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1- Apresente de forma síntese, para fundações: tipos, características,

vantagens/desvantagens e roteiro de projeto.

Fundações são elementos estruturais com função de transmitir as cargas da estrutura


ao terreno onde ela se apoia.

ELEMENTOS NECESSÁRIOS AO PROJETO:


(1) Topografia da área:
 Levantamento topográfico
 Dados sobre taludes e encostas no terreno
 Dados sobre erosões

(2) Dados geológico-geotécnico


 Investigação do subsolo
 Dados geológicos complementares

(3) Dados da estrutura a construir


 Tipo e uso que terá a nova obra
 Sistema estrutural
 Sistema construtivo
 Cargas

(4) Dados sobre construções vizinhas


 Número de pavimentos, carga média por pavimento
 Tipo de estrutura e fundações
 Desempenho das fundações
 Existência de subsolo
 Possíveis consequências de escavações e vibrações provocadas pela nova obra

REQUISITOS DE UM PROJETO DE FUNDAÇÕES:


Tradicionalmente, os requisitos básicos a que um projeto de fundações deverá
atender são:
(1) Deformações aceitáveis sob as condições de trabalho
(2) Segurança adequada ao colapso do solo de fundações ou estabilidade externa
(3) Segurança adequada ao colapso dos elementos estruturais ou estabilidade interna

Para se escolher a fundação adequada, deve-se conhecer os esforços atuantes sobre


a edificação, as características do solo e dos elementos estruturais que formam as
fundações. As fundações são divididas em dois grupos:

1.1 FUNDAÇÕES DIRETAS

Definição: Segundo a NBR 6122/1996 tem-se, elementos de fundação em que a carga é


transmitida ao terreno, predominantemente pelas pressões distribuídas sob a base da
fundação, e em que a profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente
é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação.

Tipos: Incluem-se neste tipo de fundação as sapatas, os blocos, os radier, as sapatas


associadas, as vigas de fundação e as sapatas corridas.

Características:
 Sapatas: Elemento de fundação superficial de concreto armado, dimensionado de
modo que as tensões de tração nele produzidas não sejam resistidas pelo concreto,
mas sim pelo emprego da armadura. Pode possuir espessura constante ou variável,
sendo sua base em planta normalmente quadrada, retangular ou trapezoidal.
 Bloco: Elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que
as tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem
necessidade de armadura. Pode ter suas faces verticais, inclinadas ou escalonadas
e apresentar normalmente em planta seção quadrada ou retangular.
 Radier: Elemento de fundação superficial que abrange todos os pilares da obra ou
carregamentos distribuídos (por exemplo: tanques, depósitos, silos, etc.).
 Sapata associada (ou radier especial): Sapata comum a vários pilares, cujos centros,
em planta, não estejam situados em um mesmo alinhamento.
 Viga de fundação: Elemento de fundação superficial comum a vários pilares, cujos
centros, em planta, estejam situados no mesmo alinhamento.
 Sapata corrida: Sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente.

Vantagens:
 Solução trivial com recursos da obra;
 Baixo custo;
 Não provoca vibrações.

Desvantagens:
 Problemas nas escavações junto às divisas;
 Limitações para cargas muito altas;
 Solução artesanal com alto consumo de mão-de-obra.

Dimensionamento de fundações diretas: o dimensionamento geométrico de


fundações e seu posicionamento em planta é a primeira etapa de um projeto, a ser feito
para uma tensão admissível σa, previamente estimada ou com o conceito de coeficientes
de segurança parciais.
A pressão admissível pode ser determinada por um dos seguintes critérios:
a) por métodos teóricos;
b) por meio de prova de carga sobre placa;
c) por métodos semi-empíricos;
d) por métodos empíricos.
As dimensões da superfície em contato com o solo não são escolhidas
arbitrariamente, mas, sim, procura-se proporções que conduzem a um dimensionamento
estrutural econômico.
No caso particular de um radier para um edifício, será fundamental a participação do
engenheiro estrutural, a fim de se conseguir proporções adequadas tanto sob o ponto de
vista de fundação como estrutural.
1.2 FUNDAÇÕES PROFUNDAS

Definição: Segundo a NBR 6122/1996, elemento de fundação que transmite a carga ao


terreno pela base (resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste)
ou por uma combinação das duas, e que está assente em profundidade superior ao
dobro de sua menor dimensão em planta, e no mínimo 3 m, salvo justificativa.

Tipos: incluem-se as estacas, os tubulões e os caixões.

Características:
 Estacas: Elemento de fundação profunda executado inteiramente por
equipamentos ou ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução, haja
descida de operário. Os materiais empregados podem ser: madeira, aço, concreto
pré-moldado, concreto moldado in situ ou mistos.
 Tubulão: Elemento de fundação profunda, cilíndrico, em que, pelo menos na sua
etapa final, há descida de operário. Pode ser feito a céu aberto ou sob ar
comprimido (pneumático) e ter ou não base alargada. Pode ser executado com ou
sem revestimento, podendo este ser de aço ou de concreto. No caso de
revestimento de aço (camisa metálica), este poderá ser perdido ou recuperado.
 Caixão: Elemento de fundação profunda de forma prismática, concretado na
superfície e instalado por escavação interna. Na sua instalação pode-se usar ou não
ar comprimido e sua base pode ser alargada ou não.

Classificação das estacas: Atualmente é grande a variedade de estacas empregadas como


elementos de fundação nas obras civis correntes, diferindo-se entre si basicamente pelo
método executivo e materiais de que são constituídas. Vários são os critérios para a
classificação das estacas, dentre os quais se destacam:
(1) Efeito produzido no solo:
 Grande deslocamento;
 Pequeno deslocamento;
 Sem deslocamento;
(2) Processo de execução:
 Estacas moldadas in loco:
Estacas tipo Franki;
Estacas sem lama bentonítica: estacas tipo Strauss, estacas escavadas
mecanicamente com trado helicoidal, estacas tipo broca, etc;
Estacas tipo hélice contínua;
Estacas escavadas com lama bentonítica;
Estacas injetadas: microestacas e as estacas-raiz
 Estacas pré-moldadas:
Estacas de concreto;
Estacas de madeira;
Estacas metálicas, etc.

(3) Forma de funcionamento:


 Estacas de ponta: trabalham basicamente pela resistência de ponta;
 Estacas de atrito ou flutuante: trabalham somente por atrito lateral desenvolvido
no fuste;
 Estaca mista;
(4) Forma de carregamento:
 Estacas de compressão;
 Estacas de tração;
 Estacas de flexão;

Definições construtivas das estacas: A seguir são apresentadas as definições, processos


executivos, vantagens e desvantagens de alguns dos principais tipos de estacas
empregadas no Brasil como elemento de fundação:
a) Estaca tipo Frank: Estaca executada por meio da cravação no terreno de um tubo de
ponta fechada, por meio da bucha, e execução de uma base alargada, que é obtida
introduzindo-se no terreno certa quantidade de material granular por meio de golpes
de um pilão. Para a execução das estacas tipo Franki é necessário um bate-estaca,
cujas características, tubos para revestimento do furo e pilões. Pelas características
do processo executivo, as estacas tipo Franki não são recomendadas para execução
em terrenos com matacões, situações em que as construções vizinhas não possam
suportar grandes vibrações, e terrenos com camadas de argila mole saturada, devido
aos possíveis problemas de estrangulamento do fuste.
b) Estacas tipo broca: Tipo de fundação profunda executada por perfuração com trado
e posterior concretagem in loco, normalmente com diâmetro variando entre 15 cm e
25 cm e comprimento de até 6,0 m. As estacas tipo broca são normalmente
empregadas para pequenas cargas. As estacas tipo broca apresentam como
vantagem o fato de não provocar vibrações durante a sua execução, evitando desta
forma, danos nas estruturas vizinhas, além de poder servir de cortinas de contenção
para construção de subsolos, quando executadas de forma justapostas. Entretanto,
as principais desvantagens referem-se às limitações de execução em profundidades
abaixo do nível d’água, principalmente em solos arenosos, devendo-se também
evitar a sua execução em argilas moles saturadas, a fim de evitar possíveis
estrangulamentos no fuste da estaca.

c) Estaca tipo Strauss: As estacas tipo broca apresentam como vantagem o fato de não
provocar vibrações durante a sua execução, evitando desta forma, danos nas estruturas
vizinhas, além de poder servir de cortinas de contenção para construção de subsolos,
quando executadas de forma justapostas. Entretanto, as principais desvantagens
referem-se às limitações de execução em profundidades abaixo do nível d’água,
principalmente em solos arenosos, devendo-se também evitar a sua execução em
argilas moles saturadas, a fim de evitar possíveis estrangulamentos no fuste da estaca.
A estaca tipo Strauss apresenta a vantagem de leveza e simplicidade do equipamento,
o que possibilita a sua utilização em locais confinados, em terrenos acidentados ou
ainda no interior de construções existentes, com o pé direito reduzido. Outra vantagem
operacional é de o processo não causa vibrações que poderiam provocar danos nas
edificações vizinhas ou instalações que se encontre em situação relativamente precária.
Para situações em que se tenha a necessidade de se executar a escavação abaixo do
nível d’água em solos arenosos, ou no caso de argilas moles saturadas, não é
recomendável o emprego das estacas do tipo Strauss por causa do risco de
estrangulamento do fuste durante a concretagem.
d) Estacas escavadas mecanicamente com trado helicoidal: Este tipo de estaca é
executado a partir de uma escavação prévia feita no terreno por um trado helicoidal
mecânico onde, posteriormente, é feita a concretagem in loco. Pelas características do
processo executivo pode-se observar que este tipo de estaca é encontra-se no grupo de
estacas que não provocam descolamento do solo durante a sua execução. O
equipamento para execução deste tipo de estaca compreende basicamente um trado
helicoidal mecânico. Em geral o diâmetro das perfuratrizes varia de 0,2 m a 1,7 m,
podendo-se executar estacas com profundidades variando de 6,0 a 10 m, conforme o
comprimento do trado utilizado.
A vantagem desta técnica consiste na grande mobilidade, versatilidade e
produtividade, além do fato de não produzir qualquer tipo de vibração no terreno, e
permitir a amostragem do solo escavado. Entretanto, a sua utilização restringe-se a
execução de fundações em profundidades acima do nível d’água, e em solos coesivos.

e) Estacas tipo hélice contínua: Tipo de fundação profunda constituída por concreto
moldado in loco, executada por meio de trado contínuo e injeção de concreto, sob
pressão controlada, através da haste central do trado simultaneamente a sua
retirada do terreno. Dentre as principais vantagens deste tipo de estaca destacam-se a
elevada produtividade, promovida pela versatilidade de equipamento, que por sua vez
leva à economia devido à redução dos cronogramas de obra, pode ser executada na
maior parte dos maciços de solo, exceto quando ocorrem matacões e rochas, não
produz distúrbios e vibrações típicos dos equipamentos a percussão, controle de
qualidade dos serviços executados, além de não causar a descompressão do terreno
durante a sua execução. As principais desvantagens estão relacionadas ao porte do
equipamento, que necessita de áreas planas e de fácil movimentação, pela sua
produtividade exige central de concreto no canteiro de obras, e pelo seu custo é
necessário um número mínimo de estacas a se executar para compensar o custo com a
mobilização do equipamento.

f) Estaca ômega: o princípio da estaca ômega é baseado na forma do trado de


perfuração, com o diâmetro e passo da hélice espiral aumentados progressivamente,
de forma a utilizar a mínima energia necessária (torque), para deslocar e compactar
lateralmente o terreno.
g) Estacas injetadas: Tipo de fundação profunda executada através de injeção sob pressão
de produto aglutinante, normalmente calda de cimento ou argamassa de cimento e
areia, com o objetivo de garantir a integridade do fuste ou aumentar a resistência por
atrito lateral, de ponta, ou de ambas. A injeção do produto aglutinante pode ser feita
durante, ou após a instalação da estaca. Segundo Hachich et al. (1998), as estacas
injetadas diferem dos demais tipos por poderem ser executadas com maiores
inclinações (0º a 90º), apresentar resistência de fuste bastante superior, se comparada
aos demais tipos de estaca com mesmos diâmetros, e resistir a esforços de compressão
e tração, desde que convenientemente armadas, com a mesma eficiência, pelo fato de
resistir à carga de trabalho praticamente apenas por atrito lateral. Dentre as suas
aplicações podem ser citadas: estabilização de encostas, reforço de fundações,
execução de fundações em terrenos com blocos de rocha ou antigas fundações,
execução de fundações em alto mar (“offshore”), etc. Em função do processo de
injeção do agente aglutinante, as estacas injetadas são normalmente divididas em dois
grupos:
 Estacas-raiz: são aquelas em que se aplicam injeções de ar comprimido, a baixas
pressões (inferiores a 5,0 MPa), imediatamente após a moldagem do fuste e no topo
do mesmo, simultaneamente com a remoção do revestimento;
 Microestacas: as injeções são realizadas empregando-se válvulas tipo “manchete”
instaladas nas escavações previamente realizadas.

h) Estacas pré-moldadas: As estacas pré-moldadas caracterizam-se por serem


cravadas no terreno por percussão, prensagem ou vibração, podendo ser
constituídas por um único elemento estrutural ou pela associação de dois
desses materiais, quando será então denominada de estaca mista. Pela natureza
do processo executivo este tipo de estacas classifica-se como estacas de
grande deslocamento. As estacas pré-moldadas são ainda subdivididas,
conforme o material empregado na sua execução, em:
 Estacas de concreto: Podem ser de concreto centrifugado ou protendido; exigem
controle tecnológico na sua fabricação; não é recomendado o seu uso em terrenos
com matacões ou camadas pedregulhosas; exige cuidados adicionais durante o
transporte; deve ser feita a verificação de sua integridade antes da sua cravação;
 Estacas de madeira: Devem ser de madeira dura, resistente, em peças retas, roliças
e descascadas; durante a cravação, as cabeças das estacas devem ser protegidas por
um anel cilíndrico de aço destinado a evitar o rompimento ou desgaste da madeira
sob a ação do pilão, e se a estaca tiver que atravessar camadas resistentes, as pontas
devem também ser protegidas por ponteiras de aço; apresenta vida útil praticamente
ilimitada quando mantida permanentemente abaixo do nível d’água; deve receber
tratamento para evitar o apodrecimento precoce e o ataque de insetos; as madeiras
mais utilizadas são os eucaliptos, peroba do campo, maçaranduba, aroeira, etc;
 Estacas de madeira: Apresentam elevada capacidade de suporte, podendo ser
utilizadas em solos muito resistentes; são executadas com grande rapidez; as
perturbações produzidas no solo durante o processo de cravação são inferiores
àquelas produzidas durante a cravação das estacas de concreto e metálicas; devem
ser tomados cuidados adicionais na soldagem dos perfis constituintes de uma
mesma estaca, de a se garantir uma união eficiente;

Critérios para escolha do tipo de estaca: Segundo Hachich et al., (1998), para a escolha
do tipo de estaca a ser utilizada em uma determinada obra devem ser observados os
seguintes aspectos:
a) Esforços nas fundações, procurando-se distinguir: Nível de cargas nos pilares;
outros esforços (tração e flexão); características do subsolo: argilas muito moles
dificultam a execução de estacas de concreto moldadas in loco; solos muito
resistentes são difíceis de serem atravessados por estacas pré-moldadas
executadas por cravação; solos com matacões dificultam a execução de qualquer
tipo de estaca; solos com nível de água elevado dificultam a execução de estacas
de concreto moldadas in loco; aterros executados sobre camadas de solo mole,
ainda em adensamento, fazem com que seja desenvolvido atrito negativo nas
estacas executadas nesta camada.
b) Características da obra: acesso de equipamentos em terrenos acidentados;
limitação de altura para instalação do equipamento; obras muito distantes dos
grandes centros, oneram o custo dos equipamentos;
c) Características de construções vizinhas: Tipo e profundidade das fundações;
existência de subsolos; sensibilidade a vibrações; danos já existentes.
Capacidade de carga de estacas: Segundo a NBR 6122/1996, a capacidade de carga de
uma fundação profunda, estaca ou tubulão isolado, é definida como a força aplicada sobre
o elemento de fundação que provoca apenas recalques que a construção pode suportar
sem inconvenientes, oferecendo simultaneamente segurança satisfatória contra a ruptura
do solo ou do elemento de fundação. Segundo Alonso (1983), o cálculo da capacidade de
carga de uma estaca pode ser feito por meio de dois métodos:
 Realização de provas de carga;
 Métodos semi-empíricos, dentre os quais destacam-se o método de Aoki e Velloso
(1975), e o método de Decourt e Quaresma (1978).

1.3 Fundações especiais:

Radier estaqueado

Radiers estaqueados são um tipo de fundação mista composta por dois elementos:
um horizontal (o radier) e outro vertical (as estacas). A transferência das cargas estruturais
ao solo se faz por três formas: pela base do elemento horizontal como nas fundações rasas
e também ao longo do fuste e da ponta do elemento vertical como em fundações
profundas.
Esse tipo de solução para a fundação é adotado nos casos em que a capacidade de
suporte do terreno para fundações rasas é de qualidade razoável mas onde os recalques
totais e diferenciais esperados possam ser elevados.
A introdução de algumas estacas sob o radier tem como objetivo reduzir os valores
de recalque a níveis aceitáveis (Burland et al., 1977). Nestes casos, o número de estacas
a ser utilizado é menor, tipicamente de três a quatro vezes, do que aquele correspondente
à alternativa de fundação estaqueada convencional, ou seja, a redução é da ordem de 65
a 75% no número de estacas (Randolph, 1994).
A análise de um radier estaqueado requer a consideração de quatro interações
desenvolvidas entre os elementos da fundação mista: interação estaca-estaca, interação
radier-estaca, interação estaca-radier e interação radier-estaca.
Radiers estaqueados têm sido projetados em todo o mundo para suportar uma
grande variedade de estruturas, e nas últimas décadas vêm-se destacando como uma
alternativa bastante econômica em relação à fundação convencional totalmente
estaqueada, na qual admite-se que toda a carga estrutural é suportada apenas pelas estacas.
Para tomar partido do compartilhamento de carga entre o radier e as estacas é
conveniente que se tenha disponível um método de projeto que considere
apropriadamente os mecanismos de interação que ocorrem entre os elementos que
compõem a fundação. Diversos métodos foram propostos na literatura para análise de
radiers estaqueados, podendo ser classificados em: métodos para cálculo simplificado,
análises baseadas no método dos elementos de contorno, análises baseadas no método
dos elementos finitos e análises baseadas em métodos híbridos.

2) Controle de fundação: etapas (projeto/antes da execução, durante a execução e


pós-execução).

1.1 Fundações superficiais

Procedimentos Executivos de Caráter Geral


A executante deve proceder à locação dos elementos de fundação superficiais em
atendimento ao projeto. Antes do início da implantação dos das fundações superficiais,
as dúvidas ou problemas devem ser resolvidos com a fiscalização
A implantação dos elementos de fundações superficiais deve atender às dimensões
e profundidades previstas no projeto, salvo se não ocorrer camada de solo com resistência
suficiente para suportar as cargas de projeto. De forma, que quaisquer alterações das
profundidades dos elementos de fundações superficiais, somente podem ser executadas
após autorização prévia da fiscalização, e ouvido o projetista

Procedimentos Executivos de Caráter Específicos


Preparo para o lançamento:
a) o procedimento necessário para um preparo satisfatório da superfície de fundação,
sobre a qual o concreto deve ser lançado, é determinado pelas exigências de projeto e
pelas condições e tipo do material de fundação;
b) antes do lançamento do concreto para confecção dos elementos de fundação, o local
deve ser cuidadosamente limpo, isento de quaisquer materiais que sejam nocivos ao
concreto;
c) em caso de existência de água nas valas da fundação, deve haver total esgotamento, e
a área devidamente protegida. Não é permitida a concretagem antes dessa providência;
d) o fundo da vala deve ser recoberto com uma camada de brita, posteriormente, com uma
camada de concreto magro, nas espessuras definidas em projeto;
e) em nenhuma hipótese os elementos devem ser concretados usando o solo diretamente
como fôrma lateral.
Preparo de fundação em rocha:
f) quando o projeto determinar a perfeita aderência rocha-concreto, a superfície da rocha
deve ser preparada com certa rugosidade, seguida de limpeza total e lavagem completa
da área de fundação;
g) rochas soltas, argamassas secas, depósitos orgânicos, substâncias oleosas, friáveis e
outros materiais estranhos, devem ser removidos;
h) fissuras abertas, impregnadas de argila ou outros materiais finos devem ser limpas com
jatos de ar e água até uma profundidade adequada;
i) a complementação da limpeza deve ser feita através do uso de picaretas, alavancas,
vassouras duras, jatos de ar e água a alta velocidade, jatos de areia ou outros métodos
adequados, seguidos de uma total lavagem;
j) as rochas que não se desprendem facilmente com alavancas aplicadas manualmente não
devem ser removidas;
k) o acúmulo de água de lavagem, que resulta nas depressões da fundação, deve ser
removida, antes do início do lançamento;
l) os corrimentos de água, que procedem da parte externa da fundação a ser concretada,
devem ser secos e orientados para locais de bombeamento;
m) durante o lançamento do concreto, a rocha deve estar isenta de materiais finos e nas
condições de saturado superfície seca, a fim de que não haja absorção de água do concreto
fresco.

Atenção especial deve ser dada para manter durante a concretagem a espessura
recomendada, e o recobrimento das armaduras.

Controle
Antes da concretagem dos elementos de fundação deve-se verificar:
a) dimensões em planta das fundações;
b) alturas máximas e mínimas dos elementos;
c) resistência característica do concreto a ser utilizado;
d) conferência da alteração em termo de tipos de aço, espaçamentos, posicionamento e
bitolas.

Aceitação
As dimensões dos elementos concretados não podem ter valores inferiores a 5% das
previstas no projeto. Deve ser utilizada idêntica tolerância para as alturas, espessuras
previstas. A resistência característica obtida em ensaios de compressão axial não poderá
ser inferior a prevista em valor superior a 10%.

1.2 Fundações profundas

a) Estacas cravadas
A fiscalização da execução de fundações com estacas pré-fabricadas deve se
dedicar a acompanhar e conferir a qualidade da cravação das peças para que elas sejam
capazes de absorver os esforços de projeto;
Antes de liberar as estacas para a cravação, é importante que as peças sejam
examinadas individualmente em relação aos seguintes quesitos:
 Isenção de fissuras;
 Retilineidade do eixo;
 Perpendicularidade da superfície do topo em relação ao eixo;
 Indicação dos pontos previstos para içamento e manuseio;
 Indicação do fck do concreto e armação utilizada;

A fiscalização deverá aprovar o equipamento de cravação a ser utilizado pela


construtora. Para tanto, deverá checar: a altura da torre, incluindo-se aí a altura máxima
de queda do martelo; tipo e peso do martelo; além de equipamentos auxiliares;
Além disso, durante a execução dos serviços, a fiscalização deve:
 Verificar a qualidade do produto por meio de esclerometria, ausculação e
inspeção visual;
 Controlar negas e repiques;
 Controlar Ensaios de Baixa Deformação (PIT), de Carregamento Dinâmico e de
prova de Carga Estática;
 Preencher a ficha de cravação de estacas.

Eurico Leite Carvalhaes Filho explica que os principais controles durante a


execução da cravação de estacas pré-fabricadas são preconizados pela NBR 6.122/2010.
Em todas as estacas, sem exceção, deve haver controle de negas, repiques e diagramas
de cravação. Provas de cargas estáticas e ensaios dinâmicos também devem ser
executados para garantia da capacidade de carga das estacas. O teste de carga dinâmica
consiste na colocação de aparelhos eletrônicos (transdutores e acelerômetros) no fuste
da estaca para medir a resistência e eventuais falhas no material.

b) Estaca Strauss

Controle dos Materiais


O controle das características do concreto deve abranger:
a) slump-test conforme NBR NM 67, de cada caminhão betoneira que chegar à obra,
imediatamente antes do lançamento; o material deve ser liberado para lançamento desde
que o abatimento esteja compreendido dentro da variação especificada na dosagem do
concreto no projeto;
b) moldagem de 4 corpos-de-prova de todo o caminhão betoneira, conforme NBR 5738;
c) determinação da resistência à compressão simples, conforme NBR 5739, aos 7 e 28
dias de cura.
Na moldagem dos corpos-de-prova, para a determinação da resistência à compressão
simples, cada amostra é constituída por dois corpos-de-prova moldados na mesma
amassada, no mesmo ato, para cada idade de rompimento. Os corpos-de-prova devem
estar correlacionados com as estacas e o caminhão betoneira. Toma-se a resistência da
amostra, na idade de rompimento, o maior dos dois valores obtidos no ensaio de
resistência à compressão simples.

Controle de Execução
A contratada deve manter registro completo da cravação de cada estaca, em duas vias,
uma destinada à fiscalização. Devem constar neste registro os seguintes elementos:
a) número e a localização da estaca;
b) dimensões da estaca;
c) data da escavação: início e fim;
d) data da concretagem;
e) volume de concreto consumido;
f) cota do terreno no local da execução;
g) nível d’água;
h) características dos equipamentos de execução;
i) duração de qualquer interrupção na execução e hora em que ela ocorreu;
j) cota final da ponta da estaca;
k) cota da cabeça da estaca, antes do arrasamento;
l) comprimento do pedaço cortado da estaca, após o arrasamento na cota de projeto;
m) desaprumo e desvio de locação;
n) anormalidade de execução;
o) comprimento real da estaca, abaixo do arrasamento. Não são aceitas estacas que
não tenham sido registradas pela fiscalização.

A estaca é aceita desde que: Sua excentricidade, em relação ao projeto, seja de até
10% do diâmetro do círculo que a inscreva.

c) Estaca Franki

Controle de Materiais
O controle das características do concreto deve abranger: slump-test conforme NBRNM
67, de cada caminhão betoneira que chegar à obra, imediatamente antes do lançamento;
o material deve ser liberado para lançamento desde que o abatimento esteja compreendido
dentro da variação especificada na dosagem do concreto no projeto;

Controle de Execução
A contratada deve manter registro completo da cravação de cada estaca, em duas vias,
uma destinada à fiscalização. Devem constar neste registro os seguintes elementos:
a) o número, a localização da estaca e data de execução;
b) dimensões da estaca;
c) cota do terreno no local da cravação;
d) nível d’água;
e) características do equipamento de cravação;
f) diagrama de cravação;
g) duração de qualquer interrupção na cravação e a hora em que ela ocorreu;
h) cota final da ponta da estaca cravada;
i) cota da cabeça da estaca, antes do arrasamento;
j) comprimento do pedaço cortado da estaca, após o arrasamento na cota de projeto;
k) nega, penetração, em centímetros, nos dez últimos golpes;
l) repique elástico, por golpe, nos trinta últimos golpes;
m) desaprumo e desvio de locação;
n) anormalidade de execução;
o) comprimento real da estaca, abaixo do arrasamento.

d) Estaca hélice contínua


A monitoração deste tipo de estaca inclui a utilização de medição automatizada e
equipamentos de gravação para confirmar os critérios de execução da estaca, os ensaios
de integridade e ensaios de verificação da produção realizados para demonstrar que o
processo executivo das mesmas satisfaz os critérios estabelecidos de carga-deformação.
A monitoração automática do processo executivo das estacas hélice contínua é realizada
através de computador de bordo.
O controle da etapa de concretagem é é considerado o aspecto mais importante
do controle de qualidade do processo executivo de estacas hélice contínua. O principal
objetivo é a distribuição adequada de concreto ao ponto de descarga do trado na devida
pressão para completar a estaca. Uma concretagem deficiente pode resultar em uma
estaca que não pode realizar como previsto o apoio à estrutura, incluindo tanto falhas
geotécnicas como estrutural.
Durante o processo de levantamento, o operador deve controlar a velocidade de
extração do trado para que um bom volume de concreto seja emitido sob pressão
positiva.
A inspeção da instalação da armação e a conclusão do topo da estaca, não estão
sujeitas ao controle automático e dependem inteiramente da observação da equipe
executora das estacas.
A armação deve estar limpa e livre de ferrugem ou contaminação, o tamanho e as
dimensões indicadas nos projetos, e equipadas com dispositivos adequados de
espaçamento.

e) Tubulões à céu aberto


As cabeças dos tubulões, caso seja necessário, devem ser cortadas com ponteiros
até que se atinja a cota de arrasamento prevista, não sendo admitida qualquer outra
ferramenta para tal serviço.
Após a execução do tubulão, a cabeça deve ser aparelhada para permitir a adequada
ligação ao bloco de coroamento. Para tanto, devem ser tomadas as seguintes medidas:
a) o corte do concreto deve ser efetuado com ponteiros afiados, trabalhando
horizontalmente com pequena inclinação para cima;
b) o corte do concreto deve ser feito em camadas de pequena espessura iniciando
da borda em direção ao centro do tubulão;
c) as cabeças dos tubulões devem ficar normais aos seus próprios eixos.
Os tubulões devem penetrar no bloco de coroamento pelo menos 10 cm, salvo
especificação de projeto. A base do tubulão somente é liberada após a inspeção e
aprovação do engenheiro de fundação.
Atenção especial deve ser dada durante a concretagem para manter a espessura
recomendada e o recobrimento da armadura
Quando da necessidade de bloco de coroamento, o fundo da cava deve ser recoberto
com uma camada de pelo menos 10 cm de espessura de concreto magro.

Controle
A execução de uma fundação em tubulão deve ser processada, anotando-se os
seguintes elementos para cada tubulão, conforme o tipo:
a) data das etapas;
b) cota de arrasamento;
c) cota de base;
d) dimensões reais de base alargada;
e) material de apoio;
f) equipamento utilizado nas várias etapas;
g) deslocamento e desaprumo;
h) consumo de material durante a concretagem;
i) qualidade dos materiais;
j) comparação com o volume previsto;
k) anormalidades de execução e providências tomadas.
A inspeção do terreno de assentamento da fundação, bem como do terreno ao longo
do fuste, deverá ser feita por profissional com experiência na área de solos e fundação.

(4) Reforço de fundação: tipo e características, cuidados necessários.

Conceito: Os reforços de fundação representam uma intervenção no sistema solo-


fundação-estrutura existente, visando modificar seu desempenho. Tal intervenção faz-
se necessária nos casos em que as fundações existentes se mostrem inadequadas para
o suporte das cargas atuantes ou, ainda, quando ocorrer um aumento no carregamento
e este novo valor não puder ser absorvido sem riscos e reduções consideráveis nos
coeficientes de segurança.
Causas dos danos: De maneira geral, as causas prováveis para o mau desempenho de
uma fundação são:
• ausência, insuficiência ou má qualidade das investigações geotécnicas;
• má interpretação dos resultados da investigação geotécnica;
• avaliação errônea dos valores dos esforços provenientes da estrutura;
• adoção inadequada da tensão admissível do solo ou da cota de apoio da fundação;
• modelos inconvenientes de cálculo das fundações;
• má execução por imperícia ou má-fé da mão de-obra. Sequência construtiva
inadequada, má qualidade dos materiais empregados etc.;
• influências externas, como, por exemplo, escavações ou deslizamentos não
previsíveis, agressividade ambiental, enchentes, construções vizinhas etc.:
• modificação no carregamento devido à mudança no tipo de utilização da estrutura,
como no caso de transformação para armazenamento denso de produtos pesados; e
• ampliações de áreas e/ou acréscimo de andares.
É importante ressaltar que os danos podem ser causados por um único fator ou
pela combinação de dois ou mais.
Diagnóstico: O diagnóstico do problema é fundamental para permitir uma diretriz
adequada na decisão da necessidade ou não da aplicação de reforços, liste diagnóstico
visa conhecer o mecanismo e as causas dos danos ocorridos, resultando daí a definição
do tipo, da técnica e do dimensionamento do reforço a ser empregado.
Para se chegar a um bom diagnóstico, os seguintes procedimentos são aconselháveis:
• inventariar os danos ocorridos para quantificar
• interpretar o direcionamento dos movimentos;
• executar novas sondagens e/ou ensaios geotécnicos de campo ou de laboratório; e
• instrumentar a obra para avaliar a magnitude e a velocidade das deformações.

Tipos de soluções: As soluções para os serviços de reforços são muito variadas e


dependem das condicionantes do problema em questão, tais como: tipo de solo,
urgência, fundações existentes, nível de carregamento e espaço físico disponível. Assim,
podem-se relacionar alguns tipos, sem que, necessariamente, sejam todos viáveis para
um mesmo problema.

Reparo ou reforço dos materiais: Aqui cabem os casos em que o problema estaria na
deterioração dos materiais que constituem os elementos de fundação. Seriam casos,
como, por exemplo, da ocorrência de agressão ao concreto ou corrosão das armaduras
que constituem as sapatas de fundação, as estacas, os tubulões ou, ainda, os blocos de
capeamento ou coroa mento sobre as estacas e os tubulões. Trata-se, portanto, de um
problema tipicamente estrutural, não associado à transferência de carga para o solo.

Enrijecimento da Estrutura: Pode-se considerar uma solução por enrijecimento da


estrutura, para os casos em que se estivesse procurando, apenas, minimizar os
recalques diferenciais que estariam ocorrendo. Este enrijecimento poderia ser
alcançado através de implantações de vigas de rigidez interligando as fundações ou a
introdução de peças estruturais capazes de gerar o travamento da estrutura.

Aumento da Área de Apoio: Este caso aplica-se às fundações por sapatas ou tubulões
onde a transferência de carga para o solo ocorre, basicamente, pela superfície horizontal
de contato da fundação com o solo. Estes reforços seriam ocasionados por um aumento
das cargas originais, ou por ler sido adotado um valor inadequado para a tensão
admissível do solo. Constitui-se na ampliação da seção em planta da sapata ou da base
do tubulão, efetuada por meio de um "enxerto". Este, em geral, é caracterizado pelo
chumbamento de ferragens na peça existente, apicoamento de suas superfícies e o uso
de resinas colantes, bem como traços especiais do novo concreto a ser aplicado que, por
exemplo, garanta uma forte retração para a melhor ligação entre o concreto antigo e o
novo

Estacas Prensadas: Este tipo de reforço constitui-se na instalação de pequenos


elementos superpostos de estacas, os quais podem ser compostos por peças de concreto
armado vazadas ou perfis metálicos. São cravados através do emprego de macaco
hidráulico que reage contra uma cargueira, contra a estrutura ou contra a fundação já
existente. Estas estacas são também conhecidas sob a denominação de Estacas Mega.
Pelo fato de serem introduzidas no terreno por meio de macacos hidráulicos e em
pequenos segmentos, este tipo de reforço mostra-se bastante conveniente, pois pode
ser executado em locais pequenos e de difícil acesso ao pessoal e ao equipamento. Além
disso, não induzem vibrações, reduzindo os riscos de instabilidade que possam existir
devido à precariedade das fundações defeituosas. A segurança da obra, que está sendo
reforçada, é aumentada instantaneamente após a instalação de cada estaca. Muitas
vezes torna-se necessário executar vigas de concreto armado sob as paredes ou
embutidas nas mesmas, pois as alvenarias não seriam capazes de suportar, diretamente,
os esforços aplicados pelo macaco hidráulico

Estacas Injetadas: Estas estacas são denominadas estacas-raiz, microestacas e


pressoancoragens e são executadas por perfuração com circulação de água. Os
equipamentos para execução deste tipo de estaca caracterizam-se por suas pequenas
dimensões, permitindo o acesso a locais com limitações de altura como, por exemplo, os
subsolos de edifícios. Têm a vantagem de não ocasionar vibrações durante sua
implantação, as quais poderiam prejudicar ainda mais as condições de instabilidade das
fundações já doentias. Por outro lado, deve-se considerar que a injeção e circulação de
água sob as fundações problemáticas podem vir a instabilizar ainda mais as condições
existentes. Podem ser instaladas inclinadas ou verticalmente ao lado das peças a serem
reforçadas ou, ainda, perfurando as sapatas ou blocos de coroamento, sendo incorporadas
nestas peças.

Estacas Convencionais: Nos casos em que haja altura suficiente para a instalação de um
bate-estacas, é possível considerar-se o emprego de estacas um tanto mais
convencionais de concreto armado ou protendido, ou ainda estacas metálicas por perfis
soldados, laminados, trilhos ou tubos de parede grossa. Em geral, serão necessárias
emendas, pois raramente o pé-direito disponível será tal que permita a cravação de
peças únicas.
Ainda é possível, nestes casos, considerar-se o uso de estacas moldadas "in-loco" tipo
Strauss, pois o equipamento, constituído por um tripé, em geral consegue ser instalado
em locais com pé-direito um tanto restrito (cerca de 5,0 metros). Neste caso, há
necessidade do uso de tubos de revestimento de pequeno comprimento

Sapatas, Tubulões e Estacas Adicionais: Trata-se da instalação de mais apoios, por meio
do acréscimo de sapatas, tubulões ou estacas, de tal forma a reduzir o carregamento
nas fundações originais. Tal medida visa a compensar o aumento de carregamento ou a
adoção de uma tensão aplicada ao solo, que tenha sido elevada diante da qualidade do
material de apoie.

Melhoria das Condições do Solo: Nesta categoria, consideram-se os métodos que


permitam melhorar as características de resistência e compressibilidade dos solos de
apoio das fundações. Os tipos mais prováveis a serem utilizados seriam a injeção de nata
de cimento ou gel sol) altas pressões ou “jet grouting" e CCP.
Escolha do tipo de reforço: A escolha do tipo de reforço a ser adotado vem em
decorrência do diagnóstico alcançado e da experiência e julgamento dos profissionais
envolvidos no problema. A definição do tipo a ser aplicado deve ficar sujeita a diversas
condicionantes.
Condicionantes Técnicas: É necessário que haja uma perfeita compatibilidade entre as
condições do solo, da estrutura do reforço. Assim, por exemplo, o tempo para a
execução dos reforços deve ser compatível com a resposta da obra quanto à velocidade
do seu ganho de estabilidade. Outro exemplo consiste em verificar se as peças que
receberão os esforços adicionais estariam aptas para tal, ou se seria necessário proceder-
se à execução de reforços estruturais das mesmas.
Condicionantes Econômicas: É necessário adequar a relação custo/benefício do reforço.
Deve-se verificar se os custos do reforço são compatíveis com o valor da construção no
mercado. I lá situações em que o reforço das fundações permite caracterizar a obra
como sendo uma reforma, com consequente aproveitamento maior do terreno, isto é,
a área construída tornarse-ia bem maior do que se se tratasse simplesmente de uma
construção nova. I lá de ser ressaltado que, nos casos de monumentos históricos e de
certos edifícios públicos, independentemente do seu custo, o reforço torna-se
indispensável, dante do valor intrínseco da edificação.
Exequibilidade e Segurança: O acesso de pessoal e equipamentos é condição essencial
para a efetivação dos trabalhos de reforços. De maneira geral, os espaços disponíveis,
onde os reforços devem ser executados, são exíguos tanto para a instalação de
máquinas como para a movimentação de pessoal. Em situações extremamente críticas,
tais como os casos cm que a estrutura está em pleno processo de movimentação
(recalques), as condições de segurança do pessoal envolvido nos serviços devem ser
observadas cuidadosamente pois, dependendo da velocidade dos recalques, os
trabalhos podem se tornar muito perigosos. Ainda dentro das condições de
exequibilidade, é importante verificar se há disponibilidade de reação nos casos de
estacas prensadas, tanto nas próprias fundações como nos blocos de capeamento, vigas
baldrame e de equilíbrio (alavancas), vigas da superestrutura etc.

Cuidados: Atenção especial deve ser dada às seguintes condições, para se obter um bom
desempenho dos reforços projetados:
• garantir a continuidade da ação estrutural da peja restaurada;
• garantir a transferência de cargas entre as peças novas, implantadas ou ampliadas e
as preexistentes;
• garantir a boa conexão entre os concretos antigo e novo através de tratamentos com
aditivos e resinas e, ainda, em uma dosagem apropriada;
• considerar as diferenças de inércia nos casos de reforço por estacas de tipo diverso
daquele preexistente e que estariam atuando em um mesmo bloco de apoio; e
• verificar o dimensionamento das peças estruturais tais como os blocos de capeamento
sobre estacas ou tubulões, as vigas alavanca ou de equilíbrio etc.

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