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Ciências da Natureza

ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS

CIÊNCIAS DA NATUREZA 8º ANO

Para Viver Juntos

Fig. 1 (p. 1)

Organizadora: Edições SM

Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edições SM.

Editora responsável: Lia Monguilhott Bezerra


Mestra em Ciências, área de concentração Botânica, pela Universidade de São Paulo (USP).
Bacharela e Licenciada em Ciências Biológicas pela USP.
Editora de livros didáticos.

João Batista Aguilar


Doutor em Ciências pela USP.
Mestre em Ecologia pela USP.
Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas pela USP.
Professor de Ciências e Biologia.

Paula Signorini
Mestra em Bioquímica pela USP.
Bacharela e Licenciada em Ciências Biológicas pela USP.
Professora de Ciências.

São Paulo, 4ª edição 2015

Logotipo SM
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Para Viver Juntos – Ciências da Natureza 8

© Edições SM Ltda.

Todos os direitos reservados

Direção editorial Juliane Matsubara Barroso

Gerência editorial Roberta Lombardi Martins

Gerência de processos editoriais Marisa Iniesta Martin

Coordenação de área Lia Monguilhott Bezerra

Edição Daniela Ludviger Ingui, Dino Santesso Gabrielli, Nina Nazario, Sérgio Paulo Nunes Teixeira Braga,
Vanessa Romero Godofredo

Colaboração técnico-pedagógica Tatiana Novaes Vetillo

Assistência administrativa editorial Alzira Aparecida Bertholim Meana, Camila Cunha, Flavia
Casellato, Silvana Siqueira

Preparação e revisão Cláudia Rodrigues do Espírito Santo (Coord.), Ana Paula Ribeiro Migiyama,
Berenice Baeder, Eliana Vila Nova de Souza, Eliane Santoro, Fátima Cezare Pasculli, Fernanda Oliveira
Souza, Izilda de Oliveira Pereira, Nancy Helena Dias, Rosinei Aparecida Rodrigues Araújo, Sandra Regina
Fernandes, Valéria Cristina Borsanelli, Vera Lúcia Rocha, Marco Aurélio Feltran (apoio de equipe)

Coordenação de design Erika Tiemi Yamauchi Asato

Coordenação de arte Ulisses Pires

Projeto gráfico Aurélio Camilo

Capa Erika Tiemi Yamauchi Asato, Rafael Vianna Leal

Imagem de capa Mãos coloridas por pigmentos no Festival das Cores (Índia). Fotografia: Tim
Gainey/Alamy/Latinstock

Edição de arte Fernando Fernandes, Vivian Dumelle, Melissa Steiner Rocha Antunes (apoio)

Editoração eletrônica Equipe SM

Iconografia Josiane Laurentino (Coord.), Bianca Fanelli, Susan Eiko Diaz, Odete Pereira

Tratamento de imagem Marcelo Casaro

Fabricação Alexander Maeda

Impressão
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Aguilar, João Batista
Para viver juntos : ciências da natureza, 8º ano : anos finais : ensino fundamental / João Batista Aguilar,
Paula Signorini ; organizadora Edições SM ; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edições
SM ; editora responsável Lia Monguilhott Bezerra. — 4. ed. — São Paulo : Edições SM, 2015. — (Para viver
juntos)
Suplementado pelo manual do professor.
Bibliografia.
ISBN 978-85-418-0891-0 (aluno)
ISBN 978-85-418-0892-7 (professor)
1. Ciências (Ensino fundamental) I. Signorini, Paula. II. Bezerra, Lia Monguilhott. III. Título. IV. Série.
15-03920 CDD-372.35

Índices para catálogo sistemático: 1. Ciências : Ensino fundamental 372.35

4ª edição, 2015

=LOGO=ABDR=

Logotipo SM

Edições SM Ltda.
Rua Tenente Lycurgo Lopes da Cruz, 55
Água Branca 05036-120 São Paulo SP Brasil
Tel. 11 2111-7400
edicoessm@grupo-sm.com
www.edicoessm.com.br
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APRESENTAÇÃO
Imagine estar lendo um livro muito interessante, no qual, em dois meses, a personagem percorre o mundo
todo. Durante a viagem, ela descreve tudo o que vê e sente: paisagens, relevos, climas, seres vivos. Tudo
registrado no livro, repleto de fotografias.

Seu telefone celular toca. É um colega pedindo ajuda para esclarecer dúvidas que surgiram durante a lição de
casa. Quais seres vivos habitam o continente africano? Como se distribuem naquele continente? Uma incrível
coincidência! Você acabou de ler o capítulo que relata os dias em que a personagem viajou pela África!

Viagens rápidas ao redor do mundo, fotografia, energia elétrica, celular... Tudo isso é comum hoje. Mas tais
facilidades nem sempre existiram. Elas são produto da inventividade e da busca do ser humano em
compreender os fenômenos e modificar a natureza. Assim, foram desenvolvidas as ciências e as tecnologias.

Esta coleção foi elaborada com o objetivo de dividir com você os conhecimentos básicos das Ciências
Naturais que o ser humano adquiriu ao longo dos anos. Você entrará em contato com ideias que
fundamentam alguns ramos das ciências, como o estudo dos seres vivos, das relações que estabelecem entre
si e com os ambientes que ocupam, e o estudo da constituição de nosso planeta e do lugar dele no Universo.

Você também será convidado a dar contribuições conversando com os colegas e o professor sobre o que sabe,
observa e aprende no dia a dia e pode ser relacionado com tais ideias. Ampliando nosso conhecimento, temos
mais condições de analisar criticamente o mundo em que vivemos e buscar a harmonia entre os seres e uma
sociedade mais justa.

Os autores
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CONHEÇA SEU LIVRO


Fig. 1 (p. 4)

O que você vai aprender


Lista dos tópicos mais importantes do capítulo.

Converse com os colegas


Todos os capítulos começam com uma imagem e algumas questões relacionadas a ela. Você e seus colegas
lerão em silêncio o texto inicial e, em seguida, conversarão sobre as questões propostas. O professor
orientará a discussão, e vocês deverão anotar no caderno tudo o que julgarem importante.

O texto de abertura traz um breve resumo dos temas que serão tratados no capítulo.

Fig. 2 (p. 4)

Os capítulos são organizados em módulos numerados, que dividem o tema geral em subgrupos. O texto em
destaque no início de cada módulo introduz os assuntos que serão tratados.

A teoria está organizada por títulos principais, destacados por grafismo, e títulos secundários, com letras
menores.

Fig. 3 (p. 4)

Glossário
Termos que podem ser desconhecidos são destacados no texto com cor alaranjada e explicados no Glossário,
na margem lateral da página.

Em algumas margens laterais ou no final da página, há quadros com textos e, eventualmente, imagens. Eles
complementam um assunto citado no texto, o qual foi destacado com fundo azul.

Fig. 4 (p. 4)

As páginas são ricamente ilustradas por gráficos, figuras, fotografias, esquemas e mapas que ajudam a
compreender ou a ampliar a teoria.

Verifique o que aprendeu


Nesta seção, são propostas algumas questões que retomam as ideias principais abordadas no módulo.

Fig. 5 (p. 4)

As atividades desta e de outras seções vão ajudá-lo a desenvolver diferentes habilidades e competências,
entre elas: reconhecer e produzir argumentos; ler, escrever e interpretar textos, imagens, gráficos e tabelas;
realizar trabalhos em grupo. Anotando as respostas no caderno, você sempre poderá corrigi-las e/ou
acrescentar informações importantes.

Boxe de valor
Os quadros de fundo lilás trazem questões que associam assuntos vistos no módulo a questões ambientais,
sociais, culturais e econômicas.
Página 5

Fig. 1 (p. 5)

As imagens de seres vivos não microscópicos são acompanhadas de uma barra com a informação de uma das
dimensões reais do ser (altura ou comprimento médios).

Fig. 2 (p. 5)

Ciência à mão
Propostas de atividades práticas que estimulam a investigação, a reflexão e a formulação de hipóteses.

Fig. 3 (p. 5)

Lendo Ciências
Nesta seção, são reproduzidos textos publicados em diferentes meios: livros, jornais, revistas ou sites. O
conteúdo desses textos é relacionado ao assunto do capítulo estudado. Antes da leitura do texto, converse
com os colegas sobre as questões iniciais, sugeridas no Antes de ler.

Depois da leitura, você vai registrar no caderno suas respostas às questões propostas no De olho no texto.

Fig. 4 (p. 5)

Questões globais
O capítulo é encerrado com uma série de questões que possibilitam aprofundar os diferentes assuntos
estudados nos módulos.

Autoavaliação
Esta seção geralmente propõe que você releia as questões da abertura do capítulo e responda a elas
novamente, agora considerando os conhecimentos que adquiriu ao longo do estudo do capítulo, avaliando
seu progresso e os pontos que você tem de estudar um pouco mais.

Fig. 5 (p. 5)

Interligados
Nesta seção, que aparece duas vezes no livro, você vai fazer uso de diferentes procedimentos para realizar um
projeto. Com isso, você e seu grupo aplicarão conhecimentos e trocarão experiências com outras pessoas da
comunidade.

Fig. 6 (p. 5)

Para saber mais


Na página final de cada capítulo, você encontra várias sugestões de livros, sites e filmes que envolvem os
assuntos estudados. Também há propostas de visita a museus, institutos e centros de estudo relacionados
com o tema geral do capítulo.

Fig. 7 (p. 5)

Jogo
Nesta seção, que aparece sempre ao final do livro, há um jogo que pode ser usado em diferentes momentos
ao longo do ano letivo. Você vai se divertir com amigos e, ao mesmo tempo, relembrar informações e
desenvolver habilidades.
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SUMÁRIO
1 O corpo humano 10

Fig. 1 (p. 6)
Coleção particular. Salvador (BA). Fotografia: ID/BR

1 Nosso corpo por fora e por dentro 12

• O estudo do corpo: um pouco de história 12

• Nosso corpo por dentro 14

• O corpo em funcionamento 15

• Atividades 17

2 A célula 18

• Estruturas celulares 18

• As organelas celulares 19

• Divisão celular 20

• Atividades 21

3 Das células aos tecidos 22

• Como são as células humanas? 22

• As células formam tecidos 23

• No corpo, tudo são células? 25

• Níveis de organização: das células ao organismo 26

• Atividades 27

• Ciência à mão: Construindo uma célula 28

• Lendo Ciências: Nas paredes da pré-história 30

• Questões globais 31

• Para saber mais 33

Fig. 2 (p. 6)
Paulo Cesar Pereira/ID/BR

Fig. 3 (p. 6)
Elena Schweitzer/Shutterstock

2 Alimentos e sistema digestório 34

Fig. 4 (p. 6)
Delfim Martins/Pulsar Imagens
1 Os alimentos e o ser humano 36

• Mudando os hábitos de vida 36

• A produção dos alimentos 36

• O processamento dos alimentos 37

• Atividades 39

2 Por que comemos? 40

• Os nutrientes 41

• Grupos de alimentos 44

• Atividades 45

• Ciência à mão: Interpretação das informações nutricionais dos alimentos 46

3 Alimentação e saúde 48

• Valorizando as refeições 48

• A pirâmide alimentar 49

• Desnutrição 50

• Obesidade 50

• Transtornos alimentares 51

• Verminoses e intoxicações 51

• Atividades 52

4 O alimento no corpo 53

• Boca 54

• Faringe e esôfago 56

• Estômago 56

• Intestino delgado 57

• Intestino grosso 59

• Atividades 61

• Lendo Ciências: Propaganda de alimentos 62

• Questões globais 63

• Para saber mais 65


Página 7

3 Sistema respiratório 66

Fig. 1 (p. 7)
Andrey Nekrasov/Alamy/Latinstock

1 O sistema respiratório 68

• Respiração pulmonar 68

• Vias respiratórias 68

• Porção respiratória 70

• Poluição do ar e saúde respiratória 71

• Atividades 72

2 Gás oxigênio: dos pulmões às células 73

• Ventilação pulmonar 73

• As trocas gasosas 74

• Respiração celular 77

• Atividades 78

• Ciência à mão: Medindo o volume de ar expirado dos pulmões 79

Um modelo de sistema respiratório 80

• Lendo Ciências: Estudo aponta que poluição mata mais que o trânsito em São Paulo 81

• Questões globais 82

• Para saber mais 83

Fig. 2 (p. 7)
Andrei Nekrassov/iStock/Getty Images

4 Sistemas circulatório, linfático e imunitário 84

Fig. 3 (p. 7)
Edu Lyra/Pulsar Imagens

1 O sistema circulatório 86

• Coração 87

• Vasos sanguíneos 88

• Atividades 89

2 O sangue 90

• O plasma sanguíneo 90

• As células do sangue 90

• Os grupos sanguíneos 92
• Atividades 93

3 A circulação do sangue e a saúde 94

• A circulação do sangue 94

• A saúde do sistema circulatório 96

• Atividades 97

4 O sistema linfático e o sistema imunitário 98

• O sistema linfático 98

• O sistema imunitário 99

• Atividades 102

• Ciência à mão: Medição da frequência cardíaca em três situações 103

• Lendo Ciências: Coração de atleta 105

• Questões globais 107

• Para saber mais 109

5 Sistema urinário 110

Fig. 4 (p. 7)
Michael Poehlman/Blend Images/EasyPix

1 Funções e organização do sistema urinário 112

• Dos intestinos às células 112

• Os resíduos do metabolismo celular 113

• A organização do sistema urinário 114

• Atividades 116

2 A formação da urina 117

• O que acontece nos néfrons 117

• A composição da urina 118

• Higiene e saúde do sistema urinário 119

• Atividades 120

• Ciência à mão: Análise de um exame de urina 121

• Lendo Ciências: Transplante de rins 122

• Questões globais 123

• Para saber mais 125


Página 8

6 Sistema musculoesquelético 126

Fig. 1 (p. 8)
Fernando Favoretto/Criar Imagem

1 Sistema esquelético 128

• O sistema esquelético 128

• Os ossos 128

• Articulações 129

• Os cuidados com a postura 130

• Atividades 131

2 Sistema muscular 132

• A unidade funcional dos músculos 132

• Tipos de músculo 133

• A produção dos movimentos voluntários 133

• A importância dos exercícios físicos 134

• Saúde e padrões de beleza 134

• Atividades 135

• Ciência à mão: A movimentação do braço e do antebraço 136

• Lendo Ciências: O homem-máquina 138

• Questões globais 139

• Para saber mais 141

Interligados: Promoção da saúde na escola e na comunidade 142

Fig. 2 (p. 8)
Scott Camazine/Photo Researchers/Latinstock

Fig. 3 (p. 8)
André Ceolin/ID/BR

7 Sistema nervoso e percepção 144

Fig. 4 (p. 8)
Jean-Philippe Ksiazek/AFP

1 Integração e coordenação de ações 146

• Funções do sistema nervoso 146

• Os neurônios 147

• Atividades 149
2 Organização do sistema nervoso 150

• Sistema nervoso central 150

• Sistema nervoso periférico 151

• A saúde do sistema nervoso 152

• Atividades 154

3 Ações voluntárias e ações involuntárias 155

• Ações voluntárias 155

• Ações involuntárias 155

• Sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático 156

• Ato reflexo 157

• Atividades 158

4 Percepção 159

• Percepção interna e percepção externa 159

• Visão 160

• Audição 162

• Olfato 164

• Gustação 165

• Tato 166

• Atividades 167

• Ciência à mão: Qual é o tamanho do seu nariz? 169

• Lendo Ciências: Alcoolismo na adolescência 170

• Questões globais 171

• Para saber mais 173


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8 Sistema endócrino 174

Fig. 1 (p. 9)
Nelson Antoine/Fotoarena

1 As glândulas e os hormônios 176

• Os hormônios 176

• As glândulas 177

• Produção e atuação dos hormônios 178

• Atividades 180

2 Mecanismos de regulação dos hormônios 181

• Retroalimentação 181

• Insulina, glucagon e diabetes 183

• Atividades 184

• Ciência à mão: Ritmo de crescimento 185

• Lendo Ciências: Água de 20 capitais tem “contaminantes emergentes” 187

• Questões globais 188

• Para saber mais 189

Fig. 2 (p. 9)
Nelson Antoine/Fotoarena

Fig. 3 (p. 9)
Jim Craigmyle/Corbis/Latinstock

9 Sexualidade, reprodução e genética 190

Fig. 4 (p. 9)
Aldomurillo /iStock/Getty Images

1 O ser humano em transformação 192

• Puberdade e adolescência 192

• Sistema genital feminino 195

• Sistema genital masculino 197

• Sexualidade e adolescência 199

• Atividades 201

2 Reprodução humana e sexualidade 202

• Estabelecendo uma relação 202

• O relacionamento sexual 203


• A gravidez 204

• Métodos anticoncepcionais 207

• Atividades 210

3 Saúde e sexualidade 211

• Cuidando da saúde 211

• Gravidez na adolescência 212

• Câncer de mama e autoexame 213

• Doenças sexualmente transmissíveis 214

• Atividades 217

4 Hereditariedade 218

• Herança biológica 218

• Tecnologia e genética 223

• Atividades 225

• Ciência à mão: Entendendo a herança biológica 226

• Lendo Ciências: As redes sociais digitais: necessidade ou vício? 228

Os transgênicos e o direito à informação 229

• Questões globais 230

• Para saber mais 233

Interligados: Painel sobre adolescência e sexualidade 234

Jogo: Detetive médico 237

Referências bibliográficas: 239

Fontes da internet: 240


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CAPÍTULO 1 - O corpo humano


O QUE VOCÊ VAI APRENDER
• O corpo humano por fora e por dentro
• As células
• Como são formados tecidos e órgãos
• Integração e equilíbrio entre as partes do corpo

CONVERSE COM OS COLEGAS

As representações mais antigas do corpo humano datam da pré-história, em pinturas encontradas em


cavernas. No mundo contemporâneo, representações do corpo humano também podem ser vistas em
pinturas, bem como em esculturas talhadas em madeira, pedra ou metais; em fotografias; em filmes e em
outras expressões artísticas. Por meio dessas representações podemos obter informações sobre o cotidiano
das pessoas em diferentes épocas e lugares, sobre suas crenças e seus costumes, e até mesmo sobre o
conhecimento e a percepção que elas tinham do corpo humano.

1. Observe a pintura ao lado e procure descrevê-la detalhadamente. Quantas pessoas estão representadas? É
possível identificar a presença de homens e de mulheres, de crianças, jovens e idosos? O que as pessoas estão
fazendo? Elas estão tristes ou felizes? O que mais você teria a dizer sobre essa pintura?

Fig. 1 (p. 10)


Carybé. Vadiação. 1965. Óleo sobre tela, 58,5 cm × 84 cm. Coleção particular.
Coleção Particular, Salvador (BA). Fotografia: ID/BR

2. A representação artística do corpo humano pode ter a intenção de expressar condições sociais, políticas,
econômicas e culturais. O que essa pintura revela para você em relação a essas questões?

3. O corpo humano é constituído de várias partes. Quais delas você conhece? Qual a importância delas para
todos nós?
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Por meio da arte, podemos observar um rico universo de representações do corpo humano, um organismo
complexo, formado de várias partes, as quais desempenham diferentes funções e atuam de forma integrada.

Neste capítulo, vamos conversar um pouco sobre a história do conhecimento de nosso corpo, aprofundar o
que já sabemos sobre suas unidades básicas – as células – e entender a interação entre os órgãos que o
compõem.
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MÓDULO 1 - Nosso corpo por fora e por dentro


A curiosidade do ser humano em entender melhor o próprio corpo é muito antiga. Ao longo
da história, alguns trabalhos sobre esse tema se destacaram e chegaram até nós. Exemplos
disso são os estudos do romano Vitrúvio e do anatomista flamengo Vesalius.

O estudo do corpo: um pouco de história


Entre os mais antigos estudos do corpo humano, estão os do arquiteto e engenheiro romano Vitrúvio, que
viveu no século I a.C. e se dedicou à investigação de aspectos externos do nosso corpo.

Vitrúvio estava interessado em estudar a anatomia humana para estabelecer relações entre as proporções do
nosso corpo e as encontradas na arquitetura. Para ele, as proporções do corpo humano eram harmônicas e
simétricas, perfeitas e divinas, e a arquitetura imitava a natureza.

Leonardo da Vinci e o Homem Vitruviano

Cerca de 1500 anos mais tarde, por volta de 1490 (século XV), Leonardo da Vinci, que passou para a história
como pintor, escultor, anatomista e inventor, entre outras atividades que exerceu, representou um homem de
acordo com as proporções indicadas na obra de Vitrúvio, em um desenho que ficou conhecido como Homem
Vitruviano.

Observe, na figura ao lado, que o umbigo do Homem Vitruviano, além de respeitar o que fora proposto por
Vitrúvio, isto é, estar localizado no centro exato do corpo, corresponde também ao centro do círculo que o
contém. Veja também que a altura do corpo – que, segundo Vitrúvio, deveria ser igual ao comprimento dos
braços abertos na altura dos ombros (da ponta do dedo médio da mão direita à ponta do dedo médio da mão
esquerda) – corresponde ao lado de um quadrado (para Vitrúvio, o círculo e o quadrado eram figuras
geométricas perfeitas).

Fig. 1 (p. 12)


Desenho de Leonardo da Vinci, Homem Vitruviano, 1490. (Lápis e tinta sobre papel, 34 cm × 24 cm.)
Galeria da Academia, Veneza. Fotografia: ID/BR

Até hoje, no mundo inteiro, o Homem Vitruviano é usado como referência estética de simetria e de
proporções para as artes, a arquitetura e até para os padrões clássicos de beleza física das pessoas.
Entretanto, as medidas de Vitrúvio para as proporções humanas não levam em conta a realidade, isto é, não
respeitam as variações naturais existentes entre um ser humano e outro.
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O corpo por dentro: a contribuição de Vesalius

O aspecto interno do corpo humano só passou a ser mais conhecido a partir do século XVI, devido à
contribuição de Andreas Vesalius, médico nascido em Bruxelas (atual capital da Bélgica) que se aprimorou
no estudo da anatomia humana, ou seja, no estudo da forma e da estrutura de todas as partes do corpo.

Até essa época, os estudos de anatomia humana eram feitos com base principalmente no exame dos órgãos
internos de outros animais e em textos clássicos, sobretudo os do médico e filósofo grego Cláudio Galeno, que
viveu no século II e não estudou diretamente a anatomia humana. Na época de Galeno não era permitido
usar corpos de seres humanos em estudos, e ele produziu seus textos sobre anatomia com base na observação
de cadáveres de macacos dissecados.

Em 1539, Vesalius, que estava disposto a entender mais sobre a anatomia humana e acreditava que, para
isso, era fundamental dissecar cadáveres de pessoas, conseguiu autorização para utilizar, em seus estudos,
corpos de criminosos executados. Entre as contribuições de Vesalius estão a descrição da anatomia do
coração e do fígado, o entendimento da circulação do sangue e do papel do esqueleto na sustentação do corpo
e a descrição dos músculos do corpo humano e dos movimentos que cada um realiza. Por esse motivo,
Vesalius é chamado “o fundador da moderna anatomia humana”.

A autorização para dissecção de cadáveres permitiu iniciar e aprofundar os estudos sobre a anatomia interna
humana. As descobertas feitas com as novas pesquisas questionaram as ideias anteriores, que passaram, aos
poucos, a ser substituídas por ideias novas. A construção desse conhecimento pela humanidade somente foi
possível devido a uma mudança no modo de pensar da sociedade científica, que passou a aceitar e a
reconhecer essas pesquisas.

Esse é um exemplo de como o conhecimento científico pode ser aperfeiçoado, refutado ou substituído por
diferentes pessoas, de diferentes nacionalidades, separadas ou não por longos períodos de tempo. Por isso,
muitos cientistas que estudam a ciência e suas relações com a sociedade consideram que a ciência é uma
construção social conjunta, provisória e contextualizada historicamente. Atualmente, os estudos de anatomia
humana com cadáveres continuam autorizados a médicos e a outros cientistas.

GLOSSÁRIO

Dissecar: expor e examinar as partes do corpo de um organismo; a dissecção envolve o corte e a separação
das estruturas para melhor visualização.

Fig. 1 (p. 13)


Esqueleto humano. Ilustração extraída da obra Chirurgia Magna, de 1569, de Andreas Vesalius.
Middle Temple Library/SPL/Latinstock

Você é o modelo!

Em uma folha de papel sulfite, faça um desenho dos seus órgãos internos e indique o nome das estruturas
representadas. Procure retomar os conhecimentos adquiridos em sua vida escolar e em outros contextos.
Depois, compare seu desenho com os de seus colegas. Algum deles indicou uma parte do corpo humano cujo
nome você não conhecia? Qual parte? Debata com eles sobre a função de todas as partes nomeadas.
Página 14

Nosso corpo por dentro


As figuras a seguir representam o corpo humano em vistas diferentes. Nelas é possível visualizar a posição
dos principais órgãos internos e de alguns ossos do esqueleto. Há órgãos, como a bexiga urinária, que não
podem ser vistos, pois estão localizados abaixo de outras estruturas.

É provável que você conheça alguns dos órgãos mostrados e já tenha estudado a função deles nos anos
anteriores do Ensino Fundamental.

Ao longo deste livro, poderá aprofundar esses conhecimentos. À medida que seus estudos avançarem, a cada
novo sistema de órgãos abordado, você poderá analisar a figura da silhueta humana abaixo e tentar
identificar os órgãos nela representados, para ter uma ideia aproximada da posição deles no corpo e do
tamanho de cada um.

Fig. 1 (p. 14)


Ilustrações: Paulo Cesar Pereira/ID/BR
AB
glândula
tireoide
pulmão
baço
rim
estômago
pâncreas
intestino grosso
intestino delgado
fígado
Representação de alguns órgãos do corpo humano vistos de frente (A) e de costas (B). (Representações em
cores-fantasia.)

Fig. 2 (p. 14)


CD
pulmão
fígado
estômago
baço
intestino grosso
intestino delgado
Representação de alguns órgãos do corpo humano vistos pela lateral direita (C) e esquerda (D).
(Representações em cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 1. p. 16-17.
Página 15

O corpo em funcionamento
Para que o corpo mantenha seu equilíbrio e exerça de modo satisfatório todas as suas funções, seus órgãos
devem funcionar de maneira integrada. Ou seja, mesmo executando diferentes funções, os órgãos do corpo
humano atuam em conjunto.

A coordenação é necessária

Para que um organismo vivo funcione harmonicamente, suas atividades devem ser coordenadas. Por
exemplo, no organismo humano, as respostas internas do corpo diante de mudanças no ambiente, como a
manutenção da temperatura do corpo e o equilíbrio das quantidades de água corporal e de açúcar no sangue,
são constantemente reguladas e coordenadas. Mas também são coordenadas as ações e atividades visíveis
externamente, como o deslocamento no ambiente e a manifestação de emoções.

Fig. 1 (p. 15)


Ian Hooton/SPL/Latinstock
Os bebês, assim como os adultos, também apresentam mecanismos de coordenação e regulação das funções
corporais.

Considere o seguinte exemplo: para que o organismo seja capaz de desempenhar todas as suas atividades, ele
necessita de energia. Essa energia vem dos alimentos que ingerimos diariamente.

Fig. 2 (p. 15)


Fernando Favoretto/Criar Imagem
Os alimentos fornecem energia para o funcionamento do corpo.

Para que o corpo possa aproveitar a energia dos alimentos, primeiro eles devem ser digeridos em diferentes
órgãos (boca, estômago, intestino) e, em seguida, os nutrientes resultantes da digestão devem ser absorvidos
nos intestinos e levados às demais células do corpo. Nas células, a liberação da energia dos nutrientes só
acontece em presença de gás oxigênio, que obtemos por meio dos pulmões, do ar que respiramos.

O gás oxigênio e os nutrientes dos alimentos digeridos são levados a todas as células do corpo pelo sangue em
circulação, o qual, por sua vez, é impulsionado pelo coração. Por outro lado, a liberação de energia nas
células produz resíduos, que devem ser eliminados do corpo. Novamente, o sangue em circulação transporta
os resíduos das células até os órgãos encarregados de executar essa tarefa.

Além disso, o corpo humano é informado, a todo momento, sobre a posição em que se encontra – em pé,
sentado, de cabeça para baixo, etc. Os estímulos externos também são captados continuamente, conferindo
ao organismo a percepção do ambiente e dos outros seres vivos presentes no local. São os órgãos dos sentidos
que percebem estímulos como luz, sons, cheiros, gostos, frio, calor e dor. Essas informações, uma vez
recebidas e interpretadas pelo cérebro, provocam a produção de uma resposta. Por exemplo, ao observar a
cor vermelha de um semáforo para pedestres, percebemos a necessidade de interromper a caminhada e
aguardar o momento certo para atravessar uma rua.
Página 16

Equilíbrio interno

Para compreendermos o funcionamento do corpo humano, devemos entender o que significa manter o
equilíbrio interno.

Por exemplo, o nosso corpo obtém energia para realizar suas funções de um tipo de açúcar chamado de
glicose. Esse açúcar deve, preferencialmente, estar sempre disponível no sangue, pois só assim as diversas
partes do corpo podem garantir o acesso à energia a qualquer momento.

Todavia, a glicose precisa estar presente em concentrações adequadas. Isto é, se houver glicose em excesso no
sangue, a saúde do organismo fica prejudicada; mas, se houver glicose de menos, a saúde também é afetada.
O corpo dispõe de mecanismos que mantêm a glicose e outras substâncias na medida adequada. Nas
situações em que esses mecanismos não funcionam apropriadamente, caracterizam-se doenças como a
diabetes, em que a utilização de carboidratos pelas células é prejudicada.

O trabalho integrado dos órgãos do corpo, ajustando continuamente as condições do organismo, mantém o
equilíbrio interno das diversas substâncias, garantindo assim a nossa saúde.

Metabolismo

O conjunto de transformações que ocorrem dentro dos organismos vivos é chamado de metabolismo. O
metabolismo permite a sobrevivência, pois produz respostas às mudanças do ambiente, contribuindo para a
manutenção das estruturas corporais e possibilitando seu crescimento e reprodução.

Fig. 1 (p. 16)


Roberto Machado Noa/LightRocket/Getty Images
Adolescente caminha para a escola em Toronto, Canadá, 2015.

Fig. 2 (p. 16)


Edson Grandisoli/Pulsar Imagens
Menina brinca com bola em praia de São Sebastião (SP), 2013.
O metabolismo é único para cada pessoa. Diferenças biológicas, culturais ou de estilo de vida são exemplos
de aspectos que podem determinar variações metabólicas. A sobrevivência em um local de baixas
temperaturas exige respostas do corpo diferentes das que são requeridas em um ambiente com altas
temperaturas. Da mesma forma, uma pessoa sedentária tem metabolismo distinto do de uma pessoa que
realiza atividades físicas com frequência.

O metabolismo compreende todas as transformações relacionadas à matéria e à energia que ocorrem nas
células do corpo. Mesmo quando estamos em repouso, sentados ou até dormindo, nosso corpo precisa de
uma quantidade mínima de energia para manter suas atividades vitais. Sem energia, as células deixam de
realizar suas atividades, o que pode levar à morte.

Verifique o que aprendeu

1. O conhecimento científico se modifica ao longo do tempo. Com base nessa informação, reflita sobre as
possíveis mudanças no estudo dos seres vivos a partir do início da utilização do microscópio.

2. O corpo humano está constantemente desempenhando funções que garantem seu equilíbrio interno. Dê
dois exemplos de funções que contribuem para a manutenção do equilíbrio do organismo e, portanto, para
seu bom funcionamento.

3. Por que é importante que o corpo humano mantenha seu equilíbrio interno?

4. Durante a prática de um exercício físico intenso, suamos bastante e, ao término da atividade, costumamos
sentir muita sede. Nesse contexto, a sede pode ser considerada uma doença? Que relação existe entre esse
sintoma e a manutenção do equilíbrio interno do corpo?

5. Pense na maneira como você se locomove até a escola — a pé, de barco, de carro, de ônibus, de metrô, etc.
O meio utilizado tem alguma influência sobre seu metabolismo?
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ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Faça uma pesquisa na internet ou em livros especializados de Arte ou de História e descubra algumas
outras proporções descritas por Vitrúvio para o corpo humano diferentes das que você estudou neste
módulo.

2. Observe as fotografias a seguir, leia as legendas e responda às questões.

Fig. 1 (p. 17)


Ableimages/Alamy/Latinstock
Os músculos do corpo tremem involuntariamente quando ficamos expostos a baixas temperaturas. Isso
provoca liberação de calor e aquecimento do corpo.

Fig. 2 (p. 17)


Diego Cervo /iStock/Getty Images
Suamos mais quando está muito quente ou quando praticamos algum exercício. A transpiração contribui
para a eliminação de calor do corpo.

a) Você sabe qual é a temperatura corporal média do corpo humano?

b) Explique como as reações mostradas acima ajudam a manter a temperatura corporal interna constante.

3. Observe a tira a seguir e responda às questões.

Fig. 3 (p. 17)


Gilmar/Acervo do artista
Q1: GILMAR.
Q4: SEU COLEGA PEDIU DEMISSÃO!
E NEM ME AVISOU!

a) Compare a tranquilidade do trapezista nos dois primeiros quadrinhos com suas expressões nos dois
últimos. Em seu caderno, registre as diferenças que você observou.

b) Que acontecimento fez a situação mudar dos primeiros quadrinhos para os últimos?

c) Leia a seguinte afirmação: Os eventos dessa tira podem ser utilizados em uma analogia com o equilíbrio do
corpo humano. Como você entende isso? Explique.

4. Antes de prosseguir seus estudos neste livro, é importante que você retome determinados conteúdos. Para
isso, consulte em livros de Biologia ou de Ciências, dicionários ou na internet, o significado dos termos
procarionte, eucarionte, unicelular e pluricelular. Em seguida, escreva um pequeno texto coerente
em que constem essas palavras.
Página 18

MÓDULO 2 - A célula
Todos os seres vivos são compostos de uma unidade básica, a célula. A célula realiza várias
funções vitais para o organismo, seja ele unicelular, como um protozoário, seja pluricelular,
isto é, formado de muitas células, até mesmo trilhões delas, como os humanos.

Estruturas celulares
Um organismo pluricelular apresenta diferentes tipos de célula, que podem variar quanto ao formato e ao
tamanho, conforme sua função no organismo. Entretanto, há estruturas comuns a todas as células
eucarióticas, como a membrana plasmática, o citoplasma e o núcleo. Vamos estudar essas estruturas.

Membrana plasmática

Membrana que envolve a célula, conferindo-lhe limites, e permite a troca de substâncias entre o meio interno
da célula e o meio externo a ela de maneira seletiva, isto é, deixando passar algumas substâncias e impedindo
a passagem de outras.

Em razão dessa permeabilidade seletiva, a membrana garante a manutenção do equilíbrio interno da célula.
Assim, ainda que ocorram pequenas alterações no meio externo, o meio interno à membrana tende a
permanecer constante.

Citoplasma

Conjunto de substâncias, como água, proteínas, sais e açúcares, que preenchem o espaço interno à
membrana plasmática. Trata-se de material gelatinoso em que ficam imersos o núcleo e diversas outras
estruturas, denominadas organelas celulares.

Núcleo

Nos seres eucarióticos, como o ser humano, o núcleo apresenta uma membrana que envolve o material
genético – nesse caso, o ácido desoxirribonucleico, mais conhecido por DNA, que contém informações
relacionadas a algumas das características que herdamos de nossos pais, como o tipo de pele ou a cor dos
olhos.

No entanto, as informações do DNA não condicionam o desenvolvimento de todas as nossas características.


Por exemplo: a cor da pele tem influências genéticas, mas um indivíduo que se expõe ao sol tem alterações na
pigmentação da pele. A massa corporal também pode ser influenciada tanto por fatores genéticos quanto
pelo estilo de vida da pessoa. Além disso, as experiências de vida, as tradições culturais e nossas escolhas
pessoais, entre outros fatores, também contribuem para a formação de nossa identidade.

Nas células, o DNA encontra-se associado a certas proteínas, recebendo o nome de cromatina. No núcleo
das células que estão prestes a se subdividir, a cromatina apresenta-se altamente condensada, formando
estruturas chamadas cromossomos.

Fig. 1 (p. 18)


Carolina Biological/Visuals Unlimited/Corbis/Latinstock
membrana plasmática
núcleo
citoplasma
Estruturas celulares em célula humana. (Foto ao microscópio de luz; aumento de 30 vezes em 10 cm; uso de
corantes.)

Fig. 2 (p. 18)


Yunxiang987/Dreamstime.com/ID/BR
Representação artística de um segmento de molécula de DNA. Se a cromatina contida em cada uma das
células humanas fosse esticada e alinhada, teríamos um filamento muitíssimo fino com cerca de 2 m de
comprimento. (Cores-fantasia.)
Página 19

As organelas celulares
As organelas celulares são estruturas que desempenham as atividades necessárias à sobrevivência da célula,
como a respiração celular, a digestão celular, a produção de proteínas, o armazenamento e a eliminação de
substâncias, etc. Em conjunto, todas as atividades celulares e transformações que ocorrem dentro da célula
constituem o metabolismo celular.

A figura a seguir representa uma célula eucariótica, com as estruturas básicas – membrana plasmática,
citoplasma e núcleo – e as principais organelas. Leia os textos que acompanham a figura para conhecer
informações sobre a função de cada estrutura.

Fig. 1 (p. 19)


Studio Caparroz/ID/BR
Complexo golgiense: organela que processa e distribui algumas das proteínas celulares.
Lisossomo: organela responsável pela digestão de substâncias no interior da célula (processo de digestão celular).
Retículo endoplasmático: organela relacionada à circulação de substâncias produzidas na célula.
Mitocôndria: organela responsável pela liberação de energia na célula (processo de respiração celular).
Ribossomo: organela que pode estar aderida ao retículo endoplasmático ou solta no citoplasma; produz proteínas a partir das informações do DNA.
Núcleo: contém o DNA (não é uma organela).
Esquema do interior de uma célula eucariótica. (Representação sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 45.
Página 20

Divisão celular
As células apresentam uma característica importante: elas são capazes de se dividir. Nos organismos
pluricelulares, a divisão das células garante o crescimento do organismo, a reposição de células mortas ou
danificadas e também possibilita a reprodução do organismo. Existem dois tipos de divisão celular: a mitose
e a meiose.

Mitose

Na mitose, uma célula, aqui chamada de célula-mãe, divide-se em duas, as células-filhas, iguais a ela.
Nos organismos pluricelulares, como os seres humanos, a divisão celular por mitose é responsável pelo
crescimento do organismo e pela reposição de células danificadas ou mortas. Acompanhe, na figura abaixo,
os principais eventos da mitose.

Fig. 1 (p. 20)


Ilustrações: Paulo Cesar Pereira/ID/BR
célula-mãe →
Antes do início da mitose, os cromossomos (material genético) se duplicam. →
Os cromossomos duplicados organizam-se no centro da célula. →
Uma cópia de cada cromossomo duplicado é levada para um dos polos da célula. → →
Ocorre a divisão do citoplasma da célula. Cada célula-filha fica com uma cópia do material genético.
Representação esquemática da mitose em célula com um único par de cromossomos. Cada célula humana
tem 23 pares, totalizando os 46 cromossomos da espécie. (Representação sem proporção de tamanhos;
cores-fantasia.)

Meiose

Na meiose há duas divisões sequenciais da célula-mãe, que gera quatro células-filhas, cada uma com metade
do material genético da célula-mãe. Acompanhe, na figura a seguir, os principais eventos da divisão celular
por meiose.

Fig. 2 (p. 20)


célula-mãe
Duplicação do DNA
Antes do início da meiose, os cromossomos se duplicam.
Um par de cromossomos duplicados ocupa o centro da célula.
1ª divisão celular
Cada cromossomo do par é levado para um dos polos da célula.
Primeira divisão celular. Cada célula-filha fica com um dos cromossomos duplicados.
2ª divisão celular
gametas
Segunda divisão celular, que origina quatro células-filhas, cada uma com metade dos cromossomos da célula-mãe.
Representação esquemática da divisão celular por meiose em uma célula com um único par de cromossomos.
(Representação sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)

Em muitos organismos pluricelulares, como os seres humanos, a meiose dá origem aos gametas (células
reprodutivas), que têm metade do material genético da espécie e possibilitam a reprodução sexuada. No
sexo feminino, a meiose ocorre nos ovários, dando origem aos gametas femininos; no sexo masculino, ela se
dá nos testículos e forma os gametas masculinos. Esse assunto será aprofundado no capítulo 9.

Verifique o que aprendeu

1. Quais são as três estruturas principais comuns a todas as células eucarióticas?

2. Por que se pode afirmar que as informações contidas no material genético de uma pessoa não são
determinantes na formação de suas características físicas e personalidade?

3. A mitose ocorre em todas as fases de vida de uma pessoa — na infância, na adolescência, na vida adulta e
na velhice? Por quê?
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ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Discuta com seus colegas as diferenças entre os dois processos de divisão celular que ocorrem nos seres
humanos. Depois, faça um texto explicando como e onde essas divisões ocorrem e qual é a importância de
cada um desses processos.

2. A mitose tem funções diferentes para os organismos unicelulares, como os protozoários, e para os
pluricelulares, como os seres humanos. Faça uma pesquisa sobre a importância da mitose para os
protozoários e escreva uma frase que resuma o que você descobrir.

3. Observe, a seguir, a fotografia de células da boca de uma pessoa (parte interna da bochecha), e responda às
questões.

Fig. 1 (p. 21)


Dr. Gopal Murti/SPL/Latinstock
Células epiteliais da boca. (Foto ao microscópio de luz; aumento de 1000 vezes em 35 mm; uso de corantes.)

a) Quantas células é possível identificar na fotografia?

b) Que estrutura é responsável pelo limite das células? Que outra importante função essa estrutura
desempenha?

c) Que estruturas comuns às células eucarióticas são visíveis nessa fotografia?

d) Por que não é possível visualizar as organelas celulares? Pense e proponha uma hipótese para essa
constatação.

4. Abaixo, as organelas celulares citadas no quadro 1 podem ser associadas às funções descritas no quadro 2.
Em seu caderno, forme frases com a associação adequada entre organela e função.

Quadro 1
Mitocôndria
Ribossomos
Complexo golgiense
Lisossomo
Retículo endoplasmático

Quadro 2
Processamento e distribuição de algumas proteínas celulares
Digestão celular
Produção de proteínas celulares usando informações do DNA
Respiração celular
Circulação de substâncias produzidas na célula
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MÓDULO 3 - Das células aos tecidos


O corpo humano é formado por diversos órgãos. Esses órgãos exercem funções diferentes e
são constituídos por células com formas e funções específicas.

Como são as células humanas?


Há uma enorme diversidade de células humanas. Cada tipo de célula apresenta formato e características
específicas, relacionadas ao tipo de função que exercem no organismo. Para ter uma pequena ideia dessa
diversidade, vamos comparar duas delas: uma hemácia e um neurônio.

Cabe às hemácias, um dos tipos de célula constituintes do sangue, o transporte de gás oxigênio. Elas têm o
formato de discos achatados com cavidades centrais em ambos os lados, como se pode observar na fotografia
ao lado.

Fig. 1 (p. 22)


Fotografias: SPL/Latinstock
Observe o formato em disco das hemácias e as depressões centrais dessas células sanguíneas. (Imagem
colorizada, obtida ao microscópio eletrônico de varredura; aumento de 3150 vezes em tamanho 5 cm × 7 cm.)

O alto grau de detalhamento obtido nessa imagem foi possível devido à utilização de um microscópio muito
potente. O diâmetro de cada hemácia é de cerca de 7 micrômetros, ou seja, aproximadamente 7 milésimos de
milímetro. O símbolo de micrômetro é μm. As hemácias são as únicas células do corpo humano que não
apresentam núcleo. Elas atuam no organismo por aproximadamente 120 dias, sendo então substituídas por
novas células, as quais são produzidas no interior de alguns ossos do corpo.

Os neurônios são células que fazem parte da constituição de determinados órgãos do corpo, como o cérebro,
e têm a função de transmitir sinais elétricos, os chamados impulsos nervosos. Um neurônio típico tem
formato estrelado, com diversas ramificações – como se vê na imagem ao lado –, e sua parte central, de onde
saem as ramificações, pode ter entre 5 micrômetros (μm) e 100 μm.

Fig. 2 (p. 22)


Note o formato estrelado dos neurônios e como suas ramificações formam uma teia, percorrida pelos
impulsos nervosos. (Imagem colorizada, obtida ao microscópio eletrônico de varredura; aumento de 1310
vezes em 10 cm.)

Há muitos outros tipos de célula no corpo humano. Eis dois exemplos: os espermatozoides, ou gametas
masculinos, que apresentam uma cauda que lhes permite movimentar-se; e as células dos músculos,
chamadas de fibras musculares, que são alongadas e podem se contrair em conjunto, contraindo também
o órgão que constituem (o músculo).
Página 23

Ver o “invisível”

Em 1665, o inglês Robert Hooke, professor e também inventor e entusiasta da experimentação, publicou um
relato das observações que realizou usando um microscópio. Nessa obra, intitulada Micrographia, Hooke
descreve e desenha algumas de suas observações, evidenciando, assim, a importância do uso do microscópio
e do desenho de observação para a ciência.

Atualmente existem diversos tipos de microscópio, que possibilitam observar muito mais detalhadamente
várias partes dos seres vivos.

Enquanto o microscópio de Robert Hooke tinha poder de aumento de aproximadamente trinta vezes, os
microscópios ópticos atuais têm poder de aumento de cerca de 1000 vezes. E há ainda os microscópios
eletrônicos, que são muito mais potentes e podem ampliar a imagem em mais de 1 milhão de vezes.

Fig. 1 (p. 23)


Herve Conge/Easypix Brasil
Fotografia de hemácias obtidas ao microscópio de luz. Nessa imagem, o grau de detalhamento das hemácias
é inferior ao da foto obtida com o microscópio eletrônico de varredura da página 22. Assim, quanto maior a
ampliação, maior a visualização de detalhes. (Aumento: 1150 vezes em 10 cm; uso de corantes.)

As células formam tecidos


Todas as células do corpo humano originam-se de uma única célula, a célula-ovo ou zigoto, formada pela
união dos gametas masculino e feminino (espermatozoide e óvulo) após a fecundação. Mas como, de uma
única célula, pode surgir tamanha diversidade de células?

A diferenciação celular

Por um processo denominado diferenciação celular, as células geradas por meio das sucessivas divisões
do zigoto vão se diferenciando e adquirindo as características e funções que vão desempenhar no organismo
adulto. A diferenciação celular, portanto, é o processo que permite que as células se tornem especializadas.

Células com características semelhantes desempenham as mesmas funções e poderão atuar em conjunto,
organizando-se em tecidos celulares. Os quatro principais tipos de tecido do corpo humano são o epitelial,
o conjuntivo, o muscular e o nervoso.

Tecido epitelial

O tecido epitelial é o tecido de revestimento e proteção dos órgãos – revestindo-os interna e externamente –
e também do corpo. A pele, a camada mais superficial da mucosa da boca, a parede do estômago e a do
intestino, por exemplo, são revestidas por tecido epitelial.

Fig. 2 (p. 23)


Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Ilustrações: Luis Moura/ID/BR
Detalhe de pele humana
Esquema da pele, vista em corte
camada de células de pele mortas
epiderme (camada superficial da pele formada por tecido epitelial)
derme (camada mais profunda da pele)
Detalhe da epiderme
células
núcleo da célula
Esquema simplificado e em corte da pele. (Representação sem proporção de tamanho; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: B. McMillan. Human body: a visual guide. Richmond Hill: Firefly Books, 2006. p. 23.
Além de suas principais funções – revestimento e proteção –, o tecido epitelial pode desempenhar outras
atividades. No intestino delgado, por exemplo, esse tecido é responsável pela absorção dos nutrientes
digeridos. Na pele, algumas estruturas formadas por tecido epitelial liberam substâncias, como o suor. No
interior do nariz e também na língua, a captação dos estímulos externos – aromas e sabores – é feita por
estruturas desse tecido.
Página 24

Tecido conjuntivo

Várias funções corporais estão associadas ao tecido conjuntivo, e são tantas, tão variadas e especializadas
que, para facilitar o estudo, se costuma classificar esse tecido em quatro tipos: o ósseo, o cartilaginoso, o
adiposo e o sanguíneo.

O tecido conjuntivo ósseo é rico em minerais, principalmente cálcio e fósforo, que lhe conferem
propriedades específicas, como dureza e resistência. É o tecido que constitui os ossos. Note que, ao contrário
do que muitas pessoas pensam, os ossos também são formados por células vivas, que estão mergulhadas em
uma matriz mineral.

Fig. 1 (p. 24)


Steve Gschmessner/SPL/Latinstock
Tecido conjuntivo ósseo. As regiões circulares correspondem a canais que contêm vasos sanguíneos, vasos
linfáticos e nervos. (Imagem obtida ao microscópio de luz; aumento de 450 vezes em 10 cm; uso de corantes.)

O tecido conjuntivo cartilaginoso é encontrado geralmente na região de contato entre dois ossos, como
no joelho e no cotovelo, e entre as vértebras da coluna. Esse tecido reduz o atrito entre os ossos, devido à sua
flexibilidade e à sua elasticidade. Outras partes do corpo em que há tecido conjuntivo cartilaginoso são o
nariz e a orelha.

Fig. 2 (p. 24)


Eric Grave/SPL/Latinstock
Tecido conjuntivo cartilaginoso. Os núcleos celulares aparecem em preto, e as células estão envoltas por uma
proteína denominada colágeno, representada em rosa. O colágeno confere flexibilidade aos tecidos. (Imagem
obtida ao microscópio de luz; aumento de 250 vezes em 35 mm; uso de corantes.)

O tecido conjuntivo adiposo é formado de células especializadas em armazenamento de gordura e pode


ser encontrado, por exemplo, abaixo da pele e em torno dos órgãos internos. Suas principais funções são a
reserva de energia e o isolamento térmico.

O tecido conjuntivo sanguíneo é constituído principalmente de hemácias e leucócitos (células do


sangue), além de plasma, sua parte líquida, que é uma mistura de água, sais, proteínas e outras substâncias
dissolvidas.

Veja exemplos de tecido conjuntivo nas duas fotos acima.

Tecido muscular

Uma característica do tecido muscular é sua capacidade de gerar movimentos de contração e relaxamento e,
dessa forma, movimentar as partes do corpo, como os órgãos internos e os membros (braços e pernas). As
células musculares que compõem cada uma dessas estruturas apresentam algumas variações, e por isso o
tecido muscular é dividido em três tipos: o estriado esquelético, o não estriado e o estriado cardíaco.

O tecido muscular estriado esquelético forma os músculos que, com os ossos, realizam movimentos do
esqueleto. Correr, escrever, dançar são alguns dos movimentos que podemos fazer devido a esses músculos.

O tecido muscular não estriado compõe os músculos de órgãos internos, como o estômago, os
intestinos, o útero, etc., e é responsável pelos movimentos desses órgãos.

O tecido muscular estriado cardíaco constitui o coração; seus movimentos são responsáveis pelos
batimentos cardíacos.

Observe, nas duas últimas fotos ao lado, exemplos de tecido muscular não estriado e estriado.

Fig. 3 (p. 24)


SPL/Latinstock
Tecido muscular não estriado. As células têm formato fusiforme, ou seja, são mais grossas no centro e mais
finas nas extremidades. Os núcleos das células aparecem como manchas escurecidas. (Imagem obtida ao
microscópio de luz; aumento de 100 vezes em 35 mm; uso de corantes.)
Fig. 4 (p. 24)
Manfred Kagem/SPL/Latinstock
Tecido muscular estriado cardíaco. O coração se contrai devido à ação das fibras musculares cardíacas.
(Imagem obtida ao microscópio de luz; aumento de 300 vezes no tamanho 5 cm × 7 cm; uso de corantes.)
Página 25

Tecido nervoso

O tecido nervoso está presente em todos os órgãos do sistema nervoso, como no cérebro, na medula espinal e
nos nervos, órgãos que serão estudados mais adiante neste livro.

Certas células do tecido nervoso, denominadas neurônios, formam a via de condução de sinais elétricos,
chamados de impulsos nervosos, responsáveis pela rápida transmissão de informações. Uma memória,
um pensamento, um estímulo para que os músculos do corpo se contraiam ou relaxem devem-se a impulsos
nervosos transmitidos pelos neurônios.

Outro tipo de célula especializada do tecido nervoso são as células gliais. Uma das funções dessas células é
a proteção dos neurônios.

Fig. 1 (p. 25)


Dr. Richard Kessel & Dr. Randy Kardon/Tissues & Organs/Visuals Unlimited/Corbis/Latinstock
Fotografia de corte transversal de um nervo. (Imagem colorizada obtida ao microscópio eletrônico de
varredura; aumento de 900 vezes em 10 cm.)

No corpo, tudo são células?


Nem tudo. Por exemplo, as secreções, como o suor, a lágrima, o leite e a saliva, não são feitas de células; na
verdade são substâncias produzidas por células. Explicando melhor: trata-se de secreções produzidas por
células especializadas do tecido epitelial, as glândulas (estruturas que serão estudadas mais detalhadamente
no capítulo 8).

As secreções do organismo têm funções bastante diversas. O suor auxilia na regulação da temperatura
corporal; a lágrima limpa e lubrifica os olhos; o leite é alimento para os bebês; a saliva ajuda na mastigação e
na digestão dos alimentos. Há muitos outros tipos de secreção no organismo humano.

Além disso, há algumas partes do corpo que, embora formadas de células, não são estruturas vivas. É o caso
das unhas e dos cabelos, constituídos de células mortas e de uma proteína chamada de queratina. No reino
animal há outros exemplos de estrutura constituída de células mortas e queratina, como os cascos dos
cavalos, as penas e os bicos das aves e as escamas que recobrem os répteis.

Fig. 2 (p. 25)


Steve Gschmessner/SPL/Latinstock
Fotografia de tecido epitelial em corte. Na parte superior, podem ser observados um fio de cabelo (em rosa) e
algumas células mortas, ricas em queratina, descamando (em cinza). (Imagem obtida ao microscópio
eletrônico de varredura; aumento de 55 vezes em 10 cm; imagem colorizada.)

Sai, espinha!

Durante a adolescência, com a chegada da puberdade, o corpo humano sofre diversas mudanças. Entre elas,
está o aumento da oleosidade natural da pele, que pode provocar acne, nome dado pelos médicos ao
aparecimento de cravos e espinhas.

As substâncias oleosas liberadas na pele são secreções de um tipo de glândula, as glândulas sebáceas,
responsáveis por lubrificar e proteger a pele, os pelos e os cabelos contra o ressecamento. A lubrificação dos
cabelos evita, por exemplo, que eles fiquem ressecados e quebradiços.

Algumas vezes, o excesso de secreção entope os poros — aberturas por onde saem essas substâncias oleosas
—, ocasionando uma reação inflamatória e, eventualmente, a produção de pus. Assim, forma-se uma
espinha.
Página 26

Níveis de organização: das células ao organismo


Vimos que células agrupadas que desempenham funções específicas no corpo formam os tecidos.

Entretanto, diferentes tecidos celulares podem estar associados e atuar em conjunto, constituindo os
órgãos. Os vasos sanguíneos, órgãos do sistema cardiovascular, por exemplo, são constituídos de pelo
menos dois tipos de tecido, o tecido epitelial e o tecido muscular. Os órgãos realizam funções que os tecidos,
independentemente, não poderiam realizar.

Por sua vez, os diferentes órgãos do corpo podem atuar de modo conjunto para desempenhar funções
específicas, constituindo os sistemas. Por exemplo, esôfago, estômago e intestinos são órgãos que atuam em
conjunto na digestão dos alimentos; com outros órgãos, eles constituem o sistema digestório. Rins e bexiga
urinária são órgãos que atuam na eliminação de resíduos do corpo e fazem parte do sistema urinário.

Fig. 1 (p. 26)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
células especializadas: células musculares não estriadas
tecido: tecido muscular não estriado
órgão: estômago
sistema de órgãos: sistema digestório
Esquema dos diferentes níveis de organização estrutural do corpo humano. (Representação sem proporção
de tamanho; cores-fantasia.)
Fontes de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 1. p. 14; G. J.
Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 485.

Neste livro estudaremos a composição e o funcionamento de diferentes sistemas de órgãos do corpo humano.
Serão abordados os sistemas digestório, respiratório, circulatório, linfático, imunitário, urinário,
musculoesquelético, nervoso, endócrino e genital. A atuação conjunta e equilibrada de todos os sistemas do
corpo humano mantém o organismo saudável.

Conhece-te a ti mesmo

Estudar o funcionamento do corpo humano é importante porque lhe permite, por exemplo, conhecer mais
sobre seu corpo e valorizar sua saúde. Desse modo, você poderá fazer escolhas mais adequadas em busca de
melhor qualidade de vida.

Ao estudar o funcionamento do corpo humano, você aprende, por exemplo, a reconhecer quando o seu corpo
não está em equilíbrio, bem como o que é preciso fazer para restabelecer o equilíbrio.

• Pensando nisso, dê exemplos de situações em que seu corpo sinalizou que não estava funcionando em
equilíbrio.

Verifique o que aprendeu

1. Todas as células do corpo humano são iguais? Dê exemplos.

2. Quais são os quatro principais tipos de tecido presentes no corpo humano?

3. No organismo humano, o que são órgãos e o que são sistemas? Dê exemplos.


Página 27

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Em 1838, Mathias Schleiden e Theodor Schwann, dois cientistas alemães, com base na observação de
inúmeros e diferentes materiais, chegaram à conclusão de que todos os seres vivos são compostos de células.
Com base nessa conclusão, eles elaboraram uma teoria que ficou conhecida como “Teoria Celular”. Faça uma
pesquisa em livros e na internet e descubra o que significa dizer que:

a) as células são a unidade morfológica dos seres vivos;

b) as células são as unidades funcionais e fisiológicas dos seres vivos.

2. As células dos seres eucarióticos contêm em seu núcleo o DNA, material genético.

a) Na divisão celular (mitose e meiose), o material genético é mantido no interior da célula? Há diferenças
entre o material genético da célula-mãe e o das células-filhas?

b) Retome os esquemas da mitose e da meiose da página 20 e responda: O que acontece com a membrana
plasmática da célula-mãe durante a mitose e a meiose?

3. Utilize as palavras do quadro a seguir para escrever um pequeno texto sobre os níveis de organização do
corpo humano.

Células
Sistemas
Tecidos
Semelhantes
Órgãos
Conjunto
Função específica

4. Um estudante observou ao microscópio de luz três cortes longitudinais de tecidos celulares humanos e
representou cada um deles nas figuras abaixo.

Fig. 1 (p. 27)


Ilustrações: ID/BR
A: Tecido muscular não estriado.

Fig. 2 (p. 27)


B: Tecido muscular estriado esquelético.

Fig. 3 (p. 27)


C: Tecido muscular estriado cardíaco.
(Cores-fantasia.)

a) Para cada tecido, dê um exemplo de órgão humano em que ele pode ser encontrado.

b) Ao observar os tecidos, você notará que eles apresentam aspectos diferentes, apesar de todos serem
tecidos musculares. Por que você acha que há essas diferenças?

5. Transcreva as afirmações abaixo no caderno. Em seguida, relacione cada uma delas a um tecido do corpo
humano.

a) Tecido especializado em armazenar gordura.

b) Suas principais funções são as de proteção e revestimento.


c) As principais células desse tecido são os neurônios e as células da glia.

d) São responsáveis pelos movimentos realizados pelo esqueleto, pelos órgãos internos e também pelo
batimento cardíaco.

e) Tecido que constitui os ossos.

6. Após a união dos gametas masculino e feminino, forma-se a célula-ovo, ou zigoto. A formação de um novo
indivíduo a partir do zigoto envolve muitas divisões celulares sequenciais, além da diferenciação das células.

a) Que tipo de divisão celular acontece durante o desenvolvimento do zigoto: mitose ou meiose? Como você
chegou a essa conclusão?

b) Qual é o resultado da diferenciação celular?


Página 28

CIÊNCIA À MÃO
Construindo uma célula

Para começar

As estruturas contidas nas células têm diferentes formatos e tamanhos.

• Você saberia estimar o tamanho das organelas celulares?

• Quais unidades de medida são usadas para mensurar as dimensões das organelas?

Material
• massa de modelar
• materiais recicláveis: papelão, embalagens plásticas, isopor
• arame
• fita adesiva e cola
• tesoura de pontas arredondadas

Procedimento

Essa atividade conta com duas fases: elaboração do projeto e construção do modelo de estrutura celular.

A elaboração do projeto

Todos os alunos da classe serão responsáveis pela elaboração de um projeto conjunto, com o objetivo de
construir um modelo de célula eucariótica animal.

O projeto deverá ser planejado de modo que todas as estruturas feitas pelos grupos possam compor um único
modelo de célula. Portanto, converse com seus colegas para que, no projeto da classe, sejam determinadas
informações importantes, como:

1 o tamanho de cada organela. Vejam, na figura abaixo, as dimensões aproximadas de algumas das estruturas
e das organelas celulares. Depois, desenhem uma escala do projeto com base nas relações de proporção reais.
Por exemplo, notem que as mitocôndrias devem ser menores do que o núcleo da célula: a largura de uma
dessas organelas é cerca de dez vezes menor que o diâmetro do núcleo. Isso é muito importante, porque não
adiantará fazer, por exemplo, uma estrutura muito pequena representando a membrana plasmática, pois as
organelas celulares modeladas poderão não caber dentro dela;

2 o formato de cada organela, pois é muito importante que, ao final do projeto, as organelas possam ser
identificadas por observadores externos ao grupo.

Fig. 1 (p. 28)


ID/ES
núcleo: diâmetro entre 5 μm e 10 μm
complexo golgiense: cerca de 2 μm de largura
membrana plasmática: espessura entre 7,5 nm e 10 nm
lisossomo: diâmetro entre 0,005 μm e 0,5 μm
ribossomo: cerca de 30 nm de diâmetro
mitocôndria: de 0,5 μm a 1 μm de largura; até 10 μm de comprimento
μm: símbolo de micrômetro.
nm: símbolo de nanômetro.
1 μm = milésima parte de 1 milímetro.
Ou seja, 1 mm = 1000 μm.
1 nm = milésima parte de 1 micrômetro.
Ou seja, 1 μm = 1000 nm.
Esquema do interior de uma célula animal. (Cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 45.
Página 29

A construção do modelo

O professor dividirá a turma em sete grupos. Devem-se usar, de preferência, materiais recicláveis — por
exemplo, uma estrutura com arame ou de papelão envolta em plásticos pode ser a base para a construção da
membrana plasmática. Cada grupo ficará responsável pela construção de uma das seguintes estruturas:

a) membrana plasmática;

b) núcleo;

c) ribossomos;

d) lisossomos;

e) retículo endoplasmático;

f) mitocôndria;

g) complexo golgiense.

Quando todas as organelas estiverem prontas, os grupos deverão se organizar para montar a célula. Talvez
não seja possível preencher toda a estrutura celular com algo que represente o citoplasma. Ainda assim, é
bom lembrar que as organelas devem ficar distribuídas dentro do envoltório da célula, como se estivessem
mergulhadas no citoplasma, e não concentradas em uma única região. Podem ser utilizados fitas adesivas,
palitos de churrasco e arame para prender cada organela em uma posição definida do citoplasma da célula.
Sejam criativos!

Atenção!
Tenha cuidado ao manusear o arame e os palitos de churrasco!

Fig. 1 (p. 29)


Fabíola Bovo Mendonça/Acervo da fotógrafa
Exemplo de modelo de célula construído com materiais recicláveis.

Questões para discussão e avaliação

1. Qual foi sua principal dificuldade na construção desse modelo?

2. A utilização de modelos é comum no estudo de Ciências. Por meio deles, os cientistas buscam reproduzir
estruturas ou processos da natureza.

a) O modelo construído por vocês representou adequadamente uma célula? Justifique.

b) Você saberia apontar alguma limitação desse modelo, quer dizer, alguma parte ou característica da célula
que não foi representada como a célula original?

Comunicação dos resultados

Depois de confeccionado o modelo, cada grupo deverá fazer uma pequena apresentação sobre a estrutura ou
a organela que construiu e a função dela na célula.
Página 30

LENDO CIÊNCIAS
ANTES DE LER

•.Desde quando os seres humanos fazem representações de si mesmos? Como são essas representações?

Nas paredes da pré-história

Pinturas rupestres enfeitam as rochas do Mato Grosso do Sul

Assim como você gosta de rabiscar um caderno, os habitantes do Brasil pré-histórico também tinham lá suas
obras de arte – só que, há milhares de anos, o local escolhido para deixá-las eram as paredes de cavernas e
rochas espalhadas por aí. Conhecidos como pinturas e gravuras rupestres, muitos desses desenhos estão
preservados até hoje e vão sendo, aos poucos, descobertos pelos cientistas. Uma parte importante deles está
no Mato Grosso do Sul, sabia?

Os primeiros desenhos rupestres foram descobertos no estado no começo do século passado. Porém, o
primeiro estudo sobre eles só foi divulgado em 1975. De lá pra cá, arqueólogos já descobriram pinturas e
gravuras em 21 municípios do Mato Grosso do Sul – e é só o começo. Segundo o antropólogo Rodrigo Luiz
Simas do Aguiar, da Universidade Federal do Grande Dourados, tudo o que já se descobriu representa menos
de um terço do que ainda há por lá.

Entre as pinturas encontradas há obras com apenas uma cor e outras com várias cores. Há também diversas
gravuras – figuras esculpidas nas pedras. Os temas dos desenhos, em sua maioria, são coisas do dia a dia da
pré-história, com animais e seres humanos. Mas há também figuras mais abstratas, como formas
geométricas.

Rodrigo conta que é difícil determinar com precisão a idade dos desenhos, mas os cientistas calculam que
eles tenham sido feitos entre quatro e dez mil anos atrás. Em alguns locais, há vários desenhos uns sobre os
outros, mostrando que povos de épocas diferentes escolheram o mesmo lugar para deixar suas obras.

O pesquisador explica, ainda, que as tintas usadas pelo homem pré-histórico e os locais escolhidos para
desenhar são os responsáveis pela durabilidade das pinturas. “A maior parte delas foi feita com minerais que
são bem absorvidos pelas rochas, preservando os desenhos”, explica.

Lucas Conrado. Nas paredes da pré-história. Revista Ciência Hoje das Crianças. Disponível em:
<chc.cienciahoje.uol.com.br/nasparedes-da-pre-historia/>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Fig. 1 (p. 30)


Pinturas rupestres encontradas em Alcinópolis (MS), 2013.
Mario Friedlander/Pulsar Imagens

De olho no texto

1. Explique de que forma o estudo de pinturas rupestres pode ajudar os cientistas a conhecerem mais sobre o
modo de vida dos seres humanos pré-históricos?

2. A análise de pinturas rupestres (principalmente da tinta) revela, em muitos casos, a idade delas e há
quanto tempo uma região já era habitada por humanos. Qual a estimativa dos cientistas para a presença
humana no Mato Grosso do Sul?
Página 31

QUESTÕES GLOBAIS
Responda sempre no caderno.

1. O corpo do Homem Vitruviano tinha proporções bastante específicas e determinadas. Entre outras
medidas vitruvianas, podem ser citadas: a altura da cabeça, que, do queixo ao topo do crânio, deveria
corresponder a um oitavo da altura do corpo; a posição do umbigo, que deveria estar localizado no centro
exato do corpo; o comprimento da palma da mão, que do pulso à extremidade do dedo médio deveria
ter um décimo da altura do corpo; o comprimento da orelha, que deveria corresponder a um terço do
comprimento do rosto; a altura do corpo, que deveria ser igual ao comprimento dos braços abertos na
altura dos ombros (reveja o desenho do Homem Vitruviano na página 12), desde a ponta do dedo médio da
mão direita até a ponta do dedo médio da mão esquerda.

a) Você acha que essas proporções são comuns, isto é, que elas estão presentes na maioria das pessoas? Peça
a um colega (ou a alguém de sua família) que meça as partes de seu corpo de acordo com as indicações do
texto e registre os dados no caderno. Depois, confira se suas medidas se encaixam nas proporções
estabelecidas por Vitrúvio. (Dica: para a posição do umbigo, considere que o centro de seu corpo corresponde
à medida da altura do seu corpo dividida por dois.)

b) Compare seus dados com os de seus colegas e faça com eles um pequeno debate. As proporções do Homem
Vitruviano são comuns? Para ser considerado harmônico, um corpo humano deve, obrigatoriamente,
apresentar as proporções de Vitrúvio?

2. Imagine que, depois de uma atividade física intensa, como uma partida de futebol ou uma dança, você
sentiu sede e ingeriu dois copos de água. Após um tempo, sentiu vontade de urinar. Nesse exemplo, seu
corpo, por duas vezes, apresentou respostas para manter o equilíbrio interno de água. Quais respostas foram
essas?

3. A figura abaixo é de uma célula eucariótica animal. Os números representam algumas de suas estruturas e
organelas celulares. Em seu caderno, anote o número de cada uma dessas estruturas. Em seguida,
identifique-as e descreva suas principais funções.

Fig. 1 (p. 31)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
1
2
3
4
5
6
7
8
Esquema do interior de uma célula eucariótica animal. (Representação sem proporção de tamanho; cores-
fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 45.
Página 32

QUESTÕES GLOBAIS

4. Nesta atividade, você deve representar os dois tipos de divisão celular: a mitose e a meiose. Para isso, use
sua criatividade. Você pode, por exemplo, combinar com colegas e fazer um teatrinho, montar um fotolog,
produzir um vídeo ou elaborar um cartaz. Mas não se esqueça de considerar todas as etapas da mitose e da
meiose.

Se preferir, construa um modelo dos dois tipos de divisão celular usando materiais recicláveis, massa de
modelar, macarrão, bexigas (balões de festa), sacos plásticos compridos ou flutuadores de espuma em forma
de espaguete.

5. Ilustre e esquematize (simplificadamente) os níveis de organização do corpo humano considerando algum


órgão, como o coração, órgão que impulsiona o sangue no corpo. Se achar necessário, pesquise em livros de
Ciências e na internet como é o coração e onde ele está localizado no corpo.

6. Relembre o que você estudou sobre como o conhecimento científico é construído — ele pode ser alterado,
aperfeiçoado ou substituído por diferentes cientistas em diferentes partes do mundo.

a) Primeiramente, liste as fontes de informações científicas às quais você e sua família têm acesso. Essas
informações chegam a vocês por jornais, livros, revistas? Quais? Vocês buscam informações na internet?

b) Agora reflita: toda vez que você tem acesso a uma informação, acredita que ela seja verdadeira ou você já
passou por uma situação em que duvidou de uma notícia, por exemplo? Em caso afirmativo, como foi?

c) Se o conhecimento científico está em constante transformação, que medidas devemos tomar para ter
acesso a informações científicas confiáveis e atuais?

7. A diferenciação celular é o processo pelo qual as células não diferenciadas, como a célula-ovo, ou zigoto, se
especializam em células com determinadas características e funções. A comunidade científica tem investido
em pesquisas com essas células na busca de tratamento de uma série de doenças, como Parkinson, diabetes,
Alzheimer, etc. No Brasil, segundo a Lei de Biossegurança, é permitida a retirada de células-tronco de
embriões produzidos por fertilização in vitro, congelados há mais de três anos ou que não darão origem a um
bebê. Muitas autoridades questionam essa lei e a pesquisa com céuluas-tronco, argumentando que a vida tem
início no momento da fecundação, ou seja, que o embrião já seria um ser humano. Com base nessas
informações, reflita sobre as seguintes questões.

a) A ciência é uma construção social que envolve diversos atores. A sociedade pode exercer influência nas
pesquisas científicas, assim como pode ser influenciada por elas. No que diz respeito às células-tronco, dê
exemplos dos dois casos pontuados acima, em que a sociedade pode influenciar ou ser influenciada pela
ciência.

b) Quais argumentos você imagina que os cientistas defendem, levando em consideração que eles são a favor
do uso dessas células para finalidades médicas? Pense sobre isso. Depois, faça uma pesquisa sobre o assunto
e verifique se os fatos comprovam suas ideias. Você pode consultar sites confiáveis na internet, como de
grandes jornais e revistas, além de sites especializados em artigos científicos.

Autoavaliação

Agora que você chegou ao fim deste capítulo, antes de prosseguir nos estudos, seria interessante avaliar o que
aprendeu até aqui. Para isso, procure responder às questões propostas a seguir.

I. Faça uma lista dos principais conceitos que você estudou neste capítulo (por exemplo, célula, corpo, órgão,
etc.) e tente explicar cada um deles com suas palavras. Depois, volte ao livro e confira o que escreveu. Corrija
eventuais problemas e discordâncias que encontrar.

II. Se, ao estudar alguns dos conceitos, você teve dificuldades de compreensão, volte a eles e, com a ajuda de
seu professor, procure esclarecer as dúvidas. Depois, escreva no caderno o que entendeu de cada um.
Página 33

PARA SABER MAIS


Livros

Nas ruas do Brás, de Drauzio Varella. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000.

Fig. 1 (p. 33)


Companhia das Letrinhas/Arquivo da editora
NAS RUAS DO BRÁS
Drauzio Varella

As histórias vividas pelo médico Drauzio Varella em sua infância nas ruas do Brás, bairro paulistano, revelam
como os hábitos das pessoas e as orientações médicas podem mudar com o passar do tempo, os avanços da
ciência e as descobertas da medicina.

O corpo humano. São Paulo: Ática, 2010 (Série Atlas Visuais).

Nessa obra, você vai encontrar informações sobre os diferentes níveis de organização do corpo humano (das
células aos sistemas) e ter acesso a imagens do interior do corpo.

O livro do cientista, de Marcelo Gleiser. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

Fig. 2 (p. 33)


Companhia das Letrinhas/Arquivo da editora
O livro do CIENTISTA

O físico Marcelo Gleiser apresenta os principais filósofos e pesquisadores de diversas áreas da ciência e ajuda
seus leitores a compreender como acontecem as descobertas científicas.

Sites

Célula adentro – Instituto Oswaldo Cruz

<http://celulaadentro.ioc.fiocruz.br/>

Fig. 3 (p. 33)


Disponível em: http://celulaadentro.ioc.fiocruz.br/. Acesso em: 14 mar. 2015.
NESTE JOGO VOCÊ É O INVESTIGADOR. O MISTÉRIO: A CÉLULA, A VIDA!

Teste seus conhecimentos e sua capacidade de raciocínio e de inferência jogando Célula adentro. Reúna seus
colegas para jogar em equipes e lidar com diferentes informações sobre o assunto.

A célula – Instituto Oswaldo Cruz

<http://www.invivo.fiocruz.br/celula/oficina.htm>

Consulte esse site para visualizar uma representação da célula eucariótica e relembrar a função das
estruturas contidas no interior dela.

Acessos em: 27 jan. 2015.

Museus

Museu de Ciências da Vida. Vitória/ES.

<http://web2.ufes.br/corpohumano/>

O Museu de Ciências da Vida, da Universidade Federal do Espírito Santo, está localizado no campus
Maruípe, em Vitória. Nele, os visitantes têm a oportunidade de conhecer modelos de partes do corpo humano
e aprender sobre o posicionamento dos órgãos e suas funções.
Museu de Anatomia Humana Professor Alfonso Bovero. São Paulo/SP.

<http://www.icb.usp.br/museu/>

Inicialmente criado com a finalidade de servir como um acervo de peças anatômicas utilizadas nas aulas da
Faculdade de Medicina da USP, esse museu acabou tornando-se um centro de visitação a interessados no
assunto. Localiza-se no Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

Museu de Ciências Morfológicas UFRN. Natal/RN.

<http://www.clientesinterativa.com.br/museu/index.php>

Fig. 4 (p. 33)


Disponível em: http://www.clientesinterativa.com.br/museu/index.php. Acesso em: 15 mar. 2015.
mcm

Modelos anatômicos de diversos sistemas do corpo humano são encontrados no museu. E, para compreender
a organização das células que formam os diferentes tecidos do corpo, o acervo de histologia apresenta
lâminas para observação ao microscópio de alguns tecidos humanos.

Acessos em: 27 jan. 2015.


Página 34

CAPÍTULO 2 - Alimentos e sistema


digestório
O QUE VOCÊ VAI APRENDER
• O que são alimentos e por que precisamos nos alimentar
• Os nutrientes e sua importância para a saúde
• Problemas de saúde relacionados à alimentação
• A digestão do alimento

CONVERSE COM OS COLEGAS

A produção dos alimentos não é realizada por todos os seres humanos. Muitas pessoas exercem atividades
que não estão relacionadas com o plantio, a colheita, a criação, o transporte, a industrialização ou mesmo a
venda de alimentos. Observando a fotografia desta página, discuta com os colegas as questões a seguir.

Fig. 1 (p. 34)


Delfim Martins/Pulsar Imagens
Frutas, verduras e legumes, entre outros produtos, são comercializados no Mercado Municipal da cidade de
Barreiras (BA), 2013.

1. Sua família ou algum de seus familiares exerce alguma atividade relacionada à alimentação humana? Se
sim, conte para os colegas o que você sabe sobre essa atividade.

2. Considerando que nem todos os seres humanos produzem alimento para o próprio consumo, explique
como os alimentos chegam até quem não os produz.

3. Os alimentos fazem parte da cultura e das tradições de cada povo. Quais alimentos costumam fazer parte
das suas refeições? Seus colegas têm hábitos semelhantes?

4. Reflita e discuta com os colegas: Que características precisam estar presentes nos alimentos que você
consome? Por exemplo: Precisam ser frescos ou podem ser industrializados? Se estiverem embalados, como
deve ser essa embalagem? Etc.
Página 35

Os alimentos são essenciais para a manutenção da vida. Mas a relação das pessoas com o alimento, desde sua
produção até a sua forma de consumo, mudou muito no decorrer da história da humanidade. Os alimentos
nos fornecem matéria-prima (necessária para o crescimento e o desenvolvimento do corpo) e energia. Neste
capítulo você vai estudar como isso acontece.
Página 36

MÓDULO 1 - Os alimentos e o ser humano


A história dos seres humanos está muito relacionada à obtenção de alimentos. O modo de
vida e muitas das atividades humanas se relacionam com a produção, o armazenamento e a
distribuição dos alimentos.

Mudando os hábitos de vida


Nossos hábitos de vida atuais são bastante diferentes dos hábitos de vida dos nossos antepassados que
viveram há milhares de anos. Mais ou menos 40 mil anos atrás, por exemplo, os seres humanos eram
nômades, ou seja, migravam de uma área para outra, em busca de alimentos e de outros recursos. Eles
também eram caçadores e coletores e retiravam do ambiente em que viviam tudo de que necessitavam para
sua sobrevivência: alimentos, materiais para construir abrigos e também para se cobrir.

Alguns milhares de anos depois, entre 20 mil e 10 mil anos atrás, alguns povos passaram a cultivar plantas e
a criar animais para se alimentar. Com o desenvolvimento da agricultura e o uso de ferramentas, os seres
humanos conseguiram aproveitar melhor os recursos de um local. Essa mudança favoreceu sua fixação em
determinadas regiões do mundo.

A produção dos alimentos


Embora ainda existam alguns povos que mantêm um modo de vida com base na caça e na coleta de
alimentos, a maioria da população humana mundial depende da agricultura e pecuária para se alimentar.

Atualmente, existem muitas formas de produzir alimentos, como a produção em larga escala das
monoculturas, as plantações comunitárias de povos indígenas, a agricultura familiar em pequenas
propriedades, entre outras.

A produção em monoculturas muitas vezes apresenta vantagens comerciais. No entanto, em geral, elas estão
associadas à maior degradação ambiental, como o desmatamento, o desgaste dos solos, a contaminação pelo
uso excessivo de agrotóxicos e fertilizantes, entre outros problemas.

A pecuária, criação de animais, também deve observar alguns cuidados para evitar danos ao ambiente. A
conversão de matas em pasto, ou em áreas agrícolas, é uma das causas do desmatamento, especialmente na
região amazônica. Além disso, o solo pode ser danificado pelo pisoteio do gado e pelo plantio repetido de
capim.

Agricultura familiar

A agricultura familiar gera mais de 80% da ocupação no setor rural e responde no Brasil por sete de cada 10
empregos no campo e por cerca de 40% da produção agrícola. Atualmente, a maior parte dos alimentos que
abastecem a mesa dos brasileiros vem das pequenas propriedades. A agricultura familiar favorece o emprego
de práticas produtivas ecologicamente mais equilibradas, como a diversificação de cultivos, o menor uso de
insumos industriais e a preservação do patrimônio genético. Em 2009, cerca de 60% dos alimentos que
compuseram a cesta alimentar distribuída pela Conab [Companhia Nacional de Abastecimento] originaram-
se da Agricultura Familiar.

Companhia Nacional de Abastecimento. Disponível em:


<http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1125>. Acesso em: 11 mar. 2015.

Fig. 1 (p. 36)


Cesar Diniz/Pulsar Imagens
Quilombola cuida de plantação de feijão no povoado de Soledade, em Caxias (MA), 2014.
Página 37

O processamento dos alimentos


No Brasil, cerca de 85% da população vive em áreas urbanas. Por isso, os alimentos da maioria das pessoas
passa por etapas de processamento e transporte desde o campo até chegar às residências.

Fig. 1 (p. 37)


Rogerio Reis/Tyba
Desde a produção até o consumo, os alimentos podem ser transportados por longas distâncias. Alimentos
industrializados podem utilizar ingredientes de diversas regiões. Antes de chegar ao consumidor, os produtos
são distribuídos para mercados, açougues, feiras, etc. Caminhão é carregado com frutas e legumes orgânicos
no Rio de Janeiro (RJ), 2014.

Depois de colhidos, alimentos como frutas, verduras e grãos passam por processos de seleção, limpeza,
embalagem e transporte antes de serem destinados ao comércio.

Fig. 2 (p. 37)


Ernesto Reghran/Pulsar Imagens
Indústria frigorífica de frangos, localizada em Jaguapitã (PR), 2013. Antes de ser comercializado refrigerado,
o frango pode passar por etapas como lavagem, adição de conservantes e embalagem.

Outros alimentos são usados como ingredientes de produtos industrializados. A industrialização geralmente
envolve muitas etapas, como cozimento, adição de substâncias conservantes e embalagem. Todos esses
processos transformam o alimento em um produto diferente do original. A fabricação de macarrão (a partir
da farinha feita com os grãos de trigo), de molho de tomate e de outros produtos enlatados são exemplos de
industrialização.

Entre as vantagens dos alimentos industrializados estão a maior durabilidade dos produtos e a praticidade, já
que muitas vezes eles estão prontos para o consumo. Porém, o processamento industrial pode modificar as
qualidades originais dos alimentos, tornando-os menos valiosos do ponto de vista nutricional. Aditivos
alimentares são substâncias usadas para alterar o sabor, a cor e a durabilidade dos alimentos
industrializados. Além de causarem alergia em certas pessoas, também podem ser prejudiciais à saúde,
principalmente se consumidos com frequência.

Outro problema dos alimentos industrializados é que o processo de produção, transporte e empacotamento
envolve o consumo de recursos naturais e gasto de energia. Há também o lixo gerado com o descarte de suas
embalagens. Repare na sua escola, durante o intervalo, quanto dos materiais jogados na lixeira são
embalagens de alimentos industrializados.

Fig. 3 (p. 37)


Maica/iStock/Getty Images
Os recipientes nos quais certos alimentos industrializados estão contidos perdem sua utilidade após o
consumo do produto. O descarte dessas embalagens pode constituir um problema ambiental.
Página 38

Conservação dos alimentos

Com o passar do tempo, os alimentos tendem a apodrecer ou estragar-se, tornando-se impróprios para o
consumo e gerando desperdício. Existem diversas técnicas que visam aumentar a durabilidade deles. Em
geral, elas retardam o desenvolvimento de microrganismos ou impedem que o alimento entre em contato
com o ar, onde estão muitos desses organismos.

Ao longo de sua história, o ser humano desenvolveu diversas técnicas para aumentar a durabilidade dos
alimentos e aproveitar os excedentes produzidos. As primeiras técnicas de conservação envolviam a secagem
dos alimentos ou sua desidratação pela adição de sal. Outros métodos incluíam a fermentação controlada, a
adição de mel, óleos ou vinagre e a defumação. Muitas dessas técnicas milenares são usadas ainda hoje.

A tecnologia de conservação de alimentos acompanhou o processo industrial e hoje contamos com métodos
que dependem do uso de máquinas e energia elétrica, como o uso de embalagens especiais, congelamento e
pasteurização.

A pasteurização é uma técnica empregada na conservação do leite. Nesse processo, o alimento é aquecido e
resfriado rapidamente, reduzindo o número de microrganismos. Quando acondicionado em embalagens
“longa vida”, o leite que passa por esse processo conserva-se durante meses.

Fig. 1 (p. 38)


Neiromobile/iStock/Getty Images
As embalagens “longa vida” são produzidas com uso de diferentes materiais. Elas foram desenvolvidas para
que líquidos fiquem armazenados durante meses sem que se estraguem.

Fig. 2 (p. 38)


Fotografias: Sérgio Dotta/ID/BR
FAB: 06/04/15
VAL: 06/10/15
LJ011 16:26 1
Suco de Laranja
Após aberto, consumir em 2 dias.
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
Os alimentos industrializados devem apresentar a data de fabricação e a de validade na embalagem. Algumas
embalagens também informam o prazo de conservação, após sua abertura.

Verifique o que aprendeu

1. Se você mora em um centro urbano, responda: de onde vêm os alimentos vendidos nas feiras livres e nos
mercados de sua cidade?

2. Se você mora em uma área rural, a pergunta é: para onde vai a maior parte dos alimentos produzidos em
sua região?

3. Liste dois aspectos positivos e dois aspectos negativos do consumo de alimentos industrializados.
Página 39

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Leia o texto e responda às questões a seguir.

A agricultura na pré-história

Foi no Oriente Médio que o homem, pela primeira vez, começou a desenvolver a agricultura e a criação de
animais. Essas atividades estenderam-se rapidamente a outras regiões mediterrâneas, enquanto, mais ao
norte, os produtos da coleta e da caça continuaram predominando [...], favorecendo, aliás, uma alimentação
mais equilibrada, com menos carências.

[...]

No período mesolítico, a alimentação diversificou-se muito nas zonas temperadas. Mas não nos apressemos a
interpretar esse fenômeno como um enriquecimento ou um progresso; alguns veem nisso antes uma resposta
ao desaparecimento da caça de grande porte, que era abundante no período glacial. Para conseguir uma
ração alimentar suficiente, foi necessário, desde então, empregar muito mais tempo que em épocas
anteriores [...].

Jean-Louis Flandrin e Massimo Montanari (Dir.). História da alimentação. São Paulo: Estação Liberdade,
1998. p. 27-28.

a) Situe no tempo e no espaço as transformações mencionadas no texto em relação à forma de obter


alimento.

b) De acordo com o texto, o desenvolvimento da agricultura significou uma melhoria na qualidade da


alimentação? Explique.

c) O que teria impulsionado a diversificação na alimentação durante o período Mesolítico, segundo o autor?

d) O desenvolvimento da agricultura pode ser interpretado como um exemplo de tecnologia? As inovações


tecnológicas sempre trazem benefícios para a humanidade? Escreva sua opinião apresentando argumentos
para justificar.

2. Observe os alimentos disponíveis em sua casa. Escolha três alimentos, identifique que métodos são usados
em sua conservação e explique brevemente como esses métodos funcionam.

3. Com base nos mesmos alimentos analisados na atividade anterior, liste no caderno os recursos naturais
que você imagina que foram utilizados em sua produção, processamento, transporte e comercialização.

4. Um dos produtos tecnológicos da atualidade são os alimentos transgênicos. Leia sobre eles no texto abaixo
e, em seguida, discuta as questões com os colegas. Ao final, registre suas respostas no caderno.

• Alimentos transgênicos são provenientes de plantas ou animais geneticamente modificados, que receberam,
em laboratório, partes do material genético de outra espécie.

• Essa técnica é utilizada para modificar determinadas características do organismo original. Desse modo,
um organismo transgênico pode ser mais resistente a pragas ou doenças, apresentar resistência a
determinado tipo de herbicida ou ser mais nutritivo, por exemplo.

• Ainda há muita polêmica em torno desse tema. Alguns cientistas receiam que o material genético
introduzido nos alimentos possa causar alergias nos consumidores, por exemplo. No Brasil, o rótulo das
embalagens dos alimentos deve informar a presença de ingredientes transgênicos quando em quantidade
superior a 1%.

Fig. 1 (p. 39)


Esse símbolo no rótulo de um alimento indica a presença de ingredientes transgênicos.
ID/BR

a) Você já comeu algum alimento transgênico? Qual?

b) Em sua opinião, é importante saber se os alimentos que você come contêm ou não ingredientes
transgênicos? Por quê?
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MÓDULO 2 - Por que comemos?


Mas, afinal: por que precisamos comer? E por que uma alimentação saudável deve incluir
tantos alimentos diferentes?

Todas as atividades que realizamos no dia a dia, como jogar bola, tocar um instrumento, ler ou pensar,
consomem energia. Também consomem energia aquelas atividades que nosso corpo realiza muitas vezes
sem que nos demos conta, como os batimentos do coração, os movimentos dos pulmões ao se encher e
esvaziar de ar, a digestão dos alimentos e a manutenção da temperatura corporal.

A energia necessária para o organismo é obtida pela ingestão dos alimentos. A unidade utilizada para medir a
quantidade de energia presente nos alimentos ou gasta pelo corpo é a caloria.

GLOSSÁRIO

Caloria (cal): unidade de medida que equivale à quantidade de energia necessária para elevar um grama de
água de 14,5 °C para 15,5 °C (1 quilocaloria ou kcal = 1000 cal).

Fig. 1 (p. 40)


Ilustrações: André Ceolin/ID/BR
Quantidade de energia gasta pelo corpo humano em diferentes atividades
Dormindo
Caminhando
Correndo
Menina
61 kcal/h
194 kcal/h
400 kcal/h
Menino
70 kcal/h
226 kcal/h
466 kcal/h
A quantidade de energia gasta pelo nosso organismo em cada atividade é variável e calculada conforme o
sexo, a massa, a altura e a idade da pessoa. Os valores apresentados aqui foram calculados para jovens de 14
anos, de 1,65 m de altura e 60 kg de massa.
Fonte de pesquisa: Ministério da Saúde. Disponível em: <http://nutricao.saude.gov.br/gasto_calorico.php>. Acesso em: 13 maio
2015.

Além de energia, nosso organismo necessita de matéria-prima para crescer, manter todas as suas estruturas e
reparar os danos e desgastes dos tecidos. É por meio da alimentação que obtemos a matéria-prima que
forma todas as partes do corpo, como os ossos, o sangue, a pele, os cabelos.

A ativação e a regulação de diversos processos importantes para o funcionamento saudável do nosso


organismo também necessitam de substâncias obtidas por meio da alimentação.

Essas substâncias que permitem o desenvolvimento e a manutenção de um organismo, atuando como fonte
de energia ou como componente estrutural, são chamadas de nutrientes. A principal fonte de nutrientes são
os alimentos.
Página 41

Os nutrientes
Os nutrientes presentes nos alimentos são necessários para promover o desenvolvimento saudável do corpo e
para garantir a sobrevivência do organismo. Existem vários tipos de nutriente, agrupados segundo a função
que desempenham no corpo.

Nutrientes plásticos ou construtores: proteínas

Os nutrientes plásticos ou construtores são aqueles cuja função principal é fornecer matéria-prima para a
construção e o reparo de tecidos. As proteínas são os principais nutrientes plásticos e estão presentes na
estrutura de todas as células do corpo. Os alimentos mais ricos em proteínas são leite, carnes, ovos e algumas
sementes, como soja e feijão. A falta desses nutrientes causa várias disfunções relacionadas à desnutrição.

Fig. 1 (p. 41)


Ilustrações: Cecília Iwashita/ID/BR
LEITE
Leite e derivados, carnes, ovos, ervilha e feijão são exemplos de alimentos ricos em proteínas.

Nutrientes reguladores

Os nutrientes reguladores são aqueles cuja principal função é ativar e regular processos fundamentais para o
funcionamento saudável do organismo. As vitaminas e os minerais são os principais nutrientes
reguladores. Embora necessários em pequenas quantidades, esses nutrientes são fundamentais, pois
participam de atividades como o crescimento, a coagulação do sangue, o funcionamento do sistema nervoso,
o transporte de gás oxigênio. Eles são encontrados, principalmente, em frutas, legumes e na água.

Tanto a falta como o excesso de vitaminas podem causar prejuízos ao corpo. Por exemplo, a falta de vitamina
A pode ocasionar cegueira noturna, uma condição na qual existe dificuldade para enxergar em locais com
pouca iluminação; já o excesso dessa vitamina pode provocar problemas de pele, no fígado, dores nos ossos e
nas articulações.

Fig. 2 (p. 41)


Leite, carnes, frutas, legumes e verduras apresentam vitaminas e minerais em sua constituição.
Funções de algumas vitaminas e minerais
Vitamina A Bom funcionamento da visão.
Vitaminas do Funcionamento do sistema nervoso, metabolismo dos nutrientes e produção de
complexo B células do sangue (hemácias).
Vitamina C Proteção e resistência a doenças.
Vitamina D Formação e desenvolvimento de ossos e dentes.
Vitamina K Possibilita a cicatrização de ferimentos.
Ferro Transporte do gás oxigênio [...] e formação de células do sangue.
Cálcio Movimento (contração) de músculos e formação e manutenção de ossos e dentes.
Sódio Controle da quantidade de líquidos no corpo.
Potássio Transmissão de mensagens pelo sistema nervoso.

Fonte de pesquisa: Universidade de Brasília. Disponível em:


<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/alimet_saud.pdf>. Acesso em: 2 dez. 2014.
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Nutrientes energéticos: carboidratos e lipídios

Os nutrientes energéticos são os que fornecem energia para a realização de todas as tarefas do corpo. Os
carboidratos, como a glicose, a frutose e a lactose, são os principais componentes desse grupo de
nutrientes. Cada grama de carboidrato fornece cerca de 4 kcal. Eles estão presentes em raízes, cereais e frutas
e em seus derivados, como massas, pães e doces. Todas as células do corpo utilizam glicose como fonte de
energia.

Fig. 1 (p. 42)


Ilustrações: Cecília Iwashita/ID/BR
MEL
Pães, massas, arroz, batata, mandioca, mel e doces são alimentos ricos em carboidratos.

Os lipídios também podem ser utilizados como fonte de energia por alguns tecidos do corpo. Embora não
sejam a principal fonte de energia para o corpo, eles são mais energéticos do que os carboidratos. Um grama
de lipídio fornece, em média, 9 kcal.

Reservas energéticas

Quando consumidos em quantidades superiores às necessidades do organismo, os nutrientes energéticos são


transformados em reservas energéticas sob duas formas: glicogênio e gorduras.

O glicogênio é um carboidrato cuja molécula é formada por várias moléculas de glicose, unidas entre si. Ele
é armazenado no fígado e nas células musculares. Em períodos de jejum, como durante a noite ou entre as
refeições, o glicogênio se transforma novamente em glicose, suprindo desse modo as necessidades
energéticas do organismo.

A gordura fica armazenada principalmente no tecido adiposo e é utilizada como fonte de energia pelo
organismo quando há escassez de glicose. Isso ocorre em períodos muito prolongados de jejum e quando o
organismo é submetido a atividade física.

Fig. 2 (p. 42)


Creme de leite, óleo vegetal, azeite, manteiga, presunto e bacon são alimentos ricos em lipídios e gorduras.

Lipídios ou gorduras?

Fig. 3 (p. 42)


Paulo Manzi/ID/BR
Exemplos de óleos.

Fig. 4 (p. 42)


Paulo Manzi/ID/BR
Exemplos de gorduras.

Os lipídios (ou lipídeos) são muitas vezes chamados de gorduras, o que causa certa confusão.

As gorduras são apenas um dos tipos de lipídios, pois os óleos também fazem parte desse grupo de
substâncias. Além de possuírem estruturas químicas diversas, os óleos diferenciam-se das gorduras porque
permanecem no estado líquido à temperatura ambiente, enquanto as gorduras se solidificam.
Página 43

Fibras

Alguns componentes presentes nos alimentos, como a celulose, não podem ser digeridos pelo corpo humano.
Eles constituem as fibras, que, embora não sejam nutrientes, desempenham importante papel no
funcionamento do organismo. As fibras regulam a atuação dos intestinos, tornando as fezes mais volumosas
e macias, o que favorece sua eliminação do corpo.

A celulose está presente em todas as plantas, pois constitui as paredes das células vegetais. Apesar de ser um
carboidrato, a celulose não fornece energia, pois não é digerida. Sua importância está não apenas na
manutenção do bom funcionamento dos intestinos, mas também na prevenção de algumas doenças, como as
cardiovasculares.

Fig. 1 (p. 43)


Elena Schweitzer/Shutterstock
As verduras contêm celulose.

Água

A água é essencial para todas as atividades corporais. Entre suas várias funções, ela é responsável pelo
transporte dos nutrientes pelo corpo, atua na regulação da temperatura corporal e participa na eliminação de
resíduos e substâncias tóxicas do organismo. É também fonte de sais minerais, que nela se encontram
dissolvidos.

Cerca de 45 a 75% da massa do nosso corpo é constituída por água. Constantemente perdemos água,
principalmente pela transpiração e pela urina. Para repô-la, devemos beber água, em pequenas porções
distribuídas ao longo do dia. A água também está presente nos alimentos, principalmente em verduras,
frutas e legumes.

Importantes líquidos

Além de água, podemos ingerir outros líquidos. Água de coco e sucos naturais de fruta hidratam o
organismo, repõem minerais e são saborosos. Chás também são fonte de água e podem trazer outros
benefícios, como favorecer a digestão, eliminar excesso de líquidos do corpo ou funcionar como calmantes.

O leite materno é um líquido com propriedades únicas. Ele é rico em muitos nutrientes e desempenha
importantes funções no desenvolvimento saudável do bebê.

Amamentação

Pesquisas em diversos países, incluindo o Brasil, demonstram que a amamentação é muito importante para a
saúde do bebê. O leite materno fornece todos os nutrientes de que o organismo necessita na primeira
infância, protege o bebê contra várias doenças, reduz as chances de obesidade na infância e diminui a
mortalidade infantil.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as crianças sejam alimentadas exclusivamente com
o leite materno até o sexto mês de vida, e que ele seja mantido como complemento alimentar até a criança
completar 2 anos.

Fig. 2 (p. 43)


A amamentação é muito importante para a saúde do bebê.
Getty Images/Blend Images
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Grupos de alimentos
Em geral, os alimentos contêm mais de um nutriente, porém em diferentes quantidades. Por exemplo, de
acordo com a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, uma banana-prata contém cerca de: 1,3 g de
proteínas, 0,1 g de lipídios, 26 g de carboidratos, 2 g de fibras, entre outros nutrientes. Especialistas em
nutrição organizaram os alimentos em grupos, conforme os nutrientes que mais se destacam nesses
alimentos.

• Cereais, tubérculos e raízes. Arroz, milho, massas, pães, batata, mandioca, entre outros, são
importantes fontes de carboidratos e, portanto, fontes de energia para o corpo. Também podem ser fontes de
proteínas e vitaminas.

Fig. 1 (p. 44)


Fernando Favoretto/ID/BR

• Frutas, verduras e outras hortaliças. Esse grupo apresenta uma grande variedade de nutrientes
reguladores e também são ricos em fibras. Acelga, aipo, espinafre, abóbora, cebola, cenoura, laranja, banana
são alguns dos muitos alimentos que compõem esse grupo.

Fig. 2 (p. 44)


Olga Lyubkina/Dreamstime.com/ID/BR

• Feijões, castanhas e sementes. Esse grupo contém todos os tipos de feijões, as demais leguminosas
(lentilha, fava, etc.), outras sementes (de girassol, de abóbora, etc.), além de castanhas (castanha-de-caju,
nozes, amêndoas, entre outras). Esses alimentos são importantes fontes de proteínas e também são ricos em
minerais, vitaminas, fibras e gorduras saudáveis.

Fig. 3 (p. 44)


Paulo Manzi/ID/BR

• Leite e derivados. Esses alimentos são a principal fonte de cálcio na alimentação, além de serem ricos em
proteínas. O leite integral também contém gordura. O leite desnatado (com pouca gordura) é uma opção,
porém não deve ser consumido por crianças.

Fig. 4 (p. 44)


slav/iStock/Getty Images

• Carnes e ovos. Nesse grupo estão as carnes de boi, porco, cabrito e cordeiro (as chamadas carnes
vermelhas), carnes de aves e de pescados e ovos de galinha e de outras aves. Esses alimentos são ricos em
proteínas e em vitaminas e minerais. Entretanto, variam muito quanto ao tipo e a quantidade de lipídios que
apresentam.

Fig. 5 (p. 44)


Tetra images/Getty Images

• Óleos e gorduras. Manteiga, óleo de soja, azeite, banha, entre outros alimentos, fazem parte desse grupo.
São alimentos ricos em lipídios. Algo que se deve observar é o tipo de gordura: os óleos vegetais, em geral,
apresentam lipídios mais saudáveis que as gorduras de origem animal.

Fig. 6 (p. 44)


Getty Images/Dorling Kindersley

• Doces e açúcar. Esse grupo é formado por balas, bombons e doces de todos os tipos. O nutriente que
mais se destaca nesse tipo de alimento são os carboidratos. No entanto, eles costumam não apresentar outros
nutrientes em quantidades significativas.

Fig. 7 (p. 44)


Africa Studio/Shutterstock.com/ID/BR
Verifique o que aprendeu

1. Relacione, no caderno, os alimentos que você consumiu na última refeição e classifique-os conforme a
função de seus nutrientes.

2. Escreva no caderno um texto avaliando sua última refeição do ponto de vista da qualidade nutritiva. Se for
o caso, indique quais alimentos poderiam ser adicionados à sua refeição para torná-la mais nutritiva. Avalie
se é preciso incluir fontes de fibra e água.
Página 45

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Relacione no caderno todas as atividades que realizou durante o dia de ontem e classifique-as em ordem
crescente de consumo de energia, conforme sua avaliação pessoal. Sob o ponto de vista do consumo
energético, como você avalia seu estilo de vida: é sedentário, moderadamente ativo ou ativo? Justifique.

2. Um restaurante oferece em seu cardápio os pratos a seguir. Avalie cada um deles e depois responda às
questões.

• Prato 1: Arroz com abobrinha e cenoura, feijão, salada de alface, queijo branco e bife acebolado. Suco de
laranja. Pudim de leite.

Fig. 1 (p. 45)


1

• Prato 2: Arroz com pimentão e frango com quiabo. Suco de goiaba. Fatia de abacaxi.

Fig. 2 (p. 45)


2

• Prato 3: Churrasco de peito de frango, linguiça e picanha. Suco de limão. Bolo de chocolate.

Fig. 3 (p. 45)


3

• Prato 4: Peixe assado, salada de batatas com grão-de-bico, arroz branco. Leite. Torta de morango.

Fig. 4 (p. 45)


Cecília Iwashita/ID/BR
4

a) Quais são os grupos de alimentos presentes no prato 1?

b) Qual grupo de alimentos não está presente no prato 2?

c) Quais são os grupos de alimentos presentes no prato 3?

d) Quais dos pratos contêm todos os grupos alimentares?

3. As proteínas são incluídas no grupo dos nutrientes construtores. Com base na função que elas exercem,
explique o sentido do termo “construtores”.

4. Três amigos anotaram em um papel a relação dos alimentos que consumiram no almoço, da seguinte
forma:

• Jerônimo: arroz, feijão, farinha de mandioca e mandioca frita.

• Fátima: salada de alface, macarrão com molho de tomate e queijo ralado, filé de frango com molho de
amêndoas, doce de abóbora.

• Anderson: hambúrguer de carne, batata frita e refrigerante.

Uma nutricionista, analisando essas anotações, concluiu que todos eles ingeriram calorias suficientes para
cobrir suas necessidades energéticas. Com base nessas informações, responda:

a) O que você pode concluir dessas refeições quanto aos grupos alimentares presentes em cada uma delas?
b) Uma refeição em que as necessidades calóricas são supridas é, necessariamente, uma refeição saudável?

c) Nossa saúde está mais relacionada com a qualidade e variedade de alimentos na dieta ou com a quantidade
de energia disponível nos alimentos?
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CIÊNCIA À MÃO
Interpretação das informações nutricionais dos alimentos

Para começar

Os alimentos industrializados apresentam no rótulo uma tabela com informações nutricionais e o prazo de
validade do produto.

• Você costuma consultar essas informações ao comprar um alimento?

• Qual é a utilidade da tabela nutricional?

Material
• Três ou quatro embalagens de alimentos diferentes, nas quais seja possível ler as informações nutricionais.
Podem ser, por exemplo: chocolate; carne processada (salsicha, linguiça, etc.); macarrão; alimento enlatado
(milho, ervilha, grão-de-bico, frutas em calda, creme de leite, etc.).

Fig. 1 (p. 46)


Paula Radi/ID/BR
PASTA BOA
DELÍCIA
BATATA FRITA
Pêssego em calda
CHOCOLATE EM PÓ

Procedimento

1 Recorte as tabelas nutricionais de cada alimento e cole-as no caderno.

2 Elabore uma tabela com três ou quatro colunas, uma coluna para cada alimento, e com tantas linhas
quantas forem necessárias para registrar todos os nutrientes presentes nos rótulos das embalagens.

3 Registre na tabela os valores referentes à quantidade dos nutrientes de cada alimento pesquisado.

Atenção!
As informações nutricionais geralmente se referem a uma porção do produto, e não ao conteúdo total. Se
necessário, faça uma regra de três para comparar porções de alimentos diferentes.
Por exemplo:
• Em um alimento A, a porção equivale a 15 g e há 0,6 g de carboidrato por porção.
• Em um alimento B, a porção equivale a 130 g e há 5 g de carboidrato por porção.
Para tornar essas quantidades comparáveis, é preciso trabalhar com a mesma unidade de medida,
ou seja, porções com a mesma quantidade de alimento.
Se em 15 g o alimento A tem 0,6 g de carboidrato, quantos gramas de carboidrato haverá em uma porção de
130 g?
Para resolver essa questão, basta fazer uma regra de três simples.
15 g de alimento A → 0,6 g de carboidrato
130 g de alimento A → X g de carboidrato
0,6 g
X = 130 g ×
15 g
X= 5,2 g
Em 130 g do alimento A, há 5,2 g de carboidrato, e a mesma porção do alimento B tem 5 g de carboidrato. Se
consideramos a mesma quantidade, o alimento A tem, portanto, mais carboidratos que o alimento B.
Página 47

Questões para discussão e avaliação

1. Em qual dos alimentos analisados por você existe maior quantidade de carboidratos?

2. Faça uma pesquisa na internet e descubra o que são gorduras trans. Escreva um pequeno resumo do que
você descobriu.

Veja alguns sites em que você pode pesquisar:

<http://www.anvisa.gov.br/faqdinamica/>. Escolha a seção “Alimentos”.

<http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/fundamentos/gordura-trans-471120.shtml>.

Acessos em: 3 dez. 2014.

3. Algum dos alimentos que você escolheu apresenta na embalagem informações sobre a presença ou não de
ingredientes transgênicos?

4. Observe as duas tabelas abaixo. Elas representam os valores nutricionais de alimentos light e diet fictícios
e trazem em destaque algumas informações referentes à categoria a que pertencem.

Fig. 1 (p. 47)


Fernando Favoretto/ID/BR
Light
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
Diet
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
Não contém quantidades significativas de carboidratos

Pesquise na internet o que são alimentos light e diet e relacione o que você encontrou com as informações
destacadas na imagem. Algumas sugestões de sites em que você pode pesquisar o tema:

<http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/prodlightdiet2.asp>.

<http://www.diabetes.org.br/>. Na lista de itens destinados ao público em geral, escolha o item


“Alimentação e nutrição”.

Acessos em: 3 dez. 2014.

Comunicação dos resultados

Forme um grupo com três colegas. Façam uma breve apresentação oral para todos os colegas com as
informações que vocês descobriram sobre os rótulos dos alimentos.

Fique atento à apresentação de seus colegas para saber se eles encontraram algum alimento com informação
diferente; por exemplo, se o alimento é transgênico, se ele é orgânico, se é diet ou light, etc.
Página 48

MÓDULO 3 - Alimentação e saúde


Uma alimentação adequada é fundamental para uma vida saudável. Comer com pressa ou
sem prazer, consumir alimentos em excesso ou em quantidades insuficientes, ou alimentos
malcuidados podem ser causas de problemas de saúde.

Valorizando as refeições
Alimentar-se bem é mais do que apenas ingerir a quantidade certa dos diferentes nutrientes ou equilibrar a
ingestão de calorias com o gasto energético. Claro que saber escolher os alimentos é um fator muito
importante, mas não é a única medida para uma alimentação saudável.

A escolha dos alimentos em si, bem como a maneira de seu preparo e a combinação com outros alimentos,
faz muita diferença na saúde de uma pessoa. Essas escolhas fazem parte da tradição de famílias e
comunidades e estão relacionadas com a identidade e com o sentimento de pertencimento de cada pessoa.
Assim, também é importante que se respeite a cultura alimentar.

As condições em que se realiza a alimentação também são fatores a ser considerados, pois as refeições podem
ser momentos de prazer e de socialização. Comer com calma e atenção favorece a digestão e também previne
exageros levando-nos a ingerir somente a quantidade de comida suficiente para satisfazermos a fome.

Fig. 1 (p. 48)


Monkey Business Images/Shutterstock.com/ID/BR
As refeições devem ser momentos prazerosos e de socialização.

Quatro recomendações e uma regra de ouro

Faça de alimentos in natura ou minimamente processados a base de sua alimentação

Alimentos in natura ou minimamente processados, em grande variedade e predominantemente de origem


vegetal, são a base de uma alimentação nutricionalmente balanceada, saborosa, culturalmente apropriada e
promotora de um sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável.

Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar


alimentos [...]

Desde que utilizados com moderação em preparações culinárias com base em alimentos in natura ou
minimamente processados, óleos, gorduras, sal e açúcar contribuem para diversificar e tornar mais saborosa
a alimentação sem torná-la nutricionalmente desbalanceada.

Limite o uso de alimentos processados [...]

Os ingredientes e métodos usados na fabricação de alimentos processados – como conservas de legumes,


compotas de frutas, queijos e pães – alteram de modo desfavorável a composição nutricional dos alimentos
dos quais derivam.

Evite alimentos ultraprocessados

Devido a seus ingredientes, alimentos ultraprocessados – como biscoitos recheados, “salgadinhos de pacote”,
refrigerantes e “macarrão instantâneo” – são nutricionalmente desbalanceados. Por conta de sua formulação
e apresentação, tendem a ser consumidos em excesso e a substituir alimentos in natura ou minimamente
processados. Suas formas de produção, distribuição, comercialização e consumo afetam de modo
desfavorável a cultura, a vida social e o meio ambiente.

A regra de ouro. Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados [...]


Opte por água, leite e frutas no lugar de refrigerantes, bebidas lácteas e biscoitos recheados; não troque a
“comida feita na hora” (caldos, sopas, saladas, molhos, arroz e feijão, macarronada, refogados de legumes e
verduras, farofas, tortas) por produtos que dispensam preparação culinária (“sopas de pacote”, “macarrão
instantâneo”, pratos congelados prontos para aquecer, sanduíches, frios e embutidos, maioneses e molhos
industrializados, misturas prontas para tortas) e fique com sobremesas caseiras, dispensando as
industrializadas.

Brasil. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da
Saúde, 2014. p. 50.
Página 49

A pirâmide alimentar
É importante garantir pelo menos três refeições principais por dia (café da manhã, almoço e jantar), de
preferência intercaladas por lanches. É por meio das refeições que ingerimos os alimentos.

A pirâmide alimentar é uma maneira gráfica de organizar e de representar os grupos de alimentos de acordo
com a quantidade em que devem ser consumidos. A base da pirâmide, mais larga, representa os alimentos
que devem ser consumidos em maior quantidade – os pertencentes ao grupo dos cereais, raízes e tubérculos.
O topo da pirâmide mostra os alimentos que devem ser consumidos em menor quantidade – o grupo das
gorduras e dos doces. Para melhor visualização, a pirâmide foi dividida em oito partes que, juntas,
representam os grupos de alimentos estudados.

Fig. 1 (p. 49)


Cecília Iwashita/ID/BR
Representação de pirâmide alimentar. O número de porções depende da idade, do sexo e do nível de
atividade física de cada pessoa.
Fonte de pesquisa: Sonia Tucunduva Philippi. Redesenho da pirâmide alimentar brasileira para uma alimentação saudável.
Disponível em: <http://www.piramidealimentar.inf.br/>. Acesso em: 17 mar. 2015.
Óleos e gorduras: 1 porção
Doces e açúcar: 1 porção
Feijões, castanhas e sementes: 1 porção
Carnes e ovos: 1 porção
Frutas: 3 porções
Leite e derivados: 3 porções
Verduras e outras hortaliças: 3 porções
Cereais, tubérculos e raízes: 6 porções
Página 50

Desnutrição
A alimentação, quando não é suficiente para suprir todas as necessidades nutricionais de uma pessoa, pode
gerar um quadro de desnutrição, ou seja, um estado de desequilíbrio do organismo devido à carência de
nutrientes.

A ingestão insuficiente de alimentos compromete a obtenção de energia mínima necessária para a


manutenção do organismo. Há situações em que as necessidades calóricas diárias são supridas, mas a
ingestão de nutrientes é deficiente. Distúrbios e doenças, como má digestão ou verminose, também podem
dificultar ou mesmo impedir a absorção de nutrientes pelo nosso corpo. Muitas vezes, a desnutrição é
causada por uma combinação desses fatores.

A desnutrição está relacionada a fatores sociais, políticos e econômicos e é gerada pela pobreza, distribuição
de alimentos desigual e precária, má distribuição de renda e, em alguns lugares do mundo, está associada à
ocorrência de guerras.

Em 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) estimava que 805 milhões de pessoas no mundo
passavam fome e apresentavam desnutrição contínua e que, no Brasil, menos de 5% das pessoas estavam
subnutridas. Embora a produção de alimentos seja considerada suficiente, a desnutrição no país é causada
principalmente por problemas socioeconômicos e políticos.

Brasil sai do Mapa da Fome

Em uma década, o Brasil conseguiu reduzir de 10,7% para 1,7% o número de pessoas desnutridas em seu
território, superando o Objetivo do Milênio de reduzir pela metade a fome, estipulado para 2015. Entre 2000
e 2002, 19 milhões de pessoas estavam subnutridas no país. [Em 2014, eram] 3,4 milhões.

SEESP. Brasil sai do mapa da fome da ONU. Disponível em:


<http://www.seesp.org.br/site/imprensa/noticias/item/5946-brasil-sai-do-mapa-da-fomeda-onu.html>.
Acesso em: 3 dez. 2014.

Obesidade
A obesidade é um problema de saúde bastante comum, atualmente, em todo o mundo. Ela pode estar
relacionada a fatores hereditários ou a disfunções hormonais, mas, geralmente, é provocada pelo
desequilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas na alimentação e a quantidade de calorias gastas nas
atividades do dia a dia.

Dados recentes do Ministério da Saúde mostram que tem aumentado consideravelmente, entre os
brasileiros, o consumo de alimentos gordurosos e açucarados, de refrigerantes e de sucos industrializados.
Por outro lado, verifica-se também baixo consumo de alimentos saudáveis e nutritivos, como frutas,
verduras, legumes, grãos, entre outros.

Além das alterações ocorridas nos hábitos alimentares, houve mudança no estilo de vida da população, que
se tornou mais sedentária. O sedentarismo favorece a obesidade, uma vez que o excesso de calorias ingeridas
permanece no corpo, sob a forma de gordura.

A obesidade está associada a problemas cardíacos, diabetes tipo II, colesterol alto, derrame cerebral,
problemas ósseos e de locomoção, podendo também afetar a autoestima.

GLOSSÁRIO

Sedentário: aquele que não se exercita, que fica muito tempo parado.

Fig. 1 (p. 50)


CEFutcher/iStock/Getty Images
A prática de exercícios é uma maneira saudável de combater os prejuízos causados pela obesidade e pela vida
sedentária.
Página 51

Transtornos alimentares
Os transtornos alimentares são desvios no comportamento relacionado à alimentação que podem levar a
uma série de problemas de saúde.

Anorexia e bulimia são dois exemplos de transtornos alimentares que podem estar ligados à depressão e à
preocupação excessiva com o corpo e com a imagem, perante si mesmo e perante os outros.

Esses transtornos iniciam-se, geralmente, durante a adolescência. A anorexia caracteriza-se por uma
redução dramática na quantidade de alimentos ingeridos. Seus principais sintomas são redução na
quantidade de calorias ingeridas; preocupação excessiva com o valor calórico dos alimentos; prática intensa
de exercícios físicos visando à perda de massa corpórea, e consumo de medicamentos para emagrecer,
mesmo quando a pessoa já está muito magra.

Fig. 1 (p. 51)


A pessoa que sofre de anorexia tem uma visão distorcida da própria imagem.
ImageZoo/Corbis/Latinstock

Já a bulimia caracteriza-se pela ingestão compulsiva de alimentos seguida pela indução de vômito ou pela
ingestão de medicamentos com efeito laxativo. Além de causar desnutrição por falta de absorção de
nutrientes, a bulimia provoca lesões nos órgãos do sistema digestório.

Tanto a anorexia quanto a bulimia podem levar à morte se não forem tratadas por especialistas.

Verminoses e intoxicações
Quando contaminados por bactérias, protozoários, fungos, insetos ou outros seres vivos, os alimentos podem
transmitir doenças pelas toxinas produzidas pelos organismos contaminantes. Produtos tóxicos, como
defensivos agrícolas, também contaminam os alimentos e são prejudiciais à saúde.

Para evitar a contaminação, é importante observar alguns cuidados em relação à manipulação de alimentos
em casa, como: lavar em água corrente e desinfetar as verduras ingeridas cruas; lavar bem cascas de frutas e
retirar folhas externas de verduras para eliminar restos de agrotóxicos presentes na superfície dos alimentos;
manter os alimentos longe de animais, lixo doméstico e outras fontes contaminantes.

Ao comprar alimentos industrializados, é necessário observar a data de validade; verificar se a temperatura


dos equipamentos de refrigeração dos mercados está de acordo com a temperatura indicada pelo fabricante
do alimento; observar se as embalagens dos alimentos estão em bom estado de conservação, sem ferrugem,
estufamento ou amassados.

Cuidados com os alimentos

Alimentos consumidos crus, como verduras, legumes e frutas, devem ser muito bem lavados em água
corrente e deixados em banho com água sanitária (1 colher de sopa de água sanitária para cada litro de água)
por, pelo menos, 20 minutos antes do consumo. Essa prática evita doenças como a amebíase e a giardíase.

As carnes devem estar sempre bem cozidas. Essa prática evita a contaminação por bactérias, como a
salmonela, e vermes, como a tênia, entre outros.

Fig. 2 (p. 51)


Fernando Favoretto/Criar Imagem
Lavar os alimentos é um dos cuidados para evitar doenças.

Verifique o que aprendeu


1. Que medidas sociais, políticas e econômicas seriam necessárias para erradicar a desnutrição que afeta
milhões de pessoas no mundo?

2. A obesidade é um dos principais motivos de bullying entre adolescentes. Pesquise o que é bullying na
internet e explique por que esse fator pode dificultar a vida de uma criança obesa.
Página 52

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Leio o texto e responda às questões.

Você sabe o que são alimentos ultraprocessados?

Bolos, sopas, pães, biscoitos recheados, lasanha, pizza, hambúrguer, refrigerante… tudo o que é fácil de
comer e já vem pronto (ou quase) dentro de uma embalagem resulta de uma série de processos industriais –
o ponto central para classificar determinados produtos alimentícios como ultraprocessados.

Alguns tipos de processamento de alimentos sempre aconteceram na história. “A humanidade aprendeu a


processar para conservar. A carne, antes da geladeira, era conservada em banha ou sal”, diz Maluh Barciotte,
doutora em Saúde Pública e pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da
USP, o NUPENS.

O problema é que, com o desenvolvimento industrial das últimas décadas, cresceu vertiginosamente a
fabricação de alimentos prontos em larga escala, “vazios” em nutrientes e cujo consumo frequente acarreta
problemas de saúde como colesterol, diabetes, pressão alta e obesidade.

A industrialização do setor alimentício mudou os hábitos de boa parte da população (especialmente nas
cidades) e passou a ofertar produtos com mais açúcar, mais gordura saturada, mais sódio, mais substâncias
químicas (como conservantes, aromatizantes e estabilizantes) e menos fibra do que o recomendado para uma
alimentação saudável. “A gente compra chocolate achando que é chocolate e é só gordura hidrogenada com
excesso de açúcar”, explica Maluh.

[...]

Lydia Cintra. Você sabe o que são alimentos ultraprocessados?. Superinteressante. 18 jan. 2013. Disponível
em: <http://super.abril.com.br/blogs/ideias-verdes/voce-sabe-o-que-sao-alimentos-ultraprocessados/>.
Acesso em: 17 mar. 2015.

a) Por que os alimentos ultraprocessados são prejudiciais à saúde?

b) De que maneira o modo de vida contemporâneo favorece o consumo desse tipo de alimento?

2. Produza um cardápio nutritivo e saudável para dois dias de merenda de uma escola. Procure incluir
alimentos regionais e de todos os grupos alimentares. Os alimentos não devem se repetir.

Fast-food

Fast-food é um termo utilizado para identificar um tipo de comida preparada e servida com rapidez.
Lanchonetes e cadeias de alimentação produzem sanduíches, pizzas, batatas fritas, apreciados especialmente
pelos adolescentes.

O mercado de fast-food se tornou popular nos Estados Unidos e trouxe praticidade para os consumidores
sem tempo ou vontade de cozinhar. No Brasil, essas redes de alimentação também ganharam espaço, tanto
nas ruas quanto nas praças de alimentação de shopping centers. E não é somente a praticidade que encanta
os consumidores de fast food: há quem prefira o sabor desse tipo de comida e troque uma refeição completa
por uma porção de batata frita ou um hambúrguer acompanhado de refrigerante.

Porém, geralmente a comida servida nesses estabelecimentos é feita com muita gordura, excesso de sal e
alimentos processados que contêm conservantes e corantes. As opções de verduras e frutas são escassas e, às
vezes, inexistentes. E as bebidas oferecidas normalmente são os refrigerantes, pobres em nutrientes e com
açúcar em excesso.

I. Você costuma frequentar fast-foods? Você gosta desse tipo de comida? Por quê?
II. Esses alimentos fornecem muita ou pouca energia para o organismo? Que tipo de problemas alimentares
você acha que um consumidor de fast-food pode vir a apresentar?
Página 53

MÓDULO 4 - O alimento no corpo


Para que os nutrientes possam ser aproveitados por todas as células do corpo, eles precisam
ser transformados. É nos órgãos do sistema digestório que essas transformações acontecem.

Os nutrientes presentes nos alimentos desempenham diversas funções no organismo. O suprimento


adequado de nutrientes requer a ingestão de alimentos saudáveis e variados. No entanto, não basta ingerir os
alimentos. Para que sejam aproveitados, eles precisam ser digeridos, isto é, precisam passar por processos
físicos (ser fragmentados) e químicos (ser transformados em substâncias que o organismo consegue
absorver). Esse processo é chamado de digestão.

A digestão começa na boca, onde os alimentos são mastigados e misturados com saliva, formando uma pasta
denominada bolo alimentar. O bolo alimentar segue até o estômago e passa por diversas transformações
em decorrência da ação de substâncias secretadas nesse órgão. Nessa etapa, o bolo alimentar passa a ser
denominado quimo. O quimo segue para a última etapa da digestão, que ocorre no início do intestino, onde
sofre a ação de outras substâncias e recebe o nome de quilo. Os nutrientes que antes estavam nos alimentos
agora fazem parte do quilo e podem ser absorvidos pelo organismo, juntamente com a água, em outras partes
do intestino.

Os nutrientes e a água passam do intestino para o sangue e são transportados para todas as células do corpo,
onde servirão de matéria-prima, fonte de energia ou atuarão na regulação e ativação de outros processos de
transformação.

Os resíduos de alimentos que permanecem no intestino formam as fezes, que são eliminadas pelo ânus.

A seguir, veremos em detalhes as etapas da digestão e todos os órgãos que atuam nesse processo, e
conheceremos mais sobre as transformações pelas quais passam os alimentos.

Fig. 1 (p. 53)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
glândula salivar
faringe
esôfago
fígado
estômago
pâncreas
ânus
intestino delgado
intestino grosso
vesícula biliar
abertura da boca
glândulas salivares
Representação do sistema digestório humano. (Imagem sem proporção de tamanho. Alguns órgãos estão
representados em transparência; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 1. p. 14.
Página 54

Boca
A primeira etapa do processo de digestão ocorre assim que o alimento entra na boca. Os dentes, as
glândulas salivares e a língua participam desse processo.

Fig. 1 (p. 54)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Representação da posição das glândulas salivares, da língua e dos dentes. (Imagem sem proporção de
tamanho; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 1. p. 14.
glândulas salivares
dentes
língua

Glândulas salivares e as enzimas

Abaixo e atrás da língua existem três pares de glândulas salivares, que produzem e liberam saliva.

A saliva contém várias enzimas, entre elas a amilase salivar. Enzimas digestivas são proteínas que
favorecem transformações químicas. Essas enzimas transformam os nutrientes ingeridos em partículas
menores e mais simples, que podem ser absorvidas pelas células. A amilase salivar inicia a digestão dos
carboidratos presentes nos alimentos, transformando-os em carboidratos mais simples.

Enzimas digestivas diferentes estão presentes em outros órgãos do sistema digestório. Existe uma enzima
específica para cada transformação química dos alimentos.

Língua

A língua mistura o alimento mastigado com a saliva, produzindo uma massa úmida e macia, o bolo
alimentar. Na língua, encontram-se células relacionadas ao sentido da gustação, que percebe o gosto dos
alimentos. Outras células, também presentes na parte interna da boca, detectam a textura e a temperatura
dos alimentos.

Dentes

Os dentes mastigam os alimentos. Durante a mastigação, os alimentos são cortados, rasgados, triturados e
amassados. Essas transformações físicas reduzem os alimentos a pedaços menores. Os dentes têm formatos e
funções diferentes.

• Os incisivos cortam e rasgam o alimento.

• Os caninos perfuram os alimentos por ter formato pontiagudo.

• Os pré-molares e os molares trituram e amassam os alimentos.

Fig. 2 (p. 54)


Luis Moura/ID/BR
incisivos
canino
pré-molares
molares
Representação da arcada dentária superior de uma pessoa adulta.
Fonte de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 1. p. 43.

Dentes e alimentos

Faça um teste: morda um alimento bem macio, como miolo de pão ou um pedaço de bolo.

I. Que dentes você usou para dar a primeira mordida?


II. Depois, morda um alimento mais duro, como uma cenoura crua. Observe atentamente quais dentes você
usou para dar a primeira mordida. Foram os mesmos usados para o alimento macio?

III. Depois da primeira mordida, a língua movimentou tanto os alimentos macios quanto os alimentos duros
para quais dentes?
Página 55

A importância da mastigação

A mastigação auxilia as demais etapas da digestão, que são mais eficientes quanto menores forem os pedaços
de alimento engolidos. Quanto mais eficiente for o processo de digestão, mais nutrientes serão
disponibilizados e absorvidos.

A mastigação também está relacionada ao sentimento de saciedade, ou seja, a sensação de fome diminui à
medida que mastigamos.

A saúde dos dentes

Os dentes são bastante resistentes. Eles são formados por uma camada externa muito dura, chamada
esmalte. O esmalte protege as duas camadas mais internas do dente: a dentina e a polpa, onde são
encontrados os vasos sanguíneos e os nervos.

Ácidos liberados por bactérias podem corroer o esmalte e formar cáries, pequenos buracos no dente. Esses
microrganismos se alimentam dos restos de alimentos, principalmente açúcares, que ficam nos dentes após
as refeições. Para evitar as cáries é preciso escovar os dentes e usar fio dental para remover os restos de
alimento após as refeições, ao acordar e antes de dormir.

Para prevenir cáries e outros problemas dentários, é muito importante consultar um dentista
periodicamente.

GLOSSÁRIO

Corroer: retirar pequenas porções do material que compõe algo; desgastar.

Fig. 1 (p. 55)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Representação em corte da estrutura interna de um dente molar. Note que a polpa, no interior do dente, é
irrigada por vasos sanguíneos. (Imagem sem proporção de tamanho; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 482.
esmalte
dentina
polpa do dente
nervo
vasos sanguíneos
gengiva
osso

Dentições

Em geral, os bebês nascem sem nenhum dente. Os primeiros dentes começam a nascer aproximadamente
aos 6 meses de vida. Aos 3 anos, a primeira dentição, formada por 20 dentes de leite, está completa. Os
dentes de leite também são chamados decíduos porque, entre os 5 e os 13 anos de idade, eles caem e são
substituídos pelos dentes permanentes. A dentição permanente, de 28 a 32 dentes, completa-se até os 18
anos, aproximadamente.

Como higienizar os dentes

Passe o fio ou fita dental entre todos os dentes, devagar para não machucar a gengiva. Depois que o fio passar
pelo ponto mais apertado entre os dentes, leve-o até o espaço existente entre a gengiva e o dente e pressione-
o sobre o dente puxando a sujeira até a ponta do dente. Passe o fio dental pelo menos duas vezes em cada um
dos espaços entre os dentes, primeiro pressionando para um lado, depois para o outro.

Fig. 2 (p. 55)


Escove suavemente a parte exterior dos dentes. Segure a escova inclinada na direção da gengiva,
pressionando e deslizando a escova no sentido da linha da gengiva até a ponta dos dentes. Comece escovando
os dentes da frente e prossiga com esse movimento até os dentes do fundo (dois a três dentes de cada vez).
Depois escove o lado de dentro dos dentes do mesmo jeito.

Fig. 3 (p. 55)

Escove a superfície do dente que usamos para mastigar. O movimento é suave, de vaivém. A escova deve ir
até os últimos dentes lá no fundo da boca.

Fig. 4 (p. 55)

Na parte interior dos dentes da frente, incline a escova e mova-a no sentido da gengiva para a ponta do dente.

Fig. 5 (p. 55)

Ainda não acabou. Escovar a língua é muito importante, pois ela acumula restos alimentares e bactérias que
provocam o mau hálito. Faça movimentos cuidadosos com a escova “varrendo” a língua da parte interna até a
ponta.

Fig. 6 (p. 55)


Ilustrações: Petra Elster/ID/BR
Fonte de pesquisa: Fôlder Brasil sorridente. Disponível em: <http://cfo.org.br/wp-
content/uploads/2009/10/ms_folder_sorriso.pdf>. Acesso em: 3 dez. 2014.
Página 56

Faringe e esôfago
Depois de engolido, o bolo alimentar passa pela faringe, um órgão com formato de tubo situado na região da
garganta. A faringe comunica-se com o esôfago, outro órgão tubular que conduz o alimento ao estômago, e
com a laringe, órgão que faz parte do sistema respiratório.

Pela faringe passam tanto o ar, enquanto respiramos, como o bolo alimentar, quando engolimos. O ar é
dirigido para a laringe (tubo que faz parte do sistema respiratório), e o bolo alimentar, para o esôfago. Entre
a faringe e o esôfago existe uma estrutura chamada epiglote. Quando o alimento é engolido, a epiglote fecha
a passagem para a laringe, e o bolo alimentar passa para o esôfago. Quando esse sistema falha e um pouco de
alimento entra na laringe, ocorre o engasgo. Nesse caso, a tosse ajuda a remover o alimento das vias
respiratórias.

O bolo alimentar é conduzido até o estômago por contrações da musculatura do esôfago. Essas contrações,
chamadas movimentos peristálticos, são involuntárias, ou seja, acontecem independentemente da nossa
vontade.

Fig. 1 (p. 56)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Representação em corte dos movimentos peristálticos no esôfago. (Imagem sem proporção de tamanho;
cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 485.
A
faringe
epiglote
bolo alimentar
língua
laringe
esôfago
Antes de o alimento ser engolido, há comunicação entre a faringe e a laringe.
B
bolo alimentar
Durante a deglutição, a epiglote fecha a entrada da laringe e evita a passagem do alimento para o sistema respiratório; o bolo alimentar segue para
o esôfago.

Fig. 2 (p. 56)


Vagner Coelho/ID/BR
Representação das estruturas envolvidas na deglutição. (Imagens sem proporção de tamanho; cores-
fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 484.
Os músculos se contraem.
Os músculos relaxam.
bolo alimentar (alimento semidigerido)

Estômago
No estômago, o bolo alimentar fica em contato com o suco gástrico, que contém, entre outras substâncias,
pepsina e ácido clorídrico.

A pepsina é uma enzima responsável pela quebra das proteínas em pedaços menores.

O ácido clorídrico aumenta a capacidade de ação da pepsina sobre as proteínas. Ele também atua contra
possíveis microrganismos que tenham chegado ao estômago com os alimentos.

O suco gástrico e o bolo alimentar são misturados no estômago por ação dos movimentos peristálticos que
ocorrem nesse órgão. Esse processo, que pode demorar cerca de duas horas, transforma o bolo alimentar em
quimo, que tem consistência quase líquida.
Gastrite e úlcera

A superfície interna do estômago é revestida por um muco, que o protege da ação do ácido clorídrico.

Fatores como estresse, alimentação inadequada, uso de medicamentos e presença de certas bactérias podem
reduzir a eficiência dessa proteção. Quando isso acontece, o ácido agride a parede interna do estômago,
causando inflamações — chamadas gastrites — ou feridas — úlceras.
Página 57

Intestino delgado
O intestino delgado é formado por três partes: o duodeno, o jejuno e o íleo.

Duodeno

O duodeno começa logo após o esfíncter da porção final do estômago. Esse esfíncter controla a passagem do
quimo, fazendo com que ele entre, aos poucos, no duodeno.

Essa porção do intestino delgado, que tem cerca de 25 cm de comprimento, recebe diversas substâncias que
atuam na digestão: o suco entérico, produzido por glândulas das paredes do próprio duodeno, o suco
pancreático, produzido pelo pâncreas, e a bile, produzida pelo fígado.

Fig. 1 (p. 57)


Vagner Coelho/ID/BR
Representação de parte do sistema digestório. A posição relativa dos órgãos não corresponde à realidade;
nesta ilustração, eles aparecem afastados para melhor visualização do formato. O pâncreas não foi
representado por inteiro. (Cores-fantasia.)
vesícula biliar
pâncreas
fígado
esôfago
estômago
duodeno
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 478, 489 e 492.

O pâncreas

Além do suco pancreático, o pâncreas produz e libera duas substâncias que regulam a concentração de
glicose no sangue, a insulina e o glucagon, que têm efeitos opostos. Enquanto a insulina estimula a glicose
disponível no sangue a entrar nas células, o glucagon promove o aumento da concentração de glicose no
sangue.

Outras funções do fígado

O fígado é um órgão com múltiplas funções.

Produz a bile, que atua na emulsificação de gorduras, e também age sobre substâncias tóxicas,
transformando-as em substâncias menos nocivas para o corpo; funciona como órgão de armazenamento de
vitaminas e glicogênio; libera substâncias que participam da coagulação do sangue e remove da circulação
glóbulos vermelhos velhos ou danificados.

O suco entérico é rico em enzimas que participam da digestão de proteínas e carboidratos e também
contém enzimas que digerem o material genético dos alimentos ingeridos.

O suco pancreático contém, além de outras substâncias, diversas enzimas: várias proteases, uma lipase e
uma amilase, que atuam sobre nutrientes específicos. Veja o quadro a seguir.

Enzima Atua sobre


Protease Proteínas
Lipase pancreática Lipídios
Amilase pancreática Carboidratos
Além de realizar a digestão desses nutrientes, o suco pancreático neutraliza a acidez provocada pelo ácido
clorídrico do estômago, favorecendo a ação das enzimas, que não agem em meio ácido.

A vesícula biliar armazena a bile e a libera no duodeno enquanto ocorre o processo de digestão. A bile
promove a emulsificação das gorduras, processo em que a gordura do quimo é dividida em pequenas gotas, o
que favorece sua digestão.

A ação conjunta dessas substâncias transforma o quimo em quilo, que se dirige para as porções finais do
intestino delgado.

GLOSSÁRIO

Esfíncter: anel muscular presente em certos órgãos, que controla a abertura ou o fechamento desses órgãos,
contraindo (no fechamento) ou relaxando (na abertura) a musculatura.

Acidez: qualidade de uma solução que contém ácidos.


Página 58

Jejuno e íleo

O jejuno e o íleo formam a parte mais extensa do intestino delgado, com aproximadamente 4 m de
comprimento. O processo de absorção dos nutrientes liberados durante a digestão, iniciado no duodeno, tem
continuidade nessas duas porções.

As paredes do intestino, nessas regiões, apresentam saliências com características anatômicas que favorecem
o processo de absorção dos nutrientes, chamadas vilosidades e microvilosidades.

Observe a ilustração a seguir. As vilosidades são dobras das paredes do intestino formadas por células cujas
membranas também apresentam vilosidades, pregas microscópicas que recebem o nome de
microvilosidades.

Fig. 1 (p. 58)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Vagner Coelho/ID/BR
Vagner Coelho/ID/BR
Representação dos intestinos (à esquerda) com ampliação das vilosidades (ao centro) e das microvilosidades
(à direita). (Imagens sem proporção de tamanho entre si; cores-fantasia.)
vilosidades intestinais da porção interna dos intestinos
células que absorvem nutrientes
microvilosidades
intestinos
Fontes de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 1. p. 14; G. J.
Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 494.

As vilosidades e as microvilosidades aumentam a superfície dos intestinos, ampliando a área de contato entre
o quilo e as células que absorvem os nutrientes e favorecendo sua transferência para os vasos sanguíneos.

Uma vez na circulação, os nutrientes são transportados e distribuídos para todas as células e, como já vimos,
ficam disponíveis para ser utilizados nas diferentes funções: energética, plástica ou construtora e reguladora.
Entretanto, a variedade e a quantidade de nutrientes no sangue dependem dos alimentos que foram
ingeridos nas refeições.

O quilo leva cerca de três horas para percorrer o jejuno e o íleo. Nesse percurso, quase todos os nutrientes são
absorvidos. O que sobrou, mais as outras substâncias presentes no quilo que não foram absorvidas, segue
para o intestino grosso.
Página 59

Intestino grosso
O intestino grosso, que tem cerca de 1,5 m de comprimento, fica entre o íleo e o ânus. Ele recebe o material
que não foi absorvido nas porções finais do intestino delgado e também o que não foi digerido.

Observe a ilustração: o intestino grosso é formado por duas partes, o colo, porção diretamente ligada ao íleo,
e o reto, a porção final do tubo digestório, que se abre para o exterior pelo ânus.

Logo no início do colo, encontra-se o apêndice, pequena estrutura em forma de saco. Se resíduos de
alimentos se acumularem no local, o apêndice pode sofrer uma inflamação, conhecida como apendicite.
Nesse caso, costuma-se retirar a estrutura cirurgicamente, pois ela pode se romper, permitindo que fezes e
bactérias atinjam a cavidade do abdome, o que pode causar a morte.

Durante muito tempo, acreditou-se que o apêndice humano não teria uma função específica no corpo.
Entretanto, estudos recentes mostram que essa estrutura atua na defesa do corpo.

No colo ocorre a absorção de sais minerais e de parte da água ainda presentes no quilo. As substâncias não
digeridas dos alimentos (por exemplo, a celulose dos vegetais), nutrientes que não foram absorvidos (água,
sais, açúcares, etc.), restos de células mortas da parede dos intestinos e bactérias formam as fezes.

Movimentos peristálticos das paredes do intestino grosso encaminham as fezes para o reto, de onde elas são
eliminadas pelo ânus, que apresenta esfíncteres de controle de abertura e fechamento.

GLOSSÁRIO

Abdome: região do ventre em que está alojada a maior parte dos órgãos do sistema digestório.

Fig. 1 (p. 59)


Vagner Coelho/ID/BR
Representação do intestino grosso. (Imagem sem proporção de tamanho; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 499.
apêndice
colo
final do intestino delgado
reto
ânus

Microbiota intestinal

No intestino grosso vivem bactérias que mantêm uma relação de equilíbrio com o organismo humano. Elas
formam a chamada microbiota intestinal.

As bactérias da microbiota intestinal são muito importantes para o corpo, pois elas reduzem as populações de
bactérias que podem ser nocivas ao organismo ao competirem com elas. Elas também são fonte de vitaminas
K e B12, que são absorvidas e utilizadas por nosso corpo.

Por tudo isso, desequilíbrios na microbiota intestinal são causadores de problemas no organismo, que vão
desde um desarranjo intestinal simples, como diarreias, até problemas mais graves, se o equilíbrio não for
retomado a tempo, porque as bactérias nocivas podem proliferar.

Fig. 2 (p. 59)


Scimat/Photo Researchers/Latinstock
Bolo fecal contendo uma variedade de bactérias. (Fotografia obtida ao microscópio eletrônico de varredura;
imagem colorizada. Aumento de 7810 vezes em 10 cm.)
fezes
exemplos de bactérias
Página 60

Diarreia

A diarreia tem basicamente duas características: aumento na frequência de evacuações e eliminação de fezes
com grande porcentagem de líquidos. Essa última característica pode ser decorrente de problemas na
absorção de água pelo colo ou na secreção de fluidos pelo intestino grosso, em resposta a infecções por vírus,
presença de toxinas no organismo ou bactérias presentes na água contaminada.

A cólera, por exemplo, uma doença em que o paciente apresenta diarreias muito intensas, é causada por uma
bactéria, o vibrião da cólera, que libera uma toxina no intestino, fazendo com que as paredes desse órgão
comecem a eliminar água e sais minerais. As pessoas podem adquirir o vibrião da cólera pelo consumo de
água e de alimentos contaminados com fezes de pessoas doentes.

A diarreia deve ser tratada de imediato com a ingestão de líquidos: água, sucos de frutas, água de coco, soro
caseiro, sopas, chás, etc., para repor a água e os sais minerais perdidos nas constantes eliminações de fezes.
Mas, atenção, é preciso ter cuidado com o uso de soro caseiro. Assegure-se de que a água utilizada em sua
produção seja efetivamente potável e de que a colher de medida seja a recomendada pelos órgãos oficiais de
saúde. Veja, na ilustração a seguir, instruções sobre como fazer o soro.

Fig. 1 (p. 60)


Adilson Secco/ID/BR
Para fazer o soro caseiro é preciso adicionar, a um copo de água limpa (filtrada e fervida), uma medida rasa
de sal e duas medidas rasas de açúcar e depois mexer. Mas atenção: para medir o sal e o açúcar deve-se
utilizar a colher de medida distribuída nos postos de saúde.
use esta colher de medida
1 copo cheio de água potável
1 medida rasa de sal
2 medidas rasas de açúcar
sal
açúcar

Crianças desnutridas são mais suscetíveis à diarreia, o que pode piorar seu estado nutricional. Estima-se que,
a cada ano, cerca de 1,5 milhão de crianças no mundo morram em razão da diarreia. Cerca de 88% dessas
mortes são atribuídas à má qualidade da água, à insuficiência de saneamento básico e à falta de higiene.

Prisão de ventre

Os sintomas da prisão de ventre ou constipação intestinal são dificuldade de evacuar, fezes ressequidas ou
duras, menos de três evacuações por semana, entre outros.

A prisão de ventre é mais comum entre mulheres, idosos e pessoas com sobrepeso ou obesas.

Para o tratamento são indicados o aumento do consumo de alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais e
grãos, e a prática de atividades físicas.

GLOSSÁRIO

Evacuar: eliminar as fezes.

Verifique o que aprendeu

1. Qual tipo de digestão do alimento ocorre na boca: a digestão física ou a química? Explique.

2. Qual é o caminho do alimento, desde a boca até o ânus?

3. Que característica do intestino delgado favorece a absorção dos alimentos?

4. Qual é o papel do intestino grosso no processamento dos alimentos ingeridos?

5. Por que não devemos ter contato com as fezes após elas serem eliminadas do corpo?
Página 61

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Acompanhe as etapas de um experimento realizado por um professor para verificar a ação da saliva na
digestão de carboidratos.

Fig. 1 (p. 61)


A: Primeiro, ele adicionou uma pitada de amido de milho em um copo contendo 10 mL de água filtrada e
misturou.

Fig. 2 (p. 61)


B: Depois, ele distribuiu essa solução em dois tubos de ensaio, em porções iguais (cada tubo ficou com 5
mL).

Fig. 3 (p. 61)


C: O professor coletou meio copo de saliva em um copo descartável. Ele identificou os tubos de ensaio como
“amido” e “amido + saliva”. Em seguida, despejou a saliva no tubo de ensaio com essa identificação e
aguardou meia hora.
amido
amido + saliva

Fig. 4 (p. 61)


Ilustrações: Adilson Secco/ID/BR
D: Passados 30 minutos, a coloração do líquido no interior dos tubos permaneceu a mesma. Então, o
professor pingou duas gotas de tintura de iodo em cada tubo e os agitou. Na presença do amido, o iodo reage,
e a solução adquire uma coloração roxa. Veja na ilustração o que aconteceu com a cor dos líquidos de cada
tubo.
amido
+ saliva
amido
Fonte de referência do experimento e das ilustrações: Pontociência. Disponível em:
<http://pontociencia.org.br/experimentosinterna.php?experimento=477&BISCOITO+SALGADO+FICA+DOCE+NA+BOCA#top>.
Acesso em: 4 dez. 2014.

Responda às questões a seguir.

a) Tendo em vista que esse experimento testa a ação da saliva na digestão de um tipo de carboidrato, qual dos
ingredientes acrescentados aos tubos de ensaio corresponde ao carboidrato?

b) Carboidratos são nutrientes que atuam de que forma no organismo?

c) Descreva e explique os resultados obtidos ao final do experimento.

d) A saliva contém enzimas digestivas. Existem enzimas digestivas em outras partes do sistema digestório,
além da boca?

e) Além de atuar na digestão química dos alimentos, que outra função a saliva tem?

2. Suco entérico, suco pancreático e bile atuam no intestino delgado.

a) Quais são os nutrientes que podem ser digeridos no intestino delgado?

b) Embora ambos atuem no duodeno, o suco pancreático e a bile são produzidos em outros órgãos. Que
órgãos são esses?

c) Qual é a função da bile?


3. A faringe é um órgão compartilhado pelos sistemas digestório e respiratório. Existe na região da faringe
uma estrutura cartilaginosa chamada epiglote.

a) Qual é a função da epiglote?

b) O que acontece quando esse mecanismo falha?

4. Muitas pessoas morrem todos os anos de desidratação causada por diarreia. Pense e discuta com os
colegas: Por que a diarreia é um problema de saúde pública bastante comum em regiões sem água potável e
sem rede de saneamento básico? E de quem deve ser a responsabilidade pelos cuidados com o esgoto?

Fig. 5 (p. 61)


Luciana Whitaker/Pulsar Imagens
Córrego poluído em Belford Roxo (RJ), em 2014.
Página 62

LENDO CIÊNCIAS
ANTES DE LER

•.O que você acha da propaganda de alimentos no Brasil? Essas propagandas influenciam sua escolha em
relação aos alimentos?

Propaganda de alimentos

As mudanças econômicas, sociais e demográficas ocorridas nas últimas décadas afetaram o cotidiano de vida
e o perfil de práticas alimentares em diferentes contextos geopolíticos. Os reflexos no processo saúde-doença
e no estado nutricional da população brasileira configuram um quadro alarmante de crescimento da
obesidade e doenças associadas.

[...]

A coexistência de problemas de desigualdades de acesso à alimentação saudável e uma maior disponibilidade


de produtos industrializados altamente processados [...] parece contribuir de forma significativa para esse
cenário.

A compreensão dos condicionantes desse quadro tem despertado o interesse de especialistas que apontam
que, dentre múltiplos fatores, a mídia televisiva influencia de forma negativa as preferências alimentares. [...]
As mensagens sobre alimentação, veiculadas pelos meios de comunicação, merecem destaque, já que a mídia
tem exercido papel fundamental na formação de novos hábitos alimentares, em especial de crianças. Tal
cenário se agrava diante da constatação de que a divulgação da informação está mais pautada em critérios
publicitários do que informativos sobre as características nutricionais acerca dos produtos. Isso dificulta a
clara compreensão por parte dos consumidores sobre as diversas características e propriedades desses
alimentos e sobre as implicações do seu consumo.

Assim, pode-se considerar que o marketing de fast food, alimentos e bebidas densamente energéticos e
pobres em micronutrientes é um “provável” fator condicionante da obesidade e, portanto, vem sendo foco de
debates internacionais, especialmente com relação às crianças.

Vários estudos evidenciam a exposição excessiva de crianças à publicidade de alimentos não saudáveis na
televisão e indicam que a maior parte do marketing se refere a alimentos com alto teor de gordura, açúcar e
sal. Além disso, ressaltam as repercussões desse processo nas práticas de compra, no perfil de consumo e no
estado nutricional. Nesse contexto, a regulamentação da propaganda e da publicidade de alimentos pode
assumir um papel estratégico como medida de proteção, particularmente voltada para o público mais
vulnerável aos apelos promocionais, como o infantil.

Diversos países têm adotado medidas legais para limitar a publicidade de alimentos, seja proibindo a
propaganda de produtos considerados não saudáveis, seja restringindo o horário e o local de sua veiculação,
ou, ainda, proibindo inteiramente qualquer publicidade dirigida a crianças. Uma revisão realizada sobre o
cenário global das regulamentações verificou que 85% dos 73 países pesquisados dispunham de alguma
forma de regulamentação sobre publicidade televisiva dirigida às crianças e que quase a metade (44%) tinha
restrições específicas sobre o horário e o conteúdo veiculado.

Patricia Henriques; Patricia Camacho Dias; Luciene Burlandy. Regulamentação da propaganda de alimentos
no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 30, n. 6, p. 1219-1228, jun. 2014.

De olho no texto

1. De acordo com o texto, de que modo as propagandas de alimentos influenciam preferências e consumo
alimentares da população? Você concorda com essa posição?

2. O texto informa que diversos países impõem restrições à propaganda de alimentos não saudáveis ou
publicidade voltada ao público infantil. Você concorda com essas restrições? Discuta com os colegas.
Página 63

QUESTÕES GLOBAIS
Responda sempre no caderno.

1. Com a alimentação obtemos os nutrientes indispensáveis à manutenção do nosso corpo. Mas será que toda
alimentação promove a nutrição do organismo? Uma refeição prazerosa é saudável? Escreva um texto
expondo seu ponto de vista e inclua exemplos de atitudes que colaboram para a nutrição.

2. Considerando os alimentos comuns na sua região e os pratos típicos, elabore um cardápio que proporcione
saúde intestinal a uma pessoa que sofre de prisão de ventre.

3. Leia o texto a seguir e reflita: Você concorda com a opinião exposta? Explique.

Para Anna Cecília Medeiros, a sofisticação do paladar deveria estar relacionada à apreciação por uma comida
bem feita, e não com o uso de ingredientes caros. [...]

Nas grandes cidades, os hábitos alimentares são pautados com frequência por produtos de outras regiões e
países, que variam conforme a “moda”, deixando de lado os produtos tradicionais nativos. “É muito mais
chique, nos dias atuais, convidar alguém para almoçar salmão com arroz-selvagem e cogumelos, do que
feijão, arroz, refogado de chuchu e um bife. Não queremos comida, queremos sensações: algo diferente, novo,
surpreendente”, avalia a nutricionista.

Disponível em: <http://www.fiocruz.br/jovem/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=714&sid=3>. Acesso em:


29 dez. 2014.

4. A personagem da tira a seguir tem alguns problemas para escolher quais alimentos comprar em um
mercado. Depois de ler a tira, responda às questões.

Fig. 1 (p. 63)


Calvin & Hobbes, Bill Watterson © 1995 Watterson / Dist. by Universal Uclick
Q1: "SABOR ORIGINAL"…HMM…ESTE AQUI DIZ "MENOS SÓDIO", MAS AQUELE ALI É "LIGHT" E AQUELE OUTRO TEM "MENOS GORDURA"
Q2: E SE EU QUISER MENOS GORDURA E MENOS SAL? O QUE DIFERENCIA O "LIGHT" DESSES OUTROS? SERÁ QUE O "SABOR ORIGINAL" DESTE AQUI
IMPLICA QUE OS OUTROS TÊM GOSTO DIFERENTE?
Q3: FRANCAMENTE, MINHA VIDA JÁ ERA COMPLICADA O BASTANTE ANTES DAS BATATAS FRITAS.
Calvin e Haroldo, Bill Watterson. O mundo é mágico.

a) Um produto com “menos gordura” pode ser considerado diet?

b) O que é um produto light?

c) Por que é importante diferenciar um produto light de um produto diet?

5. A ilustração ao lado representa os órgãos do sistema digestório. Observe e responda às questões sobre a
digestão dos alimentos e os órgãos que participam desse processo.

Fig. 2 (p. 63)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L

a) O órgão (E) produz e libera enzimas responsáveis pela digestão de qual nutriente?
b) A digestão dos carboidratos começa em que órgão?

c) A absorção de água é feita por quais órgãos?

d) Quais são os sucos digestivos produzidos por (G) e (I), respectivamente?

e) Qual é a função da bile? Em que órgão ela é produzida?

f) Qual dos órgãos representados é compartilhado com o sistema respiratório?

g) Quais são os órgãos representados em (D) e (K), respectivamente?

h) Onde é produzida a saliva?


Página 64

QUESTÕES GLOBAIS

6. Leia a notícia abaixo e responda às questões.

Fiscais do Procon realizaram uma operação em quatro supermercados [...] e encontraram alimentos fora do
prazo de validade em quatro estabelecimentos.

Mortadela e peixes estragados e bolo embolorado foram os produtos que estavam vencidos há mais tempo.
Havia alimento sendo comercializado com o prazo de validade expirado há quatro meses, segundo o órgão.
[...]

Disponível em: <http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/fiscais-flagram-alimentos-estragados-em-


quatro-supermercados-desao-jose-do-rio-preto-20100610.html>. Acesso em: 4 dez. 2014.

Fig. 1 (p. 64)


Daniel Cymbalista / Pulsar Imagens
Alguns alimentos devem ser mantidos sob refrigeração para não se estragar.

a) Pesquise em livros, revistas e na internet quais são os principais sintomas dos problemas de saúde
provocados pela ingestão de alimentos contaminados por fungos e bactérias.

b) Quais medidas o consumidor deve adotar para evitar a compra de alimentos estragados?

c) De quem é a responsabilidade sobre a fiscalização da qualidade dos alimentos vendidos?

7. O fígado é um órgão que participa do processo de digestão. Responda às perguntas a seguir.

a) Uma vez que os alimentos ingeridos não passam pelo fígado, qual é a participação desse órgão na
digestão?

b) Em qual parte do corpo o fígado se localiza?

c) Dê dois exemplos de funções executadas pelo fígado, além de sua participação na digestão.

Autoavaliação

I. Você tem hábitos alimentares que acredita que deveriam ser alterados? Quais?

II. Antes de iniciar o estudo deste capítulo, você tinha alguma ideia sobre o funcionamento do sistema
digestório que se modificou após a conclusão de seu estudo? Explique.

III. Neste capítulo, você aprendeu a interpretar tabelas com informações nutricionais e tomou conhecimento
das calorias contidas nos alimentos. Você acha que esses conhecimentos novos ajudarão você a ser um
consumidor mais consciente? Em quais situações?

IV. Que critérios você utilizava para escolher os alimentos de suas refeições? Algum critério mudou ou algum
critério novo foi acrescentado após os estudos deste capítulo?

V. Você tinha conhecimento de como acontece a digestão dos alimentos e da importância de ingerirmos
nutrientes variados para suprir nossas necessidades diárias? Após os estudos sobre esse tema, você se
considera mais apto a compreender as doenças associadas à alimentação?
Página 65

PARA SABER MAIS


Livros

Alimentos em pratos limpos, de Egidio Trambaiolli Neto. São Paulo: Atual, 2011.

Fig. 1 (p. 65)


Atual/Arquivo da editora
ALIMENTOS EM PRATOS LIMPOS

Voltada para o incentivo a uma alimentação saudável e balanceada, essa obra apresenta a classificação dos
alimentos e suas funções e também as técnicas caseiras e industriais de conservação.

Nutrição, de Fernando Gewandsznajder. São Paulo: Ática, 2004.

O livro apresenta vários questionamentos sobre a alimentação, como os relacionados ao consumo de


alimentos transgênicos ou ao combate da fome no mundo, e incentiva os leitores a refletir sobre os próprios
hábitos alimentares.

Nutrição e saúde, de Edson Grandisoli, Laura Fantazzini e Paulo Cunha. São Paulo: Atual, 2011.

Fig. 2 (p. 65)


Atual/Arquivo da editora
NUTRIÇÃO E SAÚDE

Passando por temas como a importância dos alimentos para a manutenção da saúde e a relação entre a
alimentação e a autoimagem, esse livro ajudará seus leitores a serem consumidores mais conscientes e
compreenderem doenças polêmicas e atuais, como a anorexia e a bulimia.

Sites

Ministério da Saúde – Guia alimentar para a população brasileira

<http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/novembro/05/Guia-Alimentar-para-a-pop-brasiliera-
Miolo-PDF-Internet.pdf>

Fig. 3 (p. 65)


Ministério da Saúde/Arquivo da editora

Nesse site, você encontra o Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação
saudável, que pretende fornecer parâmetros para uma alimentação saudável e também apresentar os dados
de consumo alimentar brasileiro.

Fiojovem

<http://www.fiocruz.br/jovem/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home>

Fig. 4 (p. 65)


<http://www.fiojovem.fiocruz.br//cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home>. Acesso em: 31 mar. 2015.
FIOJOVEM

A Fundação Oswaldo Cruz preparou um site exclusivo para os adolescentes com diversos textos sobre
alimentação. Você pode saber, por exemplo, que o leite causa alergia em algumas pessoas e que alguns
alimentos são considerados mais sustentáveis do ponto de vista ambiental do que outros.

Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca

<http://www4.ensp.fiocruz.br/biblioteca/dados/txt_465569599.pdf>
A cartilha Alimentação do adolescente, da Fundação Oswaldo Cruz, aborda a importância dos alimentos para
a saúde. Nesse documento, a alimentação é tratada como um direito humano, e os cuidados com a higiene
são valorizados no combate à contaminação alimentar.

Vencendo a Desnutrição

<http://cren.org.br/desnutricao/home.htm>

No portal Vencendo a Desnutrição é possível ter acesso a diversos manuais sobre o tema, bem como conhecer
o perfil brasileiro de desnutrição.

Acessos em: 4 dez. 2014.


Página 66

CAPÍTULO 3 - Sistema respiratório


O QUE VOCÊ VAI APRENDER
• Quais são os órgãos do sistema respiratório e como eles funcionam
• Por que precisamos de gás oxigênio
• Por que eliminamos gás carbônico
• Como a qualidade do ar e algumas doenças afetam o sistema respiratório

CONVERSE COM OS COLEGAS

A mergulhadora mostrada na imagem prende a respiração enquanto observa os peixes, os quais, por sua vez,
nadam próximo aos corais – os organismos que recobrem as rochas do fundo do mar. A mergulhadora, em
breve, terá de interromper sua observação e voltar à superfície para respirar. Já os peixes, os corais e muitos
outros seres vivem dentro da água.

Fig. 1 (p. 66)


Andrey Nekrasov/Alamy/Latinstock
Mergulhadora explora vida marinha no mar Vermelho, no Egito, 2014.

Acredita-se que a vida surgiu no fundo dos lagos e oceanos da Terra primitiva, há bilhões de anos. Com a
evolução, muitos seres adaptaram-se para viver no ambiente terrestre, enquanto outros permaneceram no
mesmo ambiente em que nossos ancestrais se originaram.

1. Quanto tempo você acha que uma pessoa consegue ficar dentro da água, sem voltar à superfície para
respirar?

2. Os organismos aquáticos também necessitam de gás oxigênio para viver? Como eles respiram?

3. O que pode provocar variações da composição do ar atmosférico entre duas regiões? Como essas variações
interferem na nossa respiração e na nossa saúde?

4. Os movimentos respiratórios ocorrem apenas quando estamos acordados? Apresente argumentos para
sua resposta.
Página 67

Para viver, o ser humano, assim como outros animais, absorve o gás oxigênio do ambiente e elimina o gás
carbônico produzido pelo organismo. A função do sistema respiratório é realizar essas trocas gasosas.

Neste capítulo, você vai estudar quais são os órgãos que compõem o sistema respiratório humano e entender
como eles atuam, bem como perceber como a qualidade do ar afeta a saúde.
Página 68

MÓDULO 1 - O sistema respiratório


Todas as células do corpo precisam receber gás oxigênio para sobreviver. A respiração é o
processo pelo qual esse gás entra no corpo, é levado até as células e aproveitado por elas. O
sistema respiratório é formado pelas vias respiratórias, por onde o ar passa, e pelos pulmões,
onde ocorrem as trocas gasosas.

Respiração pulmonar
Durante a respiração pulmonar, o ar entra nos pulmões e sai deles, possibilitando a ocorrência das
trocas gasosas, processo no qual o corpo humano absorve gás oxigênio e elimina gás carbônico.

Antes de chegar aos pulmões, o ar inspirado passa pelas vias respiratórias, um conjunto de cavidades e
órgãos interligados.

Fig. 1 (p. 68)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Representação do sistema respiratório humano. (Cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 1. p. 14.
cavidade nasal
nariz
laringe
pulmão direito
brônquios
faringe
traqueia
pulmão esquerdo

Vias respiratórias
As vias respiratórias formam a porção condutora do sistema respiratório. É por elas que o ar passa durante
os movimentos respiratórios de inspiração e expiração.

Na inspiração, o ar entra no corpo pelas narinas – aberturas que comunicam a cavidade nasal com o meio
externo – ou pela boca, passa então pela faringe, pela laringe e chega à traqueia, de onde prossegue pelos
dois brônquios (ramificações da traqueia), que penetram em cada pulmão e se ramificam muitas vezes,
originando os bronquíolos. Dos bronquíolos, o ar chega a microscópicas estruturas em forma de saco, os
alvéolos pulmonares. No momento da expiração, o ar dos alvéolos percorre o caminho inverso, chegando às
narinas ou à boca, e é expelido do corpo.

Espirros

O nariz faz parte das vias respiratórias, sendo formado por uma parte externa, visível, e uma porção interna,
a cavidade nasal, que se comunica com a faringe. Na cavidade nasal, o ar inspirado é aquecido, umedecido e
limpo.

O contato com partículas irritantes, como poeira ou pólen, aumenta a produção de muco pelo nariz e
desencadeia espirros.

Essas reações representam uma defesa do corpo, que procura bloquear a entrada de partículas irritantes ou
removê-las.
Página 69

Cavidade nasal

A cavidade nasal fica acima da cavidade oral, da qual está separada pelo palato (o “céu da boca”), estrutura
formada por ossos e músculos.

Internamente, a cavidade nasal é revestida pela mucosa nasal, epitélio que possui pelos e glândulas
produtoras de muco. O muco nasal e os pelos atuam como filtros, retendo microrganismos e partículas de
poeira do ar. O muco também contém água, o que contribui para manter a umidade da superfície da mucosa
nasal e garante que o ar inspirado chegue umedecido aos pulmões.

Na mucosa nasal, existem células que reconhecem as partículas de odor, sendo responsáveis pela percepção
dos cheiros. Em situações em que a produção de muco no nariz aumenta – por exemplo, quando estamos
resfriados –, a passagem do ar pela cavidade nasal é prejudicada, e por isso temos dificuldade em sentir
perfumes e outros odores.

GLOSSÁRIO

Epitélio: o mesmo que tecido epitelial.

Fig. 1 (p. 69)


Vagner Coelho/ID/BR
Representação da cabeça humana em corte, mostrando a cavidade nasal. (Cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 1. p. 88.
cavidade nasal
palato
cavidade oral

Faringe

A faringe tem formato tubular e situa-se entre a cavidade nasal e a laringe. A faringe também se comunica
com a boca, com o esôfago e com as tubas auditivas.

Tonsila faríngea

A tonsila faríngea é uma estrutura formada por tecido linfático, um tecido rico em células de defesa contra
vírus e bactérias.

Localizada na faringe, próximo à cavidade nasal, a tonsila faríngea pode aumentar exageradamente de
tamanho, o que dificulta a passagem do ar, causando roncos e até apneia (interrupção da respiração) durante
o sono.

Em certos casos, a tonsila faríngea inflama e há produção de pus, que pode atingir a orelha média, causando
dores intensas.

Se necessário, a tonsila faríngea pode ser removida cirurgicamente.

Fig. 2 (p. 69)


Vagner Coelho/ID/BR
Esquema da localização da tonsila faríngea. (Cores-fantasia.)
tonsila faríngea

Laringe

A laringe é um órgão em forma de tubo, composto de cartilagens, músculos, ligamentos e membranas.


Situada na altura do pescoço, entre a faringe e a traqueia, apresenta outras funções, além da passagem de ar.

Na parte superior da laringe, próximo ao esôfago, encontra-se uma pequena cartilagem móvel chamada
epiglote. Durante a deglutição, a epiglote fecha a entrada da laringe, o que impede a passagem de alimentos,
água e saliva para as vias respiratórias.
Na laringe também se encontram as pregas vocais, conjunto de estruturas que vibram com a passagem do
ar expirado, produzindo sons. Esses sons constituem a voz humana, que, modulada por movimentos da
língua e dos lábios, nos permite falar e cantar, por exemplo.

Traqueia

A traqueia é a continuação da laringe. Apresenta o aspecto de um tubo formado por anéis cartilaginosos e
situa-se na porção superior do tórax.
Página 70

Brônquios e bronquíolos: a árvore respiratória

Os brônquios são órgãos tubulares e flexíveis, originados a partir da bifurcação da traqueia. Cada brônquio se
ramifica em tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto formado por brônquios e bronquíolos é
denominado árvore respiratória, ou árvore brônquica (imagem ao lado).

Fig. 1 (p. 70)


Visuals Unlimited/Corbis/Latinstock
A árvore respiratória mostrada na fotografia acima foi tratada com resina e colorida artificialmente.
bronquíolos
traqueia
brônquios

A traqueia e os brônquios são revestidos internamente por um epitélio rico em células produtoras de muco e
dotadas de cílios (imagem inferior à direita). Microrganismos e material particulado são retidos pelo muco. O
movimento dos cílios empurra esse material em direção à faringe, de onde ele pode ser engolido ou expelido
pela boca ou pelo nariz.

Fig. 2 (p. 70)


Dr. David Phillips/Visuals Unlimited/Corbis/Latinstock
Fotografia de interior de traqueia e de cílios (em tom esverdeado). (Imagem obtida por microscopia
eletrônica de varredura; aumento de 4500 vezes em 6 cm × 7 cm.)

Porção respiratória
Os pulmões formam a porção respiratória do sistema respiratório. No interior deles estão localizados os
alvéolos pulmonares, isto é, as estruturas onde ocorrem as trocas gasosas da respiração.

Pulmões

O pulmão de um adulto tem formato semelhante ao de um cone, cerca de 350 g de massa e, em média, 25 cm
de comprimento.

O pulmão esquerdo é um pouco menor que o direito. A diferença de tamanho se deve ao espaço ocupado pelo
coração, que está localizado entre os dois pulmões, mas parcialmente voltado para o lado esquerdo do tórax.

Fig. 3 (p. 70)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Representação dos pulmões e do coração no interior da caixa torácica. As costelas e a musculatura entre elas
aparecem em corte. (Cores-fantasia.)
Fontes de pesquisa: F. H. Netter. Atlas de anatomia humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 198; J. Sobotta. Atlas de anatomia
humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 2. p. 118.
coração
músculo intercostal
costela
pleuras
diafragma
pleuras

Cada pulmão é envolvido por membranas duplas, denominadas pleuras. A camada externa de cada pleura
encontra-se aderida à caixa torácica, que é a porção esquelética do tórax, e a camada interna encontra-se
aderida ao pulmão. O espaço entre as duas camadas é ocupado pelo líquido pleural, que permite o
deslizamento de uma sobre a outra durante os movimentos respiratórios.

As pleuras isolam os pulmões do contato direto com os ossos do tórax, impedindo que os pulmões sejam
danificados pelo atrito durante os movimentos de inspiração e expiração.

Abaixo dos pulmões, e separando a caixa torácica da cavidade abdominal, encontra-se o diafragma, um dos
músculos responsáveis pelos movimentos respiratórios.
Página 71

Alvéolos pulmonares

O ar inalado percorre as vias respiratórias e, dos bronquíolos, chega a estruturas em forma de saco, os
alvéolos pulmonares, que possuem uma parede finíssima repleta de capilares sanguíneos.

Cada pulmão é formado por centenas de milhões de alvéolos, o que confere aspecto esponjoso ao órgão. Os
alvéolos são microscópicos, mas a soma da superfície de todos eles chega a mais de 100 m2. Essa grande
superfície de contato entre o ar (do interior dos alvéolos) e o sangue (dos vasos capilares) favorece as trocas
gasosas nos pulmões.

Fig. 1 (p. 71)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Vagner Coelho/ID/BR
Representação do sistema respiratório humano e, no detalhe, alvéolos pulmonares com capilares sanguíneos
ao redor deles. (Imagens sem proporção de tamanho entre si; cores-fantasia.)
Fontes de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 1. p. 14; G. J.
Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 457.
brônquios
bronquíolos
pulmões
artéria
veia
capilares
alvéolos

Poluição do ar e saúde respiratória


A exposição a poluentes atmosféricos pode levar ao desenvolvimento de doenças que afetam o sistema
respiratório. Dificuldade ao respirar, mesmo quando em repouso, cansaço excessivo em situações
corriqueiras, dores no peito e na garganta, tosse, rouquidão, nariz entupido ou com secreção constante
podem ser sinais de algum problema respiratório.

Os poluentes liberados pelas indústrias e pelos automóveis, as queimadas e a baixa umidade relativa do ar
afetam todas as pessoas, mas atingem especialmente pessoas alérgicas, que são mais sensíveis aos fatores
ambientais, e também crianças e idosos, cujo organismo, em geral, tem menos defesa contra agentes
invasores.

Algumas ações contribuem para tornar o ar menos poluído. A instalação de filtros nas chaminés das
indústrias e no escapamento de veículos automotores e a prevenção de queimadas são iniciativas que
melhoram a qualidade do ar.

Os ambientes internos também podem ser mais saudáveis se forem mantidos bem ventilados e limpos.

A boa saúde respiratória garante o suprimento de gás oxigênio para o organismo e também ajuda a manter o
equilíbrio emocional: a respiração pausada e profunda combate os estados de ansiedade, estresse e, até
mesmo, dores crônicas.

Verifique o que aprendeu

1. Observe as palavras do quadro a seguir.

alvéolo – brônquio – laringe cavidade nasal – bronquíolo faringe – traqueia

No caderno, coloque-as na ordem correspondente ao percurso do ar inspirado.

2. O ar que entra em nosso corpo pelas narinas apresenta diferenças em relação àquele que entra pela boca.
Quais são elas?

3. Nariz entupido pode ser uma resposta do corpo a ambientes poluídos. Explique o que acontece nas vias
respiratórias em casos como esse.
4. Explique por que a enorme quantidade de alvéolos dos pulmões favorece as trocas gasosas.
Página 72

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Logo no início deste capítulo, afirma-se que as vias respiratórias são “um conjunto de cavidades e órgãos
interligados”. Relacione o formato tubular das vias respiratórias à sua função.

2. Observe nas figuras ao lado a localização dos pulmões no tórax, alojados na caixa torácica e protegidos
pelas costelas. Acompanhe a sequência de inspiração e expiração e responda às questões.

Fig. 1 (p. 72)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 459.
A
B
C

a) A quais partes do corpo correspondem A, B e C?

b) Quais estruturas do corpo mostradas nas ilustrações movimentam-se durante a inspiração e a expiração?
Por que esse movimento é necessário?

c) O que são as pleuras e qual é o papel dessa estrutura durante a respiração?

3. Observe as ilustrações:

Fig. 2 (p. 72)


Ilustrações: Peter Gardiner/SPL/Latinstock
A
dente
esôfago
língua
epiglote
faringe

Fig. 3 (p. 72)


B
bolo alimentar
laringe

a) Em qual das duas situações a epiglote está erguida, deixando a laringe aberta?

b) No dia a dia, a epiglote permanece mais tempo fechando a laringe ou mantendo-a aberta?

4. Observe a ilustração e responda.

Fig. 4 (p. 72)


Corbis/Latinstock

a) Que órgão do sistema respiratório foi representado de maneira simbólica?

b) Que imagem foi utilizada para representar esse órgão? Qual é a principal semelhança dessa imagem com a
estrutura do órgão representado?

c) Considerando a analogia entre a imagem utilizada para representar o órgão do sistema respiratório e a
estrutura do próprio órgão, em qual parte do desenho ocorreriam as trocas gasosas?
Página 73

MÓDULO 2 - Gás oxigênio: dos pulmões às células


O ar inspirado penetra no sistema respiratório. Nos alvéolos pulmonares, o gás oxigênio é
absorvido pelos pulmões e passa para a corrente sanguínea, sendo distribuído às células do
corpo.

Ventilação pulmonar
A ventilação pulmonar – a entrada de ar nos pulmões e a saída de ar deles – garante as trocas gasosas,
ou seja, a renovação do gás oxigênio do sangue e a eliminação do gás carbônico. Isso é muito importante para
a manutenção do organismo, porque as células precisam do gás oxigênio para a respiração celular e
devem eliminar o gás carbônico que produzem.

Para entender a ventilação pulmonar, isto é, os movimentos de inspiração e expiração do ar pelos pulmões,
com a participação dos músculos intercostais (os que ficam entre as costelas) e do diafragma, é
necessário conhecer algumas das propriedades do ar.

Pressão e elasticidade do ar

O ar apresenta elasticidade, ou seja, pode se expandir e se retrair. Quando contido em um recipiente, ele
tende a ocupar todo o espaço disponível e exerce força sobre as paredes do recipiente. Essa força é a pressão
do ar. Quanto mais ar houver no recipiente, maior será a pressão em seu interior e maior será a tendência de
que o ar saia por uma abertura. Se a pressão externa ao recipiente (pressão atmosférica) é maior, o ar tende a
entrar no recipiente.

Fig. 1 (p. 73)


Tommltom/Dreamstime.com/ID/BR
A pressão do ar pode ser notada quando calibramos o pneu de um carro. Quanto mais cheio o pneu estiver,
maior será a pressão do ar exercida sobre ele e maior será a tendência de que o ar escape pela válvula.

Inspirando e expirando

Quando os músculos intercostais estão relaxados, as costelas tendem a ficar ligeiramente inclinadas para
baixo, diminuindo o espaço disponível para os pulmões. No movimento de inspiração, esses músculos se
contraem, empurrando as costelas para cima. Ao mesmo tempo, o diafragma se contrai e abaixa. Isso
provoca a expansão da caixa torácica e das pleuras, o que leva à diminuição da pressão do ar no interior dos
pulmões (que fica menor que a pressão atmosférica), fazendo o ar entrar neles. Quando esses músculos e o
diafragma relaxam, as costelas voltam à posição de repouso e o diafragma sobe, levando à diminuição do
volume da caixa torácica. A pressão no interior dos pulmões se torna maior, o que provoca a saída do ar. Esse
é o movimento de expiração.

Fig. 2 (p. 73)


Adilson Secco/ID/BR
Representação de um ciclo respiratório: a inspiração (à esquerda) e a expiração (à direita) do ar. (Imagens
sem proporção de tamanho entre si; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 459.
entrada de ar
dilatação dos pulmões
pressão de ar nos pulmões diminui
pulmões
expansão da caixa torácica
diafragma
caixa torácica
saída de ar
diminuição dos pulmões
pressão de ar nos pulmões aumenta
pulmões
retração da caixa torácica
diafragma
caixa torácica
Página 74

As trocas gasosas
Em um ciclo respiratório, o ar atmosférico é inspirado e percorre as vias respiratórias até alcançar os alvéolos
pulmonares. Nos alvéolos, ocorrem trocas gasosas: parte do gás oxigênio do ar alveolar passa para a
corrente sanguínea, e o gás carbônico do sangue passa para o ar alveolar. Em seguida, esse ar é expirado. A
composição do ar expirado, portanto, é diferente daquela do ar inspirado, pois contém mais gás carbônico
e menos gás oxigênio.

O volume pulmonar

A capacidade pulmonar total, ou seja, o volume máximo a que os pulmões podem ser expandidos, pode variar
muito de pessoa para pessoa. Nos adultos, ela corresponde a cerca de 5 L.

A cada respiração, cerca de meio litro desse total renova-se. Se inspiramos profundamente e, em seguida,
realizamos uma expiração forçada, são expelidos dos pulmões cerca de 4 L de ar. Mesmo após uma expiração
forçada, cerca de 1 L de ar permanece nos pulmões, o que significa que esse órgão nunca esvazia totalmente.

Fig. 1 (p. 74)


O espirômetro é o aparelho usado para medir o volume de ar expirado.
Life in view/SPL/Latinstock

Composição do ar inspirado e do ar expirado

O ar atmosférico é uma mistura de inúmeros gases. Entre eles, destacam-se o gás nitrogênio (78% do volume
atmosférico total) e os gases respiratórios: gás oxigênio (21% do total) e gás carbônico (0,03% do total). Essa
é, aproximadamente, a composição do ar inspirado.

A composição do ar expirado é diferente. Como consequência das trocas gasosas nos alvéolos, o ar que sai
do corpo tem menos oxigênio (apenas 16%) e mais gás carbônico (5%). O gás nitrogênio não é utilizado nem
produzido pelo organismo; logo, sua concentração no ar que sai do corpo é a mesma que a do ar que entra
nele.

Fig. 2 (p. 74)


Quantidade dos principais gases do ar atmosférico
CO2 (0,0385%)
outros (0,0515%)
argônio (0,9%)
gás oxigênio (21%)
nitrogênio (78%)

Fig. 3 (p. 74)


ID/BR
Composição do ar expirado
CO2 (5%)
outros (0,1%)
argônio (0,9%)
gás oxigênio (16%)
nitrogênio (78%)
Fonte de pesquisa: D. R. Lide. CRC handbook of Chemistry and Physics. 77. ed. Boca Raton: CRC Press/Taylor & Francis Group, 1997.

Saúde respiratória: pneumonia, tuberculose e tabagismo

A pneumonia pode ser causada por vários tipos de microrganismos. A infecção provoca calafrios e febre,
dor no tórax e tosse acompanhada de eliminação de catarro. As bactérias se instalam nos alvéolos
pulmonares, causando inflamação local e aumento da produção de secreção. Isso interfere nas trocas
gasosas, resultando em sensação de falta de ar e cansaço constantes. A prevenção da pneumonia inclui lavar
bem as mãos para evitar o agente infeccioso. Também existe vacina para a forma bacteriana da doença.
A tuberculose é causada pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis), que afeta os pulmões e pode
atingir outros órgãos (rins, ossos, meninges). Entre os sintomas estão dificuldade para respirar, fraqueza e
tosse com eliminação de secreção e sangue. No Brasil, a prevenção da tuberculose é feita com a aplicação da
vacina BCG em crianças de 0 a 4 anos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo um hábito a ser combatido, pois está
relacionado ao desenvolvimento de inúmeras doenças, não apenas do sistema respiratório. As substâncias
tóxicas presentes no cigarro estão associadas à ocorrência de vários tipos de câncer. Na queima do cigarro
forma-se o alcatrão, uma substância que se acumula nos alvéolos pulmonares e, com isso, reduz a capacidade
pulmonar. As pessoas que convivem com fumantes inalam a fumaça do cigarro e estão sujeitas aos mesmos
problemas de saúde. Pesquisas indicam que, no mundo, o tabagismo passivo é a terceira principal causa de
morte evitável, sendo as duas primeiras o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool.
Página 75

Difusão e trocas gasosas

Vimos que o gás oxigênio do ar passa dos alvéolos para o sangue por meio dos capilares alveolares. Uma vez
no sangue, ele é levado pela circulação às células de todo o corpo.

Tanto nos alvéolos pulmonares quanto nos tecidos do corpo, as trocas gasosas ocorrem por um fenômeno
chamado de difusão.

Difusão

A difusão é um fenômeno no qual uma substância se espalha de uma região onde está mais concentrada
para as regiões em volta, onde está menos concentrada. A difusão pode ocorrer em meio líquido ou gasoso.

Fig. 1 (p. 75)


Studio Caparroz/ID/BR
Representação esquemática da difusão. A membrana permeável (linha tracejada amarela) permite a
passagem de substâncias através dela. As bolinhas representam uma substância que atravessa essa
membrana e se espalha de uma região de maior concentração para uma região de menor concentração.
(Representação sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
1
2

A difusão está presente em diversas situações cotidianas. Por exemplo, sentimos o cheiro de um bolo assando
dentro do forno porque as substâncias que dão cheiro ao bolo se difundem pelo ar da cozinha e acabam
sendo inaladas por nós.

A difusão nos alvéolos

O fenômeno das trocas gasosas nos alvéolos pulmonares é um exemplo de difusão de gases que ocorre no
organismo humano. Como, em condições normais, o ar inspirado tem mais gás oxigênio que o sangue, esse
gás se difunde, no interior dos alvéolos, do ar para o sangue. Por outro lado, o sangue que chega aos pulmões,
proveniente dos órgãos corporais, tem mais gás carbônico que o ar inspirado. O gás carbônico, então, se
difunde, no interior dos alvéolos, do sangue para o ar, e, então, é expirado.

Fig. 2 (p. 75)


Vagner Coelho/ID/BR
Representação das trocas gasosas nos alvéolos pulmonares. No destaque, o interior do alvéolo (em laranja)
contém ar. No interior do capilar, a cor azul indica sangue rico em gás carbônico, e a vermelha representa o
sangue rico em gás oxigênio. (Imagens sem proporção de tamanho entre si; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: F. H. Netter. Atlas de anatomia humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 205.
alvéolo
bronquíolo
alvéolos
capilar
O2
CO2

A difusão nos tecidos corporais

Nos tecidos do corpo, a difusão do gás oxigênio e do gás carbônico ocorre no sentido inverso ao que ocorre
nos alvéolos pulmonares. O sangue que chega aos órgãos corporais, proveniente dos pulmões, é rico em gás
oxigênio, que se difunde para os tecidos. Já o gás carbônico, que se encontra em alta concentração nos
tecidos, difunde-se dos órgãos para o sangue. O sangue circulante volta a passar pelos pulmões, onde será
novamente oxigenado.

Fig. 3 (p. 75)


Studio Caparroz/ID/BR
Representação da difusão de gases nos órgãos corporais. As cores vermelha e azul representam,
respectivamente, o sangue rico e o sangue pobre em gás oxigênio. (Imagem sem proporção de tamanho;
cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: A. C. Guyton; J. E. Hall. Textbook of medical physiology. 11. ed. Pensilvânia: Elsevier Saunders, 2006. p. 5, 504 e
505.
sangue rico em gás oxigênio
vaso sanguíneo
célula
sangue rico em gás carbônico
Página 76

O transporte dos gases respiratórios

Os gases respiratórios são transportados entre os pulmões e os demais órgãos do corpo pela circulação
sanguínea. O gás oxigênio é quase todo transportado no interior de células do sangue denominadas
hemácias (ou glóbulos vermelhos). As hemácias são células ricas em hemoglobina, um pigmento de cor
vermelha que contém ferro em sua estrutura e possui grande capacidade de se combinar ao gás oxigênio.

Porém, a hemoglobina apresenta pequena capacidade de se ligar ao gás carbônico. A maior parte desse gás é
transportada pelo plasma sanguíneo, que é a porção do sangue formada por água, sais minerais e outras
substâncias dissolvidas.

Podemos então concluir que o gás oxigênio é transportado principalmente no interior das hemácias e que a
maior parte do gás carbônico é transportada dissolvida no plasma sanguíneo.

GLOSSÁRIO

Pigmento: substância que confere cor.

Fig. 1 (p. 76)


Micro Discovery/Corbis/Latinstock
A hemoglobina, um pigmento vermelho, confere essa cor às hemácias. As hemácias são células sem núcleo e
medem cerca de 7 micrômetros de diâmetro. (Imagem colorizada, obtida por microscópio eletrônico de
varredura.)

Fig. 2 (p. 76)


Jim Varney/SPL/Latinstock
98
66
O oxímetro é um aparelho usado para medir a quantidade de gás oxigênio em circulação. Esse aparelho é
capaz de detectar a coloração do sangue: mais avermelhado, contém mais gás oxigênio; mais azulado, contém
menos gás oxigênio.

Ar e altitude

A atmosfera é uma fina camada de gases que envolve a Terra. Como resultado da ação da força da gravidade,
esses gases estão mais concentrados próximo à superfície terrestre. Por isso, quanto mais distante do solo,
menor a concentração dos gases atmosféricos. Assim, nas regiões de baixa altitude, isto é, naquelas mais
próximas do nível do mar, há maior concentração de ar atmosférico do que em regiões de altitudes elevadas,
como o topo de montanhas muito altas.

Pessoas que vivem em locais de baixa altitude podem sentir falta de ar e cansaço quando viajam para
altitudes acima de 2500 metros. Isso acontece porque, nos locais altos, o ar é mais rarefeito (menos
concentrado) e há menos gás oxigênio disponível a cada inspiração. Moradores de regiões de altitude elevada
estão adaptados a tais condições; porém, visitantes pouco acostumados ao ar rarefeito costumam levar
alguns dias para superar o mal-estar.

Fig. 3 (p. 76)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Em regiões perto do nível do mar, há mais gás oxigênio.
No topo das montanhas, o ar é mais rarefeito.
atmosfera

Fig. 4 (p. 76)


Mike Abrahams/Alamy/Latinstock
Moradores da comunidade Urus, localizada em ilhas flutuantes do lago Titicaca, a cerca de 3800 metros de
altitude. Peru, 2012.
Página 77

Respiração celular
Você sabe que o gás oxigênio é fundamental para a sobrevivência e que o corpo produz gás carbônico
constantemente. Mas qual é o destino de todo o gás oxigênio absorvido e de onde surge o gás carbônico
eliminado?

Para permanecer vivo, o corpo precisa de suprimento constante de energia, que é fornecido pelos alimentos.
A respiração celular é o processo que torna a energia dos alimentos disponível para as células. Esse
processo ocorre em todas as células do corpo, no interior das mitocôndrias.

Na respiração celular, o gás oxigênio combina-se com a glicose, um açúcar resultante da digestão dos
alimentos. Essa combinação libera grandes quantidades de energia, além de formar moléculas de água e de
gás carbônico.

A energia liberada é usada em diversas atividades celulares, como contração muscular e produção de
substâncias. A água é utilizada pelo organismo, mas o gás carbônico precisa ser eliminado. O acúmulo de gás
carbônico interrompe a respiração celular e pode levar as células à morte.

Fig. 1 (p. 77)


Adilson Secco/ID/BR
Representação do processo de respiração celular em uma célula humana. Nesse processo, a célula consome
gás oxigênio e produz gás carbônico continuamente. (Imagem sem proporção de tamanho; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: A. C. Guyton. Tratado de fisiologia médica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. p. 8.
membrana plasmática
citoplasma
núcleo
gás oxigênio
glicose
gás carbônico
água
energia para a célula

Integração da ventilação pulmonar e da respiração celular

Na maior parte do tempo, os movimentos de inspiração e expiração ocorrem espontaneamente, de forma


involuntária. Em situações de repouso, o corpo realiza cerca de 15 ciclos de inspiração-expiração por minuto.
Isso não quer dizer que a frequência respiratória e a amplitude das inspirações e expirações não possam ser
controladas de maneira voluntária.

O encéfalo faz parte do sistema nervoso e fica alojado no crânio. Ele é formado pelo cérebro, pelo cerebelo e
pelo tronco encefálico. Em situações normais, o ritmo da respiração é controlado por células nervosas do
tronco encefálico. Dentro de alguns limites, esse ritmo pode ser modificado. Por exemplo: estímulos vindos
de outras regiões do encéfalo podem alterar o padrão básico de respiração e, de acordo com nossa vontade, o
padrão pode até ser interrompido por alguns instantes.

Porém, o nível de gás carbônico nos vasos sanguíneos controla a retomada da respiração: o excesso desse gás
em circulação pode matar as células; assim, quando ele se torna abundante, o tronco encefálico recebe essa
informação e, em resposta, promove a retomada da respiração. Se o sangue se torna rico em gás carbônico, o
ritmo respiratório é acelerado e as inspirações ficam mais profundas. Essas modificações aumentam a
eliminação do gás carbônico e o aporte de gás oxigênio.

Fig. 2 (p. 77)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Esquema de encéfalo em corte. O tronco encefálico controla o ritmo básico da respiração. (Cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 1. p. 284 e 324.
cerebelo
tronco encefálico
cérebro
medula espinal
Verifique o que aprendeu

1. Existe gás carbônico no ar atmosférico. Por que esse gás não é absorvido nos pulmões?

2. Estabeleça uma relação entre os fenômenos da respiração celular e da ventilação pulmonar.


Página 78

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. O ar atmosférico é uma mistura de vários gases, e a composição e as propriedades de alguns deles são
importantes no processo respiratório. Sobre o ar, responda:

a) Quais são as principais diferenças observadas na composição do ar inspirado e do ar expirado?

b) Quais propriedades do ar estão associadas à ventilação pulmonar?

2. Escreva no caderno a associação entre os órgãos do sistema respiratório (coluna da esquerda) e os eventos
relacionados à respiração (coluna da direita):

1 — Vias respiratórias A — Trocas gasosas


2 — Diafragma e músculos intercostais B — Proteção dos pulmões
3 — Tronco encefálico C — Movimentação da caixa torácica
4 — Alvéolos D — Condução do ar
5 — Pleuras E — Controle da respiração

3. O texto abaixo apresenta algumas informações sobre a respiração humana. Copie-o no caderno e preencha
as lacunas, de modo a manter corretos os conceitos sobre o sistema respiratório.

Os pulmões são órgãos formados por ___________, cavidades no interior das quais ocorrem as
__________, que consistem na passagem do ________ presente no ar inspirado para o sangue e do
___________ presente no sangue para o ar que será expirado.

4. Observe a pintura ao lado e responda às questões.

a) Relacione a ventilação pulmonar à produção de som pela flauta.

b) Quais processos ocorrem enquanto o instrumentista toca a flauta: a ventilação pulmonar ou a respiração
celular?

c) O ar que sai da flauta contém gás carbônico? E gás oxigênio?

Fig. 1 (p. 78)


Coleção particular. Fotografia: The Bridgeman Art Library/Keystone
Sophie Anderson. Pastor flautista, 1881. Óleo sobre tela, 30,5 cm × 36 cm.

5. No caderno, escreva um texto explicando a importância das trocas gasosas e como elas podem ser afetadas
pela altitude e pela pneumonia.

6. Um ciclo respiratório completo é composto de um movimento de inspiração do ar seguido da expiração do


ar dos pulmões. A cada ciclo, em uma inspiração normal, inalamos cerca de 0,5 L de ar apenas, mas, uma vez
que respirar é um ato incessante, o volume de ar que passa pelo sistema respiratório em determinado
período de tempo pode ser surpreendente.

a) Quais informações são necessárias para calcular quantos litros de ar passam pelo sistema respiratório de
uma pessoa em condições normais de saúde em certo período de tempo?

b) Faça os cálculos e responda: Em um dia, quantos litros de ar passam pelo sistema respiratório de uma
pessoa que realiza 15 ciclos respiratórios por minuto?
7. Por que a falta de ar em altitudes elevadas é mais acentuada durante a prática de atividades físicas? Como
o corpo se adapta à mudança de altitude com o passar do tempo? Faça uma pesquisa para responder.
Sugerimos o seguinte site para consulta:
<http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/altitudes/index.shtml>. Acesso em: 9 dez.
2014.
Página 79

CIÊNCIA À MÃO
Medindo o volume de ar expirado dos pulmões

Para começar

A cada inspiração, parte do ar contido nos pulmões é renovada. Vamos testar o que acontece quando
inspiramos profundamente e, em seguida, realizamos uma expiração forçada.

• Qual é o volume de ar liberado durante uma expiração profunda?

Material (para toda a turma)

• bacia (de, no mínimo, 20 L) ou pia profunda

• garrafão plástico de 5 L

• mangueira de plástico flexível ou borracha com aproximadamente 1,5 m de comprimento e ao menos 1 cm


de diâmetro

• tripé de metal (do tipo usado para sustentar a placa de amianto em bico de Bunsen)

• caneta para projetor

• frasco graduado (de preferência, de 500 mL)

• um rolo de filme de PVC transparente

Procedimento

1 O professor vai encher o garrafão pouco a pouco, utilizando o frasco graduado. A cada 500 mL de água, ele
fará uma marca com a caneta no lado externo do garrafão.

2 Lave a mangueira por dentro e por fora.

3 Coloque o tripé no fundo do bacia (ou da pia).

4 Coloque água na bacia (ou na pia) até cobrir o tripé.

5 Mantendo o garrafão tampado com uma das mãos, o professor vai virar o gargalo para baixo, apoiando o
garrafão sobre o tripé. É preciso ter cuidado para evitar a entrada de bolhas de ar no garrafão.

6 Introduza uma extremidade da mangueira no gargalo do garrafão.

7 Use um pedaço de filme de PVC para revestir externamente a outra extremidade da mangueira, sem cobrir
o orifício.

8 Registre o nível de água no garrafão. Inspire profundamente e sopre o máximo possível pela extremidade
livre da mangueira. À medida que o ar entra no garrafão, a água é deslocada para fora dele.

Fig. 1 (p. 79)


Studio Caparroz/ID/BR

9 Observe o nível de água que sobrou no garrafão e calcule o volume de água que saiu dele. Esse volume
corresponde à quantidade de ar expirado.

10 O procedimento deve ser repetido para cada aluno. É importante trocar o filme de PVC. Anote os
resultados obtidos em uma tabela.
Questões para discussão e avaliação

• Houve variações na quantidade de ar expirado pelos alunos? Como vocês explicam os resultados?

Comunicação dos resultados

Em grupo, elaborem um cartaz com o desenho dos pulmões, a indicação do volume total desse órgão e os
valores de volume de ar expirado pelos alunos. Os trabalhos podem ser afixados em um mural.
Página 80

CIÊNCIA À MÃO

Um modelo de sistema respiratório


Para começar

Os movimentos de inspiração e expiração ocorrem continuamente enquanto estamos vivos.

• Para montar um modelo de sistema respiratório humano, que partes do corpo deveríamos representar?

Material (por grupo de até quatro alunos)


• garrafa de plástico de 1,5 L ou 2,0 L de capacidade (as garrafas de água mineral, que possuem ranhuras nos
lados, são mais indicadas, pois tornam mais fácil prender o balão)
• tubo plástico resistente (pode ser o corpo de uma caneta esferográfica, sem carga)
• dois balões de aniversário (e mais outros de reserva, para o caso de algum rasgar)
• fita-crepe
• massa de modelar
• tesoura de pontas arredondadas
• lixa de unhas

Procedimento

1 O professor formará grupos para a realização desta atividade.

2 Coloque um balão em uma das extremidades do tubo plástico, prendendo-o com a fita-crepe. Se houver
algum furo no tubo, cubra-o com um pedaço da mesma fita.

3 Sopre através do tubo, verificando se o balão infla; se necessário, reforce a vedação entre o balão e o tubo.

4 O professor vai fazer um furo na tampa da garrafa, que deve ter largura suficiente para a passagem do tubo.

5 Passe o tubo pelo furo, deixando o balão do lado de dentro da tampa.

6 Use a massa de modelar para vedar a junção entre a tampa e o tubo.

7 Introduza o balão na garrafa e rosqueie a tampa, fechando-a bem.

8 O professor fará um pequeno furo na garrafa, mais ou menos 2 cm abaixo da extremidade do balão que foi
colocado dentro dela. Introduza a tesoura nesse furo e corte, eliminando a parte inferior da garrafa (isto é,
corte a garrafa no sentido transversal). Cuidado para não se ferir com a borda da garrafa. Com a lixa
de unhas, elimine as rebarbas na borda cortada.

9 Corte o fundo do outro balão para fazer uma membrana de borracha.

10 Estique o balão pelo corte e prenda-o à garrafa. Utilize fita-crepe para fixá-lo.

11 Movimente a membrana de borracha para cima e para baixo, cuidadosamente, e descreva o


comportamento do balão no interior da garrafa.

Fig. 1 (p. 80)


Studio Caparroz/ID/BR
Representação da montagem do modelo (à esquerda) e do modelo pronto (à direita).
tubo plástico
balão de aniversário
membrana de borracha
cortar aqui

Questões para discussão e avaliação


1. Que órgãos do corpo humano correspondem às seguintes peças do modelo: membrana de borracha, balão
de aniversário, corpo da garrafa e tubo plástico? Justifique.

2. Compare o funcionamento do modelo aos movimentos respiratórios. Depois, explique-os.

Comunicação dos resultados

Organizem uma roda de discussão para apresentar e discutir os resultados obtidos. Todos os grupos
conseguiram montar o modelo? Se o corpo da garrafa estivesse furado, os resultados seriam os mesmos?
Quais são as limitações do modelo desta atividade, comparado com o corpo humano?
Página 81

LENDO CIÊNCIAS
ANTES DE LER

•.Qual o impacto da poluição do ar para a saúde humana? E para a sociedade?

Estudo aponta que poluição mata mais que o trânsito em São Paulo

Estudo do Instituto Saúde e Sustentabilidade aponta que ao menos 4655 pessoas morreram em decorrência
da poluição do ar na capital paulista em 2011. O levantamento [foi] coordenado pela médica, especialista em
Patologia Clínica e Microbiologia e doutora em Patologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (FMUSP), Evangelina Vormittag. [...]

Com base neste estudo, constatou-se que se morre mais em São Paulo por causa da poluição, por ano, do que
em acidentes de trânsito. Em 2011, ao menos 1556 pessoas morreram nas ruas da cidade, por exemplo. A
poluição em São Paulo mata três vezes e meia mais do que o câncer de mama (1 277 mortes) e quase seis
vezes mais que a aids, com 874 vítimas.

Segundo os dados apresentados, as médias anuais de [...] material particulado em suspensão no ar [...] de
todas as estações de medição da Cetesb [Companhia Ambiental do Estado de São Paulo] no estado situam-se
entre 20 e 25 microgramas por metro cúbico, acima do padrão de 10 microgramas por metro cúbico
estabelecido como limite pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2011, a média da capital paulista foi
de 22,17 μg/m³ de [material particulado].

O estudo estabelece uma relação direta entre poluição e densidade populacional. Todos os 29 municípios do
estado com estações de medição da Cetesb, sem exceção, apresentaram média anual [...] acima do padrão da
OMS. [...]

Em São Paulo [...] estima-se um excesso de sete mil mortes prematuras ao ano na região metropolitana
decorrentes do impacto da poluição na saúde das pessoas, além da redução de 1,5 ano de vida, com um custo
financeiro que [...] pode variar entre centenas de milhões a mais de um bilhão de dólares por ano. [...]

Fig. 1 (p. 81)


Em 31 de julho de 2014, faixa de poluição é registrada em foto panorâmica do bairro do Jabaquara, em São
Paulo (SP).
Léo Pinheiro/Futura Press

Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/09/estudo-aponta-que-poluicao-mata-mais-


que-o-transito-em-sao-paulo.html>. Acesso em: 3 mar. 2015.

De olho no texto

1. Segundo o texto, há uma relação direta entre densidade populacional e poluição atmosférica. Por que a
poluição do ar é maior nas grandes cidades?

2. Utilize informações do texto para explicar a importância da realização de estudos sobre a emissão de
materiais poluentes na atmosfera e suas consequências para a população.
Página 82

QUESTÕES GLOBAIS
Responda sempre no caderno.

1. Pessoas que possuem a tonsila faríngea inflamada geralmente apresentam dificuldade em respirar pelas
narinas e acabam inspirando pela boca. Responda:

a) Por que essas pessoas apresentam dificuldade em respirar pelas narinas?

b) Como é possível respirar pela boca?

2. O curare é um veneno extraído de plantas (fotografia) por povos indígenas sul-americanos. Eles passam
essa substância nas pontas de flechas usadas na caça ou na guerra. Sabe-se que o curare age sobre vários
músculos do corpo, provocando paralisia e morte por asfixia. Você acha que existe alguma relação entre a
paralisia muscular provocada pelo curare e a morte por asfixia? Explique.

Fig. 1 (p. 82)


Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
O curare pode ser extraído de diversas plantas, como este cipó.

3. No caderno, identifique as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas.

I. O processo de respiração celular é exclusivo das células pulmonares.

II. O gás carbônico dissolvido no sangue humano é proveniente do ar atmosférico.

III. Somos capazes de controlar a frequência e a intensidade de nossa respiração de forma voluntária.

4. Muitas pessoas realizam treinamentos de primeiros socorros, inclusive de afogados. Nesses casos,
inicialmente procura-se retirar a água do interior dos pulmões da pessoa acidentada. Em seguida, inicia-se o
processo de respiração artificial, no qual a pessoa que presta socorro usa os dedos da mão para apertar as
narinas do afogado, enquanto sopra ar através da boca para inflar seus pulmões.

Fig. 2 (p. 82)


Stockbyte/Getty Images
A respiração artificial pode salvar muitas vidas.

a) Por que é necessário remover a água do interior dos pulmões do afogado?

b) Ao assoprarmos, eliminamos ar expirado. Por que esse ar ainda é capaz de reavivar o afogado?

Autoavaliação

I. Antes de iniciar os estudos, você tinha clareza de que o ar que chega ao interior do corpo humano através
das vias respiratórias é responsável pelo aporte de gás oxigênio às nossas células? E, em relação ao gás
carbônico, você tinha conhecimento de que esse gás é produzido pelas células do corpo e eliminado no ar que
exalamos?

II. Você sabe explicar, em termos celulares, a importância da respiração para a sobrevivência dos seres
humanos?

III. Você já sabia estabelecer a relação entre o sistema respiratório e o sistema digestório? Caso não, essa
compreensão foi adquirida ao longo dos estudos?

IV. O que você sabia a respeito dos efeitos da poluição do ar sobre o sistema respiratório? O estudo das
partes que compõem o trato respiratório e de suas especificidades lhe permitiu compreender as reações do
corpo quando em um ambiente poluído?

V. Dos conhecimentos abordados, algum levou você a refletir sobre os cuidados com seu corpo e sua saúde?
Página 83

PARA SABER MAIS


Livros

A dinâmica do corpo humano, de Cristina Leonardi e Teresa G. Leonardi. São Paulo: Atual, 2010.

Roberto, um professor de Educação Física, dá conselhos a seus alunos sobre temas como alimentação
adequada, sono e cuidados voltados para o condicionamento físico. O leitor aprofunda seus conhecimentos
sobre os sistemas digestório, respiratório e circulatório, além de ter acesso a um programa de exercícios
adaptáveis que ele próprio pode executar.

O incrível livro do corpo humano segundo o dr. Frankenstein: a verdade monstruosa sobre o
funcionamento do nosso organismo. São Paulo: Publifolha, 2011.

Fig. 1 (p. 83)


Publifolha/Arquivo da editora
O INCRÍVEL LIVRO DO CORPO HUMANO
SEGUNDO O DR. FRANKENSTEIN

Um cientista que pretende construir um ser humano explica como nosso organismo funciona e do que é
composto. Nessa história de ficção científica, você vai conhecer imagens que revelam a anatomia e a função
de partes do corpo humano.

Poluição do ar, de Eduardo Murgel e Samuel Murgel Branco. São Paulo: Moderna, 2010.

Fig. 2 (p. 83)


Moderna/Arquivo da editora
Poluição do ar
Samuel Murgel Branco
Eduardo Murgel

Com essa obra, os autores pretendem alertar seus leitores sobre ideias incorretas relacionadas à poluição
atmosférica e incentivá-los a refletir sobre a dimensão desse problema e o que cada um pode fazer para
melhorar a qualidade do ar que respiramos.

Sites

Drauzio Varella

<http://drauziovarella.ig.com.br>

Na seção Enciclopédia da Saúde, do médico e escritor Drauzio Varella, você obtém informações sobre
algumas doenças que afetam o sistema respiratório, como apneia, asma, resfriado e rinite alérgica.

Jovem sem tabaco

<http://www.obid.senad.gov.br/portais/jovemsemtabaco/>

Fig. 3 (p. 83)


Disponível em: <http://www.obid.senad.gov.br/portais/jovemsemtabaco/>. Acesso em: 16 mar. 2015.
Ligue 132

Você sabia que o tabaco é a segunda droga mais consumida entre os jovens no mundo? E que os fumantes
tornam-se dependentes da nicotina, uma droga que cria dependência química e modifica o estado emocional
e comportamental de quem a consome? O portal Jovem sem Tabaco esclarece muitas dúvidas sobre o tema,
além de disponibilizar um fórum e um chat para troca de ideias entre os participantes.

Biblioteca Virtual em Saúde

<http://bvsms.saude.gov.br/>
As informações contidas nesse site fornecem uma visão geral sobre a tuberculose: o que é, qual é a causa,
quais são os sintomas, como se transmite, como são o tratamento e a prevenção.

Acessos em: 9 dez. 2014.

Filme

Obrigado por fumar. Direção: Jason Reitman. Estados Unidos, 2005.

Fig. 4 (p. 83)


Fox/Searchlight/ID/BR
EXCLUSIVO PARA LOCAÇÃO
OBRIGADO POR FUMAR

O filme é uma sátira que conta a história de um lobista defensor dos interesses da indústria do tabaco. A
personagem Nick é o porta-voz de uma grande empresa de cigarro e manipula informações em programas
televisivos para minimizar os riscos dessa droga. A obra aborda temas como meio ambiente,
responsabilidade social, ética e valores morais.
Página 84

CAPÍTULO 4 - Sistemas circulatório,


linfático e imunitário
O QUE VOCÊ VAI APRENDER
• A organização dos sistemas circulatório, linfático e imunitário
• O coração e a circulação do sangue
• A composição do sangue e suas funções
• Os mecanismos de defesa do corpo

CONVERSE COM OS COLEGAS

Observe, na imagem ao lado, a vista noturna e panorâmica de parte da avenida Beira-Mar, localizada em
Florianópolis (SC). A fotografia é de junho de 2014.

Fig. 1 (p. 84)


Edu Lyra/Pulsar Imagens
Vista noturna da avenida Beira-Mar, em Florianópolis (SC), 2014.

1. Além da avenida, você reconhece outras vias de acesso que podem ser transitadas pelos veículos dessa
cidade?

2. Qual é a importância das vias de transporte em uma cidade?

3. O que é transportado, diariamente, entre diferentes cidades ou entre diferentes regiões de uma mesma
cidade?

4. Quando chegamos de automóvel a uma cidade grande, geralmente passamos da rodovia para avenidas
largas e movimentadas e, destas, para ruas mais estreitas e menos movimentadas. Quais motivos explicariam
essa organização da malha viária?

5. O sistema circulatório transporta substâncias essenciais à sobrevivência de todas as células de um


organismo. Considerando o que você já conhece sobre o corpo humano, que substâncias devem ser
transportadas por esse sistema?

6. Você acha que o sistema de transporte em uma cidade é um bom modelo para entender o sistema
circulatório? Indique semelhanças e diferenças entre esse modelo e o que ocorre no corpo humano.
Página 85

Nas cidades podemos ir de um lugar a outro por meio de ruas e avenidas, as quais permitem o deslocamento
de pessoas e a circulação de mercadorias. Em nosso corpo há algo que lembra essa dinâmica: o transporte de
substâncias realizado pelo sistema circulatório.

Neste capítulo, você vai entender quais substâncias são transportadas em nosso corpo e de que forma é feito
esse transporte, bem como a relação desse sistema com a proteção e a defesa do organismo.
Página 86

MÓDULO 1 - O sistema circulatório


O corpo humano é composto de milhões de células que necessitam constantemente receber
gás oxigênio e nutrientes e eliminar gás carbônico e outros resíduos produzidos por elas. Essa
troca ocorre por meio de um sistema especializado em transporte: o circulatório.

O sistema circulatório é formado pelo sangue, pelos vasos sanguíneos e pelo coração. O sangue é um fluido
que circula por todo o corpo dentro de vasos, chamados vasos sanguíneos. O movimento do sangue dentro
dos vasos é possível pela ação do coração.

Uma das funções do sangue é realizar o transporte de gases, nutrientes, resíduos, hormônios e também de
calor, o que permite regular a temperatura do corpo.

Regulação da temperatura

Fig. 1 (p. 86)


Brent Clark/Alamy Live News/Latinstock
A dilatação dos vasos sanguíneos possibilita a manutenção da temperatura do corpo. Atleta em competição
de levantamento de peso em Ohio, nos Estados Unidos, 2014.

Além de transportar substâncias, a circulação do sangue também participa da regulação da temperatura


corporal.

Durante a realização de atividades físicas, por exemplo, o corpo se aquece e o diâmetro dos vasos sanguíneos
aumenta, favorecendo a condução de calor do corpo para o ambiente.

Fig. 2 (p. 86)


Luis Moura/ID/BR
Representação dos vasos sanguíneos do corpo humano e do coração. Alguns vasos principais aparecem
identificados. Por convenção, os vasos por onde passa o sangue rico em gás carbônico estão representados
em azul, e a cor vermelha indica os vasos com sangue rico em gás oxigênio. (Imagem sem proporção de
tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 1. p. 18 e 20.
veia cava superior
veia pulmonar
veia cava inferior
veia femoral
artéria femoral
coração
artéria pulmonar
aorta
Página 87

Coração
O coração é um órgão oco composto de músculos estriados cardíacos capazes de realizar esforço constante.
No interior do coração encontram-se quatro cavidades. As duas superiores são denominadas átrios, e as
duas inferiores, ventrículos. O coração recebe sangue pelos átrios, direciona-o para os ventrículos, de onde
ele é impulsionado para o corpo por meio dos vasos sanguíneos.

Entre o átrio e o ventrículo existem valvas, estruturas que se abrem e se fecham, forçando o sangue a passar
dos átrios para os ventrículos. As valvas impedem o retorno do sangue dos ventrículos para os átrios.
Também existem valvas que impedem que o sangue que sai dos ventrículos retorne para eles.

Fig. 1 (p. 87)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Coração em corte apresentando cavidades e valvas. (Esquema sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 377.
ventrículo esquerdo
átrio esquerdo
valva (entre ventrículo e vaso)
valva (entre ventrículo e vaso)
átrio direito
valva (entre átrio e ventrículo)
ventrículo direito
valva (entre átrio e ventrículo)

O movimento do sangue pelo corpo é realizado por uma sucessão de movimentos rítmicos de contração
(sístole) e de relaxamento (diástole) do coração. O conjunto formado por uma contração seguida de um
relaxamento recebe o nome de ciclo cardíaco. Veja, no esquema a seguir, etapas importantes desse ciclo.

Fig. 2 (p. 87)


Paulo César PereiraID/BR
1. Diástole: as cavidades relaxam, permitindo a entrada do sangue.

Fig. 3 (p. 87)


2 Sístole dos átrios: após os átrios se encherem de sangue, eles se contraem, empurrando mais sangue para os ventrículos.

Fig. 4 (p. 87)


3 Sístole dos ventrículos: os ventrículos se contraem, empurrando o sangue para fora do coração.
Três momentos do ciclo cardíaco. As setas indicam o sentido do sangue em cada uma das etapas. O coração
foi representado em corte e em cores-fantasia. (Representação sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 380.

O marca-passo

Fig. 5 (p. 87)


Suljo/Dreamstime.com/ID/BR
Radiografia de tórax com marca-passo.
marca-passo

O coração apresenta células musculares especializadas, que são responsáveis pela manutenção do ritmo
cardíaco.

Quando esse marca-passo natural falha, há necessidade de colocar um artificial, que mantém o ritmo
cardíaco por meio de pequenos choques elétricos.
Página 88

Vasos sanguíneos
Os vasos sanguíneos são estruturas tubulares, ocas e flexíveis, que servem de vias de transporte do sangue
pelo corpo. O sangue sempre é transportado dentro de vasos sanguíneos, que podem ser classificados como
artérias, veias ou capilares.

Artérias e veias

As artérias e veias são os vasos sanguíneos de maior espessura encontrados no corpo. O sangue sempre sai
do coração por uma artéria e chega por uma veia. Esses dois tipos de vaso sanguíneo são envolvidos por
músculos que ajudam a controlar o fluxo de sangue.

Em comparação com as veias, as artérias apresentam uma parede mais grossa e com mais músculos, o que
permite manter e regular a alta pressão do sangue que sai do coração. As veias, por sua vez, apresentam
valvas, estruturas que evitam que o sangue mude de sentido.

O sangue percorre as artérias de forma rápida, acompanhando o ritmo do coração.

Nas veias, o sangue flui mais devagar, retornando ao coração com a ajuda da ação de alguns músculos do
corpo. A contração dos músculos das pernas, por exemplo, direciona o sangue contido no interior das veias
em direção ao coração.

Fig. 1 (p. 88)


Luis Moura/ID/BR
artéria
veia
músculos
Musculatura da parede de veia e de artéria. (Representação sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)

Varizes

Em algumas situações, as valvas das veias não se fecham adequadamente, permitindo que o sangue tome o
sentido contrário, ou seja, que haja o refluxo.

O mau funcionamento dessas valvas causa dilatação das veias, em decorrência do aumento do volume de
sangue que passa por elas. Essas veias dilatadas e, por vezes, tortuosas são identificadas como varizes.

As varizes são mais comuns em mulheres que já tiveram filhos e que apresentam predisposição genética para
esse tipo de problema.

Capilares

O sangue sai do coração e percorre as artérias, que se dividem em vasos mais finos, as arteríolas.

As arteríolas, por sua vez, dividem-se em vasos menores: os capilares.

Os capilares apresentam paredes muito finas, formadas por uma única camada de células. Isso possibilita a
troca de gases e nutrientes entre o sangue e os tecidos.

Depois de passar pelos tecidos, os capilares são reunidos em vênulas, as quais se agrupam nas veias, que
voltam ao coração.

Fig. 2 (p. 88)


Luis Moura/ID/BR
Vasos sanguíneos. Por convenção, os vasos contendo sangue rico em gás oxigênio estão representados em
vermelho, e os vasos com pouco gás oxigênio estão representados em azul. (Representação sem proporção de
tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: D. T. Lindsay. Functional human body. St. Louis: Mosby, 1996. p. 416.
artéria
arteríola
vênula
capilares
veia

Verifique o que aprendeu

1. Você ficaria surpreso ao saber que há vasos sanguíneos em praticamente todo o corpo? Explique.

2. Qual é a função do coração?

3. Por que um machucado na pele pode sangrar?

4. Compare as artérias, as veias e os capilares.


Página 89

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Escreva uma frase que estabeleça relação entre: sangue, coração e vasos sanguíneos. Qual(is) desses três
componentes faz(em) parte do sistema circulatório sanguíneo?

2. O que é transportado pelo sangue para as células do corpo todo? E que substâncias produzidas pelas
células são retiradas e carregadas pelo sangue, para serem eliminadas do corpo?

3. Observe o símbolo ao lado. Ele é usado popularmente para representar um coração humano e, muitas
vezes, para representar a paixão por alguém ou por algum objeto. Tradicionalmente, é colorido de vermelho.

Fig. 1 (p. 89)


ID/BR

a) Como você interpreta o fato de o coração ser um símbolo vermelho?

b) Em seu caderno, desenhe o contorno do símbolo mostrado ao lado. Em seguida, retome as imagens do
coração humano apresentadas neste módulo, que apresentam as quatro cavidades desse órgão. Como você
usaria o símbolo do coração para representar, de maneira esquemática e bastante simplificada, o coração
humano? Trace as quatro cavidades do coração sobre o desenho que você reproduziu. Inclua cotas em seu
desenho, ou seja, coloque legendas para identificar cada cavidade representada.

Fig. 1 do professor (p. 89)

c) Agora pinte da mesma cor as duas cavidades que se comunicam e escolha outra cor para pintar as outras
duas cavidades que mantêm comunicação. Responda: Essas quatro cavidades mudam de tamanho conforme
o coração bate?

4. Tanto nas artérias quanto nas veias o sangue flui sempre no mesmo sentido, ou seja, o sangue nunca passa
pelo mesmo vaso sanguíneo em sentidos opostos. Que estruturas presentes no sistema circulatório sanguíneo
são responsáveis por essa característica?

5. Pense na atividade desempenhada pelo coração e responda: Você imagina que esse órgão consome
quantidades altas ou baixas de gás oxigênio e nutrientes? Justifique sua resposta.

6. Quando um profissional de saúde usa um estetoscópio para verificar os batimentos cardíacos de uma
pessoa, os sons que ele ouve são geralmente ritmados e constantes. Esses sons são produzidos pelo
fechamento das valvas presentes no coração.

Fig. 2 (p. 89)


Jupiterimages/Thinkstock/Getty Images
Médico examina paciente com um estetoscópio, aparelho que amplia o som dos batimentos cardíacos e
possibilita ouvi-los com mais precisão.

a) Quais são os vasos sanguíneos que saem do coração?

b) Em que momento as valvas que separam átrios e ventrículos estão abertas?

c) Em que momento as valvas que separam átrios e ventrículos se fecham?


Página 90

MÓDULO 2 - O sangue
O transporte de substâncias no corpo é feito pelo sangue, que é uma mistura de água, células,
fragmentos de células, nutrientes, proteínas de defesa do organismo e de coagulação,
hormônios e gases. O sangue é composto de uma parte líquida – o plasma – e de uma parte
que corresponde a células e fragmentos celulares.

O plasma sanguíneo
O plasma é a parte líquida do sangue e corresponde a 55% do volume total. Nele, proteínas, sais minerais,
nutrientes, gás carbônico e outras substâncias estão dissolvidos em água.

O plasma realiza as seguintes funções:

• Transporte do gás carbônico produzido na respiração celular. Esse gás, dissolvido no plasma, é
levado até os pulmões, onde é liberado no ar que exalamos.

• Transporte de nutrientes. Os nutrientes absorvidos pelo intestino são transportados até as demais
células do corpo.

• Transporte de resíduos produzidos pelas células. Grande parte desses resíduos é transportada até o
fígado, onde eles são processados. Em seguida, vão para os rins e são eliminados na urina.

• Auxílio na defesa do organismo. O plasma carrega substâncias que combatem microrganismos e


toxinas.

• Auxílio na coagulação do sangue. O plasma também contém substâncias que atuam na coagulação do
sangue, que ocorre caso haja o rompimento de algum vaso sanguíneo.

As células do sangue
Hemácias

As hemácias (ou glóbulos vermelhos) são células que possuem a proteína hemoglobina, responsável
por transportar o gás oxigênio dos pulmões para os demais tecidos do corpo. A cor vermelha do sangue deve-
se ao ferro, que está associado à hemoglobina. Uma alimentação pobre em ferro (presente em alimentos
como feijão, ervilha, brócolis, aves, peixes, etc.) pode causar anemia, ou seja, uma redução da quantidade de
hemácias no sangue.

As hemácias são células sem núcleo, produzidas na medula óssea vermelha encontrada no interior de alguns
ossos. A vida média de uma hemácia é de 90 a 120 dias.

Fig. 1 (p. 90)


Steve Gschmeissner/SPL/Latinstock
Hemácias (vermelhas) no interior de um vaso sanguíneo (rosa). (Imagem obtida ao microscópio eletrônico
de varredura; aumento de 550 vezes em 10 cm; imagem colorizada.)

Anemia falciforme

A anemia falciforme é uma doença hereditária causada pela alteração dos glóbulos vermelhos, que adquirem
forma de foice — daí o nome falciforme. Esse formato dificulta o transporte de gás oxigênio para os tecidos, e
essa deficiência pode causar diferentes sintomas, como icterícia (cor amarela nos olhos e pele), crises de dor
e infecções.
A detecção da anemia falciforme é feita por um exame chamado de eletroforese de hemoglobina. Os recém-
nascidos podem ser diagnosticados por meio do teste do pezinho, realizado antes de o bebê receber alta na
maternidade.

Fig. 2 (p. 90)


Omikron/Photo Researchers, Inc./Latinstock
Hemácias em forma de foice. (Imagem obtida por microscópio eletrônico de varredura; aumento de 2030
vezes em tamanho 6 cm × 9 cm; imagem colorizada.)
Página 91

Leucócitos

Os leucócitos (ou glóbulos brancos) são células especializadas na defesa do corpo contra microrganismos
(como vírus e bactérias), toxinas e células cancerosas. Eles são capazes de atravessar a parede dos vasos
sanguíneos e chegar mais rapidamente ao local da infecção.

A grande batalha

Quando há uma infecção provocada por microrganismos, geralmente ocorre a formação de pus, que é uma
secreção constituída por células de defesa do corpo e microrganismos mortos, além de células danificadas.

O interior de uma espinha, por exemplo, contém uma mistura de bactérias, leucócitos mortos e substâncias
produzidas pelas glândulas sebáceas.

Se a espinha for apertada, a infecção poderá aumentar.

Os leucócitos são produzidos na medula de alguns ossos e nos tecidos e órgãos linfáticos.

Existem vários tipos de leucócitos no sangue, diferentes em tamanho, forma do núcleo e forma de ação.
Alguns deles atuam por meio da fagocitose, ou seja, envolvem o microrganismo invasor e o destroem;
outros produzem anticorpos – proteínas que ajudam a combater microrganismos e toxinas.

O aumento anormal da quantidade desse tipo de célula no sangue, sem que haja uma infecção, pode indicar
um tipo de câncer conhecido por leucemia.

GLOSSÁRIO

Leucemia: tipo de câncer que se caracteriza pela produção anormal de células na medula óssea,
prejudicando a produção de células sanguíneas e de plaquetas.

Fig. 1 (p. 91)


Steve Gschmeissner/SPL/Latinstock
Os linfócitos são um tipo de glóbulo branco. (Imagem obtida por microscópio eletrônico de varredura;
aumento de 4750 vezes em tamanho 6 cm × 7 cm; imagem colorizada.)

Plaquetas e coagulação do sangue

As plaquetas – fragmentos celulares produzidos na medula óssea vermelha – são responsáveis pela
coagulação do sangue.

Quando uma pessoa se machuca e sangra, esse sangramento decorre do rompimento de alguns vasos
sanguíneos. As plaquetas agregam-se na região do corte e formam uma proteína chamada fibrina, que
forma uma rede. Hemácias, leucócitos e plaquetas ficam presos na rede de fibrina, compondo um cóagulo
que impede a continuidade do sangramento.

Quando há rompimento de um vaso sanguíneo de diâmetro maior, a coagulação não é suficiente para conter
o sangramento e, por isso, deve-se procurar atendimento médico com urgência.

Hemofilia

A hemofilia é uma doença hereditária que tem como principal sintoma a ausência de alguns fatores de
coagulação no sangue.

Desse modo, quando um vaso sanguíneo é rompido, a coagulação é bastante lenta. Dependendo da gravidade
do ferimento, é preciso que o hemofílico receba os fatores de coagulação para que ocorra a cicatrização.

Fig. 2 (p. 91)


Vagner Coelho/ID/BR
Rompimento de um vaso sanguíneo e etapas de cicatrização. (Representações sem proporção de tamanhos;
cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
1
vaso sanguíneo
hemácia
plaquetas
Vaso rompido se contrai.
2
Plaquetas aderem ao vaso rompido.
3
fibrina
Há formação de fibrina.
4
Formação de coágulo.
Página 92

Os grupos sanguíneos
Para garantir a segurança em casos de transfusão de sangue, é necessário conhecer o tipo sanguíneo dos
doadores e dos receptores. Entre os sistemas que classificam o sangue humano estão os sistemas ABO e Rh.

O sistema ABO

Em relação a esse sistema, uma pessoa pode ter sangue tipo A, B, AB ou O. Essa classificação leva em conta
duas proteínas que podem ser encontradas na superfície das hemácias – o aglutinogênio A e o aglutinogênio
B – e dois anticorpos presentes no plasma sanguíneo – a aglutinina anti-A e a aglutinina anti-B.

Grupo sanguíneo Proteína na membrana da hemácia Anticorpo no plasma sanguíneo


Grupo A aglutinogênio A aglutinina anti-B
Grupo B aglutinogênio B aglutinina anti-A
Grupo AB aglutinogênio A e aglutinogênio B nenhuma aglutinina no plasma
Grupo O nenhum aglutinogênio na membrana aglutinina anti-A e aglutinina anti-B

Um indivíduo não tem anticorpos que reajam com suas próprias proteínas. Por exemplo: quem pertence ao
grupo sanguíneo A tem aglutinogênios A e anticorpos anti-B. Se essa pessoa tivesse anticorpos anti-A no
plasma sanguíneo, eles aglutinariam seus próprios glóbulos vermelhos, quer dizer, seriam formados coágulos
capazes de entupir os vasos sanguíneos.

Dessa forma, existem as seguintes possibilidades de doação:

• grupo A e grupo B: podem doar somente para o próprio grupo e para grupo AB;

• grupo AB: só pode doar para o próprio grupo;

• grupo O: pode doar para todos os grupos, incluindo o dele mesmo, pois não possui aglutinogênios em suas
hemácias.

Fig. 1 (p. 92)


Representação das possibilidades de doação de sangue quanto ao sistema ABO. As setas indicam as doações
possíveis.
grupo A
grupo AB
grupo B
grupo O
Luis Moura/ID/BR

O sistema Rh

Esse sistema baseia-se na presença ou na ausência de uma substância chamada de fator Rh. Uma pessoa
pode ser Rh positivo, caso apresente o fator Rh no sangue, ou Rh negativo, caso não apresente.

Se uma pessoa Rh negativo for exposta ao sangue Rh positivo, haverá produção de anticorpos anti-Rh. Em
uma segunda exposição, esses anticorpos podem causar a coagulação do sangue do receptor Rh negativo,
levando-o à morte.

Já uma pessoa Rh positivo poderá ser exposta diversas vezes ao sangue com fator Rh negativo, pois nesse
caso não há produção de anticorpos.

Solidariedade

Doar sangue é uma atitude capaz de salvar vidas. Vítimas de acidentes ou hemofílicos são exemplos de
pessoas que podem precisar ser submetidas a transfusões de sangue.
• Quais são as condições necessárias para ser um doador? Se preciso, pesquise em livros e na internet.

Verifique o que aprendeu

1. Relacione o estado líquido do plasma sanguíneo ao transporte de substâncias pelo corpo.

2. Quais são as principais células presentes no sangue humano?

3. A coagulação do sangue promovida pelas plaquetas é desejável. Explique por que e dê exemplos de
situações em que a coagulação é prejudicial.
Página 93

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. O que é o plasma sanguíneo e do que ele é composto? Quais são as suas funções?

2. As hemácias são responsáveis pelo transporte de gás oxigênio no sangue. Dê exemplos de duas condições,
mencionadas neste módulo, que podem influenciar o transporte desse gás pelas hemácias.

3. Os glóbulos brancos são células capazes de atravessar as paredes dos vasos sanguíneos e migrar para o
local exato da infecção. Qual é a importância dessa característica?

4. Uma pessoa sofreu um acidente e precisa ser submetida a uma cirurgia de emergência. Para repor o
sangue perdido durante o procedimento, ela necessitará de transfusões. Sabendo que essa pessoa tem sangue
do tipo A e Rh positivo, diga quais tipos de sangue ela pode receber.

5. Leia o texto a seguir e responda às questões.

As transfusões sanguíneas

Faz alguns séculos que as transfusões sanguíneas são realizadas entre as pessoas, e, assim, o sangue deixou
de ser um líquido que circula dentro do corpo de um único indivíduo para tornar-se propriedade “social”.

Antigamente, porém, quase sempre as transfusões eram malsucedidas. Muitas pessoas que corriam risco de
vida, por exemplo, em decorrência de hemorragias, recebiam sangue de parentes ou amigos, passavam mal e
às vezes chegavam até a morrer do “remédio”.

O problema era que, como não se sabia da existência de sangues diferentes, injetava-se em quem precisava o
sangue de pacientes ou de quem estivesse mais à mão – e este nem sempre era do tipo adequado. O resultado
era a formação de “bolotas”, ou grumos, constituídas por uma infinidade de hemácias aderidas umas às
outras.

Esse fato, além de reduzir em maior ou menor grau o número de hemácias disponíveis para carregar oxigênio
no sangue, podia, às vezes, entupir vasos sanguíneos importantes e causar a morte. O que não se entendia
bem nessa época era por que em algumas transfusões isso acontecia e em outras tudo corria normalmente.
Mais misterioso ainda era que às vezes uma pessoa chamada João, por exemplo, doava sangue para outra
chamada José e tudo corria bem. Mas, quando José doava seu sangue a João, o resultado podia ser um
desastre.

Hoje podemos entender tudo isso. [...]

[...]

Rogério G. Nigro. Pelos caminhos do sangue. São Paulo: Atual, 2010.

Fig. 1 (p. 93)


La Science Illustree/SPL/Latinstock
Gravura do século XIX feita por Jules Adler. O pintor retratou um procedimento de transfusão de sangue de
uma cabra para uma paciente com tuberculose. Naquela época, acreditava-se que esse procedimento poderia
curar a tuberculose. Essa técnica acabou sendo proibida, pois os pacientes morriam em decorrência da
incompatibilidade dos sangues.

a) No primeiro parágrafo do texto, o autor afirma que o sangue se tornou propriedade “social”. Como você
interpreta essa afirmação e o que acha dela?

b) O texto traz um exemplo de como o pensamento científico se modifica ao longo do tempo. Que exemplo é
esse?
Página 94

MÓDULO 3 - A circulação do sangue e a saúde


A circulação do sangue no corpo humano ocorre em um circuito fechado, ou seja, em
condições normais, o sangue não sai dos vasos sanguíneos. Nesse trajeto, a circulação do
sangue ocorre em duas etapas: circulação pulmonar (ou pequena circulação) e circulação
sistêmica (ou grande circulação).

A circulação do sangue
Fig. 1 (p. 94)
Medi-Mation/SPL/Latinstock
Professors P. M. Motta & S. Correr/SPL/Latinstock
Gustoimages/SPL/Latinstock
De que lado do peito fica o coração?
O coração fica no centro do peito, ligeiramente direcionado para o lado esquerdo. Seu lado esquerdo impulsiona o sangue para o corpo todo, e não
somente para os pulmões; nesse lado, a “batida” é mais forte e a musculatura é mais espessa.
Modelo de um coração aberto, onde é possível identificar as cavidades internas e as artérias e veias. O tamanho do coração é individual e
corresponde, aproximadamente, ao tamanho da mão fechada de cada pessoa. (Cores-fantasia.)
Hemácias em uma arteríola. (Imagem obtida ao microscópio eletrônico de varredura; aumento de 1740 vezes em tamanho 6 cm × 7 cm; imagem
colorizada.)
Representação artística do sistema circulatório sanguíneo. (Cores-fantasia.)
Página 95

Fig. 1 (p. 95)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Susumu Nishinaga/SPL/Latinstock
Circulação do sangue. (Representação sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 401.
Circulação pulmonar
Leva sangue do coração aos pulmões e deles de volta ao coração.
O sangue rico em gás carbônico deixa o ventrículo direito pela artéria pulmonar. Nos pulmões, as hemácias absorvem o gás oxigênio, e o gás
carbônico do sangue é liberado nos alvéolos. O sangue chega ao átrio esquerdo pelas veias pulmonares e se dirige para o ventrículo esquerdo, onde
se inicia a circulação sistêmica.
Vasos sanguíneos pulmonares tratados com resina. (Aumento de 10 vezes em tamanho 6 cm × 7 cm; cores-fantasia.)
O sangue com concentração elevada de gás carbônico passa pelo lado direito do coração, indo para os pulmões.
O sangue rico em gás oxigênio passa sempre pelo lado esquerdo do coração e segue para o resto do corpo.
Circulação sistêmica
O sangue rico em gás oxigênio deixa o ventrículo esquerdo pela aorta e segue para as partes superior e inferior do corpo e para os órgãos internos.
Essa artéria ramifica-se em artérias menores, arteríolas e capilares.
Nos capilares, as hemácias liberam o gás oxigênio nos tecidos, e o gás carbônico das células se difunde no sangue.
O sangue — agora rico em gás carbônico — retorna ao coração pelas vênulas, as quais se unem para formar veias cada vez mais espessas, que
resultam nas veias cavas superior e inferior.
O sangue entra pelo átrio direito, sendo bombeado para o ventrículo direito, a partir do qual começa a circulação pulmonar.
átrio direito
átrio esquerdo
cabeça e membros superiores
fígado, intestinos e outros órgãos
rins
membros inferiores
pulmões

A regulação da circulação

O sistema circulatório sanguíneo pode ser regulado pela ação direta do sistema nervoso ou pela liberação de
hormônios, que podem influenciar o ritmo e a força do batimento cardíaco.

Essa regulação pode alterar a frequência cardíaca, por exemplo, quando fazemos exercício. Nesse caso, o
coração bate mais acelerado e o sangue circula mais rapidamente pelo corpo, levando mais gás oxigênio e
nutrientes para os músculos.

O diâmetro do vaso sanguíneo (dilatação e contração) é outra forma de o organismo regular o fluxo de
sangue. Quando um vaso se dilata, mais sangue passa por ele, aumentando o fluxo de gás oxigênio e
nutrientes no local. Depois de uma refeição, por exemplo, os vasos sanguíneos da região dos intestinos se
dilatam, favorecendo a absorção de nutrientes.
Página 96

A saúde do sistema circulatório


A prevenção contra doenças no sistema circulatório (também denominadas doenças cardiovasculares)
requer alimentação saudável e prática de atividades físicas.

A prática de exercícios faz com que o coração impulsione o sangue de forma mais eficiente e com menor
esforço. Além disso, exercícios físicos ajudam a combater o estresse, um dos fatores que desencadeiam a
hipertensão ou pressão alta.

A pressão alta pode levar à sobrecarga do coração e ao rompimento dos vasos sanguíneos. Quando uma
artéria se rompe ou entope, os tecidos supridos por esses vasos são afetados com a falta de gás oxigênio e de
nutrientes. Se o fluxo de sangue no cérebro fica comprometido pelo rompimento ou entupimento de artérias,
ocorre um acidente vascular cerebral (AVC), que pode causar perda de memória ou dos movimentos e até
mesmo a morte. Se o fluxo de sangue fica comprometido no coração, ocorre um infarto do miocárdio (ou
ataque cardíaco).

A hipotensão

Às vezes, a pressão sanguínea corporal pode baixar muito. O ato de levantar-se subitamente, a permanência
em ambientes muito quentes, o mau funcionamento do coração, ou, em casos mais graves, a perda excessiva
de sangue em situação de acidente são fatores capazes de causar a hipotensão, que é a pressão baixa.

Alguns sintomas da hipotensão são mal-estar, tontura, palidez e cansaço. Se a pressão sanguínea for
insuficiente para suprir o cérebro com sangue, ocorre um desmaio. Nesse caso, a permanência do corpo na
posição horizontal promove o suprimento sanguíneo adequado ao cérebro, e a condição normal é
restabelecida.

Outros fatores que podem desencadear a hipertensão são a ingestão demasiada de sal, a obesidade e o
tabagismo.

Uma alimentação saudável previne doenças cardiovasculares. O colesterol, tipo de lipídio produzido por
nossas células, faz parte da composição da membrana plasmática e é essencial para nossa sobrevivência. O
colesterol pode ser ingerido por meio de alimentos gordurosos e de origem animal; em excesso, provoca o
acúmulo de placas de gorduras nos vasos sanguíneos, que se tornam rígidos e mais estreitos, obstruindo o
fluxo de sangue. Desse modo, o coração precisa se esforçar mais a cada batida.

Fig. 1 (p. 96)


Luis Moura/ID/BR
Cortes longitudinal e transversal em vaso sanguíneo normal e em vaso obstruído por placas de gordura.
(Representações sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: T. Smith. The human body: an illustrated guide to its structure, functions and disorders. 2. ed. Londres: Dorling
Kindersley, 2006. p. 110.
vaso sanguíneo normal (fluxo normal do sangue)
vaso sanguíneo obstruído (fluxo alterado do sangue)
parede da artéria
placa gordurosa

Vasos sanguíneos que apresentam placas de gordura são mais suscetíveis à formação de coágulos. Um
coágulo livre na circulação pode entupir vasos sanguíneos mais estreitos, causando trombose. O risco de
trombose aumenta quando se permanece imóvel na mesma posição por longo período de tempo, como em
viagens muito longas.

Em casos mais graves, o acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos pode causar falência cardíaca, condição
na qual o coração deixa de funcionar.

Verifique o que aprendeu

1. Qual gás é transportado em grande quantidade pelo sangue que passa pela aorta?
2. E qual gás é transportado do corpo para o coração pelas veias cavas?

3. Por onde o sangue passa na circulação pulmonar?

4. O que a pressão alta pode provocar no coração? E no cérebro?


Página 97

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. No quadro abaixo estão relacionadas algumas vias do sistema circulatório humano. No caderno, construa
uma tabela de duas colunas: na coluna 1, escreva o nome das vias pelas quais o sangue circulante transporta
grande quantidade de gás oxigênio e, na coluna 2, o nome das vias pelas quais circula sangue com pouca
quantidade de gás oxigênio.

artéria da perna
átrio direito
veia pulmonar
ventrículo esquerdo
veia do braço
artéria pulmonar
átrio esquerdo
ventrículo direito

2. Como a prática de exercícios físicos pode contribuir para a manutenção da saúde do sistema circulatório?

3. Qual é a diferença entre o sangue que passa do lado direito e o que passa do lado esquerdo do coração?

4. Leia o texto a seguir e responda às questões.

Os Yanomami no Intersalt

O Intersalt é um estudo epidemiológico colaborativo internacional [...] que procura entender a relação entre
a ingestão de sódio (Na+) e de potássio (K+) com a pressão arterial, estudando também a relação da pressão
arterial com outras variáveis, como o peso, o índice de massa corporal e a ingestão de álcool. [...]

[...]

O grupo dos Yanomami diferenciou-se dos outros grupos estudados no Intersalt por apresentar a menor
ingestão de Na+ [...], os menores níveis de pressão arterial [...], sem ingestão de álcool, ausência de aumento
de pressão arterial com a idade, e ausência de hipertensão [...].

Muitos estudos de populações isoladas que ingerem pouco sal, em diferentes partes do mundo, têm mostrado
ausência de aumento da pressão arterial com a idade. [...]

[...]

Os índios Yanomami são uma evidência de que é possível se levar uma vida ativa com muito pequena
ingestão de sal. [...]

J. J. M. Carvalho; N. A. Souza e Silva. Os Yanomami no Intersalt. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 80,


n. 3, p. 289-294, 2003. Disponível em: <http://publicacoes.cardiol.br/abc/2003/8003/80030005.pdf>.
Acesso em: 30 jan. 2015.

Fig. 1 (p. 97)


Edson Sato/Pulsar Imagens
Mulheres Yanomami descascam mandioca para fabricação de beiju na aldeia do Deminí, em Barcelos (AM),
2012.

a) Qual é a ideia principal do texto?

b) De acordo com as informações apresentadas, além da ingestão de sal, que outros aspectos associados à
hipertensão foram investigados?

c) Faça uma pesquisa sobre a cultura e os hábitos do povo indígena Yanomami e compare-os com os seus.
Página 98

MÓDULO 4 - O sistema linfático e o sistema


imunitário
O sistema linfático é também uma via de transporte de líquidos no nosso corpo. Tanto esse
sistema quanto o imunitário estão relacionados à defesa do corpo contra a invasão de
microrganismos e toxinas.

O sistema linfático
O sistema linfático drena o excesso de líquido que extravasou dos capilares sanguíneos para o espaço entre as
células, reconduzindo-o para a circulação; transporta os lipídios absorvidos no intestino delgado; e
transporta leucócitos, os glóbulos brancos responsáveis pelas respostas de defesa do corpo.

A linfa, fluido contido nos vasos linfáticos, tem constituição semelhante à do sangue e do líquido que
circunda as células, com a diferença de que o sangue contém mais proteínas e também hemácias, incapazes
de atravessar as paredes dos vasos capilares.

O movimento da linfa é proporcionado pela ação de músculos que comprimem os vasos linfáticos conforme o
corpo se movimenta. Os capilares linfáticos são vasos minúsculos, fechados em uma de suas extremidades.
Esses capilares estão localizados nos espaços entre as células e permitem o fluxo do líquido intercelular para
seu interior. Por meio desses capilares, a linfa segue para os vasos linfáticos e, posteriormente, vai
desembocar em vasos sanguíneos, misturando-se ao sangue.

Os vasos linfáticos passam por pequenos órgãos chamados linfonodos, que contêm grande quantidade de
leucócitos. Essas células atuam no combate a vírus, bactérias e outros agentes causadores de doenças. Se
nosso corpo for atacado por microrganismos, os linfonodos próximos ao local da invasão tornam-se centros
de multiplicação dos leucócitos, que vão defender o organismo.

Existem linfonodos espalhados por todo o corpo e concentrações desses órgãos nas regiões das axilas,
virilhas e glândulas mamárias.

Os leucócitos são produzidos na medula óssea e amadurecem nos ossos e no timo, que é um órgão do sistema
imunitário. As tonsilas e o baço são órgãos em que ocorre a multiplicação de leucócitos. (As tonsilas são
nódulos formados por tecido linfático.)

Fig. 1 (p. 98)


O sistema linfático e alguns órgãos do sistema imunitário. (Representação sem proporção de tamanhos;
cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 428.
Paulo Cesar Pereira/ID/BR
tonsila
(multiplicação de leucócitos)
timo
(amadurecimento de leucócitos)
linfonodos
baço
(multiplicação de leucócitos)
medula óssea
(produção de leucócitos)
vasos linfáticos
Página 99

O sistema imunitário
Nosso corpo é protegido por barreiras físicas, como a pele e as membranas que revestem os órgãos internos,
e também por substâncias presentes em secreções, como o suor e a lágrima. Entretanto, os principais
responsáveis pela defesa do corpo humano contra microrganismos, parasitas e toxinas são os leucócitos.
Essas células e os órgãos nos quais elas são formadas, amadurecem e se multiplicam, constituem o sistema
imunitário.

Os leucócitos têm características bastante peculiares: eles são capazes de atravessar as paredes dos vasos
sanguíneos, circular pelo sistema linfático e atuar de duas maneiras principais para conter os invasores: por
meio da fagocitose ou da produção de anticorpos.

A fagocitose é o processo no qual os leucócitos englobam e digerem células mortas, resíduos celulares e
também microrganismos, como bactérias e vírus.

Fig. 1 (p. 99)


Luis Moura/ID/BR
Etapas da fagocitose: o leucócito engloba bactérias e as destrói. (Esquema sem proporção de tamanhos;
cores-fantasia.)
leucócito
bactérias
resíduos
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 52 e 433.

A produção de anticorpos é feita por um grupo de leucócitos chamados de linfócitos. Os linfócitos, assim
como os demais leucócitos, são produzidos no interior de alguns ossos. Nos ossos e no timo, os linfócitos
amadurecem, ou seja, eles se tornam capazes de reconhecer e produzir anticorpos para inúmeros tipos de
substâncias estranhas ao corpo. Dos ossos e do timo, os linfócitos vão para os linfonodos, onde se alojam e
combatem os agentes causadores de doenças na linfa.

Se algum linfócito reconhece um organismo invasor, ele passa a se multiplicar intensamente nas tonsilas e no
baço (órgãos do sistema imunitário), produzindo grande quantidade de células capazes de gerar anticorpos e
defender o corpo contra esse invasor.

O baço, localizado no abdome, entre o estômago e o diafragma, desempenha importante papel nas defesas do
organismo. É um órgão frágil e pode sofrer lesões se for pressionado, por exemplo, numa simples pancada.
Nesses casos, o órgão pode sangrar e provocar hemorragia interna, sendo necessário removê-lo. O fígado e a
medula óssea passam a desempenhar as funções realizadas originalmente pelo baço. A sobrevivência do
indivíduo é garantida; porém, o sistema imunológico fica debilitado. Pacientes que passaram por essa
cirurgia precisam tomar cuidados especiais para evitar problemas de saúde, como reforçar sua vacinação.

O poder da gotinha

Fig. 2 (p. 99)


Cartaz do Ministério da Saúde para a campanha de vacinação de 2014 contra sarampo e paralisia infantil.
Ministério da Saúde/Governo Federal
VACINAÇÃO CONTRA O SARAMPO E A PARALISIA INFANTIL
VEM PRA TURMA DA VACINAÇÃO

O médico russo naturalizado estadunidense Albert Sabin criou a vacina oral contra a poliomielite — doença
causada por vírus que ataca o sistema nervoso central e pode levar à paralisia.

No Brasil, não há registro de casos de poliomielite desde 1994.

A vacina é distribuída gratuitamente à população em campanhas promovidas pelo Ministério da Saúde e


amplamente divulgadas pelos meios de comunicação.
O mascote dessas campanhas é o Zé Gotinha — referência ao modo como a vacina é aplicada.
Página 100

Memória do sistema imunitário

Depois de uma infecção ocasionada, por exemplo, pelo vírus da catapora, o número de linfócitos
especializados no reconhecimento desse vírus diminui. Contudo, restam alguns linfócitos capazes de
reconhecer os vírus da catapora; em caso de um novo ataque, essas células se multiplicam e, rapidamente,
atacam o vírus de maneira mais rápida e eficiente do que da primeira vez. As células capazes de reconhecer
um microrganismo ou parasita com o qual o corpo já teve contato anteriormente são chamadas de células
de memória.

As células de memória explicam por que a catapora e outras doenças são, em geral, adquiridas apenas uma
vez durante a vida, mesmo que o corpo entre em contato com o vírus outras vezes. Dizemos que as células de
memória tornam nosso corpo imunizado contra certas doenças.

Vacinas

As vacinas são constituídas de microrganismos mortos ou enfraquecidos, ou de substâncias produzidas por


eles, e estimulam o sistema imunitário a produzir anticorpos, prevenindo doenças. A eficiência das vacinas
pode ser explicada pela ação das células de memória.

Esse método de imunização foi descoberto em 1796, pelo médico inglês Edward Jenner. Ao observar que
mulheres que trabalhavam na ordenha das vacas não contraíam varíola, Jenner levantou a hipótese de que
elas deveriam ser imunes à doença por terem entrado em contato com os vírus que causavam a varíola nas
vacas. O vírus vaccinia, de onde vem a palavra “vacina”, foi então inoculado em outras pessoas, que
deixaram, também, de contrair a doença.

As substâncias presentes na vacina estimulam o corpo a produzir linfócitos e, consequentemente, anticorpos


contra um ou mais tipos de microrganismo. Por conter microrganismos mortos ou enfraquecidos – ou
toxinas produzidas por eles –, a vacina não provoca a doença, mas é suficiente para estimular a multiplicação
de linfócitos e a produção de células de memória que atuam especificamente contra esses microrganismos.

Quando o corpo entra em contato com o microrganismo causador de uma doença contra a qual foi vacinado,
as células de memória reconhecem o invasor e, rapidamente, produzem um exército de linfócitos que defende
o organismo de maneira eficiente.

Veja no quadro ao lado as vacinas destinadas a adolescentes entre 11 e 19 anos de idade.

Calendário de vacinação para adolescentes


Vacina Dose Doenças evitadas
Hepatite B 1ª, 2ª e 3ª doses Hepatite B
Dupla adulto (dT) Uma dose a cada dez anos Difteria e tétano
Febre amarela (apenas em alguns estados) Uma dose a cada dez anos Febre amarela
Tríplice viral (SCR) Duas doses Sarampo, caxumba e rubéola
HPV (apenas meninas) Três doses Alguns tumores
Fonte de pesquisa: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-
ministerio/principal/secretarias/sas/saude-do-adolescente-e-do-jovem>. Acesso em: 30 jan. 2015.

Fig. 1 (p. 100)


No Brasil, diversas vacinas — como as que fazem parte do calendário de vacinação — são distribuídas
gratuitamente nos postos de saúde. Na foto, senhora sendo vacinada contra gripe em São Paulo (SP), 2013.
Alexandre Tokitaka/Pulsar Imagens
Página 101

Soros

Os soros terapêuticos contêm anticorpos específicos para combater algum tipo de microrganismo ou
toxina. Esses soros são aplicados quando o corpo já foi contaminado e não há tempo suficiente para que os
linfócitos sejam ativados e produzam anticorpos em quantidade suficiente para conter a invasão.

O soro antiofídico, por exemplo, aplicado em casos de picadas de serpentes peçonhentas, é feito do plasma
sanguíneo de cavalos previamente inoculados com o veneno da serpente. O soro, contendo os anticorpos
produzidos pelo cavalo, é injetado na pessoa picada e atua contra as toxinas do veneno.

GLOSSÁRIO

Serpente peçonhenta: serpente capaz de inocular veneno em suas presas por meio da peçonha (secreção
venenosa).

Fig. 1 (p. 101)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
1 Veneno retirado de serpente ou de aranha e, depois, inativado.
2 Veneno inativado é injetado no cavalo: seu organismo produz anticorpos.
anticorpos
3 Do sangue retirado do cavalo extrai-se o soro, composto de anticorpos. O soro pode ser aplicado em pessoas picadas por uma serpente ou uma
aranha.
Produção de soro terapêutico. (Esquema sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)

Alergias

Algumas vezes, certas substâncias provocam uma resposta exagerada do sistema imunitário: são as reações
alérgicas. Alimentos como leite, frutos do mar e amendoim; antibióticos; picadas de insetos; poeira e pólen
são exemplos de agentes que comumente provocam esse tipo de reação.

As alergias podem ser locais, provocando inchaço, vermelhidão e coceira, mas também podem ser mais
graves e generalizadas, causando dificuldade para respirar e problemas cardiovasculares – são os choques
anafiláticos. Se uma alergia não for tratada imediatamente com antialérgicos, esse tipo de reação exagerada
pode levar à morte.

Quanto pólen!

Fig. 2 (p. 101)


A. Dex, Publiphoto Diffusion/SPL/Latinstock
Reações alérgicas podem ser provocadas, por exemplo, pelo pólen.

Algumas partículas dispersas no ar provocam reações alérgicas conhecidas por rinite alérgica,
caracterizada por uma produção demasiada de muco.

Essa reação pode ocorrer após a inalação de fumaça, pó, cheiros fortes e pólen de algumas flores.

Verifique o que aprendeu

1. Qual é a função do sistema linfático?

2. Qual célula produz os anticorpos?

3. Diferencie soro e vacina.

4. O que pode provocar uma reação alérgica?


Página 102

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Um edema se forma quando há acúmulo de líquido entre as células. Nessa condição, a parte afetada fica
inchada. Que hipóteses você sugere para explicar a formação dos edemas? Reflita sobre a função e o
funcionamento do sistema linfático para responder à pergunta.

2. Uma pessoa foi picada por uma aranha-armadeira, que inocula veneno em suas vítimas. Os médicos do
posto de saúde que atenderam essa pessoa devem administrar um soro ou uma vacina? Justifique.

3. Descreva como os leucócitos protegem o corpo contra microrganismos, parasitas e toxinas.

4. Uma criança que já teve catapora (doença causada por vírus) dificilmente vai ter essa doença novamente,
pois adquiriu imunidade. Qual é a relação entre esse fato e as vacinas?

5. Analise os documentos abaixo, sobre um evento ocorrido no Rio de Janeiro entre os dias 10 e 18 de
novembro de 1904 que ficou conhecido como a Revolta da Vacina.

Documento 1

[…]

“Tiros, gritaria, engarrafamento de trânsito, comércio fechado, transporte público assaltado e queimado,
lampiões quebrados a pedradas, destruição de fachadas dos edifícios públicos e privados, árvores
derrubadas: o povo do Rio de Janeiro se revolta contra o projeto de vacinação obrigatória proposto pelo
sanitarista Oswaldo Cruz.” […]

Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 14 nov. 1904.

Documento 2

Fig. 1 (p. 102)


Coleção particular. Fotografia: ID/BR
Oswaldo Cruz é o médico de bigode retratado no centro da imagem.
Charge sobre a Revolta da Vacina, na capa da revista O Malho, de 2 de outubro de 1904.

Documento 3

Entre os dias 10 e 18 de novembro de 1904, a cidade do Rio de Janeiro viveu o que a imprensa chamou de a
mais terrível das revoltas populares da República. O cenário era desolador: bondes tombados, trilhos
arrancados, calçamentos destruídos, tudo feito por uma massa de 3000 revoltosos. A causa foi a lei que
tornava obrigatória a vacina contra a varíola. E o personagem principal, o jovem médico sanitarista Oswaldo
Cruz.

[…]

Em nove meses, a reforma urbana derruba cerca de 600 edifícios e casas, para abrir a avenida Central (hoje,
Rio Branco). A ação, conhecida como bota-abaixo, obriga parte da população mais pobre a se mudar para os
morros e a periferia. A campanha de Oswaldo Cruz contra a peste bubônica correu bem. Mas o método de
combate à febre amarela, que invadiu os lares, interditou, despejou e internou à força, não foi bem-sucedido.
[…]

Cássio Leite Vieira. A Revolta da Vacina. Revista Superinteressante, nov. 1994. Disponível em:
<http://super.abril.com.br/superarquivo/1994/conteudo_114370.shtml>. Acesso em: 30 jan. 2015.

Relacione os acontecimentos descritos nos documentos acima.

a) Por que a população se revoltou contra os projetos em andamento?


b) Em sua opinião, a vacinação deve ser obrigatória? Justifique.

c) Faça uma pesquisa em livros e na internet. Quem foi Oswaldo Cruz?


Página 103

CIÊNCIA À MÃO
Medição da frequência cardíaca em três situações

Para começar

O sangue circula no corpo impulsionado pelas contrações do coração. O ritmo do batimento cardíaco pode
ser afetado por alguns fatores.

• A realização de atividades físicas modifica a frequência cardíaca?

• De que maneira podemos monitorar nossos batimentos cardíacos?

Material
• um relógio ou cronômetro por grupo

Procedimento

1 Forme grupo com três colegas. Cada um dos integrantes terá uma atribuição nessa atividade: anotação de
dados, cronometragem de tempo e realização de atividade física.

2 A medição cardíaca do aluno que realizará a atividade física será feita em três situações distintas:

a) quando ele estiver em pé;

b) depois da realização da atividade física;

c) depois de certo período de descanso.

3 A frequência cardíaca pode ser medida de duas maneiras: colocando o dedo indicador e o médio de uma
das mãos no pescoço, ao lado da garganta; ou colocando esses dedos sobre o pulso, como mostrado nas
fotografias a seguir. Seu professor poderá ajudá-lo a identificar esses batimentos.

Fig. 1 (p. 103)


Erik Isakson/Tetra Images/Corbis/Latinstock
Nikolai Sorokin/Dreamstime.com/ID/BR
Exemplos de como proceder para medir os batimentos cardíacos.
Nos dois casos, é preciso exercer uma pressão leve dos dedos contra a pele, procurando perceber a pulsação.
Talvez essa tarefa não seja muito fácil na primeira tentativa, sendo necessário deslocar os dedos sobre a
região do corpo escolhida até conseguir notar e medir os batimentos cardíacos.
Página 104

CIÊNCIA À MÃO

4 Copie a tabela abaixo no caderno.

Aluno 1 Aluno 2 Aluno 3


Em repouso
Depois do exercício
Depois do descanso

5 O aluno que iniciará a atividade física deverá ficar em pé, colocar os dedos no próprio pulso ou pescoço e
contar o número de batimentos cardíacos no intervalo de 60 segundos. Um dos integrantes do grupo faz a
cronometragem desse tempo e o outro anota na tabela a informação recebida, no campo “em repouso”.

6 Em seguida, o aluno que iniciou a atividade deverá dar pulos no mesmo lugar (como se estivesse pulando
corda) por determinado período de tempo. Assim que terminar, deverá contar novamente o número de
batimentos cardíacos nos mesmos 60 segundos. Em seguida, deverá passar a informação para um dos
colegas anotá-la na tabela.

7 Depois, deverá sentar-se por dois minutos para descansar. Passado esse tempo, deverá contar pela última
vez o número de batimentos cardíacos no mesmo intervalo de tempo e, ao final da cronometragem, passar as
informações para o colega que está tomando nota.

8 Por fim, o grupo deverá repetir os procedimentos dos itens 6 a 8, mudando as tarefas (todos terão
oportunidade de cronometrar, anotar e pular).

Fig. 1 (p. 104)


Marília Pirilo/ID/BR

Questões para discussão e avaliação

1. Compare o número de batimentos cardíacos de cada aluno nas situações “em repouso”, “depois do
exercício” e “depois do descanso”. Em seguida, explique o motivo das diferenças observadas.

2. Compare e analise a diferença entre os dados encontrados para a primeira situação (“em repouso”) e a
última (“depois do descanso”). O que você encontrou?

3. Você encontrou dificuldade para medir seus batimentos cardíacos em algum momento? O que dificulta e o
que facilita a contagem?

Comunicação dos resultados

Retome as perguntas iniciais propostas no item Para começar desta seção. A realização do experimento de
medição da frequência cardíaca o ajudou a responder a elas?

A comunicação dos resultados poderá ser feita com a elaboração de uma tabela ou com gráficos de barras
contendo os dados de todos os alunos. A cada situação investigada (“em repouso”, “depois do exercício” e
“depois do descanso”) corresponderá um gráfico. A apresentação oral dos resultados deve incluir a
interpretação das informações encontradas. Assim, por exemplo, se os valores de frequência cardíaca da
classe forem semelhantes nas três situações, que explicações poderiam ser dadas a esse fato? Há alunos com
valores muito distintos da média? Por quê?
Página 105

LENDO CIÊNCIAS
ANTES DE LER

•.Pensando no que você aprendeu sobre frequência cardíaca, é possível afirmar que o coração de um atleta
bate mais rapidamente ou mais devagar do que o coração de quem não pratica atividade física?

Coração de atleta

[...]

Você deve saber que, quando uma pessoa começa a praticar exercícios, seu corpo sofre diversas mudanças. O
que você talvez não saiba é que, além de músculos mais fortes, quem se exercita sofre uma queda no ritmo
cardíaco — ou seja, o coração de quem faz atividades físicas bate mais devagar do que o normal. Mas por que
será que isso acontece?

Fig. 1 (p. 105)


Franck Fife/AFP
Além de músculos mais fortes, pessoas que fazem exercícios físicos têm um ritmo cardíaco mais lento do que
o normal. Competição de atletismo nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

Essa foi a pergunta feita por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Manchester, na Inglaterra.
Para descobrir a resposta, os cientistas compararam a atividade do coração de ratos e camundongos
sedentários com a de roedores que praticam exercícios todos os dias.

Após treinar uma hora por dia durante três meses, os animais tiveram o ritmo cardíaco diminuído quando
comparados aos roedores que não praticaram exercício nenhum. O coração dos ratos e camundongos atletas
batia num ritmo de 20% a 26% mais lentamente do que o dos animais sedentários.

“Vimos que isso acontece por causa de uma molécula chamada HCN4, que está em quantidade diminuída no
coração dos atletas”, explica a fisiologista cardíaca e coautora da pesquisa Alicia D’Souza. Segundo a
pesquisadora, essa molécula estimula a atividade do nodo sinoatrial, uma estrutura do coração que controla a
quantidade de vezes que o órgão bate a cada minuto.

Por conta da baixa atividade dessa estrutura, o coração de um atleta bate mais lentamente. “Enquanto o
coração de um adulto que não pratica exercícios bate, em média, 70 vezes por minuto, o de um atleta adulto
pode chegar a bater 30 vezes por minuto, o que é menos da metade”, esclarece Alicia.
Página 106

LENDO CIÊNCIAS

Lento e saudável

Ainda que bata mais devagar, em geral, o coração de quem pratica exercícios está cheio de saúde. Segundo o
fisiologista do exercício Pedro Paulo Soares, da Universidade Federal Fluminense, o ritmo cardíaco mais
lento é uma adaptação natural do corpo e não ocorre apenas em atletas, mas também em pessoas sedentárias
que começam a fazer exercícios.

Fig. 1 (p. 106)


Fernando Favoretto/Criar Imagem
Por ser mais eficiente, o coração de quem faz exercício precisa bater menos vezes para bombear a quantidade
de sangue que o corpo precisa receber. Adolescentes jogam futebol em São Paulo (SP), 2014.

“Os atletas possuem um coração mais eficiente, capaz de bombear mais sangue a cada batimento e, por isso,
precisa bater menos vezes para garantir a mesma quantidade de sangue que o corpo precisa, tanto em
repouso quanto em exercício”, explica. “Um ritmo cardíaco mais lento só é preocupante em alguns casos,
geralmente em atletas que praticam exercícios muito pesados.”

Assim como Pedro Paulo, Alicia defende que a prática de exercícios é importante para a saúde e que o estudo
busca apenas compreender por que alguns atletas, quando chegam à velhice, precisam usar um marca-passo
artificial – dispositivo eletrônico que estimula o coração a bater mais rápido.

“Queremos entender por que o coração responde dessa forma ao exercício, pois é provável que todo o coração
sofra mudanças, não apenas uma região”, esclarece a pesquisadora. “Ainda que treinamentos muito pesados
possam ser prejudiciais para o coração em alguns casos, a prática de exercícios moderados é essencial para
manutenção da saúde”, completa.

Mariana Rocha. Coração de atleta. Disponível em: <http://chc.cienciahoje.uol.com.br/coracao-de-atleta/>.


Acesso em: 9 mar. 2015.

De olho no texto

1. Quais informações foram obtidas pelos cientistas quando eles compararam a frequência cardíaca de
roedores que praticam atividades físicas com a de roedores sedentários?

2. Segundo o texto, qual é a região do coração responsável pelo controle da quantidade de vezes que o
coração bate por minuto?

3. Como a molécula de HCN4 se relaciona ao controle da frequência cardíaca? Qual a relação dessa molécula
com o ritmo cardíaco de atletas?
Página 107

QUESTÕES GLOBAIS
Responda sempre no caderno.

1. Certas doenças ou agentes infecciosos causam a diminuição ou o aumento exagerado da quantidade de


células do sangue. Explique as consequências das doenças listadas a seguir.

a) Anemia, que é uma diminuição no número de hemácias.

b) Leucemia, que é um aumento anormal na quantidade de leucócitos.

2. Na doença conhecida por elefantíase, vermes chamados de filárias entopem os vasos linfáticos. O resultado
é o inchaço de partes do corpo. Por que isso acontece?

3. O hemograma é um exame feito para investigar a quantidade de hemácias, glóbulos brancos e plaquetas
do sangue. As informações são usadas no diagnóstico de algumas doenças. A primeira tabela abaixo mostra
alguns valores de referência de um hemograma simplificado. Na outra tabela estão os valores obtidos por
dois pacientes com doenças relacionadas ao sangue. O paciente A é um homem de 50 anos. O paciente B é
uma mulher de 37 anos.

Valores de referência da contagem para homens e mulheres


Homem 4320000 a 5720000/μL
Hemácias (Eritrócitos)
Mulher 3900000 a 5030000/μL
Homem 13,5 a 17,5 g/dL
Hemoglobina
Mulher 12,0 a 15,5 g/dL
Leucócitos Ambos 3500 a 10500/mm3
Plaquetas Ambos 150000 a 400000/μL
Observação: 1000 μL = 1 mL

Com base na observação e Paciente A Paciente B comparação das duas


tabelas, responda às questões.
Hemácias 3900000/μL 4400000/μL
a) Analise o hemograma do Hemoglobina 15,3 g/dL 12,9 g/dL paciente A e identifique a
doença apresentada por esse homem. Explique os
principais sintomas e um Leucócitos 8700/mm3 9400/mm3 possível tratamento.
Plaquetas 265000/μL 54000/μL
b) Pela análise do hemograma da paciente B,
você diria que essa mulher Observação: 1000 μL = 1 mL está com anemia,
hemorragia (perda acentuada de sangue) ou
infecção por bactéria? Justifique.

c) Quantas hemácias há em 1 mL de sangue do paciente A?

Lembre-se de que somente um profissional da saúde pode interpretar corretamente um


exame de sangue e prescrever remédios ou alimentos adequados para o tratamento.

4. Os quadros abaixo apresentam algumas informações incorretas. Em grupo, discutam cada uma delas e
identifiquem as incorreções. A seguir, escrevam seus comentários e façam as correções no caderno.

Fig. 1 (p. 107)


Luis Moura/ID/BR

A
Os tecidos do corpo retiram das artérias o gás oxigênio e os nutrientes.

O sangue que passa pelas artérias é rico em gás oxigênio, e o sangue que passa pelas veias é pobre em gás
oxigênio.

No coração ocorre a mistura do sangue rico em gás oxigênio e do sangue pobre em gás oxigênio.

As paredes dos vasos sanguíneos são envolvidas por músculos que ajudam a impulsionar o sangue pelo
corpo.

O sangue das artérias corre do lado direito no corpo, e o sangue das veias corre do lado esquerdo no corpo.

A cor do sangue é explicada pela presença da proteína hemoglobina nos leucócitos.


Página 108

QUESTÕES GLOBAIS

5. Atividades como o ciclismo e a corrida podem ser benéficas para a saúde cardíaca. Durante o exercício, são
trabalhados grandes músculos do corpo, e a quantidade de sangue oxigenado ejetada do coração aumenta.
Porém, há evidências científicas de que as pessoas sedentárias devem evitar atividades físicas vigorosas
pontuais, pois elas podem sobrecarregar o coração e provocar um ataque cardíaco.

Que diferenças você imagina haver entre o coração de alguém que realiza atividade física regularmente e o de
uma pessoa sedentária?

Fig. 1 (p. 108)


Andrei Nekrassov/iStock/Getty Images
Os cuidados com o corpo mantêm a saúde e promovem a longevidade. Além disso, as atividades físicas
também são fontes de lazer.

6. Leia o texto abaixo e responda às questões.

A vacinação é a maneira mais eficaz de prevenir doenças. O Brasil tem evoluído nos últimos anos nessa área,
especialmente com a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em 1973, que facilitou o acesso da
população às vacinas.

O cidadão tem que estar atento às campanhas e ao calendário de vacinação, que corresponde ao conjunto de
vacinas prioritárias para o País. Todas elas são disponibilizadas gratuitamente nos postos da rede pública.
São quatro os calendários de vacinação, voltados para públicos específicos: criança, adolescente, adulto e
idoso e população indígena.

Crianças, adolescentes e adultos precisam comparecer aos postos de saúde nos períodos de campanha e
tomar todas as vacinas previstas. [...]

Disponível em: <http://http://www.brasil.gov.br/saude/2009/12/campanhas-de-vacinacao-2>. Acesso em:


30 jan. 2015.

a) O que são vacinas?

b) Todas as pessoas que já foram vacinadas têm um cartão de vacinação. Pesquise no seu cartão de vacinação
que vacinas você já tomou.

c) Compare as vacinas que você tomou com os calendários de vacinação da criança e do adolescente. Você
está em dia com a sua vacinação?

Autoavaliação

I. Relembre o nome de partes do corpo e de outros componentes relacionados ao sistema circulatório


sanguíneo e verifique se você é capaz de estabelecer relações entre eles.

II. Está claro o papel do sistema circulatório sanguíneo? Comente.

III. O estudo desse tema promoveu alguma reflexão sobre seus hábitos de vida? Você já sabia quais cuidados
pode adotar para manter a saúde dos sistemas circulatório e imunitário?

IV. Os conhecimentos adquiridos ao longo dos estudos deste capítulo o fizeram compreender melhor os
mecanismos de defesa do corpo humano? Como?

V. Você consegue explicar como o sistema circulatório sanguíneo se integra com os sistemas estudados
anteriormente?
Página 109

PARA SABER MAIS


Livros

Pelos caminhos do sangue, de Rogério G. Nigro. São Paulo: Atual, 2010.

Fig. 1 (p. 109)


Saraiva/Arquivo da editora
PELOS CAMINHOS DO SANGUE

Obra sobre o sistema circulatório que enfatiza as descobertas históricas das funções de cada órgão. Abrange
também as principais anomalias e doenças relacionadas ao sangue.

Por dentro do sistema imunológico, de Paulo Cunha. São Paulo: Atual, 2004.

Como o organismo se defende de microrganismos invasores? Quem foi Louis Pasteur? O que é vacina e como
ela foi descoberta? Essas e outras questões poderão ser respondidas com a leitura desse livro, que apresenta
painéis com a história das descobertas e pesquisas científicas.

O sangue, de Lucila Marcondes. São Paulo: Ática, 2003.

Fig. 2 (p. 109)


Ática/Arquivo da editora
O SANGUE

Com uma abordagem objetiva e em tom jornalístico, a autora apresenta informações sobre o sangue: do que
ele é composto, que funções desempenha e que cuidados precisamos ter para manter a saúde do sistema
circulatório.

Sites

Banco Internacional de Objetos Educacionais

<http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/2317>

No Banco Internacional de Objetos Educacionais, há uma animação que explica o funcionamento do sistema
circulatório humano.

PlanetaBio

<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/objetos_de_aprendizagem/CIENCIAS/sistc
ardiov.swf>

Por meio de esquemas, animações e textos, é possível compreender o funcionamento do sistema circulatório
humano, identificar o sangue rico em gás oxigênio e o sangue pobre nesse gás, compreender o papel do
coração, entre outras informações.

DST-AIDS

<http://www.aids.gov.br>

O site do Ministério da Saúde traz informações sobre a aids, uma doença que afeta as células do sistema
imunitário. Quais são os sintomas e as fases da doença, o que é janela imunológica e quais os direitos dos
soropositivos são algumas das muitas dúvidas esclarecidas nesse portal.

Acessos em: 30 jan. 2015.

Filmes
Osmose Jones. Direção: Peter e Bobby Farrelly, Piet Kroon, Tom Sito, EUA, 2001.

Fig. 3 (p. 109)


Warner Bros./ID/BR
OSMOSE JONES

Mistura de cenas filmadas com atores e trechos de animação, essa produção apresenta Osmose Jones, um
policial “glóbulo branco” que luta contra o “malvado vírus” que planeja tomar conta do corpo do personagem
Frank.

Três irmãos de sangue. Direção: Kati Almeida Braga, Brasil, 2006.

Fig. 4 (p. 109)


Biscoito Fino/ID/BR
TRÊS IRMÃOS de SANGUE

Os irmãos Betinho, Henfil e Chico Mário são considerados símbolos do combate à aids no Brasil. O
documentário retrata a vida dos três, que, hemofílicos, foram contaminados pelo vírus HIV por transfusões
de sangue.
Página 110

CAPÍTULO 5 - Sistema urinário


O QUE VOCÊ VAI APRENDER
• A organização do sistema urinário
• A filtragem do sangue
• Como ocorre o controle do que fica e do que sai do corpo

CONVERSE COM OS COLEGAS

Os resíduos e as substâncias em excesso que precisam ser eliminadas do corpo estão dissolvidos em água na
urina, no suor e nas fezes. A água, portanto, é essencial para o bom funcionamento desses sistemas de
eliminação de resíduos, além de desempenhar outras funções importantes no organismo. Em razão disso,
devemos consumi-la com frequência, evitando a desidratação. Para termos saúde, é fundamental que a água
que bebemos ou que usamos para lavar alimentos seja tratada.

1. Observe a foto de abertura deste capítulo. Em sua opinião, a água consumida para saciar a sede parece ter
a qualidade necessária para o consumo humano? Por quê?

Fig. 1 (p. 110)


Michael Poehlman/Blend Images/EasyPix
Beber água é fundamental para garantir a saúde de nosso corpo.

2. Além do consumo direto de água, há outras formas de obtermos água para o nosso corpo. De que outras
formas você acha que ela pode ser reposta por nós?

3. Faça uma entrevista com os alunos de sua escola e com pessoas de sua comunidade sobre o fornecimento e
o consumo de água tratada: de quem deve ser a responsabilidade de preservar os reservatórios naturais de
água, realizar seu tratamento e garantir a qualidade da água disponível para o consumo da população? Quais
as responsabilidades de cada um de nós?

4. Escreva um texto sobre o caminho percorrido pela água que ingerimos, desde a boca até chegar ao sangue.
Página 111

Os alimentos fornecem nutrientes essenciais às celulas, que também precisam de água e do gás oxigênio para
a realização de atividades vitais. O excesso de resíduos celulares decorrentes dessas atividades, bem como o
de água e de outras substâncias na corrente sanguínea, é prejudicial ao organismo.

Neste capítulo, você vai entender como o corpo regula a quantidade dessas substâncias no sangue,
garantindo o equilíbrio interno de nosso organismo.
Página 112

MÓDULO 1 - Funções e organização do sistema


urinário
O bom funcionamento do organismo depende da manutenção de seu meio interno mais ou
menos constante. A concentração de certas substâncias no sangue é uma das condições
continuamente reguladas pelo corpo para manter seu equilíbrio interno, também chamado
de homeostase. O sistema urinário participa desse controle.

Dos intestinos às células


A compreensão do funcionamento do sistema urinário e de sua importância para a homeostase do organismo
requer a integração de conhecimentos vistos em capítulos anteriores deste livro.

O capítulo 2 apresenta a maneira como o sistema digestório transforma os alimentos em substâncias


menores, absorvidas pelos intestinos. Além desses nutrientes, também são absorvidas pelo sistema digestório
substâncias que não sofrem digestão, como os sais minerais, as vitaminas e a água.

Ao serem absorvidos pelos intestinos, os nutrientes, a água e outras substâncias passam para o sangue e são
distribuídos a todas as células do organismo por meio do sistema circulatório (apresentado no capítulo 4).

As células podem utilizar parte dessas substâncias como fonte de energia, e para isso precisam da presença
de gás oxigênio, obtido pelo sistema respiratório (estudado no capítulo 3) e distribuído pelo corpo por meio
do sistema circulatório. As substâncias absorvidas pelo sistema digestório também podem servir como
matéria-prima para a produção de proteínas e gorduras, por exemplo. Como resultado das atividades
metabólicas, são produzidos resíduos celulares, como gás carbônico e ureia, que passam para o sangue.

O sistema urinário retira do sangue uma série de resíduos produzidos pelo metabolismo celular,
eliminando-os na urina. Ao mesmo tempo, ele controla a quantidade de água e de vários componentes
presentes no sangue, regulando a pressão sanguínea.

Que sede!

Fig. 1 (p. 112)


Izabela Habur/iStock/Getty Images
Núcleo
Água
Nutrientes
Sais Minerais
Vitaminas
O2
Resíduos metabólicos
Água
CO2

Você já deve ter reparado que comer pipoca salgada nos deixa com sede. Isso ocorre porque esse consumo
aumenta a quantidade de sal no corpo. Para manter o equilíbrio interno, o organismo precisa eliminar o
excesso de sal ingerido, que acaba sendo descartado com a urina. Nessa situação, muita água é requerida
para equilibrar a quantidade adequada de sal no corpo. A sede, que nos leva a beber água, é um valioso sinal
para evitar a desidratação.

Fig. 2 (p. 112)


ID/BR
Representação esquemática da troca de substâncias entre as células humanas (em amarelo) e os capilares
sanguíneos (em vermelho). O gás carbônico é eliminado pelo sistema respiratório, enquanto outros resíduos
metabólicos são eliminados pela urina, no sistema urinário.
núcleo
Resíduos metabólicos
Água
CO2
Água
Nutrientes
Sais minerais
Vitaminas
O2

Os rins produzem também dois hormônios. Um deles ajuda a regular a homeostase do cálcio, e o outro é
responsável pela produção dos glóbulos vermelhos.
Página 113

Os resíduos do metabolismo celular


Entre os principais resíduos que precisam ser eliminados do organismo estão aqueles provenientes do
metabolismo de proteínas, chamados de excretas nitrogenadas. Eles recebem esse nome porque contêm
nitrogênio em sua composição. São exemplos de excretas nitrogenadas a amônia, a ureia e o ácido úrico.
Essas substâncias são tóxicas e causam danos às células quando se acumulam no organismo.

A amônia é a mais tóxica das excretas nitrogenadas. No organismo humano, a amônia produzida pelas
células é conduzida pela corrente sanguínea até o fígado, onde é transformada em ureia. A ureia é uma
substância menos nociva e, no ser humano, é a principal excreta nitrogenada eliminada na urina.

Fig. 1 (p. 113)


Herve Conge/Easypix Brasil
Uma das funções do fígado é converter a amônia, tóxica, em ureia, substância muito menos tóxica, eliminada
na urina. A fotografia obtida em microscópio óptico mostra células de fígado humano (em azul) e hemácias
(em vermelho). O fígado tem grandes espaços, chamados de sinusoides, através dos quais o sangue passa,
transportando substâncias. (Aumento de 340 vezes; uso de corantes.)

As excretas nitrogenadas nos outros animais

Os animais eliminam tipos diferentes de excreta nitrogenada, dependendo da disponibilidade de água no


ambiente em que vivem.

Animais que vivem em ambiente aquático, como vários peixes, alguns invertebrados e os girinos, em geral
excretam amônia, que, por ser muito tóxica e solúvel, requer grandes quantidades de água para ser
eliminada.

Já os animais terrestres, adaptados para evitar a perda de água para o ambiente, produzem excretas
nitrogenadas menos tóxicas e que requerem menos água para ser eliminadas do organismo.

Mamíferos e anfíbios adultos eliminam ureia, menos tóxica que a amônia.

Os insetos, os moluscos terrestres (caracóis) e as aves eliminam ácido úrico, uma excreta nitrogenada pouco
tóxica e insolúvel em água.

Fig. 2 (p. 113)


Peter Chadwick/SPL/Latinstock
As aves excretam ácido úrico, uma excreta nitrogenada insolúvel em água. Por ser rico em nitrogênio, o
guano – excremento de aves marinhas – do oceano Pacífico é comercializado como fertilizante para a
agricultura. (A ave da foto mede cerca de 60 cm, do bico à cauda.)

A água e a concentração da urina

A urina é uma solução que pode estar mais ou menos concentrada. Mas o que isso significa?

Quando misturamos, por exemplo, uma colher de sal de cozinha à água de um copo, estamos produzindo
uma solução (de água e sal). Nesse caso, a água é denominada solvente, e o sal, soluto. Concentração é
a grandeza que expressa a quantidade de um soluto em determinado volume de uma solução.

Em nosso exemplo, a concentração da solução é igual a uma colher de soluto (sal) em um copo de solução
(água e sal). Se colocarmos duas colheres de sal no mesmo volume de água (solvente), teremos uma solução
mais concentrada. Se, ao contrário, colocarmos meia colher de sal na mesma quantidade de água, teremos
uma solução menos concentrada (ou mais diluída).

A concentração (C) pode ser calculada dividindo-se a quantidade massa (m) de soluto pelo volume da
solução (V). Assim:
m
C=
V

Se a massa estiver em gramas (g), por exemplo, e o volume em litros (L), a concentração será expressa em
gramas por litro, isto é, g/L.

Uma vez que os processos metabólicos são dinâmicos, variações de concentração de substâncias dentro de
um limite tolerável não desencadeiam problemas de saúde e são esperadas no organismo. Porém, grandes
alterações prejudicam a condição de homeostase (equilíbrio interno) e desestabilizam o organismo. A
concentração de ureia no sangue, por exemplo, não pode ultrapassar determinado limite, senão passa a ser
tóxica.
Página 114

A organização do sistema urinário


O sistema urinário humano é formado por dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra.
Entretanto, existe uma diferença entre os sexos: nos homens, a uretra está localizada no interior do pênis e é
cerca de cinco vezes mais longa do que nas mulheres. Veja abaixo a representação do sistema urinário nos
dois sexos.

Fig. 1 (p. 114)


Paulo Cesar Pereira/ID/B
Representações do sistema urinário feminino (à esquerda) e masculino (à direita). Em situação de repouso,
cerca de 1,2 L de sangue chega por minuto aos rins. O sangue penetra nos rins pelas artérias renais direita e
esquerda e sai pelas veias renais direita e esquerda. (Imagem sem proporção de tamanho; alguns vasos
sanguíneos aparecem cortados ou interrompidos; cores-fantasia.)
Fontes de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 2, p. 217; G. J.
Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 531.
rim
ureter
bexiga
uretra
artéria renal
veia renal
artéria renal
veia renal

Os rins têm a forma de um grão de feijão. O tamanho desses órgãos é aproximadamente igual ao de uma
mão fechada de um adulto. Eles estão localizados na região dorsal do abdome, um de cada lado da coluna
vertebral, e executam as principais tarefas do sistema urinário, entre elas a produção de urina. De cada rim
sai um tubo longo e fino, o ureter, que conduz a urina até a bexiga urinária.

A bexiga urinária é um órgão oco, que apresenta grande elasticidade, devido às suas paredes musculares, e
é capaz de armazenar cerca de 600 mL de urina, dependendo do indivíduo. A urina fica temporariamente
armazenada na bexiga urinária, até ser conduzida pela uretra para fora do corpo.

Nos homens, a uretra, além de conduzir a urina para fora do corpo, também é o canal de passagem do
esperma (líquido que contém espermatozoides) e tem, portanto, função reprodutiva.

Por que a bexiga não vaza?

Em volta da uretra, na região mais próxima à bexiga, há um músculo em forma de anel chamado de
esfíncter urinário externo. Esse músculo relaxa apenas quando a urina é voluntariamente liberada, isto
é, quando decidimos urinar.

Na maior parte do tempo, ele permanece contraído, impedindo a saída da urina da bexiga urinária.

A perda involuntária de urina recebe o nome de incontinência urinária. Ela é normal em crianças e pode
ter várias causas na idade adulta.

Fig. 2 (p. 114)


Mirella Spinelli/ID/BR
A perda involuntária de urina ocorre muitas vezes durante o sono e é chamada de enurese noturna.
Página 115

A estrutura do rim

Cada rim é formado por cerca de 1 milhão de unidades microscópicas denominadas néfrons. Os néfrons são
responsáveis pela filtração do sangue e pela produção da urina.

Cada néfron é formado pelas seguintes estruturas:

• cápsula glomerular, que envolve uma rede de capilares sanguíneos denominada glomérulo renal;

• túbulo renal.

Os túbulos renais de vários néfrons desembocam em túbulos coletores. Estes, por sua vez, se unem e
terminam em uma estrutura cuja forma lembra a de um funil – a pelve renal. Ela coleta toda a urina
produzida pelos néfrons e se afunila em direção ao ureter, onde desemboca.

Fig. 1 (p. 115)


Vagner Coelho/ID/BR
Representação de um rim em corte mostra a localização de um néfron. A urina produzida pelos néfrons vai
para a pelve renal e desemboca nos ureteres, que a transportam para a bexiga, onde será armazenada.
(Imagem sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 533.
néfron
veia renal
artéria renal
ureter
pelve renal

Fig. 2 (p. 115)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Representação de um néfron, a unidade funcional dos rins. (Imagem sem proporção de tamanho; cores-
fantasia.)
cápsula glomerular
túbulo coletor
veia renal
artéria renal
túbulo renal
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 535.

Verifique o que aprendeu

1. Se as atividades metabólicas de um organismo se intensificam, a produção de urina tende a aumentar ou


diminuir? Explique.

2. Responda oralmente: Quais são as partes que formam o sistema urinário? Em qual delas ocorre a filtração
do sangue? E em qual parte ocorre o armazenamento da urina?

3. Relacione a quantidade de água ingerida e a concentração da urina.

4. Como você explica a sensação de sede que ocorre após a prática de esportes?
Página 116

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Por que a água é considerada substância fundamental no processo de eliminação dos resíduos do
metabolismo celular?

2. Observe a situação retratada na fotografia e responda às questões a seguir.

Fig. 1 (p. 116)


Fernando Favoretto/Criar Imagem

a) Defina homeostase e utilize a imagem da gangorra para explicar esse conceito.

b) Dê dois exemplos de substâncias cujo aumento de concentração no sangue pode prejudicar o


funcionamento do organismo.

c) Dê um exemplo da participação do sistema urinário na homeostase.

3. Analise a tabela abaixo e responda às questões propostas.

Quantidade de proteína ingerida na dieta


Pouca Equilibrada Muita
Gramas de ureia por litro de sangue 0,05 a 0,10 0,12 a 0,30 0,30 a 0,40

a) Qual é a relação entre a alimentação e a quantidade de ureia no sangue?

b) O que essa relação pode nos dizer sobre o metabolismo de proteínas?

4. As excretas nitrogenadas são resíduos das atividades metabólicas que ocorrem em organelas do citoplasma
celular. Com base nessa informação, compare a produção de excretas nitrogenadas à das fezes.

5. Cento e oitenta litros de plasma sanguíneo passam da corrente sanguínea para dentro dos néfrons todos os
dias. Desse volume, cerca de 99% são reabsorvidos nos túbulos renais, e o restante formará a urina. Com
base nessas informações, calcule o volume de urina produzido por dia.

6. Leia o texto a seguir e responda à questão proposta.

Especialistas apontam crescimento no índice de pedra nos rins em crianças

Crianças estão sofrendo mais de pedra nos rins. É o que constatam os especialistas, que observam aumento
do número de casos de cálculo renal em seus consultórios. “Não há um trabalho científico brasileiro que
mostre esse fato, mas é possível afirmar isso com base em conversas com outros urologistas. Atendo uma
criança por dia com pedra no rim. Alguns anos atrás, havia um caso por mês”, diz Miguel Zerati Filho, chefe
do Departamento de Uropediatria da Sociedade Brasileira de Urologia.

[...]

As mudanças dos hábitos alimentares são uma das causas do aumento da incidência do problema. É que a
dieta mais rica em alimentos industrializados e pobre em ingestão de água favorece a formação de cálculos.

Refrigerantes e sucos artificiais, além de oferecerem sódio, contêm corantes, que também contribuem para a
formação dos cálculos renais. “A comida muito rica em sal, como salgadinhos e hambúrguer, provoca
aumento da eliminação do cálcio nos rins”, explica Nilzete Liberato Brezolin, presidente do Departamento
Científico de Nefrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.

[...]
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u464332.shtml>. Acesso
em: 3 fev. 2015.

Para evitar a formação de pedra nos rins, os alimentos inadequados, mencionados no texto, poderiam ser
substituídos por quais outros?
Página 117

MÓDULO 2 - A formação da urina


Uma das funções do sistema urinário é produzir a urina e eliminá-la do corpo humano.
Vamos entender como isso acontece.

O que acontece nos néfrons


A formação da urina envolve três processos diferentes – filtração, reabsorção e secreção –, que ocorrem em
cada um dos néfrons presentes nos rins. Assim, cada néfron é capaz de formar urina independentemente dos
outros e, por isso, diz-se que o néfron é a menor unidade funcional do rim.

A filtração

O sangue chega ao rim conduzido pela artéria renal. Essa artéria ramifica-se em arteríolas, e cada uma delas
penetra em uma cápsula glomerular de um néfron. No interior da cápsula glomerular, a arteríola ramifica-se
novamente em inúmeros capilares sanguíneos. Os capilares, vasos de pequeníssimo calibre e de paredes finas
(reveja, no capítulo 4, a estrutura de um capilar sanguíneo), enovelam-se e formam o glomérulo renal
(glomérulo vem do latim glomus, que significa “novelo”).

No glomérulo, a pressão do sangue faz com que algumas substâncias saiam desse líquido, atravessem as
paredes do vasos capilares e entrem na cápsula glomerular. As substâncias que saem do sangue para a
cápsula glomerular são: água, aminoácidos, sais minerais, glicose, vitaminas, ureia, ácido úrico e outras
substâncias cujas moléculas são pequenas o bastante para passar através das paredes dos capilares. Essa é a
etapa de filtração do sangue.

As substâncias, como as proteínas, cujas moléculas são relativamente grandes e as células sanguíneas não
atravessam a parede dos capilares sanguíneos e continuam a fazer parte do sangue.

A reabsorção

No processo de filtração do sangue, várias substâncias fundamentais para o organismo, como as vitaminas,
os sais minerais, a glicose e mesmo parte da água, passam para a cápsula renal com os resíduos que devem
ser eliminados. Essas substâncias são, então, reabsorvidas, voltando para o sangue. A maior parte do
processo de reabsorção de substâncias ocorre na porção do néfron denominada túbulo renal.

Fig. 1 (p. 117)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Esquema simplificado das funções desempenhadas pelos néfrons na formação da urina. (Imagem sem
proporção de tamanho; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 535.
filtração
reabsorção
secreção
fluxo de urina
cápsula renal
veia renal
artéria renal
túbulo renal
glomérulo renal
Página 118

A secreção

Embora o mecanismo de filtração retire do sangue grande parte das substâncias indesejáveis ao organismo,
ele não é suficiente. Assim, nos túbulos renais, no sentido oposto à reabsorção, ocorre também o mecanismo
de secreção, que consiste na transferência das substâncias indesejáveis do sangue dos capilares para o
interior do túbulo renal. Alguns medicamentos são eliminados do sangue por esse mecanismo.

Ao final do túbulo renal, as excretas nitrogenadas, as substâncias estranhas ou em excesso no organismo,


inclusive a água, formam a urina, que é conduzida para o túbulo coletor do néfron. Os túbulos coletores
encaminham a urina até a pelve renal, que se abre no ureter, conduzindo-a até a bexiga urinária.

A composição da urina
As concentrações dos diferentes componentes da urina podem variar devido a certos fatores, como a hora do
dia, o tipo de alimento ingerido ou de atividade física a que o organismo foi submetido. Essa variação é
considerada normal, desde que permaneça dentro de certos limites.

Fig. 1 (p. 118)


Simone van den Berg/Alamy/Other Images
Quando realizamos atividade física ou ficamos muito tempo expostos ao sol, a temperatura do corpo
aumenta e suamos. A eliminação de água e sais minerais através da pele modifica a concentração e a
composição da urina.

A cor da urina

A cor amarelada da urina se deve à presença de dois pigmentos: o urocroma, produzido pela degradação da
bile, e a urobilina, produzida pela degradação da hemoglobina.

Fig. 2 (p. 118)


Tubos de ensaio com amostras de urina.
Tek Image/SPL/Latinstock

Podemos saber se uma pessoa está bem hidratada observando a cor e a quantidade de urina eliminada.

Quando a urina está escura e em pequena quantidade, é sinal de que a pessoa precisa ingerir mais água.

Quando a urina está clara, é um indício de que a pessoa está bem hidratada. A dieta, a ingestão de algumas
substâncias (como suplementos vitamínicos) e certas doenças podem alterar a coloração da urina.

Se os rins não estão funcionando adequadamente, pode haver aumento anormal da concentração de certas
substâncias na urina ou a presença de substâncias que normalmente estão ausentes. A glicose, por exemplo, é
totalmente reabsorvida nos túbulos renais e, em condições normais, não faz parte da urina. Esse não é o caso
de pessoas acometidas por uma doença denominada diabetes. Essa doença provoca o aumento da
concentração de glicose no sangue a tal nível que, após penetrar no túbulo renal durante a filtração, a glicose
não é inteiramente reabsorvida e permanece na urina. (A diabetes será abordada com mais detalhes no
capítulo 8 deste livro.)
Página 119

Higiene e saúde do sistema urinário


Uma alimentação saudável e balanceada e a ingestão de líquidos em quantidade adequada podem ajudar a
prevenir doenças do sistema urinário. Como não poderia deixar de ser, a prática regular de exercícios físicos
e um modo de vida saudável, que em geral contribuem para a saúde do corpo, também beneficiam os órgãos
do sistema urinário.

Ao ingerir quantidades adequadas de líquidos – para os humanos, essa quantidade é de cerca de 2 a 3 litros
por dia – evita-se a acumulação de substâncias tóxicas ou em excesso no corpo. Quando se bebe pouca água,
aliado à predisposição do organismo, pode-se aumentar o risco de formação das chamadas “pedras” ou
cálculos renais, estruturas compostas de sais minerais cristalizados. Formados no interior dos rins, os
cálculos podem mover-se, passando pelo ureter e pela bexiga urinária antes de serem eliminados através da
uretra.

A movimentação e a eliminação dos cálculos podem ser muito dolorosas, especialmente em homens, que têm
a uretra mais longa. Por isso, muitas vezes é necessária a intervenção médica, como, por exemplo, a
realização de terapias que fragmentam os cálculos grandes (com a ajuda de ondas de choque). Cálculos
grandes normalmente precisam ser retirados por meio de cirurgias.

Fig. 1 (p. 119)


DR M.A. Ansary/SPL/Latinstock
Amostra de cálculos extraídos cirurgicamente de rins de paciente. Cálculos renais como esses são sólidos e
podem causar extrema dor, especialmente se descerem pelo trato urinário.
CM
1, 2, 3, 4, 5, 6

Fig. 2 (p. 119)


Robert Chatterson/Dreamstime.com/ID/BR
Hemera Technologies/Thinkstock/Getty Images
Vinicius Tupinamba/Dreamstime.com/ID/BR
A ingestão de líquidos, como água, sucos de frutas e água de coco, em quantidade adequada é essencial para a
manutenção da saúde do sistema urinário. (Imagens sem proporção de tamanho entre si.)

A correta higienização do corpo também é importante para manter a saúde. Bactérias, vírus e fungos podem
contaminar a uretra, a bexiga urinária ou até mesmo os rins. Geralmente, infecções do sistema urinário são
mais comuns em mulheres, já que a uretra, nesse caso, é mais curta e também mais próxima do ânus, o que
aumenta as chances de contaminação por restos de fezes.

Verifique o que aprendeu

1. Escreva um texto, direcionado a uma pessoa leiga, explicando como a urina se forma no néfron.

2. Relacione em uma lista quais as condutas benéficas a seu sistema urinário que você adota no dia a dia,
quais você precisa adotar e quais deve abandonar.

3. O sangue passa continuamente pelos glomérulos renais para ser filtrado. Reflita: a água que ingerimos é
filtrada imediatamente nos néfrons? Justifique seu raciocínio.
Página 120

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Se o rim apenas filtrasse o sangue, quais seriam os principais componentes da urina?

2. Analise a tabela a seguir e responda às questões.

Concentração de substâncias no sangue e na urina de uma pessoa saudável


Substâncias Concentração no sangue que chega aos rins (g/L) Concentração normal na urina (g/L)
proteínas 70 0
lipídios 1a2 0
glicose 1 0
ureia 0,3 de 12 a 30
ácido úrico 0,05 de 0,4 a 0,8
creatinina 0,09 de 0,9 a 1,2

a) O que significa g/L?

b) Quais são as principais substâncias presentes no sangue e ausentes na urina?

c) Segundo a tabela, quais os principais resíduos eliminados pela urina nos seres humanos?

d) A creatinina é um produto da degradação da creatina, encontrada nos músculos. Os níveis de creatinina


são usados para avaliar o funcionamento dos rins. Se ocorre diminuição da função dos rins, os níveis de
creatinina no sangue e na urina aumentam.

• Qual é a concentração de creatinina na urina de uma pessoa com rins cujas funções estão prejudicadas?

3. Sabe-se que o cigarro contém nicotina, uma substância tóxica que não sofre modificações dentro do
organismo. Pacientes fumantes têm grandes chances de desenvolver câncer na bexiga urinária. Pesquise
sobre essa doença e levante uma hipótese para explicar a incidência de câncer de bexiga urinária em
pacientes fumantes. Não se esqueça de relacionar essa doença às substâncias tóxicas do cigarro, como a
nicotina.

4. Nesta atividade, você fará uma pesquisa sobre exame antidoping. O professor orientará a divisão da classe
em trios. Cada trio deverá buscar informações para responder às seguintes questões:

a) O que é exame antidoping e em quais situações ele é geralmente aplicado?

b) Quais vantagens as pessoas reprovadas no exame antidoping almejavam?

c) Converse com seus colegas sobre os aspectos éticos envolvidos no uso de doping. Vocês acham que os fins
(a vitória) justificam os meios (o uso de substâncias ilícitas)? A competitividade envolvida no esporte
profissional força os atletas a fazer uso de doping?

Veja algumas dicas para auxiliar sua pesquisa.

• Busque informações em revistas de ciências ou em cadernos especializados em esportes nos jornais da sua
região. A internet também pode ser uma fonte interessante de informações e notícias relacionadas a exames
antidoping.
• Leia os textos com atenção e anote palavras desconhecidas para procurar no dicionário. Não se esqueça de
anotar também informações sobre a fonte de pesquisa consultada, por exemplo, o nome do jornal ou da
revista, a data de publicação, o número da página onde encontrou as informações.

• Crie com o seu grupo um cartaz com as notícias que você encontrou. Separe um espaço no seu cartaz para
alertar pessoas quanto ao uso de doping.
Página 121

CIÊNCIA À MÃO
Análise de um exame de urina

Para começar

Uma análise das características físicas, químicas e microscópicas da urina pode fornecer aos médicos
informações sobre o estado geral de um paciente. Informações sobre a coloração, o odor ou os constituintes
da urina são exemplos de dados obtidos a partir de um exame de urina.

• Você já realizou um exame de urina? Havia algum preparo para a realização do exame?

• Quais informações são necessárias para interpretar um exame de urina?

Material
• exame de urina (abaixo)

Procedimento

As imagens a seguir mostram potes destinados à coleta de urina e os resultados de um exame de um paciente
fictício. Compare os dados obtidos no exame com os parâmetros de referência, isto é, os valores considerados
normais. Em seguida, responda às questões propostas.

Fig. 1 (p. 121)


Sylvie Bouchard/Shutterstock.com/ID/BR
O procedimento de coleta da urina envolve ações voltadas para a manutenção das características originais do
líquido. Os potes de coleta, por exemplo, devem estar limpos e ser estéreis, ou seja, livres de contaminação
por microrganismos. Esse cuidado evita que a urina coletada entre em contato com materiais e
microrganismos que originalmente não são provenientes dela, o que poderia alterar suas propriedades
originais.

Fig. 2 (p. 121)


Studio Caparroz/ID/BR
Corpos cetônicos são resíduos relacionados ao metabolismo de gordura; urobilinogênio é uma substância
relacionada à degradação das hemácias.
LABORATÓRIO de Análises Clínicas
EXAME DE URINA
Data da coleta: 23/2/14
Volume coletado: 50 ML
RESULTADO
PARÂMETRO NORMAL
COR AMARELO CITRINO
AMARELO CLARO
DENSIDADE: 1,0125
1,010 a 1,030
Ph 6,0
5,0 a 7,0
PROTEÍNAS NEGATIVO NEGATIVO
GLICOSE POSITIVO(+++) NEGATIVO
CORPOS CETÔNICOS NEGATIVO NEGATIVO
SANGUE OCULTO NEGATIVO NEGATIVO
UROBILINOGÊNIO NEGATIVO NEGATIVO
SEDIMENTO – EXAME MICROSCÓPICO
LEUCÓCITOS 2500/ML Normal até 7000/ML
HEMÁCIAS 500/ML Normal até 5000/ML
CÉLULAS EPITELIAIS Pequena quantidade
A interpretação do resultado depende de diversas informações sobre o paciente e deve ser realizada por um médico.

Questões para discussão e avaliação

1. Em uma das partes do exame há uma anormalidade. Qual é a anormalidade e a qual doença ela pode estar
relacionada?
2. Foi detectada alguma anormalidade no exame microscópico? Se o número de leucócitos estivesse acima do
valor de referência, como você interpretaria essa informação?

Comunicação de resultados

Verifique se algum de seus familiares tem um resultado de exame de urina que poderia ser compartilhado
com a classe. Se for possível, compare o resultado desse exame com o apresentado nesta atividade,
identificando informações como os parâmetros de referência apresentados, os componentes analisados, etc.

Organize a apresentação dos dados aos seus colegas, comparem os resultados e discutam a validade de um
exame de urina na investigação sobre o estado geral de um paciente.
Página 122

LENDO CIÊNCIAS
ANTES DE LER

•.Você já ouviu falar em comércio ilegal de órgãos? O que você sabe sobre esse tema?

Transplante de rins

O rim é o órgão mais transplantado no mundo, seguido do coração e da medula óssea. No Brasil, segundo
dados da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), o rim foi o órgão mais transplantado
durante o primeiro semestre de 2014. Foram 1276 operações, em 19 estados, sendo 496 no estado de São
Paulo. [...]

Transplante renal: quando é preciso?

Os rins recebem sangue das artérias renais, diretamente do coração. Nos rins o sangue é filtrado para
eliminar amônia, ureia, ácido úrico e, depois de estar livres dessas toxinas, que são eliminadas pela urina,
segue para o coração. Segundo o médico nefrologista [...] Elias David Neto, em entrevista para o portal do Dr.
Drauzio Varella, o transplante renal é necessário quando o paciente apresenta um quadro de insuficiência
renal crônica, isto é, os rins perdem essa capacidade de filtrar o sangue. No transplante, o paciente recebe um
novo rim, uma artéria para alimentá-lo, uma veia para o escape do sangue venoso e um ureter para excretar a
urina.

Rins e mercado negro

A escassez de doadores e de órgãos, a falta de fiscalização em hospitais e ainda as condições de


vulnerabilidade econômica de algumas pessoas fizeram com que alguns órgãos, como rins, corações, córneas
e fígado, passassem a figurar nas redes de comércio ilegal. Com exceção do Irã, o comércio de órgãos é
proibido em todos os países. A organização Organs Watch, fundada em 1999 pela antropóloga
[estadunidense] Nancy Scheper-Hughes, reúne dados sobre o tráfego de órgãos no mundo. Em entrevista ao
jornal Folha de S.Paulo, ela afirmou que essa prática acontece entre comunidades pobres, como, por
exemplo, no sul da Ásia, nas Filipinas e na América Central. Dados da ONU [Organização das Nações
Unidas] indicam que, todos os anos, [no mundo] 15 mil rins são vendidos no mercado negro.

Victória Flório. Transplante de rins. Revista Pré-Univesp. Disponível em:


<http://pre.univesp.br/transplante-de-rins#.VQxMV47F98E>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Fig. 1 (p. 122)


CLIPAREA l Custom media/Shutterstock.com/ID/BR
Os rins são os órgãos mais transplantados no mundo. (Cores-fantasia.)

De olho no texto

1. Segundo o texto, quais substâncias presentes no sangue são filtradas pelos rins?

2. Quando uma pessoa precisa fazer transplante de rins?

3. O que pode ser feito para combater o comércio ilegal de rins e de outros órgãos?
Página 123

QUESTÕES GLOBAIS
Responda sempre no caderno.

1. O sistema digestório é responsável por digerir os alimentos e absorver seus nutrientes. Por meio do
sistema respiratório, o gás oxigênio do ambiente é inalado e absorvido. O sistema urinário é responsável,
entre outras funções, por filtrar o sangue e dele retirar substâncias tóxicas em excesso no organismo. Esses
três sistemas também eliminam resíduos. Produza um texto explicando que resíduos são esses e como eles
são eliminados do corpo.

2. Observe na tabela abaixo as principais vias por meio das quais nosso corpo perde água para o ambiente
diariamente e responda às questões a seguir.

Tabela de perda de água diária do organismo humano (em mililitros)


Via Em repouso Em exercício pesado prolongado
Pele * 350 350
Pulmões * 350 650
Urina 1400 500
Transpiração 100 5000
Fezes 100 100
Total 2300 6600

* A água perdida da pele e dos pulmões é considerada perda insensível, o que corresponde à água perdida
sem que tenhamos consciência dessa perda e sem que possamos precisamente quantificá-la.

Fonte de pesquisa: Arthur C. Guyton; John E. Hall. Textbook of medical physiology. 11. ed. Filadélfia:
Elsevier Saunders, 2006.

a) Por qual via perdemos a maior quantidade de água quando estamos em repouso?

b) E por meio de qual via perdemos a maior quantidade de água quando fazemos exercício físico prolongado?
Esse dado lhe causou surpresa?

c) Como você explica que a quantidade de água perdida na urina por uma pessoa em repouso é maior que a
perdida em exercício físico prolongado?

d) Observe a quantidade total de água diária perdida por nosso organismo e relembre a quantidade diária de
água que devemos ingerir. Há relação entre esses valores? Se uma pessoa estiver com diarreia, que linhas da
tabela terão seus valores alterados?

3. Os rins de uma pessoa podem, em alguns casos de doenças ou acidentes, perder a capacidade de filtrar o
sangue. Esse quadro é chamado de insuficiência renal. Faça uma pesquisa na internet e recolha informações
usando as seguintes palavras ou termos de busca:

• insuficiência renal;

• hemodiálise;

• transplante de rins.

O site do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (<http://www.hse.rj.saude.gov.br>, acesso em


3 fev. 2015) possui uma área voltada para o público com informações sobre várias doenças, inclusive a
insuficiência renal.
A Associação de Pacientes Transplantados da Unifesp mantém um site
(<http://www.hsp.epm.br/assoc/atx/atx.htm>; acesso em: 3 fev. 2015) com informações importantes para
os portadores de insuficiência renal.

Depois da pesquisa, redija um texto sobre a importância da hemodiálise e do transplante de rins em pessoas
com insuficiência renal.

4. O organismo humano produz entre 25 e 30 gramas de ureia por dia. Em uma pessoa saudável, a
concentração dessa substância no sangue é de cerca de 26 mg/100 mL. Explique por que pessoas com
insuficiência renal apresentam concentrações de ureia de até 200 mg/mL no sangue.
Página 124

QUESTÕES GLOBAIS

5. Um ser humano adulto tem cerca de 5,6 litros de sangue no corpo. Considerando que todo o volume de
sangue passa cerca de 250 vezes pelos rins a cada 24 horas, qual é o volume de sangue filtrado por dia?

6. Leia o texto abaixo e, em seguida, responda às questões propostas.

Prevenção contra o cálculo renal no verão pede mais atenção

As pedras [cálculos renais] no caminho do aparelho urinário desencadeiam manifestações relatadas como tão
insuportáveis quanto inesquecíveis. A dor provocada pelo cálculo − cristais que se agrupam e formam
pequenas pedras nos rins − pode ser tão intensa que algumas vítimas chegam a desmaiar. No verão, o
número de atendimentos a pacientes com esse transtorno aumenta pelo menos 30% em relação às demais
estações. A informação vem de um levantamento conduzido pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

A pedra no trato urinário é uma patologia descrita há pelo menos 5 mil anos. Embora os dados levantados
em São Paulo não tenham base científica, o urologista Samuel Saiovici pondera que o aumento faz sentido, já
que nos períodos mais quentes do ano transpiramos e perdemos muito líquido. “Geralmente, os cálculos são
formados de cálcio, ácido úrico ou outros elementos que se solidificam. Quando o organismo fica pouco
hidratado, diminui a solubilidade, favorecendo o acúmulo dos solutos”, justifica o especialista [...].

[...]

Pelo menos 80% dos cálculos que estão nas vias urinárias são eliminados naturalmente. Atualmente, a
medicina conta com métodos menos invasivos para a retirada das pedras em pacientes que não conseguem
expeli-las. Técnicas percutâneas e endoscópicas estão entre as opções de procedimentos que quebram ou
removem os cálculos. [...]

[...]

Correio Braziliense. Disponível em: <http://www.jornaldasaude.com.br/pedra-nos-rins-verao.htm>. Acesso


em: 3 fev. 2015.

Fig. 1 (p. 124)


Zephyr/SPL/Latinstock
Tomografia computadorizada do abdome de um paciente de 66 anos mostrando os rins e um cálculo renal no
rim direito. A pedra mede 16 mm × 8 mm e bloqueou o ureter, impedindo o fluxo de urina entre os rins e a
bexiga.
coluna vertebral
cálculo renal
rins

a) Você acha que as condições climáticas em sua cidade favorecem ou não a formação de cálculos nos rins?

b) Explique o desenvolvimento dos cálculos renais associando-os à concentração da urina.

Autoavaliação

I. Você sabe onde os rins estão localizados em seu corpo? E a bexiga urinária?

II. Quais argumentos você acha importante usar para justificar a recomendação de ingerir diariamente cerca
de 2,5 litros de água? Você considera-se apto a executar essa tarefa com desenvoltura?

III. Há uma série de doenças associadas ao sistema urinário. O estudo sobre o funcionamento dos rins o
capacitou a compreender a origem e as características dessas doenças?

IV. Os estudos sobre os sistemas do corpo humano conferiram novo significado a sensações cotidianas como
sede, fome, vontade de urinar, aumento da frequência respiratória ao realizar esforço físico, etc.?
V. Você percebeu como o sistema urinário está relacionado aos sistemas digestório, respiratório e
circulatório? Explique.
Página 125

PARA SABER MAIS


Livros

Corpo humano e saúde. Rio de Janeiro: SBPC, 2002 (Série Ciência Hoje na Escola).

Esse volume da série traz artigos muito interessantes sobre o corpo humano e a saúde. Relacionado com os
conteúdos estudados neste capítulo, você encontrará o artigo “Haja água”, que trata da água no organismo
dos seres vivos, abordando tópicos como o papel do aparelho urinário na regulação da água em nosso corpo.

O corpo humano. 17. ed. São Paulo: Ática, 2010 (Coleção Atlas Visuais).

Fig. 1 (p. 125)


Ática/Arquivo da editora
O CORPO HUMANO

Descrição anatômica do corpo humano, desde as células até os sistemas fisiológicos. As imagens que
compõem esse atlas foram obtidas por meio de avançados recursos tecnológicos, como ressonância
magnética, ultrassonografia e cintilografia.

Sites

Associação Doe Vida

<http://www.doevida.org.br>

No site da Associação Doe Vida, você obtém explicações sobre o funcionamento dos rins e temas correlatos,
como a insuficiência renal, a hemodiálise e o transplante de órgãos.

Fundação Pró-Rim

<http://www.prorim.org.br/2011/>

Fig. 2 (p. 125)


Disponível em: <http://www.prorim.org.br/2011/>. Acesso em: 16 mar. 2015.
PRO Rim
O QUE É A INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA?
DIGA SIM

O site da Fundação Pró-Rim apresenta informações sobre a saúde dos rins, incluindo esclarecimentos a
respeito de transplante desses órgãos.

Sociedade Brasileira de Nefrologia

<http://www.sbn.org.br>

O site da Sociedade Brasileira de Nefrologia contém muitas informações sobre os rins, as doenças renais e os
hábitos que podem ajudar a manter a saúde do sistema urinário.

Sociedade Brasileira de Nefrologia

<http://www.sbn.org.br/leigos/pdf/livreto_renal.pdf>

Fig. 3 (p. 125)


Fresenius Medical Care/Arquivo do artista
A VIDA de um RENAL
A cartilha A vida de um renal, disponível nesse link do site da Sociedade Brasileira de Nefrologia, conta a
história real de Jaderson, um garoto de 11 anos que é portador de insuficiência renal crônica e está na fila de
transplante, à espera de um órgão compatível com seu organismo. Jaderson relata toda a trajetória de sua
situação: a descoberta da doença, o tratamento e como ele e a família convivem com esse problema.

Acessos em: 3 fev. 2015.

Vídeo

Sociedade Brasileira de Nefrologia

<http://www.sbn.org.br/videoedu/>

Fig. 4 (p. 125)


Disponível em: <http://www.sbn.org.br/videoedu/>.Acesso em: 16 mar. 2015.
SBN

Nesse link do site da Sociedade Brasileira de Nefrologia, você encontrará o vídeo O que você sabe sobre a
saúde dos seus rins?, com esclarecimentos importantes sobre o funcionamento dos rins.

Acesso em: 3 fev. 2015.


Página 126

CAPÍTULO 6 - Sistema musculoesquelético


O QUE VOCÊ VAI APRENDER
• Os ossos e as articulações
• As funções dos ossos e dos músculos
• Os tipos de músculos e as funções relacionadas a eles
• O mecanismo de contração e relaxamento muscular

CONVERSE COM OS COLEGAS

A Constituição brasileira garante vários direitos aos cidadãos, como o direito à segurança, à liberdade de
manifestação do pensamento, à liberdade de consciência, de crença, de associação e de reunião, bem como o
direito de ir e vir.

A fim de garantir esses direitos a todos os cidadãos, diversas leis foram aprovadas para beneficiar pessoas
com deficiência, como, por exemplo, os cadeirantes: a obrigatoriedade de construção de calçadas rebaixadas;
de rampas de acesso a prédios, metrôs e salas de cinema; a fabricação de ônibus adaptados (como o mostrado
na foto ao lado), entre tantas outras ações.

Fig. 1 (p. 126)


Fernando Favoretto/Criar Imagem
Ônibus urbano adaptado para o transporte de cadeirantes. São Caetano do Sul (SP), 2014.

1. Relembre o caminho que você realiza de casa até a escola. Em sua opinião, todas as pessoas de sua
comunidade conseguiriam percorrê-lo sem dificuldade?

2. Caso conste em alguma avaliação que determinadas pessoas tenham dificuldades em percorrer o caminho
de casa até a escola, liste mudanças que poderiam ser feitas para facilitar o deslocamento delas.

3. Quais músculos devem ser mais desenvolvidos pelos cadeirantes?

4. Os músculos, que são fundamentais para a movimentação dos ossos, também participam de outras
funções no corpo humano. Reflita e escreva sobre essas funções.
Página 127

Além de sustentar o corpo e dar forma a ele, os ossos e os músculos, em conjunto com o sistema nervoso,
também possibilitam os movimentos. Escrever, caminhar, comer e praticar exercícios físicos são apenas
algumas atividades possíveis devido à atuação desses órgãos.

Neste capítulo, você vai aprofundar seus conhecimentos sobre ossos, músculos e suas funções no organismo.
Página 128

MÓDULO 1 - Sistema esquelético


Engana-se quem pensa que os ossos são estruturas sem vida. Ossos são órgãos vivos e
compõem o sistema esquelético, que tem diferentes funções no organismo humano, entre
elas a produção de células do sangue (medula óssea) e, em conjunto com o sistema muscular,
a movimentação do corpo.

O sistema esquelético
O sistema esquelético sustenta o corpo humano, ajuda na manutenção de sua forma e protege alguns órgãos
contra choques mecânicos. O crânio, por exemplo, protege o cérebro, e as costelas protegem os órgãos
internos do tórax, como pulmões e coração. A associação entre o sistema esquelético e os músculos
possibilita a realização de movimentos.

Os ossos também armazenam cálcio e fosfato, minerais fundamentais para o funcionamento das células e
que devem estar presentes no sangue em quantidades constantes. Conforme a necessidade, os ossos liberam
ou armazenam esses minerais, mantendo sua concentração no sangue em equilíbrio. Certos metais, como
ferro, zinco e chumbo, também são armazenados nos ossos.

Fig. 1 (p. 128)


D. Roberts/SPL/Latinstock
Representação artística do esqueleto humano com identificação de alguns ossos. Os ossos sustentam o corpo
e possibilitam a sua movimentação.
tíbia
costelas
fêmur
ulna
rádio
úmero
coluna vertebral
crânio
mandíbula
pelve
fíbula

Os ossos
Os ossos apresentam células e vasos sanguíneos, e o material que circunda as células, esparsas, é composto
de água, fibras colágenas e sais minerais cristalizados.

No tecido ósseo, existem células responsáveis pela formação dos ossos, células que realizam a troca de
nutrientes e resíduos com o sangue e células que digerem os componentes dos ossos e, assim, participam do
processo de crescimento, desenvolvimento e recomposição deles.

Os ossos são resistentes em razão da presença de sais minerais cristalizados, como o cálcio e o fosfato. As
fibras colágenas e outras moléculas lhes conferem certa flexibilidade e resistência a fraturas. Porém, essas
características nem sempre impedem a quebra em casos de trauma. O tratamento inclui a imobilização do
osso na posição original com o auxílio de gesso ou aparelho até a completa união das partes e recuperação do
órgão.

Quebrou?

Ao suspeitar de fratura óssea, os médicos podem recorrer à radiografia para obter uma imagem interna do
osso lesado e verificar se foi mesmo rompido. Esse exame baseia-se na emissão de raios X, capazes de
penetrar em material sólido. A parte do corpo examinada é colocada entre um filme sensível a raios X e uma
fonte dessa radiação. Materiais mais densos, como os ossos, absorvem mais radiação do que aqueles menos
densos, como a pele, por exemplo. As porções mais escuras da imagem gerada correspondem aos materiais
mais densos.
Fig. 2 (p. 128)
Scott Camazine/Photo Researchers, Inc./Latinstock
Radiografia de osso do braço fraturado.
Página 129

Medula óssea

Alguns ossos são preenchidos pela medula óssea, que pode ser vermelha ou amarela. Nos adultos, a medula
óssea vermelha forma-se nas extremidades dos ossos longos, como as costelas, o fêmur e o úmero. Nela
ocorre a produção de componentes do sangue, como as hemácias, as plaquetas e os glóbulos brancos. A
medula óssea amarela, presente na região intermediária dos ossos, armazena gordura.

O sistema esquelético é responsável pelas tarefas de sustentação, proteção, realização de movimentos,


produção de componentes do sangue e armazenamento de substâncias.

Fig. 1 (p. 129)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Representação em corte parcial do úmero, osso do braço, que permite visualizar suas estruturas internas.
(Cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 118.
medula óssea vermelha
tecido ósseo esponjoso
tecido ósseo compacto
cavidade medular (contém a medula óssea amarela)

Articulações
A região de contato entre dois ossos ou entre a cartilagem e os ossos é denominada articulação.

As articulações podem ser imóveis, semimóveis e móveis. Os ossos do crânio, por exemplo, ligam-se por
articulações imóveis. A ligação entre as vértebras é feita por articulações semimóveis, que permitem
movimentos restritos, enquanto o joelho constitui um exemplo de articulação móvel, que permite
movimentos amplos.

Em algumas articulações, os ossos são cobertos por cartilagem, que os protege contra o atrito e o desgaste.
O líquido sinovial, além de auxiliar nessa proteção, facilita os movimentos ao lubrificar as extremidades
dos ossos.

Os ligamentos são fibras fortes e resistentes que mantêm os ossos e as articulações no lugar.

Fig. 2 (p. 129)


Vagner Coelho/ID/BR
goa novi/Shutterstock.com/ID/BR
Articulação do joelho em vista lateral. A patela está localizada na face anterior do joelho. (Representação sem
proporção de tamanho; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 168.
fêmur (osso da coxa)
ligamento
cartilagens
tíbia
patela
líquido sinovial
Página 130

Os cuidados com a postura


É relativamente comum entre jovens e adolescentes problemas de desvios de coluna associados, por
exemplo, à má postura ou ao uso incorreto de mochilas escolares, ou a ambas as causas.

A mochila escolar pode ser uma grande vilã para a coluna vertebral. Se ela estiver muito pesada ou for
carregada de forma incorreta, podem ocorrer dores nas costas ou até desvios na coluna vertebral.

As pessoas que se sentam de forma inadequada, sem o cuidado de manter a coluna ereta, também estão
sujeitas a esses problemas de saúde.

Para evitar desvios na coluna vertebral, você deve carregar no máximo 10% de sua própria massa corpórea
nas costas, com a mochila bem ajustada e sustentada pelos dois ombros. Uma pessoa de 50 quilogramas pode
levar uma mochila com até 5 quilogramas.

Se a mochila estiver apoiada apenas em um dos ombros, a repetição dessa postura inadequada pode causar
escoliose – uma curvatura lateral da coluna vertebral. Se ela for posicionada na frente do corpo, a pessoa
corre o risco de ter cifose, ou seja, um desvio acentuado na região superior da coluna. A hiperlordose –
desvio acentuado na região inferior (lombar) da coluna vertebral – pode ser induzida pelo ajuste malfeito da
mochila.

Fig. 1 (p. 130)


Fernando Favoretto/ID/BR
Exemplo de forma correta de carregar a mochila.

Fig. 2 (p. 130)


Reinaldo Vignati/ID/BR
Algumas deformações às quais a coluna vertebral está sujeita. (Representações sem proporção de tamanho;
cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: Projete Liberdade Capoeira. Disponível em: <http://projeteliberdadecapoeira.com.br/textos/desvios-posturais-
da-coluna-vertebral/>. Acesso em: 10 fev. 2015.
posição normal
escoliose
posição normal
cifose
hiperlordose

Outros cuidados com o sistema esquelético incluem: o controle da massa corporal; sentar-se com as costas
apoiadas no encosto da cadeira, os dois pés apoiados no chão (ou em algum suporte) e a coluna formando um
ângulo reto com as coxas.

Fig. 3 (p. 130)


André Ceolin/ID/BR
Para evitar lesões, sente-se sempre de forma adequada.

Verifique o que aprendeu

1. Cite três funções do sistema esquelético.

2. Como é a estrutura de um osso?

3. Qual é a função das articulações?

4. Uma mochila com peso excessivo carregada frequentemente na frente do corpo pode causar que tipo de
problema na coluna?
Página 131

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. A imagem ao lado mostra a radiografia de parte do corpo de uma mulher de 55 anos. A coloração vermelha
aplicada destaca uma doença. Observe a imagem e responda às questões.

Fig. 1 (p. 131)


Scott Camazine/Photo Researchers/Latinstock
Esta radiografia mostra grave degeneração artrítica (pontos colorizados artificialmente com vermelho).
A
B

a) Qual parte do corpo humano foi radiografada?

b) O que chama a sua atenção no exame?

c) No caderno, escreva o nome das estruturas identificadas em A e B.

d) A paciente sofre de artrite, uma doença que afeta as articulações dos ossos e provoca muita dor. Que tipo
de limitações a doença possivelmente impõe a seus pacientes?

2. Se os ossos são estruturas resistentes e, entre outras funções, conferem sustentação ao corpo, parece
coerente esses órgãos possuírem células responsáveis pela digestão dos componentes ósseos? Explique.

3. Que providências garantem a regeneração de um osso fraturado?

4. Além da gordura, os ossos armazenam outras substâncias. Quais são elas e qual é a importância desse
armazenamento?

5. Na natureza, existem seres vivos que apresentam esqueleto externo, como os moluscos (por exemplo, as
ostras) e os insetos (por exemplo, as formigas).

Fig. 2 (p. 131)


Jacqui Hurst/Corbis/Latinstock
Conchas de ostras.
5-6 cm

Fig. 3 (p. 131)


Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Formiga.
1,5-2 cm

Mas há também aqueles que têm esqueleto interno, como os seres humanos, as aves e os sapos. Pesquise e
responda.

a) Entre todas as funções do esqueleto humano, quais também valem para animais com esqueleto externo?

b) Você concorda com a afirmação a seguir?

Os ossos são partes mortas dentro do corpo humano, como as conchas dos moluscos bivalves.

6. O ex-jogador de futebol Ronaldo, conhecido como Fenômeno, rompeu os ligamentos do joelho três vezes
em sua carreira.

a) O que são os ligamentos e qual é sua função?

b) Você sabe quais são as consequências do rompimento dos ligamentos do joelho?


c) As articulações do joelho são móveis. Cite duas outras articulações móveis do corpo.
Página 132

MÓDULO 2 - Sistema muscular


O sistema musculoesquelético, formado por ossos, músculos e articulações, é responsável
pela movimentação corporal. Além de participar da movimentação e sustentação das
estruturas corporais, o tecido muscular também movimenta substâncias no interior do
corpo, regula o volume dos órgãos e produz calor.

A unidade funcional dos músculos


Os músculos são formados por células alongadas chamadas fibras musculares ou miócitos. Elas são
capazes de realizar movimentos de contração e distensão. Quando um conjunto de fibras musculares se
contrai, o músculo se contrai simultaneamente.

As fibras musculares se contraem devido à ação de duas proteínas: a actina e a miosina, que estão
dispostas em filamentos. Os filamentos de actina deslizam sobre os filamentos de miosina, provocando o
encurtamento das fibras musculares e, consequentemente, a contração do músculo. Acompanhe esse
mecanismo na figura a seguir.

Fig. 1 (p. 132)


Vagner Coelho/ID/BR
Ação da actina e da miosina durante o relaxamento (A) e a contração (B) da fibra muscular. (Representação
com imagens sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
A
miosina
actina
B
Fonte de pesquisa: Arthur C. Guyton e John E. Hall. Textbook of Medical Physiology. Elsevier Saunders: Pennsylvania, 2006. 11. ed.
p. 73.

Para que o movimento ocorra, as duas extremidades dos músculos devem estar presas a um órgão interno ou
aos ossos.

Essa ligação é feita por meio de um tecido fibroso chamado tendão. Alguns tendões podem ser facilmente
percebidos, como o tendão calcâneo, localizado acima do calcanhar, que atua na movimentação dos pés.

Fig. 2 (p. 132)


Edilson Bilas/ID/BR
Representação de um tipo de músculo, o músculo esquelético, mostrando sua ligação ao osso por meio do
tendão. (Imagem sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 176.
osso
tendão
músculo
feixe de fibras
fibra muscular

O ponto fraco de Aquiles

Fig. 3 (p. 132)


Rmedvid/Dreamstime.com/ID/BR

O grosso tendão que fica acima dos calcanhares antigamente era chamado de “tendão de Aquiles”. Ele tinha
esse nome por causa do herói grego Aquiles (representação artística acima), que era considerado
invulnerável até ser atingido por uma flecha em seu ponto fraco: o calcanhar.

Atualmente, esse tendão é chamado de tendão calcâneo.


Página 133

Tipos de músculo
As contrações musculares, iniciadas por comandos do sistema nervoso, geram os movimentos do corpo.
Esses movimentos podem ser divididos em voluntários e involuntários.

Os movimentos voluntários são aqueles que podemos controlar conscientemente. Eles são realizados pelos
músculos estriados esqueléticos. Os movimentos involuntários são aqueles que não podemos controlar.
Eles são realizados pelos músculos não estriados e pelos músculos estriados cardíacos.

Os músculos não estriados promovem movimentos de órgãos internos, como o aumento ou a diminuição do
volume da bexiga, mas também de outras estruturas, como a abertura e o fechamento das pupilas dos olhos.

Os músculos estriados cardíacos contraem o coração, que impulsiona o sangue pelo sistema cardiovascular.

Fig. 1 (p. 133)


Domenico Gelermo/Dreamstime.com/ID/BR
Kevin Curtis/SPL/Latinstock
John Verner/iStock/Getty Images
A pupila dilata-se ou se contrai pela ação de músculos não estriados; o coração é um músculo estriado
cardíaco; o bíceps é um exemplo de músculo estriado esquelético.

Impulsionando as substâncias

As paredes dos vasos sanguíneos são recobertas por músculos não estriados, que controlam o diâmetro
desses vasos, regulando o fluxo de sangue que passa por eles.

A parede de órgãos do sistema digestório também é formada por músculos não estriados, cujas contrações
empurram o alimento ao longo do trato gastrintestinal.

A produção dos movimentos voluntários


A capacidade de contração dos músculos, por si, nem sempre é suficiente para gerar movimento. No caso dos
músculos estriados esqueléticos, é preciso que cada uma de suas extremidades esteja presa a um tendão, que,
por sua vez, estará ligado a um osso. Um dos ossos será um apoio relativamente fixo ao músculo, enquanto o
outro vai se mover em resposta à contração muscular. Esses ossos podem estar unidos por uma ou mais
articulações, formando uma alavanca.

Por exemplo, o movimento do antebraço na direção do corpo está relacionado a um músculo denominado
bíceps braquial. Esse músculo liga-se a um osso chamado escápula e, na região do cotovelo, a um dos
ossos do antebraço. Quando contraímos o bíceps braquial, o antebraço se levanta.

Os músculos produzem força apenas quando são contraídos, mas não quando relaxados. Sendo assim, para
que o braço volte à posição original, teremos de contrair outro músculo: o tríceps braquial.

GLOSSÁRIO

Alavanca: dispositivo que, a partir de um ponto de apoio, torna certos movimentos mais fáceis.

Fig. 2 (p. 133)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Representação da ação de dois músculos do braço: o bíceps e o tríceps. O bíceps e o tríceps agem de forma
conjunta e contrária: quando um está contraído, o outro está relaxado. Por isso, denominamos esses dois
músculos de antagonistas. (Cores-fantasia.)
escápula
tendão
tríceps braquial relaxado
bíceps braquial contraído
tendão
osso do braço
tríceps braquial contraído
bíceps braquial relaxado
osso do antebraço
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 11.
Página 134

A importância dos exercícios físicos


Muitos são os benefícios decorrentes da prática de atividades físicas regulares. Os exercícios físicos
aumentam o volume das fibras musculares e a força com a qual elas podem se contrair, e músculos
desenvolvidos estão menos sujeitos a sofrer lesões e a apresentar problemas motores. Quem se exercita
colabora com a saúde de seu sistema cardiovascular, particularmente do coração, que bate com mais força e
menor frequência. A capacidade respiratória dos pulmões também aumenta, melhorando o fôlego.

Fazer exercícios também contribui para a saúde mental, diminuindo o estresse e prevenindo a depressão.

Fig. 1 (p. 134)


Alberto Pomares/iStock/Getty Images
Zsuzsanna vanHuuksloot/iStock/Getty Images
Exercícios físicos regulares melhoram o desempenho muscular e a saúde física e mental.

Para praticar atividades físicas, o ideal é ter a orientação e o acompanhamento de um profissional da área,
que está apto a avaliar as potencialidades e eventuais limitações de cada pessoa e também é capaz de sugerir
exercícios adaptados, se preciso.

Saúde e padrões de beleza


O conceito de saúde não se resume à aparência corporal. Entretanto, a boa saúde depende, sim, de cuidados
com o corpo, o que inclui, sobretudo, alimentação saudável, prática de exercícios físicos e cuidados com a
higiene corporal, bem como as vacinas recomendadas pelos órgãos de saúde e outros meios de prevenção de
doenças, como as decorrentes do fumo e do consumo de bebidas alcoólicas.

A boa saúde, entretanto, vai muito além desses cuidados, pois inclui também questões ligadas a fatores
sociais e mentais, como:

• o reconhecimento e respeito à cultura de cada pessoa: suas tradições e os valores de sua comunidade;

• a qualidade do ambiente em que se vive (da água, do ar e do solo) e o acesso a esgoto tratado, meios de
transporte, postos de saúde, hospitais e escolas;

• a disponibilidade de opções de lazer e descanso e o acesso a parques públicos, museus e teatros.

Ter amigos, manter bom relacionamento com a família, saber aceitar diferentes opiniões também são
elementos que contribuem para uma vida sadia.

Quem tem saúde?

Saúde vai além de não ter doenças. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é “o estado de
completo bem-estar físico, mental e social”.

I. O que você acha da definição de saúde dada pela OMS? Explique.

II. A Constituição brasileira garante que a saúde é um dever do Estado. O que isso significa? Explique.

Verifique o que aprendeu

1. O que acontece com o tamanho de um músculo quando ele se contrai? Explique como a actina e a miosina
participam desse processo.

2. Utilize os termos músculo, osso, tendão e articulação para exemplificar um movimento corporal
produzido a partir da contração de um músculo estriado esquelético.
Página 135

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. A figura a seguir mostra dois músculos antagonistas do corpo humano. Responda ao que se pede.

Fig. 1 (p. 135)


Luis Moura/ID/BR
(Cores-fantasia.)

a) O que quer dizer “músculos antagonistas”?

b) Dê o nome de dois músculos que funcionam dessa maneira.

2. No caderno, organize um quadro ou uma tabela que associe os órgãos ou estruturas abaixo com os
respectivos tipos de músculo.

Órgãos ou estruturas: coração; estômago; músculos abdominais; músculos que abrem e fecham a pupila;
bíceps; intestino grosso.

Tipos de músculo: músculo não estriado; músculo estriado cardíaco; músculo estriado esquelético.

3. Cite alguns exemplos de efeitos benéficos dos exercícios físicos para a saúde.

4. Leia o texto abaixo e responda às questões.

Expressões faciais não são universais

Para muitos pesquisadores, a capacidade de interpretar expressões faciais tem origem evolutiva, o que
significaria que elas seriam algo como uma “língua universal”. Mas um estudo feito na Universidade de
Glasgow, Escócia, mostrou que não é bem assim. O trabalho, publicado pela American Psychological
Association, revelou que povos de diferentes culturas não interpretam expressões faciais de alegria, tristeza
ou raiva da mesma maneira: as características levadas em conta para determinar as emoções que o rosto
expressa são diferentes.

Na pesquisa, 15 chineses e 15 caucasianos que vivem em Glasgow tiveram que classificar como feliz, triste,
surpreso, com medo, com nojo ou com raiva os rostos com expressão neutra que foram previamente
alterados em um computador. As respostas permitiram aos pesquisadores identificar os recursos expressivos
faciais que os participantes associavam a cada emoção.

O resultado revelou que os chineses levavam mais em conta os olhos para determinar o que diziam as
expressões, enquanto os ocidentais caucasianos davam mais importância para a boca e as sobrancelhas. Os
pesquisadores concluíram, assim, que a cultura influencia e modela a representação mental de expressões
faciais comuns. [...]

[...]

Disponível em: <http://super.abril.com.br/blogs/como-pessoas-funcionam/expressoes-faciais-nao-sao-


universais/>. Acesso em: 11 dez. 2014.

a) As expressões faciais são movimentos voluntários ou involuntários? Qual tipo de músculo as controla?

b) O que a pesquisa revelou e quais são as implicações desse resultado nas relações sociais?
Página 136

CIÊNCIA À MÃO
A movimentação do braço e do antebraço

Para começar

O sistema musculoesquelético é responsável pela movimentação corporal. Ossos, músculos e articulações


atuam em conjunto, conferindo sustentação e mobilidade ao corpo. Nesta atividade, você vai construir um
modelo que representa o braço e o antebraço.

• O que é um modelo e por que eles são importantes na compreensão de assuntos investigados?

Material
• lápis preto
• régua de 30 cm
• uma folha de cartolina
• tesoura com pontas arredondadas
• fita adesiva
• massa de modelar
• clipe grande de papel
• barbante

Fig. 1 (p. 136)


Fernando Favoretto/ID/BR

Procedimento

1 Forme grupos com três ou quatro colegas para a construção do modelo.

2 Use o lápis e a régua para delimitar três quadrados na cartolina. Dois deles devem ter a mesma medida do
comprimento do antebraço; a medida do outro quadrado deve corresponder ao comprimento do braço,
conforme mostrado no esquema abaixo.

Fig. 2 (p. 136)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Dois quadrados de cartolina devem ter a medida do comprimento do antebraço; um deles, a medida do
comprimento do braço.
antebraço
braço

3 Recorte os quadrados e enrole-os, formando três cilindros finos (de mesmo diâmetro), os quais devem ser
presos com a fita adesiva.

4 Use a massa de modelar como apoio para furar, com o lápis, uma das extremidades dos três tubos de
cartolina. Depois, passe por eles o clipe aberto (cuidado para não se machucar ao abri-lo!), conforme
mostrado no esquema a seguir.
Página 137

Fig. 1 (p. 137)


Luis Moura/ID/BR
clipe aberto
fita adesiva
cilindros que representam o antebraço
cilindro que representa o braço

5 Una as extremidades livres dos tubos de papel que representam o antebraço com fita adesiva.

6 Manipule o modelo, simulando a movimentação do braço e do antebraço.

7 Agora, utilize um pedaço de barbante para simular o bíceps braquial, músculo que movimenta o antebraço
em direção ao seu corpo. Esse músculo prende-se à escápula (osso que não foi representado no modelo) e a
um dos ossos do antebraço. Como uma simplificação do modelo, amarre uma das pontas do barbante na
extremidade do cilindro que representa o braço, na região correspondente ao ombro, e a outra ponta, na
extremidade de um dos cilindros que representam o antebraço, na região correspondente ao cotovelo. O
barbante deve ficar bem esticado depois de preso.

8 Confira como é preciso manipular o barbante para simular a movimentação do antebraço em direção ao
braço.

Questões para discussão e avaliação

1. A quais partes do corpo correspondem os cilindros de papel, o clipe e o barbante?

2. Você utilizou um pedaço de barbante para representar um músculo e observou o que acontece com o fio
durante a movimentação do antebraço. Descreva uma limitação da representação do bíceps, ou seja, uma
condição observada durante a contração desse músculo no corpo humano e que não é respeitada no modelo.

3. Que material poderia ser utilizado no lugar do barbante para corrigir essa limitação do modelo?

4. A articulação do modelo também apresenta uma limitação de representação. Discuta essa limitação.

5. Consulte a imagem da página 128 para identificar o nome dos ossos representados nesse modelo.

Comunicação dos resultados

Escreva um relatório sobre esta atividade com as seguintes partes: 1) uma pequena introdução sobre os
sistemas esquelético e muscular; 2) uma explicação sobre o modelo construído e os materiais utilizados; 3)
uma discussão sobre a função dos modelos científicos e suas limitações.

Se você tiver acesso a um computador, digite o seu relatório utilizando um programa de editor de textos.
Página 138

LENDO CIÊNCIAS
ANTES DE LE R

•.Para você, o uso de exoesqueletos tão sofisticados quanto os mostrados em filmes é uma realidade próxima
ou ainda muito distante? Por quê?

O homem-máquina

Próteses para amputados e exoesqueletos retomam o ideal do ciborgue

Uma pesquisa de doutorado [...] sugere que a ideia do ciborgue, híbrido de homem e máquina que seria
capaz de extrapolar limites biológicos, foi apropriada pelo imaginário acerca das tecnologias que buscam
reabilitar pessoas com membros amputados e vítimas de lesões na medula óssea [...]

Quando desenhou o projeto do doutorado, Joon [Ho Kim] propôs-se a analisar duas categorias: os
amputados e as pessoas que receberam órgãos transplantados. “Numa delas, trata-se de agregar ao corpo
máquinas ou artefatos produzidos para substituir funções orgânicas. Já a outra envolve uma espécie de
mistura de corpos, em que se usam órgãos de um corpo como peças de reposição para outros corpos”, afirma.

[...] Vários [amputados] exibem as próteses com orgulho, em vez de escondê-las, como era comum no
passado. [...] “E ganha cada vez mais projeção na mídia a imagem de amputados estereotipados com a
realização do sonho do ciborgue: o corpo orgânico potencializado com sua hibridação com sistemas
cibernéticos.”

[...]

A situação é bem diferente no caso das pessoas com lesões medulares. Elas seguem dependentes de cadeiras
de rodas e a maioria das poucas tecnologias disponíveis não se mostrou capaz, ainda, de aliviar uma série de
efeitos colaterais decorrentes da paralisia [...] A tecnologia dos exoesqueletos robóticos, ainda em
desenvolvimento, encarna uma promessa de reabilitação similar à das próteses dos amputados, mas por
enquanto se trata apenas de uma promessa. [...]

Fabrício Marques. O homem-máquina. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/12/29/o-


homem-maquina/>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Fig. 1 (p. 138)


Reginaldo Castro/Estadão Conteúdo
Pessoa com lesão medular usa exoesqueleto desenvolvido por cientistas brasileiros para dar o pontapé inicial
da Copa do Mundo de futebol no Brasil, em 2014. Apesar dos avanços tecnológicos, a mobilidade de uma
pessoa que sofreu lesão na medula é bem menor que a de um amputado que usa uma prótese de última
geração.

De olho no texto

1. Em sua pesquisa, Joon Ho Kim constatou situações diferentes entre pessoas que perderam membros do
corpo e as que sofreram lesões medulares. Explique a constatação feita pelo antropólogo.

2. Para você, algum dia os exoesqueletos poderão ser tão sofisticados ao ponto de beneficiarem todas as
pessoas? Quais os prós e os contras dessa nova realidade?
Página 139

QUESTÕES GLOBAIS
Responda sempre no caderno.

1. A água-viva apresenta aspectos bem diferentes dentro e fora da água, como mostrado nas fotografias
abaixo.

Fig. 1 (p. 139)


Feng Yu/Dreamstime.com/ID/BR
Gavril Margittai/Dreamstime.com/ID/BR
À esquerda, água-viva dentro da água e, à direita, fora dela.
20 cm

a) Em qual ambiente o corpo da água-viva parece ter mais sustentação?

b) Que estrutura, ausente na água-viva, confere sustentação aos seres humanos?

2. Você concorda com a afirmação a seguir? Por quê?

Os dedos se fecham quando seus músculos se contraem e puxam os ossos em direção à palma da mão. Para
os dedos se abrirem, os mesmos músculos empurram os ossos de volta.

3. As articulações são estruturas essenciais do sistema musculoesquelético.

a) Dê exemplos de articulações móveis.

b) O que aconteceria com nosso corpo se não houvesse articulações?

4. Observe a radiografia do tórax, ao lado.

Fig. 2 (p. 139)


Lukasz Panek/iStock/Getty Images
A
B
Radiografia do tórax.

a) Quais ossos estão identificados em A e B?

b) Os ossos identificados em A protegem quais órgãos do corpo humano?

c) Dê um exemplo de outro órgão protegido por ossos.

5. Leia a tira abaixo e responda às questões a seguir.

Fig. 3 (p. 139)


Fernando Gonsales/Acervo do artista
Fernando Gonsales.
Q1: OH! ACHO QUE QUEBREI O BRAÇO!
Q2: NÃO SE PREOCUPE! SOU SUA FADA MADRINHA E VOU USAR A VARINHA DE CONDÃO!
Q3: UMA TALA??
VOCÊ TAVA ESPERANDO O QUÊ? BONECA!

a) Qual é a função da tala?

b) Pode haver sangramento dos ossos em caso de fratura? Explique.

6. Crianças e adolescentes devem carregar, no máximo, 10% de sua própria massa corpórea nas costas para
evitar problemas de coluna vertebral.
a) Você sabe quantos quilogramas carrega na mochila?

b) O que poderia ser feito para diminuir a quantidade de material que você leva diariamente para a escola? E
que medidas poderiam ser tomadas para que você não tivesse que carregar tanta massa?
Página 140

QUESTÕES GLOBAIS

7. Observe as duas fotografias ao lado e descreva o que há de errado em cada uma delas em relação à postura.
A coluna vertebral dessas pessoas está sujeita a que tipo de danos? Qual cuidado deve ser observado em cada
uma das situações para evitar lesões na coluna?

Fig. 1 (p. 140)


Hemera Technologies/Thinkstock/Getty Images
Grafoo/Dreamstime.com/ID/BR

8. Antes de responder às questões abaixo, observe as figuras e leia as recomendações sobre a postura correta
ao sentar-se e ao trabalhar no computador.

Fig. 2 (p. 140)


Ilustrações: Marília Pirilo/ID/BR

• O encosto da cadeira deve apoiar a parte inferior das costas.

• As coxas ficam paralelas ao chão.

• Os pés ficam apoiados no piso ou sobre um suporte.

• O topo do monitor deve estar na mesma direção que o nível horizontal dos olhos do usuário, ou abaixo
desse nível.

• O tronco não deve estar inclinado para a frente.

a) Avalie se as situações mostradas nas figuras representam posturas corporais adequadas.

b) Avalie se você adota essas recomendações em seu dia a dia. Verifique se há modificações que poderiam ser
feitas, seja no ambiente escolar ou em sua casa, que o ajudariam a manter sua saúde e sua postura corporal.
Registre seus achados em um texto.

Autoavaliação

I. Os estudos deste capítulo esclareceram a importância do sistema musculoesquelético para a realização de


movimentos coordenados?

II. Os músculos não estriados e estriados cardíacos atuam de forma involuntária em nosso organismo,
enquanto os estriados esqueléticos atuam de forma voluntária. Você agora se sente mais seguro para falar
sobre esses diferentes tipos de músculos?

III. A leitura deste capítulo levou você a repensar sua postura ao sentar-se para estudar ou usar o
computador? Sua mochila escolar é transportada de forma adequada e a massa dela não ultrapassa os 10% de
sua massa corpórea?

IV. Você realiza exercícios físicos regularmente e com acompanhamento médico ou as atividades físicas não
fazem parte de seu cotidiano? O que precisa (ou não) mudar?
Página 141

PARA SABER MAIS


Livros

Aprendendo sobre o corpo humano. São Paulo: Ciranda Cultural, 2009 (Coleção Aprendendo Sobre).

Livro de perguntas e respostas, repleto de imagens. São mais de 70 perguntas sobre cada um dos temas
abordados.

Como o corpo funciona, de David Macaulay. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.

Fig. 1 (p. 141)


WMF Martins Fontes/Arquivo da editora
COMO O CORPO FUNCIONA

O autor apresenta, em sete seções, uma viagem ilustrada através do corpo humano, das células até os
sistemas formados por elas. Composta de páginas duplas, a obra oferece diversos aspectos da estrutura
humana, a fim de formar um panorama das relações entre o funcionamento do corpo e o mundo externo.

O corpo humano: descobertas fantásticas: um guia interativo das funções internas do corpo,
de Steve Parker. São Paulo: Ciranda Cultural, 2009.

Fig. 2 (p. 141)


Ciranda Cultural/Arquivo da editora
O CORPO HUMANO

O leitor é convidado a fazer uma viagem interativa em 3D através do corpo humano e descobrir por que os
ossos são mais fortes que o aço, como o sangue flui através do corpo, como o encéfalo controla tudo o que se
pensa, sente e faz, e muito mais.

Sites

Portal da Saúde

<http://portal.saude.gov.br/saude>

O site do Ministério da Saúde traz diversas informações sobre campanhas, práticas de exercícios e notícias
sobre atividade física e saúde.

Projeto Homem Virtual

<http://projetohomemvirtual.org.br/portal/index.php/2012/02/22/locomocao/>

Fig. 3 (p. 141)


Disponível em: <http://projetohomemvirtual.org.br/portal/index.php/2012/02/22/locomocao/>. Acesso em: 18 mar. 2015.
Homem Virtual

O Projeto Homem Virtual, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, aliado a projetos de
diversas áreas, consiste no desenvolvimento de imagens tridimensionais das estruturas do corpo humano,
utilizando recursos da computação gráfica. Imagens dinâmicas reproduzem os componentes do nosso
organismo, de moléculas a músculos, e apresentam o conhecimento científico de maneira objetiva, simples e
rápida. Nesse link, há também animação sobre locomoção. Assista também a “Locomoção e cuidados com
deficiência física”.

Acessos em: 15 dez. 2014.

Filme

Murderball: paixão e glória. Direção: Henry Alex Rubin e Dana Adam Shapiro. Estados Unidos, 2005.
Fig. 4 (p. 141)
Paramount Pictures/ID/BR
MURDERBALL

Documentário que mostra histórias de pessoas que conseguiram superar suas deficiências físicas com a ajuda
do esporte. Paralelamente, conhecemos as lutas individuais dos protagonistas: um jovem que busca redenção
com a experiência do acidente que o feriu; um jogador aposentado que passa a treinar o time do Canadá; e
um jovem recém-incapacitado que busca esperança no esporte. Temas como sexualidade e convivência com a
sociedade também são abordados, à medida que entendemos que sobre cadeiras de rodas vivem seres
humanos dignos e capacitados.
Página 142

INTERLIGADOS
Promoção da saúde na escola e na comunidade

Objetivo

Nesta atividade, seu grupo vai entrevistar pessoas da escola e da comunidade para descobrir o que elas
sabem sobre saúde. Depois, reunindo os dados coletados por todos os grupos, a classe deverá elaborar
panfletos dobráveis (fôlderes) com dicas para a promoção da saúde das pessoas.

Planejamento

Organização da classe

• A turma será dividida em seis grupos. Converse com o professor e os colegas sobre a melhor forma de fazer
essa divisão. Depois, reúna-se com seu grupo e siga as instruções abaixo.

Fig. 1 (p. 142)


Marília Pirilo/ID/BR

Para começar

O conceito de saúde engloba fatores físicos, mais diretamente relacionados ao corpo, e também fatores
sociais e mentais. Elaborem uma entrevista com dez questões que investiguem o que as pessoas da sua escola
e de sua comunidade pensam sobre esse assunto.

Sob a orientação do professor, cada grupo deve elaborar questões sobre o tema:

• O que as pessoas acham que é saúde?

• Elas reconhecem que fatores mentais, como se sentir bem entre os amigos ou se sentir acolhido pela
família, influenciam na boa saúde?

• Como, na opinião delas, a qualidade da água, do ar e do solo pode contribuir para a saúde?

• Elas fazem exercícios físicos regularmente e têm acesso a alimentação adequada?

• Elas sofrem de alguma doença e, nesse caso, buscam tratamento? Como? Etc.

Todos os grupos deverão fazer uma seleção das dez questões mais interessantes, lembrando que o objetivo da
entrevista é avaliar o que as pessoas pensam sobre saúde, identificar os fatores que as deixam mais saudáveis
e os que as deixam menos saudáveis. As dez questões selecionadas deverão ser usadas por todos os grupos
para compor o questionário de entrevista das pessoas da escola e da comunidade em seu entorno.

Procedimento

Fazendo as entrevistas

1. Abordem as pessoas da escola e da comunidade de maneira gentil. Por exemplo, ao iniciar a entrevista,
cumprimentem as pessoas com um bom-dia, uma boa-tarde, etc., peçam sempre “por favor” e, ao encerrar a
entrevista, não se esqueçam de agradecer e se despedir.

2. Expliquem que vocês estão fazendo a entrevista para a escola e que os resultados vão ajudar sua classe a
produzir um panfleto com dicas de saúde para a comunidade.

3. Anotem as respostas de maneira organizada para que vocês tenham facilidade em rever e analisar os
dados coletados nas entrevistas para direcionar a produção dos panfletos.

Analisando os resultados
1. Analisem as respostas dadas pelos entrevistados, relendo as anotações feitas por vocês.

2. Para facilitar a avaliação, organizem as respostas das perguntas em quatro categorias:

Saúde (o que as pessoas pensam ser saúde e se elas se consideram pessoas sadias).

Fatores sociais (o que as pessoas acham da influência de fatores sociais sobre a saúde, como o acesso a boas
escolas, hospitais, centros de diversão e descanso, qualidade da água, do ar e do solo, etc.).
Página 143

Fatores mentais (o que as pessoas acham da influência de fatores mentais sobre a saúde, como o bom
relacionamento com amigos e parentes e a participação em comunidades, como a do seu bairro, da sua
escola, da sua igreja, etc.).

Fatores físicos e biológicos (o que as pessoas acham da influência de fatores físicos e biológicos sobre a saúde,
como a ausência de doenças, a prática de exercícios físicos, alimentação saudável, etc.).

3. Indiquem as respostas que aparecem com mais frequência em cada uma das quatro categorias.

4. Identifiquem, nas respostas, quais são as principais necessidades da comunidade, ou seja, que fatores
devem ser melhorados para que as pessoas da comunidade se sintam completamente saudáveis.

5. Identifiquem, também, os fatores em relação aos quais as pessoas estão satisfeitas, ou seja, em que fatores
elas já se sentem completamente saudáveis.

Produzindo o panfleto

• Sob orientação do professor, cada grupo apresenta oralmente sua análise.

• Com base nas descobertas da turma, e com o auxílio do professor, vocês deverão produzir um panfleto com
informações sobre como as pessoas podem agir, tanto individual como coletivamente, para melhorar a
própria saúde e a da comunidade. Busquem informações sobre como governos, empresas e outros grupos
sociais podem contribuir para a melhoria da saúde das pessoas. Se possível, incluam ilustrações e fotos.

O panfleto, único material que os participantes levarão para casa, deve conter uma síntese do que foi
apresentado na aula.

As informações podem ser apresentadas em forma de texto ou de ilustrações, fotos, esquemas e gráficos.
Também é preciso pensar na disposição das informações. Por exemplo, é mais fácil ler um panfleto feito com
uma folha de papel sulfite dobrada em três partes (como na figura abaixo) do que ler um panfleto feito em
uma folha sem dobras.

Fig. 1 (p. 143)


Studio Caparroz/ID/BR
Nome da escola, nome e turma dos alunos do grupo, nome do professor responsável
Abertura: título do panfleto, data e local da pesquisa
FRENTE
Ilustrações
VERSO

• Distribuam os panfletos em todas as áreas em que foram realizadas as entrevistas. Com certeza será muito
motivador para os que colaboraram com esta atividade descobrir que a participação deles foi importante para
a produção de um panfleto que será benéfico para toda a comunidade.

Avaliação

• Na opinião do grupo de que você participou, todos os objetivos propostos para essa atividade foram
alcançados? Os panfletos distribuídos vão ajudar as pessoas a saberem mais sobre saúde?

• A atividade desenvolvida por vocês foi bem aceita pelas pessoas ou houve muitas dificuldades para
conseguir entrevistá-las?

• Como foi o envolvimento do grupo nesse trabalho?


Página 144

CAPÍTULO 7 - Sistema nervoso e percepção


O QUE VOCÊ VAI APRENDER
• Sistema nervoso central e periférico
• Saúde do sistema nervoso
• Sistema nervoso somático e sistema nervoso autônomo
• Sistema sensorial

CONVERSE COM OS COLEGAS

Robôs que pensam e agem como seres humanos parecem histórias de ficção científica. No entanto, cientistas
estão aperfeiçoando robôs capazes de executar atividades que nunca realizaram e de aprender com suas
experiências.

Fig. 1 (p. 144)


Jean-Philippe Ksiazek/AFP
Robô faz desenho em feira de robótica em Lyon, na França, 2014.

1. Há robôs que examinam o ambiente a seu redor, coletam e organizam informações para a realização de
tarefas futuras. Os seres humanos também realizam esses processos. Quais seriam as estruturas do corpo
responsáveis por elas?

2. A tecnologia usada para criar robôs desse tipo imita o comportamento dos neurônios no cérebro. Você já
ouviu falar sobre essas células? Qual é a função delas?

3. Robôs usados nas indústrias realizam tarefas específicas com rapidez e precisão. Quais são as vantagens e
as desvantagens do uso de robôs em processos produtivos?

4. Por que há pesquisas voltadas para a criação de robôs com habilidades humanas, capazes de aprender?
Você é a favor delas ou acredita que esse tipo de pesquisa possa trazer prejuízos às pessoas?
Página 145

Os seres humanos são capazes de desenvolver um conjunto de ações ao mesmo tempo. Além disso, pensam,
adquirem novas habilidades e reagem a situações inesperadas.

Neste capítulo, você estudará o sistema nervoso e compreenderá melhor como percebemos o ambiente ao
nosso redor.
Página 146

MÓDULO 1 - Integração e coordenação de ações


Sem o funcionamento do sistema nervoso, seria impossível a qualquer pessoa perceber o
ambiente à sua volta. Ela nem mesmo perceberia o próprio corpo.

Funções do sistema nervoso


O sistema nervoso tem como funções a percepção do ambiente e do interior do corpo, a integração das
informações e com outros sistemas, como o endócrino e o musculoesquelético, e o controle das reações do
organismo.

Imagine quantas coisas devem ser coordenadas ao mesmo tempo enquanto você lê este texto. Seus olhos
captam as imagens das letras e das figuras e enviam essas informações para o cérebro. Uma parte desse
sistema interpreta as letras e forma frases coerentes, enquanto outras partes relacionam as informações
novas com o conhecimento que você já tem. Se você quiser anotar um resumo no caderno, seu cérebro deverá
selecionar os dados e enviar comandos aos músculos de sua mão.

Sem que você perceba, o sistema nervoso ainda mantém seu corpo sentado e equilibrado sobre a cadeira e
controla os demais sistemas de seu organismo, como o respiratório e o cardiovascular.

Para conseguir coordenar todas essas funções, o sistema nervoso deve mandar e receber informações de todo
o organismo por intermédio dos neurônios, células responsáveis por receber, processar e transmitir sinais
elétricos.

Bilhões de neurônios

Fig. 1 (p. 146)


CNRI/SPL/Latinstock
Fotografia de três neurônios. (Imagem obtida por microscópio eletrônico de varredura; aumento de 3600
vezes em tamanho 6 cm × 7 cm; imagem colorizada.)

Durante muito tempo, acreditou-se que existiam cerca de 100 bilhões de neurônios no sistema nervoso
humano. Dados mais recentes de contagem indicam um valor menor, em torno de 90 bilhões.

Os neurônios são as principais células do sistema nervoso e estão conectados entre si, o que lhes permite
receber e transmitir mensagens.

Cada uma das células nervosas emite prolongamentos que fazem contato tanto com os neurônios vizinhos
quanto com outros, distantes, e desse modo se organizam redes de conexão diversificadas.

As conexões estabelecidas nessas redes influenciam significativamente a maneira como o cérebro funciona.

Veja, abaixo, alguns exemplos de ações concomitantes coordenadas pelo sistema nervoso durante a leitura de
um livro.

GLOSSÁRIO

Concomitante: ao mesmo tempo.

Fig. 2 (p. 146)


Jean-Honoré Fragonard/National Gallery of Art, Washington, D.C.
A leitora, obra produzida por volta de 1770 pelo pintor francês Jean-Honoré Fragonard (1732-1806). (Óleo
sobre tela, 82 cm × 65 cm.)
Orelha
Sons do ambiente captados pelas orelhas podem prejudicar a concentração da leitora.
Cabeça
O cérebro, localizado na cabeça, é responsável pelo processamento das informações recebidas.
Mão
Sob o comando do sistema nervoso, braço e mão sustentam o livro.
Olho
A imagem das palavras no livro é captada pelos olhos e enviada para o cérebro, que interpreta essas informações.
Peito
Os batimentos contínuos do coração são controlados pelo sistema nervoso.
Página 147

Os neurônios
O sistema nervoso humano tem cerca de 90 bilhões de neurônios conectados entre si, formando uma
extensa rede, que se comunica por meio de substâncias químicas e impulsos elétricos. Os neurônios são
células do sistema nervoso responsáveis por receber, processar e transmitir informações. Cada neurônio
pode receber mensagens de milhares de outros neurônios e retransmiti-las para outros milhares dessas
células.

Os neurônios geralmente são formados por um corpo celular (que contém o núcleo); extensões finas e
ramificadas chamadas de dendritos; e um prolongamento mais espesso e alongado denominado axônio.

Os dendritos de um neurônio recebem informações de outros neurônios, as quais podem iniciar um


impulso nervoso: um sinal elétrico que percorre todo o axônio. A extremidade do axônio pode se
comunicar com os dendritos de outros neurônios, que continuam passando a informação adiante.

Fig. 1 (p. 147)


Luis Moura/ID/BR axônio
Conexão de dois neurônios durante a transmissão de um impulso nervoso. (Representação simplificada e
sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. Tortora; S. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2006. p.
233.
corpo celular
axônio
terminação do axônio
conexão entre dois neurônios
dendritos

Os neurônios podem receber informações de outros neurônios ou de órgãos e podem levar informações para
outros neurônios ou para outras células, como as musculares ou as glandulares.

As células gliais

Durante um século se acreditou que as células gliais atuavam como coadjuvantes dos neurônios, mantendo-
os unidos, nutrindo-os e protegendo-os. No final do século XX, no entanto, experimentos conduzidos por
cientistas revelaram outras funções exercidas por essas células, e, finalmente, no século XXI, verificou-se o
estabelecimento de conexões entre neurônios e células gliais. Esses achados modificaram profundamente a
visão que se tinha do sistema nervoso e demonstraram que tanto neurônios quanto células gliais fazem
conexões neurais e processam informações.

Funções das células gliais

Fig. 2 (p. 147)


Prof. P. Motta/Dept. of Anatomy/University La Sapienza, Roma/SPL/Latinstock
Fotografia de neurônios (estruturas maiores acinzentadas) e células gliais (vermelho-alaranjadas). Os
dendritos dos neurônios aparecem como túbulos na foto. (Imagem obtida por microscópio eletrônico de
varredura; aumento de 1700 vezes em tamanho 6 cm × 7 cm; imagem colorizada.)

As funções de processamento da informação do sistema nervoso eram tradicionalmente atribuídas aos


neurônios, sendo as células gliais acessórias e responsáveis por nutrição, suporte e proteção.

Evidências mais recentes sugerem que as células gliais estejam envolvidas em funções como a formação da
memória e da consciência.

Assim como o papel das células gliais vem sendo desvendado com novas descobertas científicas, a estimativa
da quantidade dessas células também sofreu modificações.

Tradicionalmente, acreditava-se haver cerca de dez células gliais para cada neurônio. Dados mais recentes
indicam uma proporção diferente: em torno de uma célula glial para cada neurônio.
Página 148

A comunicação entre os neurônios

O impulso nervoso que passa por um neurônio não é imediatamente transmitido para o próximo neurônio,
músculo ou órgão. Isso porque há um espaço entre eles chamado de fenda sináptica.

O impulso nervoso provoca a liberação de substâncias químicas nas fendas sinápticas. Essas substâncias são
conhecidas por neurotransmissores e permitem que a informação seja transmitida dos axônios de um
neurônio para a célula seguinte.

Quando se origina em um neurônio, o impulso nervoso se propaga até o final do axônio dessa célula. O
impulso elétrico precisa ser transmitido da célula de origem para outra; porém, uma vez que o sinal elétrico
não atravessa a fenda sináptica, a comunicação é feita por meio dos neurotransmissores.

Quando ocorre a sinapse, que é a comunicação de um neurônio com outra célula, se dá a transmissão do
impulso nervoso: os neurotransmissores liberados pela célula que está transmitindo o impulso ligam-se a
receptores localizados na membrana da segunda célula, o que pode gerar um novo impulso nervoso. Na
sinapse, a informação emitida por um neurônio pode ser transmitida a outro neurônio ou a células que não
fazem parte do sistema nervoso, como uma célula muscular ou glandular. Nas células musculares, por
exemplo, o impulso nervoso causa uma contração muscular.

Fig. 1 (p. 148)


Don W. Fawcett/Photo Researchers, Inc./Latinstock
Células musculares (vermelhas) envolvidas pelos axônios de um neurônio (verdes). (Imagem obtida por
microscópio eletrônico de varredura; ampliação de 1000 vezes em 3,5 cm; imagem colorizada.)

Fig. 2 (p. 148)


Luis Moura/ID/BR
Na sinapse, o impulso nervoso provoca a liberação de neurotransmissores (pontos vermelhos) na fenda
sináptica; isso faz a informação ser transmitida de uma célula a outra. (Representação esquemática sem
proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. Tortora; S. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed: 2006. p.
239.
impulso elétrico
axônio
neurotransmissores
fenda sináptica
recaptura de neurotransmissores
dendrito
receptores

Nem todas as moléculas de neurotransmissores liberadas pela terminação de um neurônio geram um


impulso nervoso. Alguns neurônios precisam receber neurotransmissores repetidas vezes para que isso
aconteça. Os neurotransmissores liberados durante as sinapses são recapturados pelo próprio axônio
terminal após o término da transmissão de impulsos nervosos.

Verifique o que aprendeu

1. Quais são as funções do sistema nervoso?

2. O que é neurônio? Qual é a sua função?

3. Como agem os neurotransmissores durante as sinapses?

4. Bilhões de neurônios fazem parte do sistema nervoso humano e estão conectados entre si. Você imagina
que a velocidade de transmissão de informações entre as células nervosas seja alta ou baixa? Justifique.

5. Relacione descobertas recentes sobre as células gliais à maneira como a ciência é construída.
Página 149

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. A figura abaixo é uma representação simplificada da conexão de dois neurônios durante a transmissão de
um impulso nervoso.

Fig. 1 (p. 149)


Luis Moura/ID/BR
A
B
C
D
Fonte de pesquisa: G. Tortora e S. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2006. p.
233.

a) No caderno, identifique as partes A, B, C e D.

b) Considerando o que você estudou sobre as relações estabelecidas entre os neurônios e a quantidade deles,
discuta por que essa representação simplificada não reflete o grau de complexidade do sistema nervoso.

2. Leia o texto abaixo.

Um garoto estava em pé na calçada, esperando o ônibus para voltar para casa. Enquanto observava o
trânsito, ele lembrou que era aniversário de sua irmã e decidiu comprar um presente no dia seguinte. Ele
começou a salivar ao imaginar o bolo que sua mãe iria fazer. Seu estômago roncava, e o ônibus não chegava.

Identifique no texto pelo menos cinco processos controlados pelo sistema nervoso.

3. Observe, na foto ao lado, que uma pessoa está prestes a experimentar uma sensação promovida pelo
ambiente que a cerca.

Fig. 2 (p. 149)


Artur Tomasz/iStock/Getty Images

a) Que sensação é essa?

b) Nesse exemplo, o estímulo recebido é externo. Pense em um exemplo de estímulo interno, ou seja, que
parta do interior do corpo humano.

c) Há transmissão de impulsos elétricos no sistema nervoso durante a execução da ação (aproximar o dedo
do espinho e tocá-lo)? Qual será a possível resposta do corpo a essa ação?

4. Numa rede de transmissão elétrica, a eletricidade percorre cabos que vêm da estação geradora de energia
diretamente até uma lâmpada ou um eletrodoméstico de sua casa. Às vezes, o sistema nervoso é comparado a
uma rede de transmissão elétrica. Você concorda com essa comparação? Por quê?

5. O veneno extraído da pele de alguns anfíbios é usado em dardos para caçar outros animais. Quando o
veneno penetra na pele das presas, ele bloqueia os receptores presentes nas fendas sinápticas entre
neurônios e músculos esqueléticos. Como resultado, os neurotransmissores liberados na fenda não agem. Por
que o uso do veneno facilita a captura dos animais?

Fig. 3 (p. 149)


Ryszard Laskowski/Dreamstime.com/ID/BR
Dendrobates leucomelas: sapo venenoso da família Dendrobatidae.
4 cm
Página 150

MÓDULO 2 - Organização do sistema nervoso


Para facilitar o estudo, o sistema nervoso pode ser dividido em duas partes: o sistema
nervoso central e o sistema nervoso periférico.

Sistema nervoso central


O sistema nervoso central compreende os órgãos de comando nervoso do organismo. É composto do
encéfalo e da medula espinal.

Encéfalo

Dentro do crânio fica a principal estrutura do nosso sistema nervoso: o encéfalo. Esse órgão é o centro
integrador das informações percebidas pelo corpo e o centro das tomadas de decisão voluntárias e ações
involuntárias. O equilíbrio e o domínio acurado do movimento dos músculos também são controlados no
encéfalo.

O encéfalo é formado pelo cérebro, que ocupa a maior parte do crânio; pelo cerebelo, que fica logo abaixo
do cérebro; e pelo tronco encefálico, que fica à frente do cerebelo, abaixo do cérebro. Cada parte regula e
controla funções específicas do encéfalo.

Fig. 1 (p. 150)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Encéfalo e parte da medula espinal de um ser humano. (Representação em corte e em cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. v. 1. p. 284 e 324.
cerebelo
tronco encefálico
medula espinal
cérebro

O processamento das informações e as tomadas de decisão ocorrem no cérebro, que coordena também as
atividades de aprendizado, memória, emoções, pensamento, criatividade, movimento e linguagem. O cérebro
também recebe e interpreta as informações da visão, da audição, do olfato, da gustação e do tato.

O cerebelo controla o equilíbrio e a postura corporal e coordena movimentos habilidosos, como aqueles
requeridos ao andar de bicicleta ou praticar malabarismos.

Além de decisões voluntárias, como abrir a porta, o encéfalo toma decisões involuntárias que você pode não
perceber, como controlar os batimentos do coração e a frequência respiratória. Essas decisões vitais são
tomadas no tronco encefálico, que também funciona como ponte de comunicação entre a medula espinal e o
cérebro.

Proteção para o encéfalo e a medula espinal

Fig. 2 (p. 150)


Meninges do sistema nervoso central. (Representação sem proporção de tamanho; cores-fantasia.)
Luis Moura/ID/BR
pele
osso
três meninges
cérebro

Além de protegido pelo crânio e pela coluna vertebral, o sistema nervoso central também é envolvido por três
membranas chamadas meninges. A inflamação das meninges, que pode ser causada por vírus e bactérias, é
chamada meningite.
Página 151

Medula espinal

Dentro da coluna vertebral passa um cordão de tecido nervoso, a medula espinal. Assim como o crânio
protege o encéfalo de danos mecânicos, a coluna vertebral protege a medula espinal.

A medula espinal reúne as informações sensoriais do corpo e as leva para o cérebro, além de distribuir as
informações vindas do cérebro pelo corpo. Isso é feito por 31 pares de nervos medulares que partem da
medula para diversas partes do nosso corpo. Esses nervos integram o sistema nervoso periférico.

Se a medula espinal for lesionada em algum acidente, a comunicação de partes do corpo com o cérebro pode
ser interrompida, causando perda de sensibilidade ou dos movimentos do corpo.

Fig. 1 (p. 151)


Anatomical Travelogue/Photo Researchers, Inc./Latinstock
Figura de vértebra da coluna em corte mostra a medula espinal acomodada no interior do canal vertebral.
(Cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. Tortora; S. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2006. p.
137.
nervo
medula espinal

Nervos aos pares e muita informação

Os 31 pares de nervos medulares são divididos de acordo com sua posição na medula espinal. Cada par de
nervos é responsável por levar e trazer informações de locais distintos.

Se a medula for danificada na região lombar, por exemplo, a pessoa pode perder a sensibilidade ou ficar sem
controle dos quadris e das pernas.

Fig. 2 (p. 151)


Luis Moura/ID/BR
Representação das diferentes regiões da coluna vertebral. Cada porção da coluna apresenta nervos
responsáveis pela ativação de diferentes áreas do corpo. As cores indicam as diferentes regiões da coluna
vertebral. (Cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: Revista Ciência Hoje On-line. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/pordentro-das-celulas/o-
super-homempoderia-ter-voltado-a-andar>. Acesso em: 17 dez. 2014.
encéfalo
nervos cervicais
nervos torácicos
nervos lombares
nervos sacrais

Sistema nervoso periférico


O sistema nervoso periférico tem como função levar as informações do encéfalo e da medula espinal
para os músculos e órgãos e retornar informações sensoriais para o sistema nervoso central, através de
nervos e gânglios. O sistema nervoso periférico é composto de nervos e gânglios nervosos distribuídos pelo
corpo.

Os axônios e dendritos dos neurônios organizam-se em estruturas semelhantes a cabos, que constituem os
nervos. Os gânglios nervosos são formados por agrupamentos de corpos celulares de neurônios.

Fig. 3 (p. 151)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Vagner Coelho/ID/BR
Visão anterior do sistema nervoso humano. Os neurônios estão presentes tanto no sistema nervoso central
quanto no periférico. No detalhe, estrutura de um nervo, em corte transversal. (Representação sem
proporção de tamanho; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. Tortora; S. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2006. p.
251.
nervo
axônio
vasos sanguíneos
encéfalo
medula espinal
nervos
Página 152

Encéfalo, medula e nervos atuam em conjunto

Os impulsos elétricos são transmitidos pelas células nervosas para o encéfalo e também do encéfalo para
diferentes regiões do corpo. Basicamente, essa é a essência do funcionamento do sistema nervoso. Veja, nas
figuras a seguir, como as informações sobre a temperatura da areia são conduzidas pelo sistema nervoso de
uma pessoa.

Fig. 1 (p. 152)


A: Na praia, alguém pisa com um dos pés sobre a areia aquecida pelo sol. Nervos levam à medula
informações sobre a temperatura da areia. A medula transmite a informação ao encéfalo. O encéfalo recebe a
informação e a interpreta: a areia está aquecida. Ele envia uma informação ao corpo.
A

Fig. 2 (p. 152)


Ilustrações: Paulo Cesar Pereira /Vagner Coelho/ID/BR
B: A informação enviada pelo encéfalo passa pela medula e chega aos nervos que controlam os músculos da
perna. Os nervos transmitem a informação enviada pelo encéfalo: os músculos se contraem e movem a perna
até colocá-la sobre a toalha.
Fonte de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. v. 1. p. 12.
B

A saúde do sistema nervoso


Lesões físicas no sistema nervoso podem afetar as conexões entre as células nervosas e impedir ou prejudicar
a transmissão de informações. Por exemplo, se a medula espinal for lesionada, a pessoa poderá ficar
paraplégica e perder a sensibilidade e os movimentos dos membros inferiores.

O bom funcionamento do sistema nervoso também depende da manutenção da saúde mental.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde mental é um estado de bem-estar no qual as
pessoas aplicam suas capacidades, lidam com o estresse normal da vida, trabalham de forma produtiva e
contribuem para a comunidade em que vivem.

A saúde mental pode ser afetada por diversos distúrbios. Um deles é a depressão, caracterizada por tristeza
constante, sentimento de falta de esperança, falta de interesse pela vida, isolamento dos amigos. Desordens
de ansiedade, que desencadeiam sentimentos de medo e ansiedade constantes ou excessivos, ataques de
pânico, tensão muscular e palpitações, também afetam a saúde das pessoas. Há distúrbios que afetam o
aprendizado e podem ser, em alguns casos, confundidos com falta de aptidão do aluno para a aprendizagem:
a dislexia causa dificuldade com a linguagem escrita, principalmente em leitura e ortografia, e o
transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) tem como sintomas a falta de atenção,
falhas de memória, dificuldade de se concentrar e de ficar parado.
Página 153

Nem sempre, o distúrbio indica doença

É comum as pessoas apresentarem um ou mais dos sintomas descritos em algum momento da vida,
principalmente em situações de estresse emocional, como a morte de uma pessoa próxima.

O que caracteriza um distúrbio da saúde mental é a frequência e a intensidade com que os sintomas ocorrem
com a pessoa, afetando sua relação com a família e os amigos e sua vida social.

A saúde da mente

Assim como outras doenças, os distúrbios que afetam a saúde mental devem ser diagnosticados e tratados de
modo adequado. Entretanto, a falta de informação gera uma visão preconceituosa do assunto. Por vergonha
ou medo de serem socialmente excluídas, muitas pessoas mentalmente afetadas não procuram ajuda médica
e psicológica. Outras não têm acesso a essa ajuda e, por isso, não recebem os cuidados de que necessitam.

• O que pode ser feito para diminuir o preconceito e a discriminação em relação aos distúrbios da saúde
mental? Como os amigos e a família do paciente podem ajudar?

Drogas

Drogas são substâncias que alteram o funcionamento do organismo quando ingeridas, inaladas, injetadas ou
absorvidas pela pele. Algumas drogas têm efeitos psicotrópicos, ou seja, atuam sobre o sistema nervoso
central. Alguns exemplos são o álcool, a nicotina do cigarro, a cafeína do café, alguns solventes, calmantes,
maconha, cocaína, heroína e ecstasy.

As drogas psicotrópicas atuam no sistema nervoso de três formas: bloqueando os receptores de


neurotransmissores, agindo como neurotransmissores ou impedindo o recolhimento e a destruição dos
neurotransmissores nas sinapses.

Os efeitos das drogas psicotrópicas são os mais variados. Existem aquelas com efeito estimulante, que
aumentam a atividade cerebral, outras com efeito depressor, que inibem o funcionamento do cérebro, e as
que distorcem a percepção da realidade.

A dependência física e psicológica de drogas tem efeitos danosos e pode levar à morte; por isso, muitas
drogas têm seu uso proibido ou controlado.

Consumo e dependência

A adolescência é uma fase de intensa mudança, na qual queremos saber quem somos e o que seremos. É
nessa fase da vida, cheia de desafios, dúvidas e angústias, que estamos mais dispostos a passar por novas
experiências, a conviver com pessoas diferentes, a formar novas opiniões.

Alguns adolescentes podem ver o uso de drogas como uma saída para enfrentar os desafios, para ter prazer e
facilitar a relação com as outras pessoas. Entretanto, o consumo de drogas leva à perda de liberdade, pois
provoca dependência física e psicológica, além de expor o usuário a situações de risco.

O consumo de drogas é um problema social, relacionado com crimes, tráfico de armas, corrupção, entre
outras transgressões. Também é um problema de saúde e de segurança.

Álcool

O álcool tem efeito depressor sobre o sistema nervoso e pode causar mudanças de comportamento e
alterações psicológicas significativas. Por exemplo, o consumo em excesso pode levar a surtos de violência
contra outras pessoas ou contra o próprio usuário.

Assim como outras drogas, o álcool também pode causar dependência, conhecida como alcoolismo. O
consumo de álcool durante a gravidez interfere no desenvolvimento do bebê.

Verifique o que aprendeu


1. Em que regiões do corpo se encontram as partes que compõem o sistema nervoso?

2. Quais são as funções atribuídas ao encéfalo?

3. Suponha que você esteja jogando vôlei e seja atingido na perna pela bola. Descreva como o sistema
nervoso atua para que o contato da bola com sua pele seja percebido pelo corpo.

4. Quais dos distúrbios do sistema nervoso citados neste capítulo podem afetar a vida social do portador?

5. Discuta com seus colegas como o uso de drogas prejudica tanto o usuário quanto as pessoas que o
rodeiam.
Página 154

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Existem diversos tipos de droga. O que as diferencia é o efeito provocado no sistema nervoso e aspectos
como a legalidade ou a ilegalidade. Alguns medicamentos comprados em farmácia podem causar
dependência se usados em excesso. Por isso, é muito importante estar atento e não se automedicar.

a) Pesquise (em livros, dicionários ou na internet) o que é automedicação e quais são suas consequências.

b) Propagandas de medicamentos veiculadas na televisão, em revistas, jornais, rádios e outras mídias trazem
o aviso: “Ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado”. Essa frase tem como objetivo
regulamentar a propaganda de medicamentos. Você acha que a frase cumpre a função de evitar a
automedicação?

2. Leia atentamente o trecho da música “Último desejo”, do compositor carioca Noel Rosa (1910-1937).

Nosso amor que eu não esqueço


E que teve o seu começo
Numa festa de São João

Morre hoje sem foguete


Sem retrato e sem bilhete
Sem luar, sem violão
[...]

Disponível em: <http://letras.mus.br/noel-rosa-musicas/125750/>. Acesso em: 17 dez. 2014.

a) Que parte do encéfalo é ativada quando pensamos em uma pessoa querida?

b) Que outras atividades essa região do encéfalo coordena?

3. Um adolescente foi aconselhado por um professor a procurar um psicólogo. O professor identificou que o
aluno estava sempre calado, sem interagir na escola. Além disso, não gostava de sair, nem de praticar
esportes, não tinha amigos, nem se concentrava na aula. Ele dizia que não se interessava por nada. Por que
você acha que o adolescente foi orientado pelo professor a procurar um profissional de saúde?

4. Leia um trecho de notícia de jornal de 15 de outubro de 2014.

Quando fez o juramento solene na formatura do curso de pedagogia, a professora Rosileia da Costa Borges,
de 39 anos, não imaginava as dificuldades que teria pela frente para continuar exercendo a profissão após
sofrer um acidente que a deixou paraplégica. Nesta quarta-feira (15), Dia do Professor, ela tem mais um
motivo para comemorar. Há dois anos retornou às salas de aula e com a ajuda de uma cadeira de rodas
especial consegue até ficar em pé para escrever na lousa da escola estadual Henriqueta Miranda, em Rifaina
(SP).

[…]

Disponível em: <http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2014/10/professora-paraplegica-


supera-limites-e-da-aulas-em-pe-com-cadeira-especial.html>. Acesso em: 17 dez. 2014.

Fig. 1 (p. 154)


Silva Junior/ Folhapress
A professora Rosileia voltou a dar aulas com a ajuda de uma cadeira de rodas que lhe permite ficar em pé.

a) Que órgão do sistema nervoso foi afetado pelo acidente sofrido por Rosileia Borges?

b) Por que ela ficou paraplégica?


Página 155

MÓDULO 3 - Ações voluntárias e ações


involuntárias
O sistema nervoso periférico é dividido em dois: o sistema nervoso somático, responsável
pela execução de ações voluntárias, isto é, ações que são coordenadas pela nossa vontade, e o
sistema nervoso autônomo, responsável pela execução das ações involuntárias, que são
aquelas ações sobre as quais não temos controle consciente.

Ações voluntárias
As ações voluntárias são aquelas sobre as quais é possível exercer controle consciente, como andar, falar,
escrever e fazer trabalhos manuais. Essas tarefas podem ser iniciadas e interrompidas de acordo com nossa
vontade.

As respostas voluntárias são iniciadas no cérebro, percorrem a medula espinal ou o tronco encefálico, passam
por nervos e finalmente chegam a músculos esqueléticos do corpo, resultando em atividade muscular. Esses
nervos fazem parte do sistema nervoso somático. Também integram esse sistema os nervos que levam
informações dos órgãos dos sentidos até o encéfalo.

Fig. 1 (p. 155)


Daniela Spyropoulou/Dreamstime.com/ID/BR
Pular e correr são exemplos de atividades controladas pelo sistema nervoso somático, que faz parte do
sistema nervoso periférico.

Ações involuntárias
As ações involuntárias são aquelas sobre as quais não há controle consciente, como o batimento do
coração ou o funcionamento dos rins.

Quando você corre e fica com o rosto corado, é sinal de que seu coração está batendo mais rápido
involuntariamente. Isso ocorre porque seu sistema nervoso autônomo está, em conjunto com o tronco
encefálico, controlando o coração e os pulmões. Esse sistema, que também faz parte do sistema nervoso
periférico, controla seus órgãos involuntariamente e mantém o equilíbrio interno do corpo.
Página 156

Sistema nervoso simpático e sistema nervoso


parassimpático
O sistema nervoso autônomo mantém a homeostase (regulação do equilíbrio) por meio do controle do
funcionamento dos órgãos.

Esse sistema tem terminações nervosas em quase todos os órgãos. Os nervos do sistema nervoso autônomo
podem ser divididos em dois grupos: o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso
parassimpático.

Os dois grupos quase sempre agem de maneiras opostas sobre os órgãos que controlam. Por exemplo,
enquanto o sistema simpático acelera os batimentos cardíacos, o sistema parassimpático reduz esses
batimentos. A ação conjunta desses dois sistemas atua na manutenção do equilíbrio interno do organismo.

Sistema nervoso simpático

As ações do sistema nervoso simpático estão associadas às chamadas reações de “luta ou fuga”, ativadas
quando estamos em situações de perigo ou estresse ou sob o efeito de fortes emoções. Assim, o sistema
nervoso simpático prepara o organismo para uma resposta de “luta ou fuga”: acelera os batimentos
cardíacos, dilata as pupilas e os brônquios dos pulmões, diminui a circulação do sangue na pele e aumenta a
circulação de sangue nos músculos.

Os nervos do sistema nervoso simpático saem da porção lombar e dorsal da medula espinal e, com exceção
dos nervos que saem das glândulas adrenais, passam por gânglios antes de chegar aos órgãos.

O que é estar nervoso?

Ficar nervoso ou estressado é uma reação natural do organismo, que facilita a adaptação a situações novas ou
ameaçadoras.

Entretanto, diversos estudos revelam que o estresse por períodos prolongados favorece o aparecimento de
diabetes, doenças do coração e depressão, entre outras enfermidades.

Contrabalançar o trabalho e os estudos com momentos de lazer e a prática de atividades físicas são atitudes
que ajudam a combater o estresse.

Sistema nervoso parassimpático

As ações do sistema nervoso parassimpático estão associadas às chamadas “reações de repouso e digestão”,
que trazem o organismo de volta à condição normal após o estímulo do sistema nervoso simpático. As
respostas parassimpáticas estão voltadas para a conservação e restauração de energia nos períodos em que o
corpo não está mobilizado para reagir ao estresse.

Assim, o sistema nervoso parassimpático diminui os batimentos cardíacos, contrai as pupilas e os brônquios,
aumenta a circulação do sangue na pele, produzindo ainda outros efeitos.

Os nervos do sistema nervoso parassimpático saem do encéfalo e da região sacral da medula espinal.

O sistema nervoso simpático e o parassimpático estão sempre ativados, variando apenas a intensidade do
estímulo.

Tensão e relaxamento

As respostas simpáticas e parassimpáticas são antagônicas e preparam o organismo para situações


diferenciadas.

I. Dê exemplos de situações geradoras de estresse que desencadeariam respostas do sistema nervoso


simpático.
II. As respostas desencadeadas pelo sistema nervoso parassimpático tendem a promover o relaxamento ou a
tensão?
Página 157

Funções do sistema nervoso autônomo

Você viu que, enquanto o sistema simpático prepara o organismo para situações de “luta ou fuga”, o sistema
parassimpático reforça as atividades de “repouso e digestão”.

Leia, na tabela abaixo, algumas funções desempenhadas por esses dois sistemas.

Tabela das funções desempenhadas pelos sistemas nervosos simpático e parassimpático


Sistema nervoso simpático Sistema nervoso parassimpático
Não exerce efeito conhecido sobre as
Estimula a produção de suor.
glândulas sudoríparas.
Diminui a secreção de saliva. Estimula a secreção de saliva.
Dilata a pupila. Contrai a pupila.
Estimula a secreção de adrenalina, hormônio que prepara o Não exerce efeito conhecido sobre a
organismo para reagir a situações de estresse. secreção de adrenalina.
Aumenta os batimentos cardíacos. Diminui os batimentos cardíacos.
Dilata os brônquios dos pulmões. Contrai os brônquios dos pulmões.
Estimula a atividade digestória do
Diminui a atividade digestória do estômago e dos intestinos.
estômago e dos intestinos.
Promove o relaxamento da bexiga. Promove a contração da bexiga.

Fonte de pesquisa: G. Tortora; S. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto
Alegre: Artmed, 2006. p. 285.

Ato reflexo
O ato reflexo é um tipo especial de movimento involuntário que resulta em uma rápida ação em resposta ao
estímulo recebido. Por exemplo, ao aproximar a mão de uma superfície muito quente, imediatamente
afastamos a mão da fonte de calor. Reagimos sem pensar. O reflexo patelar é outro exemplo de ato reflexo.
Quando o martelo que testa os reflexos toca de leve no ligamento da patela, no joelho, a musculatura da coxa
é ligeiramente alongada. Em resposta a esse alongamento, a musculatura da coxa se contrai e a perna estica.

No ato reflexo craniano, a integração da informação ocorre no tronco encefálico. Já no ato reflexo
espinal, a própria medula espinal recebe e processa a informação, que nem chega a ser transmitida ao
encéfalo. A medula envia uma resposta a nervos que acionam os músculos do corpo e promovem uma
resposta, que pode ser, por exemplo, afastar a mão da chama de uma vela.

GLOSSÁRIO

Patela: osso localizado na parte anterior do joelho.

Fig. 1 (p. 157)


Reinaldo Vignati/ID/BR
Representação do caminho percorrido pelo impulso nervoso durante o ato reflexo espinal. A informação
gerada pelo estímulo não chega ao encéfalo, sendo processada na medula. (Cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: O Cérebro Nosso de Cada Dia. Disponível em: <http://www.cerebronosso.bio.br/sn-central-e-perifrico/>. Acesso
em: 18 dez. 2014.

Verifique o que aprendeu

1. O que diferencia o sistema nervoso somático do sistema nervoso autônomo?


2. Durante uma conversa telefônica, seu corpo realiza ações voluntárias ou involuntárias? Explique.

3. É comum ouvir as pessoas dizendo que o estresse é prejudicial. Pelo que estudou neste capítulo, o que você
tem a dizer sobre essa afirmação?

4. Secreção de adrenalina, aumento na frequência cardíaca e dilatação dos brônquios dos pulmões são ações
desencadeadas pelo sistema nervoso simpático ou parassimpático? Essas alterações preparam o organismo
para “luta ou fuga” ou para “repouso e digestão”?
Página 158

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. No caderno, classifique cada reação a seguir como voluntária ou involuntária.

a) Agachar e pegar uma bola.

b) Espirrar.

c) Tomar água.

d) Salivar antes de comer.

e) Decidir pular de paraquedas.

f) Tossir quando engasgar.

g) Tossir quando o médico pedir.

h) Ficar pálido antes de pular de paraquedas.

2. Quais seriam os possíveis efeitos causados pelo sistema nervoso simpático em seu organismo, caso você
estivesse prestes a fazer uma prova de recuperação no final do ano para a qual não tivesse conseguido
estudar?

3. Acompanhe a sequência de acontecimentos a seguir e responda às questões.

Fig. 1 (p. 158)


Al Stefano/ID/BR
Q4: BONK!

a) No caderno, escreva uma história narrando a sequência de fatos apresentada nos quadrinhos. Reflita sobre
como os dois sistemas, simpático e parassimpático, atuam em cada circunstância retratada e inclua a
caracterização da personagem (em que momentos ela demonstra estar relaxada ou tensa, como o corpo dela
reage a cada situação, etc.).

b) Para desenhar o quinto e último quadrinho da sequência, você é informado de que o menino não tinha
motivo para ficar com medo do barulho que ouviu. Desenhe no caderno essa cena e escreva uma legenda
incluindo o termo parassimpático.

4. Imagine que, durante um exame clínico, o médico vá testar seu reflexo patelar. Você acha que os
resultados desse exame podem ser controlados, quer dizer: se você quiser, consegue manter a perna dobrada
quando o médico tocar o martelo em seu joelho?

5. Quando nascemos, não conseguimos controlar braços e pernas. No entanto, se alguém passa o dedo na
planta do pé de um bebê, os dedos se estendem. Observe a foto abaixo. Como você explicaria essa reação?

Fig. 2 (p. 158)


Vladimir Piskunov/iStock/Getty Images
Basta encostar a mão nos pés de um bebê, e ele imediatamente estica os dedos.
Página 159

MÓDULO 4 - Percepção
A todo momento, o corpo percebe o que acontece dentro e fora dele. Temperatura, luz, som,
cheiro e outras informações são captadas pelo sistema sensorial.

Imagine um cachorro correndo em sua direção. Se ele for amigável e estiver balançando a cauda, você poderá
acariciá-lo. Mas, se ele estiver latindo e rosnando com agressividade, é melhor se proteger.

Para saber qual decisão tomar, é preciso receber informações do ambiente, e isso é possibilitado pelo
sistema sensorial.

Fig. 1 (p. 159)


Saniphoto/Dreamstime.com/ID/BR
zudy-box/iStock/Getty Images
Estes dois cães parecem amigáveis? Converse sobre isso com os colegas.

Percepção interna e percepção externa


O sistema sensorial capta o que acontece dentro e fora do corpo por meio de inúmeros receptores
sensoriais. Cada tipo de receptor reage a um tipo de estímulo. Por exemplo, os fotorreceptores detectam
luz; os quimiorreceptores detectam estímulos químicos; e os mecanorreceptores detectam variações de
pressão e vibração.

Os estímulos podem vir do ambiente, como um aroma, ou podem ser internos, como a mudança de
temperatura corporal ou variações no volume de um órgão.

Ao ser estimulados, os receptores sensoriais são ativados e transformam o estímulo recebido em impulsos
nervosos, que são conduzidos ao encéfalo, no qual são produzidas as sensações.

Os cinco sentidos tradicionalmente reconhecidos são a visão, a audição, o olfato, a gustação e o tato.
Além desses, o equilíbrio e o movimento (ou propriocepção), considerados sexto e sétimo sentidos,
respectivamente, são responsáveis por nossa permanência em pé e pela manutenção do equilíbrio corporal e
realização de movimentos.

A cada um dos cinco sentidos está associado um órgão do sentido. À visão, os olhos; à audição, as
orelhas; ao olfato, o nariz; à gustação, a língua; e ao tato, a pele.

Como outros animais se orientam

Fig. 2 (p. 159)


Os tubarões (como o da fotografia) e as raias detectam campos elétricos.
Carol Buchanan/iStock/Getty Images
2m

Os outros animais podem apresentar sentidos diferentes ou mais aguçados do que os humanos.

Os cachorros, por exemplo, têm o olfato mais apurado do que o nosso, e as águias conseguem enxergar
objetos a uma distância muito maior.

Existem ainda pesquisas em andamento sobre a capacidade de algumas aves migratórias de se orientar por
campos magnéticos.
Página 160

Visão
A visão é o sentido que nos possibilita ler um livro ou admirar um quadro. Para isso, o cérebro interpreta a
luz visível que reflete nas páginas ou na tela e chega aos olhos.

Olho

Os olhos são os órgãos sensoriais responsáveis pela captação da luz. A parte dianteira do olho é coberta pela
córnea, uma camada transparente e arredondada que concentra a luz para dentro do olho.

Logo depois de atravessar a córnea, a luz atravessa a lente, ou cristalino, responsável por focar os raios de
luz na retina. A lente tem mobilidade devido à ação de músculos.

Visão nebulosa

Fig. 1 (p. 160)


Sue Ford/SPL/Latinstock

Em algumas pessoas, a lente perde a transparência. Essa condição é chamada de catarata e dificulta a
formação da imagem na retina do olho.

Apesar de a catarata ser mais frequente nos idosos, pessoas mais jovens também podem desenvolver essa
doença devido a acidentes ou diabetes. Uma cirurgia relativamente simples substitui a lente e pode resolver o
problema.

A íris corresponde à parte colorida do olho e controla a entrada de luz. A abertura da íris, a pupila, muda de
tamanho conforme a luminosidade. No escuro, a musculatura da íris se contrai e a pupila aumenta,
permitindo maior entrada de luz. Na claridade, os músculos relaxam, a pupila diminui e uma quantidade
menor de luz entra nos olhos.

No fundo dos olhos existe uma camada coberta por fotorreceptores chamada de retina, onde a imagem se
forma. Por sua vez, os fotorreceptores estimulam neurônios presentes nos olhos. Esses neurônios são
reunidos no nervo óptico e levam a informação visual até o cérebro.

Fig. 2 (p. 160)


Ilustrações: Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Olho visto externamente (à esquerda) e as estruturas internas que compõem esse órgão (à direita). (Figura à
direita em corte, sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. Tortora; S. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2006. p.
300.
pupila
íris
retina
nervo óptico
córnea
lente
íris
pupila

O uso de lentes corretivas

Algumas pessoas necessitam de lentes corretivas para enxergar nitidamente. Os problemas de visão mais
comuns são a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo.

No olho normal, os raios de luz captados do ambiente convergem para a retina, onde formam uma imagem
nítida. As pessoas com os problemas de visão citados acima têm alterações nos olhos que prejudicam a
formação de uma imagem nítida na retina. Míopes e hipermetropes enxergam os objetos fora de foco,
enquanto quem tem astigmatismo enxerga imagens embaçadas.
Algumas vezes, as dificuldades na escola são causadas por problemas na visão, que podem ser corrigidos com
o uso de óculos, os quais devem ser prescritos por um oftalmologista.
Página 161

Os fotorreceptores

Fotorreceptores são neurônios da retina responsáveis por detectar a intensidade e o tipo de luz que chega
até eles. Esses neurônios, que são estimulados pela luz, enviam informações para o cérebro, que as interpreta
para formar uma imagem coerente do mundo ao redor.

Existem dois tipos de fotorreceptor: o cone e o bastonete, que têm esses nomes por causa do formato. Os
cones são estimulados por luzes fortes e proporcionam a visão em cores; os bastonetes detectam luz fraca e
permitem ver tonalidades de cinza.

Um olhar panorâmico

Os olhos dos insetos são compostos de milhares de unidades, cada uma com sua própria lente e
fotorreceptores.

Esses olhos não distinguem imagens tão bem quanto os olhos humanos, mas, em compensação, permitem
um ângulo de visão maior e detectam movimentos rápidos.

Fig. 1 (p. 161)


Eye of Science/SPL/Latinstock
Fotografia da cabeça de uma mosca do gênero Drosophila. (Imagem obtida por microscópio eletrônico de
varredura; aumento de 70 vezes em tamanho 6 cm × 6 cm; imagem colorizada.)

A percepção das cores

Existem três tipos de cone: o azul, mais sensível à cor azul; o verde, mais sensível à cor verde; e o vermelho,
mais sensível ao vermelho e também ao laranja. As cores são percebidas pelo cérebro de acordo com os tipos
de cone estimulados e a intensidade de sensibilização.

A luz amarela, por exemplo, estimula fortemente os cones verdes e vermelhos, mas não estimula os cones
azuis. Já a luz azul estimula fortemente os cones azuis e não afeta os outros dois tipos de cone.

Fig. 2 (p. 161)


Vagner Coelho/ID/BR
Fotorreceptores e outros neurônios da retina. (Representação sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. Tortora; S. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2006. p.
301.
nervo óptico
cones olho bastonetes

Fig. 3 (p. 161)


Coleção Particular. Fotografia: ID/BR
A percepção das cores é conferida pelo cérebro, que interpreta as informações recebidas dos fotorreceptores e
nos possibilita enxergar o mundo colorido.
À esquerda, a obra Concreção 0040 (recorte, vinil e duraplac), do artista Luiz Sacilotto (1924-2003).
Página 162

Audição
A emissão de um som gera vibrações no ar, que são chamadas de ondas sonoras. Essas vibrações são
captadas pela nossa orelha e percebidas por neurônios especializados em estímulos físicos, como vibrações
e pressão. Esses neurônios são denominados mecanorreceptores.

A orelha é o órgão responsável por captar, selecionar e amplificar os sons. Ela pode ser dividida em três
partes: orelha externa, orelha média e orelha interna.

A existência de duas orelhas permite ao cérebro calcular o local de onde o som se originou, porque o som
chega às duas orelhas em tempos diferentes.

Radar de morcegos e golfinhos

Fig. 1 (p. 162)


Fotografias: ID/ES
Morcegos (no alto) e golfinhos (embaixo) orientam-se no espaço por ecolocalização.
25 cm
1,9 m a 4 m

Os morcegos e os golfinhos utilizam o aparelho auditivo para se guiar. Eles emitem sons no ambiente e
captam os ecos que voltam refletidos nos objetos.

De maneira semelhante funcionam os radares e sonares, inventados pelo ser humano no início do século XX.

Orelha externa

Uma das funções da orelha externa é a proteção das partes mais internas contra a entrada de partículas e
microrganismos. Os pelos e a cera em seu interior auxiliam nessa função.

Outra função da orelha externa é a de captar os sons que chegam até ela. A percepção das ondas sonoras
começa no pavilhão auricular (ver representação abaixo), que direciona o som para o meato acústico
externo. Esse canal amplifica alguns tipos de som e os leva para a membrana timpânica, que separa a
orelha externa da orelha média.

Fig. 2 (p. 162)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Partes da orelha. (Representação sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. Tortora; S. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2006. p.
307.
orelha externa
membrana timpânica
meato acústico externo
pavilhão auricular
orelha média
orelha interna
Página 163

Orelha média

A função da orelha média é transmitir as vibrações do ar para o líquido interior à orelha interna. Para isso, a
membrana timpânica vibra como a pele de um tambor, transmitindo esse sinal a três minúsculos ossos, o
martelo, a bigorna e o estribo, que amplificam as vibrações criadas na membrana, levando-as à orelha
interna.

Orelha interna

Os três ossos da orelha média conectam a membrana timpânica à cóclea, estrutura presente na orelha
interna. A cóclea é um órgão em forma de espiral, onde se localizam os mecanorreceptores. As vibrações do
estribo provocam a vibração do líquido localizado dentro da cóclea, estimulando os mecanorreceptores. Os
impulsos nervosos gerados são então enviados ao nervo auditivo, que os encaminha para o cérebro, onde
os sons são interpretados.

Fig. 1 (p. 163)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Esquema indica as principais estruturas da orelha média e da orelha interna. (Representação sem proporção
de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. Tortora; S. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2006. p.
307.
martelo
bigorna
canais semicirculares
nervos
estribo
cóclea
membrana timpânica
tuba auditiva

Minha orelha entupiu!

Fig. 2 (p. 163)


Mark Evans/iStockphoto.com/ID/BR

Quando viajamos de avião ou subimos uma serra de carro, é comum sentirmos dificuldades para escutar.

Isso acontece porque as mudanças na pressão do ar, causadas pelas mudanças na altitude, alteram a pressão
no interior da orelha média.

A tuba auditiva, um canal que liga a orelha média à faringe, permite equalizar a pressão dentro da orelha
média. Por isso, o movimento produzido pela mastigação de algum alimento ajuda na normalização da
pressão.

Poluição sonora

Segundo a Sociedade Brasileira de Otologia (ramo da Medicina que estuda a orelha e suas funções), a
exposição a sons muito intensos é a segunda maior causa de deficiência auditiva.

A unidade usada para medir a intensidade dos sons é o decibel (dB). Uma conversa normal atinge cerca de
60 dB e um show de música pode chegar a 120 dB. Sons acima de 85 dB podem causar danos aos
mecanorreceptores e levar à perda auditiva. O dano depende da intensidade e do tempo de exposição ao som.
Portanto, fique atento à saúde de sua audição, principalmente se você costuma ouvir música por meio de
fones de ouvido.

Equilíbrio
Na orelha interna estão as estruturas responsáveis pela percepção e pela manutenção do equilíbrio postural.
Elas nos permitem identificar a orientação do nosso corpo em relação à força da gravidade e perceber, por
exemplo, se estamos em pé ou de ponta-cabeça. Essas estruturas nos orientam em situações que nos
submetem a acelerações ou desacelerações, como quando estamos em um veículo em movimento. Elas nos
permitem manter a postura corporal e reagir a situações de perda de equilíbrio quando tropeçamos e
tentamos voltar à posição original.

Os canais semicirculares da orelha interna estão associados ao equilíbrio corporal e detectam a


movimentação da cabeça em diferentes planos.

Fig. 3 (p. 163)


Andrew Ross/iStock/Getty Images
Rodopios e piruetas como os que faz uma bailarina são detectados pelos canais semicirculares.
Página 164

Olfato
Usamos o nariz para perceber odores. Pelo sentido do olfato, podemos apreciar o perfume das plantas ou o
aroma de uma fruta madura; conseguimos identificar um vazamento de gás, um foco de incêndio e se um
alimento está estragado ou não. O olfato, portanto, pode despertar sensações de prazer ou aversão, trazer
lembranças e alertar para situações de perigo, além de atuar, em conjunto com a gustação, na percepção do
sabor dos alimentos, conforme será detalhado na próxima página.

Fig. 1 (p. 164)


Fuse/Getty Images
O grau de amadurecimento de um fruto é sinalizado por sua cor e firmeza, mas também por seu aroma.

Fig. 2 (p. 164)


Rivertracks/Dreamstime.com/ID/BR
Os cheiros podem ser classificados como agradáveis ou desagradáveis, e as preferências são pessoais, ou seja,
nem todo mundo gosta dos mesmos aromas.

O processo de reconhecimento de um odor inicia-se no interior do nariz, em uma porção denominada


epitélio olfatório. Partículas voláteis são exaladas, por exemplo, por uma flor. Ao serem inaladas pelo
nariz, elas entram em contato com o muco que reveste esse epitélio, e nele se diluem. Os receptores
olfatórios, que são as células responsáveis pelo reconhecimento das partículas de odor, respondem à
substância inalada e geram impulsos nervosos, transmitidos pelos nervos ao encéfalo. O encéfalo interpreta a
informação recebida e gera uma sensação de odor.

Esses receptores olfatórios são quimiorreceptores, ou seja, eles detectam estímulos químicos.

GLOSSÁRIO

Volátil: líquido que, à pressão e temperatura ambientes, passa com facilidade para o estado de vapor.

Fig. 3 (p. 164)


Luis Moura/ID/BR
Percepção dos aromas nos seres humanos. O impulso nervoso gerado nos receptores olfatórios é transmitido
por nervos até o encéfalo, onde a informação é interpretada. (Representação sem proporção de tamanhos;
cores-fantasia.)
Fontes de pesquisa: G. Tortora; S. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2006. p.
295; A. C. Guyton; J. E. Hall. Textbook of medical physiology. Philadelphia: Elsevier, 2006. p. 667.
interior do nariz
partículas de odor
muco
neurônio do encéfalo
receptor olfatório
glândula produtora de muco
substâncias inaladas
Página 165

Gustação
É pelo sentido da gustação que percebemos o gosto daquilo que tocamos com a língua ou que ingerimos,
como os alimentos. Os receptores para gostos estão localizados principalmente na língua, mas também
existem no céu da boca, na epiglote e na garganta. Esses receptores encontram-se na superfície superior da
língua, em estruturas denominadas papilas.

Fig. 1 (p. 165)


Vagner Coelho/ID/BR
Superfície da língua e detalhe de papila gustativa. (Representação sem proporção de tamanhos; cores-
fantasia.)
quimiorreceptores
papilas em detalhe
papilas gustativas
Fonte de pesquisa: G. Tortora; S. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2006. p.
297.

Os alimentos ingeridos entram em contato com a língua, que, por meio de seus quimiorreceptores
(receptores que detectam estímulos químicos), reconhece as partículas que conferem gosto à comida. Os
receptores identificam cinco gostos: doce, amargo, azedo, salgado e umami (gosto típico de certas
substâncias, especialmente do glutamato, encontrado, por exemplo, em certas algas, aspargos e queijos
fortes). A estimulação das células receptoras gera impulsos nervosos que são transmitidos ao encéfalo, onde
são interpretados.

A gustação e o olfato atuam em conjunto na determinação do sabor dos alimentos, e ambos fornecem
informações ao encéfalo sobre as comidas e bebidas que pretendemos ingerir. Esses dois sentidos podem nos
alertar, por exemplo, sobre alimentos estragados ou muito apimentados. Por outro lado, esses mesmos
sentidos proporcionam sensações agradáveis durante a degustação de nosso prato preferido.

Atchim!

Fig. 2 (p. 165)


101dalmatians/iStock/Getty Images

Quando você está gripado, é mais difícil sentir o cheiro e o sabor dos alimentos.

A grande quantidade de muco impede que os quimiorreceptores do interior do nariz sejam estimulados,
comprometendo as sensações de cheiro e sabor.

Além dos gostos, é possível perceber a temperatura e a textura dos alimentos quando remexidos no interior
da boca, e essas informações também são processadas pelo encéfalo na interpretação do sabor.

Fig. 3 (p. 165)


amana images inc./Alamy/Other Images
Comidas saborosas despertam sensações de prazer.
Página 166

Tato
Quando alguém acaricia sua pele, mesmo que você esteja de olhos fechados, você consegue descrever várias
sensações: pode dizer se a mão está quente ou não, se é áspera ou macia, se o toque é leve ou mais forte como
em um beliscão.

Diferentemente dos outros sentidos, o tato não é percebido em uma região específica do corpo. Existem
receptores para detecção de pressão, vibração, variações de temperatura, cócegas e dor por toda a nossa pele,
na camada localizada abaixo dela (a tela subcutânea) e nas mucosas. Todas essas informações são levadas
pelos vários tipos de receptor até o encéfalo, que as interpreta e formula uma sensação de tato.

Fig. 1 (p. 166)


Luis Moura/ID/BR
Pele e tela subcutânea, em corte, com alguns receptores. A epiderme é a camada externa da pele, em contato
com o ambiente. Na derme, localizada abaixo da epiderme, se encontram os vasos sanguíneos, representados
em vermelho e azul. (Representação sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. Tortora; S. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2006. p.
292.
nociceptor (receptor de dor)
epiderme
derme
tela subcutânea
mecanorreceptores
neurônios que detectam movimentos do pelo

Além de ser responsável por detectar os estímulos do ambiente pelo tato, a pele reveste e protege nosso corpo
contra microrganismos, raios ultravioleta e perda de água.

A pele possui mecanorreceptores (que percebem estímulos físicos, como vibrações e pressão), nociceptores
(que são receptores de dor) e termorreceptores (que detectam variações de temperatura).

Sensibilidade à flor da pele

Fig. 2 (p. 166)


PBNJ Productions/Corbis/Latinstock

Algumas partes do corpo, como os lábios e a ponta dos dedos, concentram maior quantidade de receptores
do tato e, portanto, são mais sensíveis aos estímulos.

Outras, como o braço e as costas, apresentam concentração menor desses receptores.

Verifique o que aprendeu

1. Em que parte do corpo se localizam os receptores da visão, da audição, do olfato, da gustação e do tato?

2. Depois que os receptores sensoriais são estimulados, os impulsos nervosos são transmitidos a qual parte
do corpo?

3. Quais sentidos uma pessoa pode usar para se orientar na escuridão? Justifique.

4. Que estímulo ativa os receptores da orelha?

5. O sabor de um alimento é alterado se o ingerimos com o nariz tapado. Explique.


Página 167

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. No corpo existem receptores sensoriais externos e internos. Que tipo de informação cada um capta?

2. Copie a tabela abaixo no caderno e complete-a com as informações sobre os principais órgãos dos
sentidos. Identifique os tipos de receptor e o que os estimula.

Estimulados por Tipos de receptor


Visão
Audição
Olfato
Gustação
Tato

3. Óculos escuros são usados para proteger os olhos contra a luminosidade excessiva. Compare a ação
exercida pelos óculos escuros às mudanças de tamanho da pupila dos olhos.

4. Por meio de qual sentido os morcegos e golfinhos se orientam? O sentido usado por esses animais é o
mesmo que o usado pelos seres humanos na localização espacial?

5. Quais sentidos nos ajudam a identificar um alimento estragado? Justifique.

6. A todo momento recebemos estímulos de diversas fontes, os quais são recebidos pelo nosso organismo e
interpretados no encéfalo. Descreva uma tarefa realizada por você em que, ao mesmo tempo, são acionados
receptores responsáveis pela detecção de diferentes estímulos.

7. Em vez de ler as palavras abaixo, você deve dizer a cor em que elas estão escritas. Será que você consegue
fazer isso rapidamente? Explique o resultado.

Fig. 1 (p. 167)


AZUL
VERMELHO
AMARELO
LARANJA
ROSA
ROXO
AMARELO
VERDE
ROSA
AZUL
LARANJA
VERDE
VERMELHO

8. O daltonismo é uma condição visual caracterizada pela falta da capacidade de diferenciar algumas ou
todas as cores. O tipo mais comum de daltonismo é aquele em que a pessoa não consegue distinguir o
vermelho do verde. A figura ao lado é um dos testes usados para identificar o daltonismo. O indivíduo testado
deve distinguir o algarismo do centro do círculo.

Fig. 2 (p. 167)


vadim kozlovsky/Shutterstock.com/ID/BR
Observe a figura e responda: qual número aparece na imagem?

Que parte do olho pode estar afetada nas pessoas daltônicas? Por quê?
Página 168

ATIVIDADES Responda sempre no caderno.

9. Leia os textos abaixo e responda às questões.

Documento 1

Deficientes visuais receberão contas de água, luz e telefone em braille

Os deficientes visuais de Pernambuco poderão receber seus boletos em braille das contas de água, energia
elétrica e telefonia, sem custos extras. O serviço está garantido na Lei 65/2007 [...]. Com isso, as pessoas com
deficiência visual receberão suas contas em linguagem [a] que têm acesso.

[...]”

Diário de Pernambuco. 6 jan. 2011. Disponível em:


<http://www.diariodepernambuco.com.br/vidaurbana/nota.asp?materia=20110106180633>. Acesso em: 19
dez. 2014.

Documento 2

Sobre o Sistema Braille

O Sistema Braille, utilizado universalmente na leitura e na escrita por pessoas cegas, foi inventado na França
por Louis Braille, um jovem cego, reconhecendo-se o ano de 1825 como o marco dessa importante conquista
para a educação e integração dos deficientes visuais na sociedade.

O Sistema Braille é um sistema de leitura e escrita tátil que consta de seis pontos em relevo, dispostos em
duas colunas de três pontos. [...]

A diferente disposição desses seis pontos permite a formação de 63 combinações ou símbolos braille. [...]

O Sistema Braille permite uma forma de escrita eminentemente prática. A pessoa cega pode satisfazer o seu
desejo de comunicação. [O sistema] Abriu-lhe os caminhos de conhecimento literário, científico e musical,
permitiu-lhe, ainda, a possibilidade de manter uma correspondência pessoal e ampliou também suas
atividades profissionais. [...]

Alfabeto Braille

Fig. 1 (p. 168)


ABCDEFGHIJKLM
NOPQRSTUVWXYZ

Sociedade de Assistência aos Cegos. Disponível em: <http://www.sac.org.br/APR_BR2.htm>. Acesso em: 19


dez. 2014.

a) A partir da leitura dos dois trechos acima, escreva um texto sobre a inclusão dos deficientes visuais.
Discorra sobre as limitações impostas a uma pessoa cega; apresente e valorize iniciativas voltadas à
acessibilidade desses deficientes.

b) Em seu dia a dia, você já deparou com algum texto escrito em braille? Em qual situação?

c) Pesquise o nome e as características da língua em que os deficientes auditivos se comunicam.


Recomendamos alguns sites para a pesquisa:

<http://www.surdo.org.br/>

<http://www.acessobrasil.org.br/libras/>

Acessos em: 19 dez. 2014.


Página 169

CIÊNCIA À MÃO
Qual é o tamanho do seu nariz?

Para começar

O ambiente ao nosso redor está repleto de estímulos, como sons, imagens, toques. As sensações e reações
provocadas quando entramos em contato com esses estímulos dependem da recepção das informações do
ambiente e do processamento delas no cérebro.

• Olhe ao seu redor e procure algum objeto que você considere de tamanho aproximado ao tamanho do seu
nariz.

• Você consegue, de olhos fechados, tocar algumas vezes a ponta de seu nariz? Experimente fazer isso e
perceba as sensações geradas com o toque.

Material
• duas cadeiras

Procedimento

1 Reúna-se com dois colegas. Posicionem as cadeiras em linha, uma atrás da outra, e próximas. Um dos
alunos senta na cadeira da frente, o outro senta na cadeira de trás, e o terceiro será o condutor,
permanecendo em pé (Etapa 1).

Fig. 1 (p. 169)


Etapa 1

2 O aluno sentado atrás fecha os olhos. O condutor segura a mão desse aluno e posiciona um dos dedos dessa
mão próximo à ponta do nariz do aluno que está sentado à frente (Etapa 2).

Fig. 2 (p. 169)


Etapa 2

3 Ao mesmo tempo, o condutor, usando o próprio dedo, toca o nariz do aluno que está atrás. É importante
que os dois toques sejam executados ao mesmo tempo (Etapa 3).

Fig. 3 (p. 169)


Ilustrações: André Ceolin/ID/BR
Etapa 3

Atenção
O braço esticado não deve encostar no ombro da pessoa que está à frente.

4 O aluno que está atrás deve perceber qual sensação tem em relação ao tamanho do próprio nariz. Em
seguida, os integrantes do grupo fazem um rodízio de papéis, para que todos possam experimentar a
atividade.

Questões para discussão e avaliação

1. Qual sensação o aluno sentado na cadeira de trás teve durante a execução dos toques?

2. A sensação gerada pelo cérebro corresponde à realidade? Como vocês explicam os resultados
encontrados?

3. Por que a pessoa submetida ao teste permanece com os olhos fechados? Se, durante a condução do
experimento, ela estivesse de olhos abertos, os resultados seriam os mesmos? Justifique.
Comunicação de resultados

Discuta com a turma esta afirmação: A imagem que temos do próprio corpo e a forma como enxergamos o
mundo podem ser modificadas conforme a maneira como o cérebro interpreta as informações que recebe.
Página 170

LENDO CIÊNCIAS
ANTES DE LER

•.Em sua opinião, quais aspectos influenciam um adolescente a consumir bebibas alcoólicas?

Alcoolismo na adolescência

[...]

Alcoolismo nunca foi problema exclusivo dos adultos. Pode também acometer os adolescentes. Hoje, no
Brasil, causa grande preocupação o fato de os jovens começarem a beber cada vez mais cedo e as meninas, a
beber tanto ou mais que os meninos. Pior, ainda, é que certamente parte deles conviverá com a dependência
do álcool no futuro.

Para essa reviravolta em relação ao uso de álcool entre os adolescentes, que ocorreu bruscamente de uma
geração para outra, concorreram diversos fatores de risco. O primeiro é que o consumo de bebida alcoólica é
aceito e até estimulado pela sociedade. Pais que entram em pânico quando descobrem que o filho ou a filha
fumou maconha ou tomou um comprimido de ecstasy numa festa acham normal que eles bebam porque,
afinal, todos bebem.

Sem desprezar os fatores genéticos e emocionais que influem no consumo da bebida – o álcool reduz o nível
de ansiedade e algumas pessoas estão mais propensas a desenvolver alcoolismo –, a pressão do grupo de
amigos, o sentimento de onipotência próprio da juventude, o custo baixo da bebida, a falta de controle na
oferta e consumo dos produtos que contêm álcool, a ausência de limites sociais colaboram para que o
primeiro contato com a bebida ocorra cada vez mais cedo.

Não é raro o problema começar em casa, com a hesitação paterna na hora de permitir ou não que o
adolescente faça uso do álcool ou com o mau exemplo que alguns pais dão vangloriando-se de serem capazes
de beber uma garrafa de uísque ou dez cervejas num final de semana.

Não se pode esquecer de que, em qualquer quantidade, o álcool é uma substância tóxica e que o metabolismo
das pessoas mais jovens faz com que seus efeitos sejam potencializados. Não se pode esquecer também de
que ele é responsável pelo aumento do número de acidentes e atos de violência, muitos deles fatais, a que se
expõem os usuários.

Proibir apenas que os adolescentes bebam não adianta. É preciso conversar com eles, expor-lhes a
preocupação com sua saúde e segurança e deixar claro que não há acordo possível quanto ao uso e abuso do
álcool, dentro ou fora de casa.

[...]

Drauzio Varella. Alcoolismo na adolescência. Disponível em: <http://drauziovarella.com.br/dependencia-


quimica/alcoolismo-naadolescencia/>. Acesso em: 24 mar. 2015.

Fig. 1 (p. 170)


Photononstop/Getty Images
No Brasil, a venda de bebidas alcoólicas é proibida para menores de 18 anos.

De olho no texto

1. O que favorece o acesso dos adolescentes a bebidas alcoólicas?

2. Quais dicas você daria a um adolescente para evitar o consumo de álcool?


Página 171

QUESTÕES GLOBAIS
Responda sempre no caderno.

1. Abaixo, há quatro imagens do lado esquerdo do cérebro de um mesmo indivíduo. Elas foram obtidas
enquanto esse indivíduo executava diferentes tarefas e, por isso, apresentam diferenças de coloração. As
áreas vermelhas correspondem às regiões do cérebro fortemente irrigadas por sangue.

Fig. 1 (p. 171)


Wellcome Dept. of Cognitive Neurology/SPL/Latinstock
Imagens de cérebro humano adulto. O tamanho do cérebro é individual e corresponde, aproximadamente, ao
tamanho das duas mãos fechadas de cada pessoa, pressionadas uma contra a outra. (Imagens colorizadas
obtidas por tomografia computadorizada.)
A
B
C
D

Durante a produção da imagem A, o indivíduo fazia testes que ativam a visão; em B, testes de audição; em C,
ele estava falando; e em D, ele pensava em verbos e depois os pronunciava. Considerando essas informações,
responda às questões.

a) O fluxo de sangue sugere quanto gás oxigênio cada parte do cérebro está recebendo. Por que essa
informação é importante?

b) Existe relação entre a área do cérebro e a atividade executada?

c) Como o cérebro se comporta quando diversas tarefas são realizadas simultaneamente? Em que imagem
podemos observar isso?

d) Existem partes específicas do cérebro que são ativadas ao ouvir, falar e ver. Será que existem áreas
específicas para o amor, a criatividade e a memória?

2. Além do controle dos órgãos dos sentidos, cite três funções associadas ao sistema nervoso central.

3. Observe a imagem ao lado.

Fig. 2 (p. 171)


ID/BR

a) Quantos triângulos você enxerga? Quantos triângulos estão realmente desenhados na imagem?

b) Como você explicaria esses resultados?

c) Que comparação você poderia estabelecer entre essa atividade e a atividade da página 169, “Qual é o
tamanho do seu nariz?”?

4. Filme de terror! Um frio percorre a espinha e os pelos ficam levantados. Uma sensação de impotência se
instala e um grito fica preso na garganta. O coração dispara, como se fosse sair pela boca. Essas reações
involuntárias são coordenadas pelo sistema nervoso autônomo simpático. Explique como funciona esse
sistema.
Página 172

QUESTÕES GLOBAIS

5. Elabore um quadro ou uma tabela que associe as seguintes estruturas e funções:

Estrutura: cérebro; medula espinal; tronco encefálico; cerebelo.

Funções: controla as ações involuntárias; atua nas respostas dos atos reflexos espinais; controla o equilíbrio
corporal; é o centro integrador do sistema nervoso.

6. Leia o texto a seguir e responda às questões.

Poluição sonora

[...] os principais impactos da poluição sonora na saúde são: distúrbios do sono, estresse, perda da
capacidade auditiva, surdez, dores de cabeça, alergias, distúrbios digestivos, aumento do batimento cardíaco,
interferências na comunicação, na aprendizagem e na concentração, hipertensão, isquemia e gastrite. [...]

[…] Submeter-se a ruídos muito altos por vários anos pode deixar a pessoa incapacitada para o resto da vida.
A exposição a sons intensos é a segunda causa mais comum de deficiência auditiva. O ser humano não pode
permanecer em ambientes com atividades sonoras de 85 decibéis de intensidade por mais de oito horas; 90
decibéis por quatro horas; 95 decibéis por duas horas, e 100 decibéis por uma hora. Exemplos de ruído acima
de 100 decibéis são buzinas, alto-falantes e fogos de artifício.

[...] A exposição dos ouvidos ao barulho intolerável, às vibrações fortes e aos ruídos excessivos desgastam as
células sensoriais dos ouvidos, tornando-as incapazes de reação. Se a pessoa estiver com fone de ouvido
ouvindo música e não puder conversar com alguém ao seu lado ou se escutar zumbidos ou diminuição da
clareza da audição quando retirar os fones, é sinal de que entrou no nível perigoso de perturbação. Nesse
caso, recomenda-se a diminuição do som dos fones.

“Ao primeiro sinal de alteração na audição, ou sensação de dor e outros sintomas relacionados a possível
infecção, é essencial procurar um otorrinolaringologista para tratamento imediato. Problemas pequenos que
não são tratados podem causar alterações graves e permanentes. Os danos ao ouvido interno podem ser
prevenidos evitando a exposição ao ruído e o uso de fone de ouvido com som intenso” [...].

[...]

Patrícia Moreira. Poluição sonora. Fiocruz. Disponível em:


<http://www.fiojovem.fiocruz.br/content/polui%C3%A7%C3%A3osonora>. Acesso em: 19 dez. 2014.

Fig. 1 (p. 172)


Al Stefano/ID/BR
SILÊNCIO

a) Você tem algum dos sintomas mencionados no texto?

b) Com as informações do texto, explique por que as pessoas que se submetem a ruídos muito intensos por
períodos prolongados podem ficar surdas. Nesses casos, o que provavelmente acontece com a recepção dos
estímulos sonoros pelo cérebro?

c) Interprete a figura acima, que faz uma piada com a poluição sonora.

Autoavaliação

I. Releia as questões da abertura do capítulo (página 144). Agora, suas respostas a elas seriam as mesmas?
Por quê?

II. Reflita sobre as ideias que você tinha sobre a forma como percebemos o mundo e como reagimos a
diferentes situações. Os temas deste capítulo modificaram suas noções anteriores? Qual(is)?
Página 173

PARA SABER MAIS


Livros

O cérebro nosso de cada dia, de Suzana Herculano-Houzel. 2. ed. Rio de Janeiro: Vieira e Lent, 2012.

Fig. 1 (p. 173)


Vieira & Lent/Arquivo da editora
SUZANA HERCULANO- HOUZEL
O CÉREBRO NOSSO DE CADA DIA

Acordar, trabalhar, comer, divertir-se, dormir — atividades necessárias e rotineiras, repetidas a cada novo
dia, sem alterações, ou não. Ensaios em linguagem simples e bem-humorada que mostram descobertas
recentes da pesquisa sobre o cérebro relacionadas ao cotidiano.

A arte de esquecer: cérebro e memória, de Iván Izquierdo. 2. ed. Rio de Janeiro: Vieira e Lent, 2010.

Fig. 2 (p. 173)


Vieira & Lent/Arquivo da editora
A ARTE DE ESQUECER

O autor, neurocientista, aborda os vários tipos de memória, suas respectivas áreas cerebrais, bem como as
três grandes formas de exercer a arte do esquecimento: o bloqueio, a extinção e a repressão.

O cheiro das coisas: o sentido do olfato – paladar, emoções e comportamentos, de Bettina


Malnic. Rio de Janeiro: Vieira e Lent, 2008 (Coleção Ciência no Bolso).

De onde vêm os cheiros? Podemos não nos dar conta, mas em nosso cotidiano sentimos diversos cheiros que
podem afetar profundamente nossas vidas: nos alertando de perigos ou nos causando repulsa, prazer, nojo,
emoção e sentimentos variados.

Sites

O cérebro nosso de cada dia

<http://www.cerebronosso.bio.br>

Fig. 3 (p. 173)


Disponível em: <http://www.cerebronosso.bio.br/>. Acesso em: 25 mar. 2015
O CÉREBRO NOSSO DE CADA DIA

Site elaborado com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A página divulga conhecimentos da
neurociência e examina como eles se aplicam ao nosso dia a dia. Na seção “Faça você mesmo” há atividades
que mostram como nosso cérebro é facilmente enganado.

Fio Jovem

<http://www.fiocruz.br/jovem/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home>

No site da Fiocruz Jovem é possível encontrar alguns temas relacionados ao cérebro. Pesquise a palavra
“cérebro” para encontrar textos interessantes.

Ilusão de Ótica

<http://www.ilusaodeotica.com>

Site repleto de ilusões de óptica, com figuras que deixam o sentido da visão desnorteado. Para se divertir e se
impressionar.
Acessos em: 19 dez. 2014.

Filmes

A origem. Direção: Christopher Nolan. Estados Unidos/Reino Unido, 2010.

Em um mundo onde é possível entrar na mente humana, Cobb está entre os melhores na arte de roubar
segredos valiosos do inconsciente, durante o estado de sono.

Uma mente brilhante. Direção: Brian Grazer. Estados Unidos, 2001.

Fig. 4 (p. 173)


Imagine Entertainment/ID/BR
UMA MENTE BRILHANTE

História do brilhante matemático John Nash, que sofre com a esquizofrenia.


Página 174

CAPÍTULO 8 - Sistema endócrino


O QUE VOCÊ VAI APRENDER
• A importância do sistema endócrino na integração das atividades corporais
• Principais hormônios e suas funções
• Glândulas exócrinas e endócrinas
• Retroalimentação positiva e negativa

CONVERSE COM OS COLEGAS

Sintomas de ansiedade e de estresse podem estar relacionados com diversas situações, como separação dos
pais, morte de amigo ou de parente, desemprego na família, provas, competições esportivas, entre tantos
outros exemplos. Observe a foto ao lado e considere suas experiências para explicar como lidou com
situações de ansiedade e estresse. Oriente-se pelas questões propostas a seguir.

Fig. 1 (p. 174)


Nelson Antoine/Fotoarena
A realização de provas pode deixar estudantes ansiosos e estressados. Vestibular 2013, em São Paulo (SP).

1. Explique o que você sentiu quando passou por uma situação estressante. O que acontece, por exemplo,
com os batimentos cardíacos? E com a transpiração?

2. Por quanto tempo você sentiu os efeitos do estresse em seu corpo? E o que sentiu depois?

3. Por que um evento estressante provoca reações em todo o corpo? Converse com seus colegas sobre essa
questão e, sempre que necessário, peça ajuda ao professor.

4. A adrenalina é uma substância produzida pelo nosso corpo. No dicionário, além da definição bioquímica
desse termo, podemos encontrar outras definições, como “energia; força; disposição para agir”. Então, por
exemplo, pode-se dizer: “Vamos precisar de muita adrenalina para derrotar o time adversário”. Você já ouviu
falar em adrenalina? Sabe onde ela é produzida no corpo e que reações desencadeia?
Página 175

O corpo humano reage a estímulos externos, como luminosidade, choques mecânicos e calor – todos
relacionados com o ambiente em que vivemos. Ele também responde a estímulos internos, como ao excesso
de água no organismo ou à quantidade de glicose no sangue.

Neste capítulo, você vai perceber que as respostas do organismo a esses estímulos são coordenadas e
integradas pelo sistema nervoso em conjunto com o sistema endócrino.
Página 176

MÓDULO 1 - As glândulas e os hormônios


A manutenção do equilíbrio interno do organismo e as ações que o corpo realiza dependem,
em grande parte, da capacidade que as células têm de se comunicar, mesmo estando distantes
entre si. As células se comunicam pelo sistema nervoso e também por substâncias lançadas
no sangue, os hormônios.

Os hormônios
Hormônios são substâncias produzidas por células ou glândulas endócrinas; transportadas na corrente
sanguínea, essas substâncias atuam sobre a atividade metabólica de outras células do corpo.

Os hormônios participam da manutenção do equilíbrio interno e regulam diversas atividades do organismo.


Cada um deles atua sobre determinado conjunto de células, denominadas células-alvo. Os hormônios são
transportados no sangue a partir do local onde foram produzidos e secretados até atingir suas células-alvo.
Por exemplo: o hormônio antidiurético é responsável pela diminuição da produção de urina. Produzido em
uma região do encéfalo e encaminhado à circulação sanguínea, esse hormônio atua sobre células-alvo dos
rins, das glândulas produtoras de suor e dos vasos sanguíneos. Como resultado da atuação do hormônio
antidiurético, os rins retêm mais água, as glândulas de suor minimizam a transpiração e os vasos se
contraem.

A insulina é outro exemplo de hormônio. Produzida por células do pâncreas, órgão anexo do sistema
digestório, ela é responsável por facilitar a entrada de glicose nas células, fornecendo energia para os
processos metabólicos e, ao mesmo tempo, diminuindo a quantidade de glicose em circulação.

Os hormônios podem estimular ou inibir a atividade metabólica das células-alvo e são produzidos em
pequenas quantidades. Alguns hormônios, uma vez lançados na corrente sanguínea, apresentam efeito em
poucos segundos, enquanto outros demoram alguns dias para apresentar os primeiros sinais e continuam
agindo por semanas, meses ou anos. A produção dessas substâncias é muito bem controlada pelo organismo,
e tanto o excesso quanto a falta de determinado hormônio podem ocasionar doenças.

GLOSSÁRIO

Glândula endócrina: conjunto de células especializadas na produção e secreção de hormônios.

Hormônios em artrópodes

Hormônios não são exclusividade dos seres humanos. A ecdisona, por exemplo, é um hormônio que atua no
processo de muda nos insetos e em outros artrópodes. Esses animais apresentam o corpo revestido por um
esqueleto externo rígido, o exoesqueleto, que os sustenta e protege. No entanto, o crescimento é impedido
por esse esqueleto, que precisa ser trocado periodicamente. Na troca (muda), o animal se desprende do
esqueleto antigo e o abandona.

O hormônio juvenil é outro hormônio produzido por esses animais, responsável pela passagem da fase
imatura para a fase adulta durante a metamorfose.

Fig. 1 (p. 176)


Cigarra em processo de muda saindo de seu exoesqueleto (marrom), que permanece preso à superfície.
James L. Amos/Photo Researchers, Inc./Latinstock
4 cm incluindo as asas
Página 177

As glândulas
Os hormônios são produzidos por conjuntos de células presentes em órgãos que desempenham outras
funções, além da produção de hormônio, e por glândulas endócrinas.

As glândulas do corpo humano podem ser classificadas em exócrinas e endócrinas. O que determina a qual
categoria cada glândula pertence é o local de liberação da substância produzida por ela.

Origem grega

Muitos nomes de órgãos do corpo humano e de processos biológicos têm origem grega. Por exemplo, o
prefixo endon significa “dentro”, e o prefixo exos significa “fora”. Entre as palavras formadas com esses
prefixos estão endócrino, endoplasmático, exócrino e exoesqueleto.

Glândulas exócrinas

As glândulas mamárias, as glândulas salivares e as glândulas gástricas e intestinais (essas últimas existentes,
respectivamente, no interior do estômago e do intestino delgado) são exemplos de glândulas exócrinas.

A secreção produzida por essas glândulas é liberada para dentro da cavidade de órgãos ocos, como a boca, o
estômago e o intestino, ou para fora do corpo, como o leite materno e o suor produzido por glândulas
sudoríparas.

As glândulas exócrinas não fazem parte do sistema endócrino, e as substâncias que produzem são chamadas
simplesmente de secreções. O suor, a saliva e o leite materno são exemplos de secreções exócrinas.

Glândulas endócrinas

Diferentemente das glândulas exócrinas, as glândulas endócrinas produzem substâncias que são liberadas na
corrente sanguínea. As substâncias produzidas pelas glândulas endócrinas são os hormônios, que, uma vez
liberados na corrente sanguínea, são transportados pelo sistema circulatório por todo o corpo, até atingir as
células-alvo específicas sobre as quais atuam.

São exemplos de glândulas endócrinas: a tireoide, o hipotálamo e as glândulas sexuais masculinas e


femininas, ou seja, os testículos e os ovários, respectivamente.

Vários hormônios foram descobertos nas últimas décadas. Em janeiro de 2012, por exemplo, foi anunciada a
descoberta de um hormônio produzido pelas membranas externas das células musculares do corpo humano,
batizado com o nome de irisina. Esse hormônio, jamais descrito anteriormente, tem sua produção estimulada
pela atividade física e promove transformações benéficas na gordura corporal, além de deixar o corpo mais
sensível à glicose, o que ajudaria a prevenir o desenvolvimento de diabetes.

O sistema endócrino é formado pelo conjunto das glândulas endócrinas e órgãos com função endócrina,
que liberam hormônios na corrente sanguínea.

Fig. 1 (p. 177)


Ernesto Reghran/Pulsar Imagens
O leite materno é produzido por uma glândula exócrina. Sua produção, no entanto, é controlada pela ação de
glândulas endócrinas.
Página 178

Produção e atuação dos hormônios


A produção dos hormônios é regulada pelo sistema nervoso e pelos próprios hormônios, caracterizando um
mecanismo neuroendócrino bastante complexo. Como já foi visto, tanto as glândulas endócrinas quanto os
órgãos do corpo que apresentam células secretoras de hormônios produzem essas substâncias. Então, por
exemplo, o pâncreas, os ovários e os testículos não são glândulas endócrinas, mas produzem hormônios.

Assim como os neurotransmissores do sistema nervoso ligam-se a receptores da membrana de neurônios e


desencadeiam a transmissão do impulso nervoso, a ligação dos hormônios aos receptores de membrana das
células-alvo desencadeia reações necessárias para que essas células exerçam sua função.

Fig. 1 (p. 178)


Ilustrações: Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Representações de corpo humano feminino (à esquerda) e masculino (à direita) mostram algumas glândulas
endócrinas e órgãos com função endócrina. Os demais órgãos do corpo não foram representados. (Cores-
fantasia.)
Fonte de pesquisa: F. H. Netter. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 74, 106, 329 e 389.
glândula tireoide (atrás dessa glândula ficam as quatro glândulas paratireoides)
suprarrenais
pâncreas
pâncreas
testículos
ovários
hipotálamo
hipotálamo
hipófise
hipófise
Página 179

Hormônios: onde são produzidos e atuação no organismo

Fig. 1 (p. 179)


Hormônios: onde são produzidos e atuação no organismo
Hipotálamo. Região do encéfalo que conecta o sistema nervoso ao sistema endócrino. Produz hormônios regulatórios que controlam a glândula
hipófise (veja abaixo). O hipotálamo produz ainda dois hormônios que são armazenados e liberados pela hipófise: o hormônio antidiurético, que
controla a reabsorção de água pelos rins, e a ocitocina, que estimula a contração do útero no parto e a saída de leite das glândulas mamárias.
Hipófise. A porção posterior da hipófise, denominada neuroipófise, armazena e libera os hormônios antidiurético e ocitocina, produzidos pelo
hipotálamo.
A parte anterior, ou adenoipófise, produz hormônios que controlam outras glândulas endócrinas, como o hormônio adrenocorticotrópico, que atua
na glândula adrenal, e o hormônio estimulante da tireoide, que atua na tireoide. Também produz o hormônio do crescimento, que promove o
crescimento do corpo; a prolactina, que atua no desenvolvimento das glândulas mamárias e na produção de leite; e os hormônios folículo-
estimulante e luteinizante, que, nas mulheres, estão associados ao ciclo menstrual e, nos homens, ao desenvolvimento dos espermatozoides e à
produção de testosterona.
Glândula tireoide. Armazena e libera os hormônios T4, ou tiroxina, e T3, ou triiodotironina, que atuam sobre a velocidade do metabolismo das
células, no desenvolvimento e funcionamento dos órgãos e na manutenção da temperatura corporal.
Glândulas paratireoides. São quatro pequenas glândulas localizadas na porção posterior da tireoide. Produzem o paratormônio, responsável pela
regulação da quantidade de cálcio no sangue.
Suprarrenais. Produzem vários hormônios, entre eles a adrenalina e a noradrenalina, que promovem a preparação do organismo para situações de
perigo. Também produzem cortisol, liberado em resposta a situações de estresse.
Pâncreas. Produz insulina e glucagon, dois hormônios relacionados com a regulação da quantidade de glicose no sangue.
Ovários (estruturas em amarelo). Produzem progesterona, que prepara o útero para a gestação, e estrógeno, que está relacionado com o
desenvolvimento das características sexuais femininas.
Testículos. Produzem testosterona, hormônio relacionado com o desenvolvimento das características sexuais masculinas.
Outros órgãos. O timo, o coração, os rins, o estômago e o intestino delgado também produzem hormônios.
Ilustrações: Paulo Cesar Pereira/ID/BR
(Imagens sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)

GLOSSÁRIO

Timo: órgão que produz hormônios – atuando, portanto, no sistema endócrino – e também linfócitos T,
células de defesa do organismo.

Verifique o que aprendeu

1. Os hormônios são considerados “mensageiros químicos”. Explique essa ideia.

2. Discuta com um colega as semelhanças e as diferenças entre o sistema nervoso e o sistema endócrino em
termos da função que desempenham, de seu funcionamento e da transmissão das informações.

3. A lágrima pode ser considerada um hormônio? Justifique.

4. Qual glândula do corpo produz hormônios responsáveis por reações de defesa do organismo contra
situações de perigo e estresse? Que hormônios são esses?

5. Os hormônios folículo-estimulante e luteinizante têm diferentes ações nos homens e nas mulheres. Quais
são elas?
Página 180

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Observe com atenção as figuras das glândulas endócrinas e dos órgãos com função endócrina das páginas
anteriores e responda às questões a seguir.

a) Quais glândulas e hormônios estão presentes exclusivamente nas mulheres?

b) Qual glândula é encontrada apenas nos homens? Que hormônio ela produz?

c) Com quais atividades do corpo humano esses hormônios estão relacionados?

2. Os rins produzem e liberam um hormônio, a eritropoetina, que estimula a produção de glóbulos vermelhos
no sangue. Para responder às questões a seguir, recorde o que você estudou em capítulos anteriores sobre o
tecido que produz as hemácias.

a) Quais devem ser as células-alvo da eritropoetina?

b) Alguns atletas utilizam indevidamente a eritropoetina sintética para melhorar artificialmente seu
desempenho em competições, apesar de essa prática ser proibida pelo Comitê Olímpico Internacional desde
1987. Como a ação desse hormônio favoreceria os atletas?

3. No capítulo sobre alimentos e sistema digestório, você estudou a função do pâncreas na digestão dos
alimentos. Agora, aprendeu que o pâncreas é responsável também pela produção de dois hormônios.

a) Quais hormônios são produzidos pelo pâncreas? Qual é a função desses hormônios?

b) Que substâncias são liberadas pelo pâncreas na digestão? Onde elas são liberadas?

c) De acordo com as respostas dos itens anteriores, que tipo de glândula é o pâncreas: exócrina ou endócrina?

4. O hormônio antidiurético atua nos rins, aumentando a absorção de água pelos túbulos renais. Com base
nessas informações e no que você estudou neste capítulo, responda:

a) Onde é produzido o hormônio antidiurético?

b) Que glândula é responsável pela liberação do hormônio antidiurético no sangue?

c) O que se espera sobre o volume de urina produzido por uma pessoa que está sob o efeito do hormônio
antidiurético no sangue? Justifique.

5. Observe a figura abaixo e, com a ajuda da tabela, responda oralmente quais são os hormônios numerados
de 1 a 7.

Fig. 1 (p. 180)


Vagner Coelho/ID/BR
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 327.
hipotálamo
neuroipófise
adenoipófise
1
2
3
4
5
6
7
• glândulas mamárias (ejeção de leite)
1
• contrações do útero
2 • rins
3 • ossos, músculo e tecido adiposo
4 • suprarrenais
5 • glândula tireoide
6 • gônadas
7 • glândulas mamárias (produção de leite)
Página 181

MÓDULO 2 - Mecanismos de regulação dos


hormônios
A liberação excessiva ou deficiente de um hormônio é prejudicial ao organismo. O corpo
possui mecanismos que estimulam ou interrompem a secreção das glândulas quando
necessário.

Retroalimentação
A retroalimentação controla a homeostase do corpo, sendo determinada principalmente pelo sistema
nervoso e pelo sistema endócrino. Nos mecanismos de retroalimentação do sistema endócrino, a ação de um
hormônio estimula ou inibe sua respectiva produção. A retroalimentação pode ser negativa ou positiva.

Retroalimentação negativa

Na retroalimentação negativa, a glândula endócrina ou as células secretoras de um órgão, ao serem


estimuladas, liberam hormônio, que atua sobre as células-alvo; como resultado, é produzida uma resposta,
que inibe a secreção hormonal.

Fig. 1 (p. 181)


Esquema do mecanismo de retroalimentação hormonal negativa.
INIBE
alteração do meio interno ou externo
estimula
glândula
não produz
hormônio
produz
hormônio
provoca
efeito nas células-alvo
desencadeia
uma resposta

O controle do excesso de glicose no sangue

Logo após uma refeição, a glicose obtida pela digestão dos alimentos é absorvida no intestino delgado e sua
concentração no sangue se eleva. A alta taxa de glicose no sangue estimula as células endócrinas do pâncreas
a liberar o hormônio insulina. Sob efeito da insulina, a glicose entra em um grande número de células, e a
taxa de glicose no sangue diminui até um limite mínimo, incapaz de estimular as células endócrinas do
pâncreas, que param de liberar insulina. Assim, a taxa de glicose no sangue volta ao normal.

Fig. 2 (p. 181)


Esquema do mecanismo de retroalimentação hormonal negativa que controla o excesso de glicose no sangue.
INIBE
aumento da glicose no sangue
estimula
células endócrinas do pâncreas
produzem
insulina
provoca
o aumento do transporte de glicose para dentro das células
provoca
a diminuição da concentração de glicose no sangue
não produz
insulina

A retroalimentação negativa é a forma mais comum, entre todas as outras, de controle e regulação do
equilíbrio interno do organismo, não sendo um mecanismo de ação exclusivo do sistema endócrino.
Página 182

Retroalimentação positiva

Na retroalimentação positiva, a glândula endócrina ou as células secretoras de um órgão, ao serem


estimuladas, liberam hormônio, que atua sobre as células-alvo; como resultado, é produzida uma resposta,
que estimula a secreção hormonal.

Fig. 1 (p. 182)


Esquema do mecanismo de retroalimentação hormonal positiva.
ESTIMULA
alteração do meio interno ou externo
estimula
glândula
produz
hormônio
provoca
efeito nas células-alvo
desencadeia
uma resposta

A atividade da ocitocina durante o parto e a amamentação

Um exemplo de retroalimentação positiva ocorre com o hormônio ocitocina produzido pelo hipotálamo e
secretado pela neuroipófise. Esse hormônio é liberado no corpo materno quando o feto (futuro bebê)
estimula as paredes do útero, que começam a se contrair. Quanto mais as paredes do útero se contraem, mais
ocitocina é liberada na corrente sanguínea da mãe, até que contrações frequentes e rítmicas que caracterizam
o trabalho de parto culminam com o nascimento do bebê.

Fig. 2 (p. 182)


Esquema do mecanismo de retroalimentação hormonal positiva que estimula as contrações do útero na hora
do parto.
ESTIMULA
a pressão exercida pelo feto estimula a parede do útero
estimula
hipotálamo
produz
ocitocina
provoca
alterações nas células da parede do útero
desencadeia
contrações da parede do útero

A ocitocina continua sendo produzida após o nascimento e, com outro hormônio, a prolactina, atua no
processo de produção do leite materno.

A prolactina estimula a secreção de leite nas glândulas, no interior da mama, e a ocitocina estimula a ejeção
do leite para fora das glândulas.

Os dois hormônios são regulados pelo mecanismo de retroalimentação positiva. Eles são liberados em
resposta ao estímulo físico do bebê ao tocar ou sugar o mamilo. O ato de mamar estimula a liberação desses
hormônios, que, por sua vez, estimulam a produção e a ejeção do leite.
Página 183

Insulina, glucagon e diabetes


Normalmente, após oito horas de jejum, a concentração de glicose no sangue varia de 70 a 110 mg/dL. Como
vimos anteriormente, após uma refeição essa concentração se eleva e, sob efeito da insulina, rapidamente
volta ao normal.

Em algumas situações, como a de jejum prolongado, a concentração de glicose no sangue pode diminuir além
do limite mínimo. Quando isso ocorre, o pâncreas é estimulado a liberar outro hormônio, o glucagon.

O glucagon age sobre as células do fígado, promovendo a transformação do glicogênio em glicose, liberando-
a na corrente sanguínea.

Com o aumento da concentração de glicose no sangue, o pâncreas interrompe a produção do hormônio.

A ação conjunta do glucagon e da insulina mantém as concentrações de glicose no sangue em níveis normais.

Fig. 1 (p. 183)


Samuel Ashfield/SPL/Latinstock
Dispositivos simples, com formato de caneta, permitem aplicar a quantidade correta de insulina.

A diabetes melito

A diabetes melito é uma doença que se caracteriza pelas altas taxas de glicose no sangue provocadas pela
deficiência na produção da insulina ou por um defeito na sua ação.

A diabetes melito tipo I caracteriza-se pela deficiência na produção de insulina causada pela destruição
das células que produzem esse hormônio. Em geral, é uma doença hereditária, e seu controle é feito,
principalmente, por meio de aplicações diárias de insulina.

Na diabetes melito tipo II, as células-alvo não respondem à ação da insulina. Essa doença pode estar
associada a fatores hereditários, envelhecimento, sedentarismo ou obesidade e é controlada por meio de
exercícios físicos, alimentação adequada e uso de medicamentos, combinados ou não com injeções de
insulina.

Os sintomas associados à diabetes melito são: urina abundante, sede, perda de massa corpórea, fraqueza e
fadiga. Se não for tratada a tempo, a doença provoca problemas nos olhos, rins, coração e nervos.

Alimentação e diabetes

Embora a alimentação não seja a causa da diabetes, uma alimentação saudável e adequada pode ajudar a
evitar e/ou controlar a doença.

O consumo frequente e exagerado de gorduras, açúcar e sal pode aumentar os riscos de diabetes, podendo
ainda provocar obesidade, hipertensão e doenças do coração.

Por outro lado, existem evidências de que castanhas e alimentos com muitas fibras, como aveia, feijão e
inhame, contribuem para reduzir o risco de diabetes e também são benéficos para pessoas que já têm a
doença.

Fig. 2 (p. 183)


Element Photo/StockFood/Latinstock

Verifique o que aprendeu

1. Qual é o princípio de funcionamento dos mecanismos de retroalimentação apresentados?


2. Faça um esquema representando o tipo de mecanismo de regulação da produção do glucagon.

3. Dê um exemplo de hormônio que tem sua regulação efetuada por um mecanismo de retroalimentação
negativo.

4. O que causa a diabetes?


Página 184

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. A parte anterior da hipófise produz um hormônio denominado hormônio estimulante da tireoide. Esse
hormônio estimula a produção e a liberação dos hormônios T3 e T4 pela glândula tireoide.

a) Qual é a função do T3 e do T4?

b) Sabendo que altas quantidades de T3 e T4 no sangue atuam sobre a hipófise, inibindo a produção do
hormônio estimulante da tireoide, que mecanismo de retroalimentação é encontrado nessa regulação?
Justifique.

2. Sobre o controle da quantidade de glicose no sangue, responda às questões abaixo.

Fig. 1 (p. 184)


Mark Sykes/SPL/Latinstock
Equipamento utilizado para medir a quantidade de glicose no sangue. Uma gota de sangue é coletada do
dedo da pessoa que se submete ao teste e aplicada sobre uma tira. O equipamento analisa a quantidade de
açúcar no sangue, a qual é visualizada no monitor. Nesse caso, o valor obtido é 6,7 milimols por litro de
sangue (mmol/L).
6.7
4-4
17:42

a) Quais hormônios são responsáveis pelo controle da quantidade de glicose no sangue?

b) Em que órgão esses hormônios são produzidos?

c) Como é a regulação da quantidade de glicose no sangue após uma refeição?

d) Como o corpo controla a quantidade de glicose no sangue durante um longo período de jejum?

e) Que doença está relacionada com a permanência de altas quantidades de glicose no sangue?

f) O que caracteriza cada uma das formas dessa doença?

3. Com base em seus conhecimentos sobre os mecanismos de retroalimentação, elabore uma hipótese sobre a
seguinte questão: o mecanismo de retroalimentação positiva pode ser considerado um mecanismo que
produz uma resposta que estabiliza a quantidade de certa substância no corpo?

4. Os mecanismos de retroalimentação controlam o equilíbrio interno do corpo. A partir dos conhecimentos


adquiridos neste capítulo, imagine um caso em que a inexistência de um mecanismo de retroalimentação
prejudicaria a homeostase corporal e explique o que aconteceria.
Página 185

CIÊNCIA À MÃO
Ritmo de crescimento

Para começar

A curva de crescimento de crianças e adolescentes dos 5 aos 19 anos apresenta valores de referência do
tamanho esperado de um indivíduo segundo sua idade.

• Como interpretamos uma curva de crescimento?

• Por que é importante acompanhar o crescimento de uma pessoa?

Material
• uma cópia, de preferência colorida, do gráfico abaixo, Altura por idade — Meninos — De 5 a 19 anos
• uma trena ou fita métrica
• três canetas hidrográficas de cores diferentes, ponta fina, para assinalar o gráfico
• acesso a material bibliográfico e à internet

Fig. 1 (p. 185)


ID/BR
Fonte de pesquisa: Organização Mundial da Saúde, 2007. Disponível em:
<http://www.who.int/growthref/cht_hfa_boys_perc_5_19years.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2015.
Altura (cm)
Idade (anos)
Altura por idade — Meninos — De 5 a 19 anos
190
180
170
160
150
140
130
120
110
100
190
180
170
160
150
140
130
120
110
100
5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19

Procedimento

1 Esta atividade deve ser feita em grupo, preferencialmente em duplas ou trios.

2 O gráfico acima é similar ao elaborado pela Organização Mundial da Saúde para que todos os países
acompanhem o crescimento em altura de suas crianças até a idade adulta.

3 A curva verde indica os valores considerados ótimos, e os valores contidos na faixa verde indicam a altura
ideal. Os valores contidos na faixa laranja pedem atenção, pois representam alturas fora da faixa ideal. Já os
valores que extrapolam as linhas vermelhas (valores acima da linha vermelha superior e abaixo da linha
vermelha inferior) são um sinal de alerta, pois sinalizam alturas fora dos limites esperados.
Página 186

CIÊNCIA À MÃO

A medida da altura de três meninos foi registrada ao longo de vários anos, conforme a Tabela 1 (abaixo).
Escolha uma cor de caneta para representar cada menino e assinale os dados da altura por ano, de cada um
deles, na cópia do gráfico.

Tabela 1 — Crescimento — Altura por idade


Altura (cm)
Idade (anos)
Antônio Marcos João
5 104 102 111
6 111 105 114
7 118 112 121
8 130 120 127
9 141 125 130
10 145 126 138
11 147 128 142
12 152 134 150
13 155 138 154
14 160 146 162
15 162 152 168
16 166 162 172
17 171 166 175
18 174 171 176
19 175 173 178

Questões para discussão e avaliação

1. Analise as curvas de crescimento obtidas para os três meninos no gráfico e responda:

a) A curva de altura por idade de qual(is) menino(s) está(ão) dentro da média?

b) Algum dos meninos apresenta crescimento fora da média? Em caso positivo, qual deles? Que padrão de
crescimento apresenta?

c) Supondo que o desvio no crescimento do menino seja devido a deficiências do sistema endócrino, quais
hormônios estariam sob suspeita?

d) Qual dos meninos apresenta a curva de crescimento mais próxima dos valores ótimos?

2. Meçam a altura de cada componente do grupo e assinalem na cópia do gráfico, usando símbolos diferentes
(por exemplo: +, X e O). Verifiquem quem está com a altura acima da média, na média ou abaixo da média.

3. Pesquisem em livros, revistas, jornais e na internet sobre a importância do acompanhamento do


crescimento desde o nascimento, conforme o roteiro abaixo:

• Quais os principais fatores que interferem no crescimento em altura.

• Quais as principais medidas do corpo que auxiliam o acompanhamento do crescimento.


• Quais os limites da curva da altura pela idade para determinar alguma anomalia de crescimento.

• Qual a importância do acompanhamento do crescimento até os 19 anos e por que esse acompanhamento é
adotado como orientação internacional.

Comunicação dos resultados

Reúnam-se com outro grupo e discutam suas respostas, seus resultados de pesquisa e conclusões. Elaborem
uma apresentação com as informações e ideias que consideram mais importantes para debater com a classe.
Página 187

LENDO CIÊNCIAS
AN TES DE LE R

•.A água, mesmo a que é fornecida por estações de tratamento, pode conter substâncias que interferem no
funcionamento do sistema endócrino. Quais as possíveis consequências do consumo dessas substâncias para
a nossa saúde?

Água de 20 capitais tem “contaminantes emergentes”

Mesmo atendendo aos requisitos do Ministério da Saúde, a qualidade da água distribuída a 40 milhões
brasileiros, moradores de 20 capitais, ainda precisa melhorar muito, revela pesquisa realizada em
mananciais e na água que sai das torneiras pelo Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Analíticas
Avançadas (INCTAA), sediado do Instituto de Química (IQ) da Unicamp. A principal preocupação, de acordo
com o pesquisador Wilson Jardim, são os chamados interferentes endócrinos, substâncias que afetam o
sistema hormonal de seres humanos e [outros] animais.

De acordo com Jardim, hoje existem cerca de 800 substâncias do tipo que são consideradas “contaminantes
emergentes” da água – isto é, que aparecem no líquido, mas não são controladas por leis ou regulamentos.
[...]

O pesquisador explica que muitas dessas substâncias acabam indo parar no esgoto, nos mananciais e –
porque a legislação não diz nada sobre elas – são ignoradas nos procedimentos de limpeza da água aplicados
antes que ela retorne ao consumo humano. E parte desse material é composta por interferentes endócrinos.
[...] “A saúde humana e animal depende da capacidade de reprodução e desenvolvimento normais, o que não
é possível sem um sistema endócrino saudável”.

Mesmo reconhecendo que ainda não há evidência irrefutável de que esses contaminantes estejam afetando a
saúde das pessoas, [...] uma série de problemas [estão associados a eles] – como o aumento no número de
casos de certos tipos de câncer, ou a antecipação da idade da primeira menstruação das meninas, observada
em vários países.

[...] O pesquisador lembrou que a qualidade da água nos mananciais se deteriorou muito nas últimas
décadas, mas o processo de tratamento não foi atualizado de modo correspondente. “Existe a tecnologia para
dar o chamado polimento na água”, removendo boa parte dos contaminantes emergentes, disse ele. Mas ela
não é usada no Brasil porque a lei e os regulamentos sanitários não exigem. [...]

Em sua opinião, a visão de saneamento prevalente no Brasil ainda é a da contaminação com efeitos agudos e
imediatos, como um surto de cólera, por exemplo. “Mas os interferentes endócrinos podem levar anos para
mostrar seus efeitos, ou mesmo uma geração”.

Carlos Orsi. Água de 20 capitais tem “contaminantes emergentes”. Jornal da Unicamp. Disponível em:
<http://www.unicamp.br/unicamp/ju/576/agua-de-20-capitais-tem-contaminantes-emergentes>. Acesso
em: 25 mar. 2015.

Fig. 1 (p. 187)


Paulo Whitaker/Reuters/Latinstock
No ranking dos mananciais, as águas da represa Billings, em São Paulo (SP), são as mais contaminadas por
interferentes endócrinos. Foto de fevereiro de 2015.

De olho no texto

1. Qual a principal crítica feita no texto em relação à legislação brasileira que regula o tratamento de água?

2. Por que você acha que os pesquisadores usam o termo “contaminantes emergentes” para identificar
substâncias nocivas ao nosso organismo?
Página 188

QUESTÕES GLOBAIS
Responda sempre no caderno.

1. Leia o texto abaixo e responda às questões.

“[...] A causa da baixa estatura é multifatorial, ou seja, vários fatores podem estar participando da deficiência
de crescimento. A desnutrição é uma causa importante e pode estar relacionada a alterações do apetite, maus
hábitos alimentares ou problemas de absorção intestinal. [...] Outro ponto de preocupação é a alimentação
deficiente observada em adolescentes, sobretudo do sexo feminino, com receio de desenvolver obesidade.
Doenças genéticas, respiratórias, renais, intestinais e cardíacas, além de fatores comportamentais como
sedentarismo, carência afetiva e sono inadequado, também podem contribuir para a baixa estatura. Entre as
causas hormonais, as principais são o hipotireoidismo e a deficiência do hormônio de crescimento.”

Disponível em: <http://www.endocrinologia.com.br/html/crescimento.htm>. Acesso em: 4 fev. 2015.

a) O nanismo (doença que se caracteriza pela baixa estatura) pode ser causado pela deficiência na produção
de um hormônio. Qual hormônio é relacionado com o crescimento do corpo?

b) Em qual glândula esse hormônio é produzido?

c) Alterações na estatura podem ser provocadas por inúmeros fatores, além de deficiências hormonais,
conforme descrito no texto. De que maneira os padrões de beleza vigentes, voltados para a valorização de
corpos magros, podem influenciar o comportamento das pessoas e promover baixa estatura?

d) Pense, discuta com seus colegas e levante uma hipótese para explicar por que filhos de pais com baixa
estatura têm mais chances de ter baixa estatura também.

2. Há algum tempo, a glândula hipófise tinha papel de destaque no sistema endócrino e era chamada de
“glândula mestra”, por reger as outras glândulas como um maestro rege uma orquestra e por produzir
hormônios que atuam sobre as outras. Usando seus conhecimentos sobre os hormônios produzidos pelo
hipotálamo, concorde ou discorde da posição que era dada à hipófise.

3. Observe o gráfico ao lado, de curva de tolerância à glicose em pessoa normal e em paciente diabético. O
momento “0 hora” representa a situação de jejum. As linhas tracejadas representam a faixa normal de glicose
no sangue. Um indivíduo não diabético, ao ingerir 1 grama de glicose por quilograma de massa corporal, tem
sua glicemia elevada de aproximadamente 90 mg/dL para 120 a 140 mg/dL.

Fig. 1 (p. 188)


Hélio Senatore/ID/BR
Curva de tolerância à glicose em pessoa com taxa normal e em paciente diabético.
Fonte de pesquisa: A. C. Guyton. Tratado de fisiologia médica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. p. 756.
nível da glicemia (mg/dL)
80
100
120
140
160
180
200
012345
diabetes
normal
horas

a) Qual é o nível de glicemia em jejum de um paciente diabético?

b) Compare as curvas de tolerância à glicose de pacientes diabéticos e de indivíduos normais em termos dos
níveis de glicose no sangue e do comportamento da curva após ingestão de glicose.
Autoavaliação

I. Provavelmente, você já tinha ouvido falar em hormônios antes de iniciar este capítulo. Você sabia o
significado dessa palavra? O estudo deste capítulo modificou sua ideia sobre o assunto?

II. O estudo dos hormônios o ajudou a formular uma compreensão mais ampla do funcionamento e da
regulação do corpo humano? Justifique.

III. Você é capaz de relacionar alterações físicas em seu corpo à atuação de hormônios?

IV. Em que medida o estudo desse tema o tornou mais apto a compreender o corpo humano como um
organismo dinâmico, sujeito a variações e adaptações?
Página 189

PARA SABER MAIS


Livros

Ataque de hormônios, de Danielle Sandrini. São Paulo: Escala Educacional, 2006.

Fig. 1 (p. 189)


Escala Educacional/Arquivo da editora
ataque de Hormônios
Danielle Sandrini

A história da personagem Débora, que tem 11 anos e não vê a hora de ter a primeira menstruação e um
corpão como o da irmã Pati e suas amigas.

Corpo humano: órgãos, sistemas e funcionamento, de Iriam Gomes Starling e Rafael Luiz de
Andrade Zorzi. São Paulo: Senac, 2010.

Fig. 2 (p. 189)


Editora Senac/Arquivo da editora
CORPO HUMANO
Órgãos, sistemas e funcionamento

Apresenta termos e conceitos básicos da anatomia do corpo humano, explicando, num texto claro e de fácil
entendimento, a estrutura, a organização e o funcionamento de cada um dos sistemas de nosso organismo.

Diabetes sem medo, de Leão Zagury e Tânia Zagury. São Paulo: Best Seller, 2006.

Fig. 3 (p. 189)


Editora Record/Arquivo da editora
diabetes sem medo
Dr. Leão Zagury
Tania Zagury

O livro mostra, em linguagem simples e objetiva, o cotidiano de diabéticos: a alimentação, a prática de


esportes, o trabalho e outros hábitos.

O hormônio nosso de cada dia na química da emoção, de Eliana Guimarães Pyhn e Maria Lucia dos
Santos. São Paulo: Senac, 2011.

O que o bom humor, o desânimo, o instinto de sobrevivência, a paixão, o medo e as demais reações que nos
acompanham têm a ver com a ação hormonal? Esse livro explica como essas reações são reguladas pelos
hormônios.

Sites

Associação de Diabetes Juvenil

<http://www.adj.org.br>

Site da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), entidade não governamental que tem como objetivo informar e
apoiar portadores de diabetes, seus familiares e profissionais de saúde. Traz notícias, informes e eventos
relacionados à diabetes e à saúde de maneira geral.

Instituto da Tireoide

<http://www.indatir.org.br>

Nesse endereço há informações sobre as doenças da tireoide e a importância do teste do pezinho feito no
recém-nascido.
Fio Jovem

<http://www.fiocruz.br/jovem/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home>

Fig. 4 (p. 189)


Disponível em: <http://www.fiojovem.fiocruz.br/>. Acesso em: 20 mar. 2015
FIOJOVEM

Ao digitar, no campo de busca, palavras como “diabetes” e “hormônio”, o leitor encontra textos explicativos
sobre esses assuntos, todos com linguagem acessível ao público jovem.

Associaçção de Diabetes Juvenil

<http://www.adj.org.br/download/publicacoes/aluno.pdf>

Cartilha da ADJ para o professor sobre como proceder na escola com alunos diabéticos. As informações são
bastante claras e tratam de temas básicos, como principais sintomas, monitoramento da glicemia, como lidar
com a hipoglicemia e a hiperglicemia e muito mais. Embora voltada para o professor, essa cartilha também é
acessível aos alunos e seus familiares.

Acessos em: 4 fev. 2015.


Página 190

CAPÍTULO 9 - Sexualidade, reprodução e


genética
O QUE VOCÊ VAI APRENDER
• As transformações na puberdade
• Sistemas genitais feminino e masculino
• Sexualidade na adolescência
• Gravidez, doenças sexualmente transmissíveis e hereditariedade

CONVERSE COM OS COLEGAS

Na adolescência ocorrem muitas mudanças, principalmente corporais. Não por acaso, é quando começamos
a prestar mais atenção ao nosso corpo. É também uma época em que surgem muitas dúvidas sobre nossa
sexualidade e nossa identidade.

Fig. 1 (p. 190)


Aldomurillo /iStock/Getty Images
Nos amigos, os adolescentes encontram companhia e ajuda para elaborar a própria identidade, reconhecer
seus valores e ideais e compreender em que medida são diferentes daqueles que os cercam.

1. Várias mudanças ocorrem no corpo de um adolescente. Você poderia mencionar algumas delas?

2. Não é raro apresentarmos semelhanças físicas e de comportamento com um amigo ou amiga próximo(a).
Apesar disso, algumas de nossas características, entre elas as que se desenvolvem na adolescência, são
herdadas de nossos pais biológicos, com quem geralmente nos parecemos mais. Como são transmitidas as
características dos pais para os filhos?

3. Como a capacidade de reprodução humana se relaciona com as mudanças ocorridas no corpo durante a
adolescência?

4. Muitos dos questionamentos que surgem durante a adolescência são comuns a todas as pessoas que estão
passando por essa fase. Entretanto, às vezes é difícil compartilhar as dúvidas e os sentimentos. Por que isso
acontece?
Página 191

No início da adolescência, garotos e garotas passam pela puberdade, fase em que o corpo, sob a ação dos
hormônios sexuais, sofre diversas mudanças, que o tornam apto à reprodução.

Neste capítulo, você vai estudar as mudanças corporais da puberdade, os órgãos genitais e também a
gravidez e assuntos relacionados a ela, como métodos anticoncepcionais e doenças sexualmente
transmissíveis (DST). Por fim, vai entender por que somos parecidos com nossos pais biológicos e como a
herança biológica é transmitida.
Página 192

MÓDULO 1 - O ser humano em transformação


A puberdade é um período de transformações para o ser humano. Meninos e meninas sofrem
alterações tanto no corpo quanto nas emoções e no modo de enxergar o mundo, o que
caracteriza a passagem para a vida adulta.

Puberdade e adolescência
A fase entre a infância e a vida adulta é denominada adolescência. É um período marcado pela vivência de
sentimentos e comportamentos muito particulares. No início da adolescência, existe o período chamado de
puberdade, no qual o corpo de meninos e meninas passa por mudanças, que o tornam cada vez mais
parecido com o corpo de um adulto e biologicamente apto para a reprodução.

Nas meninas, entre 8 e 13 anos de idade, e nos meninos, um pouco mais tarde, entre 11 e 14 anos, o corpo
manifesta as primeiras transformações.

Puberdade feminina

Estimulados pela hipófise, os ovários passam a produzir os hormônios progesterona, que prepara o corpo
para uma possível gravidez, e estrógeno, que induz a manifestação das características sexuais secundárias,
apresentadas na figura abaixo (à esquerda).

Fig. 1 (p. 192)


Ilustrações: Petra Elster/ID/BR
Representações das principais mudanças que ocorrem na puberdade em meninas e meninos. Os ovários e os
testículos, denominados glândulas sexuais, produzem os hormônios responsáveis por essas
transformações físicas, que são acompanhadas de mudanças psicológicas.
Desenvolvem-se as mamas, com amadurecimento dos ductos de leite e deposição de gordura, aumentando o volume dos seios.
Alargam-se os ossos do quadril.
Crescimento em altura
Crescem pelos nas axilas e na região pubiana.
Acumula-se gordura nas coxas e nas nádegas, e o corpo adquire as curvas típicas do sexo feminino.
Surgem pelos nas axilas e na região pubiana.
Crescimento em altura
Aumento da massa muscular e alargamento dos ombros.
Crescimento dos testículos e do pênis.
Engrossamento da voz
Podem crescer pelos no rosto (barba e bigode) e no peito.

Puberdade masculina

Nos meninos, a puberdade começa quando os testículos, sob estímulo de um hormônio produzido pela
hipófise, passam a produzir o hormônio testosterona, que leva ao desenvolvimento das características
sexuais secundárias, apresentadas na figura ao lado.
Página 193

Identidade: adolescente

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a adolescência é o período compreendido entre os 12


e os 18 anos de idade, mas há outros documentos oficiais que ampliam a idade máxima em alguns anos.

Esse é um período de transição, marcado por mudanças no corpo, no comportamento e na forma de pensar.
E o ritmo em que tais mudanças acontecem não é o mesmo para todos; por isso, notamos que, em alguns
colegas, as mudanças ocorrem rapidamente, enquanto outros ainda têm comportamento e feições de criança.
Mais cedo ou mais tarde, essas transformações ocorrem.

As mudanças comportamentais e emocionais da adolescência estão relacionadas com a cultura e os grupos de


convivência dos jovens, o que inclui a família, os amigos e os professores. Conversar com os outros ajuda a
formar opiniões, defender ideias, fazer escolhas e tomar decisões.

Fig. 1 (p. 193)


H. Armstrong Roberts/ClassicStock/Corbis/Latinstock
Strauss/Curtis/Radius Images/Latinstock
A preferência por uma linguagem repleta de gírias ou por determinadas roupas e cortes de cabelo, por
exemplo, varia de acordo com a comunidade e a época considerada. Observe as diferenças entre os
adolescentes dos anos 1950 (foto acima) e os da atualidade.

É durante a adolescência que ocorrem muitas mudanças no modo de ver o mundo. Antes dela, os olhos que
enxergavam o mundo eram os de uma criança. Depois dela, serão os olhos de um jovem adulto. A transição
entre essas duas formas de ver a vida pode trazer muitas variações e rupturas no modo de pensar, sentir e se
comportar.

Com tantas alterações, é normal que apareçam sentimentos de angústia e medo, sentimentos contraditórios e
vontade de experimentar. É nessa fase que o jovem discute consigo mesmo e com os amigos quais traços de
sua personalidade são positivos e devem ser mantidos, e quais devem ser modificados.

Na adolescência, é comum surgirem questionamentos sobre como as coisas são, e por que não são de outro
modo.

Respeitando as diferenças

Todos nós queremos ser aceitos e respeitados em nosso grupo ou em nossa comunidade. A opinião dos
outros sobre o que somos ou como nos mostramos, sobretudo durante a adolescência, adquire grande valor.
Por isso, é muito importante refletir e conversar com outras pessoas a respeito de como nos sentimos.

I. Para ser aceito em um grupo, você tomaria atitudes que contrariassem o que acredita ser melhor ou mais
correto?

II. Como você se sente quando alguém faz uma observação negativa a seu respeito, por exemplo: sobre sua
aparência ou sua personalidade?

III. O que você acha de conversar sobre suas dúvidas com um amigo da internet, que você não conhece
pessoalmente? Você se sentiria mais à vontade assim? Você considera seguro fazer isso?
Página 194

Uma pequena volta pelo mundo

A experiência de ser adolescente é única para cada pessoa, e ela certamente será influenciada pela cultura do
indivíduo e pelas pessoas que o cercam. Os aspectos culturais podem ser determinantes nas escolhas do que
vestir, comer, pensar, de como se divertir ou de quais planos e escolhas fazer. Porém, apesar das diferenças,
será que existem padrões compartilhados por todos os adolescentes? Haverá semelhanças no cotidiano, nos
gostos e nas aspirações de adolescentes de diferentes locais do mundo? E, em relação às diferenças, quais
serão elas? Observe as fotos abaixo, considere as informações apresentadas no início deste capítulo, seus
conhecimentos prévios e reflita sobre o assunto.

Fig. 1 (p. 194)


Wavebreakmedia/Shutterstock.com/ID/BR
Celulares são usados por jovens em todo o mundo para filmar, fotografar e compartilhar diversos momentos
do dia a dia.

Fig. 2 (p. 194)


G-Stockstudio/Shutterstock.com/ID/BR
A tecnologia das telecomunicações nos permite conversar com amigos que estejam em qualquer lugar do
planeta.

Fig. 3 (p. 194)


Darko Zeljkovic/Shutterstock.com/ID/BR
A internet está presente em diferentes aparelhos. Com isso, é possível acessar uma gigantesca quantidade de
informações.

Fig. 4 (p. 194)


Xixinxing/Getty Images
Pessoas com fones de ouvido escutando música na rua: uma cena comum nos dias atuais.

Durante a adolescência, é comum garotos e garotas estabelecerem fortes vínculos afetivos com os colegas,
preferirem andar em grupo e manterem contato com os amigos. Os jovens ampliam a referência da família
como ponto de apoio e buscam outras referências para construir sua identidade.

As tecnologias de comunicação e informação aumentam as possibilidades de estabelecer novos laços e


cultivar as amizades. Tanto nas relações presenciais como nas relações virtuais, é importante saber escolher
os amigos.
Página 195

Sistema genital feminino


A reprodução e a sexualidade humanas estão associadas ao sistema genital, que é diferente em mulheres e
homens.

O sistema genital feminino é formado internamente pelo útero, por dois ovários e por duas tubas uterinas,
pela vagina e pelos órgãos genitais externos, que, em conjunto, são chamados de pudendo feminino.

As glândulas mamárias também têm um papel importante na reprodução humana (assim como em outros
mamíferos), pois produzem leite, o alimento fornecido ao recém-nascido.

Ovários, útero e tubas uterinas

Os ovários são glândulas de formato ovalado nas quais amadurecem as células reprodutoras femininas.
Outra função dos ovários é produzir hormônios sexuais, como o estrógeno e a progesterona.

O útero é um órgão oco com formato semelhante ao de uma pera. Ele é composto por espessas paredes
musculares (o miométrio), recobertas internamente pelo endométrio, uma mucosa rica em vasos
sanguíneos. É no útero que o bebê se desenvolve durante a gravidez.

As tubas uterinas são tubos ocos revestidos internamente por uma mucosa com cílios. Há duas tubas, que
começam no útero, uma de cada lado desse órgão, e terminam em uma abertura em forma de funil com
franjas nas proximidades de cada um dos ovários.

Na ovulação, um ovócito secundário é liberado por um dos ovários e entra na tuba mais próxima. Por meio
de contrações das paredes da tuba e do movimento dos cílios, o ovócito dirige-se ao útero. O
amadurecimento de ovócitos secundários e a ovulação iniciam-se na puberdade.

Fig. 1 (p. 195)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Esquema do sistema genital feminino em visão frontal. Com exceção dos ovários, as outras partes internas
foram representadas em corte. (Representação sem proporção de tamanho; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: Anatomia humana. São Paulo: Ática, 2010. p. 25 (Série Atlas Visuais).
tubas uterinas
útero
ovários
vagina

Ovócitos, óvulos e ovulação

Diferentemente dos homens, cujos testículos começam a produzir células reprodutoras na puberdade, nas
mulheres essas células começam a se formar nos ovários da menina ainda na fase fetal, isto é, quando ela está
no útero materno.

No entanto, o processo de meiose (visto no capítulo 1), que daria origem a células reprodutoras maduras, não
se conclui; as células estacionam no estágio de ovócitos primários e permanecem assim por muitos anos.

A partir da puberdade, começa o amadurecimento dos ovócitos primários. Em geral, a cada período de 28 a
30 dias um ovócito primário se divide, originando um ovócito secundário, que é expulso do ovário e entra
na tuba uterina. Esse processo é denominado ovulação.

Ao longo de toda a vida reprodutiva da mulher, apenas cerca de quatrocentos ovócitos deverão passar pelo
fenômeno de ovulação.

A meiose do ovócito secundário, que dará origem ao óvulo, só se conclui se houver fecundação (ver o texto
O início: a fecundação, na página 204).
Página 196

Vagina e pudendo feminino

A vagina é um canal tubular, de paredes musculares, que liga o colo do útero ao exterior do corpo. Na
mulher adulta, esse tubo tem de 9 cm a 12 cm de comprimento. Durante o ato sexual com penetração vaginal,
a vagina é o órgão que recebe o pênis, o órgão sexual masculino. Pela vagina também passam o fluxo
menstrual (assunto que será estudado no item seguinte) e o bebê, durante o parto normal.

O pudendo feminino é formado pelos lábios maiores, duas dobras de pele que apresentam pelos
pubianos e muitas glândulas sudoríparas e sebáceas. Os lábios maiores cobrem os lábios menores − duas
pregas de pele localizadas ao redor das aberturas da vagina e da uretra (que faz parte do sistema urinário) −
onde predominam glândulas sebáceas e não há pelos.

Na junção dos lábios menores está localizado o clitóris, cuja porção exposta é denominada glande do
clitóris; durante a excitação sexual, a glande, extremamente excitável em razão das terminações nervosas que
possui, geralmente aumenta de tamanho.

Na parte interna do canal da vagina, fechando parcialmente a abertura, pode existir uma fina membrana, o
hímen, que em geral se rompe durante a primeira relação sexual com penetração.

Fig. 1 (p. 196)


Luis Moura/ID/BR
Figura de pudendo feminino. Os lábios menores foram representados afastados para permitir a visualização
de estruturas normalmente cobertas por eles. Os pelos pubianos não foram representados.
Fonte de pesquisa: F. H. Netter. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 377.
clitóris
lábio menor
hímen
lábio maior
uretra
abertura da vagina
ânus (não faz parte do pudendo feminino)

Ovulação e ciclo menstrual

A cada 28 ou 30 dias, aproximadamente, ocorre no corpo feminino uma série de fenômenos que, em
conjunto, são denominados ciclo menstrual, os quais incluem a ovulação e a menstruação.

O ciclo menstrual apresenta, resumidamente, os seguintes fenômenos:

• o útero é preparado (espessamento do endométrio) para uma possível gravidez e a liberação do ovócito
secundário pelo ovário (ovulação);

• caso o ovócito não seja fecundado, ele se desintegra; parte do endométrio descama-se;

• as células mortas e o sangue resultantes da descamação do endométrio saem do corpo pela vagina: é a
menstruação, que dura, em média, de dois a seis dias; a primeira menstruação ocorre na puberdade e
recebe o nome de menarca;

• e o ciclo recomeça, com o útero preparando-se para uma possível gravidez e uma nova ovulação.

Há mulheres com ciclos menstruais mais longos ou mais curtos e também aquelas com ciclo bastante
irregular, principalmente na adolescência.

Para saber qual a duração do ciclo menstrual, considera-se, como primeiro dia do ciclo, o primeiro dia de
sangramento menstrual e conta-se o número de dias até o primeiro dia da próxima menstruação. A ovulação
ocorre cerca de 14 dias antes da próxima menstruação, ou seja: se o ciclo tiver 28 dias, a ovulação deve
ocorrer em torno do 14º dia. Mas, se o ciclo for irregular, é difícil precisar em que dia ocorre a ovulação.

A gravidez e o leite

As glândulas mamárias são especializadas na produção de leite e estão localizadas nas mamas, ou seios.
Nas mamas existe uma área circular chamada de aréola, e em seu centro há uma projeção denominada
mamilo, no qual estão as aberturas de saída dos ductos de leite.

Fig. 2 (p. 196)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Representação de mama esquerda em visão frontal.
Fonte de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 2. p. 65.
mama
mamilo
aréola

O estímulo para a produção de leite vem de hormônios produzidos durante a gravidez. Já a saída do leite
resulta da ação de outro hormônio, cuja produção, por sua vez, é provocada pelo movimento de sucção do
bebê no mamilo da mãe.
Página 197

Sistema genital masculino


O sistema genital masculino é formado por pênis, escroto, dois testículos, diversos ductos (canais),
epidídimo, ducto deferente, ducto ejaculatório e uretra e glândulas sexuais acessórias, como as glândulas
seminais, a próstata e a glândula bulbouretral.

Pênis, uretra, escroto e testículos

A estrutura interna do pênis permite que esse órgão aumente de tamanho, processo conhecido como
ereção. O aumento de tamanho ocorre porque o pênis apresenta, internamente, cavidades (chamadas de
corpos cavernosos) que se enchem de sangue. Pelo interior do pênis também passa a uretra.

A uretra abre-se na extremidade do pênis, que é chamada de glande. Esta é recoberta pelo prepúcio, uma
pele frouxa.

Circuncisão

A circuncisão é uma cirurgia em que o prepúcio do pênis é removido total ou parcialmente. A prática faz
parte dos rituais de diversos povos, como entre os praticantes da religião judaica, em que a circuncisão é
obrigatória, devendo ser realizada no oitavo dia de vida do menino.

Há estudos que mostram que a cirurgia pode ser importante do ponto de vista médico, pois diminui a
possibilidade de infecções das vias urinárias, de câncer no pênis e de doenças sexualmente transmissíveis.

Quando há estreitamento do prepúcio, problema conhecido como fimose, que pode impedir ou tornar muito
dolorida a ereção do pênis, a cirurgia deve ser realizada.

Fig. 1 (p. 197)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Pênis não circuncidado (à esquerda) e pênis circuncidado (à direita).
Fontes de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 2. p. 197; F. H.
Netter. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 387.

Fig. 2 (p. 197)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Representação do sistema genital masculino em visão lateral. O interior do pênis e o reto foram
representados em corte. (Representação sem proporção de tamanho; cores-fantasia.)
escroto
prepúcio
pênis
uretra
glândula seminal
próstata
ducto deferente
bexiga (sistema urinário)
corpos cavernosos
glande
epidídimo
reto (sistema digestório)
ânus
testículo
Fonte de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 1. p. 15.

O escroto é uma bolsa de pele que abriga os dois testículos, glândulas de forma ovalada onde são
produzidas as células reprodutoras masculinas, chamadas de espermatozoides.

O escroto está localizado fora do corpo, suspenso por músculos. Sua localização mantém a temperatura dos
testículos levemente mais baixa que a temperatura do corpo, o que permite a produção e a sobrevivência dos
espermatozoides. Em dias frios, a musculatura do escroto contrai-se e aproxima os testículos do corpo; em
dias quentes, ela relaxa, afastando-os do corpo. Assim, os testículos são mantidos em temperatura adequada.
Página 198

Produção e armazenamento dos espermatozoides

Nos testículos existem células especiais que secretam a testosterona, o principal hormônio sexual dos
homens. Na puberdade, esse hormônio promove o desenvolvimento das características sexuais masculinas
secundárias e estimula o início da produção de gametas masculinos, os espermatozoides, que continuará por
toda a vida fértil do homem.

Os espermatozoides são produzidos nos testículos, nos túbulos seminíferos, estruturas com formato de
canais espiralados.

Após deixar os túbulos seminíferos, os espermatozoides passam para um órgão localizado acima do testículo,
o epidídimo, onde amadurecem, adquirem mobilidade e podem ficar armazenados.

Do epidídimo, os espermatozoides passam para o ducto deferente, que também pode armazená-los por
algum tempo.

Espermatozoides

Os espermatozoides são células especializadas em atingir um gameta feminino (ovócito secundário) e


fecundá-lo. Observe, no esquema ao lado, que partes do gameta masculino garantem que isso ocorra:

• cabeça: contém o núcleo com o DNA masculino e uma vesícula denominada acrossomo; essa vesícula
contém enzimas, substâncias que facilitam a fecundação, isto é, a entrada do núcleo do espermatozoide no
ovócito secundário;

• peça intermediária: contém muitas mitocôndrias, que fornecem energia para a manutenção e o
deslocamento do espermatozoide;

•.cauda: flagelo que possibilita esse deslocamento.

Fig. 1 (p. 198)


Studio Caparroz/ID/BR
Esquema de um espermatozoide. Um espermatozoide humano mede cerca de 50 μm de comprimento.
(Cores-fantasia.)
acrossomo
cabeça
núcleo
peça intermediária
cauda
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 568.

Antes de sair do corpo masculino, os espermatozoides passam pelo ducto ejaculatório e misturam-se a
secreções das glândulas sexuais acessórias (próstata, glândulas seminais e bulbouretrais); a mistura de
espermatozoides e secreções das glândulas constitui o sêmen ou esperma.

As secreções glandulares aumentam a capacidade de movimento dos gametas masculinos – o que é


importante para alcançar a célula reprodutora feminina – e fornecem-lhes energia, o que garante sua
sobrevivência por algum tempo, cerca de 48 horas, no corpo feminino.

A secreção da glândula bulbouretral também lubrifica a uretra, canal por onde os espermatozoides passam ao
sair do corpo. Pela uretra também passa a urina durante a micção.

GLOSSÁRIO

Gameta: célula reprodutora.

Micção: ato de urinar, esvaziar a bexiga.

Fig. 2 (p. 198)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Representação de um testículo em corte. Dos túbulos seminíferos, os espermatozoides encaminham-se para
o epidídimo e, em seguida, para o ducto deferente. Por convenção, os vasos que irrigam o testículo foram
representados em vermelho (sangue rico em gás oxigênio) e azul (sangue com pouco gás oxigênio). (Imagem
sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. vol. 2. p. 193-194.
túbulos seminíferos
epidídimo
ducto deferente
Página 199

Sexualidade e adolescência
Ao longo da adolescência, meninos e meninas enfrentam diversas dúvidas. Entre elas, destacam-se
certamente as relacionadas à sexualidade, sobretudo pela importância que o tema adquire para o
adolescente.

É preciso que se saiba, no entanto, que a sexualidade humana não se restringe a seus aspectos biológicos,
como as características físicas do sistema genital e seu funcionamento na reprodução da espécie. Ela envolve
também elementos culturais, afetivos e sociais.

Leia um trecho da definição de sexualidade formulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS): “A
sexualidade humana forma parte integral da personalidade de cada um. É uma necessidade básica e um
aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida. [...] É energia que motiva
encontrar o amor, contato e intimidade e se expressa na forma de sentir, nos movimentos das pessoas e como
estas tocam e são tocadas. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e integrações e,
portanto, a saúde física e mental”.

O sexo biológico, o gênero e a orientação sexual

O sexo biológico de uma pessoa é definido por seu código genético (DNA) no momento da fecundação. Ou
seja, assim que o núcleo do óvulo e o núcleo do espermatozoide se unem, o sexo biológico da futura criança é
determinado.

Já a ideia de gênero masculino ou feminino tem mais a ver com o que é ser homem ou mulher no ambiente
social. O gênero é construído ao longo da vida de uma pessoa, com base em fatores sociais e culturais. Por
exemplo, algumas pessoas imaginam que as mulheres devam ser delicadas, cuidadosas e emotivas, enquanto
os homens precisam demonstrar agressividade, força e racionalidade.

É comum as crianças ouvirem de seus pais frases como “Boneca é brinquedo de menina” ou “Azul é cor de
meninos e rosa é cor de meninas”. Também é comum se afirmar que meninas brincam de casinha, ao passo
que meninos brincam de lutas e carrinhos.

Fig. 1 (p. 199)


Detail Parenting/Alamy/Other Images
MR&PR/bleu Jean Images/Getty Images
Muitas brincadeiras são tradicionalmente consideradas “de menino” ou “de menina”. Na verdade, essa é uma
ideia social e culturalmente construída, e não reflete as preferências de brincadeira dos dois sexos, que
podem igualmente gostar de brincar de boneca ou de carrinho, por exemplo.

Quebrando preconceitos

Em nossa sociedade, homens e mulheres, desde a infância, são tratados de maneiras diferentes, e
frequentemente as mulheres saem em desvantagem.

Pense e reflita sobre as seguintes questões:

I. Existem profissões exercidas mais por homens do que por mulheres? Ou, ao contrário, profissões exercidas
mais por mulheres do que por homens? Pense em exemplos e comente-os.

II. Como é feita a divisão do trabalho doméstico na sua casa? Há tarefas que só as mulheres ou só os homens
executam?

III. Você acharia estranho se um amigo seu quisesse trabalhar como babá? E acharia estranho se uma amiga
sua quisesse ser mecânica de automóveis? Por quê?

IV. Em sua opinião, do ponto de vista profissional, homens e mulheres têm os mesmos direitos?
Página 200

A divisão entre o que é “coisa de menino” e o que é “coisa de menina” pode prosseguir até a idade adulta e
acaba sendo determinante para as funções que homens e mulheres vão desempenhar na comunidade, o que,
em geral, é muito negativo. Por exemplo, uma pessoa que escolhe uma profissão considerada mais
apropriada para o sexo oposto pode ter de enfrentar preconceitos e combater estereótipos para ser bem-
sucedida profissionalmente.

Exemplo de estereótipo é acreditar que somente as mulheres podem ser bailarinas por ser essa uma profissão
inadequada para homens, ou achar que dançarinos de balé são homossexuais, pois executam uma atividade
considerada feminina.

Além do sexo biológico e da noção de gênero, cada pessoa tem uma orientação sexual, e, de acordo com ela,
cada um pode sentir atração por indivíduos do sexo oposto (heterossexual), por indivíduos do mesmo sexo
(homossexual) ou por pessoas de ambos os sexos (bissexual). Algumas pessoas apresentam uma preferência
sexual predominante; outras pessoas transitam por diferentes situações, o que mostra que não há uma única
forma de se comportar ou de sentir desejo e, portanto, não há certo ou errado.

Homofobia

Os efeitos negativos de comportamentos homofóbicos — aversão a homossexuais ou à homossexualidade —


podem recair sobre a autoestima do jovem homossexual, afetar a sociabilidade e o desempenho escolar. Sem
falar na violência física que muitas vezes acompanha o preconceito.

O Programa Brasil Sem Homofobia, do Ministério da Saúde, afirma: “Enquanto existirem cidadãos cujos
direitos fundamentais não sejam respeitados por razões relativas à discriminação [...], não se poderá afirmar
que a sociedade brasileira seja justa, igualitária, democrática e tolerante”.

Fonte de pesquisa disponível em:


<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_enfrentamento_epidemia_aids_hsh.pdf>. Acesso em: 5
fev. 2015.

Fig. 1 (p. 200)


Julia Grossi/Corbis/Latinstock
Graciosidade e delicadeza são qualidades esperadas de bons bailarinos, e é comum as pessoas associarem
essas características apenas às mulheres.

Alguns assuntos delicados

Vimos que a sexualidade está relacionada ao amor, ao contato e à intimidade entre as pessoas, sendo um
aspecto humano vital. Infelizmente, os adolescentes podem deparar com algumas situações delicadas em seu
processo de amadurecimento e fortalecimento da própria sexualidade.

A pedofilia é uma perversão expressada por um adulto que tem interesse em praticar atos sexuais com
crianças. Em caso de assédio, crianças e adolescentes devem evitar as investidas e procurar a ajuda de
familiares, professores e outros adultos. Ficar quieto e consentir pode levar a situações extremas, como de
estupro e violência física, por isso é muito importante tomar providências.

Casos de pedofilia também acontecem na internet. Nos sites de pornografia circulam imagens de crianças e
adolescentes, muitas vezes nus e em cenas eróticas, e incentivam o abuso sexual infantil. Fique atento ao usar
salas de bate-papo virtual ou sites de relacionamento, por exemplo: há adultos que fazem uso dessas
ferramentas para se aproximar de adolescentes com interesses sexuais, até mesmo propondo a prática de
sexo virtual. Proteja-se, selecionando as pessoas com quem você se comunica, nunca envie fotos suas a
desconhecidos e sempre comunique a um adulto se você sofrer algum tipo de assédio sexual.

GLOSSÁRIO

Estereótipo: comportamento ou hábito que a sociedade espera de uma pessoa e que, em geral, resulta dos
preconceitos dessa sociedade.

Perversão: nesse caso, desvio de comportamento das práticas sexuais consideradas normais; imoralidade.
Verifique o que aprendeu

1. No caderno, construa uma tabela com as características sexuais da puberdade exclusivas de meninos,
exclusivas de meninas e comuns aos dois sexos.

2. Em termos biológicos, o que a puberdade representa?

3. Você acha que a noção de gênero masculino ou feminino pode influenciar na formação da identidade de
uma pessoa?
Página 201

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. O gráfico a seguir ilustra a variação da espessura do endométrio (para mais ou para menos) ao longo de
um ciclo menstrual. O endométrio é a mucosa do útero, rica em vasos sanguíneos. No eixo horizontal, estão
indicadas as fases desse ciclo. Observe o gráfico com atenção e responda às questões propostas.

Fig. 1 (p. 201)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 579.
Espessamento do endométrio durante o ciclo menstrual
Dias
Fase pós-ovulatória
Ovulação
Fase menstrual
Fase pré-ovulatória
1, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24, 26, 28

a) No ciclo acima, qual é o primeiro dia da menstruação? Como é possível reconhecer esse dia?

b) É correto dizer que a duração da menstruação representada no gráfico acima é de três dias? Explique.

c) Identifique o momento da ovulação. Você diria que esse gráfico representa um ciclo menstrual regular ou
irregular? Justifique.

2. Nos homens, a uretra desempenha função tanto no sistema urinário quanto no sistema genital. Explique
essa afirmação.

3. Os testículos dos meninos só se alojam no escroto quando a criança já está para nascer ou, em alguns
casos, até os 4 meses de idade. Antes disso, os testículos permanecem dentro da cavidade abdominal, onde se
desenvolvem. No entanto, se a migração dos testículos para o escroto não ocorrer, o menino poderá se tornar
um adulto não fértil. Usando seus conhecimentos sobre a produção e o amadurecimento dos
espermatozoides, explique por que essa condição pode afetar a fertilidade.

4. Considere a produção dos gametas femininos e seu papel na reprodução humana e responda às questões.

a) Onde são produzidos os gametas femininos?

b) Quando se inicia a produção dos gametas femininos?

c) Explique o que é ovulação.

5. Considere a produção dos gametas masculinos e seu papel na reprodução humana e responda às questões.

a) Onde são produzidos os gametas masculinos? Em que órgão eles amadurecem?

b) Quando se inicia a produção de espermatozoides?

c) Qual é a função das secreções glandulares na produção dos gametas masculinos?

6. Um garoto e uma garota adolescentes namoram e desejam ter relações sexuais. Que aspectos devem ser
levados em consideração quando se toma uma decisão importante como essa?
Página 202

MÓDULO 2 - Reprodução humana e sexualidade


Ao mesmo tempo que é fonte de prazer, o relacionamento sexual está associado à reprodução
humana e pode resultar em gravidez. A decisão de ter filhos ou não e o melhor momento para
iniciar a construção de uma família são temas sobre os quais devemos refletir.

Estabelecendo uma relação


É comum as pessoas associarem a sexualidade ao ato sexual. Porém, como já foi visto, a sexualidade está
relacionada a vários outros aspectos, como a atração, o desejo e o afeto que sentimos por outras pessoas; é
também influenciada pela cultura de cada povo e diz respeito à identidade sexual individual.

A relação sexual pode ser estabelecida com uma pessoa com quem temos mais intimidade ou com alguém
menos próximo, e nos dois casos o ato sexual pode ser prazeroso. Mas, se o sexo for praticado com alguém
por quem temos afeto, o prazer geralmente é maior, e a oportunidade de trocar intimidades e expressar
emoções também se amplia.

À medida que nos desenvolvemos e amadurecemos, o impulso vital pela busca do prazer vai deixando de vir
do próprio corpo e surge o desejo pelo outro. O desejo sexual desperta a vontade de beijar, tocar, estar perto
de quem se gosta. A relação sexual proporciona prazer e intimidade entre as pessoas envolvidas e, ao mesmo
tempo, representa a possibilidade de gravidez e de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis
(abreviadas por DST).

Não existe um momento certo para iniciar a vida sexual, nem uma regra de como devemos nos relacionar.
Mas, como você deve ter percebido, é importante ter conhecimento sobre os temas relacionados à
sexualidade para evitar uma gravidez indesejada ou uma doença, e também para descobrir como expressar a
própria sexualidade e trocar afeto. Ainda que esses assuntos sejam considerados proibidos em alguns
círculos, hoje em dia há muito mais abertura para se conversar sobre sexo do que em algumas décadas atrás,
além de mais fontes de informação, de acesso facilitado.

Fig. 1 (p. 202)


ACE Stock Limited/Alamy/Latinstock
A adolescência é um período de muitas investigações e descobertas. A troca de carinho entre dois parceiros
os aproxima e permite conhecer melhor a si mesmo e ao outro.

Fig. 2 (p. 202)


Corbis/Latinstock
Essa foto mostra adolescentes em uma escola dos Estados Unidos assistindo a uma aula de Educação Sexual
em 1948. Na tela, vemos projetada a imagem do sistema genital feminino.
Página 203

O relacionamento sexual
Além de ser fonte de prazer sexual, os órgãos genitais também desempenham papel fundamental na
reprodução. O encontro entre as células reprodutoras masculina e feminina ocorre por meio da relação
sexual entre um homem e uma mulher, com penetração vaginal.

Excitação sexual e penetração

Quando um homem está sexualmente excitado, uma grande quantidade de sangue aflui para os corpos
cavernosos do pênis, o que provoca seu enrijecimento e elevação, ou seja, a ereção. Durante a relação
sexual, isso torna possível a penetração do órgão masculino na vagina.

No caso das mulheres, a excitação sexual provoca um grande afluxo de sangue às paredes da vagina, que se
incham e eliminam fluidos que lubrificam internamente o canal vaginal. Também contribui para a
lubrificação da vagina o muco secretado por certas glândulas.

Ocorre então a ereção do clitóris, órgão extremamente excitável, e o relaxamento dos músculos da vagina, o
que, com a lubrificação, favorece a penetração do pênis. Pode acontecer também um inchaço das mamas e a
ereção dos mamilos. Geralmente, as mulheres se excitam em ritmo mais lento que o dos homens, e o parceiro
sexual precisa estar atento ao momento certo para iniciar a penetração.

Lubrificação

Durante a excitação sexual, glândulas do colo do útero, da região ao redor da abertura vaginal e da uretra
produzem secreções (muco) que lubrificam a entrada da vagina, facilitando a penetração do pênis.

Em situações nas quais a lubrificação natural é insuficiente, a mulher pode recorrer ao uso de lubrificantes
vaginais industrializados.

Orgasmo

No ponto máximo da excitação, em homens e mulheres, pode ocorrer o orgasmo, momento de prazer
intenso do ato sexual, seguido por sensação de profundo relaxamento do corpo.

Nos homens, o orgasmo caracteriza-se por contrações ritmadas dos ductos e de outras estruturas do sistema
genital, que empurram os espermatozoides para a uretra; nesse momento pode ocorrer então a ejaculação,
isto é, a eliminação do sêmen pela abertura da uretra.

Na mulher, o orgasmo caracteriza-se por contrações ritmadas da vagina, do útero e dos músculos da região
genital. Durante o ato sexual, essas contrações ajudam o sêmen a penetrar mais profundamente na vagina e a
atingir o colo do útero. O movimento dos espermatozoides em direção ao útero também se dá pelo batimento
dos flagelos desses gametas.

No início da vida sexual, garotos e garotas podem passar por situações que os fazem se sentir
desconfortáveis, inseguros e ansiosos. Para as garotas, por exemplo, pode ser difícil atingir o orgasmo, nem
sempre alcançado nas primeiras relações sexuais. Já os garotos se preocupam com a ejaculação precoce,
situação em que o homem não tem controle sobre o momento de atingir o orgasmo. Com o tempo e o
autoconhecimento, a grande maioria vence essas dificuldades.
Página 204

A gravidez
Durante a gravidez, o corpo da mãe passa por diversas transformações que o preparam para gerar um bebê,
e algumas dessas mudanças estão associadas à ação dos hormônios da gravidez. Pouco a pouco, o novo ser se
desenvolve no interior do útero, com aumento de massa e especialização de suas células.

Gestação é o nome que se dá à sequência de eventos iniciada com a fecundação e finalizada com o
nascimento do bebê.

O início: a fecundação

Após o ato sexual, com penetração e ejaculação no interior do corpo feminino, pode acontecer o encontro
entre o espermatozoide (gameta masculino) e o ovócito secundário. Quando o núcleo do espermatozoide
penetra no ovócito secundário, ocorre o que é chamado de fecundação ou fertilização.

A meiose do ovócito prossegue originando o óvulo, cujo núcleo se funde ao núcleo do espermatozoide.
Forma-se assim o zigoto, a primeira célula do futuro embrião, constituída de um núcleo único, resultante da
fusão desses dois núcleos e do citoplasma do ovócito.

Em geral, a fertilização ocorre em uma das tubas uterinas. Enquanto prossegue seu caminho em direção ao
útero, o zigoto passa por diversas divisões celulares do tipo mitose, o que leva à formação de um grupo de
células muito semelhantes entre si, que constituem o embrião.

A partir da segunda semana após a fertilização é que as células do embrião começam a se diferenciar umas
das outras, dando origem a conjuntos de células com funções diferentes e definidas.

A fecundação humana

A cada ejaculação, são liberados milhões de espermatozoides no esperma, e somente um deles vai penetrar
na célula reprodutora feminina, caracterizando a fecundação. Assim que a fecundação acontece, o óvulo
forma uma barreira que impede a penetração de outros espermatozoides.

Fig. 1 (p. 204)


Eye of Science/SPL/Latinstock
Espermatozoide (em azul) prestes a penetrar no gameta feminino (amarelo). Observe a diferença de tamanho
dos dois gametas. (Imagem colorizada, obtida ao microscópio eletrônico de varredura; aumento de 700 vezes
em 10 cm.)

Fig. 2 (p. 204)


Gameta feminino com alguns espermatozoides na superfície.
1

Fig. 3 (p. 204)


Ilustrações: Luis Moura/ID/BR
Espermatozoide fecundando um gameta feminino.
2

Fig. 4 (p. 204)


Embrião humano com 2 células (1º dia).
3

Fig. 5 (p. 204)


Embrião humano com 4 células (2º dia).
4

Fig. 6 (p. 204)


Embrião humano com 8 células (3º dia).
5

Fig. 7 (p. 204)


Embrião humano com 16 células (4º dia).
Esquema da fecundação humana e das primeiras divisões celulares do embrião. (Imagens sem proporção de
tamanhos; cores-fantasia.)
Fontes de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 594-595; Keith L. Moore; T. V. N. Persaud. Embriologia básica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 3.
6
Página 205

Fixação do embrião

Em geral, aproximadamente uma semana após a fertilização o embrião chega ao útero e, cerca de dois dias
depois, fixa-se à parede desse órgão.

Com a fixação do embrião, tem início a gravidez, também chamada de gestação. A gravidez leva à produção
de hormônios que impedem a descamação do revestimento do útero. Na maioria dos casos, o ciclo menstrual
é interrompido.

Fig. 1 (p. 205)


Vagner Coelho/ID/BR
Representação das etapas iniciais de formação e desenvolvimento do embrião. As estruturas do sistema
genital foram representadas em corte. O ovócito secundário liberado pelo ovário encontra o espermatozoide;
ocorre a fecundação na tuba uterina; e, posteriormente, o embrião se fixa à parede do útero, onde vai
continuar se desenvolvendo. (Imagem sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 597.
1 Primeira divisão: acontece entre o primeiro e o segundo dia depois da fecundação.
2 Passada a primeira semana, o embrião chega ao útero.
fecundação
ovócito secundário
espermatozoides
embrião de 8 células
embrião formado por aproximadamente 100 células

Saúde para a mãe e o bebê

O acompanhamento durante a gestação — período pré-natal — inclui exames e consultas com profissionais
que buscam manter a saúde da mãe e do bebê.

Fig. 2 (p. 205)


Ultrassonografia, um dos exames do pré-natal.
Jim Craigmyle/Corbis/Latinstock

Os exames realizados permitem identificar problemas que possam trazer riscos à saúde da mãe e do bebê,
como pressão alta, anemia, diabetes, infecções urinárias e doenças sexualmente transmissíveis. Algumas
dessas condições podem provocar desde o nascimento precoce do bebê até o aborto do feto ou a morte da
mãe ou do recém-nascido.

No período pré-natal, as gestantes também recebem informações sobre a importância da boa nutrição e da
prática de exercícios, e sobre os riscos para o bebê causados pelo consumo de álcool, cigarros e outras drogas.

Placenta e cordão umbilical

Pouco tempo depois da fixação do embrião no útero, começa a se formar a placenta, estrutura que permite a
troca de substâncias (nutrientes, gases respiratórios e resíduos) entre a mãe e o embrião.

A ligação entre o embrião e a placenta é feita por meio do cordão umbilical. O cordão contém duas
artérias, por onde passam gás oxigênio e nutrientes da mãe para o bebê, e uma veia, por onde passam o gás
carbônico e os resíduos que devem ser eliminados do embrião pela mãe.

A maioria dos microrganismos da mãe não consegue atravessar a placenta; porém, alguns vírus, bactérias e
toxinas (como as presentes no cigarro e em outras drogas) são transmitidos da mãe para o bebê.

Durante a gravidez, formam-se outras estruturas importantes, como a bolsa amniótica, que é preenchida
com o líquido amniótico e protege o bebê contra choques mecânicos e desidratação.

Fig. 3 (p. 205)


Luis Moura/ID/BR
Representação do feto e das estruturas que o protegem ou alimentam. (Imagem sem proporção de tamanhos;
cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 602.
placenta
cordão umbilical
líquido amniótico
bolsa amniótica
parede uterina
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Desenvolvimento do bebê e parto

Em média, a gestação dos seres humanos dura quarenta semanas, contadas a partir da data da última
menstruação da mulher. Até o final da oitava semana de gravidez, o futuro bebê é chamado de embrião. A
partir daí, ele passa a ser chamado de feto. Observe, nas figuras a seguir, algumas etapas de seu
desenvolvimento.

Fig. 1 (p. 206)


1 Primeiro mês. Inicia-se a formação dos vasos sanguíneos e do coração, que começa a bater. Forma-se um
intestino primitivo e surgem os brotos dos membros (pernas e braços). O sistema nervoso começa a se
desenvolver, assim como os olhos e as orelhas. O embrião mede cerca de 1 mm.

Fig. 2 (p. 206)


2 Entre o segundo e o terceiro mês. Células sanguíneas começam a se formar no fígado e depois no timo,
na medula óssea vermelha e no baço. Os órgãos genitais começam a se diferenciar. O feto começa a se mover,
mas seus movimentos ainda não podem ser sentidos pela mãe. O feto mede cerca de 7 cm.

Fig. 3 (p. 206)


3 Sexto mês. O sistema respiratório está quase completamente formado. A mãe já sente os movimentos do
feto. Ele agora mede cerca de 30 cm.

Fig. 4 (p. 206)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
4 Entre o oitavo e o nono mês. Em geral, o futuro bebê posiciona-se de cabeça para baixo. Ele está
pronto para nascer; entretanto, o desenvolvimento do sistema nervoso do bebê só estará completo após o
primeiro ano de vida.
(Imagens sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fontes de pesquisa: B. McMillan. Human body: a visual guide. Nova York: Firefly Books, 2006. p. 253; T. Smith. The human body: an
illustrated guide to its structure, functions and disorders. 2. ed. Londres: Dorling Kindersley, 2006. p. 206; e J. Sobotta. Atlas de
anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. vol. 2. p. 207.

Em geral, quando o bebê já está pronto para nascer, o útero começa a se contrair esporadicamente. Quando
essas contrações se tornam regulares, tem início o trabalho de parto.

Aos poucos, as contrações ficam mais fortes, e o intervalo entre elas diminui; ocorrem, então, o rompimento
da bolsa amniótica e a dilatação do colo do útero. Finalmente, as contrações do útero empurram o bebê
através do canal vaginal.

Fig. 5 (p. 206)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
(Imagens sem proporção de tamanhos e útero representado em corte; cores-fantasia.)
1 As contrações empurram o feto para a saída do útero. O colo uterino se dilata e a bolsa amniótica se rompe.
2 As contrações tornam-se mais intensas e frequentes, impelindo o feto para o exterior. Assim, ocorre o parto.
3 Uma vez expulso o feto, corta-se o cordão umbilical. O bebê chora pela primeira vez, o que ativa seu sistema respiratório.
colo uterino
cordão umbilical
Fonte de pesquisa: N. A. Campbell e outros. Biology: concepts and connections. 2. ed. Menlo Park: Benjamin Cummings, 2000.

Parto normal ou cesariana?

Quando o parto normal não é possível, o médico pode fazer uma cesariana. Nesse tipo de parto, o bebê e a
placenta são retirados do útero por um corte feito pelo médico.

O parto normal, além de ter menos riscos de infecções, apresenta outros benefícios, como: aumento do
vínculo entre a mãe e o bebê; maior estímulo à produção de leite (as contrações uterinas estimulam a
produção do hormônio ocitocina, que induz a produção de leite nas mamas), o que facilita a amamentação; e
melhor e mais rápida recuperação da mãe.
Página 207

Métodos anticoncepcionais
Antes de assumir um relacionamento amoroso e sexual, é importante saber que isso implica
responsabilidade. É preciso lembrar, por exemplo, que a gravidez é uma possibilidade nem sempre desejada.

Vamos conhecer alguns métodos anticoncepcionais. Um ginecologista ou outro profissional da saúde


qualificado deve ser consultado para orientar na escolha do método mais adequado.

Métodos de barreira

São métodos que funcionam como um obstáculo físico, impedindo a chegada dos espermatozoides ao
ovócito. São eles as camisinhas (ou preservativos), que podem ser masculinas ou femininas, e o diafragma.
Entre todos os métodos anticoncepcionais, as camisinhas representam o único método que também pode
prevenir a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, pois impedem o contato entre as mucosas e
os fluidos corporais.

A camisinha masculina, geralmente feita de látex (borracha fina), deve ser colocada no pênis já ereto,
como mostram as ilustrações a seguir.

Fig. 1 (p. 207)


1 Abra a embalagem com cuidado e encaixe a camisinha apertando o reservatório da ponta.

Fig. 2 (p. 207)


2 Desenrole a camisinha até a base do pênis.

Fig. 3 (p. 207)


3 Após a ejaculação, retire a camisinha com o pênis ainda ereto, impedindo a saída do esperma.

Fig. 4 (p. 207)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
4 Dê um nó na camisinha e jogue-a no lixo.

O sêmen ejaculado fica na extremidade da camisinha e não entra em contato com o corpo da(o) parceira(o)
sexual.

A camisinha feminina geralmente é feita de um material plástico bem fino e macio (denominado
poliuretano) e se assemelha a uma bolsa com uma extremidade fechada, que deve ser introduzida na vagina,
e outra aberta, onde há uma argola que permanece fora do corpo da mulher. Acompanhe nas ilustrações a
seguir.

Fig. 5 (p. 207)


1 Com cuidado, segure a extremidade fechada com o polegar e o indicador.

Fig. 6 (p. 207)


2 Aperte a argola e introduza-a na vagina com o dedo indicador.

Fig. 7 (p. 207)


3 Empurre-a com o dedo indicador. A argola maior fica para fora da vagina; isso aumenta a proteção.
Paulo Cesar Pereira/ID/BR

A camisinha feminina impede que fluidos do corpo do parceiro entrem em contato com a mucosa da vagina.

O uso de preservativos é um método contraceptivo e também de prevenção de DSTs, mas não é 100% seguro,
pois a camisinha pode romper-se durante a relação sexual.
Diafragma

Fig. 8 (p. 207)


Jenny Swanson/iStock/Getty Images
Um diafragma em sua embalagem.

É uma peça de borracha ou silicone que deve ser introduzida na vagina antes do ato sexual. O diafragma
fecha a entrada do útero e impede que a maioria dos espermatozoides chegue ao ovócito. Para maior eficácia,
ele deve ser utilizado com um espermicida (cremes, espumas, etc., que contêm substâncias que matam os
espermatozoides).

Após o ato sexual, o diafragma deve ser retirado e lavado.


Página 208

Métodos comportamentais

São métodos pelos quais se procura evitar a gravidez por meio de mudanças no comportamento sexual. São
exemplos a tabelinha e o coito interrompido.

A tabelinha, também chamada de método de abstinência periódica, consiste em evitar relações sexuais
durante o período fértil da mulher, ou seja, em dias próximos à ovulação.

Com a ajuda de um profissional da área da saúde, a mulher faz anotações sistemáticas de seus ciclos
menstruais, construindo uma tabela em que os dias mais prováveis de fertilidade são assinalados. Nesses
dias, o casal deve evitar as relações sexuais com penetração.

Esse método, porém, não é muito eficaz, pois os ciclos menstruais podem apresentar irregularidades.

O coito interrompido consiste em retirar o pênis da vagina antes da ejaculação. Mas esse método também
não é muito eficaz, porque, antes mesmo de o sêmen ser ejaculado, o pênis elimina algumas secreções que
podem conter espermatozoides. Além disso, o coito interrompido também representa risco de contrair DST.

Métodos hormonais

Nesse tipo de método, a gravidez é evitada pelo uso de hormônios presentes em medicamentos
administrados, por exemplo, por via oral.

A pílula anticoncepcional, medicamento de uso oral, geralmente é composta de hormônios que impedem
a ovulação. Quando usada de acordo com as instruções da bula, a eficácia desse método é muito alta.

A pílula só deve ser usada quando receitada por um médico especialista, que avaliará qual a melhor
composição hormonal para cada mulher.

Os anticoncepcionais não orais em geral contêm os mesmos hormônios presentes nos anticoncepcionais
orais, mas, nesse caso, os hormônios são aplicados no corpo da mulher por meio de implantes, adesivos,
injeções periódicas ou anéis vaginais.

GLOSSÁRIO

Anel vaginal: anel plástico e flexível que deve ser introduzido pela mulher na parte superior da vagina,
onde fica, aproximadamente, três semanas e libera hormônios que impedem a ovulação.

Fig. 1 (p. 208)


Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Cartela de pílula anticoncepcional. Algumas mulheres podem sentir efeitos colaterais com o uso da pílula,
como dor de cabeça, inchaço de partes do corpo provocado pela retenção de líquidos ou mal-estar. É
fundamental consultar um médico especialista, que pode sugerir a troca ou a suspensão do tipo de pílula.
USO ORAL ADULTO
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
Contém 21 drágeas

Dispositivo intrauterino (DIU)

Fig. 2 (p. 208)


DIU, objeto que pode ter a forma de um T e cujo tamanho não ultrapassa 3 cm.
Saturn Stills/SPL/Latinstock

Existem diversos tipos de DIU. Trata-se de uma estrutura de plástico, de cobre ou de aço inoxidável que pode
ou não conter hormônios.

O DIU deve ser colocado no interior do útero por um médico.


Embora o modo de ação do DIU ainda não seja inteiramente compreendido, acredita-se que ele cause
alterações no útero que impedem a implantação do embrião ou que prejudique a mobilidade dos
espermatozoides, impedindo assim a fecundação.
Página 209

Métodos cirúrgicos de esterilização

São métodos anticoncepcionais que, por meio de cirurgias, impedem a fecundação e, portanto, a gravidez. Os
procedimentos mais comuns são a ligadura tubária e a vasectomia.

Na ligadura tubária, as tubas uterinas são cortadas e têm as extremidades amarradas com fios cirúrgicos,
ou são bloqueadas com a utilização de uma espécie de clipe metálico ou de anéis cirúrgicos. Desse modo, o
ovócito liberado pelos ovários não consegue chegar ao útero pelas tubas uterinas e não encontra os
espermatozoides, ou seja, não ocorre fecundação.

O ciclo menstrual mantém-se inalterado, pois a ligadura tubária não interfere na produção de hormônios.

Em alguns casos, a ligadura tubária pode ser revertida, isto é, as tubas podem ser desbloqueadas ou ter sua
ligação restabelecida, mas nem sempre os resultados são satisfatórios.

Fig. 1 (p. 209)


Luis Moura/ID/BR
Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Representação de ligadura tubária. (Imagem sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fontes de pesquisa: Anatomia humana. São Paulo: Ática, 2010. p. 25 (Série Atlas Visuais); P. H. Raven e outros. Biology. 7. ed. Nova
York: McGraw-Hill, 2005. p. 1078.
vedação com auxílio de um cautério
corte e ligadura
tuba uterina
método 1
método 2
ovário
útero
vagina

Na vasectomia, remove-se uma pequena parte dos ductos deferentes. Esse procedimento impede que os
espermatozoides produzidos nos testículos cheguem à uretra.

Além de não interferir na produção dos hormônios masculinos, a vasectomia não influi na produção das
secreções da próstata, das vesículas seminais e das glândulas bulbouretrais.

Portanto, após a vasectomia o homem continua tendo ereção e ejaculação, mas não será fértil, pois seu sêmen
não conterá espermatozoides.

De modo geral, a vasectomia pode ser revertida, isto é, a ligação dos ductos deferentes pode ser refeita, mas
resultados satisfatórios são mais garantidos quando a reversão é feita até dez anos após a cirurgia.

Fig. 2 (p. 209)


Paulo Cesar Pereira/ID/BR
Representação de vasectomia. (Imagem sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fontes de pesquisa: J. Sobotta. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 1. p. 15; P. H. Raven
e outros. Biology. 7. ed. Nova York: McGraw-Hill, 2005. p. 1078.
uretra
testículo
epidídimo
ducto deferente
próstata
ducto seccionado

Planejamento familiar

O planejamento familiar, que é um direito assegurado pela Constituição Federal, tem como objetivo dar
informações, assistência especializada e os recursos necessários para que qualquer cidadão possa fazer a
escolha livre e consciente de ter filhos ou não. Ao proporcionar informações e direito à escolha de um método
anticoncepcional adequado para cada caso, o planejamento familiar permite ao casal escolher quantos filhos
quer ter e quando quer ter esses filhos.
Verifique o que aprendeu

1. A relação sexual tem como finalidade a reprodução da espécie humana. O que você acha dessa afirmação?

2. Qual é o papel da excitação durante o relacionamento sexual?

3. Sem fecundação, há gravidez? Explique.

4. Qual é a função da placenta?

5. O que são métodos anticoncepcionais?

6. Qual método anticoncepcional previne a gravidez e também as doenças sexualmente transmissíveis?


Página 210

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Durante a excitação sexual masculina, o pênis fica ereto. Por que isso acontece e qual é a importância disso
para a reprodução?

2. Sobre fecundação e gravidez humanas, responda às questões seguintes.

a) O que é o zigoto e qual é a sua constituição?

b) Em que órgão geralmente ocorre a fecundação? E em que órgão ocorre a fixação do embrião?

3. Observe a foto ao lado e responda às questões.

Fig. 1 (p. 210)


DR G. Moscoso/SPL/Latinstock
Fotografia de embrião humano com 7 a 8 semanas. Nessa idade, o embrião mede cerca de 4 centímetros de
comprimento e pesa menos de 10 gramas.

a) Quais estruturas que protegem ou alimentam o feto você identifica na imagem?

b) Ao longo da gravidez, o embrião se desenvolve. Em ordem cronológica, cite alguns eventos que acontecem
durante o desenvolvimento embrionário.

c) O embrião da foto representa um estágio inicial, intermediário ou final da gravidez? Quais informações
permitiram a você chegar a essa conclusão?

4. Leia os textos abaixo e responda às questões.

Texto 1

[...] Adolescência e gravidez, quando ocorrem junto, podem acarretar sérias consequências para todos os
familiares, mas principalmente para os adolescentes [...], pois envolvem crises e conflitos.

O que acontece é que esses jovens não estão preparados emocionalmente nem mesmo financeiramente para
assumir tamanha responsabilidade, [o que leva muitos deles a] saírem de casa, cometer abortos, deixar os
estudos ou abandonar as crianças sem saber o que fazer ou fugindo da própria realidade.

[...]

CAOPCAE – Área da criança e do adolescente. Disponível em:


<http://www.crianca.mppr.mp.br/modules/noticias/article.php?storyid=708>. Acesso em: 5 fev. 2015.

Texto 2

[...] É muito comum que grávidas na faixa etária de 11 a 19 enfrentem problemas psíquicos e sociais, mas os
riscos de problemas biológicos também são alarmantes. [...].

[Grávidas] jovens [...] estão duas vezes mais sujeitas a desenvolver anemia durante a gestação do que as
mulheres acima de 20 anos. Em casos de meninas que já eram anêmicas antes, a doença na gravidez gera
ainda mais complicações.

No parto, as adolescentes correm mais riscos durante as cesáreas e de desenvolver mais traumas no trabalho
de parto.

[...] Os bebês de [...] adolescentes também correm mais riscos de complicações. [...]
Disponível em: <http://www.diariodejacarei.com.br/new/?action=www&subaction=noticia&title=gravidez-
na-adolescencia-muito-mais-riscos-e-complicacoes&id=16990>. Acesso em: 5 fev. 2015.

a) Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 500 mil adolescentes engravidam por ano no Brasil. Com base
nos textos acima, responda: Que problemas as jovens mães podem enfrentar?

b) Geralmente, as notícias e os filmes têm como foco a saúde e as mudanças na vida da mãe adolescente
durante e depois da gravidez. E o pai adolescente? Discuta com seus colegas sobre as mudanças que podem
ocorrer na vida dele.
Página 211

MÓDULO 3 - Saúde e sexualidade


Embora os jovens de hoje tenham mais autonomia e liberdade para conduzir sua vida sexual
do que os de décadas atrás, ainda falta abertura para conversar sobre esse assunto. É
importante que você possa contar com pessoas que o ajudem a esclarecer suas dúvidas e a
cuidar de sua saúde.

Cuidando da saúde
As aulas de Ciências, em que um profissional especialista em educação (o professor ou a professora) orienta
as discussões sobre sexualidade, podem ser um bom começo para quebrar o tabu em torno do tema. Procure
aproveitá-las.

GLOSSÁRIO

Tabu: de modo geral, assunto que costuma ser evitado por razões diversas; por exemplo: divergências de
opinião em relação a ele (assunto polêmico) ou porque sua abordagem afeta os sentimentos, a moral ou a
religião das pessoas.

A saúde de rapazes e garotas

Para conversar sobre sexualidade e tirar dúvidas a respeito do que está acontecendo com seu corpo, os
adolescentes podem consultar um médico especializado em órgãos genitais. O especialista em órgãos genitais
masculino é o(a) urologista. O especialista em órgãos genitais femininos é o(a) ginecologista.

Na puberdade é comum ocorrerem alguns fenômenos e alterações que surpreendem os adolescentes.

No caso dos garotos, um exemplo é a polução noturna, ejaculação que ocorre durante o sono, quase
sempre sem que o rapaz perceba. É algo perfeitamente normal e bastante comum durante a puberdade, e
pode também acontecer com homens adultos.

Outro problema masculino que pode aparecer é a dificuldade em manter uma ereção ou em ejacular,
conhecida como disfunção erétil. Em adolescentes, esse tipo de problema em geral não tem uma causa
física; quando ocorre, quase sempre é provocado por uma associação de fatores, como o nervosismo, a
ansiedade e o medo de “falhar”.

As garotas podem apresentar frigidez, que é a falta de desejo sexual e de prazer. A frigidez pode ser causada
por diversos fatores, como alterações hormonais, desconhecimento do próprio corpo, educação sexual
repressora, ansiedade, etc. O(A) ginecologista indica o tratamento adequado conforme a causa do problema.

Nas garotas, um problema comum na adolescência são as cólicas menstruais, caracterizadas por dores na
região do útero, causadas por contrações da parede muscular do órgão, dores de cabeça, náuseas, entre
outros sintomas. Aquecer a região do útero usando compressas de água quente e praticar atividades físicas
podem ajudar a reduzir as dores. Mas, se as cólicas forem muito intensas, é melhor a adolescente consultar
um(a) ginecologista.

Outro problema relativamente comum em garotas é a tensão pré-menstrual (TPM), cujos principais
sintomas são inchaço e dor nas mamas, dores de cabeça, variação de humor e inchaço abdominal. Esses
sintomas podem diminuir com a prática regular de atividades físicas e alimentação saudável e variada.

Fig. 1 (p. 211)


Eduardo Garcia/Opção Brasil Imagens
A prática de atividades físicas contribui para diminuir as cólicas menstruais.
Página 212

Gravidez na adolescência
Tornar-se pai ou mãe sem planejamento altera significativamente o curso da vida dos futuros pais. Na
adolescência, altera ainda mais.

A adolescência é uma fase de vida preparatória para a fase adulta, em que o corpo de meninas e meninos
ainda está em formação; as escolhas profissionais começam a ser elaboradas, e a identidade do indivíduo está
em configuração. O nascimento de um bebê exige muita maturidade de seus pais, que, além de lidar com as
preocupações típicas da adolescência, deverão aprender a cuidar, educar e sustentar um filho.

Às vezes, a gravidez resulta da falta de cuidados dos parceiros, que não adotam métodos anticoncepcionais
ou os utilizam de maneira errada. A gravidez também pode ser decorrente de outros fatores, como violência
sexual ou rompimento do preservativo durante a relação, por exemplo. Há casos em que a gravidez é
desejada pelas duas partes, mas a realidade das obrigações e da responsabilidade após o nascimento muitas
vezes assusta o casal.

A gravidez precoce representa riscos para a mãe e para o bebê, pois a maturidade do sistema genital ainda
não foi atingida. Segundo especialistas, nos casos de meninas que engravidam até dois anos depois da
primeira menstruação, elas ou o bebê podem ter a saúde afetada.

Quando a gravidez acontece, é preciso buscar o auxílio dos familiares, que podem, com sua experiência, dar
apoio emocional e ajudar os futuros pais a planejar como vão enfrentar essa nova fase da vida. Em situações
como essa, é preciso evitar o isolamento e buscar informações e ajuda.

A gestante deve ser acompanhada por um(a) ginecologista durante toda a gestação e realizar todos os exames
pré-natais necessários. Esse profissional poderá responder às dúvidas sobre a gravidez e o parto, além de
fornecer orientações específicas para a paciente.

O Ministério da Saúde, a prefeitura, o governo e certas ONGs desenvolvem programas de educação sexual e
planejamento familiar dos adolescentes, por vezes oferecendo apoio médico e psicológico às gestantes e a
seus bebês. Informe-se sobre os serviços disponíveis em sua região.

Fig. 1 (p. 212)


ERproductions//Blend Images/Getty Images
Tanto as garotas quanto os garotos devem cuidar da saúde sexual.

Fig. 2 (p. 212)


Tetra Images RF/Getty Images
Orientada por um(a) ginecologista, a gestante poderá, por exemplo, obter informações sobre os cuidados
com a alimentação e a saúde durante e após a gestação.
Página 213

Câncer de mama e autoexame


Entre todos os tipos de câncer, o câncer de mama é a causa mais frequente de morte de mulheres no Brasil.
Em geral, o problema aparece nas mulheres com mais de 35 anos, mas também pode ocorrer em mulheres
mais jovens.

Esse tipo de câncer também pode ter efeitos psicológicos sérios na mulher, visto que, para eliminar o tumor,
muitas vezes é necessário retirar parte da mama ou a mama toda. Isso pode interferir na imagem pessoal da
mulher, em sua autoestima e em como ela percebe sua sexualidade, afetando sua qualidade de vida.

Por isso, é importante que todas as mulheres façam, uma vez por mês, o autoexame das mamas e das axilas
para conhecer melhor o próprio corpo.

GLOSSÁRIO

Tumor: conjunto de células que se multiplicam de forma anormal, incontrolada e progressiva.

Fig. 1 (p. 213)


Como fazer autoexame das mamas:
1 Em frente ao espelho, eleve e abaixe os braços. Observe se há deformações ou alterações no formato das
mamas ou feridas ao redor do mamilo.
1

Fig. 2 (p. 213)


Paulo Borges/ID/BR
2 Levante o braço esquerdo e apalpe suavemente a mama esquerda. Procure caroços nas mamas e nas axilas.
Repita na mama direita.
2

Fig. 3 (p. 213)


3 Aperte suavemente os mamilos e veja se há secreções. Se encontrar anormalidades, procure um serviço
médico.
3

Durante o autoexame, deve-se observar se há nódulos (ou “caroços”) e se, ao apalpá-los, sente-se dor ou não.
É preciso atentar também para mudanças nas características da pele dos seios, como depressões ou
encolhimentos.

Os mamilos também devem ser observados atentamente, verificando se apresentam feridas ou se estão
eliminando secreções (basta apertá-los levemente), pois esses são sinais de que algo pode estar errado.
Também deve ser apalpada a região das axilas, onde podem aparecer nódulos.

Entretanto, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), na detecção precoce do câncer de mama, o
autoexame não substitui exames clínicos feitos por médicos ou outro profissional da saúde qualificado.

Quanto mais cedo o tumor for detectado, maiores as chances de cura. Por isso, é importante que a mulher
faça, ao menos uma vez por ano, sob a assistência de um médico, exames como a mamografia e a
ultrassonografia, que podem detectar nódulos mesmo quando ainda estão pequenos demais para ser
percebidos no autoexame.

Andropausa e menopausa

Por volta dos 60 anos de idade, a produção de testosterona pode diminuir nos homens. Isso leva à redução do
desejo sexual, além da diminuição da massa muscular e da massa óssea, entre outros sintomas. Esse
fenômeno é denominado andropausa. Nessa fase da vida, é importante que o homem consulte um(a)
médico(a) urologista.
Nas mulheres ocorre um fenômeno equivalente, que pode se manifestar entre os 45 e os 55 anos de idade. É o
climatério, período caracterizado pela diminuição na produção de hormônios sexuais pelos ovários e que
antecede o final da vida reprodutiva da mulher. A menopausa corresponde ao último ciclo menstrual, e
esse evento marca o final do climatério.

Nessa fase de transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo, os ciclos menstruais ficam
irregulares, até que cessam, e podem surgir sintomas como insônia, ondas de calor, depressão e
irritabilidade.

Para tratar esses sintomas e melhorar sua qualidade de vida, a mulher deve consultar um(a) médico(a)
ginecologista.
Página 214

Doenças sexualmente transmissíveis


As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são chamadas assim porque podem ser transmitidas de uma
pessoa para outra pelo contato sexual.

Porém, muitas delas também podem ser transmitidas pelo uso comum de toalhas de banho e roupas íntimas,
ou pelo sangue, durante transfusões, ou pelo uso compartilhado de objetos cortantes ou perfurantes, como
agulhas de injeção e instrumentos de manicure. E também há as DSTs que passam da mãe contaminada para
o bebê, durante a gravidez, no momento do parto ou na amamentação.

Às vezes, por uma série de razões, o portador de uma DST demora a perceber que tem a doença e precisa
fazer um tratamento. O atraso em procurar tratamento pode aumentar os riscos de contaminação entre
pessoas.

Por isso, quem tem vida sexual ativa deve consultar um médico especialista com regularidade. E também
deve usar camisinha nas relações sexuais, tanto para se prevenir como para proteger o(a) parceiro(a).

Preservativos

Fig. 1 (p. 214)


Marcin Bania/iStock/Getty Images
Camisinhas masculinas. Ao comprar uma camisinha, verifique a data de validade na embalagem.

Fig. 2 (p. 214)


Scott Camazine/Alamy/Other Images
Assim como o preservativo masculino, a camisinha feminina barra a chegada dos espermatozoides ao útero e
evita a gravidez.

Além de servir como método anticoncepcional, as camisinhas masculina e feminina também evitam o
contágio de doenças sexualmente transmissíveis.

Os preservativos podem ser comprados em farmácias e supermercados, e também são distribuídos


gratuitamente na rede pública de saúde.

Há muitos tipos de DST. Elas podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos ou protozoários. Para todas
elas existe tratamento, mas para algumas ainda não há cura.

Veja algumas das DSTs mais comuns.

Sífilis

Uma bactéria denominada Treponema pallidum é a causadora da sífilis, que tem como primeiro sintoma o
aparecimento de feridas abertas e indolores, conhecidas popularmente como cancro, nos órgãos genitais.

Fig. 3 (p. 214)


Visuals Unlimited/Corbis/Latinstock
Fotografia de bactéria causadora da sífilis. O microrganismo tem formato espiralado, conforme evidenciado
na bactéria do centro da imagem (espiral escura). (Imagem obtida por microscópio de luz; ampliação de 1400
vezes em 10 cm; uso de corantes.)

Se a doença não for tratada, a bactéria se espalha pelo corpo e são observados outros sintomas, como dores
musculares e nas articulações e febre, e, em estágios mais avançados da infecção, perda de memória,
incapacidade de controle da musculatura, alucinações, paralisia e até a morte.

A sífilis pode ser transmitida durante o ato sexual, mas também por transfusões de sangue e, como a bactéria
atravessa a placenta, pode passar da mãe para o feto durante a gestação.
A prevenção pode ser feita por meio do uso de preservativos e da adoção de medidas de controle nas
transfusões de sangue e no pré-natal.
Página 215

Gonorreia

Essa doença é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae.

Os homens podem sentir dor e dificuldade de urinar e notar a presença de pus amarelado saindo pela uretra.
Nas mulheres, observa-se corrimento vaginal com pus; se não for tratada, a infecção pode atingir o útero e as
tubas uterinas, causando esterilidade.

A gonorreia é transmitida pelo ato sexual praticado sem preservativos, mas também pode passar da mãe para
o feto.

Fig. 1 (p. 215)


CNRI/SPL/Latinstock
Fotografia de bactéria da gonorreia. Essa bactéria ocorre tipicamente aos pares. (Imagem obtida por
microscópio eletrônico de varredura e colorizada artificialmente; aumento de 5800 vezes em 3,5 cm.)

Clamidíase

A bactéria Chlamydia trachomatis é a causadora dessa doença. No início da infecção, não existem sintomas.
Mas, se não houver tratamento, a infecção avança e observam-se, entre os homens, dor e sensação de
queimação ao urinar, micção frequente, presença de um líquido semelhante à clara de ovo saindo pela uretra,
inflamação no epidídimo e esterilidade. A maioria das mulheres não apresenta sintomas, mas em alguns
casos pode haver inflamação das tubas uterinas e esterilidade.

A clamidíase é transmitida durante o ato sexual sem uso de preservativos. A bactéria também pode passar da
mãe para o feto.

Condiloma acuminado

Essa doença é causada pelos vírus HPV (sigla em inglês para papilomavírus humano), do qual são conhecidos
cerca de cem tipos. Alguns estão associados ao desenvolvimento de câncer do colo do útero e de câncer do
ânus; isto é, quem tem certos tipos de HPV está mais exposto ao desenvolvimento desses tipos de câncer.

Muitas vezes, a doença não apresenta sintomas ou eles demoram muito tempo para aparecer. Em geral, os
únicos sintomas são verrugas na glande do pênis, na região do ânus, na vagina, no pudendo feminino e no
colo do útero.

O HPV pode ser transmitido durante o ato sexual e também da mãe para o bebê. O uso de preservativos e os
exames pré-natais podem prevenir a transmissão da doença.

Hepatites B e C

Hepatite é o nome dado à inflamação do fígado que pode ter origens diversas, como o uso contínuo de certos
medicamentos, álcool e drogas, ou pode ser causada por vírus.

Existem diversas formas de hepatite causadas por vírus, e os tipos B e C podem ser transmitidos por contato
sexual.

Os sintomas incluem cansaço, tontura, enjoo, vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina
escura e fezes claras. Entretanto, alguns pacientes não apresentam sintomas.

Usar preservativos, não compartilhar objetos, como escova de dentes e agulhas de injeção, e requisitar o uso
de instrumentos esterilizados no dentista e ao fazer tatuagens ou ao colocar brincos ou piercings são algumas
das formas de prevenção.

Papanicolau e vacina anti-HPV

O papanicolau é um exame ginecológico que deve ser realizado por todas as mulheres, pois permite
identificar inflamações, tumores em estágios iniciais e infecção pelo HPV.
Nesse exame, um profissional colhe células do colo do útero, que são enviadas para análise laboratorial.

Desde 2007, existe uma vacina anti-HPV que previne contra quatro tipos de vírus mais relacionados com o
câncer do colo do útero e a presença de verrugas genitais.

A vacina é indicada para adolescentes e mulheres que ainda não tenham sido contaminadas pelo vírus.

Fig. 2 (p. 215)


DR Klaus Boller/SPL/Latinstock
Partículas de papilomavírus (marrom) sendo expelidas de uma verruga humana. As partículas liberadas
podem causar verrugas em outras partes do corpo ou em outras pessoas. (Imagem obtida por microscópio
eletrônico de transmissão e colorizada artificialmente; aumento de 56000 vezes em 10 cm de altura.)
Página 216

Síndrome da imunodeficiência adquirida: aids

O que conhecemos como aids é o estágio mais avançado da contaminação pelo vírus HIV e caracteriza-se pela
manifestação de uma série de infecções oportunistas, como gripes, tuberculose, toxoplasmose, hepatite, entre
outras que se manifestam quando a resistência do organismo está baixa.

Isso acontece porque o vírus ataca e destrói células do sistema imunitário, deixando-o deficiente e debilitado.
O organismo fica mais vulnerável e suscetível a essas doenças, que podem causar a morte da pessoa
contaminada pelo HIV.

Não é possível eliminar completamente o HIV, mas existem medicamentos que inibem sua multiplicação,
aumentando a qualidade de vida das pessoas portadoras do vírus.

A melhor maneira de se evitar a contaminação pelo HIV é usar preservativos nas relações sexuais e não
compartilhar objetos que tenham tido contato com o sangue, como agulhas e seringas, entre outros.

O vírus também pode ser transmitido por transfusão de sangue e da mãe para o bebê durante a gestação, o
parto e a amamentação. Entretanto, se a contaminação da mãe for identificada nos exames do pré-natal, é
possível prevenir a contaminação do bebê em cerca de 99% dos casos.

GLOSSÁRIO

Aids: é a sigla da doença em inglês (Acquired Immune Deficiency Syndrome) e significa síndrome da
imunodeficiência adquirida.

Fig. 1 (p. 216)


ASSIM NÃO SE PEGA AIDS
Fazer sexo com camisinha.
Beijar, abraçar ou fazer carinho.
Pelas lágrimas e pelo suor.
Usar a mesma piscina ou cadeira.

Fig. 2 (p. 216)


Ilustrações:Luis Moura/ID/BR
ASSIM SE PEGA AIDS
Fazer sexo sem camisinha.
Compartilhar seringas ou agulhas.
Transfusão de sangue contaminado.
Durante a gravidez, o parto e a amamentação, se a mãe estiver contaminada.
Exemplos de situações em que pode haver transmissão do vírus da aids e de situações em que o contágio não
acontece. (Imagens sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde. Disponível em:
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=38440>. Acesso em: 6 fev. 2015.

O mapa abaixo mostra a distribuição da aids no mundo.

Fig. 3 (p. 216)


ID/BR
Fonte de pesquisa: Programa Conjunto das Nações Unidas para HIV/Aids – Unaids, 2010.
DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL DE ADULTOS INFECTADOS PELO HIV
De 15,0% a 28,0%
De 5,0% a menos de 15,0%
De 1,0% a menos de 5,0%
De 0,5% a menos de 1,0%
De 0,1% a menos de 0,5%
Menos de 0,1%
Sem dados
180° 120° O 60° O 0° 60°L 120°L 0°
OCEANO PACÍFICO
OCEANO ATLÂNTICO
OCEANO PACÍFICO
OCEANO ÍNDICO
Trópico de Câncer
Círculo Polar Ártico
Equador
Trópico de Capricórnio
Meridiano de Greenwich
Círculo Polar Antártico
0 3415 6830 km
N NE L SE S SO O NO

Verifique o que aprendeu

1. Faça dupla com um colega do sexo oposto e respondam: Que condutas seriam esperadas de homens e
mulheres que procuram evitar uma gravidez indesejada?

2. Por que o autoexame das mamas é importante?

3. Como são transmitidas as DSTs?

4. O que você deve fazer para evitar a contaminação pelo vírus da aids, o HIV?
Página 217

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Leia a tira abaixo, do cartunista Angeli, e responda às questões.

Fig. 1 (p. 217)


Angeli/Acervo do artista
Q1: LUKE, O QUE FAZ NO COMPUTADOR?
ESCREVO UM ARTIGO PARA O JORNAL DO COLÉGIO
Q2: O ARTIGO É SOBRE O QUÊ?
O TÍTULO É "TUDO O QUE SEI SOBRE SEXO"!
Q3: É POR ISSO QUE A TELA ESTÁ EM BRANCO?

a) Você achou a tira engraçada? Qual é a ideia principal transmitida nos quadrinhos?

b) É comum entre os adolescentes haver dúvidas sobre sexo? Faça uma pesquisa entre seus colegas e
descubra quais são as dúvidas mais frequentes.

2. Agora que você já conhece algumas das principais DSTs, discuta mais com seus colegas sobre esse tema.
Formem grupos, conforme orientação do professor, e utilizem as perguntas abaixo para direcionar a
conversa.

a) As DSTs são transmitidas somente durante o ato sexual?

b) Quais são os melhores métodos para evitar a contaminação?

c) Quando a doença não apresenta sintomas, é maior a possibilidade de contaminação de parceiros sexuais
da pessoa doente. Explique por que e diga o que pode ser feito para impedir a contaminação.

d) Leia os dois textos abaixo e responda: O programa brasileiro de combate à aids tem trazido bons
resultados? Quais medidas foram adotadas pelo governo?

O Brasil é um dos primeiros países a adotar políticas de saúde significativas para interromper a cadeia de
transmissão do HIV e, mais recentemente, das hepatites virais. Também trabalha para melhorar o
atendimento dos portadores desses agravos. As mais importantes delas são a distribuição recorde de mais de
465 milhões de preservativos em todo o país em 2011 e o acesso universal e gratuito da população aos
medicamentos usados no tratamento da aids e das hepatites virais.

[...]

Ministério da Saúde. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pagina/compra-e-distribuicao-de-


medicamentos-e-insumos-de-prevencao>. Acesso em: 6 fev. 2015.

[...] A epidemia de aids no Brasil está estabilizada desde 2000 e isso se deve a três motivos principais. O
primeiro é a garantia de acesso universal ao tratamento por todas as pessoas infectadas. Por extensão,
incluem-se os medicamentos necessários para prevenir e tratar as doenças oportunistas. O segundo refere-se
à expansão do acesso ao diagnóstico e à disponibilidade do uso de preservativos gratuitos. Já o terceiro está
relacionado à abordagem preventiva isenta de preconceitos morais e religiosos. [...]

F. O. S. França; J. E. Vidal. Scientific American Brasil. Disponível em:


<http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/sucessos_e_desafios_no_combate_a_aids_3.html>. Acesso
em: 6 fev. 2015.

3. Com os colegas de grupo (que deve ser estabelecido por seu professor), elabore um cartaz com
informações sobre nomes e endereços de locais (hospitais, postos de saúde, organizações não
governamentais, etc.) que orientem sobre sexualidade e fiquem próximos à sua escola. Depois, divulgue esse
cartaz na escola ou em estabelecimentos comerciais que se interessem em expô-lo.
Página 218

MÓDULO 4 - Hereditariedade
“Ele tem o nariz da mãe”, “Essa doença é hereditária”, “Ela herdou os olhos do avô”. Se você
já ouviu frases parecidas com essas, então ouviu falar em hereditariedade, tema deste
módulo.

Herança biológica
Você sabe o que é herança? É tudo aquilo que os ancestrais (pais, avós, tios, etc.) deixam para seus
descendentes (filhos, netos, sobrinhos, etc.). A herança pode ter caráter econômico (por exemplo, objetos,
propriedades, dinheiro, etc.) ou cultural (como as tradições e os valores que as antigas gerações passam para
as novas).

No entanto, existe também a herança biológica, que é o conjunto de características transmitidas dos pais para
os filhos. A herança biológica é transmitida pelo material genético. Ela é responsável pela semelhança entre
pais e filhos.

Além das características hereditárias, inúmeros fatores contribuem para que sejamos quem somos: lugar
onde vivemos, alimentação, hábitos de vida, experiências pessoais, tradições culturais, amigos, relações
familiares, entre outros. Esses fatores não são determinados pelo material genético nem são passados de pais
para filhos por meio do DNA, ou seja, não são hereditários.

Fig. 1 (p. 218)


Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Crianças indígenas em aula de artesanato com taquara e cipó na aldeia Guarani Tenonde Porã, da etnia
Guarani Mbyá, em São Paulo (SP), 2010. Os mais velhos transmitem seus conhecimentos aos mais novos,
que aprendem as práticas e os costumes de seu povo.

Para entender como a herança biológica é passada dos pais para os filhos, é preciso relembrar alguns
conceitos, como o de material genético, o de divisões celulares e o de produção de gametas.
Página 219

DNA: o material genético

Nas células eucarióticas, presentes nos seres humanos e na maioria dos seres vivos (plantas, outros animais,
fungos, algas, etc.), o DNA encontra-se envolto pela membrana do núcleo celular.

Fig. 1 (p. 219)


Luis Moura/ID/BR
Representação de célula eucariótica, seu núcleo e o DNA, que se encontra inserido no interior nuclear. Os
genes são trechos do DNA que contêm informações hereditárias. (Imagens sem proporção de tamanhos;
cores-fantasia.)
Fonte de pesquisa: G. J. Tortora; S. R. Grabowski. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006. p. 45.
célula eucariótica
núcleo
DNA
gene (trecho de DNA)
membrana do núcleo

DNA e divisão celular

A mitose e a meiose são dois tipos de divisão celular. Na mitose, cada uma das duas células-filhas tem uma
cópia idêntica do material genético da célula-mãe. Na meiose, cada uma das quatro células-filhas tem metade
da cópia do DNA da célula-mãe.

A mitose é responsável por gerar células que vão participar do crescimento do organismo e da reposição de
células mortas ou danificadas. Já a meiose produz células reprodutivas (os gametas), que, nos seres
humanos, são os óvulos e os espermatozoides.

Cromossomos

Na maior parte do tempo, o DNA se encontra na forma de longos fios. Durante os processos de divisão
celular, o DNA se condensa e se associa a proteínas. A essa estrutura se dá o nome de cromossomo.

Sabendo que cada cromossomo contém uma molécula de DNA, é possível observar quantas moléculas
existem nas células de cada espécie de ser vivo. Por exemplo, em cada célula do corpo humano (com exceção
dos gametas) existem 23 pares de moléculas de DNA. O conjunto de todos os cromossomos presentes no
núcleo de cada célula recebe o nome de cariótipo.

A imagem ao lado mostra um cariótipo humano. Para facilitar a observação, os cromossomos da célula foram
fotografados ao microscópio. A foto foi recortada e os cromossomos foram organizados aos pares, de acordo
com seu tamanho e outras semelhanças.

Fig. 2 (p. 219)


CNRI/SPL/Latinstock
Fotomontagem de cariótipo humano masculino. Em média, um cromossomo humano mede 1,4 micrômetro
(que corresponde a uma vez e meia o diâmetro de um fio de cabelo). Os seres humanos apresentam 46
cromossomos em cada célula. Homens e mulheres são diferenciados pelos cromossomos sexuais: enquanto
os cromossomos femininos são XX, os masculinos são XY (mostrados na porção inferior direita da foto).
(Imagem obtida por microscópio de luz; aumento de 1400 vezes em 3,5 cm; uso de corantes.)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Y
X

Como vimos, os gametas têm metade do material genético da célula-mãe. Assim, os gametas humanos têm
23 cromossomos. Após a fertilização, ou seja, após a união dos gametas feminino e masculino, forma-se o
zigoto, com 46 cromossomos − 23 de origem materna e 23 de origem paterna.
Página 220

Genes

O DNA contém informações que definem características, como cor dos olhos, tipo de sangue, predisposição
para desenvolver certa doença, entre outras. As informações para uma característica podem estar localizadas
em um ou em vários trechos de DNA.

Cada trecho de DNA que contém uma informação para uma característica é chamado de gene.

Algumas características, como o formato do lóbulo da orelha, são controladas por apenas um par de genes.
Outras, como a cor dos olhos, são controladas por diversos pares.

Fig. 1 (p. 220)


Stacey Newman/iStock/Getty Images
MorePixels/iStock/Getty Images
O lóbulo da orelha pode ter formato solto (à esquerda) ou aderido (à direita). Essa característica é definida
por um par de genes.

Em geral, existe mais de uma forma para um único gene. Por exemplo, o gene responsável pelo formato do
lóbulo da orelha em seres humanos tem duas formas: uma que condiciona o lóbulo solto e outra que
condiciona o lóbulo aderido à face. Cada forma de um mesmo gene recebe o nome de alelo. Existem genes
que apresentam três ou mais alelos.

Os cromossomos que formam um par apresentam os genes na mesma posição e na mesma sequência, como
pode ser visto no esquema ao lado. As faixas coloridas representam alguns genes presentes nesses
cromossomos. Note que elas ocupam a mesma posição nos dois cromossomos que formam o par.

Os alelos são representados pelas cores das faixas: cores idênticas indicam alelos iguais; tons diferentes
indicam alelos diferentes. Note que os genes presentes em um par de cromossomos podem ser alelos iguais
(como no par amarelo e no par roxo) ou diferentes (como nos demais pares).

Fig. 2 (p. 220)


Adilson Secco/ID/BR
Esquema de par de cromossomos. As faixas coloridas representam alguns genes presentes nesse par. Alelos
que ocupam a mesma posição nos dois cromossomos podem ser iguais (indicados por cores iguais) ou
distintos (identificados por cores diferentes). (Imagem sem proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
Página 221

Os alelos podem ser dominantes ou recessivos

Você já sabe que o formato do lóbulo da orelha solto ou aderido é definido por um gene que apresenta dois
alelos: o que produz lóbulo da orelha solto e o que produz lóbulo da orelha aderido. Todas as pessoas têm
dois alelos (que podem ou não ser iguais) para o gene que condiciona o formato do lóbulo da orelha. Desse
modo, existem três possibilidades, descritas abaixo.

• A pessoa tem dois alelos para lóbulo aderido, um em cada cromossomo de um par. Nesse caso, ela
apresenta orelhas com lóbulos aderidos (figura 1).

Ilustrações: André Ceolin/ID/BR

Fig. 1 (p. 221)


1

• A pessoa tem dois alelos para lóbulo solto, um em cada cromossomo de um par. Nesse caso, ela possui
orelhas com lóbulos soltos (figura 2).

• A pessoa tem um alelo para lóbulo solto e um alelo para lóbulo aderido, um em cada cromossomo de um
par, o que significa orelhas com lóbulos soltos (figura 2).

Fig. 2 (p. 221)


2

Observe que basta a presença de apenas um alelo para lóbulo solto para definir essa característica. Dizemos
que o alelo para lóbulo solto é dominante sobre o alelo para lóbulo aderido.

Para que uma pessoa tenha orelhas com lóbulos aderidos, é preciso que ela tenha dois alelos para essa
condição. Dizemos que o alelo para lóbulo aderido é recessivo em relação ao alelo para lóbulo solto.

Genes têm nomes?

Os genes podem ser representados por letras, como a, b, c, etc. Maiúsculas e minúsculas são utilizadas para
diferenciar os alelos recessivos dos alelos dominantes. Em geral, o nome atribuído ao gene é a primeira letra
da característica recessiva.

Assim, o gene responsável pelo formato do lóbulo da orelha recebe o nome de gene a, pois a forma aderida é
recessiva. Os alelos desse gene são A (dominante) e a (recessivo).

Pessoas com lóbulo aderido têm genótipo aa, enquanto indivíduos com lóbulo solto podem ter genótipo AA
ou Aa.

Homozigotos ou heterozigotos

Quando um organismo apresenta alelos iguais para o mesmo gene, dizemos que ele é homozigoto para esse
gene. Se, por outro lado, um organismo apresenta um gene com alelos diferentes, dizemos que ele é
heterozigoto para esse gene.

Desse modo, um organismo pode ser considerado homozigoto para um gene e heterozigoto para outro.

Um organismo homozigoto para um gene pode ser um homozigoto recessivo (se seus alelos forem recessivos)
ou um homozigoto dominante (se seus alelos forem dominantes).

Fenótipo e genótipo

A maneira como uma característica hereditária se expressa recebe o nome de fenótipo. Assim, o lóbulo da
orelha solto ou aderido é exemplo de fenótipo.

O genótipo é o nome dado à composição genética de um ser vivo. Dessa forma, ter alelos para lóbulo solto,
para lóbulo aderido ou para ambos correspondem a três exemplos de genótipo.
É importante enfatizar que o fenótipo não é determinado apenas pelo genótipo e pode ser influenciado pelo
ambiente em que o organismo vive. Por exemplo, quando exposta ao sol, a pele torna-se bronzeada.

Fig. 3 (p. 221)


Adilson Secco/ID/BR
Esquema de par de cromossomos e de alguns de seus genes (representados por faixas coloridas). Esse par é
homozigoto para o gene A e para o gene e. O par é heterozigoto para os genes b, c, d, f. (Imagem sem
proporção de tamanhos; cores-fantasia.)
A
b
C
D
e
f
A
B
c
d
e
F
Página 222

Mecanismos da herança biológica

O bico de viúva é uma característica hereditária relacionada à inserção de cabelo na região da testa
(fotografia A). Vamos estudar como essa característica é herdada pelos membros de uma família.

Fig. 1 (p. 222)


A
B
Brand X/Getty Images
Valua Vitaly/Dreamstime.com/ID/BR
Duas pessoas: uma com bico de viúva (A), e outra sem (B).

Existem dois fenótipos possíveis para essa característica: presença ou ausência de bico de viúva. A presença
dessa característica é dominante sobre a ausência dela.

Assim como o formato do lóbulo da orelha, a presença de bico de viúva é controlada por um único gene com
dois alelos. Vamos chamar o alelo dominante de V e o alelo recessivo de v.

Portanto, cada pessoa pode ter uma das seguintes combinações de genes (genótipos): VV, Vv ou vv.

Para representar o parentesco e a herança biológica entre membros de uma família, o diagrama é muito útil.
A regra para a construção desse diagrama e o significado de cada elemento que o constitui estão indicados no
esquema abaixo.

Fig. 2 (p. 222)


ID/BR
Círculos representam mulheres; quadrados representam homens.
Um traço vertical liga os pais aos filhos.
Um traço horizontal ligando dois símbolos significa um casal.
Preenchimentos diferentes representam fenótipos diferentes.

Com ou sem bico de viúva?

Mariana tem dois alelos para inserção de cabelo do tipo bico de viúva, ou seja, seu genótipo é VV. Gérson
tem dois alelos para inserção de cabelo reta ou arredondada, ou seja, seu genótipo é vv.

Cada alelo se encontra em um dos cromossomos que formam um par. Durante a formação dos gametas, os
pares de cromossomos são separados. Assim, todos os gametas de Gérson têm uma cópia do alelo v, e os
gametas de Mariana têm cópias do alelo V.

Mariana e Gérson tiveram uma filha, que recebeu o nome de Roberta. Sabendo qual alelo está presente nos
gametas de Mariana e nos de Gérson, é possível saber que as células da filha do casal têm um alelo V e um
alelo v, ou seja, Roberta tem o genótipo Vv, e o seu fenótipo é a presença de bico de viúva.

Aos 20 anos, Roberta ficou grávida de Geraldo, que não apresenta bico de viúva (ou seja, tem genótipo vv).
Ela poderá formar dois tipos de gameta: V ou v, mas Geraldo forma apenas alelos v.

A família de Roberta está representada no diagrama genealógico ao lado.

Diagrama genealógico

I. Se Mariana e Gérson tiverem outros filhos, qual será o genótipo deles para inserção de cabelo do tipo bico
de viúva? E qual será o fenótipo?

II. Se Roberta e Geraldo tiverem outros filhos, como poderá ser a inserção de cabelos deles?

Fig. 3 (p. 222)


ID/BR
Mariana
Gérson
Roberta
Geraldo
Tarcísio

Tarcísio, filho de Roberta e Geraldo, tem inserção de cabelo do tipo bico de viúva. Seu genótipo é Vv.
Página 223

Tecnologia e genética
Muitos anos após a descoberta do DNA e de sua influência na hereditariedade, várias técnicas foram
desenvolvidas. Atualmente, a biotecnologia e a genética fazem parte do cotidiano das pessoas. Vamos
conhecer um pouco sobre essas tecnologias.

Testes de paternidade ou maternidade

Você já deve ter ouvido falar que é possível identificar se uma pessoa é mãe ou pai biológico de alguém. Mas
como isso é possível?

Algumas técnicas permitem fazer comparações do material genético entre indivíduos. Cada pessoa recebe
50% do material genético de seu pai e 50% de sua mãe. É possível comparar o tamanho de alguns trechos do
DNA do filho com o tamanho dos mesmos trechos de DNA do pai e da mãe.

Confira, na foto ao lado, o resultado de um exame de DNA. Observe que alguns trechos do DNA das crianças
(identificadas como C) são iguais ao DNA da mãe (M) e que outros trechos são iguais ao DNA do pai (F).

Fig. 1 (p. 223)


David Parker/SPL/Latinstock
Parte de um raio X de trechos de DNA obtidos pela técnica de eletroforese. O teste mostra semelhanças
genéticas que dois filhos de um casal apresentam com seus pais. A letra M identifica a mãe, as letras C
identificam as duas crianças e a letra F refere-se ao pai. (Imagem sem proporção de tamanhos.)
MCCF

Organismos transgênicos

Um organismo é considerado transgênico quando recebe, por meio de técnicas laboratoriais, um ou mais
genes de outra espécie.

Por exemplo, existem bactérias que receberam DNA humano, o que as torna capazes de produzir insulina. A
insulina produzida pelas bactérias transgênicas pode ser administrada a pacientes que sofrem de diabetes.

A produção e o consumo de alimentos feitos com organismos transgênicos, como milho e soja, são causa de
polêmica.

Alguns cientistas receiam que esses alimentos possam causar alergias em pessoas. Também pode existir o
risco de o DNA transgênico ser transferido para plantas naturais por meio da polinização.

No Brasil, desde 2004 os alimentos que contêm pelo menos 1% de ingredientes de origem transgênica devem
mostrar, no rótulo, o símbolo indicado abaixo.

Fig. 2 (p. 223)


Rótulo de alimento com ingredientes transgênicos. Note o símbolo no rótulo circulado em vermelho.
Fernando Favoretto/Criar Imagem
ÓLEO de SOJA
NÃO CONTÉM COLESTEROL COMO TODO ÓLEO VEGETAL
Página 224

Clonagem

O clone é um organismo que tem o mesmo material genético de outro. Na agricultura, por exemplo, a
clonagem é um processo extensamente utilizado. A produção de mudas de plantas envolve a produção de um
clone da planta-mãe.

Fig. 1 (p. 224)


A clonagem é o método geralmente utilizado para a reprodução da violeta (Saintpaulia ionantha).
A. Uma folha é retirada de planta adulta.
A

Fig. 2 (p. 224)


B. Essa folha é plantada em uma bandeja com o substrato adequado.
B

Fig. 3 (p. 224)


C. Desenvolvem-se novas folhas.
C

Fig. 4 (p. 224)


Fotografias: Marco Antonio Sá/Pentaprisma
D. A folha que foi plantada, com as novas folhas e as raízes, forma uma muda, que é extraída da bandeja.
D

Fig. 5 (p. 224)


E. A muda é plantada em outro vaso e seu material genético é igual ao da planta-mãe.
E

A clonagem permite fazer cópia de trechos do DNA, cópia de células e até cópia de organismos inteiros. O
primeiro mamífero clonado foi a ovelha Dolly, em 1997.

Células-tronco

Células-tronco são células capazes de se diferenciar em diversos tipos de tecido. Várias pesquisas procuram
utilizar essa capacidade para, por exemplo, recuperar tecidos danificados em pacientes com lesão no cérebro,
no coração ou em células musculares.

A polêmica em torno do uso de células-tronco em medicina e na pesquisa científica deve-se, principalmente,


ao uso de células de embriões humanos que foram gerados por fertilização in vitro e que serão descartados.

Por outro lado, outras pesquisas mostraram que é possível obter células-tronco de outros órgãos e estruturas,
como os dentes de leite e o cordão umbilical.

GLOSSÁRIO

Fertilização in vitro: técnica utilizada para tratar a infertilidade. Ovócitos são retirados do corpo da
mulher, fecundados em laboratório e implantados no útero. Alguns embriões gerados assim são congelados
para possível uso posterior, mas eles têm um prazo de validade, após o qual deixam de ser viáveis e são
descartados.

Verifique o que aprendeu

1. A determinação de nossas características físicas é condicionada por fatores genéticos. Você concorda com
essa afirmação?

2. Em qual parte do corpo humano está o DNA?


3. O que são genes? E alelos?

4. Uma pessoa pode ser, ao mesmo tempo, homozigota e heterozigota? Justifique.


Página 225

ATIVIDADES
Responda sempre no caderno.

1. Algumas de nossas características são hereditárias, ou seja, transmitidas dos nossos pais para nós por meio
do código genético. Outras características não são hereditárias, mas sim fatores que também contribuem
para nos tornarmos o que somos. Cite algumas características que são hereditárias e outras que não são, mas
que também formam nossa identidade.

2. A figura abaixo representa um teste de paternidade feito para descobrir o pai biológico de uma criança.

Fig. 1 (p. 225)


ID/BR
Mãe
Criança
Homem A
Homem B

Comparando os trechos de DNA da criança com os da mãe e os de cada um dos prováveis pais, é possível
identificar o verdadeiro pai da criança? Justifique.

3. Observe o diagrama genealógico abaixo. Ele representa uma característica da família de João e de Maria
que um pesquisador pretende estudar.

Fig. 2 (p. 225)


ID/BR
Indivíduos com lóbulo da orelha aderido
Indivíduos com lóbulo da orelha solto
?
AA
Maria
João
AA

a) Os pais de Maria são homozigotos dominantes ou recessivos para essa característica? Justifique.

b) Qual é o genótipo dos gametas dos pais de Maria para essa característica?

c) Sabendo do genótipo dos gametas dos pais de Maria para essa característica, qual deve ser o genótipo de
Maria?

d) A mãe de João é representada pelo círculo escuro. A característica expressa pela mãe de João é dominante
ou recessiva? Qual é seu genótipo?

e) Sabendo que João também tem a característica recessiva, qual é o genótipo do pai de João? Justifique.

f) João e Maria estão planejando ter um filho. Qual deverá ser o genótipo da criança?
Página 226

CIÊNCIA À MÃO
Entendendo a herança biológica

Para começar

As características hereditárias estão contidas no DNA, localizado no interior do núcleo das células
eucarióticas. Vamos estudar a hereditariedade de dois seres imaginários que têm o DNA como código
genético e verificar os genótipos e os fenótipos de duas gerações (pais e filhos).

• Um casal pretende ter filhos. É possível, com base nas características dos pais, determinar as características
da futura criança?

Material
• 16 bolas pequenas de isopor
• dois sacos de pano (ou outro material não transparente) para colocar as bolas de isopor (deverão caber oito
bolas em cada saco)
• caneta hidrocor
• lápis de cor
• caderno para anotações

Procedimento

1 Forme um grupo com mais três colegas.

2 Vamos conhecer nossos personagens. Pirila e Blofeu são seres de forma arredondada, mas Pirila tem a
superfície do corpo lisa, é amarela, tem olhos verdes e lábios grossos, enquanto Blofeu tem o corpo eriçado, é
verde, tem olhos pretos e lábios finos. Essas características das nossas personagens são determinadas por
genes que têm dois alelos, um dominante e um recessivo, mas tanto Pirila quanto Blofeu são homozigotos
para todas as características citadas nas descrições.

Fig. 1 (p. 226)


Ilustrações: André Ceolin/ID/BR
Pirila
Blofeu

3 Vamos conhecer um pouco mais as características de Pirila e de Blofeu:

• são características dominantes: corpo liso, cor verde, olhos pretos e lábios finos;

• são características recessivas: corpo eriçado, cor amarela, olhos verdes e lábios grossos.

4 Use oito bolas de isopor para descrever os alelos de Blofeu e as outras oito para descrever os de Pirila.
Lembre-se de nomear os alelos seguindo a convenção: em geral, o nome atribuído ao gene é a primeira letra
da característica recessiva. Por exemplo, o fenótipo “lisa” é dominante, e sabemos que Pirila é homozigota
para essa característica. Portanto, os alelos que Pirila tem para esse gene podem ser chamados de EE do
fenótipo recessivo “eriçado”.
Página 227

Então, nas bolinhas de Pirila, escreva E em uma bolinha e E em outra. Os alelos de Blofeu, que é eriçado,
serão, portanto, ee. Então, nas bolinhas de Blofeu, escreva e em uma bolinha e e em outra. Atribua letras
para as outras características de Blofeu e Pirila e escreva-as nas bolinhas.

5 Ponha as bolas de isopor referentes aos alelos de Blofeu em um dos sacos e escreva nele “Blofeu”. Faça o
mesmo com as bolas de isopor que representam os alelos de Pirila.

6 Pirila e Blofeu se apaixonaram e vão ter filhos! Na espécie à qual Pirila e Blofeu pertencem, em cada
gestação são gerados, aproximadamente, cinco filhos ao mesmo tempo. Como serão as características deles?

Sorteie os alelos do saco “Blofeu” e os do saco “Pirila”. Como há dois alelos para cada característica em cada
saco (de cada personagem), vale o primeiro alelo sorteado para determinada característica (ou seja, se a
próxima bolinha retirada for um alelo para a mesma característica, considere apenas a primeira e despreze a
segunda — não é preciso recolocá-la no saco).

Sorteie os alelos até que as quatro características que estamos estudando sejam preenchidas.

7 Anote os resultados e então devolva as bolinhas de isopor para os respectivos sacos. Repita o sorteio cinco
vezes, até que todas as características, de todos os filhos, estejam definidas.

Questões para discussão e avaliação

1. O sorteio dos alelos para a formação dos gametas representa qual tipo de divisão celular?

2. Das características estudadas, como são os gametas de Pirila? E os gametas de Blofeu?

3. Em seu caderno, copie a tabela abaixo e preencha-a com o genótipo e o fenótipo de cada indivíduo.

Indivíduo Genótipo Fenótipo

Pirila

Blofeu

Filho 1
Filho 2
Filho 3
Filho 4
Filho 5

Comunicação de resultados

Faça uma “foto de família”, desenhando Pirila, Blofeu e seus filhos. Pendurem os desenhos de todos os
grupos no mural da classe e os comparem: as “famílias” são iguais ou não?

Fig. 1 (p. 227)


Tom Grill/Corbis/Latinstock
Estudante, em aula de Ciências, observa modelo de molécula de DNA.
Página 228

LENDO CIÊNCIAS
ANTES DE LER

•.Quais as vantagens e as desvantagens de ficar conectado com os amigos nas redes sociais?

As redes sociais digitais: necessidade ou vício?

Com o advento dos aparelhos móveis e a ampliação dos recursos dos celulares, a expansão da internet se dá
de forma assustadora e seu uso passa de esporádico para instantâneo. [...]

Antes, a expressão [“vício eletrônico”] indicava [que as] pessoas não conseguiam se desligar de seus
computadores para entrar nas redes sociais, jogar, fazer comentários. [...] Hoje, a situação se torna mais
complexa e alarmante. Basta observar ao redor: pessoas caminhando e usando celular; pessoas em bares e
restaurantes que não interagem com outras pessoas, mas com seus aparelhos. Crianças e adolescentes
conectados o tempo todo. [...] Imagens sendo postadas e divulgadas em cada momento. [...] as pessoas
podem acessar suas informações em qualquer lugar e horário, pois carregam os aparelhos consigo.

Ao lado dos inúmeros serviços ofertados na internet, tais como a realização de pesquisas, serviços bancários,
serviços públicos e a comercialização de produtos e serviços, entre outros, encontra-se uma forma de
comunicação via redes sociais, que se tornou parte do dia a dia das pessoas em todo o mundo. [...]

Além dos problemas psicológicos de vício e isolamento social que estão sendo estudados, não se podem
negligenciar outros itens no quesito saúde, devido à radiação e ao contato direto com os aparelhos, que
trazem problemas como diminuição da visão, tendinite, dor nas costas, má postura e ansiedade, entre outros.

Destaca-se, por sua vez, o lado fantástico dessa tecnologia que possibilita comunicação em tempo real, com
fotos, imagens e comentários, o que pode aproximar as pessoas e colocá-las a par dos acontecimentos
familiares, de relacionamentos e de acontecimentos de interesse público [...]

Enfim, devemos aprender a dosar o uso das novas tecnologias de comunicação para que seus benefícios
possam ser aproveitados de maneira a contribuir para a real aproximação e compartilhamento entre as
pessoas, com liberdade e não como escravidão e dominação.

Tania Tait. As redes sociais digitais: necessidade ou vício? Disponível em:


<http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/as-redes-sociais-digitais-necessidade-ou-vicio-
8jnamnfke5oj65eam8x5a3d5a>. Acesso em: 25 mar. 2015.

Fig. 1 (p. 228)


ColorBlind Images/Getty Images
Cena cada vez mais comum atualmente: adolescentes interagindo com seus celulares, mesmo na companhia
das amigas.

De olho no texto

1. Para você, os chamados “viciados eletrônicos” são maioria ou minoria em nossa sociedade? Por quê?

2. Quais problemas de saúde podem afetar as pessoas que passam horas diante de computadores e celulares?
Página 229

ANTES DE LER

•.Você consome ou não produtos trangênicos? Como é possível obter essa informação?

Os transgênicos e o direito à informação


[...]

Atualmente, a grande questão gira em torno dos alimentos geneticamente modificados, que, além de possuir
um risco potencial de proporção ainda não mensurável, têm sido produzidos, comercializados e consumidos
indiscriminadamente, sem qualquer informação ou sequer alertas se acarretarão riscos à saúde ou segurança
dos consumidores.

Existem vários alimentos consumidos pela população que são produzidos à base de transgênicos ou que
contêm em sua cadeia produtiva alguma substância relacionada aos transgênicos.

É perfeitamente possível que estejamos consumindo carne bovina, cujo rebanho possa ter sido alimentado à
base de produtos transgênicos, assim como os cosméticos de uso diário, dentre outros produtos de beleza,
que também constam desta lista.

[...] Vários produtos [...] transgênicos [...] não disponibilizam esta informação ao consumidor. Entende-se
que o consumidor, no mínimo, tem o direito de ser informado, através de etiquetas, bulas, informações
nutricionais e outros, de que determinado produto é transgênico ou possui em sua cadeia produtiva algum
tipo de transgênico, cabendo a ele decidir se quer adquiri-lo ou não.

Por isso, em que pese o Código de Defesa do Consumidor determinar que a informação é um direito do
consumidor, a efetividade desta medida depende da instituição de uma medida que torne obrigatória a
informação, de forma clara e nos rótulos dos produtos, da presença de produtos que tenham sido gerados a
partir de modificação genética. [...]

Considera-se que é dever do fornecedor conceder ao consumidor, que é a parte vulnerável na relação de
consumo, o conhecimento prévio de todas as informações relevantes sobre o produto ou serviço que lhe é
oferecido (características, qualidade, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade, origem,
riscos existentes à vida, à saúde ou à segurança), de forma clara, correta, ostensiva, precisa e em língua
portuguesa, conforme artigo 31 do Código de Defesa do Consumidor.

Disponível em: <http://ellensvital.jusbrasil.com.br/artigos/117925089/alimentos-transgenicos-e-o-direito-


a-informacao-saude-e-meioambiente-equilibrado>. Acesso em: 25 mar. 2015.

Fig. 1 (p. 229)


StillBrown/Shutterstock.com/ID/BR
Há produtos que trazem no rótulo a inscrição “livre de transgênicos”.
ÓLEO ESPECIAL DE MILHO
CONTÉM ÔMEGA 6
Livre de transgênicos
900 ml

De olho no texto

1. Em sua opinião, é importante que os consumidores sejam informados sobre produtos que foram
geneticamente modificados? Por quê?

2. O que você acha da liberação do plantio e da comercialização de produtos geneticamente modificados sem
pesquisas conclusivas que comprovem que eles não serão prejudiciais à saúde e ao ambiente?
Página 230

QUESTÕES GLOBAIS
Responda sempre no caderno.

1. Leia os textos abaixo e responda às questões.

Texto 1

Fig. 1 (p. 230)


Clara Gomes/Bichinhos de Jardim
Q1: VOCÊ PRECISA COMER CINCO PORÇÕES DE FRUTAS DIARIAMENTE, SE EXERCITAR, TOMAR MUITA ÁGUA, DEVORAR LEGUMES E VERDURAS, LER
BONS LIVROS, JORNAIS E AS REVISTAS DO MOMENTO…
Q2: …CONTROLAR AS FINANÇAS, BEBER LEITE, TOMAR SOL PRA FIXAR O CÁLCIO (MAS LEMBRAR DO FILTRO SOLAR), ARRUMAR UM EMPREGO
MELHOR, PAGAR UM ÓTIMO PLANO DE SAÚDE…
Q3: E DAR A SORTE DE SER HOMEM PARA A LISTA ACABAR AÍ!

Texto 2

Mercado ainda reflete preconceito contra mulheres, pretos e pardos, revelam dados do IBGE.

Números mostram evolução, mas em 2014 mulheres recebiam cerca de 74,2% da renda dos homens. Pretos e
pardos ganhavam 58% dos trabalhadores brancos [...]

Mulheres, pretos e pardos têm avançado no mercado de trabalho, mas ainda se verificam, nos dados, os
rastros dos preconceitos históricos da sociedade brasileira [...]

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/economia-


e-emprego/2015/01/mercado-ainda-reflete-preconceitos-contra-mulheres-pretos-e-pardos-revelam-dados-
do-ibge>. Acesso em: 9 fev. 2015.

a) A personagem da tira (texto 1) é Maria Joana Cascudo. Interprete a história e responda: Que mensagem
ela transmite?

b) Segundo o texto 2, há uma “discriminação salarial” com relação às mulheres. O que isso quer dizer? Você
concorda com essa diferenciação entre homens e mulheres?

2. Leia o texto e responda às questões.

Gravidez na adolescência – determinante para prematuridade e baixo peso.

[...]

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a gravidez na adolescência como uma gestação de alto
risco devido a repercussões [à] mãe e ao recém-nascido, além de acarretar problemas sociais e biológicos. A
gravidez na adolescência pode [causar] consequências emocionais, sociais e econômicas para a saúde da mãe
e seu filho e ocorre no extremo inferior da vida reprodutiva, que é dos 10 aos 19 anos de idade.

A ocorrência de partos prematuros e também recém-nascidos de baixo peso são problemas de saúde pública,
por gerar um custo elevado de despesas médicas hospitalares, com as internações dos RN [recém-nascidos]
em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Diversos estudos têm procurado relacionar a gravidez na
adolescência e as características socioeconômicas dos pais com esse fato.

No Brasil, há uma estreita relação entre educação e maternidade. Resultados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD) mostram maior frequência de gravidez em adolescentes de 15 a 19 anos sem
escolarização do que naqueles com 9 a 11 anos de estudo.

Existem fatores de natureza objetiva e subjetiva que levam à gestação nos anos iniciais da vida reprodutiva,
tais como o desconhecimento dos métodos contraceptivos, a dificuldade de acesso do adoslescente a tais
métodos, a dificuldade das meninas em negociar o uso do preservativo, ingenuidade, violência, submissão
[...] obtenção de autonomia através da maternidade. [...]
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/gravidez_adolescencia.pdf>. Acesso em: 9 fev.
2015.
Página 231

a) A partir do que você estudou neste capítulo e das informações, reflita: Quais são os maiores desafios
enfrentados por pais adolescentes?

b) É somente na puberdade que meninos e meninas se tornam aptos para a reprodução. Explique o que
acontece no corpo deles para que isso ocorra.

c) Você estudou vários tipos de método anticoncepcional. Qual deles você indicaria para um colega
adolescente que vai querer ter filhos no futuro e quer se prevenir contra DST?

3. Sabe-se que Ana tem genótipo heterozigoto para a característica lóbulo da orelha. Seu marido, Ricardo,
tem o lóbulo da orelha aderido.

a) Lóbulo da orelha aderido é uma característica dominante ou recessiva?

b) Se dermos os nomes A e a para os alelos do gene que determina a característica lóbulo da orelha, qual
seria o genótipo de Ricardo?

c) Para essa característica, quais são os tipos de gametas produzidos por Ricardo?

d) Qual é o genótipo de Ana?

e) Qual é o fenótipo de Ana?

f) Quais são os tipos de gameta que podem ser produzidos por Ana, considerando-se essa característica?

g) Ana e Ricardo estão planejando ter um filho. Lembrando que tanto o espermatozoide como o óvulo
carregam um alelo desse gene, que característica poderá ter o filho desse casal?

4. Por que oferecer planejamento familiar gratuitamente para a população é um investimento interessante
para o Estado?

5. A respeito do parto, responda às questões.

Fig. 1 (p. 231)


David Turnley/Corbis/Latinstock
Ao nascer, o bebê chora, o que ativa seu sistema respiratório.

a) Por que os bebês que nascem por meio de parto normal tendem a apresentar menos problemas de saúde
do que os que nascem por meio de cesárea?

b) Quais são as vantagens do parto normal para a gestante?

c) Investigue, entre pessoas que você conhece, quem nasceu de parto normal e quem nasceu de cesariana.
Escolha uma pessoa de cada grupo e converse com as mães delas. Peça a cada mãe que conte como foi sua
experiência e quais as vantagens e as desvantagens do tipo de parto que tiveram.

6. A adolescência é marcada por mudanças físicas e comportamentais típicas desse período. Os amigos
ganham importância, assim como aumenta a necessidade de sentir-se parte de um grupo.

Escreva um texto relatando a sua experiência como adolescente e sobre seus amigos: Você passa muito
tempo com eles? A convivência em grupo torna essa fase mais fácil? Quais meios de comunicação você utiliza
para manter contato com eles?

7. Muitos jornais trazem suplementos especiais dedicados ao público adolescente. Nas bancas, encontramos
diversas revistas voltadas apenas para esse público. Entre outras razões, isso se deve ao comportamento
específico (linguagem, preferências, hábitos) desse grupo e também às constantes dúvidas que surgem nessa
época da vida.

Imagine que você é um dos editores de uma revista teen. Como você responderia às dúvidas a seguir?
a) “Estou com 13 anos e meus seios ainda não se desenvolveram. Várias amigas da minha idade até já usam
sutiã. Será que eu tenho algum problema? Por que sou diferente?”
Página 232

QUESTÕES GLOBAIS

b) “No vestiário, depois da aula de Educação Física, percebi que embaixo do braço tenho mais pelos que
meus colegas. Tenho 14 anos. Também estou percebendo muitos pelos nas partes íntimas. Isso é normal?”

c) “Tenho dúvidas sobre sexualidade, e por isso gostaria de consultar um urologista. Esse médico vai me
examinar pelado? Será que essa consulta pode afetar minha masculinidade?”

d) “Minha prima, de 13 anos, vai ao ginecologista desde os 11. Minha mãe acha que eu ainda não preciso ir.
Qual é a idade certa? Como faço para perguntar certas coisas para o médico?”

8. Em muitas culturas e durante longo período da história da humanidade, crianças e adolescentes eram
vistos como “adultos em miniatura”, indivíduos em uma fase sem características ou necessidades próprias,
sem papel social. Observe estas pinturas de Diego Velázquez (1599-1660):

Fig. 1 (p. 232)


Museu do Prado, Madri, Espanha. Fotografia: ID/BR

Fig. 2 (p. 232)


Museu de História da Arte de Viena, Áustria. Fotografia: ID/BR

Fig. 3 (p. 232)


Museu do Prado, Madri, Espanha. Fotografia: Pablo Alberto

Agora responda:

a) Que aspectos dessas pinturas confirmam essa visão?

b) De quais meios os adolescentes dispõem atualmente para manifestar suas opiniões, seus desejos, seu
modo de ser e garantir sua segurança e seus direitos?

Autoavaliação

I. Os estudos sobre os sistemas genitais humanos e a sexualidade ajudaram você a conhecer melhor seu
próprio corpo e a cuidar de sua saúde? Registre suas conclusões em seu caderno.

II. Você se sentiu à vontade para conversar sobre sexo e sexualidade em sala de aula? Foi possível resolver
dúvidas que você tinha sobre esse assunto?

III. Algum dos conteúdos abordados neste módulo o levou a repensar suas atitudes ou a modificar hábitos?
Em caso positivo, o que mudou?

IV. Ao longo destas aulas, você pôde conversar e debater com seus colegas e seu professor e conhecer
diversos pontos de vista sobre os temas estudados. Que contribuições essa experiência trouxe para a sua
identidade pessoal e para o reconhecimento das pessoas que o cercam?

V. Os estudos sobre hereditariedade o ajudaram a compreender melhor a sua identidade? De que forma?

VI. Você se considera mais apto a interpretar artigos e notícias relacionados aos mecanismos de transmissão
genética, à tecnologia e à genética?
Página 233

PARA SABER MAIS


Livros

Atlas do corpo humano. São Paulo: Abril (Coleção Guia Veja de Medicina e Saúde).

São quatro volumes lançados a partir de 2009 que desvendam o funcionamento do nosso corpo. Ricamente
ilustrados, com imagens obtidas por microscópio, ressonância magnética, tomografia computadorizada e 3D.

O cérebro em transformação, de Suzana Herculano-Houzel. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.

Nem só de hormônio vive a adolescência. Na verdade, tudo o que ocorre entre os 11 e os 18 anos é fruto de
uma grande revolução química e neurológica.

O corpo das garotas (2005) e O corpo dos garotos (2006), de Jairo Bouer. São Paulo: Panda Books.

Fig. 1 (p. 233)


Panda Books/Arquivo da editora
Jairo Bouer
O Corpo das Garotas
Jairo Bouer
O Corpo dos Garotos

Nesses dois livros, o autor, que é médico, estudioso da sexualidade humana e educador, explica aos
adolescentes as mudanças que ocorrem em seus corpos com a chegada da puberdade.

Genética e DNA em quadrinhos, de Mark Schultz, Zander Cannon e Kevin Cannon. São Paulo: Blucher,
2011.

Fig. 2 (p. 233)


Blucher/Arquivo da editora
GENÉTICA E DNA EM QUADRINHOS

Blurtus 183, um cientista de uma raça alienígena assexuada e ameaçada por uma doença, foi encarregado de
pesquisar os Fundamentos do DNA e da Evolução Humana e expor tudo numa linguagem clara e simples
para o líder de seu planeta.

Sites

DST-AIDS

<http://www.aids.gov.br>

Nesse site, você encontra informações sobre as DSTs mais comuns, sobre prevenção, distribuição de
camisinhas e cuidados com a higiene.

Fio Jovem

<http://www.fiocruz.br/jovem/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=4&from%5Finfo%5Findex=9>

Site da Fundação Oswaldo Cruz com informações voltadas para o adolescente sobre saúde e comportamento
— temas como masturbação, camisinha, menstruação e diversidade sexual.

Acessos em: 9 fev. 2015.

Filmes

Juno. Direção: Jason Reitman. Estados Unidos, 2007.

Fig. 3 (p. 233)


Paris Filmes/ID/BR
A GRANDE SENSAÇÃO ENTRE OS JOVENS DO MUNDO TODO!
JUNO

Juno é uma jovem de 16 anos que acidentalmente engravidou. Inicialmente, ela decide fazer um aborto, mas
muda de ideia. Ao mesmo tempo que vê seu corpo se transformar, Juno se aproxima do casal que adotará seu
filho.

Três irmãos de sangue. Direção: Kati Almeida Braga. Brasil, 2006.

Retrata a vida de Betinho, Henfil e Chico Mário. Os três irmãos eram hemofílicos e adquiriram o vírus HIV
por meio de transfusões de sangue. Eles se tornaram um símbolo do combate à aids no Brasil.
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INTERLIGADOS
Painel sobre adolescência e sexualidade

Objetivo

• Nesta atividade sua turma organizará um painel, ou seja, uma reunião em que alguns grupos apresentarão
pontos de vista a respeito de um tema.

• No painel serão abordadas questões relacionadas à sexualidade e à adolescência.

• Cada grupo deverá pesquisar e discutir alguns aspectos relativos ao assunto.

Planejamento

Organização da classe

• A classe será dividida em cinco equipes. Converse com seu professor e os colegas sobre a melhor forma de
fazer essa divisão.

• No painel, cada equipe vai representar um segmento da sociedade e apresentará as questões pertinentes à
área de estudo desse segmento. Eventualmente, além da pesquisa realizada em fontes escritas, o grupo
poderá entrevistar um ou mais representantes do segmento pesquisado.

Cada equipe ficará com um destes cinco segmentos:

• médicos;

• adolescentes;

• advogados;

• empresas de publicidade e propaganda;

• pais ou familiares próximos.

Fig. 1 (p. 234)


André Ceolin/ID/BR
- Médicos
- Adolescentes
- Advogados
- Empresas de comunicação
- Pais ou familiares próximos

A classe, sob a orientação do professor, deve realizar um sorteio para atribuir a cada grupo um dos segmentos
acima.

• Antes de iniciar a pesquisa, leia os dois textos a seguir e discuta-os com seus colegas. Algumas dessas
informações poderão nortear certos aspectos da pesquisa ou servir de ponto de partida para novos
questionamentos.

Estatuto da Criança e do Adolescente

[...]

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana [...],
assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar
o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão,
aos seus direitos fundamentais.

[...]

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas
sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas
de existência.

[...]

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em: 9 fev. 2015.


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Declaração dos Direitos Sexuais

1. O direito à liberdade – A liberdade sexual diz respeito à possibilidade dos indivíduos em expressar seu
potencial sexual. No entanto, aqui se excluem todas as formas de coerção, exploração e abuso em qualquer
época ou situações de vida.

2. O direito à autonomia sexual, à integridade sexual e à segurança do corpo sexual – Este direito envolve a
habilidade de uma pessoa em tomar decisões autônomas sobre a própria vida sexual num contexto de ética
pessoal e social. Também inclui o controle e o prazer de nossos corpos livres de tortura, mutilação e violência
de qualquer tipo.

3. O direito à privacidade sexual – O direito às decisões individuais e aos comportamentos sobre intimidade
desde que não interfiram nos direitos sexuais dos outros.

4. O direito à liberdade sexual – Liberdade de todas as formas de discriminação, independentemente do sexo,


gênero, orientação sexual, idade, raça, classe social, religião, deficiências mentais ou físicas.

5. O direito ao prazer sexual – Prazer sexual, incluindo autoerotismo, é uma fonte de bem-estar físico,
psicológico, intelectual e espiritual.

6. O direito à expressão sexual – A expressão é mais que um prazer erótico ou atos sexuais. Cada indivíduo
tem o direito de expressar a sexualidade através da comunicação, toques, expressão emocional e amor.

[...]

Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/gays/direitossexuais.html>. Acesso em: 4 abr. 2015.

Atividade de pesquisa

• Cada grupo realizará uma pesquisa para conhecer alguns aspectos das ideias e dos pensamentos das
pessoas do segmento representado.

• Reunido com seu grupo, localize no quadro seguinte as perguntas a que vocês deverão responder no
decorrer da pesquisa.

Empresas de Pais ou
Médicos Adolescentes Advogados publicidade e familiares
propaganda próximos
Quais são os
Quais são os Quais são os
Quais são os principais
principais principais
O que é principais problemas problemas
problemas problemas
adolescência? enfrentados pelos enfrentados pelos
enfrentados pelos enfrentados pelos
adolescentes? adolescentes no
adolescentes? adolescentes?
convívio familiar?
Como as empresas
publicitárias que
veiculam seus
Nessa fase, quais Existem leis O diálogo é parte
Quais cuidados os anúncios na mídia
mudanças relacionadas à importante do dia
adolescentes tratam o adolescente?
ocorrem no corpo sexualidade? E à a dia da casa? Há
devem ter para Como pessoas de
das garotas? E no sexualidade na conflitos de
manter a saúde? opinião formada ou
dos garotos? adolescência? geração?
como pessoas
facilmente
influenciáveis?
Empresas de Pais ou
Médicos Adolescentes Advogados publicidade e familiares
propaganda próximos
Quais são os A sexualidade é
Na adolescência,
principais O que é o Estatuto A sexualidade pode um tema
quais são os
problemas de da Criança e do ser usada pelos meios abordado no
principais
saúde do sistema Adolescente? O de comunicação para convívio familiar?
problemas que os
genital masculino que ele diz sobre influenciar os Há troca de
jovens
e feminino dos sexo? adolescentes? informações entre
enfrentam?
adolescentes? jovens e adultos?
Como os
integrantes mais
Como os
O que os Que órgãos velhos da família
problemas Que produtos
adolescentes governamentais encaram o
apresentados na específicos para
devem saber em são responsáveis adolescente?
questão anterior adolescentes existem
relação à pelos Direitos e deveres
podem ser no mercado?
sexualidade? adolescentes? dos adolescentes
prevenidos?
são postos em
prática?
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INTERLIGADOS

Sugestão de fontes de pesquisa

• Obtenha informações fazendo uma pesquisa em livros, revistas e na internet. Observe as dicas do quadro
abaixo e da seção “Para saber mais”, na página 233.

• Anote as informações coletadas na pesquisa. Compartilhe-as com os integrantes do seu grupo. Após essa
troca de dados, o grupo já terá bons conhecimentos para o painel.

Dicas de fontes de pesquisa

Sites

• <http://www.saude.gov.br>. Portal do Ministério da Saúde.

• <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Estatuto da Criança e do Adolescente. Acesse o


link eca.

• <http://www.conar.org.br/>. Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. Em “Busca”, digitar


“crianças adolescentes” e abrir primeiro documento da página (Código).

Acessos em: 9 fev. 2015.

Livros

• Conversando com o adolescente sobre sexo: quem vai responder?, de Gerson Lopes e Mônica Maia. Belo
Horizonte: Autêntica, 2007.

• Sexo & cia.: as dúvidas mais comuns (e as mais estranhas) que rolam na adolescência, de Jairo Bouer. São
Paulo: Publifolha, 2002.

• A adolescência, de Contardo Calligaris. São Paulo: Publifolha, 2009.

Procedimento

Planejamento do painel

• Decida, com o professor e os colegas, o dia em que o painel será realizado.

• Cada grupo planejará a exposição do painel, que deverá ser composta de uma apresentação oral dos
principais aspectos da pesquisa realizada. Escolham o(s) orador(es).

• Combinem o tempo destinado a cada grupo.

Apresentação do painel

• O professor apresentará cada um dos grupos e será responsável por controlar o tempo de cada exposição.

• Sua equipe apresentará as ideias do segmento social que representa.

• É interessante que um painel seja rico em mensagens visuais, como fotografias, desenhos e gráficos.

• Respeite a vez de cada grupo expor.

• Após cada apresentação, haverá um momento para que os demais alunos façam perguntas sobre o painel.

Elaboração do relatório do projeto


• Para finalizar o projeto, o grupo deverá elaborar um relatório do trabalho que contenha o procedimento
executado e as conclusões a que o grupo chegou.

Avaliação

• De que maneira a realização dessa atividade ampliou seus conhecimentos sobre o tema “adolescência e
sexualidade”?

• O grupo considerou mais desafiador planejar o painel ou apresentá-lo em classe? Por quê?
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JOGO
Jogo: Detetive médico

Você já deve conhecer muito sobre o corpo humano, e aprenderá ainda mais nas aulas de Ciências. Para
mostrar, de um jeito divertido, o que sabe sobre o assunto, planejamos um jogo em que você vai ter de pensar
sobre o funcionamento dos órgãos e sua importância no corpo humano.

Combinem com o professor a data para a montagem do jogo e como providenciar os materiais.

Para jogar, imagine a seguinte situação: um paciente chega à sala de emergência de um hospital. O
prontuário onde estavam anotados seus sintomas desapareceu. A equipe médica precisa, então, investigar o
que está acontecendo nos diferentes órgãos do corpo do paciente e descobrir o problema. Também deverá
identificar o(s) sintoma(s) que o paciente apresenta.

Jogadores

•2a4

Material
• cartas dos órgãos (cérebro, coração, estômago, pulmões, rins, músculos)
• cartas dos problemas (captação de gás oxigênio, captação de nutrientes, comunicação com o sistema
nervoso, comunicação com o sistema endócrino, dano por acidente)
• dado
• tabuleiro Corpo do paciente
• 2 a 4 botões de cores variadas (representando cada jogador)
• bloco de anotações e lápis

Objetivo do jogo

• Descobrir o órgão afetado, o problema que afetou o órgão e mencionar o(s) sintoma(s) que o paciente
apresenta.

Como jogar

• Neste jogo, cada jogador representa um médico.

• Embaralhem as cartas dos órgãos e as cartas dos problemas separadamente, formando duas pilhas.
Inicialmente, deve ser retirada uma carta de cada pilha, sem que os jogadores vejam quais são essas cartas.
Coloquem essas cartas com a face voltada para baixo no local indicado por ? no tabuleiro. Essas duas cartas
indicarão o órgão afetado e o problema desse órgão e devem permanecer voltadas para baixo durante a
partida. Elas representam as informações que foram perdidas com o prontuário do paciente.

• Juntem, então, as duas pilhas de cartas restantes, embaralhem bem e distribuam as cartas, dando uma de
cada vez para cada jogador (pode ser no sentido horário, por exemplo). Não há problema se um jogador ficar
com mais cartas que outros.

• Com base nas cartas que o jogador tiver em suas mãos, ele começará excluindo essas possibilidades e
formulando seus primeiros palpites, que podem ser anotados no bloco.

• Usem o dado para sortear o jogador que dará início à partida. A partir desse jogador, a sequência de
jogadores correrá em sentido anti-horário. Na primeira rodada, cada um deve colocar seu botão em um dos
órgãos do tabuleiro (no que escolher): essa será a posição inicial do jogador.

• Em seguida, cada um, na sua vez, deve lançar o dado e andar o número de casas correspondente em direção
ao órgão que se quer investigar. O botão pode se mover em qualquer direção. Importante: o primeiro órgão a
ser investigado não pode ser o órgão no qual a pessoa começou a partida. Quando, após andar as casas, o
“médico” da vez tiver alcançado um órgão, ele deverá dar um palpite.
• Lembrete: um “médico” só pode investigar um órgão se já não houver outro “médico” nesse mesmo órgão.

• Não é preciso tirar um número exato para investigar o órgão. Por exemplo, se você precisa tirar 2 no dado
para “entrar” no órgão e acabar tirando 6, não tem problema: você pode investigar o órgão e dar seu palpite.

• Talvez seja necessário passar por outro órgão para chegar ao órgão-alvo.
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JOGO

• Estando no órgão de interesse, o “médico” deve dar seu palpite tentando descobrir se aquele órgão está
afetado por algum problema. Por exemplo: “Acho que o coração está com um problema de captação de gás
oxigênio”. Nesse caso, o jogador deve se encontrar no coração para fazer esse palpite.

• Quando o “médico” da vez der seu palpite, o jogador que está à esquerda dele deve verificar se tem uma das
cartas com o órgão ou o problema mencionado no palpite. Se tiver, deve mostrar apenas uma (ou a carta do
órgão ou a carta do problema) para quem fez o palpite (mesmo que tenha as duas cartas), sem que os
outros jogadores a vejam. Se o jogador imediatamente ao lado não tiver nenhuma carta que contradiga o
palpite, o jogador seguinte deve verificar se tem alguma carta, e assim sucessivamente.

• Importante: se o jogador tiver uma carta que prove que o palpite do colega é incorreto, ele deve mostrá-la.
Caso contrário, será considerado um mau “médico” e será expulso da partida se sua “falta de ética médica”
for descoberta.

• Não vale investigar o mesmo órgão por duas rodadas seguidas. Se quiser repetir o órgão, o jogador deve sair
em uma rodada e entrar na rodada seguinte.

• À medida que as rodadas forem acontecendo, cada “médico” deve anotar as informações levantadas com os
outros jogadores e ir eliminando os órgãos e os problemas que não estão afetando o paciente (ou seja, ir
eliminando possibilidades para chegar mais perto de deduzir as cartas do “prontuário” que estão viradas no
tabuleiro).

• Quem achar que descobriu o diagnóstico do paciente deve anotá-lo no bloco de notas e, na sua vez,
apresentá-lo aos demais “médicos”. Por exemplo: “O paciente está com um problema de comunicação com o
sistema nervoso no estômago”. O jogador deve indicar também um sintoma decorrente desse problema. Para
apresentar o sintoma, cada “médico” deve se basear em seus conhecimentos prévios sobre o funcionamento
dos órgãos e sua relação com o corpo humano. É aí que cada jogador vai poder mostrar o que sabe sobre o
assunto.

• O diagnóstico deve então ser validado depois de ter sido apresentado. Para isso, o “médico” que fez o
palpite, e apenas ele, deve olhar as cartas que estão voltadas para baixo no tabuleiro. Se as cartas não
corresponderem ao palpite levantado, a pessoa sairá do jogo.

• Se as cartas corresponderem ao palpite, o(s) sintoma(s) deve(m) ser avaliado(s) pelos colegas “médicos”.
Todos devem concordar se o(s) sintoma(s) é (são) possível(is). Caso ainda restem dúvidas sobre se o sintoma
está correto, chamem o professor para validar.

• Será vencedor o “médico” que primeiro descobrir o problema e o órgão afetado e também indicar um
sintoma correto.

Fig. 1 (p. 238)


Estúdio Mil/ID/BR
Página 239

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Acessos em: 8 maio 2015.

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