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¹FURTADO, Celso; “Formação Econômica do Brasil”. 34. Ed. – São Paulo : Companhia das Letras,
2007.
A economia escravista do período dependia, praticamente, da demanda externa do
produto.
¹FURTADO, Celso; “Formação Econômica do Brasil”. 34. Ed. – São Paulo : Companhia das Letras,
2007.
A mineração era um empreendimento incerto no qual qualquer um podia se
arriscar, com menos ou mais recursos. Ainda que a renda média da economia mineira
haja sido mais baixa do que a do açúcar, seu mercado apresentava potencialidade muito
maiores – tinha dimensões superiores porque a importação representava proporção
menor do dispêndio total, além de a renda estar muito menos concentrada, dado que a
proporção da população livre era maior.
Era natural que, com o declínio da era do ouro, viesse uma rápida e geral
decadência. O sistema ia se atrofiando até se desagregar-se novamente em uma
economia de subsistência. O trabalho escravo impediu que a crise criasse fricções
sociais de maior vulto. Em poucas décadas o sistema mineiro se desarticulou
completamente.
¹FURTADO, Celso; “Formação Econômica do Brasil”. 34. Ed. – São Paulo : Companhia das Letras,
2007.
Com as dificuldades impostas pela Inglaterra no comércio de escravos
africanos, começou a haver procura interna, drenando escravos de regiões relativamente
estabilizadas para regiões de economia crescente, como o fluxo do Maranhão para o
Sul. Enquanto isso, países mais desenvolvidos tinham processos de industrialização que
aumentavam a população urbana com mão de obra qualificada excedente, que propôs
uma alternativa à escassez de mão de obra, com a imigração européia. A necessidade de
mão de obra se tornou urgente de tal modo que se passou a adotar o sistema assalariado
ao trabalhador europeu, para quem era cedido um pedaço de terra onde ele poderia
cultivar gêneros primários para a subsistência sua e de sua família. Esse conjunto,
assomado à instabilidade política pela qual passava a Itália em decorrência do excedente
de população agrícola, deu impulso a um intenso fluxo de imigração européia ao Brasil.
Na região das minas, por outro lado, a baixa qualidade de terras faz com que
as populações empreendam em longos deslocamentos, direcionando boa parte da
população para a região de São Paulo e do Mato Grosso.
Quando havia alta cíclica nos lucros, a renda tendia a concentrar-se nas
mãos dos empresários, uma vez que os lucros aumentavam e os salários permaneciam
estáveis; na depressão os prejuízos da baixa de preços tendiam a concentrar-se nos
lucros do empresário do setor exportador.
¹FURTADO, Celso; “Formação Econômica do Brasil”. 34. Ed. – São Paulo : Companhia das Letras,
2007.
A compra dos excedentes da produção com capital estrangeiro foi executada
por governos regionais, o que garantiu a hegemonia da economia cafeeira até 1930. A
defesa dos preços proporcionava à cultura do café uma situação privilegiada entre os
produtos primários que entravam no comércio internacional; essa vantagem relativa
tendia a aumentar.
¹FURTADO, Celso; “Formação Econômica do Brasil”. 34. Ed. – São Paulo : Companhia das Letras,
2007.