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TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COMARCA DE MACEIÓ
5º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA CAPITAL - PROJUDI
DECISÃO
Analisando os autos, verifica-se que o demandante requereu execução da sentença que estipulou multa
por descumprimento da obrigação imposta à demandada, tendo sido efetuado cálculos no evento nº 42.
Em relação a multa, esta não guarda qualquer relação com o valor da obrigação principal, não servindo
este como critério de limitação ou parâmetro. É importante salientar que tendo a sentença transitada em
julgado, estamos na fase da execução, pelo sincretismo processual, não havendo como recorrer desta
decisão.
Em reforço a este entendimento, veja-se o voto do ilustre Magistrado Eugênio Facchini Neto, por ocasião
do julgamento do RI n. 71002408698, citado no voto do Dr. Edson Jorge Cechet, relator do recurso
inominado Nº 7100279764, julgado na Primeira Turma Recursal Cível:
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consolidado em valores muito elevados. A redução era feita com base no art.
645, parágrafo único, e art. 461, § 6º, do CPC.
Todavia, a experiência dos últimos anos tem sido no sentido de que a ré,
confiando na redução das astreintes simplesmente adotou como norma o
descumprimento de liminares. É óbvio que não há qualquer vantagem para a ré
em tal postura, pois mesmo quando as multas são reduzidas, há valores
significativos a pagar, sem qualquer bônus para a ré Brasil Telecom. Tal atitude
de reiterado descaso para com as ordens judiciais são fruto apenas de uma
absurda desorganização interna da empresa e uma total ausência de controle
interno, pois fora desse cenário, simplesmente não se compreende como a ré
continua a optar por pagar multas diárias, cujos valores somados chegam aos
milhões, em vez de simplesmente se organizar e cumprir rapidamente as
liminares, evitando, com isso, ter de pagar multas. O custo para se organizar
certamente seria inferior ao custo das multas que tem de pagar.
Pois bem, como a política de redução das multas não está surtindo efeitos,
acarretando transtornos aos consumidores e desnecessária sobrecarga de
trabalho aos já atribulados cartórios judiciais, com a necessidade de
reexpedição de mandados de cumprimento, é hora de se alterar a postura para
enfrentar o fenômeno. As multas, conquanto elevadas, serão mantidas. Se não
por respeito às ordens judiciais, ao menos por zelo egoístico do patrimônio da
empresa, alguém da requerida há de perceber a absurda irracionalidade interna
de sua (des) organização”.
Há de se ressaltar que o STJ ainda não uniformizou suas decisões em relação a se ter um valor limite para
as astreintes em sede de Juizados Especiais. Havendo em suas Turmas decisões para limitar ao teto - 40
(quarenta) salários mínimos, e outras que não impõe limite, devendo ser observado os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade.
Entendo que não se deve limitar, todavia, deve-se ter coerência na sua aplicação e moderação, momento
em que incidi o princípio da proporcionalidade. Não há então que se falar em enriquecimento sem causa.
Neste sentido:
AUTUAÇÃO
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PAULO
CERTIDÃO
Ministros Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira, Ricardo Villas Bôas
Cueva e Marco
Buzzi.
o valor da multa a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), mas sem a limitação do teto dos
Juizados
Especiais.
Os Srs. Ministros Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira, Ricardo Villas
Bôas
Cueva, Marco Buzzi e João Otávio de Noronha votaram com o Sr. Ministro
Relator, com ressalvas
Considerando o art. 461, § 6º do CPC, o juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da
multa, caso verifique que se tornou excessiva ou insuficiente.
Por todo o exposto, entendendo ser razoável, reduzo o valor da multa de R$35.700,00(trinta e cinco
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mil e setecentos reais) para R$5.000,00(cinco mil reais), o que passo a determinar a expedição de
dois alvarás: 01 em nome do demandante no valor de R$5.567,16 (cinco mil, quinhentos e sessenta e
sete reais e dezesseis centavos); e outro, do valor restante de R$30.000,00 (trinta mil), em nome da
demandada Lojas Insinuante, conforme documento de trânsferência do evento nº 58.
Juiz de Direito
pn
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