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Porto Alegre / RS - Brazil – October 7th to 9th, 2015

APROVEITAMENTO DE BIOMASSA RESULTANTE DA SERRAGEM E


PAINAGEM DA MADEIRA EM MOÇAMBIQUE

Fortunato Lucas Quembo Raposo1


fortunato.quembo@ufrgs.br
Vinicius Martins2
viniciushiper@yahoo.com.br
Carlos Hoffmann Sampaio3
sampaio@ufrgs.br
Lírio Schaeffer4
Schaefer@ufrgs.br
RESUMO

A serragem é um resíduo sólido resultante da madeira, fonte energética


renovável e com bom poder calorífico. Este resíduo é queimado na
carpintaria/serração ao ar livre sem o uso energético e polui o meio ambiente. A
metodologia desta pesquisa consistiu na observação direita dos focos de geração de
resíduos, ilustrações fotográficas e entrevista aos carpinteiros e a comunidade,
leitura de alguns artigos científicos e documentos normativos. Pode-se concluir que
Moçambique tem alto potencial de uso energético da biomassa da serragem pelo se
usar as tecnologias conversão da biomassa. A combustão direta e a carbonização
são as ideiais que podem ser implementadas devido a sua facilidade a partir do uso
da técnicas de compactação: briquetagem e pelotização dos resíduos, sendo
economicamente viável e sustentável ambientalmente, contribuindo para a redução
da pobreza.
Palavras - chave: Aproveitamento Energético. Serragem da Madeira. Gestão
Ambiental. Novas Tecnologias. Biomassa.

1
Bolsista da CNPq/MCT-Moçambique, Mestrando em Engenharia de Minas, Metalurgia e de
Materiais na Universidade Federal Rio Grande do sul - Brasil; Licenciado em Ensino de Química na
Universidade Pedagógica, Moçambique; Professor na Universidade Pedagógica, Moçambique ;
2
Professor do Instituto Federal Sul-rio-grandense – IFSul – Campus Sapucaia do Sul
3
Doutorado em Processamento Mineral na Rheinisch Westfaelische Technische Hochschule Aachen,
Alemanha; Professor na Universidade Federal Rio Grande do Sul e coordenador do Laboratório de
processamento mineral.
4
Professor na Universidade Federal Rio Grande do Sul e coordenador do Laboratório de
Transformação Mecânica.
Porto Alegre / RS - Brazil – October 7th to 9th, 2015

1. INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo Propor as possibilidades técnologicas


para o aproveitamento da biomassa resultante dos resíduos da serragem a partir da
densificação da biomassa a serem adotados em Moçambique de modo que sejam
aproveitados na geração de energia consequentemente reduzir e/ou eliminar a
quantidade de resíduos sólidos de madeira que são disperdiçados, sem devida
aplicação. O uso de tecnologias modernas da biomassa em energia são muito
rentáveis devido a fonte renovável deste recurso energético por um lado e por outro
contribuir substancialmente para a redução do impacto ambiental negativo através
do uso inadequado dos resíduos de serragem. O desenvolvimento de técnicas para
aumentar o valor agregado e o uso da biomassa de serragem de madeira tais:
briquetagem e pelotização usados para a produção energia através de tecnologias
modernas de aproveitamento de da biomassa aumentam o poder calorífico através
do aumento de da densidade energética da serragem. Neste trabalho vai abordar
mais sobre a geração de energia a partir da combustão direta e carbonização para
como forma de redução das diferenças de acesso as energias modernas entre o
meio rural e urbano tendo em vista o desenvolvimento sustentável das sociedades e
promoção do maior aproveitamento energético dos resíduos serragem. De acordo
Falcão (2013), o continente Africano encontra-se fortemente dependente da
disponibilidade de combustíveis lenhosos para consumo das populações, tanto
rurais como urbanas e Moçambique não esta alheio a esta realidade. Entrentanto
em Moçambique o aproveitamento energético da biomassa lenhosa é bastante
usado principalmente nas zonas rurais, estima-se que cerca de 80% da população
utiliza lenha e carvão vegetal para fins energéticos. A quantificação do consumo e
da disponibilidade de matéria-prima torna-se assim indispensável para a
sustentabilidade deste recurso renovável. A FUNAE5, estima-se que cerca de 80%
da População Moçambicana suprime as suas necessidades energéticas recorrendo
a energia de Biomassa lenhosa. Este fenômeno cria uma extrema pressão sobre os
recursos florestais (nativas6 e exóticas7), originando o desflorestamento.
Experiências internacionais do Brasil, segundo a pesquisa feita pela Task
8
40 , em 2010 mostra que no Brasil 21% da energia utilizada no setor industrial foi
obtida a partir do bagaço da cana de açúcar e 7% a partir de outras fontes primárias
renováveis. Em seguida estão os EUA (9%) e Alemanha (7%). De acordo como a
mesma agencia, outro estudo recentemente publicado pela mesma entidade acima
mencionada, revela dos 15 países do topo dessa lista representam 65% do uso
global de biomassa na matriz energética e atualmente, a biomassa a nível mundial
representa cerca de 10% da produção de energia global em 2013. Esses dados são

5
Fundo Nacional de Energia,Moçambique
6
Florestas Naturais que surgiram se a intervenção do homem.
7
Florestas implantadas pelo homem.
8
IEA Bioenergy Task 40 (divisão especializada em bio-energia da Agência Internacional de Energia
(IEA, na sigla em inglês).
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motivadores e importante para Moçambique usar como modelo a copiar de modo a


implementar no território nacional devido a disponibilidade da biomassa de todos os
tipos incluindo a os resíduos de serragem e resíduos agrícolas que constitui um
problema ambiental com objetivo de produção de energia para alimentar as
indústrias e os diferentes setores de produção. No Brasil, a madeira é amplamente
usada para a finalidade energética. Existe certa tradição no emprego dos recursos
naturais renováveis, em que a energia hidráulica, a lenha, o bagaço de cana e
outras fontes primárias contribuem com cerca de 38,40% do total do consumo
energético nacional. Neste contexto, a lenha contribui com 8,40% do consumo total
(BRASIL, 2004). Atualmente, o Brasil da conta que a maioria dessa energia é
utilizada no setor de alimentos e bebidas, que corresponde a 75% da demanda de
energia do setor, que é uma percentagem muito elevada no que tange a
necessidade energética. Os resíduos serragem de madeira tanto como outras
biomassa podem ser aproveitados como combustíveis em caldeiras em padarias,
centros internatos, hospitais ou para uso doméstico e nas indústrias de fabrico de
tijolos ou mesmo na produção de energia elétrica para alimentar a própria
carpintaria e se possível esta energia poder ser vendida a comunidade
circunvizinha. Os principais resíduos da indústria madeireira são: a serragem,
originada da operação das serras, que pode chegar a 12% do volume total de
matéria-prima; os 78,9% 15,5% 4,5% 0,9% 0,2% Bagaço de Cana Licor Negro
Madeira Biogás Casca de Arroz 23 cepilhos ou maravalhas, gerados pelas plainas,
que podem chegar a 20% do volume total de matéria-prima, nas indústrias de
beneficiamento; a lenha ou cavacos, composta por costaneiras, aparas, refilos,
cascas e outros, que pode chegar a 50% do volume total de matéria-prima, nas
serrarias e laminadoras(HÜEBLIN9,2001 apud SCREMIN, 2012). Segundo Baggio10
e Carpanezzi (1995) apud Scremin (2012), afirma que o conhecimento da
quantidade e da qualidade dos resíduos florestais permite avaliar o seu potencial de
aproveitamento. Segundo Lima (2005) apud Scremin (2012), os resíduos podem ser
utilizados pela própria indústria que os produz, principalmente como energia, ou
podem ser vendidos para outras empresas e aplicados em usos diversos. Se isto for
feita, os resíduos deixam de serem problemas e passam a ser um subproduto,
podendo até gerar lucro (SCREMIN,2012). Estudos feitos por Froehlich, et al (2012),
ao estudarem a utilização da biomassa para a geração de energia na indústria
madereira em Aripuanã- MT- Brasil, concluíram que após as empresas implantação
da usina termoelétrica e a comercialização da energia, a empresa passou a obter
aproximadamente 27% a mais de receita sobre o lucro líquido, destacando que
também que o reaproveitamento dos resíduos para geração de energia contribui
para diminuir o impacto ambiental no município, pois a empresa, além de utilizar
todos os seus resíduos com exceção do pó de serra, utiliza resíduos de outras duas
madeireiras do município. A vantagem de se utilizar a serragem na forma de

9
HÜEBLIN. H. J. Modelo para a Aplicação da Metodologia Zeri. Sistema de aproveitamento
integral da biomassa de árvores de reflorestamento. Curitiba, p. 139, 2001.
10
BAGGIO, A. J., CARPANEZZI, A. A. Quantificação dos resíduos florestais em bracatingais na
região metropolitana de Curitiba, PR. Boletim de Pesquisa Florestal p. 51-66, 1995.
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briquetes consiste em um gerenciamento sustentável desses resíduos como forma


de gerar energia em volumes compactos a partir de um recurso natural renovável,
além de não possuir caráter poluidor de fontes fósseis de energia (Acioli11,1994 apud
Gonçalves; et al, 2009).
A biomassa resultante da Madeira possui alto potencial energético que pode
ser usado como combustível. O uso da biomassa resultante dos resíduos de
serragem para produção de energia esta também associado à redução no consumo
de combustíveis fósseis por um lado e por outro a redução da pressão sobre os
recursos florestais. Os resíduos sólidos de serragem resultante da madeira para ser
diferentes processos industriais principalmente : Indústria de fabricação de tijolos,
confecção dos alimentos nos centros internatos e muitas outras utilidades
energéticas pode ser uma alternativa na demanda energética e uma oportunidade
de negócio para as carpintarias e/ou serrações.
No entendimento de Tinoco e Kraemer (2008,p.114) a Gestão ambiental:
“É o sistema que inclui a estrutura organizacional, atividades de
planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos,
processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir,
analisar criticamente e manter a política ambiental. É o que a
empresa faz para minimizar ou eliminar os efeitos negativos
provocados no ambiente por suas atividades”.

De acordo com preâmbulo da lei 20/97 lei do ambiente, afima que a


constituição do Moçambicana confere a todos os cidadãos o direito de viver num
ambiente equilibrado, assim, como o dever de o defender. A materialização deste
direito passa necessariamente por uma gestão correta do ambiente e dos seus
componentes e pela criação de condições propícias à saúde e ao bem-estar das
pessoas, ao desenvolvimento sócio- econômico e cultural das comunidades e à
preservação dos recursos naturais que as sustentam.
Atualmente a gestão ambiental é uma ferramenta dispensável na gestão
resíduos sólidos tendo enquadramento em diversos setores da atividade humana
desde doméstica até industrial de modo a garantir o uso dos recursos achados
inválidos pelo: aproveitamento, reaproveitamento/reutilização, reciclagem e redução.
Esse procedimento permite de certa maneira reduzir/eliminar os impactos ambientais
causados pelo desenvolvimento das sociedades, havendo assim um
desenvolvimento sustentável e a longevidade dos recursos existentes para futuras
gerações. Conforme o artigo 1 da lei do ambiente Lei no 20/97 de 1997, “ a gestão
ambiental: é o maneio e a utilização racional e sustentável dos componentes
ambientais, incluindo o seu reuso, reciclagem, proteção e conservação”. Ainda no
artigo 4 da mesma lei, a gestão ambiental baseia-se em princípios fundamentais,
decorrentes do direito de todos os cidadãos a um ambiente ecologicamente
equilibrado, propício a sua saúde e ao seu bem-estar físico e mental, nomeadamente:

11
Acioli, J. L. Fontes de energia. Brasília: UnB, 1994. 138p.
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1. Da utilização e gestão racionais dos componentes ambientais, com


vista à promoção da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e à
manutenção da biodiversidade e dos ecossistemas.
2. Do reconhecimento e valorização das tradições e do saber das
comunidades locais que contribuam para a conservação e preservação
dos recursos naturaís e do ambiente.
3. Da precaução, com base no qual a gestão do ambiente deverá
priorizar o estabelecimento de sistemas de prevenção de atos lesivos ao
ambiente, de modo a evitar a ocorrência de impactos ambientais
negativos significativos ou irreversiveis, independentemente da
existência de certeza científica sobre a ocorrência de tais impactos.
4. Da visão global e integrada do ambiente, como um conjunto de
ecossistemas interdependentes, naturais e construidos, que devem ser
geridos de maneira a manter o seu equilíbrio funcional sem exceder os
seus limites intrinsecos.
5. Da ampla participação dos cidadãos, como aspecto crucial da
execução da Programa Nacional de Gestão Ambiental.
Por sua vez o artigo 4 da lei 20/97 de 1997 inciso 1, sustenta que : “ a utilização
e gestão racionais dos componentes ambientais, com vista à promoção da melhoria da
qualidade de vida dos cidadãos e à manutenção da biodiversidade e dos
ecossistemas”. Diante disso entende-se que é proibido causar um passivo ambiental
que polua o meio ambiente. Como afirma o artigo 9, inciso 1 que:
“ Não é permitida, no território nacional, a produção, o deposito
no solo e no subsolo, o lançamento para a água ou para a
atmosfera, de quaisquer substâncias tóxicas e poluidoras,
assim como a prática de atividades que acelerem a erosão, a
desertificação, o desflorestamento, ou qualquer outra forma de
degradação do ambiente, fora dos limites legalmente
estabelecidos”.
Segundo o artigo 1 da segundo a Lei no 20/97 de 1997, a poluição pode ser
definida como: deposição no ambiente de substâncias ou resíduos,
independentemente da sua forma, bem como a emissão de luz, som e outras formas
de energia, de tal modo e em quantidade tal que o afeta negativamente. Com base
nisso pode se compreender que a destinação final ambientalmente inadequada dos
resíduos sólidos de serragem causa problemas ambientais, que obrigatoriamente
deve se encontrar soluções para superar o impacto ambiental negativo. A política
Nacional do Meio Ambiente preconiza o desenvolvimento sustentável em
Moçambique tendo como o objetivo de erradicar de forma progressiva a pobreza e a
melhoria da qualidade de vida dos Moçambicanos bem como a redução dos danos
sobre o meio ambiente.Num sistema de gestão ambiental, entende-se meio
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ambiente como sendo toda a vizinhança da empresa, até os limites de sua


interferência. Os limites de interferência de uma empresa ou área de atividade. Uma
organização deve ser responsável pelo meio ambiente que a cerca, devendo,
portanto, respeitá-lo, agir como não poluir e cumprir as legislações e normas
pertinentes para que não ocorra a poluição e nem a contaminação do meio. A boa
gestão ambiental dos resíduos da madeira em particular a serragem para sector
energético é fundamental no alcance de soluções urgentes, ambiental e
tecnologicamente corretas para erradicar/minimizar a demanda energética e o uso
racional dos recursos naturais.

1.1. Conceito, Vantagens e Perspectivas do Uso da Biomassa no Mundo

Atualmente, várias tecnologias de aproveitamento estão em fase de


desenvolvimento e aplicação e implementação no mundo. Agência Internacional de
Energia (IEA) estima, futuramente, a biomassa ocupará uma menor proporção na
matriz energética mundial – cerca de 11% em 2020 (IEA, 1998). Outros estudos
indicam que, ao contrário da visão geral que se tem, o uso da biomassa deverá se
manter estável ou até mesmo aumentar, devido a duas razões, a saber: a)
crescimento populacional; b) urbanização e melhoria nos padrões de vida (Hall12 et
al.,2000 apud Aneel,2002). No entendimento da ANEEL (2002), o aumento nos
padrões de vida faz com que pessoas de áreas rurais e urbanas de países em
desenvolvimento passem a usar mais carvão vegetal e lenha, em lugar de resíduos (
pequenos galhos de árvores, restos de materiais de construção, etc.) ou seja, a
urbanização não leva necessariamente à substituição completa da biomassa por
combustíveis fósseis. Contudo, essa imagem relativamente pobre da biomassa está
mudando, graças aos seguintes fatores: i) esforços recentes de mensuração mais
acurada do seu uso e potencial, através de novos estudos, demonstrações e
plantas-piloto; ii) uso crescente da biomassa como um vetor energético moderno
(graças ao desenvolvimento de tecnologias eficientes de conversão), principalmente
em países industrializados; iii) reconhecimento das vantagens ambientais do uso
racional da biomassa, principalmente no controle das emissões de CO 2 e enxofre
(Rosillo e Calle et al., 2000).
De acordo com a Política Nacional de desenvolvimento de energias novas e
renováveis apud BRM/no31(2009), a biomassa é um conjunto de material orgânico
de origem biológica, sem desconsiderar as frações biodegradáveis de produtos agro-
pecuários, florestais incluindo os resíduos agrícolas e animais bem como resíduos
municipais Biodegradáveis. Na nossa visão a biomassa pode ser definida como
toda matéria orgânica de origem recente, derivada de animais e vegetais. Segundo
Tripathi13 (1998) e Goldemberg14(1998) apud Scresmin (2012) consideram biomassa

12
HALL, D. O.; HOUSE, J. I.; SCRASE, I. Overview of Biomass Energy. In. ROSILLO-CALLE, F., BAJAY,
S. V. e ROTHMAN, H. Industrial Uses of Biomass Energy: the example of Brazil. Londres – New York: Taylor
& Francis, 2000.
13
TRIPATHI, A. K., IYER, P. V. R., KANDPAL, T. C. A avaliação técnico-econômica da briquetagem de
biomassa. Biomassa e Bioenergia. v. 14, n 5/6. p. 479-488, 1998.
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para fins energéticos as : culturas 15 e descartes das lavouras, restos florestais,


esterco de animais domésticos, esgotos urbanos, lixo doméstico e o descarte das
indústrias madeireiras. De acordo com (Martins, 2004), apresenta a classificação
conforme o estado fisico:
Biomassa sólida: tem como fonte de origem os produtos e resíduos da
agricultura (incluindo substâncias vegetais e animais), os produtos e resíduos
florestais e das indústrias conexas e a fração biodegradável dos resíduos industriais
e urbanos.
Biocombustíveis gasosos(Biogás) - tem origem nos efluentes agro-pecuários,
da agroindústria e urbanos (lodos das estações de tratamento dos efluentes
domésticos) e ainda nos aterros de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos), resultado da
degradação anaeróbia da matéria orgânica contida nos resíduos anteriormente
referidos e é constituído por uma mistura de metano (CH 4) em percentagens que
variam entre os 50% e os 70% sendo o restante essencialmente CO2.
Biocombustíveis líquidos: Existe uma série de biocombustíveis líquidos com
potencial de utilização, todos com origem em culturas energéticas:
 Biodiesel: obtido a partir de óleos vegetais(processo de transesterificação). A
transesterificação é um processo químico que consiste da reação de óleos vegetais
com um produto intermediário ativo (metóxido ou etóxido), oriundo da reação entre
álcoois (metanol ou etanol) e uma base (hidróxido de sódio ou de potássio)
(Ribeiro16 et al., 2001 apud ANNEL 2002). Os produtos dessa reação química são a
glicerina e uma mistura de ésteres etílicos ou metílicos (biodiesel).
 Etanol: produzido a partir da fermentação de hidratos de carbono (açúcar,
amido, celulose);
 Óleos in natura.
O uso da biomassa resultante dos resíduos de serragem para produção de
energia esta associado à redução no consumo de combustíveis fósseis por um lado
e por outro a redução da pressão sobre os recursos florestais. A biomassa resultante
da Madeira possui alto potencial energético que usado como combustível nas
caldeiras da industria de fabricação de tijolos, confecção dos alimentos no internato
e muitas outras utilidades energéticas pode ser uma alternativa na demanda
energética e uma oportunidade de negócio para as carpintarias e serrações.

1.2. Problemática
O crescente uso da madeira no país tem contribuído substancialmente para
a geração de grandes quantidades de serradura que é um resíduo sólido da
madeira resultante da serragem. Este resíduo é muito pouco aproveitado para
fins energético pelas comunidades e/ou indústrias de moçambicanas. O que se
observa nas indústrias de madeireiras,cerrações e/ou carpintarias limitam-se na
maioria em amontoar e depois transportam para locais distantes para queimar e
14
GOLDEMBERG, J. Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Ed. Edusp. São Paulo. p. 234, 1998.
15
Culturas agrícolas
16
RIBEIRO, S. K.; CABRAL, S. D.; OLIVEIRA, L. B.; MATTOS, L. B.; SAMPAIO, M. R. Transporte
Sustentável: alternativas para ônibus urbanos. Rio deJaneiro: COPPE/UFRJ, novembro de 2001.
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outros queimam no mesmo local com objetivo de reduzir o volume do resíduo.


Esta disposição e destinação final aque a ambientalmente inadequada dos
resíduos sólidos de serragem causa problemas ambientais. Segundo Chichongue
e Egas (2006), a indústria Madureira em Moçambique constituída por cerca de
147 unidades industrias entre serrações e carpintarias, cerca de 66% de
serrações estão localizadas na zona centro e norte do país. Conforme
Chichongue (2006), afirma que os principais produtos da indústria florestal são:
madeira em toros e madeira serrada, postes de transmissão entre outros. Estes
produtos da indústria florestais são ainda serradas, cordas, recortadas e
painadas e lixada nas carpintarias de modo a produzir os mobiliários específicos
para a produção de bens mobiliários e imobiliários como por exemplo: camas,
cadeiras, cristaleiras, guarda-fatos entre outros.

1.3. Objetivos
1.3.1. Objetivo Geral

Propor as possibilidades técnologicas para o aproveitamento da biomassa


resultante dos resíduos da serragem a partir da densificação da biomassa a
serem adotados em Moçambique de modo que sejam aproveitados na
geração de energia consequentemente reduzir e/ou eliminar a quantidade de
resíduos sólidos de madeira que são disperdiçados, sem devida aplicação.

1.3.2. Objetivo específicos

 Explorar os carpinteiros; as comunidades e as empresas sobre as aplicações


que os resíduos sólidos de serragem da madeira possuem.

 Descrever as formas e procedimentos usados no mundo atual que devem ser


adotados em Moçambique de modo que os resíduos de serragem sejam
aproveitados na geração de energia pelas empresas e a comunidade de
modo consequentemente reduzir e/ou eliminar a quantidade de resíduos
sólidos de madeira que é disperdiçado sem uma aplicação.

 Explicar as condições, métodos e equipamentos de preparação de briquetes e


e pelotas para a combustão direta e carbonização.

2. METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada no município de Chimoio, província de Manica. A


escolha desta cidade municipal prende-se no fato de ser uma região com muitos
recursos naturais florestais e muitas serrações e carpintarias que geram e dispõem
este resíduo de serragem inadequadamente sem o devido aproveitamento. A
metodologia desta pesquisa consistiu primeiramente numa pesquisa exploratória
feita através da entrevista de modo a compreender as aplicações dada a este
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resíduo; observação “in loco” dos focos de geração de resíduos; ilustrações


fotográficas; leitura de artigos científicos; documentos normativos e livros que
abordam sobre esta temática, principalmente sobre as condições, metodologia e
equipamentos de preparação de briquetes e pelotas para a combustão direta e
carbonização da serragem da madeira. Com isso foi possível trazer subsídios
relevantes sobre a tema que é muito importante no que concerne a produção de
energia e gestão ambiental.

3. RESULTADOS

3.1. Biomassa e sua Utilidade em Moçambique

Moçambique é um país que posui onze (11) estados em que grande parte da
população tem falta de energia. No conjunto dos estados acima citado encontra-se
o estado de Manica com a cidade Chimoio. De acordo com as entrevistas feitas a
nesta cidade a comunidade usa a serragem para fins energéticos, estrumar as
machambas para o cultivo de hortaliças e alguns empreendedores usam para cama
de animais na criação de aves especialmente frangos com intuito de evitar o
contacto direto com chão ou soalho devido a umidade. O uso da serragem de
madeira em plantas é uma alternativa aceite. Albuquerque, et al (1998), afirma que
o material do piso de galinheiros para evitar a entrada de água importante também a
utilização de cama que pode ser feita de serragem (maravalha), de palha de arroz ou
de capim seco picado, tomando-se o cuidado de utilizar o devido manejo higiênico e
sanitário, mas não reduz substancialmente a quantidade de resíduos sólidos
porque o número de pessoas que procuram este material para este finalidade ainda
é muitíssimo reduzido, isto pode estar associada a quantidade de nutrientes para
as plantas disponíveis nesse resíduo, podendo ser viável o uso dos resíduos da
serragem em compostagem pela a combinação da serragem que provém da cama
dos animais em particular os frangos que é muito produzido na Província de Manica
em particular na Município de Chimoio de modo a produzir um composto de boa
qualidade ou fazer a mistura em diferentes proporções com estercos de aves ou
bovinos ricos em nutrientes macronutrientes e micronutrientes .
Conforme Bidone e Povinelli (1999) o composto obtido dos resíduos sólidos
urbanos ou lixo domiciliar, pode ser usado com sucesso como recondicionador do
solo, além de representar fonte de macronutrientes e micronutrientes para as
plantas no geral. De acordo com os mesmos autores principais efeitos decorrentes
da aplicação de composto no solo pode ser: melhoria da estrutura do solo; aumento
da capacidade de absorção de água, atividade substancial da vida microbiana;
aumento da disponibilidade de macronutrientes, que de imobilizados na matéria
orgânica bruta passam a solúveis na forma estabilizada e, portanto integralmente
assimiláveis pelas plantas; melhoram a aereção; aproveitamento de fertilizantes
minerais; aumento da estabilidade de pH e efeitos controlador sobre doenças e
pragas de plantas. Segundo Abreu (2005), os painéis de madeira aglomerada são
fabricados com partículas de madeira ou outros materiais, aglutinados por meio de
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resina e em seguida, são adicionados produtos químicos para evitar o mofo, a


umidade, o ataque de insetos e aumento de resistência ao fogo. A falta de indústrias
ou fabricas sofisticadas nos dois municípios que poderiam fazer ao aproveitamento
desses resíduos foi apontado pelos carpinteiros como um dos entraves, o que
permitiria com o resíduo o fabrico de contra-placadas entre outros materiais.
Apesar deste uso acima descrito pouco representa compreendendo a quantidade
de resíduos da serragem gerado diariamente, sendo notória a existência de uma
quantidade enorme de resíduos de serragem (Fig. 1 e 2).

Figura 1: Resíduos de Serragem de madeira Figura 2: Resíduos de cerpilho de madeira

Fontes: Autores (2015)

Em Moçambique no Geral perde-se milhões de toneladas biomassa de


diversas origens nas zonas urbanas, suburbanas e rurais, principalmente as de
origem florestal, que poderiam ser aproveitas na geração de energia contribuindo
assim para a redução da demanda energética que afeta a maioria dos
moçambicanos. O país sob ponto de vista energético esta numa situação muito
incipiente justamente pela incapacidade do governo de não poder responder a
demanda energética a todos os níveis mesmo as zonas urbanas o acesso a energia
não é satisfatória para todos mais que a metade da população não tem acesso a
energia elétrica. De acordo com o Jornal eletrônico DW Africa, afirma que entre 2004
e 2014, o crescimento da taxa de acesso à energia em Moçambique foi de 40%,
fundamentando que até então, segundo dados do Ministério de Energia, apenas 7%
da população moçambicana tinha acesso à eletricidade nas zonas rurais, a situação
era ainda mais crítica. O uso de técnicas modernas de Compactação de Biomassa
pode ser usada para o aproveitamento dos resíduos de serragem da Madeira.
Segundo Fraza (2008), a Compactação de Biomassa é o processo de
compactação de resíduos de biomassa como madeira, casca de amendoin, palha
do milho e similares, de modo que possam ser facilmente, transportado e
armazenados. A técnica de compactação de biomassa é uma alternativa viável para
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garantir o aproveitamento dos resíduos de serragem da madeira que constitui um


problema ambiental. Portanto com esse processo é aglomerar de partículas finas e
grossas resultante da atividade de serragem da madeira nas carpintarias e
serrações. As empresas tanto como as carpintarias apenas preocupam-se com a
madeira maciça para exportação ou fabricação de mobiliários deixando os resíduos
de serragem. O desenvolvimento desta técnica é uma solução para a disposição
inadequada dos resíduos sólidos de serragem da madeira e consequente
aproveitamento energético nas indústrias locais. Os resíduos de serragem
compactados com uma Briquetadeira (Figura 3), permite a concentração da
biomassa aumentando assim a sua densidade energética e consequente aumento
do seu poder calorífico.
A biomassa florestal possui características que permitem a sua utilização
como fonte alternativa de energia principalmente pela queima da madeira e os
produtos resultantes dela. A utilização da madeira para produção de energia
depende de algumas características químicas e físicas da madeira como, por
exemplo, o teor de lignina e a densidade básica respectivamente (TRUGILHO,
1995). A densidade energética corresponde a quantidade de energia por unidade de
volume de um combustível. Segundo Bocorny (2008), afirma que na análise de
mercado, apresenta as vantagens para o briquete foram a maior densidade
energética e a produção de altas temperaturas de forma rápida. Esse processo
permite que os resíduos de serragem tenha um valor comercial e utilidade.
3.2. TECNOLOGIAS DE COMPACTAÇÃO DE BIOMASSA

A compactação é um processo que consiste na aplicação de pressão em uma


massa de partículas dispersas com objetivo de aumentar a sua densidade
transformando-os compactos. A compactação da biomassa permite que a matéria
dispersa se transforme em um sólidos geométricos.Existem dois tipos de
compactação de biomassa: briquetagem e Pelotização em termos gerais são
classificadas essas técnicas são denominadas tecnologia de compactação, cujo os
produtos desses dois processos são: briquete e pelotas respectivamente. De
modo a se fazer face as perdas no aproveitamento desses resíduos torna-se
relevante o uso da compactação sendo uma solução para os problemas de
ressiduos de serragem de madeira no chimoio e como um todo Moçambique. A
utilização de resíduos vegetais (galhos, casca de arroz e café, bagaço, serragem,
etc.) como combustível representa uma interessante alternativa aos combustíveis
sólidos tradicionais (lenha e carvão). O modo mais fácil e simples de utilizar o poder
calorífico destes materiais é a combustão direta. O uso dessas tecnologias
Entretanto, esta prática apresenta algumas desvantagens (SRIVASTAVA 17 ;
MAHESHWARI; OHIA, 1995 apud (FILIPPETTO, 2008):

17
SRIVASTAVA, P. K.; MAHESHWARI, R. C.; OJHA, T. P. Biomass briquetting and utilization, New
Delhi: Jain Brothers, 1995.
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 Os resíduos vegetais possuem baixa densidade e muitos deles se encontram


em forma de pó, provocando poeira e poluição, tornando difícil e caro o
manuseio, o transporte, o armazenamento e seu uso como combustível.

 A maioria dos resíduos agro-florestais contém elevada umidade. Portanto,


entre 18 e 20% do calor gerado na combustão é consumido para secar a
própria biomassa, perdendo assim grande parte de seu potencial energético.

Na visão Salame18 (1992) apud Gonçalves (2013) sustenta que no geral a


utilização de resíduo agroflorestal in natura como combustível possui baixa eficiência
energética, resultado de sua baixa densidade, alta umidade, baixo poder calorífico e
diferenças granulométricas. A vantagem de uso de tecnologias de compactação
(briquetagem e pelotização) é o aumento da densidade energética da biomassa
serragem da madeira que antes estava dispersa, isso permite consequentemente no
aumento do poder calorífico. Conforme Gonçalves, et al.(2013), afirma que a grande
geração de resíduos lignocelulósicos, a partir de processos industriais e da
agricultura, torna o uso da biomassa uma fonte de energia térmica viável; sua
compactação aumenta sua densidade, seu poder calorífico e sua resistência.
Segundo Quirino (2003), o poder calorífico refere-se à quantidade de energia
liberada durante a combustão completa de uma unidade de massa ou de volume
de um combustível. De acordo com Quirino 19 et al. (2005), Chisostomo 20 (2011)
apud Gonçalves (2013), afirmam que o Poder Calorifico Superior encontrado para a
serragem de Eucalyptus grandis mostrou-se dentro de encontro com a literatura, que
ronda nos 4.651 kcal.kg-1 e 4.436 kcal.kg-1, respectivamente. Esta informação da
uma percepção auto- evidente que pode ser possível esta matéria-prima ser usada
de forma adequada para uso energético.Neste trabalho procuro-se dar mais enfoque
na viabilidade do uso da briquetagem em Moçambique e não pelotização.

Briquetagem
O processo de briquetagem consiste na aplicação de pressão através de uma
prensa mecânica em uma massa de matéria prima transformando-a em um sólido
cilíndrico compacto com elevada densidade e poder calorífico (FILIPPETTO, 2008).
Por sua vez Carvalho & Brinck (2004), entende que a briquetagem consiste na
aglomeração de partículas finas por meio de pressão, com auxílio ou não de um
aglutinante, permitindo a obtenção de um produto não só compactado(figura. 2 e 3),
porém com forma, tamanho e parâmetros mecânicos adequados. Processo de
aproveitamento da biomassa de resíduos ou co-produtos lignocelulósicos, visando

18
SALAME, J.E.F. Estudo básico para a briquetagem de carvão vegetal. Ouro Preto: Escola de
Minas e Metalúrgia, 1992. p. 19.
19
QUIRINO, W.F. Utilização energética de resíduos vegetais. Brasília, DF: Laboratório de
Produtos Florestais, IBAMA, 2002. 35 p.
20
CHRISOSTOMO, W. Estudo da compactação de resíduos lignocelulósicos para utilização
como combustível sólido. Sorocaba: UFSCar, 2011. 56 p.
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densificá-la. A redução de volume do material, em alguns casos, além dos benefícios


tecnológicos, permite que materiais finos possam ser transportados e armazenados
de forma mais econômica. Segundo Abreu(2005) , as características dos briquetes
comuns pode se destacar : Umidade em torno de 12 %; Carbono Fixo 13,6 % ;
Cinzas 2% - Materiais Voláteis 84,4 % ; Poder Calorífico kg/cal 4.650, Densidade
1000 a 1300 kg/m³. Essas carateristicas já demostram a rentabilidade do uso desta
tecnologia para o aproveitamento energético avaliando apenas dois teor de cinza e
o poder calorífico.

Figura 3: Briquete de serragem de madeira

Fonte: Golçalves(2013)

Figura 4: combustão de Briquetes

Fonte: <http://docente.ifrn.edu.br/hannielfreitas/disciplinas/tecnologia-de-producao-de-biomassa-
energetica/Briquetagem-Aula2.pdf>. Acesso em 09/06/2015

Processo produção de Briquetes a partir da serragem da madeira

A briquetagem é importante para concentrar a energia disponível da


biomassa, pois 1,00 m³ de briquetes contém de 2 a 5 vezes mais energia que 1,00
m³ de resíduos. Isso, levando-se em consideração a densidade a granel e o poder
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calorífico médio desses materiais. O aspecto concentração energética assume


também grande importância”QUIRINO21 (1991 apud ABREU,2005).
O processo de briquetagem consiste na compactação da biomassa a uma alta
pressão(fig. 2), que garante o aumento da adesão e coesão da serragem permitindo
a concentração energética da biomassa, obtendo-se assim um material com
propriedades e tamanho adequado para ser usado como combustível.



Figura 02: Compactação da biomassa a altas pressões.


Fonte: Autores(2015).

O processo preparação de briquetes é feito num equipamento denominado


briquetadeira ( Figura 4).

Fonte:Fraza (2008)
Figura 5: Briquetadeira para produção de briquetes

Abaixo seguem os procedimentos a serem seguidos no processo produtivo


conforme o Abreu(2005):

1º : Transporte da serragem até o silo úmido


A serragem que normalmente é disposta em grandes pátios, necessita de um
meio de transporte de grande capacidade para ser levada até o picador se
necessário a granulação. Para isso é indicado o uso de uma pa carregadeira ou
esteiras de transporte(correia trasportadora).

2º : Granulação
Quando os resíduos não são adquiridos com a granulometria ideal, que é o
caso do cepilho22 ou pequenos pedaços que não podem se utilizados pelas
21
QUIRINO, W. F.; Características de briquetes de carvão vegetal a seu comportamento na
combustão. Piracicaba, janeiro, 1991. 80 páginas (Dissertação de Mestrado apresentada à
ESALQ/LISP para obtenção do título de Mestre em Ciências Florestais).
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indústrias, se faz necessário o uso de um picador para facilitar o processo de


prensagem.

3º : Armazenagem no silo úmido


Enquanto aguarda o processo de secagem, a serragem fica disposta em um silo
úmido, podendo este ser vertical ou horizontais desde que pode ter uma capacidade
de 50 a 5000 m³. Do silo a serragem é transportada até o secador.
4º : Secagem
O secador a ser empregado depende de vários fatores, dentre eles o nível de
instrução do produtor e do operador, do poder aquisitivo do produtor, do volume de
produção e do sistema de recepção. Os secadores de leito fixo são os mais
acessíveis, em função, principalmente, do seu custo. A secagem do ser feita de
forma: natural e em camada fixa.

Secagem natural: A secagem pode ser feita ao ar livre, porém, podem


ocorrer muitos imprevistos como a chuva, o que torna este tipo de secagem inviável
para a serragem.

Secagem em camada fixa, ou camada estática de sólidos: O produto


permanece em um recipiente de fundo perfurado, por onde passa o ar de secagem,
insuflado por um ventilador. O ar de secagem movimenta-se da camada inferior
para a superfície da massa de grãos. A troca de umidade ocorre entre as grãos e o
ar, que acontece em uma região denominada zona de secagem. Esta zona de
secagem move-se no sentido da camada inferior, para a superfície da massa,
conforme ocorre o prosseguimento da secagem. As partículas da camada inferior
atingem a umidade de equilíbrio com o ar, antes dos sólidos da camada superior.
Podem então ser estabelecidos dois gradientes distintos durante a secagem: o
primeiro é o gradiente de umidade e o segundo é o gradiente de temperatura. Esses
gradientes ocorrem entre as camadas inferior e superior da massa (LACERDA
FILHO, 1986 apud ABREU,2005)

5º:Briquetagem
Após a secagem a serragem é transportada novamente por correia até a
máquina briquetadeira. Existem no mercado os seguintes tipos de briquetadeiras:

 Briquetadeira do tipo Prensa de Pistão: Neste tipo de equipamento a


compactação acontece por meio de golpes produzidos sobre os resíduos por um
pistão acionado através de dois volantes. Do silo de armazenagem (aéreo ou
subterrâneo) os resíduos são transferidos para um dosador e briquetados em
22
Plaina pequena para alisar madeira, em trabalhos de marcenaria e carpintária mas nesse contexto
refere-se a palha de madeira resultante da atividade cepilhagem.
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seguida (forma cilíndrica). A Briquetadeira Mecânica de Pistão Lippel BL 55 produz


briquetes com 53mm de diâmetro, com uma produção de 300 a 500 Kg/h,
dependendo do tipo de biomassa utilizada como matéria-prima.As briquetadeiras
mecânicas Lippel produzem briquetes de 56 a 103 mm de diâmetro. A figura 6
mostra este tipo de máquina:

Figura 6: Briquetadeira Mecânica de Pistão Lippel BL 55


Fonte: <http://www.lippel.com.br/br/briquetagem-e-peletizacao-de-biomassa/briquetadeiras-de-pistao-
mecanicas/briquetadeira-mecanica-de-pistao-para-biomassa-bl-55.html>. Acesso 09/06/2015

 Briquetadeira por extrusão: A compactação neste equipamento se dá


mediante força mecânica produzida por uma rosca sem-fim interna. Do silo de
armazenagem (aéreo ou subterrâneo) o resíduo é transferido para um
desfragmentador que força a entrada do material na câmara de extrusão, sendo
briquetado em seguida pela rosca sem- fim. É um equipamento de alto rendimento e
médio custo para sua produção/manutenção. Normalmente são encontradas no
mercado para produção de briquetes com diâmetros de 80 a 140 mm. A figura 7
mostra este tipo de máquina:

Figura 7: Briquetadeira por extrusão


Fonte: Abreu(2005)
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3.4. Tecnologias de conversão de biomassa em energia


A utilização de resíduo florestal “in natura” no geral como combustível possui
baixa eficiência energética, sendo necessário na maioria dos casos a utilização de
processos industriais para tentar corrigir algumas propriedades apresentadas, tais
como: baixa densidade, alta umidade e baixo poder calorífico (RAVAGLIA 23, 1967
apud GONÇALVES,2006). As tecnologias de aproveitamento da biomassa são
várias, segundo ANEEL24 (2002), apontam os processos termoquímicos e processos
biológicos(Figura 3). No conjunto de processos termoquímicos pode se citar:
combustão, gaseificação, pirólise, carbonização, liquefação e trans-esterificação e
por processos biológicos: digestão anaeróbia e fermentação. Os principais métodos
de conversão termoquímica da biomassa são: a pirólise, a liquefação, a
gaseificação, carbonização e a combustão (MARTINS, 1990 apud
GONÇALVES,2006).

Figura 8: Diagrama de processo de conversão de Biomassa em Energia


Fonte: < http://www.aneel.gov.br/arquivos/pdf/atlas_par2_cap4.pdf>. Acesso em 09/06/2015.

3.4.1. Combustão direta

23
RAVAGLIA, E., Projeto de uma Caldeira, Departamento de Publicações do Centro Acadêmico da
Escola de Engenharia Mauá. 1967
24
Agência Nacional de energia elétrica (ANEEL) Brasileira.
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Combustão é a transformação da energia química dos combustíveis em calor,


através das reações dos elementos constituintes com o oxigênio fornecido.
Segundo ANEEL, (2002) considera que para fins energéticos, a combustão direta
ocorre essencialmente em fogões (cozimento de alimentos), fornos (metalurgia etc.)
e caldeiras (geração de vapor; etc.). A combustão é muito pratica, mas quando for :
lenha, palha, resíduos etc. não compactados a sua densidade energética tem sido
muito baixa, devido ao volume que ocupam o que dificulta o seu armazenamento e
transporte. Para os resíduos da serragem da madeira a briquetagem tem sido uma
alternativa no aproveitamento energético, o que garante assim o aumento da sua
densidade energética(Figura 2). O beneficio desse processo da combustão é
destruição/queima da matéria orgânica e alguns gases combustíveis contidos no
material como o hidrogénio com o excesso de oxigênio, resultando em aumento de
temperatura e liberação de energia. Segundo Gonçalves(2006), as principais
reações que ocorrem com os componentes elementares (C, H) da biomassa com o
oxigênio da sua própria constituição mais o oxigênio do ar são:

C + O2 CO2 ΔH = - 33500 kJ/kg


2 H2 + O 2 2H2O ( vap) ΔH = - 121 kJ/kg
Essas reações muito exotérmicas, associadas, permite o maior
aproveitamento energético da biomassa. É importante referenciar que a combustão
é utilizada somente para obtenção de energia térmica e não para aumentar a
eficiência energética da biomassa como outros processos preconizam. Um fator
relevante na eficiência da combustão é o teor de umidade. Quanto maior a umidade,
menor é a eficiência do processo, e menor a energia útil, pois parte da energia de
combustão é utilizada para a vaporização da água (GOMES, 1980 apud
GONÇALVES,2006).

3.4.2. Pirólise
A pirólise é o processo pelo qual a biomassa é aquecida com taxas de
temperatura controlada em ambiente fechado em ausência de agente oxidante (ar
ou oxigênio). Gases, vapores de água, líquidos orgânicos, alcatrão e principalmente
carvão são os produtos resultantes do processo ( KULESZA,2003 apud
GONÇALVES,2006 ). A pirólise é também chamada de destilação seca, pois ocorre
uma decomposição térmica da biomassa, separando-a em vários componentes.
Esses componentes obtidos e suas quantidades dependem basicamente de quatro
fatores: taxa de aquecimento, temperatura final, tempo de residência à temperatura
final e das dimensões da biomassa pirolisada. Através da variação desses
parâmetros consegue-se obter produtos diferentes (JUVILLAR, 1980). Rendimentos
dos produtos típicos obtidos por meio de diferentes formas de pirólise de madeira
(base seca) são mostrados na tabela 1.
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A evolução dos voláteis com a temperatura na maioria das biomassas se dá


da seguinte forma (Martins25,1990 apud Gonçalves, 2006):

De 100 200ºC: Volatilização da água presente.


De 200 280ºC: Evolução de gases de moléculas leves (CO, CO2, H2O),
alcatrão (fenóis, ácidos orgânicos), ácido acético, metanol, entre outros.

De 280 450ºC: Hidrocarbonetos pesados, H2, CO, CO2.

Tabela 1. Rendimentos dos produtos típicos obtidos por meio de diferentes


formas de pirólise de madeira (base seca).

Tabela: Rendimentos dos produtos típicos obtidos por meio de diferentes


formas de pirolise da madeira

Pirólises Temperaturas Líquidos Carvão Gás


Pirolise rápida Temperatura modernas (450-550 oC), curtos 75 12 13
tempos de resisdencia dos vapores e
biomassa com baixa granulometria

Carbonização Baixas temperaturas (400-450 oC),curtos 30 35 35


tempos de residência( pode ser de horas ou
dias), partículas grandes.
Gaseificação Alta temperatura (900oC), longos tempos de 5 10 85
residência.
Fonte: Bridgwater26(2002)apud Gonçalves(2006).
A pirólise pode ser empregada também no aproveitamento de resíduos
vegetais, como subprodutos de processos agroindustriais. Nesse caso, é necessário
que se faça a compactação dos resíduos, cuja matéria-prima é transformada em
briquetes. Através da pirólise, os briquetes adquirem maiores teores de carbono e
poder calorífico, podendo ser usados com maior eficiência na geração de calor e
potência. Ensaios de laboratório têm sido realizados no Laboratório de Combustíveis
Alternativos da Universidade Estadual de Campinas ( Luengo & Bezzon 1997 apud
ANNEL,2002).

3.4.3. Carbonização

25
MARTINS, H., Madeira como fonte de energia, In: Uso da Madeira para fins energéticos,
Publicação Fundação Centro Tecnológico de minas Gerais.CETEC. v.1,p. 9-26, Belo Horizonte,1990
26
BRIDGWATER, A.V. Fast pyrolysis of biomass: a handbook. [S.l.]: Aston University, Bio-energy
research group, UK, 2001. v.2.
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Quando o objetivo principal é obter somente o carvão sem rígidas


especificações. É o método mais simples e mais antigo processo de conversão de
um combustível (normalmente lenha) em outro de melhor qualidade e conteúdo
energético (carvão essencialmente). O processo consiste em aquecer o material
original (normalmente entre 300 o C e 500o C ), que ocorre quase-ausência de ar (
combustão incompleta da da biomassa), até que o material volátil seja retirado.
Esses processo é e realizado em fornos de superfície. São fornos geralmente feitos
de barro com uma porta para a entrada de biomassa, localizado ao ar livre, sendo
muito utilizados na produção de carvões siderúrgicos, localizados próximos aos
locais de extração de madeira e para uso doméstico nas lareiras. esse processo tem
algum disperdiço porque perde-se, parte da energia contida para manter o processo
e outra parcela pelos gases e voláteis que vão para a atmosfera.
As vantagens desse processo são seus baixos custos devido a fatores como
a ausência de fonte externa de energia, mão de obra não especializada,
manutenção quase nula e a possibilidade de instalação dos fornos próximos ao
local, onde se encontra a matéria prima, diminuindo-se despesas com transportes
(JUVILLAR, 1980).

3.4.4. Gaseificação

Gaseificação é um processo de conversão de combustíveis sólidos em


gasosos, através de reações termoquímicas, envolvendo vapor quente e ar, ou
oxigênio, em quantidades inferiores à estequiométrica (mínimo teórico para a
combustão). A gaseificação de biomassa é um processo de transformação da
matéria sólida vegetal em gás combustível, gerando CO, H 2 e CH4 como produtos
mais importantes.
O gaseificador é essencialmente um forno onde se oxida biomassa em
condições controladas, tendo como meio oxidante o oxigênio (ou ar) e vapor d’água.
Os processos de gaseificação industrial se realizam no gasogênio ou gaseificador
(ASSUMPÇÃO, 1981). Há vários tipos de gaseificadores, com grandes diferenças de
temperatura e/ou pressão. Os mais comuns são os reatores de leito fixo e de leito
fluidizado. O gás resultante é uma mistura de monóxido de carbono, hidrogênio,
metano, dióxido de carbono e nitrogênio, cujas proporções variam de acordo com as
condições do processo, particularmente se é ar ou oxigênio que está sendo usado
na oxidação.
Essas tecnologias podem ser aproveitadas para a geração de energia de
modo garantir a gestão ambiental dos resíduos sólidos de serragem que esta é
subaproveitada. As técnicas modernas de conversão de biomassa em energia é
uma alternativa correta para ultrapassar o problema de gestão de resíduos sólidos
da serragem da Madeira, que se acumula em grandes quantidades nas carpintarias
e/ou serrações. Do conjunto das tecnologias de conversão da biomassa em energia
(Figura 8).
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3.5. Tecnologias de Produção de Elétrica a partir da Biomassa


O processo de geração de energia elétrica a partir do vapor processa-se ,
conforme mostra (Figura 9), nos seguintes equipamentos: Queimador; Caldeira;
Turbina; Gerador, Condensador;Trocador de Calor e Bomba.

Figura 9: O processo de geração de energia elétrica a partir do vapor


Fonte:<http://www.antonioguilherme.web.br.com/Arquivos/gera_vapor.php>. Acesso 30/06/2015

Conforme Agência Nacional de Energia Elétrica do Brasil (Aneel) 27, todas as


rotas tecnológicas, também, são aplicadas em processos de co-geração 28 -
produção de dois ou mais energéticos a partir de um único processo para geração
de energia - tradicionalmente utilizada por setores industriais. Nos últimos anos,
transformou-se também em um dos principais estímulos aos investimentos na
produção de energia a partir da cana-de-açúcar por parte das usinas de açúcar e
álcool. Com base nesta experiência vislumbra-se uma oportunidade de Moçambique
usar os recursos naturais renováveis energéticos da biomassa incluindo os resíduos
de serragem para poder gerar energia elétrica. Segundo a mesma fonte acima

27
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL) BRASILEIRA; ParteII: Fontes renováveis.
Disponível em: http://www.aneel.gov.br/arquivos/pdf/atlas_par2_cap4.pdf. Acesso em 09/06/2015.
28
Tecnologia de aproveitamento de energia térmica e elétrica a partir do mesmo combustível.
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citada, as principais rotas tecnológicas que constante do Plano Nacional de Energia


2030 resultante do estudo sobre a biomassa resumem - se a seguir :

Ciclo a vapor com turbinas de contrapressão: É empregado de forma


integrada a processos produtivos por meio da co-geração Nele, a biomassa é
queimada diretamente em caldeiras e a energia térmica resultante é utilizada na
produção do vapor. Este vapor pode acionar as turbinas usadas no trabalho
mecânico requerido nas unidades de produção e as turbinas para geração de
energia elétrica. Além disso, o vapor que seria liberado na atmosfera após a
realização desses processos pode ser encaminhado para o atendimento das
necessidades térmicas do processo de produção. Este processo está maduro do
ponto de vista comercial e é o mais disseminado atualmente.

Ciclo a vapor com turbinas de condensação e extração: Consiste na


condensação total ou parcial do vapor ao final da realização do trabalho na turbina
para atendimento às atividades mecânicas ou térmicas do processo produtivo. Esta
energia a ser condensada, quando inserida em um processo de co-geração, é
retirada em um ponto intermediário da expansão do vapor que irá movimentar as
turbinas. A diferença fundamental desta rota em relação à contrapressão é a
existência de um condensador no exaustão da turbina e de níveis determinados para
aquecimento da água que alimentará a caldeira. A primeira característica
proporciona maior flexibilidade da geração termelétrica (que deixa de ser
condicionada ao consumo de vapor de processo). A segunda proporciona aumento
na eficiência global da geração de energia. Este sistema, portanto, permite a
obtenção de maior volume de energia elétrica. No entanto, sua instalação exige
investimentos muito superiores aos necessários para implantação do sistema
simples de condensação.
Ciclo combinado integrado à gaseificação da biomassa: A gaseificação é
a conversão de qualquer combustível líquido ou sólido, como a biomassa, em gás
energético por meio da oxidação parcial em temperatura elevada. Esta conversão,
realizada em gaseificadores, produz um gás combustível que pode ser utilizado em
usinas térmicas movidas a gás para a produção de energia elétrica. Portanto, a
tecnologia de gaseificação aplicada em maior escala transforma a biomassa em
importante fonte primária de centrais de geração termelétrica de elevada potência,
inclusive aquelas de ciclo combinado, cuja produção é baseada na utilização do
vapor e do gás, o que aumenta o rendimento das máquinas.
Segundo Gehlen, et al (2008), a tecnologia utilizada segue um procedimento
padrão de geração termelétrica, o ciclo Rankine 29 , no qual é utilizado o calor
29
O Ciclo Rankine é um ciclo termodinâmico reversível que converte calor em trabalho. O calor é
fornecido por uma fonte de calor externa para uma caldeira, sendo usualmente o fluido operante a
1
água. Este ciclo gera cerca de 90% de toda a energia elétrica produzida no mundo, incluindo
virtualmente toda a energia solar, biomassa, carvão e nuclearnas usinas elétricas Ele é nomeado
após a descoberta de William John Macquorn Rankine(1820-1872).
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proveniente da combustão de combustíveis para geração de vapor em uma caldeira,


acumulando energia térmica em forma de calor que aciona uma turbina a vapor
acoplada a um gerador elétrico. Como o ciclo Rankine apresenta co-geração,
representa uma vantagem adicional em termos de eficiência energética, pois se
produz energia térmica e elétrica a partir do mesmo combustível. O processo em
funcionamento na Micro central termolelétrica (MCT), pode ser resumido da seguinte
forma (figura 9 ):
• Bombeamento do material para caldeira;
• Queima ou combustão do resíduo a pressão constante até este se tornar vapor
superaquecido;
• Expansão do vapor em uma turbina (turbinagem), provocando redução na
temperatura e pressão;
• Acionamento do gerador elétrico.

Figura 10: Micro Central termolétrica


Fonte: Gehlen, et al (2008).

O aproveitamento da biomassa também pode ser feito usando o ciclo de


Rakine a partir dos equipamentos acima descritos. Portanto deste modo as na
empresas de carpintaria e serrações, setores diversos industriais e nas zonas
rurais pode suprimir significativamente a necessidade energética e garantir o
aproveitamento adequado dos recursos naturais, como recomenda a lei 20/97 de 1
de outrubro.

3.3. Aplicações Serragem de Madeira na Geração de Energia

No aproveitamento da biomassa podem ser usados processos termoquímicos e


processos biológicos, no conjunto de processos termoquímicos podemos citar:
combustão, gaseificação, pirólise, liquefação e transesterificação e processos
biológicos: digestão anaeróbia e fermentação. A Figura 3, apresenta os principais
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processos de conversão da biomassa para a geração de energia. O resultado desta


conversão permite que desses energéticos possam ser usados na:
 Geração de energia (usinas termelétricas );
 Fonte energética para processos industriais (caldeiras, fornos, etc).
 Geração de energia em unidades sanitárias e centros internatos.
 Geração de calor: aquecimento para pizzarias (aquecimento para pizzarias,
restaurantes, etc.).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 No geral em Moçambique o aproveitamento energético e uso para ourtros


fins dos resíduos sólidos de madeira ( resíduos de serragem e planagem da
madeira) é muitíssimo insignifcante.
 Com base na análise dos processos ao longo do trabalho pode-se
vislumbra várias possibilidades tecnologias de conversão da biomassa em energia
que podem ser adotadas pelas carpintarias, serrações e pelo governo no
aproveitamento da biomassa, principalmente a de serragem e planagem de madeira,
que mais disperdiça-se, de modo a reduzir o diferença do acesso de energia entre a
população principalmente, Peri- urbanas e rurais.
 O aproveitamento deste resíduo com recursos energéticos pode contribuir
substancialmente para suprimir a demanda energética nacional e oportunidade de
negócio para as carpintarias e serrações devido redução de custos de produção
para as empresas e do impacto ambiental negativo sobre o meio ambiente.
 O processo de briquetagem associada a tecnologias de conversão da
biomassa em energia tais como: combustão direta, carbonização, pirolise e
gaseificação é uma tecnologia de compatação da Biomassa rentável na densificação
da biomassa podendo assim aumentar a densidade energética e consequentemente
aumentar o poder calorífico superior da biomassa de serragem, mostrando-se
eficiente na condição das características sócio econômica do país na geração de
energia: térmica e elétrica .
 Para o atendimento das necessidade das empresas e a comunidade no
geral as tecnologias combustão direta e a carbonização serragem após a
briquetagem pode permitir o aproveitamento energético dos resíduos sólidos da
serragem da madeira no chimoio e Moçambique como um todo, podendo ser usado
nas indústrias Fabrico de tijolos, na confecção dos alimentos nos centros
internatos(lar de estudantes), nas residências e nas próprias carpintarias como fonte
de energética.

AGRADECIMENTOS:
Os autores agradecem ao conselho Nacional de desenvolvimento cientifico e
tecnológico CNPq, à Universidade Federal rio Grande de sul , ao Laboratório de
Processamento mineral (LAPROM)
Porto Alegre / RS - Brazil – October 7th to 9th, 2015

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