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Saúde

8 mitos sobre o aborto


Aborto não é problema só da mulher, nem de gente sem estrutura - e a sociedade toda já paga por ele.
Por Karin Hueck, Helô D´Angelo
access_time 28 nov 2018, 17h58 - Publicado em 23 fev 2017, 18h58

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Todo mundo tem uma opinião sobre o aborto, mas pouca gente conhece os fatos que o cercam. Juntamos aqui
dezenas de dados sobre interrupção de gravidez para mostrar: aborto é coisa de mulher casada, religiosa,
trabalhadora, com filhos, rica e pobre – mas só morre quem não tem dinheiro para fazê-lo com segurança.
(Inara Negrão/)

Não é verdade: o aborto é muito comum no mundo inteiro. Juntando legais e ilegais, são 56 milhões ao ano, segundo a
Organização Mundial da Saúde. O fato de ele ser proibido em 119 países não quer dizer que não aconteça. A OMS calcula
que, entre 2010 e 2014, um quarto de todas as gestações do mundo tenha terminado em aborto voluntário.

No Brasil, 500 mil mulheres interromperam suas gestações em 2015, segundo a Pesquisa Nacional do Aborto. E mais: a
curetagem (a raspagem do útero, feita para remover o que sobra depois de um aborto) foi o terceiro procedimento
ginecológico mais realizado pelo SUS entre 2014 e 2016 – só perdendo para as cesarianas e cirurgias gerais.
68% das brasileiras usam continuamente algum método contraceptivo. E, segundo o Ministério da Saúde, 50% das
68% das brasileiras usam continuamente algum método contraceptivo. E, segundo o Ministério da Saúde, 50% das
mulheres que abortaram no Brasil estavam usando algum tipo de anticoncepcional quando engravidaram. Ou seja, as
mulheres engravidam mesmo tentando evitar o filho – já que nenhum método é 100% seguro.
A não ser que estejamos falando da Virgem Maria, gestações só acontecem com a participação de duas pessoas: um
homem e uma mulher. Ou seja, a gravidez indesejada é um problema dos homens também. A maior parte das gestações
que terminam em aborto, inclusive, são fruto de relacionamentos estáveis.
O aborto é a decisão mais difícil tomada por meio milhão de brasileiras todos os anos. Quem decide interromper uma
gravidez – e decide cometer um crime, segundo a lei brasileira -, o faz porque não vê escolha. “A mulher que aborta entra
sozinha em um mundo ilegal, que ela não conhece, e precisa comprar os remédios com traficantes ou buscar médicos
clandestinos. Ela faz todo o processo sem ajuda. Não é uma situação fácil”, disse Debora Diniz, antropóloga responsável
pela Pesquisa Nacional do Aborto (a maior sobre o tema no País), em um evento em São Paulo. Por isso, não adianta
proibir – quem quer abortar vai dar um jeito. Peguemos as religiões, por exemplo. O catolicismo, o judaísmo, o espiritismo
e algumas correntes do islamismo condenam a interrupção da gravidez. Ainda assim, 88% das mulheres que abortam no
Brasil têm religião. A criminalização, na prática, só decide as condições em que o aborto será feito: se será seguro ou não.
E se mais – ou menos – mulheres vão colocar as suas vidas em risco.
Você já paga por ele. Abortos ilegais e procedimentos pós-abortos já vão parar no SUS. Quando uma mulher interrompe
uma gestação em clínicas sem fiscalização ou com métodos caseiros, as chances são grandes de ela precisar de
cuidados médicos. Ou seja, a ilegalidade do aborto gera um custo para os cofres públicos, que não existiria se os
procedimentos fossem todos seguros (ou seja, legais). E não estamos falando de pouco dinheiro.
(/)

É verdade que, segundo a OMS, o aborto é a causa da morte de 47 mil mulheres ao ano no mundo inteiro – e de
disfunções físicas e mentais de outras 5 milhões, além de ser a razão de internação de 7 milhões. Mas existe um detalhe
que muita gente ignora: a interrupção da gravidez só mata quando é realizada de forma insegura, fora dos padrões da
Organização Mundial da Saúde. Em países onde o aborto é legalizado, ele é seguro. Nos EUA, por exemplo, a mortalidade
dos abortos é de 0,7 morte a cada 100 mil procedimentos. Na Suécia, entre 1988 e 2007, não morreu nenhuma mulher por
dos abortos é de 0,7 morte a cada 100 mil procedimentos. Na Suécia, entre 1988 e 2007, não morreu nenhuma mulher por
aborto (embora a taxa por lá seja de 17,5 abortos a cada mil mulheres, uma das mais altas da Europa).
Segundo o Ministério da Saúde, quanto maior a renda e a escolaridade da mulher, maiores são as chances de sua primeira
gravidez resultar em um aborto. As mulheres que interrompem a gravidez são, em sua maioria, maduras e esclarecidas.
Adolescentes que engravidam de forma indesejada não têm autonomia – financeira e psicológica – para procurar a
interrupção.
Passar por uma gestação, dar à luz, olhar para o bebê – e então dá-lo embora é uma decisão ainda mais difícil do que
abortar. O Estatuto da Criança e do Adolescente diz que é direito da mãe entregar o filho para a adoção. Mas o Estado
tenta manter a criança com a mãe ou com a família. É crime, por exemplo, amigos ou uma família interessada adotarem o
bebê sem a participação da Justiça – como costuma acontecer em filmes americanos, tipo Juno.

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Comentários

Não é mais possível comentar nessa página.

Joseph Clark Alston 23 fev 2017 - 22h46


Site porco defendendo a matança de crianças inocentes…

Laura Piacentini 24 fev 2017 - 09h59


Matéria perfeita, parabens!! As pessoas que sao contra o aborto precisam entender que ninguem vai ser obrigado a abortar!! A
descriminalização vai apenas garantir a segurança na saúde (que é um direito de todos) para a mulher fazer um aborto sem riscos. E alem
do mais, o aborto nao mata “crianças inocentes”, segundo a OMS para poder fazer esse procedimento, o tempo maximo de gestação são
12 semanas, ou seja, é UM FETO, NÃO UMA CRIANÇA, não foi formado ainda o sistema nervoso, nao há consciencia, é apenas celulas
aglomeradas.

Jaciely Braz 24 fev 2017 - 10h53


Matéria maravilhosa!

Ana Carolina 24 fev 2017 - 11h13


Passando para lembrar que: Homem escroto NÃO tem que dar palpite no útero e muito menos nas escolhas da mulher. Vida inocente?
hahah Me poupe, por acaso vocês são algum tipo de vidente pra prever o futuro desse feto? E sim, existem crianças malignas, idiotas são
os que acreditam que toda criancinha é um anjinho puro e inocente.
E independentemente de você ser contra, o aborto vai existir e as mulheres vão abortar sim. Parem de hipocrisia e cuidem dos seus úteros
e vidas.

Glal Lemos 24 fev 2017 - 13h55


“Joseph Clark” – Idiota porco com nome de gringo usando a boca como ânus.

Allan Lima 24 fev 2017 - 13h57


Ana Carolina, acredito que se o “homem escroto” for o pai da criança, ele merece dar uma opinião. O filho foi feito pelos dois. O grande
problema é: o “homem escroto” não quer ser pai, mas a moça não quer abortar por causa da religião. Bem, vamos obrigar o “homem
escroto” a pagar pensão o resto da vida ( talvez por algo que aconteceu por acidente ou simplesmente por acaso ) ou ele nega ser pai e a
criança é criada pela mãe e família?
Talvez esse seja um aspecto a ser muito bem definido DENTRO do relacionamento. Gente de fora realmente não tem que dar opinião.

Cafofo Musical 24 fev 2017 - 14h00


Ótima matéria! E não se deixe calar por comentários irrelevantes como o primeiro! Abraços!

Joaquim Almeida 24 fev 2017 - 16h26


Sou contra o aborto, mas não devo querer obrigar outras pessoas a serem também.

Paulo Rocha 24 fev 2017 - 21h50


Legal a matéria, foi muito bem feita. Parabéns!!…. Mas o conteúdo é tendencioso, acho que deveria mostrar dois argumentos para formar
leitores críticos. Do jeito que tá ficou lavagem cerebral. #CríticaConstrutiva

Julia Gomes 24 fev 2017 - 21h54


Allan Lima o pai não pode decidir se a mãe vai abortar ou não porque a gravidez envolve completamente o corpo dela, e quando a criança
nasce ambos os pais tem a obrigação de prover À CRIANÇA, por isso o pai que não tiver a guarda deve sim pagar pensão em obrigação à
criança e não à mãe

Sérgio Domingues 25 fev 2017 - 00h31


Discutir aborto tendo nascido é fácil. Gostaria de saber o ponto de vista do abortado.

savio 01 mar 2017 - 10h45


Só um idiota para querer saber a opinião do abortado, se ele foi abortado, ele não existe, se ele não existe, ele não tem opinião.

Fernando Tostes 03 mar 2017 - 06h51


até 10 semanas a denominação é embrião e a partir daí feto até nascer
só pra corrigir a Laura

Igor Veiga Frota 05 mar 2017 - 23h02


Aborto é problema do homem também, aborto acontece o mundo inteiro, aborto mata ou nao a mulher… Nao interessa nenhum dos mitos
ou “desmitos” se não levar em consideração de que o aborto legalizado ou não, em clínica especializada ou no quintal de casa SEMPRE
SERÁ O ASSASSINATO DE UM CRIANÇA!
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