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Física do Som

Os Cordofones
Dedilhados
Módulo 3

Trabalho Realizado por: Mateus Saldanha


[Data]
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Índice
1. História dos Cordofones_____________________________________3

2. Cordofones________________________________________________4

3. A guitarra__________________________________________________5

4. Vihuela____________________________________________________6

5. Alaúde____________________________________________________7

6. Características e estrutura da Guitarra_________________________8

7. Campos de Liberdade_______________________________________9

8. A Guitarra do ponto de Vista Físico___________________________10

9. Interação dos sistemas Excitador, Ressoador e Radiante_________11

10. Fontes____________________________________________________12
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História dos Cordofones


O primeiro instrumento de corda do qual se tem conhecimento é o Arco musical cuja
origem é situada entre 35 e 15 mil anos a.C. Os instrumentos de corda friccionada
mais antigos registados são nove liras e três harpas encontradas numa tumba na
Mesopotâmia a 2.600 a.C.
Pinturas em paredes e efígies em cerâmica, madeira ou metal indicam a presença de
tais instrumentos em época próxima no Egipto Antigo e em ilhas do Mar Egeu. As
representações dão a entender que as liras tinham funções musicais de carácter
religioso ou poético, enquanto as harpas visavam o entretenimento e o erotismo.
Os instrumentos que deram origem ao violino, guitarra, violoncelo tem origem do
alaúde, utilizado inicialmente por pastores, que surgiu em época posterior. Os
instrumentos da família do violino foram desenvolvidos na Itália durante os séculos XVI
e XVII e alcançaram seu pico nas mãos de mestres como Antonio Stradivari e
Giuseppe Guarneri “Del Gesù” de Cremona.
Os instrumentos de cordas são importantes na história da música ocidental pois foi
com um instrumento constituído de uma única corda, o monocórdio, que os filósofos e
matemáticos da escola pitagórica descobriram todos os princípios matemáticos que
regem os intervalos, escalas e a harmonia, dando origem ao estudo da teoria musical
há mais de dois mil anos.
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Cordofones
“Classificam-se habitualmente de acordo com a posição das cordas em relação ao
corpo do instrumento”.
São Instrumentos musicais cujo som é produzido por uma corda tensa que no qual,
pode ser excitada com o uso de uma baqueta (santur,dulcimer) – Percutidos; excitada
com o uso dos dedos ou de um plectro (palheta) (guitarra, harpa) – Dedilhados; e
excitada por fricção através do uso de um arco (violino, violoncelo) – Friccionados.

Curt Sachs (1881-1959) indica que nesta categoria se podem dividir dois grupos: os
cordofones simples, ou cítaras, e os cordofones complexos.

 Cordofones simples ou Cítaras


São Instrumentos no qual são compostos por cordas tensas e podem ter uma caixa-
de-ressonância. Quando o instrumento não inclui caixa-de-ressonância, a intensidade
do som e o timbre na execução do instrumento é diferente (os vários tipos de cítaras).

 Cordofones Compostos
São definidos como instrumentos onde o braço e o corpo acústico são unidos
organicamente, não podendo ser separados sem que o instrumento seja destruído. O
plano das cordas é normalmente paralelo ao tampo do corpo do instrumento (alaúdes,
arpas, harpa-alaudes).
“Os instrumentos cordofones até ao séc. XVI são normalmente difíceis de classificar,
pois há uma escassez de material para concluir os estudos da família destes
instrumentos. Contudo muitos deles mantêm as mesmas características que
demonstram que tiveram um ancestral comum. Essas características podem ser
observadas em instrumentos de zonas diferentes.”
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A Guitarra
A origem da guitarra não é muito clara, já que existem varias hipóteses para o seu
surgimento. Especula-se que a guitarra tenha a sua origem em alaúdes do antigo
Egito, por terem sidos encontrados em escavações instrumentos de caixa cintada com
um braço longo e estreito, e vestígios de existência de três ou quatro cordas e alguns
trastes. Subsistem muitas dúvidas no estudo da história da guitarra, durante o fim da
Idade Media e início da Renascença, devido a grande confusão dos termos usados
para designar vários instrumentos do tipo guitarra. Outras designações (como guitarra
mourisca e guitarra latina) aparecem desde o século XI.
Existem duas hipóteses sobre a origem da guitarra. A primeira considera a guitarra
como sendo um instrumento derivado do alúde assírio-caldeu e introduzido na
Espanha por sucessivas transmissões, através dos egípcios, persas e árabes. A
segunda hipótese atribui uma origem Greco-Romana. Segundo esta hipótese, a
guitarra deriva da fidícula, que depois se transformaria em Vihuela na Espanha. Da
guitarra latina nasceram dois instrumentos muito parecidos: a Vihuela e a guitarra
propriamente dita.
Acredita-se que a palavra Vihuela designava um instrumento aristocrático, de seis
cordas. A guitarra era um instrumento mais pequeno com apenas quatro cordas.
De maneira análoga ao termo italiano viola, a palavra vihuela era aplicada a vários
instrumentos de cordas. Para distingui-los, usavam-se outros termos ligados à palavra
Vihuela. Havia a Vihuela de arco, a Vihuela de plectro e a Vihuela de Mão, que se
executava com os dedos. No final do século XVI é adicionada uma quinta corda à
guitarral, evolução atribuída a Vicente Espinel, de Madrid. Esta versão do instrumento
passa a conhecer-se em toda a Europa por guitarra Espanhola (que ainda hoje é
utilizada) e desde então considera-se o instrumento como simbolo nacional da
espanha. No final do século XVIII é adicionada uma sexta corda (Mi) e as cordas
passam de duplas para simples.
A sonoridade aumenta bastante, como resultado do sistema de barras interiores.
Finalmente em meados do século XIX, aproximadamente em 1850, o construtor
Antonio Torres Jurado (1817-1892) altera a forma da caixa-de-ressonância, tornando-a
mais larga e mais consolidada, coma forma de oito, e em toda a Europa passaram a
adaptar as suas técnicas da fabricação da guitarra e até hoje se constrói quase
exatamente à maneira de Antonio Torres. Ele foi o responsável pelo design ao qual
estamos hoje habituados, e mesmo depois de mais de 150 anos, poucos formas
aqueles que tentaram modificar a guitarra concebida por Torres.
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Vihuela
A Vihuela é parecida com uma guitarra de 12 cordas pequena e delicada, com cordas
de tripa. Na Itália e Portugal era conhecido como viola; as palavras vihuela e viola
parecem estra etimologicamente relacionadas. A vihuela foi bastante comum na
música dos séculos XV e XVI, mas depois disso foi substituída rapidamente pela
guitarra. Hoje é utilizada só para desempenhar músicas antigas, normalmente com
réplicas modernas de instrumentos históricos.
Havia vários tipos diferentes de vihuelas na espanha:
Vhiuela de Mano – 6 pares de cordas tocadas com os dedos;
Vhiuela de Plectro – tocada com um plectro (ou palheta);
Vhiuela de Arco – tocada com arco (o antepassado da viola de Gamba)
Vihuela de Pueblo – 4 pares de cordas, afinadas em quartas, usada quase
exclusivamente para simples acompanhamento vocal e o antepassado direto da
guitarra atual.
No fim do século XVI, a vihuela foi substituída pela guitarra que, com a adição da
quinta corda tinha adquirido possibilidades artísticas novas. A modificação é atribuída
tradicionalmente a Vicente Espinel, poeta e musico (1551-1624), de quem o primeiro
tratado, Guittara Espanola (1583) foi republicado e corrigido muitas vezes até ao fim
do século XVIII.
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Alaúde
O Alaúde é um instrumento de cordas pinceladas, com um braço com trastes e um
fundo abaulado. Evoluiu originalmente de um instrumento desenvolvido no Oriente
Médio. A palavra “alaúde” (ing. “lute”) é derivada do árabe alùd, “a madeira”.
Os alaúdes são feitos quase completamente de madeira. O tampo (frente do
instrumento) é uma tábua plana fina de madeira ressonante, como numa guitarra
clássica. O tampo tem um único orifício debaixo das cordas, chamado de “roseta”.
Este orifício não é aberto como numa guitarra, mas coberto com uma grade como
forma de videira entrelaçada ou amarrada, esculpida diretamente na madeira do
tampo. A parte de trás é formada por tiras finas de madeira chamadas “costelas”,
amoldadas como as tiras de uma casca de banana e unidas na extremidade para
formar o fundo arredondado do instrumento.
O braço é feito de madeira clara, com uma escala (abaixo das cordas) de madeira
mais dura para ter uma maior durabilidade. As cravelhas de afinação para alaudes
antes da era Barroca eram inclinadas em quase 90 graus em relação ao braço,
presumivelmente para ajudar a prender firmemente as cordas de baixa tensão contra o
braço. Elas são simples, de madeira, um pouco afiladas, mantidas por fricção em
orifícios na caixa de cravelhas. Os trastes são feitos de tripas amarradas ao redor do
braço. Eles desfiam com o uso, e frequentemente devem ser substituídos. As cordas
do alaúde são organizados em grupos, normalmente de pares de cordas; entretanto, a
corda mais aguda normalmente vem sem par, chamada de chantrelle.
O resultado deste arranjo geral é um instrumento extremamente leve para o seu
tamanho. Cavilhas para uma correia de ombro são uma inovação moderna; imagens
históricas mostram que o instrumento era tocado sem nenhum apoio que não os
braços.
O alaúde surgiu primeiro na Europa na Idade média, transportado através da divisão
cultural muçulmano-cristã na Espanha; mas foi deixado de lado no continente por
músicos cristãos depois de aproximadamente 1500, sendo preferida a vihuela.
Os alaúdes medievais eram instrumentos de 4 ou 5 pares de cordas, tocados com
uma pena como o plectro (palheta). Havia vários tamanhos, e ao final do
Renascimento, sete tamanhos diferentes são registados. A função primária do alaúde
na Idade média provavelmente era o acompanhamento do canto.
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Características e Estrutura da Guitarra

A guitarra pertence à classe dos cordofones dedilhados. Normalmente é designada


como viola ou violão, apesar de o nome correto ser guitarra clássica, guitarra
espanhola ou simplesmente guitarra.
A guitarra é composta por:

 Uma caixa-de-ressonância em forma de um 8, com o tampo e fundos planos;


 Existe no tampo um orifício circular – a boca;
 Constituía por um braço direito e largo;
 No braço contém trastos metálicos que delimitam intervalos de meio-tom
temperado;
 Contem seis cordas, presas no próprio tampo da guitarra através de uma
espécie de cavalete baixo;
 As três cordas mais agudas são em nylon ou tripa e as três mais graves são
metálicas (nylon com fieira de cobre ou cobre prateado);
 No cravelhame (que é plano e está ligeiramente inclinado em relação ao braço)
as cordas estão presas a um sistema de parafusos-sem-fim, que permite afiná-
la;
 No interior da guitarra, existe uma série de barras (coladas ao tampo e às
costas), em número e disposição variável conforme o construtor. Estas barras
reforçam a solidez da caixa e delimitam as partes vibrantes, condicionando
assim o timbre final do instrumento.
Estrutura da guitarra:
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Campos de Liberdade
Os instrumentos, mais propriamente a guitarra, é construída de modo ao
instrumentista explorar as características do som: a altura, intensidade e timbre.
Campo de Liberdade da Intensidade:

 “Condiciona as possibilidades dinâmicas e diz respeito à gama de intensidades


que a guitarra permite”.
Campo de Liberdade de Altura:

 “Diz respeito não apenas à extensão ou âmbito sonoro, mas também à rigidez
da sua afinação”. No caso da guitarra, é um instrumento com afinação fixa.
Campo de liberdade do Timbre:

 “É a capacidade que um instrumento tem de variar o timbre produzido. Embora


se diga usualmente que cada instrumento tem um determinado timbre.”
No caso da guitarra clássica, a variação do timbre pode ser feita com o ajuste da mão,
ou seja, se o instrumentista excitar a corda perto da ponte da guitarra, o som muito
provavelmente será “metálico”. Se as cordas forem excitadas perto da abertura ou até
mesmo perto do braço, o som será mais “doce”.
Na guitarra elétrica acaba por ser um pouco diferente já que pode ser possível variar o
timbre com o ajuste dos pickups.
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A Guitarra ponto de vista físico


Se o instrumentista excitar as cordas da guitarra, vamos poder observar as vibrações
das cordas, mas não conseguimos ver o movimento vibratório de toda a estrutura do
instrumento, apesar de todo o instrumento em si, vibra. “O instrumento comporta-se
como um sistema de osciladores de grande complexidade.”
A guitarra como todos os outros instrumentos podem ser designados como sistemas
dinâmicos no qual são constituídos por três componentes:

 Sistema Excitador
É um sistema que transforma as vibrações de energia não-vibratória em energia
vibratória.
Na guitarra podemos ver este sistema quando o instrumentista com a sua mão/plectro
(palheta) toca nas cordas.

 Sistema Ressoador
“O sistema excitador está acoplado ao sistema ressoador, processo pela qual as
oscilações são amplificadas, filtradas ou modificadas. O ressoador é o elemento que
ressoa à frequência pretendida.”
Na guitarra podemos ver este sistema quando a energia vibratória das cordas passa
para a caixa-de-ressonância onde as oscilações vão ser amplificadas, filtradas e
modificadas.

 Sistema Radiante
A Guitarra é constituída por mecanismos para radiar o som. “Transmite ondas ao ar
circundante originando assim a onda sonora que se propaga no meio até atingir os
nossos ouvidos. A energia vibratória e acústica resultante dos sistemas excitador e
ressoador é transformada em energia vibratória do ar (energia acústica radiante).”
Na guitarra podemos ver estes sistemas quando as oscilações que estão na caixa da
guitarra, saem pelo tampo e entram no ar até chegar aos nossos ouvidos.
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Interação dos sistemas excitador, ressoador e radiante


“Os sistemas excitadores, ressoador e radiante estão acoplados, interagindo entre si.
O modo como se influenciam fisicamente depende de muitos fatores variando com o
tipo de instrumento.”
Na guitarra, a frequência do som emitido é determinada essencialmente pelo sistema
ressoador.
Existem vários sistemas oscilatórios interligados: a corda, o tampo superior, o tampo
inferior, o ar no interior da caixa, o braço, etc.
As cordas da guitarra quando excitadas, fazem parte do mecanismo de excitação e é o
elemento ressoador.
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Fontes:
file:///C:/Users/User/Desktop/1342058906_TeseMestrado-Final-Pedro.pdf
Revista Guitarra Clássica (Portugal)
http://www.vihuela.eu/
http://www.dailyguitar.com/
www.guitarfoundation.org
www.violao.org (Brasil)
http://www.classicalguitarmagazine.com/
HISTÓRIA DO VIOLÃO.Eduardo Plate.
http://sologuitarist.net/
As frases entre aspas foram retiradas da Sebenta do Professor César Coelho
Instrumentos Musicais - Luís Henrique (IM)
Acústica Musical - Luís Henrique (AM)
http://estudiosmokka.no-ip.org/estudiosmokka/Cordofones1.htm
https://violaovilla.wordpress.com/origens/
https://amitita.wordpress.com/2-cordofones/
http://programatudosobremusica.blogspot.com/2016/01/instrumentos-de-cordas-sao-
instrumentos.html
https://www.britannica.com/art/chordophone

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