação constante dos documentos de ID 651718 e 651768 e dos extratos
eletrônicos disponibilizados pelo SPCE-WEB. Após o exame dos referidos documentos foram identificadas
as irregularidades abaixo relacionadas:
1) O exame dos extratos eletrônicos (em anexo) evidencia que os pagamentos das despesas indicadas nos
Anexos II (no total de R$ 202.850,00) e III (no total de R$ 50.450,00) não estão devidamente identificados.
Com efeito, verifica-se que os cheques apresentados à instituição financeira não estão identificados na
CONTRAPARTE com os CPFs/CNPJs/NOMES dos fornecedores. Observa-se que nos campos destinados
ao registro da CONTRAPARTE - de todos os 132 (cento e trinta e dois) pagamentos registrados nos
Anexos II e III – constam os dados de terceiros.
A medida de identificação do CPF/CNPJ do fornecedor está prevista no art. 14, inciso II da Res. TSE
23.553/17 como requisito obrigatório para as instituições bancárias e é extremamente relevante pois permite
o controle/fiscalização dos recursos financeiros arrecadados na campanha através da identificação exata
dos beneficiários dos pagamentos efetuados pelos candidatos.
A falta de identificação dos fornecedores nos extratos eletrônicos caracteriza falha grave, pois impossibilita
a confirmação/validação de que os fornecedores indicados nos Anexos II e III foram os beneficiários dos
pagamentos declarados na prestação de contas e que totalizam R$ 253.300,00 (duzentos e cinquenta e
três mil, trezentos reais), ensejando a desaprovação das contas.
2) O responsável pelos cheques emitidos das contas bancárias 30004186-2 e 30004185-4 (MARIA
RIVANDETE ANDRADE) não está identificado na Ficha de Qualificação como responsável pela
administração dos recursos de campanha, contrariando o disposto no art. 56, inciso I, alínea a, da
Resolução TSE 23.553/17.
III - CONCLUSÃO DO REEXAME DA PRESTAÇÃO DE CONTAS
Ao final, considerando o resultado dos exames técnicos empreendidos na prestação de contas, além de
terem sido constatadas as impropriedades apontadas nos ITENS 1.1.1, 2.1 e 2.4 e OCORRÊNCIAS 6 e 8,
geradoras de ressalvas, verificou-se que o conjunto das falhas indicadas nos ITENS 2.2 e OCORRÊNCIA
9, bem como a existência das irregularidades graves registradas nos ITENS 1.2.1 e 2.3 e OCORRÊNCIAS
3, 4, 5 e 7 e no TÓPICO II ensejam a DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS.
Supervisão.