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c CAPITULO II

Referencial Paradigmático
da Escola Brasileira

"As escolas formam operários. E mais fácil,


mais cômodo, e, sobretudo, menos perigoso,
manipular mentes do que educar para a vida. "
(João Bosco de Medeiros)

Estamos diante de um dilema que reflete as múltiplas cri-


ses de contextualização do ensino à realidade, que diz que, por
um lado, é necessário modificar as condições sociais para se cri-
ar um novo sistema de ensino; por outro, falta um sistema de
ensino novo para modificar as condições sociais. Conseqüente-
mente, é necessário partir do que temos, ou seja, da situação
atual, relembrando uma citação de Marx.
É sabido que em termos educacionais, o dilema parte de
um ensino sem as preocupações acadêmicas, que ajustem a for-
mação ao aspecto sócio-ocupacional e que supram a defasagem
entre os conteúdos programáticos, os métodos e técnicas de que
se utilizam para ensinar e aprender. Os recursos, as avaliações,
enfim, todo aparato institucional da educação na construção dos
saberes sociais e individualmente necessários frente à complexa
realidade dos nossos dias (ArrudaJr. 1989).
Torna-se óbvia uma certa defasagem entre os currículos
escolares, seus conteúdos, formas e as necessidades reais dos
processos e resultados educativos. Procedem muitas das idéias
reformistas neste sentido: novos currículos, metodologias mais
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flexíveis, novos professores, instrumentos de avaliação mais No Brasil, os conflitos escola-trabalho, escola-sociedade têm
modernos e atuais. Entendemos que é preciso dar corpo a uma em grande parte sua razão de existir no conflito capital-traba-
o nova utopia de um caráter mais progressista, capaz de renovar Iho, e, por decorrência, apenas terão resolução na crítica teórica
u
todas estas questões e os fatores a elas inerentes. A escola brasi- associada à ação concreta, objetivadora da superação desta ul-
leira requer, para a garantia de sua continuidade, de currículos trapassada tipologia de ordem social, com o cuidado de, em ter-
mais atualizados, novos conteúdos teóricos e práticos, uma pos- mos educacionais, não se reforçar o corporativismo acadêmico.
tura interdisciplinar e mesmo transdisciplinar que possa supri- Com o objetivo de re-situar historicamente a transforma-
mir a ausência de sua eficácia social. ção necessária da educação em todas as suas áreas e níveis, de-
A crise da escola brasileira não é privilégio de áreas e seto- sejamos colocar algumas pistas reflexivas sobre as ações possí-
res, mas generaliza-se na complexidade da escola superior mas- veis dos agentes educacionais no nível da práxis libertadora e
sificada, na formação técnica formalista, defasada e acrílica, na negadora da prática alienante que impera na escola brasileira.
escola básica muito desestruturada, principalmente, em termos Sem essa percepção dialética, as mudanças propostas reforça-
de concepção, princípios e idéias, e, especialmente, as condi- rão as estruturas que pretendem transformar, atuando, como
ções de trabalho. de costume, com efeitos contrários aos que delas se esperam.
Nossa escola ainda está, sem que saiba, a serviço de usar É inegável um inusitado conjunto de crises envolvendo a
técnicas administrativas e pedagógicas que avalizam a proletari- escola brasileira. A percepção da crise é uma questão paradig-
zação das massas, a hegemonia da concentração de renda e mática que obedece a um movimento dialético, envolvendo a
operacionalizando a prática da ideologia liberal-burguesa a ser- escola e seus fins sociais concretos, percebendo e identificando
viço do privilégio exclusivo do branco, do macho e do capital. uma interação entre estes dois pólos e na práxis que daí resulta
Desta forma, e no fundo, a nova problematização da (Gomes, 1980).
educação no Brasil e a busca de um plano ideal ainda aguar- Sem adentrar em outros domínios de reflexão da crise ge-
dam o passo inicial da denúncia e da crítica. Não se trata de ral em que está mergulhada a nossa escola, desde sua ordem
crítica pela crítica descompromissada politicamente, mas de autoritária e dependente de uma ação educacional ideológica e
uma crítica responsável. Uma práxis de acusação da ideolo- antipopular, dentro da qual está localizada historicamente a
gia dominante e de reconstrução de uma ação, se não revolu- questão dos paradigmas. O que, na prática, se configura nas si-
cionária, pelo menos, inovadora, tendente à transformação tuações do currículo, das técnicas e táticas, dos métodos e pro-
da ordem social que aí está. cessos, das ações, agentes e dos fins esperados em termos de
Na "periferia" da ordem capitalista mundial, muito pouco resultados educacionais concretos (Calmon, 1960).
espaço existe para a autonomia dos docentes e grande parte A noção da crise paradigmática invoca, à luz da crítica, a
destes está inconscientemente vinculada à perpetuação de um passagem pela visão teórico-epistemológica em relação à escola,
certo status quo. Outra parte são intelectuais tradicionais. Ape- à sociedade e à ideologia, e, sem sombra de dúvida, o vazio des-
nas uma minoria é crítica e, dentro dela, quase não há meios tas informações por parte dos agentes educacionais é o que cons-
para a concepção histórico-dialética, que o pedantismo acadê- titui o seu arcabouço conceituai. A ausência destas noções carre-
mico considera ultrapassada no âmbito epistemológico das "ci- ga em si o germe da perpetuação da crise e da sua gradual ampli-
ências" e das práticas de ensino. ação.

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É a crise de identidade, ou um conjunto de situações em encontram-se mergulhados numa crise profunda, crônica e en-
que os atores educacionais distribuídos na estrutura social vivem dêmica. Os sintomas estão aí, cristalinos, para qualquer um que
o
O a queda de prestígio em relação ao passado, situações de pessi- possa ou queira vê-los. Quais são os principais?
-

O
u
mismo e frustrações com relação a um conjunto de instituições 1. A insatisfação geral de alunos, professores e demais agen-
afins envolvidas na mesma atividade. Esta crise tem elementos e tes diretos ou indiretos do setor educação; quase todos
dimensões heterônomas em relação à autonomia na reprodu- descontentes com a qualidade do ensino ministrado e
ção dos diversos fenômenos a ela relacionados, em termos vi- as condições a que estão submetidos os participantes do
venciais mais amplos. processo educativo.
Por outro lado, a dominância das empresas educacionais 2. As manifestações de tal insatisfação, que ocorrem nos
que se articulam como escolas isoladas e que proliferam em to- mais diversos níveis, desde trabalhos acadêmicos, até
dos os setores do País, e, para sobreviverem, precisam analisar greves e denúncias, passando pelas pressões sobre as
este tipo de conduta, passando então a ser um dos fatores a mais autoridades educacionais.
na continuidade do processo de caos. Daí a necessidade de se 3. A dependência, em termos de metodologias, teorias e
reforçar epistemologicamente a visão crítica dos paradigmas, sua pesquisas, constatada pela absoluta penúria da produ-
ação, contexto, prática e acesso individual e coletivo. ção científica na área da educação. O que existe não
Não podemos perder de vista o processo histórico de trans- reflete adequadamente a realidade histórica nacional,
formação das escolas brasileiras em verdadeiras colônias das eli- sendo, em geral, fruto do deslumbramento dos poucos
tes dominantes, o que é feito pela ingênua classe média, da qual bons estudiosos diante da produção teórica importada,
é retiradas a grande maioria dos trabalhadores da educação. ou, na melhor das hipóteses, procedentes de outros cam-
Buscando, então, refletir sobre a retomada de novos processos pos do saber universitário.
que possam articular resultados diferentes nas práticas social e 4. As constantes mudanças curriculares, que funcionam
histórica da educação no Brasil, é que apresentamos estas refle- como válvulas de escape da tensão acumulada, e que,
xões. periodicamente, se alivia pela esperança de que um novo
O prolongado autoritarismo que o País sofreu durante a currículo possa ser capaz de tornar menos nebuloso o
ditadura militar repercutiu de forma inegável em todos os seto- horizonte.
res da vida nacional. Mas, foi sem dúvida, nas instituições escola- 5. A manipulação das escolas pelos burocratas do ensino
res que se produziram enormes traumatismos. Não foi apenas a (ou pelos empresários do ensino), pessoas geralmente
violência fruto da triagem ideológica e a perseguição a desafetos alheias ao fazer e ao pensar em educação e que concen-
pessoais ou personalidades marcadas pela atuação crítica. Foi tram em si um poder autoritário que é exercido, não
um clima especial que se instalou no ambiente educacional, eli- raras vezes, com violência e arbítrio.
minando praticamente a possibilidade do debate democrático e
da convivência pluralista (Santiago, 1977). Diante de tais características, não pode ser surpresa que
Na escola brasileira, o espaço para a atividade criativa, para uma percentagem significativa das notícias a respeito de contur-
a reflexão inovadora, para o rompimento das estruturas obsole- bações na via educacional brasileira seja originária desta grande
tas, praticamente nunca existiu. Por isso, a educação e o ensino crise de percepção paradigmática, da inconsciência de seus agen-
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tes, redundando na neutralidade de suas ações e na nulidade Um dos mais sérios entraves na solução desta problemáti-
qualitativa de seus processos e resultados educacionais propria- ca é resultante dá própria indefinição no campo da educação, .
mente ditos. notadamente nos âmbitos do ensino infantil, fundamental e o
U
Tendo consciência de que os currículos mínimos, decreta- médio. O caráter ainda incipiente e disperso da teoria e da pes-
dos pelos órgãos educacionais do Governo Federal, constituem quisa, nesse domínio do conhecimento, influi de forma decisiva
meros instrumentos do aparelho ideológico do Estado, faz-se nesse processo.
necessário que a denúncia dê um passo à frente, perguntando: Qual o papel das teorias da educação neste contexto fren-
O que fazer? Na verdade, isso envolve mudança de atitude no te às ciências e às suas práticas sociais? Trata-se de algo formula-
sentido de se repensar a problemática da educação e do ensino do independentemente de tempo e espaço, ou, ao contrário,
numa sociedade dependente como a nossa. teria de estar ligado ao contexto histórico concreto em que se
E preciso buscar contribuições decisivas para dar continui- insere? O seu campo é simplesmente interdisciplinar, não pos-
dade às inquietações levantadas, estimulando a crítica aberta e suindo nenhuma outra especificidade? Ou já é possível pensar
franca e até mesmo contundente, reformulando trabalhos, vi- na possibilidade de uma teoria educacional genuinamente bra-
sões e adicionando novos elementos à questão educacional como sileira como uma das formas de se aplicar estratégias para a
um todo. mudança social que esperamos?
Construir e entender, na prática, um novo paradigma plu- Responder a essas questões, ao nosso ver, revela-se tarefa
ralista, que reflita sobre as tendências, as diferentes formulações fundamental, na medida em que tais estratégias representam
e múltiplos enfoques ideológicos, que demonstre a preocupa- na realidade, um importante aparelho ideológico do Estado
ção em inverter o enfoque com que normalmente é estudado e opressor, constituindo no capitalismo monopolista uma verda-
visto o problema da educação e do ensino no Brasil. Introduzin- deira indústria de manipulação da educação para se sustentar
do uma dimensão crítica mais sistemática e uma perspectiva his- modelos econômicos, principalmente internacionais.
tórica que pretenda situar esta área de conhecimento e ação Um outro aspecto, de acordo com Apple (1982), merece
humana no cume da realidade nacional, dando a ela a real pri- ser relacionado, com as dificuldades enfrentadas na prática do-
oridade necessária, é talvez o passo mais urgente que os atores cente, é aquele referente à questão da ideologia e do poder na
educacionais e as autoridades da educação no Brasil devem dar. educação. Qualquer análise que se pretenda efetiva, terá que
O impasse na educação brasileira exige não somente uma partir de uma reflexão de suas manifestações concretas, como
reflexão sobre a problemática na tentativa de analisá-la criticamen- por exemplo, das leis, das portarias, das determinações, dos pa-
te, mas também uma mudança de atitude na sua avaliação, que receres do MEC, se pretender escapar ao estilo dos estudos ha-
possa levar à fundação de um novo projeto educacional. Snyders bituais, que se limitam a denunciar entidades genéricas de do-
(1981) falou da ênfase até aqui atribuída ao currículo, consideran- minação como o Estado. Justifica-se, assim, a necessidade de
do-o como um fim em si mesmo, impossibilitando um verdadeiro examinar os mecanismos de controle e de poder no ensino e na
diagnóstico da situação. A questão que se coloca é a de saber como, educação, a mesma forma da ideologia que está por trás das di-
numa sociedade dependente e colonizada culturalmente, esse pro- ferentes mudanças curriculares.
blema é enfocado ao mesmo tempo em que se formulam alternati- A partir do momento em que se constata que a educa-
vas para superar o dilema da educação no País. ção é assunto de interesse nacional, não se pode ingenua-
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mente supor que a sua regulamentação seja entregue ao aca- A ideologia que está por trás de todos os instrumentos le-
z
so, ao arbítrio dos técnicos do MEC. Da mesma forma, as cons- gais de ensino só pode ser detectada quando se compreende <
o tantes mudanças de currículo não são simplesmente resul-
u qual é o modelo, ou o paradigma de educação vigente. Para M.
tantes da insatisfação dos estudantes, dos professores, dos Gadotti (1987), esse modelo de educação, cujas conseqüências
administradores educacionais; mas significam que a educa- estamos suportando hoje, foi trazido pelos especialistas norte-
ção, devido ao papel de cada vez mais importante, tem de ser americanos, desde 1966, quando foi firmado o acordo entre o
redimensionada conforme o projeto de modernização da so- MEC e a USAID (United States Agency for International Deve-
ciedade como um todo. lopment). Os peritos envolvidos neste acordo acabaram conclu-
Não há, portanto, neutralidade possível neste setor, pri- indo que a formação técnico-profissionalizante seria o ideal para
meiro porque a escola é um dos mais importantes aparelhos ide- a educação brasileira porque também era o ideal na formação
ológicos do Estado, uma das suas mais eficientes formas de con- do estudante norte-americano.
trole. E, segundo, porque a educação que nela se processa está Dessa forma, a ênfase nas disciplinas técnicas mostra tam-
profundamente ligada a um outro aparelho, aquele dos meios bém uma ideologia da modernização e do desenvolvimento, que
de comunicação de massa, que nos países subdesenvolvidos, na visava simplesmente ao aperfeiçoamento do sistema industrial
ausência de urna educação mais formal, adquirem um papel vi- e econômico capitalista, possibilitando compreender que as ra-
tal na dominação/direção de classes (Bodenave, 1972). zões dessas mudanças eram puramente econômicas. Assim, a
A situação das escolas brasileiras, tanto públicas como par- concepção ideológica da educação implica afirmar que os países
ticulares, vem mostrar como o poder, nas mãos de seus dirigen- periféricos e, portanto, dependentes, estão atrasados porque são
tes, quase sempre alheios ao campo da educação e do ensino, carentes de tecnologias e não porque são dependentes. Ora, essa
está sendo exercido no sentido de adequar estas escolas aos pro- carência pode ser suprida por uma reforma no sistema escolar
jetos educacional e político do governo. Essa tarefa tem sido fa- voltada para o treinamento e adestramento do estudante, tor-
cilitada pela mudança de estrutura e função do ensino, o que nando-o um dócil servidor do sistema econômico.
tem demonstrado um caráter cada vez mais empresarial da edu- Ajustificação dos motivos, porém, é outra. Aparentemen-
cação nos últimos tempos (Fávero, 1980). te as reformas eram guiadas por uma filosofia (que faz o papel
O crescimento desordenado das escolas não contribui em da ideologia: oculta as verdadeiras raízes sócioeconômicas) vol-
nada para a melhoria qualitativa do ensino. A ideologia da tada para a vida. Essa filosofia insistia na escola ativa de John
profissionalização tem sido a tônica nítida na orientação dos Dewey, na escola como serviço à sociedade, mas na realidade,
estudos. Com isto, não queremos dizer que a escola não deva era um serviço prestado exclusivamente à "modernização indus-
formar profissionais qualificados para as empresas, os mecanis- trial", ou seja, aos interesses econômicos do capitalismo, forman-
mos estatais, o terceiro setor, mas, que apesar desta orientação do, de um lado, mão-de-obra "especializada" (Leis de Diretrizes
ser considerada como meta e objetivo, ela não tem dado conta e Bases da Educação Nacional que regulam políticas e normas
nem mesmo desta tarefa, pois o ensino, quando profissionali- para os ensinos fundamental e médio) e, de outro, grupos "diri-
zante, é destituído de qualquer cunho prático, evidenciando, gentes" (as consecultivas Reformas do Ensino Superior, que, a
assim, uma inadequação entre meios e fins, no caso, inclusive, bem da verdade, nunca saíram da legislação para a prática con-
da formação superior. creta) .

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Analisar a questão paradigmática significa repensar a edu- paradigma. Essa tarefa será tanto mais efetiva se, ao lado desse
cação brasileira de forma crítica e num contexto mais amplo. trabalho teórico, for possível uma pesquisa sobre a realidade da
educação, com a finalidade de entender a sua estrutura, função, o
o
u Somente a partir daí é possível compreender a sua evolução ao u
mesmo tempo que encontrar caminhos, traçando políticas e fragilidades e necessidades no contexto da sociedade brasileira
diretrizes para a solução da sua problemática. A definição de um de hoje.
novo projeto para a educação no Brasil só é possível, portanto, Essa proposta de definição paradigmática, contudo, impli-
desde que se compreenda todo o conjunto. Qualquer análise ca num paradoxo: como formar ao mesmo tempo agentes de
setorial serviria simplesmente para escamotear os verdadeiros mudança e profissionais que sejam eficientes ao esquema capi-
dados do problema, transformando seus autores em co-partici- talista que aí está? Essa ambigüidade fundamental transforma a
pantes do projeto maior de dominação. escola no local privilegiado das contradições, já que a superação
Partindo do que já foi dito, surge de forma nítida a neces- da crise exige que ela assuma um projeto de educação realmen-
sidade de um novo projeto, ou um novo paradigma educacio- te democrático, o que requer, antes de tudo, rupturas com o
nal, tendo em vista a possibilidade do engajamento da escola na autoritarismo político, quebra do senso comum e construção de
luta pela libertação. Já não é mais possível, nas atuais circuns- uma nova história, a partir de outras bases conceituais.
tâncias, pensar em uma ação cultural e política sem a participa- Semelhante projeto não poderia efetivar-se na atual estru-
ção ativa dos meios e instrumentos escolares e paraescolares. tura paradigmática da educação, dadas suas ligações servir ao
A escola, entendida sob esta perspectiva, deve apresentar poder central. Isso só será possível, ou por uma ampla transfor-
uma efetiva vinculação com a sociedade em termos da teoria, da mação política ou por exigência de uma autonomia que garanta
prática e da práxis da transformação, à medida em que todo ato a autogestão da escola brasileira a partir do seu corpo constituti-
educativo é um ato essencialmente político, parafraseando Pau- vo.
lo Freire (1989). Não tem sentido um trabalho teórico que não Para Eliete Santiago (1990), um dos meios para se conse-
conduza à ação, que não evidencie o compromisso da ciência guir essa autonomia, que implica necessariamente na democra-
com a vida, com a história. E esse compromisso apenas se efeti- tização da estrutura escolar, reside na possibilidade das associa-
va a partir do envolvimento concreto, individual, grupai, comu- ções de educadores e educandos se organizarem, não somente
nitário e social com a luta pela emancipação das classes popula- em função de reivindicações específicas, mas em busca de uma
res. ação verdadeiramente política e dirigente.
Todos aqueles que estão envolvidos com a problemática Assim sendo, o principal objetivo desta nova proposta é
da educação devem assumir a sua verdadeira posição de dirigen- permitir a avaliação crítica, séria e profunda do que se fez, do
tes, de líderes, sensibilizados pelos problemas da educação no que se faz, do que se diz que faz e do que poderá fazer social-
País e tentar abrir novas frentes de investigação, rever concei- mente com a educação e o ensino em nosso País, uma vez que
tos, avaliar perspectivas da educação e do futuro e situarem-se essa perspectiva revela-se fundamental, caso se pretenda, de fato,
na vanguarda do desenvolvimento da ação cultural, social e po- explicar, corrigir e orientar a evolução dos processos educacio-
lítica pelos seus meios e recursos. nais.
Nessas condições, qualquer reestruturação da identificação A política educacional brasileira sempre se caracterizou,
desses novos objetivos, de uma nova filosofia, pode ser um novo desde seus primórdios, pela permanente tentativa das classes

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dominantes manterem a maioria da população distante do sa- À medida em que o País se industrializava e formava, ine-
ber. Tanto no que se refere ao ensino elementar como ao supe- vitavelmente, contingentes de classe média ansiosos por usufruir
rior, esta sempre foi a peculiaridade mais marcante da história das diversas vantagens originárias do desenvolvimento industri- 0
u
das escolas no Brasil, como bem demonstram diversos autores, al, os efeitos provocados por um ensino superior nascido da for-
especialmente Darcy Ribeiro. ma descrita só poderiam ser conflitantes com as aspirações des-
As faculdades brasileiras, por exemplo, só aparecem de- ses setores sociais em surgimento e ascensão. Entre tais efeitos:
pois que a Família Real teve que abandonar Portugal. Impedi- o pequeno número de vagas colocadas à disposição dos interes-
da, por "motivos superiores" à sua vontade, de continuar tendo sados e a concentração de cursos na área das profissões liberais,
seus filhos estudando na Europa, a aristocracia luso-brasileira que eram aquelas que mais interessavam à aristocracia.
viu-se na contingência de ter que abrir escolas de nível superior O monopólio da educação superior pelas elites tinha de
no Brasil. ser rompido com a fase mais aguda do processo de industrializa-
Nascido no poder central, estruturado na base de escolas in- ção, a partir dos anos 50. Não se tratava propriamente de uma
dependentes, com o objetivo explícito de formar os filhos da aristo- democratização de oportunidades educacionais, mas sim, de um
cracia, o ensino superior brasileiro diferenciava-se radicalmente do desnivelamento dos privilégios educacionais daquelas elites.
que havia em seus vizinhos americanos e no resto do continente. A classe média passa a compartilhar mais extensamente
Já em 1550, eram criadas as primeiras universidades que diploma- dos novos ou velhos privilégios educacionais. Há uma conside-
vam doutores já durante a época da colonização hispânica, princi- rável mudança quantitativa, embora o aspecto qualitativo per-
palmente nas Américas e em quase toda a Europa. maneça o mesmo, praticamente até hoje.
As escolas superiores, criadas e mantidas com o objetivo úni- A expansão numérica, entretanto, já traz em si, ao menos
co de atender às necessidades da aristocracia, e, mais tarde, da alta potencialmente, o germe da mudança. E, apesar das dificulda-
burguesia, não exigiam grande vigilância por parte dos donos do des, algumas alterações importantes acabaram ocorrendo. A
poder. Podia-se, inclusive, gozar de certa liberdade dentro de seus principal preocupação da classe dominante passou a ser, agora,
muros. Florestan Fernandes (1975) explica: "Elas exprimiam de tal fazer com que mudasse alguma coisa, para tudo permanecer
modo os interesses sociais e os valores culturais, que impregnavam como sempre (Demo, 1990).
a concepção do mundo das classes sociais dominantes e dirigentes, Ainda assim, como componente de um sistema econômi-
que não havia a necessidade de levantar-se o problema de saber o co internacional em que as relações de dependência são bastan-
que elas deveriam representar como força social, cultural e política. te acentuadas, o Brasil não poderia ficar imune aos interesses
Aquilo que os sociólogos norte-americanos chamam de controles re- das nações mais poderosas. Nem, muito menos, a escola brasi-
lativos, que operam de modo espontâneo e indireto, mas contínuo leira, de ensino infantil, ensino fundamental, médio e superior,
e profundo, era suficiente para ajustá-las às expectativas dos referi- usando a linguagem de hoje, que precisou se reestruturar para
dos círculos sociais". atender à demanda imperialista do primeiro mundo que a nova
Contudo, não há corpo social, nem mesmo o brasileiro, realidade econômica impôs ao País.
que consiga resistir ao progresso. Mesmo com toda a sua habili- A concentração mais aguda de capital que passou a ocor-
dade, talvez demonstrada na tarefa de manter o poder, as elites rer no Brasil a partir dos meados da década de 50, ao mesmo
nacionais tiveram que se defrontar com problemas. tempo em que praticamente eliminou o pequeno e médio in-
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dustrial e comerciante, impedindo assim uma das formas mais tona a questão da necessidade e da urgência de se modernizar o
tradicionais de ascensão social da classe média, incentivou a ins- conjunto de sistemas nacionais de educação. Trata-se de se ade-
c
O talação e a solidificação de grandes empresas, com necessidade quá-los às novas exigências dos novos programas de crescimen- Q
de pessoal técnico e com formação superior devidamente ade- to econômico, humano e social, ao aperfeiçoamento da solida-
quada aos seus interesses (Chauí, 1989). riedade mundial e ao surgimento de novas políticas globais no
Assim, o novo modelo socioeconômico, alicerçado em gran- mundo. Isto, há muitas décadas, sem que, na prática, muito pou- <
des empresas, em sua maioria multinacionais, e, na burocracia co tenha sido mudado.
estatal expandida, impôs mudanças ao ensino brasileiro, que são A inspiração das medidas de reformas do ensino no Brasil
particularmente sentidas quando um novo e explosivo compo- deverão estar inspiradas na preocupação de qualificar especial-
nente é associado à fórmula, deflagrando o surgimento das ino- mente os ensinos médio e superior no sentido de atender às
vações: a necessidade política de se acabar com o incômodo fe- inquietações das várias classes sociais. Isto dependerá, é lógico,
nômeno dos excedentes, ocasionando a criação de um número de um andamento semelhante no ensino básico formal, a partir
maior de vagas, notadamente nos níveis médio e superior, colo- da alfabetização das crianças, adolescentes e adultos.
cadas à disposição do público, principalmente pelas escolas par- A revolução de expectativas e a crescente incongruência
ticulares altamente rentáveis sob o ponto de vista financeiro, de status requerem uma modernização educacional em conjun-
embora deixando muito a desejar nos aspectos educacional e to, segundo diretrizes e administrações modernas, flexíveis e glo-
qualitativo. balizadas. E, desta forma, a atender anseios e necessidades glo-
Em 1958, o ensino público era responsável por 59,1% das bais e não mais àquelas específicas e voltadas para a concentra-
vagas oferecidas; em 1963, por 54,5%; em 1975, por 46,7%, che- ção de poder das elites políticas e econômicas.
gando nos dias atuais a uma média de 39%, só no tocante ao Dar prioridade real à educação e ao ensino. Tecnificar o
ensino superior, podendo-se, a partir daí, concluir a análise des- ensino de áreas humanas. Humanizar o ensino de áreas técni-
te resultado nos demais níveis de ensino, isso sem colocarmos cas, diversificar e enriquecer metodológica e epistemologicamen-
em pauta a questão da qualidade do ensino ministrado, é claro. te as ciências sociais. Politizar, de verdade, as relações e as orga-
A esta fórmula de mudança da educação no Brasil não é nizações educacionais em todos os níveis, são os princípios nor-
possível que se deixe de acrescentar a necessidade comum das teadores básicos do novo paradigma de educação que precisa-
classes dominantes nacionais e de seus aliados, as potências ca- mos adotar.
pitalistas, de contaminar essa "nova escola" com o vírus da ideo- Esta é, portanto, a transformação fundamental que se deve
logia dominante. operar, de conformidade com Zagury (1999) na educação brasi-
Essa necessidade se torna tanto mais premente quanto leira, devendo a escola passar de uma instituição que define cam-
maior o número dos novos usuários dos privilégios, já que, como pos de valores para organizações econômicas, deixando de ser
se sabe, germes se espalham com muito mais facilidade em am- um organismo que legitima e transfere os valores para o pro-
bientes superpovoados e os bons tempos das salas de aula fre- gresso econômico, para ser uma organização que produz os co-
qüentadas pelos poucos filhos de senhores de engenho capazes nhecimentos capazes de constituir valores para o embasamento
de pagar por esse luxo, estão definitivamente para trás. do desenvolvimento global, a partir do econômico, vez que vive-
De acordo com Octávio lanni (1976), novamente volta à mos num regime capitalista, o que não há como negar.
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As nossas reformas educacionais foram sempre pautadas •uma miragem, uma crença ingênua sobre algo distante e ina-
sob os moldes e os modelos econômicos e com finalidades ex- tingível.
c
U plícitas de se articular a educação ao sistema de desenvolvimen- Assim, todo o arcabouço teórico se fundamenta na aplica-
to industrial. Sempre avalizando o economismo e a profissiona- ção de currículos mínimos de acordo com tendências que obe-
lização, com a preocupação óbvia de despolitizar a escola, e, nada deçam aos claros interesses dos capitais multinacionais. Tome-
melhor para isto do que burocratizá-la excessivamente (Bran- se, por exemplo, a própria definição de currículo mínimo adota-
dão, 1982). da pela legislação de ensino e o núcleo de matérias fixado pelo
A solução do problema das classes dominantes ainda está então Conselho Federal de Educação; consideram o mínimo
longe de ser obtida. Zelosas e aplicadas em relação à despolitiza- para uma adequada formação profissional, isto também diluído
ção da educação, elas acabaram por comprometer totalmente a nos programas básicos de educação formal.
formação e a qualificação de pessoal para as grandes empresas. O ensino é apenas visto como profissionalizante ou com
No desejo de impedir que a crise da escola evoluísse para uma intenção profissionalizante. As decisões são tomadas pelo po-
situação que pudesse colocar em risco o seu domínio sobre ela, der central que as unifica para todo o País, sem levar em consi-
as forças conservadoras acabaram impedindo-a de contribuir deração as experiências dos professores e dos alunos em cada
para o aprimoramento do próprio modelo econômico que as região. Os conteúdos dos currículos prescritos garantem a tecni-
classes dominantes resolveram impor ao País. ficação mínima e a castração ideológica com que se aprazem os
Ainda, conforme Florestan Fernandes (1975), o avanço donos do poder.
obtido é insuficiente, em vista das necessidades educacionais do Os currículos mínimos - que na verdade são planos, por-
novo tipo de integração econômica que o capitalismo monopo- que nada a eles se acrescenta - encaram o ensino como mera
lista impõe à América Latina. A modernização proposta pelos transferência de informações bem ao contrário do que acredi-
organismos supranacionais ou nacionais criados pelos Estados tam os educadores mais sensíveis.
Unidos e pelos organismos internacionais envolve um processo Em lugar de solicitar que o professor sistematize as ativida-
técnico muito mais amplo, profundo e radical. des que constituem o currículo, seria talvez melhor que ele dis-
Essa insuficiência tem causas bastante claras, uma vez que cutisse a sua própria experiência e somente depois de sistemati-
o avanço da ciência e da tecnologia modernas não pode estar zá-la em categorias e de verificar as mudanças necessárias, dese-
subordinado a rígidos controles ideológicos. jadas para os alunos, é que o professor estaria planejando e re-
O técnico não terá domínio eficaz das relações entre mei- vendo o currículo, evidenciando, assim, a democratização do
os e fins se não tiver o mínimo de autonomia intelectual e processo, o que não é interessante para os fins reais a que se
moral que seja requerido pelos critérios funcionais com que presta a educação neste País.
opere. Do mesmo modo, não haverá conhecimento científi- Associada a esta questão dos currículos e programas, so-
co em que os critérios da descoberta, verificação e comunica- mam-se o referencial metodológico, os instrumentos de ava-
ção de verdade impostos pela ciência sejam submetidos por liação, as atividades meio-e-fim de ação educacional, que, no
falsos sucedâneos. Possuir ciência e tecnologia modernas com conjunto, prestam-se ao paradigma imposto e mantido pela
nenhuma, ou só com um mínimo de inovação nas relações hegemonia das elites e dos capitais estrangeiros, o que por
humanas e na organização da sociedade, não pode passar de sua vez, redunda nos resultados vivenciais que aí estão: fome,

70 PARADIGMAS EM EDUCAÇÃO NO Novo MILÊNIO PARADIGMAS EM EDUCAÇÃO NO Novo MILÊNIO 71


desemprego, crises, misérias, violências, catástrofes; só para fantil, fundamental e médio elas ocupam cegamente as escolas
exemplificar. particulares caríssimas que inclusive as subsidiam para ocupa-
o
u Precisamos construir um novo fazer educativo capaz de rem vaga a vaga do ensino superior público? o
U
associar e aglutinar novos valores, condutas diferenciadas e ca- Já não temos aí uma incoerência básica e séria? Talvez de-
pazes de articular a ação educativa em sua totalidade e visando vêssemos começar a pensar a partir daqui, as dicotomias, as in-
aos interesses da comunidade brasileira como um todo, num justiças, os preconceitos que reinam em todos os segmentos da
dado momento histórico, e, corrigindo suas falhas políticas, ope- educação no País, seus processos, resultados e condutas.
racionais e práticas (Lago & Pádua, 1986). É preciso desvincular a necessidade de associação de vagas
Desta forma, a rápida análise da política e dos processos nos vestibulares às vagas nos estacionamentos das ditas "boas"
educacionais em termos dos paradigmas da escola brasileira de universidades púbicas, criando esta chamada seleção natural que
hoje, pretende demonstrar que eles não podem estar dissocia- perpetua o acesso dos donos do poder ao melhor ensino que,
dos do momento político que o País atravessa. Ao contrário, são inclusive, é ministrado gratuitamente. Enquanto isso, a classe
reflexos dele. De nada adiantarão mudanças formais de currícu- média e os trabalhadores ralam nas escolas "superiores" particu-
los, programas, propostas metodológicas, instrumentos avaliati- lares, de alto custo, massificantes, noturnas, e, de qualidade de
vos eficazes. Igualmente, de nada adianta a construção de pre- ensino ainda muito mais questionável.
tensas escolas, quando a realidade política ainda é de domina- Esta é uma das farsas mais sérias e contundentes e que
ção por parte de pequenas elites ligadas a interesses de capitais não pode mais ter espaço para continuar existindo. É preciso,
internacionais que impedem a verdadeira ascensão intelectual sem dúvida, derrubar todas as máscaras. Assim, a educação, como
do Brasil e do seu povo. educação, começará a existir enquanto história, evolução e fato,
A questão é, portanto, muito mais qualitativa do que quanti- cumprindo todos os seus propósitos, e, não só, articulando a
tativa, muito mais política do que funcional; muito mais huma- concentração do desenvolvimento e dos benefícios econômicos
na e social do que técnica ou mesmo esconômica. Ela inclui von- em detrimento de todos os demais.
tade, desejo, princípios ontológicos associados à boa ciência, arte
e tecnologia: em síntese, uma nítida questão de paradigma, ou
ainda, de mudança do paradigma; uma autêntica revolução cul-
tural.
Precisamos, de fato, revolucionar tudo. Recriar esquemas.
Fortalecer as bases críticas e reconduzir ações, procedimentos,
critérios, práticas, buscando, assim, processos e resultados dife-
rentes. Isto passa por novas e profundas exigências e reflexões
inovadoras. Outros valores. A bem da verdade, precisamos de
recomeçar tudo, ou, melhor ainda, reinventar tudo, mudar os
paradigmas.
Outra questão importante: por que as elites nacionais in-
vertem seus interesses no exato sentido de que; nos ensinos in-

72 PARADIGMAS EM EDUCAÇÃO NO Novo MILÊNIO PARADIGMAS EM EDUCAÇÃO NO Novo MILÊNIO 73


"Águia, você nunca deixará de ser águia. Liberte sua
natureza feita para as alturas. Desperte do seu sono.
Deixe o sol nascer dentro de você. Abra suas asas!
E voe para o infinito! Erga-se sobre você mesma e ga-
nhe as alturas. Eu lhe suplico, águia, voe!..."

(Leonardo Boff)
Copyright © 2003, by Antônio da Costa Neto

Não é permitida a reprodução total ou parcial deste livro,


por qualquer meio e sistema, sem o prévio consentimento da
Editora e efetiva citação da fonte.

Editoração Eletrônica: Iracema F. da Silva


Capa: Bia Barros e Marx Lamare
Projeto Gráfico e arte-final:
M&A Comunicação Visual Ltda.
Revisão: Miguel Félix dos Anjos

Editora Kelps - Rua 19 ng 100


Setor Marechal Rondon - Goiânia/GO
Fone: (Oxx62) 211-1616-Fax: (Oxx62) 211-1075

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CEP)


(CÂMARA BRASILEIRA DO LIVRO, SP, BRASIL)

C837p COSTA NETO, Antônio da.


Paradigmas em educação no novo milênio/Antônio da Costa Neto.
Goiânia : Ed. Kelps, 2003 (2a Edição).
p. 206
1. Educação. 2. Didática. 3. Metodologia de ensino. 4. Antropologia
educacional. 5 Sociologia da educação. I. Título.

CDU-37
CDD - 370

índices para catálogo sistemático:


1. Ética e pedagogia 370.1
2. Educação e sociedade 370.81

00414690000004 - GO-004 ISBN:85-901683-1-X


Paradigmas em educação no novo
37.02 NET/par2. ed.

Impresso no Brasil / Prínted in Brazil


2003

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