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t6). — Cf. Sílvio Romero, História da Literatura Brasileira, 3a. edição, II, págs.
238 e ss. para outros cronistas do período; Pereira da Silva, Sebastião
da Rocha Pita (RIHGB, vol. XII, pág. 261): "O Brasil carecia de uma
História que fôsse 'como o complexo ou fusão de todos os escritos im-
pressos e não impressos acêrca do seu descobrimento, da sua colonização,
das suas nações de indígenas, das suas importantes explorações e dos
grandes acontecimentos por que teve de passar desde seus primeiros dias,
alvo da cobiça de tantos povos, que invejavam as inúmeras riquezas de
seu solo feliz' e a majestade de ' sua posição geográfica; e maior glória lhe
caberia se fôsse esta História escrita por um seu filho, do que por qual-
quer outro estranho, que lhe fôsse embora muito afeiçoado".
— 110 —
— Cf. Capistrano de Abreu, ap. Sílvio Romero, op. cit., II, pág. 65: ,"...a
idéia da independência não lhe-sorria; quando tratava de qualquer sin-
toma separatista, a sua simpatia nunca estava com os brasileiros".
— RIHGB, tomo I, n.o 2, pág. 77.
— "Tome o Brasil a França por madrinha". Cf. Silvio Romero, op. cit.,
II, pág. 91.
— 116 --
(42). — Cf. Suplemento ao torno II, pág.. 72.. A memória de Martins encontra-se
no tomo VI, págs. 381-403, tendo sido reeditada no• tomo CÇXIX, abril-
junho de 1953, págs. 187-205.
121
— RIHGB, tomo II, pág. 526, ap. José Honório Rodrigues, op. cit., pág. 40.
— RIHGB, tomo V, págs. 94-97, ap. José Honório Rodrigues, op. cit., pág. 43.
(52a). —H. Waetjen duvida de tais pesquisas: "Por um lado tinha êle ao seu
dispor os resultados das investigações de Netscher; por outro, podia se
apoiar sôbre as cópias dos documentos holandeses de Caetano da Silva.
Isto poupou-lhe o incômodo de empreender pesquisas próprias em Haia"
(O Domínio colonial holandês no Brasil", 1938, pág. A2).
— José Honório Rodrigues, op. cit., pág. 50. Cf. Varnhagen, História Geral
do Brasil, 3a. ed., I, pág. X.
— 125 — •
— RIHGB, tomo XVI, págs. 370-384, ap. José Honório Rodrigues, op. cit.,
pág. 56.
— José Honório Rodrigues, op. cit., pág. 63.
— Cf. carta a A. H. Leal (12-IV-1857), ap. José Honório 'Rodrigues, pág. 82.
— "...homem mais erudito que o Brasil tem dado, Joaquim Caetano da
Silva..." (C. de Abreu, Ensaios e Estudos, I, pág. 198).
458). — José Honório Rodrigues, op. cit., pág. 97.
— 126
t59). — CL Varnhagen, História Geral do Brasil, 3a. ed., I, pág. XIX. A mais
volumosa obra de que temos notícia, a respeito de Varnhagen, é a de
Ciado Ribeiro Lessa, Vida e obra de Varnhagen, in RIHGB, tomos 223
(abr.-jun. 1954), págs. 82-297; 224 (jul.-set. 1954), págs. 109-315; 225 (out.-
dez. 1954), págs. 120-293; 226 (jan.-mar. 1955), págs. 3-168; e 277 (abr.-
jun. 1955), págs. 85-236.
— Varnhagen, op. cit., I, pág. XXII.
— Cf., ainda, Varnhagen, op. cit., I, pág. XVIII.
— 127
Não se furta êle a nos dar uma súmula das escolas históri-
cas, para concluir que
"a verdadeira e única escola histórica é a de Tácito e
Tucídides; é a de Gibbon e de Niebuhr; é a da Maquiavel
e de Mueller; é a de Plutarco e a de Thierry; é a de Po-
líbio e de Lingard";
,91). — Cf. História Geral do Brasil, 3a. ed., I, págs. XV e XVIII; RIHGB, tomo
LIII, 2a. parte, págs. 474-477.
(92). — Au tour de considérations géographiques sur l'histoire du Brésil, Pa-
ris, 1857.
{93). — Cf. R. A. Humphreys, Latin American History, pág. 90: "....his infor-
mation was generally exact and the high reputation which his history
enjoys is well deserved".
— Cf. Karl H. Oberacker Jr., Der deutsche Beitrag zum Aufbau der brasi-
lianischen Nation, onde há uma lista das contribuições alemãs para a
historiografia brasileira no século XIX (págs. 313-315).
— Publicação da RIHGB, tomo CVIII, 1931, pág. VII.
— Idem, idem, pág. 996.
— Cf. João Cruz Costa, O desenvolvimento da filosofia no Brasil no sé-
culo XIX e a evolução histórica nacional, págs. 107 e ss.
— 136 —
Temos aí, portanto, uma frase cuja análise muito nos pode
revelar de sua posição na historiografia brasileira. Primeira-
mente, o tom sereno, isento de qualquer espécie de arroubo, ao
tratar de assunto que tão delicado fôra durante o século XIX.
Não será isto sinal de equilíbrio, resultante de tomada de cons-
ciência de nacionalidade? — Em segundo lugar, a certeza de
ser o brasileiro simplesmente um europeu submetido a um pro-
cesso de diferenciação, cuja fôrça está longe de bastar para a
justificativa de um isolamento no campo histórico. Não tere-
mos aí o indício de integração num plano superior, em que
América e Europa estejam para sempre ligadas? — Por fim,
o reconhecimento da função do índio, como fator de peculia-
ridade de um povo no âmbito do Ocidente; de peculiaridade,
apenas, sem louvores, sem lirismos, sem a preocupação de opor
uma idealização do indígena à imagem estranha de uma Euro-
pa indiferente. Legítima consciência de brasileiro, agora, sen-
tindo-se participante de uma ininterrupta e intrincada corren-
te de relações, a qual se dá o nome de história (133) .
Explica-se, assim, o seu profundo reflexo, não apenas na
historiografia, mas em todo o movimento de renovação da inte-
lectualidade brasileira. Como era natural, não se encontrava
êle isolado no aprofundamento de nossa história; sua persona-
lidade, quando mais não fôsse, facilitaria o despertar de voca-
ções e estimularia o trabalho de seus contemporâneos, por êle
mesmo lembrados, em 1882, numa página cuja transcrição nos
parece bem útil. Ei-la:
— Ensaios e Estudos, III, pág. 155.
— Freqüentemente, aliás, sente-se em Capistrano de Abreu a ânsia de pene-
trar nas camadas profundas destas relações, como se vê, por exemplo:
"O ideal da História do Brasil seria uma em que o lugar ocupado pelas
guerras flamengas e castelhanaS passasSe aos sucessós estranhos a tais
sucessos. Talvez nossos netos consigam ver isto" (Correspondência <ft
Capistrano de Abreu, II, pág. 16).
— 146 —
Não foi por acaso que Paulo Prado lançou mão desta pas-
sagem, como epígrafe ao seu Retrato do Brasil; o livro, que le-
va a auto-crítica aos seus extremos, coloca-se, assim, sob o pa-
trocínio de Capistrano. Por isso já se disse ser o Retrato do
Brasil uma obra de Capistrano, embora escrita pelo seu amigo
(153) . Curiosamente, notamos que outro traço marcante do mun-
do intelectual do século XIX, o indianismo, apesar de tôda a
'148). — Correspondência de Capistrano de Abreu, I, pág. 63.
.149). — Idem, II, pág. 234; cf. pág. 420. A mudança de atitude perante a natu-
reza, entre os intelectuais brasileiros do comêço do século XX foi um fe-
nômeno riquíssimo de significação. Cf. Ronald de Carvalho, Pequena His-
tória da Literatura Brasileira, 5a. ed., págs. 365-366.
1150). — Idem, I, pág. 416; II, pág. 420.
k J51). — Um, entre muitos exemplos: Correspondência de Capistrano de Abreu, I,
pág. 233.
,752). — Idem, II, pág. 21.
1153). — Humberto de Campos, Crítica, I, pág. 60. Cf. José Honório Rodrigues, in
Capítulos de História Colonial, 4a. ed., pág. 26.
— 150 --
— Cf. José Honório Rodrigues, Teoria da História do Brasil, 2a. ed., pág.
324.
— O Instituto do Açúcar e do Álcool, por exemplo, dispõe de um serviço es-
pecializado em documentação histórica, tendo iniciado, em 1954, a publi-
cação dos documentos para a história do açúcar.
— Apesar de tudo, o panorama da pesquisa histórica no Brasil deixa ainda
muito a desejar. Cf. José Honório Rodrigues, A Pesquisa histórica no
Brasil, pág. 155.
— Cf. F. Braudel, Deux livres de Caio Prado, in Annales, 1948, n.o 1, págs.
99-103.
— 158 —