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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ALPV
Nº 70076095066 (Nº CNJ: 0373621-54.2017.8.21.7000)
2017/CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO DE ABERTURA DE


CRÉDITO PARA FINANCIAMENTO. ALIENAÇÃO
FIDUCIÁRIA. AÇÃO DECLARATÓRIA CUMULADA
COM OBRIGAÇÃO DE FAZER. PRESCRIÇÃO.
BAIXA DO GRAVAME. SUCUMBÊNCIA.
Tratando-se de contrato de financiamento objeto
de demanda revisional, o prazo prescricional
aplicável é o de cinco anos, a contar do trânsito
em julgado da decisão que readequou o valor da
dívida. Aplicação do disposto no art. 206, § 5º,
inciso I, do Código de Processo Civil. Precedentes.
Reconhecida a prescrição, não subsiste o gravame
de alienação fiduciária incidente na documentação
dos bens vinculados ao contrato.
DA SUCUMBÊNCIA. Mantida. Majorados os
honorários advocatícios, diante do trabalho
adicional à parte demandada em grau recursal, nos
termos do art. 85, § 11, do Código de Processo
Civil.
PRELIMINAR REJEITADA. APELAÇÃO
DESPROVIDA.

APELAÇÃO CÍVEL DÉCIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL

Nº 70076095066 (Nº CNJ: 0373621- COMARCA DE PALMEIRA DAS


54.2017.8.21.7000) MISSÕES

BANCO FINASA S/A APELANTE

JONES FRANCO DE OLIVEIRA APELADO

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.


Acordam os Desembargadores integrantes da Décima Terceira
Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em rejeitar a
preliminar e negar provimento à apelação.
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Custas na forma da lei.


Participaram do julgamento, além do signatário (Presidente), os
eminentes Senhores DES. ALZIR FELIPPE SCHMITZ E DES.ª ELISABETE
CORRÊA HOEVELER.

Porto Alegre, 25 de janeiro de 2018.

DES. ANDRÉ LUIZ PLANELLA VILLARINHO,


Presidente e Relator.

RELATÓRIO
DES. ANDRÉ LUIZ PLANELLA VILLARINHO (PRESIDENTE E RELATOR)
Cuida-se de apelação interposta por BANCO BRADESCO
FINANCIAMENTOS S.A., nova denominação do BANCO FINASA BMC S/A, contra
a sentença que julgou procedente a “ação de inexistência de débito cumulada com
obrigação de fazer”, ajuizada por JONES FRANCO DE OLIVEIRA para declarar
prescrito/inexigível o débito oriundo do contrato n.º 36.4.566507-9 e determinar que
o recorrente libere os veículos para que sejam devidamente registrados em nome
do autor, condenando-o ao pagamento dos ônus de sucumbência.
O autor ajuizou ação declaratória, cumulada com obrigação de fazer,
aduzindo, em síntese, estar prescrita a dívida oriunda de contrato de financiamento
celebrado com o Banco demandado. Afirmou não ter honrado a dívida contraída,
bem como ter ajuizado demanda revisional (processo n.º 020/1.06.0002865-6), cuja
decisão judicial transitou em julgado em 27.09.2007, sem que a instituição
financeira tenha adotado qualquer providência tendente ao recebimento dos
valores, seja na forma de liquidação do título judicial, seja ajuizando ação de
cobrança.
Após a instrução, sobreveio sentença para declarar
prescrito/inexigível o débito oriundo do contrato nº 36.4.566507-9, bem como
determinar que a instituição financeira libere os veículos para que sejam
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devidamente registrados em nome do autor. No capítulo acessório, a instituição


financeira foi condenada ao pagamento das custas processuais e de honorários
advocatícios ao procurador ao autor, arbitrados em quantia correspondente a 11%
sobre o valor atualizado da causa (IGP-M), acrescida de correção monetária,
também pelo IGP-M, desde a data de publicação da sentença e de juros de mora
de 1% ao mês, capitalizados anualmente, a partir do trânsito em julgado (fls. 95-
97v.).
Inconformada, a instituição financeira recorreu (fl. 99).
Em suas razões recursais (fls. 100-108), a recorrente argumenta que
as partes celebraram contrato de financiamento com cláusula de alienação
fiduciária, em 03.08.2006, no valor de R$ 140.000,00, a ser pago em 48 parcelas
individuais e sucessivas de R$ 4.347,63, sendo que o autor sequer iniciou o
pagamento, perfazendo a dívida o montante de R$ 191.197,55. Em decorrência,
sustenta ser lícita a manutenção do gravame junto à documentação do veículo.
Aduz que o autor reconheceu ser devedor do montante, bem como que sequer
buscou composição amigável para quitar a dívida que possui, esquivando-se das
responsabilidade que voluntariamente assumiu (sic). Na sequência, refere que,
ainda que se considerasse prescrita a dívida, o contratante não tem direito a baixa
do gravame, sem o devido adimplemento contratual (sic), na medida em que tal
circunstância não impede a quitação do contrato, já que a baixa do gravame não é
consequência de eventual prescrição. Prossegue defendendo a tese de que, no
caso, o prazo prescricional é de dez anos, nos termos do art. 205 do Código Civil,
considerando o termo a quo a data de vencimento da última parcela, no caso,
18.08.2010. Advoga que incumbia ao autor providenciar a liquidação da sentença
que julgou a demanda revisional por ele ajuizada, invoca o princípio da força
obrigatória do contrato e, por fim, postula a reforma da sentença, com o provimento
do recurso.
Com as contrarrazões pelo desprovimento da apelação (fls. 112-
119), os autos foram remetidos a esta Corte (fl. 119v.).
É o relatório.

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VOTOS
DES. ANDRÉ LUIZ PLANELLA VILLARINHO (PRESIDENTE E RELATOR)

Cuida-se de apelação interposta por BANCO BRADESCO


FINANCIAMENTOS S.A. contra a sentença que julgou procedente a “ação de
inexistência de débito cumulada com obrigação de fazer”, ajuizada por JONES
FRANCO DE OLIVEIRA para declarar prescrito/inexigível o débito oriundo do
contrato n.º 36.4.566507-9 e determinar que o recorrente libere os veículos para
que sejam devidamente registrados em nome do autor, condenando-o ao
pagamento dos ônus de sucumbência.
O autor ajuizou a presente ação declaratória, cumulada com
obrigação de fazer, aduzindo, em síntese, estar prescrita a dívida oriunda de
contrato de financiamento, com cláusula de alienação fiduciária, celebrado com o
Banco demandado, em 18.08.2006, no valor de R$ 140.000,00, a ser pago em 48
parcelas mensais e sucessivas de R$ 4.351,53 cada uma. Reconheceu que não
quitou a obrigação assumida e afirmou ter ajuizado demanda revisional (processo
n.º 020/1.06.0002865-6), cuja decisão judicial transitou em julgado em 27.09.2007,
sem que a instituição financeira tenha promovido a liquidação do título judicial, ou
mesmo ajuizando ação de cobrança. Pediu, assim, para que fosse declarada a
inexistência do débito, em face da prescrição, bem como determinada a baixa do
gravame na documentação dos veículos.
Sobreveio sentença (fls. 95-97v.), julgando procedente a demanda
para declarar inexigível o débito vinculado ao contrato n.º 36.4.566507-9, em face
da prescrição, bem como para determinar que a instituição financeira demandada
providenciasse a baixa do gravame existente na documentação dos veículos, de
modo a que possam ser devidamente registrados em nome do autor. No capítulo
acessório, a instituição financeira foi condenada ao pagamento das custas
processuais e de honorários advocatícios ao procurador do autor, arbitrados em
11% sobre o valor atualizado da causa, acrescidos de correção monetária e juros
legais.
A instituição financeira recorreu (fl. 99).
Em suas razões recursais (fls. 100 e seguintes), sustenta a
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necessidade de reforma da sentença apelada, na medida em que o autor


reconheceu não ter adimplido nenhuma das prestações contratualmente
assumidas, enfatizando não haver qualquer óbice ao pagamento de dívida ainda
que prescrita; defende a legalidade de manutenção do gravame e argúi a não
configuração da prescrição, asseverando que o prazo prescricional incidente é o
decenal, na forma do art. 206 do Código Civil, cujo termo a quo é a data de
vencimento da última parcela, no caso, 28.08.2010. Pede, por fim, o provimento da
apelação.

Da tempestividade do recurso.
Inicio pelo exame da preliminar suscitada em contrarrazões de
apelação, e que diz com a alegação de intempestividade do recurso (fl. 112).
Conforme a certidão aposta à fl. 98, as partes foram intimadas da
sentença por meio da Nota n.º 169/2017, disponibilizada na edição n.º 6114 no
Diário da Justiça Eletrônico do dia 15.09.2017 (sexta-feira), considerando-se
publicada no primeiro dia útil que se seguiu, ou seja, em 18.09.2017 (segunda-
feira), e cujo prazo recursal passou a fluir no dia 19.09.2017 (terça-feira).
Nesses termos, considerando o feriado do dia 20.09.2017, o último
dia para interposição do recurso de apelação foi em 10.10.2017 (terça-feira),
conforme previsto no art. 1.003, § 5º, do Código de Processo Civil, segundo o qual,
excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para
responder-lhes é de 15 (quinze) dias, prazo legal observado pela instituição
financeira recorrente, na medida em que o protocolo integrado se deu em
09.10.2017 (segunda-feira), às 16h39min, conforme registro no comprovante
expedido pela ECT (fl. 99v.).
Em decorrência, observado o prazo de 15 dias para recorrer, previsto
na legislação processual vigente, e sendo cristalina a tempestividade do recurso
interposto pela parte demandada, não é de ser acolhida a preliminar.

Rejeito, assim, a preliminar.

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Da prescrição.
Como destacado acima, a instituição financeira defende a reforma da
sentença a fim de que seja afastada a incidência da prescrição, defendendo a tese
de que a regra da prescrição aplicável na relação contratual em exame é a prevista
no art. 205 do Código Civil – dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo
menor.
O contrato de abertura de crédito para financiamento de bens e/ou
serviços firmado pelas partes em 03.08.2006 foi objeto de ação revisional (processo
n.º 020/1.06.0002865-6, fl. 28), cuja sentença de improcedência (fls. 28-31) foi
reformada por esta Corte de Justiça (apelação n.º 70021380357), a fim de, de
ofício, limitar os juros remuneratórios ou encargos da contratação no patamar de
12% ao, corrigido monetariamente pelo IGP-M, afastar a capitalização dos juros e a
comissão de permanência, além da cobrança das tarifas de operações ativas e de
análise de crédito, admitir a repetição do indébito, na forma simples, após a devida
compensação, descaracterizada a mora solvendi (fl. 32-40v.).

A decisão judicial transitou em julgado em 27.09.2007 (fl. 48),


passando a fluir, a partir daí, o prazo prescricional previsto no art. 206, § 5º, inciso I,
do Código Civil, segundo o qual:

Art. 206. prescreve:


[...]
§ 5º Em cinco anos:
I – a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de
instrumento público ou particular;

Nesse sentido a Corte Superior:

RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL.


NOTA DE CRÉDITO COMERCIAL. AÇÃO
REVISIONAL. TRÂNSITO EM JULGADO. INÍCIO DA
PRETENSÃO DE COBRANÇA DA DÍVIDA REVISADA
E, ASSIM, INÍCIO DA CONTAGEM DA
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PRESCRIÇÃO. INEXISTÊNCIA DE AFRONTA AO


ART. 202, VI, DO CCB, MAS, SIM, ATENDIMENTO
DA NORMA CONTIDA NO PARÁGRAFO ÚNICO DO
REFERIDO DISPOSITIVO. POSSIBILIDADE DE
LIQUIDAÇÃO DO DÉBITO MEDIANTE MEROS
CÁLCULOS ARITMÉTICOS. LIQUIDEZ. INCIDÊNCIA
DO ART. 206, §5º, INCISO I, DO CCB. PRESCRIÇÃO
QUINQUENAL. POSSIBILIDADE DE
RECONHECIMENTO, DE OFÍCIO, DA PRESCRIÇÃO.
PRECLUSÃO. INOCORRÊNCIA. ATRAÇÃO DO
ENUNCIADO 7/STJ. PRECEDENTES. RECURSO
ESPECIAL DESPROVIDO. (REsp Nº 1.479.611 – RS,
Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Data do
Julgamento: 24/11/2016

Outra não é a jurisprudência desta Corte de Justiça:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA


DE PRESCRIÇÃO DO DIREITO DE AÇÃO DE
COBRANÇA. O interesse na cobrança de dívida
líquida, certa e exigível é do credor e a sua inércia
inevitavelmente enseja a prescrição de sua pretensão.
É declarada a prescrição do crédito, uma vez que na
data do ajuizamento do feito havia se passado mais de
cinco anos do trânsito em julgado e da baixa da ação
revisional. O prazo para a cobrança do débito, de
acordo com o art. 206, §5º, I, do Código Civil, é
quinqüenal. POR MAIORIA, DERAM PROVIMENTO
AO APELO, VENCIDO O RELATOR. JULGAMENTO
CONFORME O DISPOSTO NO ART. 942 DO CPC.
(Apelação Cível Nº 70071160386, Décima Terceira
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alzir
Felippe Schmitz, Julgado em 27/10/2016);

APELAÇÃO CÍVEL. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. AÇAO


DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE
DÉBITO. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE.
RECONHECIMENTO. SENTENÇA MANTIDA, POR
FUNDAMENTOS DIVERSOS.
A prescrição intercorrente incide no processo civil e
tem como requisito para a sua incidência a inércia do
credor, a fim de que não se perpetuem situações de
insegurança jurídica. No caso dos autos, depois
do trânsito em julgado da ação revisional, o processo

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permaneceu parado pelo mesmo prazo determinado


para a prescrição da ação (05 anos, artigo 206, §5º, I,
do CC). Liberação do gravame. Sentença mantida, por
fundamentos diversos. APELO DESPROVIDO.
(Apelação Cível Nº 70065352999, Décima Terceira
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Angela Terezinha de Oliveira Brito, Julgado em
16/07/2015)

Considerando que até a data de ajuizamento da presente demanda –


01.09.2015 (fl. 02) – não se tem notícias de que a instituição financeira tenha
adotado as diligências cabíveis a fim de obter a satisfação de seu crédito, seja por
meio de cumprimento de sentença ou por ação de cobrança/execução, patente a
prescrição operada.
Em decorrência, considerando que o registro de alienação fiduciária
incidente sobre a documentação dos veículos nada mais é do que a garantia da
dívida cuja prescrição restou reconhecida, confirmo a sentença que determinou o
levantamento do gravame.
A propósito, esta Corte:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE


OBRIGAÇÃO DE FAZER. BAIXA DO GRAVAME.
REVISIONAL TRANSITADA EM JULGADO. INÉRCIA
DA PARTE CREDORA. Tendo em vista que a ação
revisional já transitou em julgado há cerca de 9 anos,
sem que o banco reivindicasse os possíveis valores
devidos pelo autor, evidente a ocorrência
da prescrição. Por essa razão, deve ser modificada a
decisão para determinar o levantamento do gravame.
DERAM PROVIMENTO AO RECURSO. (Agravo de
Instrumento Nº 70073597742, Décima Terceira
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alzir
Felippe Schmitz, Julgado em 30/11/2017)

Assim, mantenho a sentença apelada.

Da sucumbência e dos honorários advocatícios.

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Julgada procedente a demanda para declarar a prescrição do débito


vinculado ao contrato n.º 36.4.566507-9, bem como para determinar a instituição
financeira demandada promova a liberação do gravame incidente na documentação
dos veículos, a recorrente restou condenado ao pagamento das custas processuais
e de honorários advocatícios em favor do procurador da parte autora, arbitrados em
11% sobre o valor atualizado da causa (IGPM), com incidência de correção
monetária pelo IGPM, desde a publicação da presente sentença e de juros de mora
de 1% ao mês, capitalizados anualmente, a partir do trânsito em julgado, levando
em consideração os vetores dispostos no art. 85, § 2º do CPC [...] (fl. 197).
Desprovida a apelação, sem razão para qualquer modificação no
tópico relativo às custas processuais.
Especificamente em relação à verba honorária, considerando o
trabalho do procurador em grau recursal, majoro os honorários advocatícios para
15% sobre o valor atualizado da causa (R$ 7.640,00, fl. 05), de acordo com o
disposto no art. 85, § 11, do Código de Processo Civil1, corrigido pelo IGP-M a partir
desta data até a do efetivo pagamento, e acrescido de juros de mora de 1% ao mês
desde o trânsito em julgado.

Isto posto, rejeito a preliminar e nego provimento à apelação.

DES. ALZIR FELIPPE SCHMITZ - De acordo com o Relator.

DES.ª ELISABETE CORRÊA HOEVELER


No caso concreto, acompanho o Relator.

1
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando
em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o
disposto nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de
honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites
estabelecidos nos §§ 2o e 3o para a fase de conhecimento.
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DES. ANDRÉ LUIZ PLANELLA VILLARINHO - Presidente - Apelação Cível nº


70076095066, Comarca de Palmeira das Missões: "À UNANIMIDADE,
REJEITARAM A PRELIMINAR E NEGARAM PROVIMENTO À APELAÇÃO."

Julgador de 1º Grau: JOAO GARCEZ DE MORAES NETO

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