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soberana
Observa Giorgio Agamben, em seu livro Estado de Exceção, que Carl Schmitt
construiu uma teoria do estado de exceção a partir de duas obras suas, ambas
publicadas no início da década de 1920: Die Diktatur, de 1921, e Politische
Theologie, de 1922. Agamben observa que as duas publicações funcionaram quase
como uma “profecia” de uma forma de governo que foi tomando espaço
progressivamente2 em diversos corpos políticos.3
Na explicação de Bignotto:
Ou seja, a ditadura não é pensada como uma forma de governo, mas como
uma força, que atua no limite da vida política, lá onde as leis são forjadas. A
ditadura comissarial age fora dos limites legais, mas com o intuito de
preservar a norma. Desse ponto de vista, Schmitt não a vê como algo que
ameaça destruir totalmente a ordem, mas sim como um instrumento, que
procura conciliar norma e realidade.12
Agamben aponta para o fato de que esses conceitos como que preparam o
terreno para a futura teoria do estado de exceção, que Schmitt publica um ano
depois, em sua Teologia Política (1922). No conceito de ditadura comissária,
REFERÊNCIAS
23 BONAVIDES, Paulo; ANDRADE, Paes de. História Constitucional do Brasil. São Paulo:
Paz e Terra, 1991, p. 210.