You are on page 1of 22

Texto: Salmo 100

Amada Igreja do Senhor Jesus Cristo e prezados visitantes,


Desde o dia 28 de janeiro, as pessoas desta congregação tem se reunido para
estudar as Escrituras. E desde então, nasceu o desejo de termos uma igreja
reformada aqui em Paulista. Este nosso desejo cresceu, e cresceu também o
número de pessoas interessadas. Por isso, por muitos meses estudamos,
oramos e trabalhamos no desejo de que se desse o início ao trabalho para a
plantação de uma igreja reformada em Paulista.
Assim sendo, nos últimos meses, ansiamos por este momento: nosso primeiro
culto solene. E este anseio, não é só porque com o início dos cultos, seria o
início da congregação, mas porque sabemos que cultuar a Deus é parte de
nossa gratidão a Ele, que nos libertou dos nossos pecados para que nós o
adorássemos.
Hoje é portanto, é a primeira vez que nos reunimos aqui, como uma
congregação missionária da Igreja Reformada em Imbiribeira, para o culto
solene. E temos a expectativa e o desejo de que possamos nos reunir ainda
por muitas vezes. Mas sabemos que o culto a Deus não se resume a estarmos
reunidos. Deus requer mais do que nossa presença, Ele requer nosso coração.
Por isso, é muito oportuno nos voltarmos para a Palavra de Deus, neste nosso
primeiro culto solene, justamente para ouvir o que ela tem a dizer sobre este
assunto.
Para isso, vamos direcionar a nossa atenção para o Salmo 100. Este pequeno
e bem conhecido Salmo, é uma convocação para cultuarmos a Deus por aquilo
que Ele fez por nós e por aquilo que Ele é para nós.
Em outros tempos, este Salmo foi usado como um cântico de entrada no
templo. Note por exemplo as expressões no v.4: “entrai por suas portas”, “e
nos seus átrios”. É portanto, um Salmo que nos ensina sobre a nossa atitude
quando nos aproximamos de Deus para cultuá-lo.
Por isso, encontramos nele sete imperativos relacionados ao culto: v.1 –
“celebrai”, v.2 – “servi” e “apresentai-vos”, v.3 – “sabei”, v.4 – “entrai”, “rendei-
lhe graças” e “bendizei-lhe”.
Nestes imperativos se destacam duas coisas: alegria e gratidão no culto ao
Senhor. Por isso, eu vos proclamo a Palavra de Deus, sob o seguinte: Como o
povo de Deus deve cultuá-lo.
E veremos dois pontos:

1. O povo de Deus deve cultuá-lo com alegria;

2. O povo de Deus deve cultuá-lo com gratidão.

Em primeiro lugar, o povo de Deus deve cultuá-lo com alegria (vv.1-3).


Lendo esses três primeiros versículos, observamos que essa adoração para a
qual somos convocados é direcionada ao SENHOR (Yahweh – aponta para o
fato que Ele é o Deus da aliança).
Note que este nome é mencionado em cada um dos três versículos iniciais e
em cada caso está ligado a um imperativo. Podemos ler assim: “Celebrai com
júbilo a YaHWeH”, “Servi a YaHWeH”, “Sabei que YaHWeH é Deus”.
Isso nos lembra algo importante: que o culto é o encontro pactual do Deus da
aliança com o povo da aliança. Mas como o povo da aliança deve cultuar ao
Deus da aliança?
O salmista diz no v.1: “Celebrai com júbilo”. Essa expressão refere-se a um
grito cheio de alegria. Podemos ilustrar o que esse termo quer expressar, com
a imagem de um rei que é coroado e se assenta no trono, e então todo povo
grita a uma só voz com grande alegria. Não há palavras, mas uma grande
celebração.
Mas quem deve celebrar com júbilo ao SENHOR? “todas as terras”, diz o texto.
Aqui, apesar do plural em nossa tradução, no texto hebraico temos o singular,
uma unidade. Isto é, não só os israelitas que tinham acesso ao templo, mas a
terra inteira é convocada a esta adoração cheia de alegria.
Toda terra também é chamada a “Servi ao SENHOR com alegria” (v.2). O verbo
traduzido por “servi”, é amplo em seu significado e está relacionado com o
prestar culto, e também com o servir a Deus de forma mais ampla.
Portanto, ainda que servir a Deus seja algo que devemos fazer com toda nossa
maneira de viver, cultuar é um serviço que prestamos a Deus. E aqui, o
salmista nos lembra que este serviço a Deus no culto deve ser feito com
alegria.
Ainda no v.2, lemos: “Apresentai-vos diante dele com cântico”. A palavra
“cântico”, é um outro termo que também se refere a um grito, a um brado de
alegria.
Então observamos que nos dois primeiros versículos deste Salmo, toda terra é
convocada a prestar culto ao SENHOR, o Deus da aliança. Mas de que forma?
Com um coração cheio de alegria. Mas qual a razão para esta alegria?
A resposta se acha no v.3. Os feitos de Deus em favor do Seu povo. O “Sabei
que o SENHOR é Deus” e o que vem em seguida, são a razão para esta
alegria.
Este “saber”, tem a ideia de “reconhecer publicamente” ou “confessar”, que o
SENHOR, o Deus que estabeleceu uma aliança com seu povo, é o único Deus.
Este “saber”, é portanto, uma confissão de fé.
Assim se nota que esta alegria no culto procede então de nosso conhecimento
de Deus. Se o conhecemos, se sabemos quem Ele é, haveremos de cultuá-lo
com alegria.
O que deve levar a este reconhecimento de que o SENHOR é o único Deus?
Aqui está a resposta: “foi ele quem nos fez e dele somos; somos o seu povo e
rebanho do seu pastoreio”. (v.3)
Aqui, aqueles que possuem a versão ARC, devem ter notado uma diferença,
pois nesta versão temos: “foi ele, e não nós, que nos fez seu povo e ovelhas
do seu pasto”. Isso acontece por causa de termos hebraicos bem parecidos,
mas que tem significado diferentes. Mas ficaremos com a tradução “e dele
somos” (ARA).
Então qual a razão para a alegria? O fato de que o SENHOR é Deus. Mas
como chegamos a reconhecer isso? Porque “foi ele quem nos fez, e dele
somos”. Para Israel significava que haviam sido criados como povo em todos
os sentidos. Isso tem a ver, com o chamado de Abraão, com a libertação do
Egito, com a aliança no Sinai, com a conquista de Canaã e as promessas a
Davi.
Mas notem que Ele é não só o Criador, mas também o Senhor do Seu povo,
pois diz: “e dele somos”.
Isso é reforçado quando se diz “somos seu povo e rebanho de seu pastoreio”.
A imagem aqui é de Deus como Pastor. O povo de Deus, pertence a Ele e está
sob Seu cuidado e proteção, são as “ovelhas do seu pasto”.
Então toda a terra é convocada a adorar ao SENHOR (Deus da aliança), que é
o único Deus, e deve fazê-lo com alegria e entusiasmo, por causa de seus
feitos em favor de Seu povo. Ele criou seu povo, seu povo pertence a Ele, e por
isso, Ele cuida do Seu povo como um pastor cuida de suas ovelhas.
Aqui devemos nos perguntar: Quando esse louvor cheio de alegria e
entusiasmo por causa dos feitos de Deus por Seu povo, alcança toda a terra?
A resposta é a seguinte: Quando Deus mesmo em Sua vontade soberana, por
meio de Seu Filho Jesus Cristo, o Supremo Pastor, resolveu agregar ao Seu
rebanho pessoas que procedem de toda tribo, língua, povo e nação.
Jesus falou sobre isso em Jo 10.16: “Ainda tenho outras ovelhas, não deste
aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então,
haverá um rebanho e um pastor.”
Então, se confessamos estar entre essas pessoas, as ovelhas que ouvem a
voz de Cristo, esta convocação para adorar e servir a Deus com alegria, é para
nós. Mas não se trata de uma alegria forjada pela habilidade humana. É antes,
uma alegria que procede do conhecimento de quem Deus é e do que Ele fez
por nós. Sem essa alegria e entusiasmo, corremos o risco de que o culto se
torne uma farsa.
Por quê esta alegria e entusiamo devem estar presentes quando cultuamos a
Deus? Por sabermos quem Deus é, e o que Ele fez por nós.
Olhemos para o caso concreto de uma grande parte dos irmãos que serão
membros desta congregação. Por diversas razões, inclusive por causa de suas
próprias fraquezas e pecados, eles estavam afastados do culto, da pregação e
da comunhão dos santos. Estavam como ovelhas desgarradas.
Mas vejam como a graça de Deus agiu de forma tão maravilhosa em suas
vidas. Vocês ouviram, por meio da Palavra, a voz do Supremo Pastor. E essa
voz deu vida a vocês. Essa voz reuniu vocês. De forma que podem dizer: “foi
ele quem nos fez e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu
pastoreio”.
Então nesta noite, no fato de haver este culto, no fato de ter início nossa vida
como congregação, e agora mesmo por meio da pregação, Deus em Cristo nos
diz: “Eu sou o seu Pastor, você me pertence, e eu cuido de você.” E isso
irmãos, é o que devemos lembrar todas as vezes que nos reunirmos para
cultuar a Deus a fim de que o cultuemos com alegria.
Mas isso, não é exclusivo para os irmãos dessa congregação. Todos aqui, que
os que estão em Cristo, tem desfrutado da graça de Deus. Nós não éramos
seu povo, mas Ele nos fez Seu povo, de modo que somos participantes da
Nova Aliança. Nós que éramos, ovelhas desgarradas, agora somos ovelhas do
Seu pastoreio.
Mas como isso aconteceu? O profeta Isaías coloca isso da seguinte forma:
“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo
caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos”.
Portanto, cruz é a resposta. Nosso Supremo e Bom Pastor, deixou as noventa
e nove e nos buscou. O bom pastor deu sua vida por suas ovelhas, Ele nos
resgatou com seu próprio sangue e nos deu uma nova vida. Por isso, podemos
dizer “Ele nos fez, e dele somos”.
Então à luz da obra graciosa de Deus por meio de Cristo, será que devemos
nos apresentar diante de Deus com a amargura da murmuração? Com falta de
entusiasmo como se nós não soubéssemos quem Ele é o que Ele fez por nós?
Amados, é vergonhoso, que haja tanto entusiasmo para ir a praia, para ir ao
cinema e outros lugares, mas muitas vezes frieza para cultuar a Deus.
Imagine um homem que não mede esforços por seu time de futebol.
Ele enfrenta a fila para comprar o ingresso, enfrenta o transporte lotado, e
procura superar quaisquer obstáculos que o impeçam de ir ao estádio. Estando
lá, ele fica atento a todas as jogadas e interage a cada erro ou acerto. E
quando seu time faz um gol, ele cheio de alegria e entusiamo grita com toda
força. Mas este mesmo homem no culto, mal pode abrir sua boca, não tem
alegria, não tem entusiamo, sua atitude é como se estivesse em um velório.
Outros, talvez são cheios de alegria para cantar músicas de seus cantores
preferidos, mas quando se trata de Salmos e Hinos, o entusiamo desaparece.
Irmãos, dizemos que um dos grandes privilégios de abraçarmos aquele
conjunto de doutrinas bíblicas que chamamos de teologia reformada é que nós
aprendemos quem Deus é, e quem somos nós. Mas será que se nosso
conhecimento teológico fosse avaliado pela nossa alegria no culto nós teríamos
um bom resultado?
Amados irmãos, nesta noite, por Sua Palavra, Deus nos traz à memória que
Ele nos fez e somos Seus. Ele nos salvou, e graciosa e soberanamente nos fez
ovelhas de Seu pastoreio.
Jesus Cristo é o nosso Bom Pastor que nos alimenta, guia e protege.
Então pense bem: como você deve cultuar a este Deus tão gracioso? Com
alegria e entusiamo. Toda terra está cheia da murmuração e reclamações dos
ímpios e incrédulos, mas Deus tem os seus em toda terra, e por meio deles,
deve se ouvir vozes de alegria e júbilo. Vozes que confessam “Só o SENHOR
é Deus!”
Compreender isso, deve mudar a maneira como cultuamos e como vemos o
dia do Senhor. Este dia é um dia de celebração. Um dia no qual Deus nos
reúne como seu povo, para que alegremente cantemos. Portanto, não só hoje,
mas todas as vezes que nos reunirmos para o culto solene, somos chamados a
abrir os nossos lábios com alegria e louvar ao Supremo Pastor, por meio de
quem obtivemos tão grande salvação.
Então em primeiro lugar o Salmo nos ensina que o povo de Deus, deve cultuá-
lo com alegria. Agora vamos ao nosso segundo ponto.
Em segundo lugar aprendemos que o povo de Deus deve cultuá-lo com
gratidão (vv.4,5).
No v.4, encontramos dois imperativos que falam sobre como devemos nos
aproximar de Deus no culto. Primeiro temos: “Entrai por suas portas com ações
de graças”. Aqui devemos notar que a palavra hebraica para “ações de graças”,
é mesma que encontramos no título deste salmo. Este é um salmo de “ações
de graças”.
Sendo a porta a entrada, é como se dissesse: ao entrar para cultuar, entre com
ações de graças, ou seja, entre com gratidão a Deus em seu coração.
E a seguir temos a expressão: “e nos seus átrios, com hinos de louvor”. O átrio
era o local dentro das dependências do templo, mas fora do lugar santo e do
lugar santo dos santos. O salmista está falando novamente sobre a
aproximação para a cultuar a Deus. Ele diz que deve ser com “hinos de louvor”,
isto é, que se deve cantar a Deus tendo em conta a perfeição de Seus atributos
e seus atos de salvação em favor de Seu povo.
A isso acrescenta-se dois imperativos: “rendei-lhe graças e bendizei-lhe o
nome”. Mais uma vez a ideia de gratidão aparece nessas duas expressões.
Então observamos que no v.4, o povo de Deus é convocado a prestar culto ao
SENHOR com um coração cheio de gratidão. Esta é a ênfase aqui, quando for
cultuar a Deus, aproxime-se com gratidão, louve a Deus pelo que Ele é e pelo
que Ele fez, louve a Deus com gratidão. Mas qual a razão para esta gratidão?
Além do que está no v. 3 (ler), temos também uma resposta no v.5 (ler). Notem
que o salmista menciona três atributos do SENHOR: Sua bondade, Sua
misericórdia e Sua fidelidade. Esses três atributos, estão profundamente
ligados à aliança que Deus estabeleceu com Seu povo.
Sua “bondade” trás a lembrança seu cuidado para com Seu povo. Tudo que
temos e somos, brota como de uma fonte, da bondade de Deus.
A palavra “misericórdia” é um termo que se refere ao amor pactual de Deus.
Deus nos buscou e entrou em um relacionamento pactual conosco. Ele nos
ama.
E o termo “fidelidade” expressa firmeza, é a garantia de que Deus cumpre Suas
promessas, e que apesar das fraquezas de Seu povo, Ele mantém Sua aliança.
Aqui é importante notar a conexão entre o v. 3 e o 5. Por ser Ele o nosso
Pastor, é que experimentamos de Sua bondade e misericórdia. É isso que nos
ensina o Salmo 23.6, onde lemos: “Bondade e misericórdia certamente me
seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do SENHOR para
todo sempre.”
Assim podemos dizer como Davi no Salmo 23: O SENHOR é o meu pastor. E
exatamente por isso, podemos dizer que todos os dias temos experimentado
de sua bondade e misericórdia, que nunca falham por causa de Sua fidelidade.
Aqui no Salmo 100, o salmista também diz isso. Ele diz que este amor pactual
de Deus, dura para sempre. E que Sua fidelidade é que mantém firme Sua
bondade e amor para com Seu povo, de geração em geração.
Então a bondade, o amor pactual e a fidelidade do SENHOR Deus, revelados
de geração em geração, são aqui apresentados como motivos para
comparecermos diante dEle com gratidão em nosso coração.
Amados irmãos, o fato de nascer uma igreja em Paulista, de cultuarmos hoje
pela primeira vez aqui, é uma demostração da bondade, do amor pactual e da
fidelidade de Deus.
Bondade, amor e fidelidade que foram revelados na cruz. Ele primeiro nos deu
a conhecer Sua bondade ao nos dar Seu Filho Jesus Cristo. E por causa de
Cristo, por seu sangue ter sido derramado por nós, fomos incluídos na Nova
Aliança. Por causa de Cristo, nós e nossos filhos conhecemos este amor
pactual que se mantém fiel de geração em geração.
Em Cristo, Deus nos têm dado bênçãos sobre bênçãos, então devemos nos
perguntar: é aceitável e cabível que nós que temos experimentado esta
bondade, amor e fidelidade, nos aproximemos dEle no culto, de outra forma,
que não seja com um coração agradecido? Que nos acheguemos como se
fossemos obrigados a cultuar?
Pense sobre isso: Os crentes da antiga aliança, foram chamados a entrar nos
átrios do Senhor com ações de graça. Mas note: eles só podiam entrar no átrio
do templo.
O lugar santo era reservado aos sacerdotes, e o lugar santo dos santos ao
sumo sacerdote, uma vez por ano.
Mas nós temos um privilégio muito maior. Por causa da obra de Cristo, Deus
nos recebe em graça novamente em Sua presença. O que foi perdido no Éden,
é recuperado em Cristo. O véu do templo foi rasgado. Por meio de Cristo temos
acesso ao santo dos santos, à presença de Deus. Então se os crentes da
antiga aliança tinham motivos para entrar na presença de Deus, no culto
solene, com gratidão, nós temos ainda mais.
Então quando se reunir para cultuar com a igreja de Cristo, certifique-se de que
seu coração está cheio de gratidão. Para isso, você precisa cultivar essa em
gratidão durante toda semana.
Isso significa olhar para sua família, para a casa onde você mora, para seu
carro, bicicleta ou sapato, para seu trabalho, sua saúde, seus dons, para a
comida em seu armário, para seus móveis, e dizer: “Eu não mereço nada, mas
quantas coisas boas o Senhor me tem dado. Eu tenho muito a agradecer. O
Senhor é bom!”.
Significa olha para si mesmo e dizer: “Eu miserável pecador, morto em meus
pecados e miséria espiritual, escravizado, vivendo em trevas e corrupção,
merecia o justo juízo de Deus, o sofrimento eterno com o diabo e seus anjos,
mas sem merecer recebi perdão de todos os meus pecados, justiça perfeita foi
colocada sobre mim, e vida eterna me foi dada em Cristo Jesus. Sim, eu tenho
muito a agradecer.”
Significa ver suas próprias fraquezas, sua inconstância e muitas vezes sua
infidelidade, mas confessar: “O Senhor é misericordioso, Ele mantém Seu amor
pactual por mim e por minha família e isso nunca falhará, porque sua fidelidade
é de geração em geração.”.
Então, se queremos estar com o coração cheio de gratidão devemos trazer à
lembrança constantemente a bondade, o amor pactual e a fidelidade de Deus.
Esquecer-se disso, é seguir pelo caminho da ingratidão que nos rouba a alegria
de cultuar a Deus.
Irmãos, querendo o Senhor, muitos domingos virão. Dias em que Deus nos
concederá o privilégio de cultuá-lo. Dias em que Ele nos reunirá, como ovelhas
de Seu pastoreio, nós e nossos filhos, para que com alegria e gratidão
louvemos Seu Santo nome.
Hoje começa esta congregação, e não sabemos qual será o futuro da mesma.
Mas há uma coisa que sabemos que Deus em Cristo, nos fez seu povo, que
pertencemos a Ele, que somos ovelhas sob seu cuidado.
Então o que sustentará esta congregação não será a nossa força ou sabedoria,
nem tão pouco nosso desejo e diligência, mas a bondade e o amor pactual de
Deus.
Então, a cada domingo lembrem-se e digam para si mesmos: Deus é bom.
Deus me ama. Deus é fiel.
Oremos para que a cada domingo confessemos com alegria e gratidão: “O
SENHOR é Deus, foi Ele quem nos fez, e dele somos, somos o seu povo e
rebanho do seu pastoreio.”
Amém!

-____________________________________

Gratidão , porque Ele tem sido fiel .

Hoje vamos estudar sobre o Salmo 100 lá encontramos


dois ensinamentos extremamente necessários com
respeito à gratidão a Deus. Em primeiro lugar, veremos
que o salmista nos “convida” excessivamente a sermos
sempre agradecidos ao Senhor. Porém, além de convidar,
o salmista também mostra os motivos. Daí, tiramos o
segundo ensinamento do salmo. Em segundo lugar, no
Salmo 100, somos motivados exageradamente a ser
sempre agradecidos ao Senhor! (Sl 100: 3,5).Uma série
de motivos é alistada. Vejamos cada um deles.

Primeiro, devemos agradecê-lo porque Ele é Deus!


“Sabei que o Senhor é Deus…” Ele está acima de nós!
Isso deveria ser o suficiente para Deus receber a nossa
gratidão! Não devemos adorar o Senhor somente pelo
que Ele fez, faz ou fará, mas, pelo que Ele é: Deus!
Soberano, absoluto e digno de glória!

Segundo, devemos agradecê-lo porque Ele nos fez!

“Foi ele e não nós, que nos fez povo seu…” Ele é o nosso
criador! Você não está neste mundo por acaso, nós não
somos uma mera obra da natureza, como dizem os
evolucionistas, somos filhos de Deus, criados por Ele.
Deus te fez com carinho, dedicação. E mais, nos
escolheu para sermos seu povo. Se hoje existimos, é o
porquê um dia o nosso supremo criador quis que assim
fosse.

Terceiro, devemos agradecê-lo porque Ele cuida de nós!

“…nos fez povo seu e ovelha do seu pasto.” O Senhor é o


nosso pastor. Pastor é sinônimo de cuidado. Deus cuida
de nós! Nada do que acontece na tua vida foge dos
cuidados do supremo pastor. Ele não somente nos criou,
mas, também nos sustenta, preserva e fortalece. Seja
sempre agradecido pelo cuidado de Deus na sua vida.

Quarto, devemos agradecê-lo porque Ele é bom!

“Porque o Senhor é bom…” Apesar de muitas vezes, nós,


sermos “chatos”, raivosos, “cricris”, ensimesmados, com
Deus não é assim, Ele é bom, sempre foi e sempre será.
Devemos ser agradecidos ao Senhor pela sua bondade
nas nossas vidas: “O Senhor é bom, uma fortaleza no dia
da angustia…” Naum 1:7

Quinto, devemos agradecê-lo porque Ele nos ama!

“…seu amor dura pra sempre…” Quantas pessoas


começam amar hoje e amanhã já era. O amor de Deus
por nós não tem fim. Deus não te ama hoje mais do que
ontem e nem te amará amanhã mais que hoje. Por isso
irmão agradeça ao Senhor! Como é bom saber que Ele
nos ama!

Sexto e último, devemos agradecê-lo porque Ele é fiel!

“e sua fidelidade se estende de geração a geração.”


Quantos já não “tomaram os canos” no trabalho, quantos
falsos amigos na vida, quantas promessas falsas já
ouvimos. Com Deus isso não acontece, Ele promete e
cumpre. Ele é fiel! Não “fiel a mim”, como dizem algumas
músicas cristãs, mas fiel a Ele mesmo! E por ser fiel a
Ele, e usar de muita graça e misericórdia conosco,
continua a nos abençoar.

Deus é ou não é digno de receber a nossa gratidão? Veja


quantas razões o salmista nos apresenta. Agradeça
sempre a Ele. Medite nos motivos, e sem demora, acate o
convite do Salmo 100.

Que Deus nos abençoe.

Nosso texto: Salmo 100.

Amados, novamente estamos diante de um salmo de extraordinária beleza e ampla doxologia


ao nosso Senhor. Como bem sabemos, os salmos eram o "hinário" do povo de Israel e por esse
motivo devemos atentar para o fato de que qualquer letra inventada pelo homem que não seja
totalmente coerente com o que o povo de Deus cantava, deve ser eliminada e rejeitada com
não bíblica.

Dentro desse prisma, nós não lemos que algum salmista dizia que o seu "deus sonhava", "que
só depende de você", "que basta uma oração para as montanhas ruírem" ou qualquer coisa
nesse sentido. Muitíssimo pelo contrário, vemos os salmistas escrevendo e expressando a
glória de Deus sobre tudo o que aconteceu, acontece e acontecerá. Os salmos nos descrevem a
amplitude do conhecimento e magnificência de Deus.

O salmo de hoje é um salmo de louvor ao Senhor. Diferentemente de outros salmos que eram
feitos em ocasiões especiais ou por causa de determinada circunstância, o presente salmo não
nos indica qualquer situação em particular, o que leva-nos a apreciá-lo como um cântico que
expressava aquilo que o salmista era desejoso de viver.

"Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras" (v.1).


O salmista começa seu louvor ao Senhor dizendo para celebrarem com júbilo todos os
habitantes da terra. Conforme comenta Calvino, "E desde que ele convida todos os habitantes
da terra indiscriminadamente para louvar a Jeová, ele o faz como que em profecia, se referindo
ao período de quando toda a Igreja - de diferentes nações - seria reunida". [1]

Observemos atentamente que o salmista orienta a si mesmo - e também ao seu povo - a


celebrarem ao Senhor não pelo mero dever de agradecer pelas bênçãos recebidas. Certamente
que a vontade do escritor não era que seu povo se alegrasse com o Senhor simplesmente
porque teria de ser assim, mas que deveriam celebrar com grande alegria, pois o Senhor é
bom! O salmista fala-nos sobre a importância de vivermos uma vida onde nossa alegria é
vivermos para celebrar ao Senhor e sua glória.

Homem algum deve buscar uma vida cristã feita por obrigação. Ninguém deveria estar aqui
nessa noite por obrigação. É certo que muitas vezes somos forçados a fazer determinadas
coisas, mas isso se dá porque ainda relutamos em aceitá-las - por causa de nosso pecado.
Contudo, não devemos nos escusar de buscar a alegria em fazer as coisas do Senhor.

O salmista também escreve dizendo que não somente uma parcela do seu povo deveria exultar
em grande alegria, mas "todas as terras" deveriam dar brados de júbilo proclamando que o
Senhor é maravilhoso.

"Servi ao SENHOR com alegria; e entrai diante dele com canto" (v.2).

Constantemente nós vemos que o povo de Israel alegrava-se em servir ao Senhor com grande
alegria (2Cr 30.21; Ne 8.17; Sl 4.7; 45.15; At 2.46; 11.23; 14.17). Em especial, o salmo 4 nos diz:
"Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e
o vinho" (v.7). Com grande entusiasmo também lemos muitíssimas passagens bíblicas que nos
mostram o povo de Deus entoando em alta voz canções que exaltavam o nome do Senhor (Sl
81.1; 95.1; Is 30.29; 1Co 14.15; Ef 5.19; Tg 5.13).

Nos é interessante observar que a segunda parte desse versículo é essencial para o
entendimento da primeira. Primeiro o salmista escreve "Servi ao SENHOR com alegria" e nos
perguntamos: qual a consequência de servir ao Senhor com alegria? E o salmista nos responde:
"entrai diante dele com canto". Quando servimos ao Senhor com alegria, nada mais lógico de
que vivermos na presença de Deus de maneira alegre, exultante e transbordando de alegria.
Por isso é dever de todo o cristão se alegrar no Senhor e servi-lo com grande alegria.

Porém, surge-nos uma grande dúvida nesse ponto: como conseguimos ter essa alegria em
servir ao Senhor? É muito fácil falarmos da alegria de ser cristão quando nossas finanças estão
em dia, quando nossa família está vivendo de maneira harmoniosa e quando estamos
conseguindo ter bons relacionamentos com os demais; mas quando tudo isso não está sendo
vivido em nossas vidas, tal conselho do salmista parece ser absurdo e sem sentido. Mas,
louvado seja o Senhor que não nos deixa sem resposta.

"Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação" (Fp 4.11). Ao comentar sobre essa
passagem, Spurgeon disse: “Essas palavras nos mostram que antes ele não sabia viver dessa
maneira, custou-lhe algum esforço para alcançar o mistério dessa grande verdade. Sem dúvida,
as vezes ele pensava que já havia aprendido mas falhava. E, quando, finalmente a alcançou e
pôde afirmar: ‘Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação’, já era um homem velho,
de cabelos grisalhos, às portas da morte - um miserável prisioneiro encarcerado por Nero, em
Roma. Se queremos chegar onde Paulo chegou, também devemos suportar as enfermidades
dele e compartilhar com ele da sua prisão. Não alimente a ideia de que você pode viver
contente sem aprender, ou aprender sem disciplina. Viver contente não é uma virtude que
pode ser praticada naturalmente, e sim uma arte a ser obtida gradualmente. Sabemos disto
por experiência. Silencia a murmuração, embora ela seja natural, e continue sendo um aluno
diligente na Palavra”. [2]

"Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e
ovelhas do seu pastor" (v.3).

Aqui o salmista responde à pergunta que fizemos. Ele começa dizendo que somente
poderemos ter alegria em servir ao Senhor e viver para a sua glória se soubermos quem Ele é.

Quando Moisés é chamado pelo Senhor para libertar o seu povo do Egito, ele pergunta ao
Senhor qual o seu nome. "Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de
Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu
nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos
filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós" (Êx 3.13,14). Moisés precisava de uma referência
sobre quem era Deus, para que então pudesse fazer aquilo que Ele lhe ordenava.

O Breve Catecismo de Westminster nos ajuda nesse ponto.

Pergunta 4. Quem é Deus? Resposta: Deus é espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser,
sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade. Ref. Jo 4.24; Ex 3.14; Sl 145.3; 90.2; Tg
1.17; Rm 11.33; Gn 17.1, Ap 4.8; Ex 34.6-7.

Queridos, essa afirmativa - "Sabei que o SENHOR é Deus" deve vibrar em nossos corações e
ressoar de maneira profunda, tal qual um grito ecoa pelas montanhas rochosas.

Essa afirmativa deveria bater em nossos corações e nos indagar: "Eu sei que o Senhor é Deus"?
E ainda mais, ela deveria forçar-nos contra a parede do pecado e nos perguntar: "Você sabe
quem é Deus?", "Você sabe quem você está adorando?", "Você tem consciência que está
diante de um Deus três vezes santos?".

Dever-nos-ia causar medo, angústia, aflição, contrição e EXTREMO DESESPERO caso não
estejamos conscientes de quem é Deus.

Meus amados, bem sabemos que "O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu
vim para que tenham vida, e a tenham com abundância" (Jo 10.10). Sim, é fato de que esse
ladrão - de acordo com o contexto - são os falsos mestres e profetas que se introduzem em
meio ao rebanho de Deus, contudo, devemos lembrar que esses ladrões são ministros de
satanás, usados com a finalidade de enganar os seus.

Em Apocalipse 4.8 lemos: "E os quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor,
e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo:
Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir." Na
literatura bíblica, quando se diz três vezes a mesma coisa é porque esse fato é extremamente
importante e não deve de maneira alguma ser negligenciado, portanto, fazemos bem em
atentar para esse quesito.

Muitos já ouviram falar de Deus, reconheceram-no perante os homens e professaram sua fé


publicamente, mas nunca, nunca, nunca conheceram o verdadeiro Senhor três vezes santo.
Tais homens e mulheres vivem suas vidas como se Deus fosse humano, falho, que se esquece
de suas promessas e não é tão santo assim como dizem que Ele é.

A segunda parte do versículo demonstra que o salmista conhecia o Senhor não somente no
nível das ideias, mas também reconhecia que "foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos;". O
escritor tinha a certeza - veja bem, a certeza - de que o Senhor havia-os criado.

O centro da vida cristã - como sugerem muitos teólogos - é Gn 1.1: "No princípio... Deus", o
único "Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o
sempre. Amém" (1Tm 1.17).

Receio que muitos hoje vivam diante de Deus como se vivessem diante de um atirador de elite
que está pronto para atirar, que nunca errou um tiro sequer e mesmo assim tais homens fazem
gracinhas, piadas e vivem a vida de qualquer maneira, achando que aquele atirador nunca os
acertará.

Meus amados, não devemos brincar de ser cristãos. Nossas brincadeiras não devem nos levar a
esquecer de que estamos diante do Deus zeloso. Nossos trabalhos não devem nos distrair a
ponto de nos esquecermos de quem Ele é. Nossas famílias não podem ser maiores do que o
Senhor. Nós mesmos não devemos nos achar dignos de coisa alguma - "Porque o SENHOR teu
Deus é um fogo que consome, um Deus zeloso" (Dt 4.24)

O salmista termina então o presente versículo dizendo: "somos povo seu e ovelhas do seu
pastor", levando-nos a compreender a necessidade de vivermos em conformidade com aquilo
que ele mesmo prescreveu para nós.

"Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o
seu nome" (v.4).

Aqui, o escritor do salmo escreve quase que de maneira semelhante ao versículo dois.

Ao comentar esse versículo, Calvino diz: "Entrai pelas portas. A conclusão do salmo é quase a
mesma do começo dele, exceto que ele adota um modelo de discurso que relaciona a
adoração a Deus que é obtida debaixo da lei, e também nos lembra de que o fato dos crentes
renderem graças a Deus não descarta seu dever de O adorarem corretamente e isso não pode-
se dar a menos que continuem praticando regularmente sua devoção sincera. Entretanto,
significa também que Deus não pode ser adorado se isso não estiver sendo feito de acordo
com a estrita maneira que ele mesmo prescreveu em sua lei." [3]

O salmista também deseja mostrar o quão importante era o templo do Senhor para o seu
povo. Davi expressou sua alegria no Salmo 122.1 quando disse: "Alegrei-me quando me
disseram: Vamos à casa do SENHOR."

"Porque o SENHOR é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração em
geração" (v.5)

Por fim, o salmista então chega ao final de seu louvor, mas de maneira diferente do que muitas
vezes estamos habituados.

Observemos que o salmista primeiro coloca aquilo que se sucede à vida debaixo do poder do
Senhor e por fim coloca qual que é a premissa ou o ponto de partida para que isso seja
verdade: "Porque o SENHOR é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de
geração em geração"

Diante do exposto podemos finalizar dizendo que:

1. "Porque o SENHOR é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração em
geração" (v.5), devem "Celebrar com júbilo ao SENHOR, todas as terras" (v.1), porque é nosso
dever "Servir ao SENHOR com alegria; e entrar diante dele com canto" (v.2), pois "Sabemos que
o SENHOR é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do
seu pastor" (v.3) e por isso mesmo devemos "Entrar pelas portas dele com gratidão, e em seus
átrios com louvor; louvá-lo, e bendizer o seu nome" (v.4).

Salmo 100: Servi ao SENHOR com Alegria

Mesmo sem detalhes que identificam o autor ou o momento exato da composição do Salmo
100, é fácil imaginar esse hino sendo cantado com ânimo e alegria no início de uma reunião em
Jerusalém, convocando os participantes a adorarem ao Senhor. Entendendo que a adoração a
Deus nos dias de hoje pode ser realizada em qualquer lugar, uma vez que seja feita em espírito
e em verdade (João 4:23-24), esse hino ainda nos chama a honrar o Criador e Redentor com
cânticos de louvor.

“Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras” (verso 1). Salmo 100 convida todos a louvar o
Senhor com sua mensagem geral e universal. Suas palavras incluem referências a Israel (“seu
povo e rebanho” – verso 3) e ao santuário nacional em Jerusalém (as portas e átrios do verso
4), mas seu convite não se limita aos hebreus. Deus deu um tratamento especial para os judeus
durante um período de 1.500 anos, mas nunca esqueceu dos outros povos, pois ele é o Criador
de todos. Foi provavelmente 1.000 anos depois da composição desse Salmo que Paulo pregou
a uma audiência de outras nações e disse sobre Deus: “pois ele mesmo é quem a todos dá
vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana...para buscarem a Deus” (Atos
17:25-27). Mesmo quando Deus deu certos privilégios para os descendentes de Abraão, nunca
excluiu da sua graça as outras nações. Qualquer dúvida sobre esse fato foi tirada com a
introdução do evangelho de Jesus Cristo, que oferece a todos o acesso a Deus por meio do seu
Filho (João 3:16). Paulo incentivou o evangelista Timóteo dizendo que Deus “deseja que todos
os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1 Timóteo 2:4).

“Servi ao SENHOR com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico” (verso 2). O privilégio
de cantar louvores ao Senhor traz alegria ao coração do verdadeiro adorador. Davi e outros
salmistas convidaram os israelitas e as outras nações a levantar suas vozes para honrar seu
Criador. Cânticos fazem parte da adoração que o Senhor deseja sob a Nova Aliança (Efésios
5:19; Colossenses 3:16; Hebreus 13:15) e continuam sendo uma maneira de expressar a alegria
diante de Deus (Tiago 5:13). Até os anjos e outras criaturas celestiais cantam louvores ao
Criador e Redentor (Apocalipse 4:8-11; 5:8-14; Lucas 2:13-14).

“Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho
do seu pastoreio” (verso 3). Usando dois nomes para identificar Deus, o salmista deixa bem
clara a sua crença monoteísta. A palavra traduzida Deus é usada, às vezes, em um sentido mais
abrangente para identificar supostos deuses ou até criaturas celestiais. Mas dizer que o
SENHOR (de uma palavra conhecida como a Tetragrama, usada exclusivamente do Deus da
Bíblia) é Deus é uma afirmação que o Deus adorado pelos israelitas em Jerusalém é o único
verdadeiro Deus, a mensagem monoteísta que encontramos ao longo da Bíblia. O versículo
apresenta, também, os dois principais motivos de adorar a Deus: ele é o Criador (foi ele quem
nos fez) e Redentor (somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio). Compare Apocalipse 4:11;
5:9-13).

“Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei -lhe
graças e bendizei-lhe o nome” (verso 4). As expressões aqui são paralelas, sugerindo a chegada
dos adoradores ao santuário de Deus com cânticos de gratidão e louvor. Não podemos separar
esses dois elementos da adoração. Louvamos o nome do Senhor com gratidão por tudo que ele
tem feito por nós.

“Porque o SENHOR é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a
sua fidelidade” (verso 5). Faz perfeito sentido encerrar esse Salmo com palavras de adoração.
Os primeiros quatro versos chamaram os adoradores a agirem, empregando uma série de
verbos: Celebrai, Servi, Apresentai-vos, Sabei, Entrai, Rendei-lhe, Bendizei-lhe. O último verso
do Salmo começa com a palavra “porque” e cita motivos para adorar: “O SENHOR é bom” (não
apenas faz bem, mas é, por definição do seu caráter, bom); “a sua misericórdia dura para
sempre” (a graça do Senhor é eterna); “de geração em geração, a sua fidelidade” (Deus é fiel,
em todos os momentos e para todos os tempos). Deus merece louvor por causa dos atributos
do seu caráter, a bondade, a misericórdia e a fidelidade.

O Deus adorado no santuário em Jerusalém 3.000 anos atrás é o mesmo Criador e Redentor
que merece o nosso louvor e expressões de gratidão todos os dias.

Convite à Gratidão – Pequenas Lições


Extraídas do Salmo 100
23 de abril de 2016 por Rev. Alan Kleber
 0 Comments0 Comments

(1) Gratidão a Deus requer alegria, pois Ele nos convida a participar de uma
grande festa. “Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras” (v.1). Ao contrário do
que muitos pensam, crentes podem festejar e se alegrar coram Deo (lat., na presença
de Deus). No Salmo 100, o profeta convida todas as nações a louvarem com alegria
ao Senhor de todo o universo criado. Fica claro que a adoração do povo da aliança
assume um caráter de testemunho universal todas às vezes que reunido canta
louvores a Deus. A igreja canta ao Senhor, e quando faz isso proclama ao mundo:
“Louvai ao SENHOR, vós todos os gentios, louvai- o, todos os povos” (Sl 117.1).
(2) Gratidão a Deus requer alegria no servir e no cantar. “Servi ao SENHOR com
alegria, apresentai-vos diante dele com cântico” (v.2). Você já deve ter ouvido a
famosa frase: “a minha vida deve ser um culto contínuo ao Senhor”. Mas o que
significa na verdade a palavra “culto”? Na língua hebraica sua origem é a mesma para
palavras como: “trabalhar, servir, cultivar”. Aplicada as passagens relacionadas à
adoração, culto é serviço de devoção a Deus. Agora pense um pouco: Se o que
fazemos para o Senhor deve ser o melhor, como é possível adorá-lo com tristeza,
amargura ou murmuração? Como podemos nos apresentar diante do Senhor de todo
o universo despreparados, sem um cântico adequado, que declare a sua glória, honra,
força e poder?
(3) Gratidão a Deus requer reconhecimento de quem Ele é. “Sabei que o SENHOR
é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu
pastoreio” (v.3). A principal verdade que a Bíblia nos ensina é “o que o homem deve
crer acerca de Deus, [e] o dever que Deus requer do homem” (Breve Catecismo da
IPB, resposta à pergunta 3). Jesus Cristo se fez carne a fim de que conhecêssemos o
Pai (Jo 1.18.14, 18). Somente através do verdadeiro conhecimento de Deus
saberemos quem Ele é: “… foi ele quem nos fez, e dele somos”. Somente por meio de
sua revelação gloriosa (Cristo) conheceremos que: “somos o seu povo e rebanho do
seu pastoreio”. Jesus, o Bom Pastor, veio para que encontrássemos a entrada do
aprisco, ouvindo à sua voz, reconhecendo-o e seguindo-o (Jo 10.2-4, 11, 16-18).
(4) Gratidão a Deus requer uma adoração verdadeira e espiritual. “Entrai por suas
portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei- lhe graças
e bendizei- lhe o nome” (v.4). A lição é muito prática: todo o culto solene, envolve
gratidão e reúne o povo da aliança para louvor somente ao Deus da aliança. A imagem
do Salmo lembrava ao crente que seu acesso às portas da Casa de Deus e aos átrios
do Senhor, se dava por determinação dele mesmo. Ninguém podia acessar a
presença do Todo-Poderoso sem prévia autorização. Sacerdotes mediavam com
sacrifícios. Sangue inocente era derramado em favor de adoradores imperfeitos,
injustos e pecadores a fim de que estes pudessem ter acesso ao Senhor. Tudo aquilo
apontava para o dia glorioso do Cordeiro, Jesus Cristo. Por sua vida perfeita, por seu
sacrifício eficaz, ele permitiu acesso ao seu povo, salvando-o de seus próprios
pecados: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo
sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é,
pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos,
com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má
consciência e lavado o corpo com água pura” (Hb 10.19-22).
(4) Gratidão a Deus requer uma clara consciência de sua bondade, misericórdia
e fidelidade. “Porque o SENHOR é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de
geração em geração, a sua fidelidade” (v.5). A conclusão de todo o Salmo 100 é: Por
que então eu devo viver sempre agradecido a Deus? Porque se não fosse o Senhor, o
que seria de nós?! Como viveríamos agradecidos sem antes provarmos e vermos o
quanto Ele é bom? Se tudo quanto Ele faz é repleto de sua bondade, com segurança
podemos crer que tudo coopera para bem daqueles que o amam (Rm 8.28). Se
constantemente, Ele não nos dá aquilo que merecemos, podemos crer firmemente que
sua bondade e misericórdia nos seguirão todos os dias da nossa vida. Sua fidelidade
garante sua bênção para nossos filhos, e os filhos dos nossos filhos, de geração em
geração. “As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos,
porque as suas misericórdias não têm fim; renovam- se cada manhã. Grande é a tua
fidelidade. A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele.
Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca” (Lm 3.22-
26).
Pr. Alan Kleber

Salmo 100 Celebremos a Bondade de Nosso


Deus. O Que é Adorar?

INTRODUÇÃO:
Uma pergunta que precisamos levantar sinceramente é a seguinte: Quais os motivos
que nos levam a adorar na realidade? Constatamos que existem muitas dificuldades
na forma como entendemos o culto cristão e suas implicações para a nossa vida
cotidiana.

 As críticas geralmente levantadas entre nós manifestam:


1) Desequilíbrio entre formalidade e informalidade.
Deus é o nosso Pai que nos adotou em Cristo (Ef 1.4,5). Deus é o Senhor que
governa toda a sua criação. A paternidade de Deus evoca intimidade (Aba = papai –
Rm 8). Realeza evoca a sua excelência e majestade; não se apresentar perante o Rei
de qualquer forma (Sl 99 – trema a terra). Formalidade e informalidade unem-se para
formar a beleza da adoração cristã como um evento preparado para adorar a Deus e
para agradar a Deus.
Quando um sufoca o outro a adoração cristã perde o rumo e volta-se para agradar a
homens, não a Deus.

2) Um conflito de gerações.
Jovens e adultos querendo que a sua forma de cultuar tenha hegemonia, evidenciando
no corpo de Cristo uma tremenda falta de comunhão. Será que há lugar para as
crianças adorarem também no culto público? Alguém se pergunta: Para quem é o
culto?

3) A ignorância das doutrinas bíblicas.


O que a Bíblia diz e ensina muitas vezes é trocado pelo “eu penso e eu acho...”.
Muitos já compraram o seu “achômetro” e o “antenaram” com as últimas novidades da
moda musical e litúrgica evangélica contemporânea.
Por outro lado é o que está prescrito nas Escrituras (princípio regular) que vale para a
apresentação de um culto aceitável a Deus.

4) A falta de uma espiritualidade cristã autêntica.


 Piedade.
 Intimidade com Deus.
 Temor.
O culto pode vir a ser um lugar para se esconder. Deveríamos meditar sobre a tristeza
de Cristo ao chamar o templo de “covil de salteadores”. Por outro lado, o coração
quebrantado jamais será recusado por Deus (Sl 51).

5) Uma outra questão melindrosa, mas não menos importante, é a busca da


atratividade, que visa fazer do culto uma experiência mais que agradável,
inexplicavelmente fantástica, do crente com Deus; correndo-se o perigoso risco de
transformar o culto em SHOW. Um show é mostrar o que somos capazes de fazer. A
atenção se move de Deus para os homens. Será que Deus é realmente cultuado? Ou
será que os cristãos cultuam-se a si mesmos quando procedem assim?
Reconhecemos a necessidade de um culto que fale contemporaneamente, mas essa
contemporaneidade não pode ser construída à parte dos mandamentos claros e
inequívocos que Deus dá nas escrituras sobre como ele deva ser adorado.
Paulo sustenta em Efésios 2.18, que a liberdade para adorar a Deus vem da inclusão
do pecador perdoado no corpo de Cristo, fora do qual sua experiência de adoração é
incompleta. Não insuficiente, mas verdadeiramente incompleta. Adoração é o mover
grato e reconhecido do pecador em direção ao Deus (Senhor e Pai) que o fez viver
quando devia morrer. A adoração nos leva na direção de Deus e não o contrário.
Adoração autêntica, segundo a Bíblia, nasce da experiência da Justificação do
pecador, pela obra maravilhosa de Cristo na Cruz. Ela vem da obediência simples aos
imperativos de Deus na Bíblia.

Contexto:
Alguns desses imperativos divinos, claros e simples, são encontrados nesse salmo. O
Salmo 100 faz parte do Livro IV do livro dos Salmos. É o último dos Salmos Reais (95
a 100) que exaltam a Deus como Rei da terra e do seu povo.
 Ele é o grande rei acima de todos os deuses (Sl 95.3).
 Glória e majestade estão diante dele, que reina e julga as nações (Sl 96.6, 10).
 O seu reinado é a alegria da terra, mas especialmente dos justos (Sl 97.1,12).
 Devemos celebrar com júbilo ao Senhor porque ele vem julgar a terra com justiça e
eqüidade. Ele é o altíssimo sobre toda a terra (Sl 98).
 Ele reina, tremam os povos, porque ele é o rei poderoso que ama a justiça e a
executa com eqüidade (Sl 99.1, 4).
 Devemos servi-lo com alegria, porque, além de ser justo, é bom, misericordioso e fiel
às suas promessas (Sl 100).
A proposta de nossa série expositiva foi mostrar:

1. 19/12 (Rev. Mauro) - Salmo 95 = O Deus Supremo.


2. 26/12 (Rev. Milton) - Salmo 96 = O Deus Santo.
3. 02/01 (Rev. Hélio) --- Salmo 97 = O Deus Altíssimo.
4. 09/01(Rev. Ericson) - Salmo 98 = O Deus Juiz.
5. 16/01 (Rev. Jonas) --- Salmo 99 = O Deus Poderoso.
6. 23/01 (Rev. Helio) --- Salmo 100 = O Deus Misericordioso.

Proposição:
Este salmo nos ensina pelo menos quatro princípios básicos e claros da adoração
cristã, respondendo-nos a pergunta: O que é adorar a Deus no culto?

A primeira verdade ensinada no texto é:


I - ADORAR É CELEBRAR AO SENHOR V.1

a) O que é celebrar ao Senhor?


Celebrar é comemorar com explosões de louvor a pessoa e a obra de Deus. É um
grito de homenagem para o único rei verdadeiro. A palavra foi usada no contexto da
subida da arca para Jerusalém na época de Davi (II Sm 6). Não se trata de gritos
aleatórios como vemos nos shows modernos, mas gritos de júbilo pela vitória e pela
entronização do rei.
O Salmo 95.1 nos convoca a demonstrarmos toda alegria que a confiança em Deus
produz em nossos corações. Devemos celebrar com júbilo ao Senhor porque ele é o
rei vitorioso que vem julgar a terra com justiça e eqüidade (Sl 98.4-9).
Portanto, como devemos adorar?

b) Com júbilo.
A expressão “júbilo” aponta para uma alegria intensa. O alvo dessa alegria é o próprio
Deus! Notem que a celebração é voltada para Deus, que é o Senhor. A celebração só
tem razão de ser em função de quem Deus é e faz. Ele é o SENHOR e ele governa
com justiça.
Deus é a fonte da nossa alegria. Ele não é um Deus triste
Ilustração: O filme “O Nome da Rosa” gira em torno de um tema intrigante. A
proibição do riso vinha do entendimento que Deus é sério e compenetrado, e que por
isso rejeita o riso na sua presença. O foco do filme é bem exemplificado no debate
entre o Frei William e o Frei Jorge sobre a utilidade do riso para a fé. Cremos que não
há conflito entre fé e razão, mas que as duas atuam nas suas esferas
complementarmente, pois se não fosse assim, não haveria razão de estar escrito nas
Escrituras palavras como as de Neemias 8.10: “A alegria do Senhor é a vossa força”.
O mundo faz festas para ver se encontra alegria. A igreja faz festas porque Deus é a
sua alegria!

Quem deve celebrar a Deus?


c) Todas as terras.
Essa expressão significa todas as nações do mundo. Essa é, portanto, uma expressão
missionária, pois o nome de Deus precisa ser adorado por todas as nações, e em
todas as nações.
O Salmo 67.1,2 nos lembra que quando Deus abençoa o seu povo, este povo o faz
conhecido entre os povos.

A segunda verdade ensinada no texto é:


II - ADORAR É SERVIR AO SENHOR V.2:

a) O que é servir ao Senhor?


Servir é o exercício de funções obrigatórias, e não remuneradas. Servir é para
escravos (Deus é Senhor). Quando Cristo morreu por nós na cruz, Ele estava
PAGANDO o preço da nossa salvação! Paulo argumenta em II Co 5.14-17, que uma
vez que pertencemos a Ele, devemos viver para ele. O mesmo Ele o faz em Romanos
6.
Logo, culto não é opção, é obrigação e necessidade de todo aquele que foi REMIDO
por Deus em Cristo.
1º) Obrigação.
Porque o Salmo 29.1,2 fala que devemos “Tributar a glória devida” a Deus. Adoração e
louvor são devidos a Deus. São coisas que não podemos deixar parar depois. Adorar
não é fazer um “favorzinho” para Deus se der tempo, mas é o cumprimento de nossas
obrigações como seus servos que somos.
2º) Necessidade.
Porque o Salmo 42.2, afirma que nossa alma tem sede de Deus, do Deus vivo das
Escrituras.

b) Com alegria.
Assim como a celebração, o serviço também deve refletir a nossa alegria. A pergunta
lógica e necessária de ser feita é a seguinte: Como é possível servirmos como
escravos e ainda assim sermos alegres? É só lembrar que o nosso Senhor não é mau,
mas bondoso, misericordioso e fiel (v.5). Quando conhecemos a bondade de Deus
temos prazer em serví-lo.

c) Com cântico.
O Cântico é uma das principais expressões de alegria na Bíblia. A palavra hebraica
demonstra firmeza na voz. (quando o cântico não é firme é porque não há alegria em
Deus). Vozes tristes não têm firmeza quando cantam.
A servidão do Senhor é melhor que a servidão do mundo, pois é uma servidão
libertadora e que cura.
Ilustração: A Reforma do século XVI reintroduziu na liturgia da Igreja o canto
congregacional. Redescobriu-se a alegria de todos cantarem juntos a Deus mais uma
vez.
Outra verdade relacionada ao cântico na adoração é o que está no Salmo 98.4-6.
Devemos celebrar com júbilo, e o nosso júbilo faz uso de muitos tipos diferentes de
instrumentos musicais. Harpa, trombetas, buzinas. O objetivo do uso desses
instrumentos é exultar perante o Senhor, que é rei, e celebrar a sua justiça, que fez
notória a sua salvação perante os povos (Sl 98.2). Não usar deses instrumentos, por
escolha própria, pode implicar em desobediência a Deus, e não em obediência a ele,
pois o seu uso como parte da celebração também é imperativo, pois os dois textos
dizem: CELEBRAI!

A terceira verdade é:
III - ADORAR É SABER QUE O SENHOR É DEUS. V.3

a) Ele é Deus.
“Saber” significa ter a consciência de que adoramos a um Deus que conhecemos e
podemos continuar a conhecer. Nós o conhecemos pelos seus atributos pessoais
comunicáveis (Amor, bondade, verdade etc). Nós o conhecemos por sua revelação
pessoal na encarnação e vida de Jesus Cristo.
Adoramos a um Deus que é:
1) Pessoal - tem personalidade própria
2) Espiritual - transcendente.
3) Santo - não habita com o pecado.

b) Ele nos fez.


Nós adoramos ao nosso criador. Atos 17.26,28 nos ensina que fomos criados à
imagem e semelhança de Deus. Deus nos criou para o adorarmos e nos alegrarmos
nele para sempre (Pergunta nº1 do Breve Catecismo de Westminster). Portanto, nosso
culto deve estar cheio de gratidão.

c) Pertencemos a Ele.
1º) Somos o seu povo (Rei).
Deus livrou a Israel do Egito para ser o seu povo. “Vós sereis o meu povo e Eu serei o
vosso Deus” é a frase que estabeleceu a aliança, o pacto com Deus. A Igreja é o povo
de Deus, livre do pecado para viver proclamando a sua maravilhosa graça e luz (1 Pe
2.9,10).
2º) Somos o seu rebanho (pastor).
Sua relação conosco é a do pastor com as suas ovelhas. Deus cuida de nós, por isso
o adoramos em amor. Ele nos ouve e nos acode (Sl 40.1-6). Ele nos guia e protege (Sl
23).
Em João 10, o Senhor Jesus nos ensina que as ovelhas conhecem a voz do bom
pastor e o seguem. Ele deu a sua vida por nós, suas ovelhas.

A quarta e última verdade é:


IV - ADORAR É BENDIZER O SEU NOME V.4

a) O que é bendizer ao Senhor?


“Bendizer” significa elogiar, glorificar, dar louvor. (reconhecer o seu valor próprio).
Como elogiamos a Deus?

b) Com ações de graça.


Nosso culto de adoração deve ser cheio de gratidão. Efésios 5.4 mostra que a gratidão
é uma das marcas da santidade. Gratidão produz alegria e não tristeza. Nossos lábios
devem ser cheios de palavras que transmitam graça ou gratidão (Ef. 4.29). Nossos
cânticos devem ser repletos de gratidão, tanto nas suas próprias letras como na
atitude com que os cantamos para Deus.

c) Hinos de louvor.
O salmista fala de hinos que engrandeçam o nome de Deus.
Creio que o grande problema da música na Igreja tem a ver com o fato de que nossos
compositores têm feito canções que vendem e que falam aos corações dos homens,
mas não falam nada de Deus ou para Deus. Vejam só as letras: “A minha fé é assim”;
“o crente que ora tem poder...” Ou em estilos parecidos. Onde estão os salmos de
louvor?
• Falta de senso crítico. Os critérios que as equipes de louvor usam na escolha da
música nem sempre são baseados na verdade da Palavra, mas no carismatismo do
cantor; no balanço da melodia; ou na capacidade de expressar um jargão da época.
Numa época é “Deus é 10” e na outra é “Eu quero é Deus”.
• Ênfase no “Show” ou na solenidade “Escocesa”. Precisamos buscar músicas que nos
levem à presença de Deus e não que o desagradem (músicas que não passam de
estereótipos de uma época). Show ou conservadorismo podem desagradar a Deus se
o que se busca é um estilo que nos agrade e não a Deus. Temos de reconhecer que
muitas vezes queremos impor sobre Deus os nossos gostos musicais sem perguntar o
que ele acha. Você já leu Amós 5.21-23. O v.21 diz que tanto as festas quanto as
assembléias solenes de Israel o desagradavam. Por que? Porque não havia justiça na
vida dos adoradores! (v.24).

d) Render graças e bendizer o nome.


Apresentar a nossa gratidão de forma cúltica é como uma rendição, aceitar a vitória de
Deus nas nossas vidas. No final, sabemos que Deus venceu, por isso nós vencemos e
venceremos no futuro.
Por que bendizer. O Salmo 96.1-5 diz que é porque o seu nome é excelso, ou seja,
está acima de tudo. O Senhor é grande, mas os deuses não passam de ídolos!

CONCLUSÃO:
Qual a conclusão a que chegamos?
Quais são as razões que nos levam a cultuar a Deus com louvor? O verso 5 nos
responde prontamente a essa pergunta:
1º) Adoramos porque o Senhor é bom.
Ele tem nos abençoado com toda sorte de benção espiritual em Cristo Jesus (Ef. 1.3).
Deus gosta de nos presentear como um pai que ama os seus filhos (Lc 11).

2º) Adoramos porque a sua misericórdia dura para sempre.


Deus é misericordioso. Ele tem perdoado os nossos pecados constantemente e
eternamente. Pois nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Rm
8.1). Deus nos livrou definitivamente do inferno e do Lago de Fogo! Aleluia!
3º) Adoramos porque Ele é fiel.
Deus é leal para conosco. Cumpre todas as suas promessas. Por isso precisamos
aprender a sermos fiéis a Ele também.

APLICAÇÃO:

1) O centro do culto é Deus. O centro da alegria no culto também é, quando buscamos


alegria em nós mesmos, tornamo-nos vazios da alegria de Deus, que é a única
verdadeira.

2) A expressão firme da alegria no canto é diretamente proporcional à intimidade que


temos com Deus.
A vergonha da voz, o medo de errar e a timidez podem ser vencidos pelo desejo de
adorar com todo o coração. Sem contar que sempre podemos aprender a melhorar a
nossa voz, acompanhando a quem tem um timbre de voz melhor que o nosso, ou nos
matriculando em aulas de canto. Isso é algo bom, se o nosso desejo for “tanger com
arte e com júbilo” ao Senhor (Sl 33.3).

Frase Final:
O segredo da adoração que agrada a Deus é a obediência que encontra a sua alegria
nas ações de Deus a nosso favor. Elas mudaram e continuam mudando o rumo de
nossas vidas. Vamos bendizer ao Senhor porque ele é grande e julga o mundo com
justiça. A sua justiça não é cega, mas repleta de amor, bondade, misericórdia e
fidelidade.

You might also like