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REAÇÕES AO GIRO LINGUÍSTICO: o resgate da ontologia ou do real,

independente da consciência e da linguagem.

Silvio Sánchez Gamboa


(Unicamp)

Resumo: Esta comunicação explicita uma compreensão sobre os giros epistemológicos e


localiza dentre eles o resgate da ontologia realista como um movimento que reage ao giro
linguístico. De acordo com este movimento, a existência de realidades, objetos ou
referentes empíricos, independentes da consciência e da linguagem é a condição necessária
para a produção do conhecimento e para sua manifestação na forma de discurso. Três
movimentos se destacam no quadro da reação da ontologia realista: a) a Escola de
Luckács; b) Escola de Prigogine e c) Escola de Maturana. O debate sobre os giros
epistemológicos é necessário para esclarecer o confronto entre as atuais correntes da
pesquisa educacional, algumas delas fundamentadas no relativismo, no pragmatismo e nos
jogos da linguagem, alicerçados nos pressupostos do giro linguístico.

Palavras-chave: Tendências epistemológicas; ontologia realista; pesquisa educacional.

Reactions to the linguistic turn: the rescue of the ontology or of the reality,
independent of the conscience and of the language

Abstract: The paper explicit an understanding on the epistemological turns and it locates
among them rescues, the realistic ontology as a movement that resists the linguistic turn. In
agreement with this movement, the existence of realities, objects or referring empiric,
independent of the conscience and of the language it is the necessary condition for the
production of the knowledge and for his manifestation in the speech form. Three
movements stand out in the picture of the reaction of the realistic ontology: a) the School
of Luckács; b) School of Prigogine and c) School of Maturana. The debate on the
epistemological turns is necessary to explain the confrontation among the currents of the
education research, some of them based in the relativism, in the pragmatism and in the
games of the language, found in the presuppositions of the linguistic turn.

Key words: Epistemological tendencies; realistic ontology; educational research.

Introdução
O objetivo da minha participação no debate sobre os giros epistemológicos é
apresentar uma das reações à denominada “virada linguística” ou “giro linguístico”. Situo
essas reações no campo da gnosiologia ou das teorias do conhecimento1. A mesma virada
linguística se originou na crítica a teoria clássica do conhecimento conhecida como,
“mentalismo” que afirmava que a representação dos objetos ou das coisas está na mente do

1
A teoria do conhecimento segundo Abbaggnano (2007: 215) como “toda e qualquer forma de
reflexão filosófico sobre o conhecimento, como quer que seja entendida ou praticada”. Interroga sobre os
problemas relativos às formas do conhecer.
sujeito e na crítica à lógica formal que como instrumento da razão regula as relações entre
pensamento e linguagem com base no princípio de que o discurso e a linguagem deverão
se referir a alguma realidade (objeto) ou referente empírico, seja se apresentando
imediatamente ou sujeito (empirismo) ou construído social e historicamente, independente
do sujeito, da sua percepção, da consciência e das palavras utilizadas para se referir a ele
(marxismo).
Nesta comunicação explicito, em primeiro lugar minha compreensão sobre os
“giros epistemológicos” e posteriormente aponto as contribuições da retomada da
ontologia, no quadro das diversas reações ao “giro linguístico” que deu origem essa
histórica e atual polêmica. Indico três formas da reação da “ontologia realista” que vêm se
destacando no contexto do atual debate. Essas formas se vinculam a alguns autores que,
dada sua importância, vem influenciando o pensamento contemporâneo: a) o filósofo
Georg Luckács; b) o Prêmio Nobel em Química Ilya Prigogine e c) e o biólogo Humberto
Maturana. Os três autores, embora de origens disciplinares e teóricas diferentes, têm em
comum a formação de movimentos ou escolas filosófico-científicas em defesa da ontologia
realista.
Entendo que, considerando a complexidade da temática sobre os “giros
epistemológicos” e seus desdobramentos no debate sobre os pós-modernismos esta
comunicação expressa apenas uma tentativa de mapeamento da localização nesse quadro
complexo das tendências, as correntes que tem como base, a defesa da ontologia realista.
Justifica-se esse mapeamento das reações ao “giro linguístico” na necessidade do
aprofundamento das controvérsias que recentemente se expandem no campo da pesquisa
em educação. Espero que estes apontamentos contribuam na tentativa de um maior
esclarecimentos sobre as tendências epistemológicas contemporâneas que influenciam a
produção do conhecimento nessa área.

1. Os giros epistemológicos
A problemática das “viradas epistemológicas” como melhor se conhece na língua
portuguesa se originou nas reações ao cientificismo ou ao discurso científico moderno, que
se fundamentam na filosofia analítica e que, aplicada ao campo das ciências sociais e à
educação, se conhece como positivismo2. Segundo a filosofia analítica o conhecimento de

2
Nesse sentido, o positivismo é uma aplicação dos princípios e metodologias da concepção analítica
de ciência desenvolvidas nas ciências naturais, particularmente na física e na matemática, às ciências
origem empírico consiste na representação do real (objeto) na mente do sujeito
(mentalismo). A expressão verbal dessa representação de forma rigorosa se faz através do
discurso objetivo que deverá também representar as operações mentais. A filosofia da
linguagem, cuidará do rigor e da adequação entre a palavra e o pensamento
(representação), considerando a tese semantica , segundo a qual os significados são entes
mentais (Cf. ABBAGNANO, 2007: 762).
A filosofia analítica se fundamenta no racionalismo e no empirismo modernos
(Descartes, Kant, Bacon e Hume) que, que por sua vez, tem como base histórica a lógica
formal de Aristóteles. De acordo com essa lógica, a palavra ou o discurso para serem
verdadeiros devem expressar fielmente ideias ou imagens que estão no intelecto ou mente
(mentalismo). Entretanto, essas ideias para serem verdadeiras precisam representar
claramente o real captado através da experiência empírica ou das percepções sensíveis. A
palavra (logos) para ser verdadeira deve-se adequar à ideia que está no intelecto e
expressar objetivamente o que nele está representado. E, de igual forma, a representação
mental deve estar adequada aos objetos (as coisas). “Adequatio intellectus res” é a
expressão latina que sintetiza esse entendimento3.
A reação contra essa lógica formal denominada de mentalista predominante na
filosofia da linguagem analítica (Carnap e Quine) é conhecida como virada ou “giro
linguístico”. Esse “giro linguístico” se caracteriza por reagir à filosofia mentalista e contra
a pretendida unidade ou correspondência entre a palavra e a coisa a qual se refere. Essa
unidade, de acordo com essa filosofia analítica, é garantida pela representação intelectual
(na mente) que se situa entre as coisas (res) e as palavras (logos).
O giro lingustico - linguistic turn – (Saussure, Barthes, Derridá, Deleuze, White e
Foucault) apresenta uma longa tradição e diversas interpretações, entretanto fundada numa
mesma matriz: a reação à filosofia analítica, à lógica formal, ao mentalismo e ao primado
das coisas sobre as palavras. O “giro linguistico” desloca a centralidade do objeto ou das
coisas representadas na mente (ponto de partida da lógica formal) para a linguagem e as
palavras. Nesse caso, as palavras (a linguagem e o discurso) tornam-se a referência (o

humanas e sociais na tentativa de oferecer condições de maior rigor científico: “Tratar os fenômenos sociais
como se fossem coisas”
3
Associa-se ao mentalismo, valores, concepções filosófico-científicas de homem e sociedade, de
cultura, de progresso que ganham um novo patamar com o projeto racionalista iluminista, que segundo
Hosbawm (2001) se afirmou na dupla revolução industrial e burguesa no século XVIII e que consolidou a
passagem da forma de organização social que prevaleceu no período medieval para uma outra forma de
organização moderna que se instaurou com o primado da razão, em contraposição a qualquer tipo de
mistificação.
centro ou ponto de partida) das coisas. Foucault sintetiza essa virada com a expressão “As
palavras e as coisas”4. Note-se bem, primeiro “as palavras”e em segundo lugar, “as
coisas”. A centralidade do conhecimento não está nas coisas, mas, no discurso que
elaboramos sobre essas coisas.
O giro linguístico (linguistic turn) se fundamenta em Wittgenstein que no seu
Tractatus que marca essa “virada” quando escreve que a “gramática da linguagem é a
essência do mundo”. Somente com esse passo se obriga aos pensamentos a “saírem da
mente”. Nesse caso, se os significados não são “nada que estejam na mente” só fica a
linguagem como meio intersubjetivo para sua encarnação.
Outros autores como Saussure, Barthes, Derridá, Deleuze e Foucault, vem
contribuindo para a ampliação das compreensões dessa crítica ao mentalismo e destacando
a prioridade que as palavras, a linguagem e o discurso ganham no campo das filosofias da
linguagem.
O “giro linguístico” tem destaque não apenas como uma nova filosofia da
linguagem, mas como metodologia e como abordagem epistemológica. A virada linguística
fundamenta grande parte das tendências denominadas de pós-modernas ou pós-
estruturalistas que inclui correntes, bastante expressivas no médio educacional como as
teorias pós-críticas e o neo-pragmáticas e, no campo da Educação Física, tais como o pós-
humanismo cibernético, a antropologia do ciborgue e o universo pós-orgânico5.
Sobre o surgimento da giro linguístico e a sua relação com o pós-modernismo
vários autores tecem suas hipóteses. Wood e Eagleton participantes da coletânea “Em
defesa da história: marxismo e pós-modernismo” (1999) situam a agenda pós-moderna no
contexto das muitas mortes da modernidade, na negação da história e no recuo das teorias,
do socialismo e do marxismo6. Wood situa o movimento intelectual dos pós-modernistas
como resultado da consciência formada na chamada idade de ouro do capitalismo (1947 e
1973), segundo a tipificação de Hosbawm, 1995). Esse movimento, embora reconheça as

4
Ver as teses defendidas por Foucault, particularmente na introdução.
5
A relação entre o “giro linguistico” e o pensamento pós-moderno encontra-se na primazia dada a
linguagem, e ao discurso como saída para a crise da racionalidade moderna fundada no mentalismo. Do
pensamento pós-moderno de Lyotard (1986), quatro características merecem ser discutidas: incredulidade
nas denominadas metanarrativas, crise da razão, jogos de linguagem para explicar as relações sociais, além
de uma análise anti-histórica das contradições da modernidade. Particularmente, pela primazia dos jogos de
linguagem, o pensamento pós-moderno apresenta a ideia de que todos os discursos são absolutamente
válidos para explicarem a realidade, independentemente do critério da verdade. Assim como as narrativas
científicas, quaisquer outros relatos particulares tornam-se explicações válidas porque se constituem em
lances apostados pelos seus jogadores.
6
Publicação organizada por Wood, E. M. e Foster, J. B, publicada em lingua inglesa em 1997 e traduzida
para o português em 1999.
contribuições de filósofos do final século XIX como Nietzsche, são os pensadores mais
recentes como Lacan, Lyotard, Foucault e Derrida que mais o influenciam,
especificamente na centralidade da linguagem como modeladora das relações sociais.
Os pós-modernistas interessam-se por linguagem, cultura e “discurso”. Para alguns, isso
parece significar, de forma bem literal, que os seres humanos e suas relações sociais são
constituídos de linguagem e nada mais, ou, no mínimo, que a linguagem é tudo o que
podemos conhecer do mundo e não temos acesso a qualquer outra realidade. Em sua versão
“desconstrucionista” extrema, o pós-modernismo fez mais que adotar as formas da teoria
linguística, segundo as quais nossos padrões de pensamento são limitados e modelados pela
estrutura subjacente da língua que falamos. ... A sociedade não é simplesmente semelhante
à língua. Ela é língua; e, uma vez que todos nós somos dela cativos, nenhum padrão externo
de verdade, nenhum referente externo para o conhecimento existe para nós, fora dos
“discursos” específicos em que vivemos. (WOOD, 1999: 11).

Desdobra-se daí uma perspectiva epistemológica relativista, segundo a qual,


...o conhecimento humano é limitado por línguas, culturas e interesses particulares e que a
ciência não deve, nem pode apreender ou aproximar-se de alguma realidade externa
comum. Se o padrão da “verdade” reside não no mundo natural em si, mas nas normas
particulares de comunidades específicas, então as leis da natureza talvez nada mais sejam
que aquilo que uma dada comunidade diz que elas são em um determinado momento”
(WOOD, 1999: 12).

Os pós-modernistas rejeitam o conhecimento “totalizante”, “os valores


universalistas”, “as histórias grandiosas”, “as filosofias essencialistas”, “os determinismos
econômicos e materiais”, os “processos históricos”, e com isso rejeitam também a ideia de
“escrever a história” e a possibilidade do conhecimento humano ter acesso aos processos e
conexões estruturais e às análises causais. “Estruturas e causas foram substituídas por
fragmentos e contingências. Não há um sistema social (como por exemplo, o sistema
capitalista), com unidade sistêmica e “leis dinâmicas” próprias, há apenas muitos e
diferentes tipos de poder, opressão, identidade e discurso” (WOOD, 1999: p. 14). A ênfase
na natureza fragmentada do mundo e no relativismo do conhecimento humano traz também
desdobramentos políticos. Segundo a mesma autora:
As implicações políticas de tudo isso são bem claras: o self humano é tão fluído e
fragmentado (o “sujeito descentrado”) e nossas identidades, tão variáveis, incertas
e frágeis que não pode haver base para a solidariedade e ação coletiva
fundamentadas em uma “identidade” social comum (uma classe), em uma
experiência comum, em interesses comuns (Idem, p. 13).
Em resumo, os princípios mais fundamentais dos pós-modernismos caracteriza-se
por “um ceticismo epistemológico e um derrotismo político profundos”.
Segundo Eagleton o pós-modernismo foi gerado por uma repulsa política: a reação
conformista e consoladora ao “sucesso universal” do capitalismo.
O pós-modernismo conta com várias fontes – o modernismo propriamente dito, o
chamado pós-industrialismo; a emergência de novas e vitais forças políticas, o
recrudescimento da vanguarda cultural, a penetração da vida cultural pelo formato
mercadoria; a diminuição de um espaço “autônomo para a arte;o esgotamento de
certas ideologias burguesa clássicas; e assim por diante. Mas independente de o
que mais possa ser, o pós-modernismo foi gerado por uma repulsa política
(EAGLETON, 1999: 29).

O impacto do sucesso do capitalismo gerou o consolo das limitações políticas de


vencer a estrutura imutável do todo poderoso poder do capital. “À medida que as
corporações transnacionais se estendiam de um estremo a outro da terra, os intelectuais –
pós-modernistas – sonoramente insistiam em que a universalidade era uma ilusão “
(EAGLETON, 2005: 80). Pensadores culturais como Barthes, Lacan, Foucault e Derridá
desistiam das utopias políticas dos anos 60 e do seu impulso transformador que,
Estava fatalmente comprometido pela ausência de desejo, pela impossibilidade da
verdade, a fragilidade do sujeito, a mentira do progresso, o poder que em tudo se
infiltrava” (...) Após a débâcle do final dos anos 60 a única política possível
parecia ser uma resistência apenas pontual, no varejo, a um sistema que havia
chegado para ficar. Ele poderia ser perturbado, mas não desmontado” (Idem, p.
81).
Pensamento consolador, expandido e justificado na década dos anos 80, que
segundo Eagleton (1999) expressavam as esperanças políticas se desfaziam.
Sonhos de ambiciosa mudança social eram denunciados como grandes narrativas
ilícitas, mais inclinadas a levar ao totalitarismo do que a liberdade. (...) A micro-
política eclodiu numa escala mundial ... De um estremo a outro do planeta doente
havia chamados para abandonar o pensamento planetário. Qualquer coisa que nos
unisse- o que quer que fosse o mesmo – seria danosa. Diferença era a nova palavra
de ordem, num mundo crescente submetido às mesmas indignidades de morte por
fome e doença, cidades clonadas, armas mortais e a rede de televisão CNN (p.
2005: 74)7
O poderoso sistema opressivo é invencível, entretanto, podemos procurar enclaves
em essa totalidade tais como a etnicidade, o sexo, gênero, o desejo, o discurso, o corpo, o
inconsciente, e liberar o poder do local, do vernacular, do regional, formas de poder
facilmente debatidas. O pós-modernismo, desdenhou do poder do sujeito coletivo, insistiu
no perigo da totalidade e denunciou a revolução como uma “metafísica” e um “macro-
relato” expressando um ceticismo politicamente paralisante.
Já Amadeo (2006) localiza a origem do movimento pós-modernista no contexto do
pensamento francês e no quadro da evolução do marxismo no final do século XX. Amadeo
aponta como referência o debate de Sartre contra a ontologia acentuada no sujeito de
Husserl e Heidegger e na sua tentativa de recolocar as relações entre sujeito e estrutura

7
O autor que aponta as ironias do pós-modernismo (1999: 75) explicita ainda a ironia em torno do
novo fetiche da diferença quando o mesmo pensamento pós-moderno quer “apagar as distinções entre
imagem e realidade, verdade e ficção, história e fábula, ética e estética, cultura e economia, arte culta e arte
popular, esquerda e direita política”
(Crítica da Razão Dialética), numa “totalização diacrônica”. Entretanto, no desenrolar do
debate, a resposta de Levi-Strauss no Pensamento Salvagem foi mais contundente quando
anuncia que “o fim das ciências humanas não é construir o homem, e sim dissolvê-lo”. A
réplica marxista dada por Althusser não foi um repúdio e sim uma confirmação da proposta
estruturalista. Althusser nas obras, Ler O capital (1967) e Pour Marx (1985) incorpora ao
marxismo a crítica à história e ao humanismo proposta por Levy-Strauss e nessa
perspectiva, a complexa relação entre sujeito e estrutura, este ficou reduzido a “um mero
efeito das estruturas ideológicas”. Sartre tentou reagir com um segundo volume da “Crítica
da razão dialética”, mas abandonou o projeto. Essa desistência e o silêncio posterior
decidiu o destino da esquerda francesa e do marxismo. Na sequência dos conflitos do Maio
Francês (1968) vem a calmaria e o esfriamento do marxismo combativo. “Foi então que as
vozes de Lyortard, Derrida, Foucault, Baudrillard, Deleuze e Gatarri passaram a dominar
a vida intelectual francesa e decretaram a `morte do sujeito` e o `fim do social´” (p. 61)8.
As reações ao pós-modernismo e a volta do marxismo no pensamento francês
acontece durante a década de noventa começando pelos colóquios organizados por Jacques
Bidet e Jacques Texier9. No mesmo estudo Amadeo também aponta uma das mais
importantes reações a essa tendências conhecidas como pós-modernas a Escola de
Budapeste que apresentaremos no próximo item sobre a retomada da ontologia realista.
Habermas em publicação recente, A ética de discussão da verdade e a questão da
verdade (2004) que comenta seu livro “Verdade e Justificação” dedicado ao realismo após
a virada da pragmática linguística (2002) e questionado sobre as reações ao giro linguístico
e sobre seu pragmatismo responde que entende dois significados para o “giro linguístico”:
a) como uma inovação metodológica (Rorty); e, b) como uma alternativa ao paradigma
mentalista neste caso envolvendo problemas epistemológicos e ontológicos (significado
assumido pelo próprio Habermas, 2006: 65). Na perspectiva dessa segunda alternativa, a
mudança do paradigma mentalista para a filosofia linguística há tomado dois caminhos
distintos que focalizam a linguagem desde perspectivas opostas10. Tais caminhos se
identificam com os “giro linguístico” (Frede, Wittgenstein) como o “giro hermenêutico”
(Heidegger e Gadamer):

8
No mesmo estudo Amadeo (2006) também aponta uma da mais importantes reações a essas tendências
conhecidas como pós-modernas, a Escola de Budapeste que apresentaremos posteriormente.
9
O autor registra que o primeiro colóquio foi organizado em 1990 na Sorbone sob o título: Fim do
comunismo? Atualidade do marxismo?”
10
Para o paradigma mentalista o significado está na mente, já para a alternativa oferecida pela filosofia
linguística, o significado está na linguagem.
por um lado, os instrumentos da análise lógica (semântica formal) e por outro da
semântica orientada ao conteúdo (holística)... mas, ignoram os aspectos
pragmáticos do diálogo... lócus da racionalidade comunicativa” (...) e “tais
enfoques estão compromissados, de um modo ou outro com a prioridade da
semântica sobre a pragmática” (HABERMAS, 2006, p. 70).

Habermas e Apel propõem “o giro pragmático” buscando recuperar os aspectos


ignorados tanto pelo “giro hermenêutico” de Gadamer (1998) como pelo neo-pragmatismo
de Rorty (2000)11. Esse novo giro defende uma “pragmática do significado” ou pragmática
transcendental ou formal com base na tradição, entretanto, assumem como desafio, a
questão da defesa do realismo (giro ontológico) depois do giro pragmático. O pragmatismo
formal não deve levar à negação da verdade e da objetividade. “Enquanto lidamos com
problemas dos quais não podemos escapar, temos que supor, não só na fala como também
na ação, um mundo objetivo que não foi construído por nós e que é em grande parte o
mesmo para todos nós” (2004: 57).
Dessa forma os autores que defendem o giro pragmático sinalizam a necessidade de
ultrapassá-lo já que ele “não nos permite duvidar da existência de um mundo percebido
independentemente de nossas descrições e visto como o mesmo para todos nós” (p. 55).
Podemos ter diversos pontos de vista, descrições diferentes, e diversas linguagens
para nos referimos a uma mesma realidade.
“E, dependendo das linguagens teóricas que escolhamos, pode haver
descrições diferentes – capazes de se referir, porém, às mesmas coisas.
Assim, o mundo não deve se concebido como a totalidade dos fatos
dependentes da linguagem, mas, como a totalidade dos objetos. A este
conceito semântico de mundo como um sistema de referências possíveis
corresponde o conceito epistemológico de mundo como a totalidade dos
constrangimentos que se impõem implicitamente sobre as diversas maneiras
pelas quais podemos vir a saber o que está acontecendo no próprio mundo (
p. 58 ).
Em síntese podemos enunciar com Habermas pelo menos três novos “giros” que se
desdobram das reações ao “giro linguístico”: o “giro hermenêutico” (Gadamer) e o “giro
pragmático” (Habermas), e o giro da ontologia realista12.

11
As propostas do giro hermenêutico e o debate entre Habermas e Rorty são apresentados em outros artigos
deste mesmo Dossiê sobre os giros epistemológicos e a pós-modernidade, sob o títulos de “giro
hermenêutico” e “A virada pragmática e a educação: implicações do debate entre Richard Rorty e Jürgen
Habermas”.
12
Grüner (2006) fala de outros giros: “Os múltiplos ´giros´ (linguístico, semiótico, hermenêutico,
estético-cultural) produzidos ao longo do século XX, mas progressivamente protagonistas na teoria a
partir dos anos sessenta e setenta, sem nenhuma dúvida projetaram frente da cena uma série de questões
(a linguagem, a subjetividade, os `imaginários`, a ´textualidade´, os limites do ´logocentismo´, as ´novas´
formas de identidades étnica e sexual, mas tarde o ´culturalismo´, a ´pós-colonialidade´, e assim seguindo)
...que são problemáticas emergidas e visualizadas a partir daquelas transformações relativamente muito
2. A retomada da ontologia realista
No quadro das diversas reações ao “giro linguístico”, além do desafio assumido por
Habermas e Apel em defesa do realismo epistemológico, a concepção de verdade e a
inevitável interpenetração da linguagem e a realidade, outras vozes se levantam em defesa
da ontologia realista, tais como pensadores vinculados à Luckács e a Escola de Budapeste,
ao biólogo chileno Humberto Maturana e ao premio nobel química (1977) Ilya Prigogine.
Vozes que sucintamente apresentaremos a seguir.
Lukács na sua obra sobre a “Ontologia do ser social” retoma os fundamentos de
Marx para uma compreensão do mundo diferente tanto da ontologia especulativa, como a
neopositivista. O ser social constitui um nível de objetividade. O fato essencial desse ser
social é o trabalho, que supõe e fixa outros níveis de objetividade.
Segundo Lukács, não há como discutir a ontologia do ser social sem compreender a
ontologia geral, pois todo ser tem seu fundamento no ser inorgânico, haja vista que é a
partir deste e, com a sua manutenção, objetivando-se mudanças qualitativas, que se
desenvolveram o ser orgânico e o ser social. Mas, esse aspecto ainda não foi compreendido
corretamente. “Até hoje não tivemos uma história da ontologia” (LUKÁCS,1976, p. 7) e
essa carência não é fortuita, está diretamente ligada à confusão e à falta de clareza da
própria ontologia pré-marxiana.

Lukács preocupa-se com a noção de conhecimento da sociedade contemporânea e


em que ontologias elas se sustentam. Qualquer enunciado está pautado em uma noção de
como o mundo é. Embora, a atualidade, seja marcada por uma supressão “nominal” da
ontologia. Nesse sentido, procuramos caracterizá-lo como uma atividade do ser humano,
uma ação realizada no âmbito do ser social, o qual encontra seu fundamento na efetividade
em si do objeto congnoscível – a ontologia.
A ontologia do ser social se fundamenta na práxis essencial do trabalho, paradigma
para a compreensão da relação da teoria e da prática noutros níveis como do conhecimento
e da estética. Na introdução da estética marxista (1978), por exemplo, prioriza o entender o
mundo a explicá-lo ou compreendê-lo. Segundo Luckács defensor da teoria do reflexo, o
reflexo, científico, estético ou literário, reflete a mesma realidade objetiva (ontológica),
independente da consciência, situada na base de toda obra (literária, científica, filosófica

recentes na economia, na política, na sociedade e na cultura mundiais” (p. 138).


ou estética) acentuando a unidade de identidade e a diversidade nas categorias tanto
científica, filosóficas e estéticas13.
Dos discípulos de Luckács destacam-se Mészáros (1993) (Filosofia, ideologia e
ciência social, São Paulo: Ensaio, 1993), reafirma o método dialético que considera a
existência de uma realidade (ontológica) passível de ser conhecida através de diversas
mediações determinadas pelo desenvolvimento das forças produtivas e as condições
materiais históricas que os sujeitos sociais se apropriam para conhecer essa realidade.
Luckács e seus seguidores se apoiam na teoria do conhecimento marxista. Os
trechos a seguir explicitam a prioridade das condições reais do homem concreto sobre as
representações, a linguagem e a interpretação.
São os homens que produzem as suas representações, suas ideias, etc., mas, os
homens reais atuantes, tais como são condicionados por um determinado
desenvolvimento de suas forças produtivas e das relações que a elas correspondem;
(...) A consciência nunca pode ser mais que o ser consciente; e o ser dos homens é
o seu processo de vida real... Não é a consciência que determina a vida, mas sim a
vida que determina a consciência. (...) Não partimos do que os homens dizem,
imaginam ou representam, tampouco não do que eles são nas palavras, no
pensamento, na imaginação e na representação dos outros, para depois se chegar
aos homens de carne e osso; mas, partimos dos homens em sua atividade real, é a
partir de seu processo de vida real que representamos também o desenvolvimento
dos reflexos e das repercussões ideológicas desse processo real. (Marx & Engels.
Ideologia Alemã, Lisboa: Avante, 1981, p. 19).
Com base nessa teoria do conhecimento, penso que seria mais apropriado
denominar esse “giro ontológico” de “re-virada”, “inflexão ou reação ontológica”, uma vez
que se pretende, segundo o próprio Marx, se referindo à filosofia idealista de Hegel, de
colocar o homem com os pés na terra e a cabeça sobre um corpo fincado na realidade. Ou,
de defender a tese de que “os homens pensam como vivem” e não o contrário, “os homens
vivem, segundo seus pensamentos ou representações” (tese idealista). Isto é, os homens
vivem, têm experiências concretas e a partir dessas condições concreta, eles criam seu
imaginário.
Como se sabe, a preocupação com a ontologia é parte constitutiva da tradição
filosófica ocidental. A indagação é pelo ser. Questão que acompanha a filosofia desde o
seu surgimento na Grécia. Ao longo do tempo, no entanto, foi perdendo a centralidade. Na
13
A escola de Budapeste, denominada assim se referindo aos alunos, discípulos e colegas de Luckács
na Hungria, dentre os quais se destacam Agnes Heller, Ferenc Fehér, Gyorgy Márhus e István Mészáros, não
abordou diretamente a problemática dos giros. Apenas Márkus em Language and production retoma o giro
linguístico na filosofia já problematizado por Habermas e por Gadamer. Márkus mostra sua incontestável
pertinência a partir da idealização das virtudes da discussão e do consenso e no fato da linguagem ser pouco
considerada no paradigma da produção proposto por Marx. Outros autores do segundo período da Escola de
Budapeste, tais como Bhaskar, discute diretamente as reações ao giro linguístico, com base na retomada da
ontologia (1997) como podemos ver adiante.
Idade Média, foi suplantada pela ontologia teológica, no Renascimento, com o avanço das
descobertas científicas, e a instauração de uma nova ordem social a questão do
conhecimento ganha força. A ontologia é subjugada pela questão gnosiológica,
principalmente com Descartes e Kant. Este, talvez o mais influente filósofo desse período,
afirmava que só o fenômeno pode ser conhecido, pode ser objeto da ciência. O existente
além do fenômeno, o noumeno, pode apenas ser pensado.
Acenaremos a seguir, de forma sucinta, para alguns aspectos do predomínio da
gnosiologia a partir da modernidade, sob o enfoque da crítica lukacsiana. Com o
enfraquecimento da metafísica grega, a concepção teológica da ontologia passa a ter
predomínio sobre as visões de mundo. A ontologia religiosa, dominada pelo cristianismo,
refuta toda visão de mundo baseada sobre o plano científico e afirma como única realidade
a objetivação da aliança religiosa, negando o sentido terreno da vida. Porém, a estrutura bi-
mundana presente na perspectiva grega é mantida.
A expressão dupla verdade só mais tarde passa a designar o ponto de vista que
contrapõe a verdade da razão à verdade da fé. Essas concepções são contrárias a posição
compartilhada tanto por Lukács como por Bhaskar de que as coisas são independente do
conhecimento que possuímos delas. Mesmo que se negue, sempre partimos de uma
imagem do que o mundo é. Isso exige o discernimento entre ontologia e epistemologia,
implica a distinção entre os objetos reais do conhecimento científico, intransitivos –
geralmente independentes do conhecimento – a dimensão intransitiva [DI], e os processos
de produção do conhecimento de tais objetos, transitivo, sócio-histórico – a dimensão
transitiva [DT] na filosofia da ciência. Ou seja, a imagem do mundo é transitiva, já o
mundo é intransitivo e portanto, nossos objetos do conhecimento também o são. O que,
irrevogavelmente, conduz a uma distinção entre os objetos reais (relativamente) imutáveis
que existem fora e continuam existindo independentemente do processo científico – os
objetos intransitivos – e os objetos cognitivos mutáveis (e teoricamente impregnados) que
são produzidos na ciência como uma função e um resultado de sua prática – os objetos
transitivos – resultando no reconhecimento das dimensões intransitivas e transitivas na
filosofia da ciência. Se os objetos (intransitivos) do conhecimento científico existem e
agem independentemente do conhecimento do qual são os objetos, então tal conhecimento
que nós efetivamente possuímos não pode ser idêntico, equivalente ou redutível a esses
objetos, ou a qualquer função deles. Ao contrário, tal conhecimento tem de consistir de um
elemento materialmente irredutível a esses objetos – vale dizer, de formas
inerradicavelmente sociais, práxis dependentes, simbolicamente mediadas e expressas,
mais ou menos historicamente específicas. Em consequência, sem uma DT ou sociologia
filosófica para complementar a DI ou ontologia legitimada, qualquer tentativa para
sustentar a irredutibilidade do ser cognoscível – o único tipo de ser que concerne a ciência
– ao pensamento e, portanto, a discursividade (e, com isso, a racionalidade) da ciência, no
fim tem de fracassar. Porque as coisas, sem uma DI, tornam-se simples manifestação,
expressão, externalidade ou encarnação do pensamento, privadas de condições extra
discursivas e de controles empíricos; e, sem uma DT, o pensamento torna-se uma simples
impressão, emanação, internalização ou Doppelgänger [sósia] das coisas, privado de
condições intra discursivas e controles racionais. (BHASKAR, 1986, p. 51-52) (Cf. avila,
Hortigara , 2007 p 5).

2.2. Outra linha do “giro ontológico” é atribuída à escola de Prigogine que busca
superar os relativismos fundados na concepção subjetiva de tempo como duração
(matemática quântica de Borh) ou de tempo sem direção (Eistein). A inclusão do tempo
como realidade cosmológica (ontológica), além das nossas medidas (subjetivas), e a
integração do “devir” (tempo irreversível) ao “ser” caracteriza uma nova perspectiva da
ciência contemporânea e recoloca a ontologia como base da epistemologia (Prigogine e
Stengers, Entre el tiempo y la eternidad. Buenos Aires: Alianza, 1998). Também,
Stengers, integrante da escola de Prigogine debate na Invenção das ciências modernas (A
Invenção das ciências modernas. São Paulo: Ed 34, 2002) a tensão entre duas abordagens
das ciências, a da objetividade científica das ciências exatas e das crenças científicas dos
estudos culturais (pós-estrutralismo). A superação dessa tensão se dá através da
“ontologia”. A identidade da ciência está em discutir o quê é a realidade, o quê é o mundo
(ser ontológico). A base da ciência está no conhecimento dos fenômenos, como eles são, se
apresentam e se revelam e não nas formas como o homem representa ou atua sobre o
mundo. O conhecimento dos fenômenos (ciência) antecede a sua intervenção sobre eles
(técnica).
2.3. Uma terceira linha do “giro ontológico” e atribuída a Maturana (Ontologia da
realidade, Belo Horizonte: Ed UFMG, 1999) quando pretende provar através da
neurobiologia os problemas da percepção e se depara com uma “objetividade-entre-
parênteses” e com a necessidade de discutir: a ontologia da explicação como condição para
a constituição da observação, a ontologia da realidade, a ontologia da cognição e a
ontologia do social e da ética.
Como podemos perceber nessas três linhas de pensamento, O “giro linguístico”
vem gerando amplas e profundas reações, não apenas no âmbito das filosofias da
linguagem (hermenêutica de Gadamer e Pragmatismo dialógico de Habermas), mas,
também no âmbito das teorias do conhecimento fundadas no realismo (ontologia), dentre
elas, as apontadas nesta comunicação.

Conclusões
O debate epistemológico contemporâneo pode ser organizado com base nos
“giros”. Tal perspectiva permite centralizar a controvérsia sobre as formas do
conhecimento e do discurso científico-filosófico, reconhecendo a importância das
chamadas abordagens pós-modernas e as respostas que essas perspectivas vem gerando em
outras abordagens mais tradicionais como a hermenêutica, a pragmática e a dialética.
Como essa controvérsia vem se apresentando na pesquisa em Educação com os
desafios das teorias pós-estruturalistas, pós-criticas e neo-pragmatistas, é pertinente
aprofundar nessas polêmicas que ajudam a revelar os limites e as implicações das
diferentes perspectivas epistemológicas. Esperamos que este mapeamento contribua nos
esclarecimentos necessários quando está em jogo a qualidade da pesquisa em Educação e a
compreensão de sues pressupostos e desdobramentos ideológicos e políticos.

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