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Sinovite transitória do quadril

Artrite séptica
Osteomielite

Dr Marcio Cunha
Sinovite transitória do Quadril

• “É a principal causa de claudicação na criança!”

• Principal diagnóstico diferencial para artrite


séptica

• Acomete principalmente crianças com idade


entre 3 e 8 anos.
Sinovite transitória do Quadril

• Quadro clínico:
– Início rápido
– Dor quadril, coxa ou joelho
– Limitação da mobilidade
– Claudicação
– Antecedente de infecção de vias aéreas
recente
Sinovite transitória do Quadril

• Diagnóstico diferencial para artrite séptica:

– Raramente temperatura > 38 graus


– Estado geral preservado
– Exames laboratoriais normais
– RX normal
– USG: + (sem debris)
Sinovite transitória do Quadril

• Diagnóstico:

– Clínico
– Punção articular às vezes se faz necessária
• Leucócitos < 5000 a 15000/mm3, com 25%PMN
Sinovite transitória do Quadril

• Tratamento;
– Repouso
– Analgesia
– Descarga
– Alívio da dor ocorre em média de 10 dias
Não deixa sequelas!!!!!!
Osteomielite Hematogênica

• Definição: Infecção do osso


• Pode se manifestar de 2 formas:

– Aguda (metafisária)

– Subaguda (qualquer localização óssea)


Osteomielite Hematogênica Aguda

• Epidemiologia:

– Mais comum na primeira década


– Levemente predominante no sexo masculino
– Secundária a bacteremia.
Osteomielite Hematogênica Aguda

• Somente acomete área


metafisária dos ossos
longos

1. Fêmur distal
2. Tíbia proximal
3. Úmero proximal
Osteomielite Hematogênica Aguda
• Fisiopatologia

– Teoria vascular: (teoria de Hobo)

• Artérias nutrientes terminais  sinusóides


venosos
• Região com baixa velocidade de fluxo
• Poucas células de defesa
• Multiplicação de bactérias
Osteomielite Hematogênica Aguda

• Fisiopatologia

– Anatomia Celular:
• Região metafisária tem menos células do
sistema retículo endotelial
• O nicho infeccioso é na região metafisária
Osteomielite Hematogênica Aguda
Osteomielite Hematogênica Aguda

• Fisiopatologia

– Anatomia Celular:
• Cortical metafisária é mais fina
• Metáfises intra-capsulares
• No recém-nato os vasos metafisários
atravessam a placa fisária podendo causar
artrite séptica secundária (Artromielite)
Osteomielite Hematogênica Aguda
Osteomielite Hematogênica Aguda

• Fisiopatologia

– Traumática
• Apenas o trauma não causa osteomielite
• Deve existir associada uma bacteremia!!
Osteomielite Hematogênica Aguda

• Principais germes:

– Staphylococcus aureus – (60 a 90%)


– Streptococcus – (20 a 50% RN )
– Gran negativos – (5% RN)
Osteomielite Hematogênica Aguda

• Diagnóstico
– Anamnese:
• História de bacteremia(apenas 30%)
• Identificar porta de entrada
• Trauma: retarda o diagnóstico
– Começou a claudicar logo após o trauma?
Osteomielite Hematogênica Aguda

• Diagnóstico

– Exame Físico
• Sinais gerais
• DOR METAFISÁRIA (PRESSÃO DIGITAL)
• Dor óssea que piora com a movimentação do membro
• Febre
• Recusa de apoio do membro
• Sinais flogísticos locais (CELULITE)
• RN:
– Irritabilidade e recusa alimentar
– febre pode estar ausente
– Pseudoparalisia
Osteomielite Hematogênica Aguda

• Diagnóstico

– Exames Laboratoriais:
• Hemograma
• VHS
• PCR
• Hemocultura ( 40% dos casos)
• Gram imediato
• Aspirado ósseo e biópsia.
Osteomielite Hematogênica Aguda

• Diagnóstico
– RX
• Essencial principalmente para avaliar diagnósticos
diferenciais
• Primeiros dias: edema de partes moles (Celulite).
• 5- 7 dias: desmineralização metafisária leve e aumento
de partes moles
• 10 a 15 dias: periostite (formação de camadas de osso
lamelar por aposição – “ casca de cebola”)
• >15 dias: nova formação óssea
subperiosteal(Involocrum)
• Seqüestro ósseo(OMC).
Rx simples tardio
Cintilografia

Hipercaptação

Hipocaptação
(abscesso)
RM
Osteomielite Hematogênica Aguda

• Diagnóstico Diferencial

– Contusão (eleva PCR , mas não o VHS)


– Sinovite transitória quadril
– Leucemia(Hemograma)
– Sarcoma de Ewing(biópsia)
Osteomielite Hematogênica Aguda

• Fase áurea do tratamento é a fase de


celulite.(Primeiras 48 h)
• Tentar identificar o germe através de
punção óssea e hemocultura antes de
iniciar antibioticoterapia.
• Não melhora após 72h de tratamento=
drenagem cirúrgica
Osteomielite Hematogênica Aguda

• Tratamento

– Antibioticoterapia:

• 0-2 m: oxacilina + gentamicina

• 3 m – 5a: oxacilina + cefalo 2

• > 5 a: oxacilina
Osteomielite Hematogênica Aguda

• Tratamento

– Antibiótico venoso X oral

• Início sempre venoso (mínimo 10 dias)


• Oral até completar 6 semanas
• Troca do antibiótico venoso para o oral depende
dos parâmetro clínicos e do declínio do PCR
Osteomielite Hematogênica Aguda

• Complicações

– Septicemia
– Artrite séptica
– Osteomielite Crônica
– Destruição da placa fisária
– Fratura patológica (Sempre imobilizar o
membro drenado).
Osteomielite Hematogênica Aguda

Complicações
Osteomielite Hematogênica Aguda
Resumo

• Infeçcão óssea grave


• Diagnóstico é principalmente clínico
• Sempre tentar isolar o germe
• S.aureus principal agente
• Tratamento precoce é crucial
Artrite Séptica

• Infecção bacteriana da articulação

bactéria sinovial

• primariamente por via hematogênica - bacteremia


• secundariamente a uma OAH - metáfise(intra-articular
como: ombro,quadril,tornozelo,cotovelo) ou epífise
• outras formas de contaminação articular
Artrite Séptica

AS - Fatores predisponentes

• Trauma (?)
• Fatores relacionados a resistência do hospedeiro
– Desnutrição
– Imunodeficiência
Artrite Séptica

O tecido sinovial é único


• Não tem membrana basal
• Secreta um fluido que é um filtrado do
sangue

Ambiente articular - excelente meio de cultura para o


desenvolvimento de bactérias
Artrite Séptica

Processo inflamatório é uma “faca de dois gumes”

• Procura eliminar a bactéria


• Promove a destruição articular

Perda de glicosaminoglicanos – (antes de 8 horas


após o início da infecção)
Destruição do colágeno (ao redor do 9º dia)
Artrite Séptica

Diagnóstico

• Anamnese
• Quadro clínico
• Quadro laboratorial
• Diagnóstico por imagem
Artrite Séptica

Anamnese

• Dor
Irritabilidade,pseudoparalisia, claudicação,
incapacidade para a marcha etc…)
• Antecedente traumático
• Doenças anteriores (tracto respiratório,
varicela etc…)
Artrite Séptica

Quadro clínico / Comprometimento sistêmico

• Dor a mobilização do membro acometido


• Anorexia
• Febre, taquicardia
• Fáscies de sofrimento

algumas vezes o paciente pode se apresentar


com o estado geral muito comprometido
Artrite Séptica

Diagnóstico laboratorial / Exames

• Leucocitose com desvio para esquerda


(cuidado com os RN)
• VHS aumentado
• PCR aumentado(Melhor para controle
terapêutico)
Artrite Séptica

VHS

• Não específico
• Elevado (48 a 72hs em 90%)
• Regride na primeira semana do tratamento
• Retorna ao normal (2 a 4 semanas após
término do quadro infeccioso)
• Não fidedigno (RN, anemia significativa,
anemia falciforme, uso de esteróides)
Artrite Séptica

PCR

• Elevada (entre 6 a 50 hs após o início da


infecção em 98% casos)
• Meia-vida curta (melhora rapidamente com
tratamento adequado)

Unkila-Kalio et al. Pediatrics 1994 - ajuda mais


no diagnóstico precoce e na qualidade do
tratamento que o VHS
Artrite Séptica

Diagnóstico laboratorial
Procura pela bactéria

• Hemocultura
• Punção articular (gram imediato)
Artrite Séptica

Procura pela bactéria

Hemocultura

• Indispensável - freqüentemente determina


o agente etiológico (30/50%)
Artrite Séptica

Punção articular

• Análise do aspecto do líquido


sinovial (purulento)
• Contagem de células (acima de
50.000/mm³)
• Bacterioscopia (30% a 50% +)
• Cultura do aspirado (50% a 80% +)
Artrite Séptica

Diagnóstico por imagem

• Radiologia convencional
• Cintilografia
• Ultra-som
• Imagem multiplanar – TAC/RM
Artrite Séptica

Radiologia convencional

• Distensão capsular
• Aumento do espaço
articular
• Subluxação / lesões
metafisárias (tardias)
Artrite Séptica

- Ultrasonografia

• Identifica o derrame
articular (100%)
• Características físicas
• Pode orientar a punção
articular
Artrite Séptica

- Diagnóstico diferencial

• Sinovite transitória
• Artrite reumatóide
• Febre reumática
• Púrpura de Henoch-Schöenlein
Artrite Séptica

Diagnóstico diferencial
Sinovite Transitória do Quadril

Critérios de Kocher

• Impossibilidade de apoiar o membro


• Febre
• VHS acima de 40mm/h
• Leucocitose acima de 12.000 mm³

Kocher et al. JBJS Am 1999;81:1662-70


Artrite Séptica

Tratamento

• Identificar a bactéria e sua sensibilidade


• Selecionar o antibiótico correto
• Administrar o antibiótico na concentração e
tempo adequados (grande concentração
sinovial)
• No joelho punções podem ser repetidas
• Imobilizar o membro
Agente etiológico

Artrite Séptica

• Staphylococcus de longe mais frequente (todas


as idades)

• Streptococcus do Grupo –B (RN)

• Kingella kingae

• Haemophilus influenzae (cultura difícil – CO2 )


Artrite Séptica

Adolescentes

• Staphylococcus aureus
• Neisseria gonorrhoeae
• Clamidia
Artrite Séptica

Selecionar o antibiótico

• Cefalosporina (cefotaxime / ceftriaxona)


• Aminoglicosídeo
Tempo de medicação

Não existe regra determinada

Uma localização

• ATB parenteral (10 dias)


• ATB oral (até 6 semanas)
Antibióticoterapia

• Um método para determinar a eficácia da


antibioticoterapia é a resposta clínica do
paciente
• Hemograma, VHS e PCR
Artrite Séptica

Artrite Séptica - Bloquear a lesão tecidual


Urgência cirúrgica
• a lesão da cartilagem de revestimento
articular ocorre precocemente (antes do 5º
dia)
• Tratamento clínico é a exceção (joelho,
tornozelo)
• Artrite séptica do quadril - tratamento
conservador é o CIRÚRGICO
(George Lloyd Roberts)
Obrigado!!!

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