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Nota Técnica nº 028/2004 – SRT/ ANEEL

Em 07 de dezembro de 2004.

Processo: 48500.002105/04-78.

Assunto: - Procedimentos para a determinação da


capacidade operativa das instalações de transmissão
integrantes da Rede Básica e das Demais Instalações
de Transmissão pertencentes ao Sistema Interligado
Nacional, das Funções Transmissão e dos
Pagamentos Base correspondentes.

I –DO OBJETIVO

A presente nota técnica tem por objetivo adequar os procedimentos de prestação dos
serviços de transmissão e contratação de acesso, para contemplar nos Contratos de Prestação de Serviços
de Transmissão – CPST e Contratos de Conexão à Transmissão – CCT as capacidades operativas das
instalações de transmissão, as Funções Transmissão e os Pagamentos Base correspondentes.

II – DOS FATOS

2. O requisito legal para serviço adequado de concessões de serviço público corresponde


àquele que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade,
generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. O resultado é a necessidade de que as
instalações vinculadas ao serviço público de transmissão de energia elétrica devem ser projetadas em
conformidade com as normas técnicas brasileiras ou, na sua falta, com as normas internacionais, e devem
ser capazes de manter a continuidade do serviço prestado em regime normal de operação e durante
emergências que não coloquem em risco vidas humanas ou a integridade dos equipamentos.

3. Isto levou a Agência a estabelecer para aplicação junto às concessionárias de transmissão,


por ser condição prevista nas normas técnicas brasileiras, que a suportabilidade a sobrecargas temporárias
em instalações de transmissão, decorrente de situações de emergência no Sistema Interligado Nacional deva
ser contemplada na prestação do serviço público de transmissão. Da mesma forma, por ser necessário que
as capacidades reais das instalações de transmissão sejam disponibilizadas para prestação do serviço
público tanto em regime normal de operação quanto em condições de emergência, propiciando a
flexibilização da operação do Sistema Interligado Nacional, deve-se contar com recursos adicionais de
capacidade em condições de emergência, de modo a evitar desabastecimentos por congestionamento na
transmissão.

4. As situações vivenciadas pelas empresas concessionárias de transmissão e distribuição de


energia elétrica, registradas em cartas e documentos recebidos pela ANEEL, levaram à necessidade de
implementação de procedimentos normativos complementares para disciplinar esta questão. Referimo-nos,
entre outros: ao Plano Qüinqüenal de Expansão 2003-2007, de março de 2003, que contempla critérios
(Fls. 2 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

diferentes por parte das Transmissoras e Distribuidoras quanto ao carregamento admissível de Linhas de
Transmissão, representando custos adicionais para permitir a expansão do sistema; ao relatório PAR 2004-
2006 de 26 de maio de 2003 do ONS, que traz alternativas de expansão, oneradas por desconsideração do
limite de emergência em linhas de transmissão; à carta Elektro CT/R/230/2004, de 27 de agosto de 2004,
que expressou a desconformidade da Elektro quanto à limitação de capacidade operativa imposta pela
Transmissora CTEEP nas instalações de transmissão que atendem aquela Distribuidora ;ao relatório CCPE-
CTET – 039.2004, de setembro de 2004, que redefiniu alternativas para o suprimento do Vale do Paraíba,
face às limitações de capacidade operativa das linhas de transmissão com valores inferiores aos contratados
no CPST, informados pela Transmissora CTEEP.

5. Com vistas a implementar a regulamentação da qualidade da prestação de serviços públicos


de transmissão, faz-se ainda necessário definir as Funções Transmissão e os respectivos Pagamentos Base,
de modo a viabilizar o disposto no Art. 12, parágrafo primeiro da Resolução ANEEL nº 247, de 13 de agosto
de 1999, no que se refere aos critérios para estabelecimento dos valores dos duodécimos da receita anual
permitida das instalações de transmissão de cada concessionária de transmissão.

6. Para que as Funções Transmissão e seus respectivos Pagamentos Base fossem utilizados
nos CPST, em 14 de março de 2003 a ANEEL encaminhou para o ONS e todas as concessionárias de
transmissão, o Ofício Circular nº 002/2003-SRT contendo instruções para preenchimento dos Anexos I e II do
mesmo.

7. Na seqüência, em vista da necessidade expressa pelos agentes de transmissão quanto a


maiores esclarecimentos sobre as orientações expressas no Ofício Circular nº 002/2003, por meio do Ofício
Circular nº 003/2003-SRT, de 1 de abril de 2003, a Agência solicitou a presença de técnicos das
concessionárias de transmissão, seguindo um cronograma de reuniões estabelecido no anexo do referido
Ofício, para caracterização das FT e seus respectivos PB, com orientações sobre o preenchimento desses
elementos nos Anexos dos CPST.

8. Visando esclarecimentos complementares àqueles providos em reuniões realizadas com os


agentes de transmissão, nos quais foram discutidos detalhes sobre o preenchimento dos Anexos do CPST, a
SRT encaminhou o Ofício Circular nº 007/2003-SRT, de 08 de julho de 2003, contendo os esclarecimentos
relativos à reclassificação das instalações que estão na Rede Básica.

9. Finalmente, tendo verificado que os termos aditivos aos CPST não haviam sido assinados
ainda em razão de dificuldades de preenchimento das FT e dos PB, alegadas tanto pelo ONS quanto pelas
transmissoras, a ANEEL, por meio do Ofício Circular nº 009/2003-SRT, apresentou novas orientações que
complementam ou eventualmente alteram aquelas encaminhadas pelos Ofícios Circulares nºs 002, 003 e
007/2003-SRT, determinando como data limite, o dia de 29 de setembro de 2003 para que os termos aditivos
aos CPST´s tivessem sido assinados pelas partes com os seus anexos devidamente preenchidos.

10. Mesmo decorridos os prazos estabelecidos pelo Ofício nº 009, os Anexos dos CPST não
foram adequadamente preenchidos, gerando por parte das concessionárias de transmissão juntamente com o
ONS, questões adicionais sobre as orientações apresentadas nos supracitados Ofícios. Estas se
manifestaram por meio da CARTA ONS 526/200/2003, de 8 de setembro de 2003, solicitando novos
(Fls. 3 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

esclarecimentos referentes a questões que foram previamente identificadas em discussões com os agentes
de transmissão, durante o processo de preparação dos referidos anexos.

11. Em seguida, tendo em vista a necessidade de aprimorar a regulamentação da transmissão,


de modo a assegurar que a expansão das instalações localizadas na fronteira entre as redes de distribuição
ocorresse com a qualidade e confiabilidade requerida pelos consumidores, e em consonância com os critérios
de planejamento setorial, a ANEEL, em junho de 2004, publicou as Resoluções nºs 067/2004 e 068/2004, em
substituição às Resoluções 433/2000 e 489/2002, respectivamente, que definem os novos critérios de
composição da Rede Básica e estabelecem as condições gerais para implementações de reforços nas
Demais Instalações de Transmissão não integrantes da Rede Básica – DIT.

12. Torna-se, portanto, necessário contemplar procedimentos adicionais para a prestação de


serviços de transmissão e contratação de acesso, promovendo a adequação dos CPST e CCT para dispor
sobre as capacidades operativas das instalações de transmissão, bem como sobre a caracterização das
funções transmissão com as respectivas receitas, as quais propiciaram as implementações descritas na
minuta de Resolução anexada a esta Nota Técnica.

III – DA ANÁLISE

13 Na prestação do serviço público de transmissão, as instalações de transmissão integrantes


da Rede Básica são disponibilizadas ao Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS por meio do CPST,
ou, quando integrantes das Demais Instalações de Transmissão, a disponibilização se processa diretamente
aos usuários interessados, por meio do CCT.

14. Para este fim, é necessário que a operação em condições de regime normal e de emergência
seja efetuada de modo a permitir sua continuidade operacional, flexibilizando a operação do Sistema
Interligado Nacional, induzindo a utilização racional dos sistemas e minimizando os custos de ampliações e
reforços das redes.

15. As instalações vinculadas ao serviço público de transmissão, projetadas em conformidade


com as normas técnicas brasileiras ou, na sua falta, com as normas internacionais, devem ser capazes de
manter a continuidade do serviço prestado em regime normal de operação e durante emergências, não
colocando em risco vidas humanas ou a integridade dos equipamentos.

16. Por ser condição prevista nas normas técnicas, a suportabilidade a sobrecargas temporárias
em instalações de transmissão, decorrentes de situações de emergência no Sistema Interligado Nacional, é
inerente à prestação do serviço público de transmissão e condição necessária para atendimento aos
princípios da regularidade, continuidade, eficiência, segurança e modicidade das tarifas.

17. Em atendimento à Norma Técnica NBR 5422, de fevereiro de 1985, que fixa as condições
básicas para o projeto de linhas aéreas de transmissão de energia elétrica, com garantia de níveis mínimos
de segurança e limite de abrangência de perturbações que eventualmente incidam sobre a linha, verifica-se
que estão disciplinadas as condições de operação para Regime Normal de Operação das linhas de
transmissão no Brasil. O valor da corrente de projeto, obtido a partir da Temperatura de Projeto da referida
(Fls. 4 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

linha, em conformidade com a Norma, ou sua sucessora, será obtido pela metodologia do “Cálculo da
Capacidade Operativa de Longa Duração de Linhas de Aéreas de Transmissão Aéreas”, conforme descrição
sumária no Anexo A.

18. Adicionalmente, a partir do documento “Metodologia para Definição do Limite de


Carregamento de Linhas de Transmissão para Regime de Operação de Curta Duração” – com descrição
sumária no Anexo B, foram contempladas as condições caracterizadas na citada NBR como “operação em
emergência”, isto é, “situação em que a linha transporta corrente acima do valor nominal de projeto, durante
períodos de tempo considerados curtos em relação ao período anual de operação” ( item 3.5 da atual NBR
5422).

19. Essa metodologia contém uma proposta para operação de linhas de transmissão em Regime
de Curta Duração (Emergência), que contempla os limites de carregamento para qualquer classe de tensão
entre 69 e 750 kV, a qual permite uma utilização segura, pois conservativa, dos circuitos em operação no
Sistema Interligado Nacional.

20. A partir dos limites de carregamento obtidos por esta metodologia, a operação do sistema
poderá ser feita de forma flexível e segura, inclusive em condições de emergência. Os limites estabelecidos,
poderão, complementarmente, ser ainda reduzidos por outros fatores restritivos de caráter temporário
correspondentes a componentes e acessórios associados à função linha de transmissão e/ou fatores
restritivos de caráter sistêmico do tipo limite de estabilidade e nível de tensão, assim como por fatores
restritivos do tipo interferências na faixa de passagem, os quais necessitarão ser justificados pelas
transmissoras e suportados pelo correspondente laudo técnico elaborado pelo ONS.

21. Da mesma forma, a norma ABNT- NBR 5416, de julho de 1997, estabelece critérios e
condições de carregamento de transformadores de potência, em Regime de Operação de Longa e Curta
Duração, que permitem ao Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS coordenar de forma segura a
operação do sistema elétrico interligado. Este marco técnico é considerado como adequado para garantir a
operação dos transformadores de potência do sistema interligado brasileiro, e contempla os limites de
carregamento aos quais estes equipamentos das transmissoras podem ser operados em condições normais
de operação e em emergências. As diferentes condições de carregamento, para cada transformador,
conforme descritas em norma, deverão ser incorporadas aos Procedimentos de Rede, para os equipamentos
de transformação pertencentes à Rede Básica, e dispostas nos Contratos de Conexão para os
transformadores pertencentes às Demais Instalações de Transmissão.

22. Com relação à capacidade operativa de longa duração sazonal de linhas de transmissão, que
corresponde ao carregamento de linhas de transmissão para as condições verão-dia, verão-noite, inverno-dia
e inverno-noite, o ONS deverá estabelecer os valores correspondentes, através do desenvolvimento de
critérios compatíveis com estas condições operativas. As Instruções de Operação constantes dos
Procedimentos de Rede deverão incorporar estes valores sazonais de capacidade, de modo a possibilitar o
uso otimizado da Rede Básica. Até que sejam implementados estes procedimentos, as Instruções de
Operação, que dispõem sobre este tema, permanecerão vigentes.

23. Complementarmente, a Resolução no 247, de 13 de agosto de 1999, alterou as condições


gerais da prestação dos serviços de transmissão e contratação do acesso, compreendendo os Contratos de
(Fls. 5 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

Prestação de Serviços de Transmissão – CPST, Contratos de Uso do Sistema de Transmissão – CUST e dos
Contratos de Conexão à Transmissão- CCT.

24. Para efeito da administração da cobrança e da liquidação dos encargos referentes à


prestação dos serviços de transmissão da Rede Básica, em atendimento à regulamentação do art. 12 da
Resolução no 247, visando à cobrança de encargos sobre as indisponibilidades das instalações da Rede
Básica e ao carregamento de transformadores, faz-se necessário um referencial descritivo para o tratamento
das Funções Transmissão e seus respectivos Pagamentos Base.

25. Neste sentido, visando a utilização nos CPST, nas reclassificações de instalações da Rede
Básica, nos respectivos CCT e nos Procedimentos de Rede, ficam definidas e caracterizadas:

a) Funções Transmissão – FT, que correspondem às instalações de transmissão agrupadas


em conjuntos funcionais solidários, compreendendo o equipamento principal e os
complementares, definidas na Tabela I desta Nota Técnica.

CARACTERIZAÇÃO DAS FUNÇÕES TRANSMISSÃO

Tabela I

FUNÇÃO TRANSMISSÃO EQUIPAMENTO PRINCIPAL EQUIPAMENTOS


COMPLEMENTARES (*)
Linha de Transmissão Equipamentos das entradas de LT,
Reator em derivação e equipamento
Função LINHA DE
de compensação série, não
TRANSMISSÃO( LT)
manobráveis sob tensão, a ela
conectados.
Função TRANSFORMAÇÃO (TR) Transformador de potência e Equipamentos de conexão,
conversor de freqüência limitadores de corrente e de
aterramento de neutro, reguladores
de tensão e defasadores, associados
ao equipamento principal.
Função CONTROLE DE REATIVO Reator em derivação e Equipamentos de conexão e
(CR) compensador série manobráveis transformador de potência
sob tensão, banco de capacitor, associados ao equipamento principal.
compensador síncrono e
compensador estático.
Função MÓDULO GERAL (MG) Malha de aterramento, terreno, Equipamentos de conexão e aqueles
sistemas de telecomunicações, associados ao equipamento principal.
supervisão e controle comuns
ao empreendimento, cerca,
terraplenagem, drenagem,
(Fls. 6 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

grama, embritamento,
arruamento, iluminação do pátio,
proteção contra incêndio,
sistema de abastecimento de
água, esgoto, canaletas,
acessos, edificações, serviços
auxiliares, área industrial,
sistema de ar comprimido
comum às funções,
transformador de aterramento e
de potencial e reator não
manobrável sob tensão, de
barra, e equipamentos de
interligação de barra e
barramentos.
(*) São também aqui considerados todos os dispositivos de proteção, controle e medição e as instalações
associadas ao equipamento principal.

b) Pagamentos Base – PB, que correspondem a um duodécimo da parcela da Receita


Anual Permitida - RAP que cabe às instalações de transmissão que a compõem. Os Pagamento Base
correspondentes às Funções Transmissão definidas acima, são constituídos conforme descrição a seguir:

I – Para as instalações de transmissão abrangidas pelas Resoluções nº 166 e 167, de 31 de


maio de 2000, cujas receitas correspondentes estão incluídas nas parcelas denominadas RBSE e RCT:
rateio destas parcelas de receita de forma proporcional ao custo de reposição das instalações associadas,
conforme Nota Técnica SRT/ANEEL nº 024, de 16 de setembro de 2004;

II – Para as instalações de transmissão autorizadas por Resolução específica, cujas receitas


correspondentes denominam-se RBNIA ou RCDM: valor especificado na própria resolução ou, na falta deste,
rateio da RBNIA ou RCDM total de forma proporcional ao custo de reposição dos equipamentos autorizados;

III – Para as instalações de transmissão que tenham sido objeto de outorga de concessão,
mediante licitação: valores declarados pela concessionária de transmissão no CPST. Neste caso, será objeto
de fiscalização pela ANEEL a proporcionalidade dos valores informados.

26. Dados todos estes aspectos, apresentamos a seguir, as orientações para preenchimento dos
Anexos do CPST´s relativos a alocação de equipamentos, bem como seus respectivos PB, nas FT
caracterizadas pela Tabela 1, de forma a alterar, consolidar e /ou complementar todas as informações
amplamente tratadas pelos Ofícios Circulares mencionados nesta Nota Técnica, e promover os
esclarecimentos solicitados na CARTA ONS 526/200/2003:
(Fls. 7 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

I) Quanto ao tratamento a ser dado aos equipamentos reserva (transformadores, reatores, etc):

a) não devem constar nos anexos do CPST, mas os PB associados devem ser distribuídos
entre os equipamentos semelhantes localizados na mesma subestação. Por exemplo: um
grupo de reatores monofásicos (3+1) x 50 Mvar, cujo PB de cada unidade monofásica seja
R$ 100,00, deve ser representado no campo apropriado da FT como R$ 400,00, devendo
constar no campo "observações" que existe uma unidade reserva. Esta regra vale tanto
para reservas locais como regionais. A unidade reserva deverá ser alocada na subestação
constante da planilha.

II) Quanto ao tratamento a ser dado às instalações de usuários da Rede Básica cedidas por meio de Contrato
de Cessão de Uso – CCU à Transmissora, por força das Resoluções nºs 433/2000 e 489/2002 enquanto
vigentes; ou transferidas, de acordo com o disposto no §5º do art. 7º da Resolução nº 67 de 8 de junho de
1994:

a) Equipamentos cuja receita de O&M já foi definida – devem constar nos anexos do CPST
com os PB associados, alocando-os nas respectivas FT;

b) Às Conexões em terciários de transformadores que são usados para suprir carga e


equipamentos de controle de tensão ou somente equipamentos de controle de tensão – os
PB devem ser alocados na coluna “Bay ” da FT – Controle de Tensão do CPST, de acordo
com modelo que consta no exemplo anexado. Quando o terciário atender somente carga, o
PB da conexão será apropriado na FT Módulo Geral. A FT transformação deverá ser
representada independentemente de ser transformador de 2 ou 3 enrolamentos, por “bay
de” (enrolamento primário), “equipamento” e “bay para” (enrolamento secundário ou o de
maior potência);

c) Às Conexões exclusivas de equipamentos de compensação reativa (reatores de linha ou


de barra manobráveis, bancos de capacitores ou compensadores estáticos, série e
síncronos ) – os PB devem ser alocados para a coluna “Bay” da FT Controle de Tensão
do CPST, de acordo com modelo que consta no exemplo anexado;

d) Às Conexões de interligações de barra (IB) - estas deverão ter seu PB incluído na FT


Módulo Geral, exceto nos casos de arranjo tipo disjuntor-e–meio, onde o IB será
representado nas duas FT, sendo o PB do mesmo, para cada função, dividido por dois. Já
para a situação cuja propriedade das FT for de concessionárias distintas, o IB será
representado na FT correspondente à concessionária proprietária da referida instalação.

III) Quanto ao tratamento a ser dado às modificações e implementações de novos equipamentos em


instalações existentes, autorizadas por resoluções específicas:

Para os equipamentos e/ou Conexões remanejados – seus respectivos PB (RBNI) devem ser
alocados separadamente dos PB (RBSE) das FT correspondentes, somando os mesmos no final, conforme
disposto nos exemplos dos anexos D e E desta Nota Técnica.
(Fls. 8 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

a) Ressaltamos que essas FT (RBSE + RBNI) deverão estar contempladas na SE de


destino e desconsideradas da SE de origem. Da mesma forma, para o caso onde haja
remanejamento de Conexões com mudança de funções, os PB (RBSE + RBNI) deverão
estar alocados para coluna “Bay ...” das FT destino associadas;

b) Para os casos envolvendo a implementação de novos equipamentos ou dispositivos,


bem como complementações, modificações, substituição de componentes associados a
uma determinada função – igualmente ao item a), os respectivos PB (RBNI) devem ser
alocados separadamente dos PB (RBSE) das FT correspondentes, somando os
mesmos no final. Como exemplo, podemos citar a implementação de Equipamentos de
Proteção e Teleproteção na EL da SE, complementação de EL, CT, IB e de trecho de
linha, transposição de circuitos e recapacitação de LT, ampliação de Módulo Geral e
implementação de regulador de tensão em transformadores;

c) Para os casos envolvendo a implementação de equipamentos e/ou dispositivos de


atuação sistêmica, ou envolvendo várias funções – os PB respectivos devem ser
alocados, na disposição do modelo apresentado no item a, na FT Módulo Geral da SE
onde estão instalados. Como exemplo, podemos citar Equipamentos de Controle e
Segurança – ECS, Sistemas de Supervisão e Controle e proteção diferencial de barra.

27. Em decorrência do aprimoramento da regulamentação da transmissão, por meio da


publicação das Resoluções nºs 067 e 068 de 8 de junho de 2004, as planilhas constantes do Processo
48500.000610/99-22, citado na Resolução nº 166 de 31 de maio de 2000, foram revisadas e atualizadas
pelas transmissoras. Destas novas planilhas originaram-se as receitas e respectivas instalações, classificadas
como Rede Básica – RB, Rede Básica Fronteira – RBF e Demais Instalações de Transmissão – DIT,
relacionadas na Nota Técnica nº 24/2004 - SRT /ANEEL de 16 de setembro de 2004, e citadas na Resolução
nº 070, de 30 de junho de 2004.

28. Após a publicação da Resolução nº 070/2004, esta Agência disponibilizou em seu “site”,
motivada pela presente Nota Técnica, Nota Técnica nº 024/2004 e respectivos anexos, as Tabelas
individualizando as instalações de transmissão por concessionária, com respectiva parcela da Receita Anual
Permitida – RAP e encargos anuais de conexão associados, atualizados em conformidade com a Resolução
nº 070/2004, para que sejam preenchidos os Anexos I e II dos CPST´s, nos quais o duadécimo da RAP de
cada instalação corresponde ao respectivo PB.

29. O preenchimento dos referidos PB nos anexos dos CPST deverão estar em conformidade
com as funções descritas na Tabela I e com os valores que se originaram de planilhas conforme modelo
(anexos C, D e E) desta Nota Técnica, resultando nos anexos F e G (exemplos).

IV – DO FUNDAMENTO LEGAL

30. O parágrafo 1º do art. 6o da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, dispõe sobre o serviço
adequado ao pleno atendimento dos usuários, desde que satisfaça as condições de regularidade,
continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação, modicidade tarifária;
(Fls. 9 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

o parágrafo 2º do mesmo artigo, requer atualidade, contemplando a modernidade das técnicas e a


conservação do equipamento e das instalações, bem como a melhoria e expansão do serviço.

31 O inciso I do art 3º e o parágrafo 6º do art. 15 da Lei 9074, de 07 de julho de 1995, determina


a garantia da continuidade dos serviços públicos de transmissão prestados e a necessidade do
estabelecimento de critérios, pela ANEEL, para o cálculo do preço do serviço envolvido.

32. O Parágrafo único do art 9º da Lei nº 9648, de 27 de maio de 1998, atribui à ANEEL o
estabelecimento das condições gerais de contratação do acesso e uso dos sistemas de transmissão e
distribuição de energia elétrica; os incisos IV e V do artigo 7º do Decreto nº 2655, de 2 de julho de 1998,
determinam à ANEEL o estabelecimento das condições gerais de acesso e uso dos sistemas de distribuição
e transmissão, com vistas a induzir a utilização racional dos sistemas e a minimização dos custos de
ampliação ou utilização dos sistemas elétricos.

33. Os parágrafos 2o e 3º do Art. 6º do Decreto 2655, de 02 de julho de 1998, determinam a


disponibilização das instalações e equipamentos considerados integrantes da Rede Básica de Transmissão
para o Operador Nacional do Sistema Elétrico, mediante Contratos de Prestação de Serviços de Transmissão
– CPST´s, e as demais instalações de transmissão, não integrantes da Rede Básica, diretamente aos
acessantes interessados, contra o pagamento dos encargos correspondentes.

34. Os incisos I e II do Art 3º do Anexo I do Dec. nº 2335, de 06 de outubro de 1997, determinam


à ANEEL proporcionar condições favoráveis para o desenvolvimento do mercado de energia elétrica,
prevenindo potenciais conflitos entre agentes do setor de energia elétrica e demais agentes da sociedade,
bem como regulando e fiscalizando com vistas ao atendimento das necessidades dos consumidores e ao
pleno acesso aos serviços de energia elétrica.

35. Os incisos VII e XVI do Art 4º do Anexo I do Dec 2335, de 06 de outubro de 1997,
determinam à ANEEL aprovar metodologias e procedimentos para otimização da operação dos sistemas
interligados, e estimular a melhoria do serviço prestado, zelando pela sua qualidade.

V – DA CONCLUSÃO

36. Diante do exposto e considerando os documentos do ONS intitulados “Metodologia para


Determinação da Capacidade Operativa de Longa Duração de Linhas Aéreas de Transmissão” e
“Metodologia para definição do Limite de Carregamento de Linhas de Transmissão para Regime de Operação
de Curta Duração”, anexados a esta Nota Técnica, apresentamos a minuta de Resolução, em anexo,
recomendando que seja submetida à Audiência Pública para incorporar, nos respectivos instrumentos
regulatórios referentes aos serviços de transmissão, os procedimentos dispostos na mesma.
(Fls. 10 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

VI - DA RECOMENDAÇÃO

37. Recomendamos, em consonância com o detalhamento exposto nos itens anteriores, que
seja aberta audiência pública, para que os agentes e os setores da sociedade interessados neste tema,
mediante elementos complementares aos identificados nesta Nota Técnica, contribuam para o aprimoramento
deste ato regulamentar, que disciplina os requisitos de qualidade pretendidos.

ROBERTO KNIJNIK REINALDO DA CRUZ GARCIA


Matrícula 2282009 Matrícula 1282006

De acordo:

DAVI ANTUNES LIMA


Superintendente de Regulação dos Serviços de Transmissão
(Fls. 11 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

Anexo A

Cálculo da Capacidade Operativa de Longa Duração


de Linhas Aéreas de Transmissão
(descrito de forma completa no Processo nº 48500.002105/04-78)

i) Este modelo está baseado nos trabalhos de Vincent Morgan, Norma 738 do IEEE e
Recomendações do WG 22-12 do CIGRÉ.
ii) Entende-se como Ampacidade de uma Linha de Transmissão com condutores aéreos, a
sua capacidade de carregamento em períodos de longa duração, com os condutores
submetidos às condições geo-ambientais específicas.
iii) O modelo desenvolvido utiliza a equação clássica do equilíbrio térmico: todo o calor
recebido (ganho) é igual ao calor perdido (perda).

iv) Os termos usados nas equações adiante estão definidos nas legendas abaixo.

Pc Perda de calor por convecção (W/m)


Pr Perda de calor por radiação (W/m)
Qs Ganho de calor por aquecimento solar (W/m)
Qc Ganho de calor por efeito Joule (W/m)
RTc Resistência elétrica do condutor na temperatura Tc ( /m)
N Número do dia do ano
HL Hora local
V Velocidade do vento (m/s)
Ta Temperatura ambiente (oC)
Tc Temperatura do condutor (oC)
IB Radiação direta normal (W/m2)
Id Radiação difusa (W/m2)
IT Radiação global (W/m2)
I Corrente de projeto (ampacidade) (A)
R25 Resistência elétrica do condutor a 25oC( /m)
R75 Resistência elétrica do condutor a 75oC( /m)
D0 Diâmetro do cabo (m)
DF Diâmetro dos fios de alumínio da camada externa (m)
E Coeficiente de emissividade do condutor
s Coeficiente de absorção do condutor
Hg Altitude do condutor (m)
Latitide do condutor (o)
LG1 Longitude do condutor (o)
LG Longitude legal (o)
(Fls. 12 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

L Ângulo de azimute do condutor (o)


Inclinação do condutor com a horizontal (o)
F Refletância da superfície (albedo)
CN Medida da transparência da atmosfera
RR Rugosidade do cabo (Morgan)
Tf Média entre as temperaturas do condutor e do ar (o)
f Condutividade térmica do ar na temperatura Tf (W/m.K)
f Viscosidade cinemática do ar na temperatura Tf (m2/s)

Re Número de Reynolds
s Ângulo de declinação solar (o)
Z Ângulo horário (o)
S Ângulo de azimute solar (o)
Ângulo entre condutor e raio solar (o)
Hs Ângulo de altura solar (o)

1.Equação de equilíbrio térmico no condutor:

Q j + Qs = Pc + Pr (1.1)
Q j = Pc + Pr − Qs

2. Cálculo de Qj :

Q j = R Tc * I 2 (2.1)

Para a determinação de RTc deve-se utilizar o modelo previsto na norma IEEE 738, que
calcula a resistência elétrica do condutor por interpolação linear entre as resistências a 25 e 75º.C. Este
modelo apresenta resultados praticamente iguais ao modelo de cálculo proposto por Morgan, e permite
apresentar dados de resistência constantes da bibliografia Transmission Line Reference Book 345 kV and
above.

(Tc − 25)
R Tc = R25 + * ( R75 − R25 ) (2.2)
(75 − 25)

3. Cálculo de Pc :

Pc = π * λ f * (Tc − Ta ) * Nu (3.1)

λ f = 2,42 * 10 −2 + 7,2 *10 −5 * T f (3.2)


(Fls. 13 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

Tc + Ta
Tf = (3.3)
2

Determinação de Nu (método de Morgan):

Nu = B2 * Re m2 (3.4)

D*V
Re = (3.5)
υf

υ f = 1,32 * 10 −5 + 9,5 *10 −8 * T f (3.6)

Na equação 3.4, os valores de B2 e m2 são obtidos a partir da tabela a seguir:


Faixa de Rugosidade Faixa de Re B2 m2
0,05< RR < 0,718 100 < Re < 2650 0,641 0,471
RR < 0,05 2650 < Re < 50 000 0,178 0,633
0,05< RR< 0,718 2650 < Re < 50 000 0,048 0,800

Sendo a rugosidade calculada uma função do diâmetro do cabo e do diâmetro do tento de alumínio:
d
RR = (4.1)
2 * (D − d)

4. Cálculo de Pr :

Pr = σ * ε * π * D * (Tc 4 − Ta 4 ) (4.2)

onde σ = 5,67 x 10-8 (constante de Stefan-Boltzmann) e = 0,5, conforme recomendação do CIGRÉ

5. Cálculo de Qs:
π ξ π ξ
Qs = a s * D * {I B * [sen(η ) + * F * sen( Hs ) * cos 2 ( )] + * I d * cos 2 ( ) * (1 + F )} (5.1)
2 2 2 2

Cálculo de IB e Id :
[
I B = CN * I B 0 + 1,4 * 10 −4 * Hg * (1353 − I B 0 ) ] (5.2)

IB = valor corrigido da radiação ao nível da LT. Corresponde ao valor da radiação padrão ao nível do mar,
corrigida conforma a altitude da linha e a transparência da atmosfera.

sen( Hs )
I B 0 = 1280 * (5.3)
sen( Hs ) + 0,314

IB0 = Valor da Radiação Padrão ao nível do mar, (sem considerar efeito de turbidez ou poeira no ar).
(Fls. 14 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

Alteração no modelo:
Utilizar o valor da radiação incidente global na altura da LT, obtido através de medição. Este
valor já engloba todas as possíveis correções, e resulta em correção zero para a altitude da LT. Caso não se
tenham valores medidos, deverá ser utilizado o valor de 1000W/m em conjunto com CN. A equação
resultante é:
I B = I B0 (5.4)

Esta alteração leva o ganho de calor por aquecimento solar a:

Qs = αs * D * I B (5.5)
onde s = 0,5, conforme recomendação do CIGRÉ

6. Ampacidade

Com os valores de Pc, Pr e Ps calculados, bem como o valor de RTc, calcula-se a ampacidade a partir
da equação:

Qc + QR − QS
I= (6.1)
RTC

A formulação matemática completa deste Modelo, assim como a forma de consideração dos
parâmetros necessários para o referido cálculo, está descrita em Nota Técnica no processo número
48500.002105/04-78 e disponível na ANEEL, mediante solicitação.
(Fls. 15 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

Anexo B

METODOLOGIA PARA DEFINIÇÃO DO LIMITE DE CARREGAMENTO


DE LINHAS DE TRANSMISSÃO EM REGIME DE CURTA DURAÇÃO
(descrito de forma completa no Processo nº 48500.002105/04-78)

1. Conceituação de Emergência

1.1 A definição de operação em emergência encontra-se no item 3.5 da atual NBR 5422: “situação em que a
linha transporta corrente acima do valor nominal do projeto, durante períodos de tempo considerados curtos
em relação ao período anual de operação”.

1.2 As condições de emergência são conceituadas no item 10.4 da NBR 5422. Segundo este item, as
condições de emergência devem obedecer aos seguintes critérios:
a) Ter duração inferior a 4 dias, e
b) O somatório das emergências em base anual não deve exceder a 5% do total de horas
em regime normal de operação (aproximadamente 432 horas).

2.. Delimitação da Condição de Emergência

O carregamento de linhas de transmissão – LT´s, nesta condição, não deve violar os


dispositivos contidos na NBR 5422. Assim, os condicionantes a serem observados na definição dos limites de
carregamento de curta duração são:
a) A corrente em condição de emergência deve ser um valor superior à corrente normal,
limitada em sua duração; e
b) As distâncias de segurança em condições de emergência devem ser respeitadas durante
a operação nestas condições.

3. Temperatura Máxima nos Cabos Condutores

O carregamento na LT, associado a um conjunto de variáveis meteorológicas, onde


predominam a temperatura ambiente, a velocidade e direção do vento e a radiação solar, deve levar os
condutores de uma LT a operarem em uma temperatura estável, desenvolvendo uma determinada flecha, e,
conseqüentemente, uma distância vertical para o solo ou elementos conflitantes sob os condutores (máquinas
agrícolas, pessoas, veículos, etc).
A temperatura máxima admissível nos cabos condutores está definida na seção 5.2.2 da
NBR 5422.

4. Metodologia

O projeto de uma LT deve considerar a operação em regimes de curta duração, chamados


de “operação em emergência”, nos quais se admite uma redução nas distâncias de segurança verticais.
(Fls. 16 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

Esta metodologia define fatores multiplicativos para o cálculo dos valores dos limites de
corrente em regimes de operação de curta duração de forma conservativa e embasados na atual NBR5422.
Está sendo considerada, para todas as classes de tensão, a menor redução da distância de
segurança vertical para o solo admitida na NBR 5422, para regiões accessíveis apenas a máquinas agrícolas
determinada para as LTs da classe de 230 kV, (igual a 0,59 m, representativo do pior caso, já que todas as
demais são superiores a 1,0 m).
Este valor está associado a um aumento de temperatura nos cabos condutores e,
conseqüentemente às correntes máximas admissíveis, considerando as condições ambientais determinadas
para o regime de longa duração (o que torna ainda mais conservativo o resultado). Na Figura 1 este
encadeamento é ilustrado.

Figura 1: metodologia

Longa Duração Corrente de Curta


(Regime Normal) Duração
TA – V – RS
Corrente Longa Duração
Temperatura
de Curta Duração

Temperatura
de Projeto Mantendo TA – V – RS

Distâncias de Distâncias de
Segurança Segurança
Longa Duração (Regime de Emergência)

Redução de Distância
Admitida em Norma

onde,
TA = Temperatura Ambiente
V = Velocidade do Vento, e
RS = Radiação Solar.

4.1 Utilizando-se este modelo, foi determinado o aumento de temperatura associado à redução das distâncias
de segurança verticais em 0,59 m, obtendo-se um valor de 16,4 ºC superior ao considerado para o projeto da
LT. Este valor definiu o valor da corrente a considerar na Operação em Regime de Curta Duração
(emergência).

4.2 O fator multiplicativo (fator de sobrecorrente) é obtido pela relação entre os dois valores de corrente, o de
Curta Duração e o de Longa Duração, determinados através de simulação, para diversos tipos de cabos
condutores e diversas temperaturas de projeto.
(Fls. 17 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

4.3 Considerando a necessidade da metodologia abranger todas as LT´s do sistema elétrico brasileiro e a
inexistência de determinações para o estabelecimento das distâncias de segurança para LT´s de classes de
tensão superiores a 230 kV na NBR 5422, foi efetuada uma análise adicional baseada nos seguintes pontos
principais:
a) A NBR 5422, em seus itens 3.5 - caracterizador do regime de operação em emergência
e 5.2.2.1 - que determina a verificação da ocorrência de temperaturas superiores à de
projeto, estabelecem a existência de correntes de emergência independentemente da
classe de tensão da LT ;
b) O National Electrical Safety Code - NESC, em sua edição 2002, extensamente utilizado
no projeto de Linhas de Transmissão em nível mundial, permite o uso de distâncias
reduzidas de segurança, conforme as tabelas 232-3 e 232-4 do documento NESC ;
c) Com base nestas tabelas e dados típicos relativos às classes de tensão superiores a 230
kV, determinaram-se as distâncias de segurança, aplicando-se o modelo apresentado na
figura 1;

Os valores de redução de distâncias de segurança obtidos através desta metodologia


resultaram, para as classes de tensão superiores a 230 kV, em valores superiores ao de 0,59 m proposto, o
que torna o uso deste limite, ainda mais conservativo.

4.4 Considerando, finalmente que além das distâncias de segurança, nenhum outro fator envolvido no cálculo
era função da classe de tensão da LT, pode-se concluir que os fatores multiplicativos (fatores de
sobrecorrente) determinados para a operação das LT´s em regime de Operação de Curta Duração
(Emergência) para as LTs de classe de tensão até 230 kV, pode ser estendido para todas as classes de
tensão de forma conservativa.

5. Conclusão

Com base nos resultados obtidos, são estabelecidas as seguintes determinações para a
operação em Regime de Curta Duração (Emergência):

a)Os limites de carregamento das LTs de qualquer classe de tensão entre 69 e 750 kV, para
operação em regimes de curta duração, serão dados pelos limites de carregamento para o
regime normal de operação, multiplicados pelo fator multiplicativo (fator de sobrecorrente),
conforme a Temperatura de Projeto, de acordo com a tabela a seguir:

Temperatura de Projeto (Graus Celsius)


50 55 60 64 65 70 75 80 90
Fator 1,42 1,33 1,26 1,24 1,23 1,19 1,17 1,15 1,12

b)Estes fatores independem da bitola dos condutores utilizados ou do seu tipo (AAC, ACSR
ou ACAR);
(Fls. 18 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

c) Caso uma LT tenha distâncias de segurança verticais para operação em regime de


emergência (curta duração) definidas por outra norma que não a NBR 5422, o fator deverá
ser determinado para o abaixamento da flecha permitido pela Norma utilizada e para as
situações em que a LT atravesse local accessível a máquinas agrícolas, e adotando a
mesma metodologia expressa neste documento. Neste caso, o proprietário da LT deverá
anexar memória de cálculo mostrando como foi determinado o valor de corrente definido
para a operação em regimes de curta duração;

d)os valores de fatores multiplicativos acima definidos devem ser considerados como valores
mínimos, independentemente de qualquer outra condição de projeto ou operação.

A formulação completa deste Modelo, está descrita no documento específico constante do


processo número 48500.002105/04-78, e disponível na ANEEL, mediante solicitação.
(Fls. 19 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

Anexo C – Modelos para suporte ao preenchimento dos Anexos I e II do CPST

1 – Planilhas de uma Concessionária fictícia contendo instalações de transmissão da Rede Básica com seus respectivos PB.

Instalações de conexões da Rede Básica existentes (RBSE)


SUBESTAÇÃO MÓDULO
USUÁRIO QTD EQUIPTO TENSÃO TIPO Pagamento Base INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
COD NOME (R$)
1 PATOS RB 1 MGM 230 BPT 38.339,21
1 PATOS RB 2 EL 230 BPT 17.595,64
1 PATOS RBF 2 CT 230 BPT 14.495,52 Distribuidora conectada DISCOR
1 PATOS RB 1 IB 230 BPT 5.100,89
1 PATOS RBF 3 CT 69 BPT 5.741,24 Distribuidora conectada DISCOR
Distribuidora conectada DISCOR. Conexão do terciário do Trafo nº 2 p/ serviços
1 PATOS RBF 1 CT 13 BPT 904,75 auxiliaresreserva do banco 230/69 kV
1 PATOS RBF 1 IB 69 BPT 1.074,20 Distribuidora conectada DISCOR
1 PATOS RBF 2 CT 13 BPT 1.809,50 Distribuidora conectada DISCOR. 1 CT é do CH
1 PATOS RBF 1 IB 13 BPT 653,18 Distribuidora conectada DISCOR
2 PORÃ RBF 1 CT 230 BPT 7.247,76 CT disponível para futura instalaçao do Trafo 230/69 kV (DISCOR se conectará)
2 PORÃ RB 1 CT 230 BPT 7.247,76 Conexão do Compensador Síncrono
2 PORÃ RB 1 CT 13 BPT 904,75 Conexão do Compensador Síncrono
3 SOLAR RB 1 MGG 500 DJM 50.000,00
3 SOLAR RB 1 IB 500 DJM 9.000,00
3 SOLAR RB 1 EL 500 DJM 12.000,00
3 SOLAR RB 1 CT 500 DJM 9.500,00 conexão do trafo 500/230 kv
3 SOLAR RB 1 CT 230 BD 8.000,00 conexão do trafo 500/230 kv
3 SOLAR RB 1 CT 500 DJM 9.500,00 Conexão do Reator de Barra
TOTAL 199.114,40

LEGENDA: SIGLA

DISCOR - Distribuidora DC
TRANSCOR - Transmissora TC
Rede Básica Sistêmica RB
Rede Básica Fronteira RBF
(Fls. 20 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

Anexo D – Modelos para suporte ao preenchimento dos Anexos I e II do CPST

Equipamentos de transformação e compensação reativa da Rede Básica existentes (RBSE)


Subestação Primário Secundário Potência Pagamento INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
COD. Nome USUÁRIO Unid. Equip Fases (kV) (kV) (MVA) LTC? TERC? Base (R$)
1 PATOS RBF 1 T 3 230 69 100 S S 13.179,43 Distr. Conect. DISCOR com terciário atendendo os serv. Auxil.
1 PATOS RBF 4 T 1 230 69 100 S N 14.000,00 Distr. Conect. DISCOR. 3 unidades + 1 reserva
1 PATOS RBF 1 T 3 69 13 26,6 S N 2.838,79 Distribuidora conectada DISCOR
1 PATOS RBF 1 CH 3 13 7,2 N N 1.070,05 Distribuidora conectada DISCOR
2 PORÃ RB 1 CS 3 13 50 14.000,00 Compensador Síncrono
2 PORÃ RB 1 T 3 230 13 60 S N 12.000,43 Conexão do Compensador Síncrono
3 SOLAR RB 1 AT 3 500 230 250 S S 23.000,00
3 SOLAR RB 1 RB 3 500 150 14.000,00
3 SOLAR RB 1 RL 3 500 150 14.500,00
TOTAL 108.588,70
LEGENDA: SIGLA

DISCOR - Distribuidora DC
TRANSCOR - Transmissora TC
Rede Básica Sistêmica RB
Rede Básica Fronteira RBF

Linhas de Transmissão da Rede Básica existentes (RBSE)


(Fls. 21 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

Tipo
Comp. Tensão INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Linha USUÁRIO (km) (kV) Circuito Estrutura Condutor Pagamento Base (R$)
FRITEL / PATOS RB 37,5 230 CD AR 636.0 44.283,26
TOTAL 44.283,26

LEGENDA: SIGLA

DISCOR - Distribuidora DC
TRANSCOR - Transmissora TC
Rede Básica Sistêmica RB
Rede Básica Fronteira RBF
(Fls. 22 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

Anexo E – Modelo para suporte ao preenchimento dos Anexos I e II do CPST

Novas instalações de transmissão da Rede Básica, autorizadas por Resoluções específicas (RBNI)
Receitas
Data Data Início Anuais para o PAGAMENTO
Reclassificação Estabelec Receita Anual
Empreendimento Referência da Operação ciclo 2004-2005 BASE R$
Usuário/Concessionária e Rec Permitida (R$) com RGR
de Preços Comercial
1/6/2003 1/6/2003
RB TRANSCOR SE Peseta II - implantação de 1 IB 230 kV 428/2002 230.727,55 01/06/2002 15/12/2002 311.653,32 25.971,11
construção do segundo trecho de linha da LT
RB TRANSCOR 230 kV, Gertel - Lagos / Peseta II, 400 km 428/2002 4.702.820,38 01/06/2002 15/12/2002 6.352.295,47 529.357,96
SE Peseta II - implantação de 1 EL, 230 kV,
RB TRANSCOR para a LT 230 Gertel - Lagos / Peseta II 428/2002 395.560,19 01/06/2002 15/12/2002 534.299,63 44.524,97
SE Gertel - implantação de EL em 230 kV,
RB TRANSCOR para a LT 230 kV, Gertel - Lagos / Peseta II 428/2002 393.924,32 01/06/2002 15/12/2002 532.089,99 44.340,83

TOTAL 644.194,87
LEGENDA: SIGLA

DISCOR - Distribuidora DC
TRANSCOR - Transmissora TC
Rede Básica Sistêmica RB
Rede Básica Fronteira RBF
(Fls. 23 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

Exemplos para preenchimento dos Anexos I e II do CPST


Anexo F – Anexo I do CPST: Descrição das Funções de Transmissão – FT pertencentes à Rede Básica, Pagamentos Base – PB e Capacidade
ANEXO I AO CPST Nº 000/0000 – TRANSCOR (EXEMPLO)
DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES DE TRANSMISSÃO PERTENCENTES À REDE BÁSICA, PAGAMENTOS BASE E CAPACIDADES OPERATIVA
FUNÇÃO DE TRANSMISSÃO PAGAMENTO BASE (R$) CAPACIDADE DISTRIBUIDORA/
FATOR LIMITANTE CAPACIDADE FATOR LIMITANTE
OPERATIVA DE CAPACIDADE DE DATA DE
SE/LT Descrição dos Equipamentos RBSE RBNI DE LONGA OPERATIVA DE CURTA DE CURTA OBS.
SOMA LONGA DURAÇÃO PROJETO (A) RECLASSIFICAÇÃ
DURAÇÃO DURAÇÃO (A) DURAÇÃO
Origem Destino RBSE RBNI BAY DE EQUIP. BAY PARA BAY DE EQUIP. BAY PARA (A) O DA FT

FUNÇÃO: LINHAS DE TRANSMISSÃO

FRITEL PATOS LT 230 kV , Circuito nº 1, 37,5 km 0,00 22.141,63 8.797,82 0,00 0,00 0,00 30.939,45
FRITEL PATOS LT 230 kV , Circuito nº 2, 37,5 km 0,00 22.141,63 8.797,82 0,00 0,00 0,00 30.939,45
LT 230 kV, Circuito nº 2, 400 km e 2
GERTEL -LAGOS PESETA II EL´S 230 kV 0,00 0,00 0,00 44.340,83 529.357,96 44.524,97 618.223,76

Foi somado 1/2 do IB DJM na FT


FRITEL SOLAR (5) (6) 0,00 0,00 31.000,00 0,00 0,00 0,00 31.000,00
E 1 RL não manobrável.
LT 500 kV, CS, 300 km
SUB TOTAL 711.102,66

FUNÇÃO: TRANSFORMADOR

T nº 1, 230/69 kV, 1 F, 3x100 MVA


PATOS (1) 7.247,76 14.000,00 1.913,75 0,00 0,00 0,00 23.161,51 DC/ 20.12.03 há Trafo reserva.
+ reserva
O terciário atende os serviços
PATOS (2) T nº 2, 230/69/13 kV, 3 F, 100 MVA 7.247,76 13.179,43 1.913,75 0,00 0,00 0,00 22.340,93 DC/ 20.12.03
auxiliares da SE
T nº 3, 69/13/13 kV, 3 F, 26,6 O terciário conecta banco de
PATOS (3) 1.913,75 2.838,79 904,75 0,00 0,00 0,00 5.657,29 DC/ 20.12.03
MVA capacitores
CT 230 kV (disponível
PORÃ (4) para o Trafo a ser 7.247,76 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7.247,76 CT reserva
instalado)
AT 500/230 kV, 3F, 250
SOLAR (5) 14.000,00 23.000,00 8.000,00 0,00 0,00 0,00 45.000,00
MVA
SUB TOTAL 103.407,49

FUNÇÃO: MÓDULO GERAL

PATOS MGM 230 kV, arranjo BPT 38.339,21 0,00


PATOS 1 IB 230 kV, arranjo BPT 5.100,89 0,00
PATOS 1 IB 69 kV, arranjo BPT 1.074,20 0,00 DC/ 20.12.03
1 IB 13 kV, arranjo BPT 653,18 0,00 46.072,23
conexão do terciário do trafo nº
2 230/69/13 kV que atende os
PATOS 1 CT 13 kV, arranjo BPT 904,75 DC/ 20.12.03
serviços auxiliares da SE
PATOS
PESETA II MG 230 kV 0,00 0,00
25.971,11
PESETA II (7) 1 IB 230 kV, arranjo BPT 0,00 25.971,11
SOLAR MGG 500 kV 50.000,00 0,00 50.000,00
122.043,34
936.553,48

(1) SE PATOS - com exemplo de banco de Trafos monofásicos + Reserva


(2) SE `PATOS - Trafo com terciário atendendo somente os serviços auxiliares da SE
(3) SE PATOS - Trafo com terciário conectando banco de capacitores - CH
(4) SE PORÃ - para exemplificar o caso do subitem e), do item 4 do Ofício Circular
(5) LT 500 kV FRITEL - SOLAR - com exemplo do 1/2 do IB DJM somado a FT
(6) LT 500 kV FRITEL - SOLAR - com exemplo do RL não manobrável ino terminal da SE SOLAR
(7) SE PESETA II - exemplo de inclusão da instalação RBNI somada ao RBSE.

LEGENDA: SIGLA:

DISCOR - Distribuidora DC
TRANSCOR -
Transmissora TC
Rede Básica
Sistêmica RB
Rede Básica
Fronteira RBF

.
(Fls. 24 da Nota Técnica n° 028/2004-SRT/ANEEL, de 07/12/2004).

Anexo G – Anexo II do CPST: Descrição das Funções de Transmissão – FT pertencentes à Rede Básica, Pagamentos Base – PB e Capacidade Operativa.

ANEXO II AO CPST Nº 000/0000 – TRANSCOR (EXEMPLO)


DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES DE TRANSMISSÃO CONTROLE DE TENSÃO PERTENCENTES À REDE BÁSICA, PAGAMENTOS BASE E CAPACIDADES OPERATIVA

FUNÇÃO DE TRANSMISSÃO PAGAMENTO BASE (R$) DISTRIBUIDORA/


CAPACIDADE FATOR
CAPACIDADE DE DATA DE
OPERATIVA LIMITANTE OBS.
PROJETO (Mvar) RECLASSIFICAÇÃO
Descrição dos Equipamentos RBSE RBNI (Mvar) (Mvar)
SE SOMA DA FT
RBSE RBNI BAY EQUIP. BAY EQUIP.
com conexão do
DC/ 20.12.03 terciário do trafo nº
PATOS CH 13 kV, 3 F, 7,2 Mvar 904,75 1.070,05 0,00 0,00 1.974,80 3 69/13/13 kV
Conexão
compreende Trafo
PORÃ 1 CS 13 kV, 3F, 50 Mvar 20.152,94 14.000,00 0,00 0,00 34.152,94 e CT´s
SOLAR 1 RB 500 kV, 3F, 150 Mvar 9.500,00 14.000,00 0,00 0,00 23.500,00
59.627,74

Legenda: Sigla
DISCOR - Distribuidora DC
TRANSCOR - Transmissora TC
Rede Básica Sistêmica RB
Rede Básica Fronteira RBF

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